NEEJA NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CAXIAS DO SUL – 4ª CRE Rua Garibaldi, 660 – Centro CEP – 95080-190 Fone Fax 3221-1383 Email – [email protected] Site: neejacaxias.com.br ENSINO MÉDIO COMPONENTE CURRICULAR FÍSICA MÓDULO ÚNICO JANEIRO 2017 2 OBJETIVOS: A Física estuda os fenômenos naturais relacionados com a mecânica, termologia, acústica, óptica, eletricidade . O objetivo da Física é compreender as leis fundamentais da Natureza. Ela pretende explicar os mecanismos segundo os quais os vários intervenientes nos processos físicos interagem entre si. Ao término deste módulo o aluno deverá estar apto a responder questões sobre o assunto estudado, apresentando o desempenho solicitado nos objetivos que se seguem: 1) Identificar e relacionar: Referencial, Movimento, Repouso, Posição, Trajetória, Deslocamento e Distância percorrida. 2) Interpretar e aplicar: Velocidade Média. 3) Reconhecer Movimento Retilíneo Uniforme. Progressivo e Retrógrado. 4) Determinar a equação do Movimento Retilíneo Uniforme. 5) Aplicar a equação horária do Movimento Retilíneo Uniforme. 6) Interpretar gráfico de posição x tempo do MRU. 7) Reconhecer MUV. Interpretar e/ou aplicar o conceito de aceleração. 8) Identificar e/ou caracterizar tipos de MUV: acelerado e retardado. 9) Determinar e/ou aplicar a equação de velocidade do MUV. 10) Aplicar a equação de Torricelli. 11) Força, Massa, Inércia e Equilíbrio. 1º e 2º e 3º lei de Newton. 12) Força Peso. Força de Atrito. 13) Aplicar trabalho realizado por uma força constante e variável. 14) Resolver problemas sobre potência e ou sobre rendimento. 15) Aplicar energia cinética e potencial, impulso quantidade de movimento. 16) Calcular e ou aplicar impulso de força constante e variável. 17) Aplicar a lei da conservação da quantidade de moviment Unidade 1 1.1. PONTO MATERIAL Ponto material é todo o corpo cujas dimensões não interferem no estudo de um movimento ou fenômeno físico. Exemplo: Um ônibus percorrendo uma estrada. Embora um ônibus não seja tão pequeno suas dimensões (tamanho) são desprezíveis ao longo da estrada. Neste caso, ele é considerado um ponto material. 1.1.2 CORPO EXTENSO Corpo extenso é todo o corpo cujas dimensões interferem no estudo de um movimento ou fenômeno físico 1.2. REFERENCIAL Referencial é um ponto ou um conjunto de pontos que servem como referência para definir a posição de um corpo. Exemplo: Um poste na rua; a carroceria de um ônibus; o assoalho de uma sala. 3 Exercício: 1. Um motorista está chegando à escola em seu carro. Ele está em repouso ou em movimento? Para responder essa pergunta devemos estabelecer "algo" como base. Assim podemos dizer que o motorista está em repouso em relação ao carro (carroceria) e em movimento em relação à escola (Terra). Que referenciais usamos quando dissemos que o motorista do carro estava em repouso e em movimento? 1.3. MOVIMENTO Um corpo está em movimento quando sua posição varia em relação a um referencial. 1.4. REPOUSO Um corpo está em repouso quando sua posição não varia em relação a um referencial. Observação: Um corpo pode estar em movimento em relação a um referencial e em repouso em relação a outro. Exercícios: 2. Você, sentado em sala de aula está em repouso ou em movimento em relação à Terra (referencial). E em relação ao Sol (referencial)? 3. Marque “V” nas questões verdadeiras e “F” nas falsas: a) ( ) Na Física estuda-se o movimento absoluto, isto é, independente do referencial b) ( ) c) ( ) d) ( ) adotado. Um objeto pode estar ao mesmo tempo em repouso e em movimento dependendo do referencial adotado. Uma pessoa sentada no interior de um avião que voa de Porto Alegre ao Rio de Janeiro está em repouso em relação às asas do avião. Se um móvel está em movimento em relação a certo referencial estará também em movimento a qualquer referencial. 4. A respeito do conceito de ponto material, qual é a afirmação correta? a) uma formiga é, um ponto material, dependendo do referencial. b) um elefante não é, certamente, um ponto material. c) um carro manobrando em uma pequena garagem é um corpo extenso. 5. Você recebe uma mensagem de um amigo dizendo que às 12h ele se encontrava no quilômetro 250 da rodovia Belém-Brasília. A partir dessa informação é possível para você: a) fornecer a localização de seu amigo? b) dizer para onde ele se dirigia? c) determinar quantos quilômetros ele havia percorrido? 