Ministério das Relações Exteriores Informação sobre Conjuntura Econômica Internacional – 30/01 a 03/02/2017 1 US$ = R$ 3,12 = 1 US$ = EUR 0,93 = Bloomberg Commodity Index: 87,9428 Petróleo Brent: US$ 56,81 por barril (BCB) (USEIA) Xangai SSE 3.140,17 Dow Jones 20.078,22 Dados: Fechamento em 03/02/2017. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 27/01/2017. SITUAÇÃO GLOBAL Efeitos do PIB brasileiro sobre o PIB argentino Banco Central da Argentina divulga relatório sobre o desempenho da economia argentina em 2016 e perspectivas para 2017. Segundo o relatório "Informe de Política Monetaria", o Banco Central da República Argentina (BCRA) cumpriu a meta de chegar ao final de 2016 com inflação mensal de 1,5% e anual de 36,6%, estimadas a partir dos dados de inflação dos diferentes institutos regionais de estatísticas (a Argentina ainda não dispõe de índice de inflação nacional. O Presidente do BCRA discorreu sobre a adoção da nova taxa de juros, a ser adotada a partir de março, com expectativa de mudanças de 8 a 12 vezes por ano e de manutenção da taxa de juros real inferior a 0,5% ao mês e a 5% ao ano. O relatório do BCRA conta com um capítulo com estimativa do impacto da queda das exportações para o Brasil sobre a atividade econômica argentina: cada ponto percentual de queda do PIB brasileiro teria gerado queda de 0,09% no PIB argentino. O principal setor afetado pela recessão brasileira é o de produtos manufaturados industriais, que dirige 43% do total de sua produção para o Brasil, o que demonstraria a sensibilidade das exportações e do PIB argentinos às variações na demanda brasileira. Banco Central da China eleva taxas de juros em fevereiro O Banco Central de China (BCC) elevou as taxas de juros de curto prazo (7dias) para 2,35%. Analistas avaliam que se trata de medida para conter a fuga de divisas, controlar pressões inflacionárias e limitar a expansão do mercado de crédito. O Banco Central da China elevou, no início de fevereiro, as taxas de juros de curto prazo (7 dias) para 2,35%. As taxas de juros de acordos de recompra reversa de 7, 14 e 28 dias aumentaram 10 pontos base para 2,35%, 2,5% e 2,65%, respectivamente. Trata-se da primeira elevação desde 2013 para os vencimentos mais curtos, e o primeiro aumento desde 2015 para o vencimento de 28 dias. Segundo analistas, a elevação sinalizaria o desejo do BCC de reduzir a saída de capitais do país, controlar a forte expansão do crédito e conter pressões inflacionárias. Em 2016, a moeda chinesa teve desvalorização de cerca de 6%, em cenário de fuga de divisas. O índice de preços de produção registrou aumento de 6,3% em janeiro de 2017, comparado a janeiro de 2016. Segundo analistas, a inflação chinesa, de 2,1% em dezembro de 2016, deverá aumentar em janeiro de 2017. Aperto de liquidez em Omã Segundo estudo realizado pela empresa de consultoria BMI (do grupo Fitch), estima-se para este ano uma expansão do crédito de apenas 5.5%, significativamente abaixo dos 11.4% registrados entre 2011 e 2015. Responsável por cerca de 35% do financiamento bancário, a contínua retirada de depósitos pelo Governo omani deverá acarretar aperto de liquidez e, consequentemente, encarecimento do crédito no mercado local. A redução da liquidez seria resposta às projeções de modesta recuperação do preço do petróleo nos próximos anos. Acostumado à posição de credor soberano líquido em função da receita petroleira, Omã tenta evitar que seu atual status de devedor contamine o sistema bancário local, fortemente dependente de recursos governamentais. O Governo omani decidiu recorrer ao mercado internacional para financiar seu déficit, deixando livres os créditos bancários nacionais para financiar o setor privado do Sultanato. Relatório do Comitê de Política Monetária da África do Sul O Banco Central da África do Sul divulgou relatório da última reunião do Comitê de Política Monetária (MPC), em que se decidiu manter a taxa básica de juros em 7% ao ano. A inflação de 6,8% ficou acima do esperado, devido aos preços de alimentos. O MPC projeta inflação de 6,2% em 2017, acima da projeção anterior de 5,8% e da meta de inflação (3%6%). A valorização de 5,6% do rand frente ao dólar desde novembro de 2016, alentada pela decisão das agências de risco de manter o grau de investimento para os títulos do governo sul-africano, contribuiu para evitar elevação maior nas expectativas de inflação. O país registrou crescimento de 0,7%, no terceiro trimestre de 2016, comparado com o mesmo período de 2015. O setor de mineração, após queda de 17, 5% no primeiro trimestre e expansão de 16,1% no segundo, cresceu 5,1% no terceiro trimestre. O setor agrícola registrou o sétimo trimestre seguido de contração, devido a uma das mais graves secas na história do país. Com respeito ao cenário global, o MPC aponta relativo otimismo quanto ao crescimento da economia norte-americana. Levanta dúvidas, no entanto, acerca do tamanho do estímulo fiscal a ser adotado por Washington e alerta sobre seu impacto sobre o mercado financeiro internacional. O MPC também identifica outros fatores de risco para a economia global em 2017: a saída do Reino Unido da União Europeia, disputas comerciais que possam afetar o sistema multilateral de comércio e a "bolha de crédito" na China, importante compradora de produtos de países emergentes. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Índice de Preços de Alimentos da FAO O Índice de Preços de Alimentos da FAO reflete a flutuação mensal dos preços internacionais de uma média de cinco grupos de commodities, ponderada pela média da exportação de cada grupo. Mesmo com o bom nível de estoques dos mercados internacionais, o valor médio de janeiro de 2017, 173,8 pontos, é 16,4% superior ao registrado em janeiro de 2016, puxado principalmente pelo preço do açúcar e de cereais. 2016 foi o quinto ano consecutivo de queda do Índice, que registra seis meses consecutivos de alta. As previsões para a produção em 2017 ainda são difusas: reduziu-se a semeadura de trigo na América do Norte, pela queda do preço do produto, mas verificou-se tendência contrária na Rússia; quanto ao arroz, o excesso de chuvas no Vietnã e a estiagem no Sri Lanka devem influenciar os preços no mercado; já para os demais grãos, as expectativas são positivas. <http://www.fao.org/worldfoodsituation/foodpricesindex/en/> "Global Investments Trade Monitor" (UNCTAD) De acordo com análise publicada pela UNCTAD na semana passada, os fluxos globais de investimento direto caíram 13% em 2016, devido aos fracos níveis de crescimento e de trocas internacionais no ano. A queda nos fluxos de investimento para os países desenvolvidos (-9%) mascara significativas variações nesse universo, como, por exemplo, a queda de 29% nos fluxos para a UE. Houve redução também nos fluxos para os países em desenvolvimento (-20%), sendo a maior queda nos da Ásia (-22%) e América Latina (19%). O documento da UNCTAD ressalta ainda aumento de 5% no valor dos investimentos "greenfield", devido a um grande número de projetos em poucos países, e uma queda no valor dos projetos para a indústria de manufatura. Para 2017, a estimativa é de aumento de 10% nos fluxos globais de investimento, mas muitas incertezas prevalecem sobre os desenvolvimentos de política econômica e comercial, principalmente nos Estados Unidos (novo Governo) e na UE (BREXIT e eleições na França e na Alemanha). <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/webdiaeia2017d1_en.pdf>