4 6. Com relação a movimento e repouso, qual é a afirmação correta? a) a Terra está em repouso em relação aos demais planetas. b) um corpo pode estar em movimento em relação a um referencial e em repouso em relação a outro referencial. c) quando a posição de um corpo varia com o tempo em relação a um dado referencial, o corpo está em repouso. d) quando a posição de um corpo não varia com o tempo em relação a um dado referencial, o corpo está em movimento. 7. Um homem está parado no degrau de uma escada rolante em movimento. Assinale a alternativa correta: a) o movimento do homem e da escada são diferentes. b) para um referencial no solo, o homem não está em movimento. c) para um referencial na escada, o homem está em movimento. d) o homem está em repouso em relação a escada. 2.1. TRAJETÓRIA É uma linha determinada pelas diversas posições que o corpo ocupa no decorrer do movimento. A trajetória pode ser retilínea ou curvilínea, porém depende sempre do referencial adotado. 2.2. DISTÂNCIA É a medida da trajetória (em metros, quilômetros, centímetros, etc.). 2.3. POSIÇÂO É a medida da distância de um corpo até o referencial (origem). 2.4. DESLOCAMENTO É a medida da distância (menor distância) entre a posição inicial e a posição final. Exercícios: 11.8.Examinando o movimento de um móvel sobre a reta AB preencha corretamente o quadro, tomando o ponto A como referencial. A C 0 60 m O móvel vai de a) A até C b) A até B c) A até B e volta a C d) A até B e volta a A Caminho percorrido (distância) B 100 m Posição 5 9. Uma formiga desloca-se sobre a trajetória mostrada na figura: A S = metro -8 C C B 0 origem 25 0 - 20 Ela parte do ponto A, dirige-se para o ponto B e depois para o ponto C. a) Qual a posição inicial e final da formiga? b) Qual o espaço percorrido pela formiga? VELOCIDADE MÉDIA É a razão entre distância a percorrida e o correspondente tempo para percorrê-la. S V t V = é a velocidade média S = é a distância percorrida t = é o tempo gasto em percorrer esta distância No SI, Sistema Internacional de Medidas, a unidade de velocidade é m/s. Outra unidade bastante usada para medir a velocidade é km/h. Para transformar km/h em m/s – divide-se por 3,6. Para transformar m/s em km/h – multiplica-se por 3,6. Procure saber o porquê desse procedimento. 3. TIPOS DE MOVIMENTO QUANTO A VELOCIDADE Sentido do movimento Sinal da velocidade Tipo de movimento O mesmo que o da trajetória V>0 V<0 Progressivo Contrário ao da trajetória Retrógrado Exemplos: 1. Um ônibus percorre uma distância de 180 km em 2 h 30 min. Calcule a velocidade média em m/s, durante este percurso. S 180 72 ∆S = 180 km V = = 72km / h e 20m / s t 2,5 3,6 ∆t = 2 h 30 min = 2,5 h Exercícios: 10. Transforme: a) 108 km/h em m/s: ____________________________________ c) 72 km/h em m/s: _____________________________________ d) 100 m/s em km/h: ____________________________________ 6 11. Qual a velocidade em km/h que um avião deve atingir para igualar a velocidade de propagação do som, supondo que esta seja de 330 m/s? 12. No instante t 1 = 1s um automóvel passa pelo ponto A de uma estrada retilínea e no instante t 2 = 5 s passa pelo ponto B. 0 A B 0 10 m 30m Calcule a velocidade média do automóvel neste tempo. 13. Um corredor percorre 100 m em 10 s. Determine sua velocidade média em km/h. MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME É o movimento em que a trajetória é retilínea e a velocidade é constante (diferente de zero). Suponha um móvel partindo de um ponto A, no instante inicial t 0 e que no instante t passa por B, sempre com a mesma velocidade. 0 A B S0 S S Onde: So = é a posição inicial em relação ao referencial S = é a posição final em relação ao referencial V = é a velocidade constante t = é o tempo ( t – t 0 ) Admita um veículo movimentando-se com velocidade constante de 20 m/s. Em cada segundo ele percorre 20 m. 2- Em 2 s ele percorre 40 m. 3- Em 4 s ele percorre 80 m. 4- Em 8 s ele percorre 160 m. No M.U., os espaços percorridos são proporcionais aos tempos gastos em percorrê-los. Tal fato ocorre com todos os movimentos uniformes, daí conclui-se: Todo corpo em M.U. percorre espaços iguais em intervalos de tempo iguais. EQUAÇÃO HORÁRIA DO MOVIMENTO UNIFORME Observe que, quando um corpo está em movimento, a cada instante (t) ele ocupa uma determinada posição dada pelo espaço (S). Geralmente, é possível relacionar a posição do móvel com o instante t em que ela é ocupada por meio de uma função matemática que torna o nome de equação horária. 7 S = So + Vt Exemplo: Um móvel em MRU possui a equação horária S = 4 + 3t com as unidades no SI. Determine: a) a posição inicial: So = 4m b) a velocidade do móvel: v = 3 m/s c) a posição do móvel no instante t = 5 s s = 4 + 3 . 5 = 19 m d) o tipo de movimento: progressivo (v > 0) Exercícios: 14. Um carro movimenta-se segundo a função horária S = 30 + 6t (SI): a ) Qual a posição inicial do móvel? B ) Qual a posição do móvel no instante 20 s? 15. Um carro movimenta-se sobre uma trajetória retilínea obedecendo à função horária S = 40 - 8t (SI). Determine: a ) a sua posição inicial e sua velocidade. b ) a sua posição no instante 3 s. c ) o instante em que passa pela origem das posições. 7. GRÁFICOS DA POSIÇÃO EM FUNÇÃO DO TEMPO Como S = So + Vt é uma função de 1º grau, o gráfico da posição (s) em função do tempo é uma reta. 1º CASO – Velocidade positiva ( v > 0 ) Neste caso o móvel anda no sentido da trajetória, sentido considerado positivo, as posições crescem algebricamente. O movimento é denominado progressivo. S para cima So 0 t 8 2º CASO – Velocidade negativa ( v < 0 ) Neste caso o móvel anda no sentido contrário da trajetória, sentido considerado negativo, as posições decrescem algebricamente. O movimento é denominado retrógrado. S So para baixo 0 t 3º CASO – Velocidade nula ( v = 0 ) Neste caso a posição do móvel é sempre a mesma com o decorrer do tempo. O movimento não existe. S v = 0 (móvel parado) t 0 Cálculo da velocidade através dos dados do gráfico s x t S V= S - So S = t t - to S So to t t Exemplo: O ponto material em movimento sobre uma trajetória retilínea tem a posição em função do tempo dado pelo gráfico ao lado. Determine: a) a posição inicial b) a velocidade c) a posição no instante 7 h S (km) 50 30 a) So = 30 km (to = 0) S - So S 50 30 20 b) V = = = = = 10 km/h 20 2 t t - to c) S = S0 + vt S = 30 + 10t = 30 + 10 . 7 = 30 + 70 = 100 km 2 t (h) 9 Exercícios: 16. Uma nave espacial em movimento tem sua posição no decorrer do tempo dada pelo gráfico, em função do tempo. a) Qual a velocidade da nave? b) Onde estará a nave após 8 h de movimento? S (km) 2500 500 0 MRUV e QUEDA LIVRE 1 2 t (h) 1. ACELERAÇÃO É a razão entre a variação da velocidade e o tempo gasto para que ocorra esta variação. Vo = velocidade inicial a V V - Vo t t V ∆t a ∆V = velocidade final = intervalo de tempo gasto = aceleração = V – Vo = variação de velocidade Unidade de velocidade no SI: V ; Vo m/s A unidade de aceleração no SI é m/s². a V-Vo m/s m 1 2 x m/ s t s s s Significado físico da aceleração: significa o quanto a velocidade varia por unidade de tempo. Exemplo: a = 3 m/s², significa que a velocidade aumenta 3 m/s em cada segundo. a = -1 m/s², significa que a velocidade diminui 1 m/s em cada segundo. 2. MRUV – MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO É o movimento onde a trajetória é retilínea e a aceleração é constante e diferente de zero, isto é, o móvel anda em linha reta e varia (muda) sua velocidade de modo sempre igual com o decorrer do tempo. 2.1. TIPOS DE MRUV MRUA - Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado: é quando a velocidade e a aceleração têm o mesmo sinal (positivo ou negativo). MRUR - Movimento Retilíneo Uniformemente Retardado: é quando a velocidade e a aceleração têm sinais contrários (um positivo e outro negativo). Observação: O sinal da velocidade depende do sentido que o móvel se desloca em relação ao sentido da trajetória (progressivo ou retrógrado). 10 Exercícios: 17. Em cada um dos casos a seguir são dados os valores instantâneos da velocidade e da aceleração de uma partícula. Para cada caso, escreva se o movimento é acelerado ou retardado. I) V = 20 m/s a = 10 m/s² _______________________________________________ II) V = -10 m/s a = 5 m/s² ________________________________________________ III) V = 8 m/s a = -3 m/s² _______________________________________________ IV) V = -50 m/s a = -7 m/s² _______________________________________________ Marque a alternativa correta: 18. Uma partícula move-se em trajetória retilínea com aceleração constante de 5 m/s². Isto significa que em cada segundo: a) ( ) sua posição varia de 5 m. b) ( ) sua velocidade varia de 5 m/s. c) ( ) seu movimento muda de sentido. d) ( ) sua velocidade não varia. 3. EQUAÇÃO DA VELOCIDADE DO MRUV No movimento uniformemente variado a velocidade do corpo tem valor diferente em cada instante. Denominamos de equação da velocidade aquela que mostra como varia a velocidade de um corpo em função do tempo. Sejam: Vo = velocidade inicial V t a = velocidade final = tempo = aceleração V = Vo + at Exemplos: 1. Um corpo está animado de uma velocidade de 10 m/s no instante t = 0 s, quando adquire uma aceleração constante de 2 m/s². Para esse movimento, temos a seguinte equação da velocidade: Vo = 10 m/s a = 2 m/s² V = Vo + at V = 10 + 2t 2. A expressão da velocidade de um certo movimento é V = 5 + 2t (no SI): a) A velocidade inicial do móvel é 5 m/s. b) A aceleração do móvel é 2 m/s². c) Após 2 s de movimento a variação da velocidade (∆V) é 4 m/s. d) A velocidade no 2º segundo de movimento é 9 m/s. e) O movimento é acelerado pois a velocidade é positiva e a aceleração também (mesmos sinais). 11 Exercícios: 19. A expressão da velocidade de um movimento é V = 12 – 2t (SI): Determine: a) A velocidade inicial; b) A aceleração; c) A velocidade do móvel após 5 s; d) O tipo de movimento. 5. EQUAÇÃO DE TORRICELLI É a equação que relaciona a velocidade com a distância percorrida pelo corpo. Esta equação não depende do tempo Sejam: Vo = Velocidade inicial V² = Vo² + 2a ∆S V a ∆S = = = velocidade final aceleração distância percorrida Exemplos: Um móvel tem uma velocidade de 10 m/s ao passar pela origem das posições. Nesse instante, ele adquire uma aceleração 10 m/s². Calcular a velocidade do móvel quando sua posição for igual a 15 m. ∆S = S – So V² = Vo² + 2a∆S ∆S = 15 – 0 ∆S = 15 m V² = 10² + 2 . 15 . 10 V² = 100 + 300 = 400 V = V = 20 m/s 400 Exercícios: 20. Um corpo tem uma velocidade de 20 m/s, quando adquire a aceleração de 2 m/s². Qual será a velocidade do corpo depois de percorrer 125 m? 21. Uma esfera tem uma velocidade de 2 m/s, quando adquire certa aceleração. Depois de percorrer 20 m, sua velocidade de igual a 12 m/s. Calcule a aceleração da esfera. 22. Um avião na decolagem, percorre, a partir do repouso, 900 m sobre a pista com aceleração de 50 m/s². Calcule a velocidade de decolagem. 6. GRÁFICO DE VELOCIDADE X TEMPO DO MUV V = Vo + at A equação da velocidade no MRUV é, uma função do 1º grau, portanto, seu gráfico será uma reta. V 1º CASO aceleração positiva (a > 0) V V Observação: Os gráficos representam funções crescentes. (para cima) Vo t 0 t Vo t 12 2º CASO Aceleração negativa (a < 0) Vo 0 t Observação: Os gráficos representam funções decrescentes. (para baixo) Vo t t PROPRIEDADES: A área limitada pelo gráfico representa a distância percorrida. V V B h b b t B t h Observação: Área do retângulo = b x h Área do triângulo = b B x h 2 A declividade da reta representa numericamente a aceleração. Área do trapézio b x h 2 = V V a = Vo t V t = V - Vo t - to t Exemplo: O gráfico abaixo representa o registro da velocidade de um móvel em função do tempo. a) Qual o espaço percorrido pelo móvel em 4 s? V (m/s) b) Qual a aceleração do móvel? c) Qual a velocidade média do percurso? a) ∆S = área do triângulo = b) a = c) V b x h 4 x 20 = 2 2 0 - 20 - 20 V - Vo = = = - 5 m/s² t 4 4 S 40 = = = 10 m/s 4 t 20 = 40 m 0 4 t (s) 13 Exercícios: 23. Um móvel realiza um MUV e sua velocidade varia com um tempo de acordo com o gráfico. Calcule: a) a equação da velocidade; V (m/s) 21 5 0 8 V (m/s) 24. Um corpo descreve um MUV cuja velocidade varia com o tempo segundo o gráfico. 70 Calcule: a) a aceleração; 10 b) a velocidade no instante 20 s; DINÂMICA 0 10 t (s) unidade 2 É a parte da Física que estuda os movimentos relacionando-os com suas causas. 1. CONCEITOS: 1.1. Força: É uma interação entre corpos ocasionando variação no seu estado de movimento ou uma deformação. Exemplos: Ao chutarmos uma bola o pé faz sobre ela uma força que além de deformá-la inicia o movimento da mesma. Quando um corpo é abandonado de uma certa altura na superfície da Terra, ele cai, acelerado, devido à força de atração da Terra. A força é uma grandeza vetorial pois para defini-la precisamos especificar sua intensidade (módulo), sua direção e seu sentido de aplicação. Sendo assim ela ficará representada por um vetor. A unidade de força no SI é o Newton (N). 1.2. Força Resultante: É uma força imaginária que produz sozinha um efeito equivalente ao de todas as forças aplicadas sobre uma partícula. Exemplo: Duas forças concorrentes F1 e F2 de intensidade 4 N e 3 N, atuam em um mesmo ponto material, formando um ângulo entre si. Determine a intensidade da força resultante para os seguintes valores de : a) 0º e b) 180º Resolução: a) Sendo = 0º, as forças têm mesma direção e mesmo sentido: A intensidade da força resultante será: FR = F1 + F2 FR = 4 + 3 FR = 7 N ● F1 F2 FR 14 b) Sendo = 180º, as forças têm mesma direção sentidos contrários: F2 180 º ●F F1 R A intensidade da força resultante será: FR = F1 - F2 SENDO 90º USA-SE FR = 4 – 3 FR = - 1N 𝐹𝑟 = √𝐹12 + 𝐹22 Exercícios: 1. Determine a intensidade da força resultante em cada um dos sistemas de forças concorrentes. a) 2N ● ● 3N ● 8N b) 6N 1.3. Equilíbrio: Uma partícula está em equilíbrio quando a resultante das forças atuantes é nula. Há dois tipos de equilíbrio: a) Equilíbrio estático: partícula em repouso ( v = constante = 0) b) Equilíbrio dinâmico: partícula em movimento retilíneo uniforme ( v = constante ≠ 0) 1.4. Inércia: É a propriedade da matéria de oferecer resistência à mudança no estado de movimento. Está associada à massa do corpo. 1.5. Massa: É a quantidade de matéria associada a um corpo. (no de partículas). A massa possui um valor constante independente do loca em que estiver Unidade no SI: quilograma (kg) Múltiplos e Submúltiplos do kg: 1 grama 1 g = = 10 - 3 kg 1000 tonelada 1 t = 1000 kg = 103 kg 15 2. LEIS DE NEWTON 1ª LEI DE NEWTON – PRINCÍPIO DA INÉRCIA A tendência dos corpos é de permanecerem em seus estados de repouso ou movimento. Um ponto material livre da ação de forças ou está em repouso ou em Movimento Retilíneo Uniforme. Exemplos: Quando um ônibus em Movimento Retilíneo Uniforme, em relação ao solo, freia, os passageiros são lançados para frente, em relação ao ônibus. Exercícios: 2. Uma pessoa está em pé no vagão de um trem. Diga (justificando) o que acontece com a pessoa quando o trem: a) inicia o movimento; b) já em movimento, faz uma curva para a direita; c) chegando a uma estação e para. 3. O que o uso dos cintos de segurança dos veículos têm a ver com o princípio da inércia? 4. Explique por que quando um cavalo, em pleno galope, para bruscamente, o cavaleiro é projetado para frente. 2ª LEI DE NEWTON – PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA A resultante das forças Fr que atuam em um corpo de massa m produz uma aceleração a tal que: Fr = m . a Fr tem a mesma direção e sentido da aceleração a Fr = força resultante Unidades no SI: m = massa do corpo a m/s² a = aceleração F = m . a kg . m/s² = Newton = N Exemplos: 1. Determine o módulo, direção e sentido da aceleração que atua nos corpos, nos seguintes casos, sendo m = 2 kg. a) m F=m.a 10 = 2 . a 10 =a 2 a = 5 m/s2 F Onde: F = 10 N Direção: horizontal Sentido: para direita b) F1 m F2 Fr = F1 + F2 = 10 + 4 = 14 N Fr = m . a 14 = 2 . a 14 =a 2 a = 7 m/s² (módulo) Onde: F1 = 10 N F2 = 4 N Direção: horizontal Sentido: para direita 16 c) F1 m F2 Fr = F1 - F2 = 10 - 10 = 0 Fr = m . a Fr = 0 a=0 d) F1 F2 m Onde: F1=10N F2 = 10N Fr=F1-F2 Fr= 10 - 4 = 6 N Fr= m . a 6=2.a 6 =a 2 a = 3 m/s² (módulo) Onde: F1=4N F2 =10 N Direção: horizontal Sentido para direita Mesmo de F2 2. Seja um corpo de massa 2 kg, em repouso, apoiado sobre um plano horizontal sob a ação de forças horizontais F1 e F2 de intensidades 10 N e 4 N, respectivamente, conforme indica a figura: a) Qual a aceleração adquirida pelo corpo? FR = m.a 10 – 4 = 2 . a 6 = 2 .a F2 2. F1 a=6:2 a = 3m/s2 Exercícios: 5.Determine a força resultante e a aceleração que o corpo adquire: m = 10 kg F2 = 10 N PESO DE UM CORPO F1 = 100 N 10kg F3 há = 40 N região chamada Em torno da Terra uma campo gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência, que se apresenta em forma de uma força. Essas forças de atração são dominadas forças 6.Determine a aceleração adquirida por gravitacion um corpo de massa 2 kg, sabendo que sobre ele atua uma força resultante de intensidade 8 N. 3. PESO DE UM CORPO Em torno da Terra há uma região chamada campo gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência, que se apresenta em forma de uma força. Essas forças de atração são denominadas forças gravitacionais. Peso é a força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo. Desprezando-se a resistência do ar, todos os corpos abandonados próximos à superfície da Terra caem, devido aos seus pesos, com velocidades crescentes, sujeitos a uma mesma aceleração, denominada aceleração da gravidade. Sendo m a massa do corpo e g a aceleração da gravidade, podemos aplicar o princípio fundamental da Dinâmica e obter o peso P de um corpo. P= m.g A unidade de peso no SI é o newton (N). Observação: A massa de um corpo é uma propriedade exclusiva do corpo (número de partículas), isto é, a quantidade de matéria que o corpo possui, enquanto que o peso depende do local onde é medido. O peso de um corpo é uma grandeza vetorial que tem direção vertical orientada para o centro da Terra e cuja intensidade depende do valor local da aceleração da gravidade. 17 Exemplo: 3. A aceleração da gravidade na Terra é, em média, 9,8 m/s² e na Lua, 1,6 m/s². Para um corpo de massa 5 kg, determine: a) o peso desse corpo na Terra; b) a massa e o peso desse corpo na Lua Resolução: a) o peso na Terra é dado por: PT = m . g PT = 5 . 9,8 PT = 49 N b) Como a massa é uma propriedade do corpo, tem o mesmo valor em qualquer lugar. Logo: mT = mL = 5 kg Portanto: PL = m . gL PL = 5 . 1,6 PL = 8 N FÍSICA E BIOLOGIA O gavião é um exímio caçador. Quando quer capturar uma presa no solo ele fecha suas asas e inclina o corpo, mergulhando com toda a velocidade em direção ao alvo. A natureza é sábia. Ao fechar as asas, o gavião minimiza a área de contato do corpo com o ar e, assim, diminui a resistência. Já o paraquedista faz o oposto: abre o paraquedas, aumentando a área de contato com o ar. Assim, aumenta a intensidade da força de resistência que age sobre ele desacelerando-o rapidamente. FÍSICA E TECNOLOGIA Você sabia que seu peso é maior em São Paulo do que em Fortaleza? Sim, mas isso não tem nada a ver com a leveza de espírito que a gente sente nas belas praias cearenses, mas com a relação P = m . g. Satélites em torno do planeta Terra permitem medir o valor de g em praticamente qualquer ponto da superfície, com extrema exatidão. A tabela a seguir nos mostra os valores de g em alguns locais da superfície da Terra, incluindo algumas cidades brasileiras. Exercícios: 18 7. Um astronauta com o traje completo tem massa de 120 kg. Determine sua massa e seu peso quando for levado para a Lua, onde a gravidade é aproximadamente 1,6 m/s². 8. Qual é o peso, na Lua, de um astronauta que na Terra tem peso 784N? Considere g T= 9,8 m/s² e gL= 1,6 m/s². 9. A aceleração da gravidade na superfície de Júpiter é de 30 m/s². Qual a massa de um corpo que na superfície de Júpiter pesa 120 N? 3ª LEI DE NEWTON – PRINCÍPIO DA AÇÃO E REAÇÃO Quando dois corpos interagem aparece um par de forças como resultado da ação que um corpo exerce sobre o outro. Essas forças são comumente chamadas de ação e reação A toda Força de Ação corresponde uma Força de Reação com mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto. Características da ação e reação: a) Quem faz a ação sofre a reação. b) A ação e reação têm sempre o mesmo módulo, porém sentidos contrários. c) Ação e reação atuam em corpos diferentes e por isso nunca se anulam. d) As forças sempre aparecem aos pares, isto é, não existe ação sem correspondente reação. Exemplo: Consideremos um corpo de massa igual a 6 kg em repouso sobre um plano horizontal perfeitamente liso. Aplica-se uma força horizontal F = 30 N sobre o corpo conforme a figura. Admitindo-se g = 10 m/s², determine: a) a aceleração do corpo; b) a reação do plano de apoio. F Resolução: a) Isolando o corpo, temos: P = força peso NA = reação normal do apoio m = 6 kg F = 30 N Pelo princípio fundamental da Dinâmica, temos: Na horizontal: F = m . a 1 Na vertical: NA – P = 0 De 1 : F = m . a 30 = 6 . a 2 N Dados: (não há movimento na vertical) a = 5 m/s² A F P 19 b) De 2 : NA = P NA = m . g NA = 6 . 10 NA = 60 N Exercício: 10. Consideremos um corpo de massa igual a 5 kg em repouso sobre um plano horizontal bem liso. Aplica-se uma força horizontal F = 10 N sobre o corpo conforme a figura. Admitindo-se, g = 10 m/s², determine: F a) a aceleração do corpo; b) a reação do plano de apoio. 4. APLICAÇÕES DAS LEIS DE NEWTON 11.Dois corpos A e B, de massas respectivamente iguais a 6 kg e 4 kg estão interligados por um fio ideal. A superfície de apoio é horizontal e perfeitamente lisa. Aplica-se em A uma força F horizontal de 20 N, conforme indica a figura. Determine: a) a aceleração do conjunto; F B A Exercícios: 12.Os corpos A e B encontram-se apoiados sobre uma superfície plana, perfeitamente lisa. Uma força F de intensidade 40 N é aplicada sobre A, conforme indica a figura. (Dados: m A = 2 kg e mB = 8 kg) Determine: a) a aceleração dos corpos A e B; b) a força que A exerce em B; B F c) a força que B exerce em A. A 1. TRABALHO O significado da palavra trabalho em Física, é diferente do seu significado habitual. Na Física, uma força aplicada a um corpo realiza trabalho quando produz um deslocamento do corpo. A F B d Quando a força tem a mesma direção que o deslocamento, o trabalho é expresso por: F d = = = é trabalho força deslocamento = F. d F A B d 20 Quando a força não tem a mesma direção que o deslocamento, temos: = F . d cos Onde é o ângulo que a direção da força faz com a direção do deslocamento. A unidade de trabalho no SI, é o Joule, cujo símbolo é J. Se a força tem o mesmo sentido que o deslocamento, o trabalho é chamado motor. Se tem sentido contrário, é chamado de trabalho resistente. Nota: é a letra grega tau, que representa trabalho. Podemos calcular o trabalho realizado por uma força, utilizando o gráfico F x d. a) caso em que a força é constante: b) caso em que a força é variável: F F A A d d d d O trabalho é dado numericamente pela área A das figuras. Exemplos: 1. Um ponto material é deslocado 10 m pela força F = 50 N indicada na figura. Determine o trabalho realizado pela Resolução: = F . d cos = 50 . 10 . cos 60º 1 = 50 . 10 . 2 força no F deslocamento AB. F 60º F 10 m A B = 250 J O gráfico abaixo representa uma força que atua sobre um corpo em função do deslocamento d. Calcule o trabalho total realizado pela força F entre 0 e 3 m. Resolução: F(N) 4 = área do triângulo = 0 d(m) 1 2 3 b . h 2 = 6J 3 . 4 = 6J 2 21 Exercícios: 1. Uma caixa desliza num plano sem atrito sob a ação de uma força horizontal de 80 N. Determine o trabalho dessa força em um deslocamento de 12 m, no mesmo sentido dessa força. 2. Determine o trabalho realizado por uma força de 8 N, deslocando-se 10 m, nos seguintes casos: a) b) F F 60º d d 3. Uma força atuando sobre um corpo, efetua um deslocamento de acordo com o gráfico abaixo. Calcule o trabalho realizado no deslocamento de 0 a 8 m. F(N) 70 0 2 4 6 d(m) 8 4. Um corpo é arrastado 20m ao longo de um plano horizontal rugoso pela força F de intensidade igual a 40N. O atrito provoca uma força Fa = 5N, no sentido contrário ao deslocamento. Determine o trabalho realizado por F e Fa. Fa F 5. Um corpo com massa de 3kg está em repouso na posição A. Aplica-se ao corpo uma força horizontal de 30N, que desloca o corpo até B. Determine: a) a aceleração do corpo; b) o trabalho realizado sobre o corpo pela força 30N no deslocamento de A até B; . 30N F 20m B A A TRABALHO DA FORÇA PESO Consideremos um corpo de massa m que se desloca de um ponto A para um ponto B, segundo uma trajetória qualquer. h P trajetória d C . B nível de referência 22 O desnível entre A e B é igual a h. P = peso do corpo D = deslocamento entre A e B Então, o trabalho realizado pela força peso é dado por: A,B =P.d se P = m.g d = h A,B =m.g.h Exemplos: 1. Um homem levanta uma caixa de 8kg a uma altura de 2m em relação ao solo, com velocidade constante. Sabendo que g = 10m/s², determine o módulo do trabalho realizado pela força peso. Resolução: = m. g.h m = 8kg g = 10m/s² h = 2m = 8 .10 . 2 = 160 J Exercícios: 6. Um menino abandona uma pedra de 0,4kg do alto de uma torre de 25m de altura. Dado g = 10m/s², calcule o trabalho realizado pela força peso até a pedra atingir o solo. 7. Uma pessoa arrasta um saco de areia de 10kg a uma distância de 8m sobre o solo empregando uma força horizontal de 90N. A seguir, ergue o saco a uma altura de 1,5 m para colocá-lo sobre um muro. Dado g = 10 m/s², calcule o trabalho total realizado pela pessoa. 2. POTÊNCIA Para se medir a rapidez com que um determinado trabalho é realizado, define-se uma grandeza denominada potência. Define-se como potência média o quociente do trabalho realizado e o tempo gasto em realizá-lo. ‘ Pm = t No SI, a unidade de potência é o Watt (W), que corresponde ao trabalho de 1 joule realizado em 1 segundo. 1w= 1J 1s Outra unidade potência bastante usada é o quilowatt (Kw). Exemplos: 1 Kw = 1000w 23 1. Calcule a potência média desenvolvida por uma pessoa que eleva a 20 m de altura, com velocidade constante, um corpo de massa 5 kg em 10 s. Dado = 10 m/s². Resolução: Pm = t Pm = m.g.h t Pm = 5.10.20 10 Pm = 100 w Exercícios: 8. A potência de uma máquina é de 300 J/s. O que significa esse número? 9. A potência necessária para um operário levantar uma lata de cimento do 2º para o 5º andar de um prédio depende da velocidade com que ela é transportada? 10.Um homem de massa igual a 80 kg sobe um morro cuja elevação é de 20 m, em 10 s. Qual é a potência média que ele desenvolve? Adote g = 10 m/s². 3. ENERGIA A energia é um dos conceitos mais importantes da Física. Apesar de ser difícil definir em poucas palavras, costuma-se usar muito esse termo no dia a dia. Exemplos: Os alimentos fornecem energia... O Brasil é rico em energia hidráulica... É preciso energia para levantar um determinado peso... A energia produzida por uma explosão, quebrou vidros... Na física, costuma-se dizer "a energia é a capacidade de produzir trabalho". Esta é, sem dúvida, uma forma de começar a estudar energia. Como a energia pode ser relacionada com o trabalho, ela é também uma grandeza escalar. Assim, a energia é medida com as mesmas unidades com que se mede o trabalho, isto é: Joule(J), no SI erg (erg), no CGS quilogrâmetro (kgm), no Sistema Técnico Há várias formas de energia: energia térmica, química, mecânica, elétrica, sonora, etc. A energia mecânica pode ser apresentada sob duas formas: a) energia cinética ou de movimento, b) energia potencial ou de posição. 3.1. ENERGIA CINÉTICA Qualquer corpo em movimento tem capacidade de realizar trabalho, ou seja, um corpo em movimento possui energia. Esta energia é chamada de energia cinética. m V2 Ec 2 Ec : energia cinética m: massa V: velocidade 24 Exemplo: Um automóvel em movimento que colide com um outro parado, realiza um trabalho de amassar ou deslocar o carro que estava parado. 3.2. ENERGIA POTENCIAL Se um corpo de massa m encontra-se a uma altura h acima de um nível de referência, este corpo possui uma energia potencial, relativa a esse nível, expressa por: Ep = m.g.h Onde Ep é a energia potencial, m é a massa, g é a aceleração da gravidade e h é a altura. A energia potencial está relacionada com o peso do corpo e com a posição que ele ocupa. Quanto maior for a altura em que ele se encontra, maior será sua Ep. Exemplo: Um corpo de massa 20 kg é suspenso por um operador até a altura de 2,50 m, medida em relação ao solo, num local onde g = 10 m/s². Determine a energia potencial gravitacional do corpo em relação ao solo. Ep = 500 J Resolução: Ep = m . g . h Ep = 20. 10. 2,50 Exercícios: 11.Um ponto material de massa 40 kg tem energia potencial gravitacional de 800 J em relação ao solo. Dado g = 10 m/s², calcule a que altura se encontra do solo. 3.2. ENERGIA MECÂNICA Denomina-se energia mecânica total de um corpo a soma das energias cinética e potencial, isto é: Em = E c + E p Exemplo: Um corpo de 6 kg e abandonado de uma altura de 120 m em relação ao solo. Admitindo g = 10 m/s², determine, após 2 s de queda, desprezando a resistência do ar: a) a energia mecânica do corpo; b) a energia cinética do corpo; O SOL E AS TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA Mesmo o Sol, nossa maior fonte de energia, não a “produz”. Em seu núcleo ocorre uma reação chamada fusão nuclear, responsável pela transformação de sua massa em energia. Na fusão nuclear, vários núcleos atômicos pequenos de um determinado elemento químico unem-se para formar núcleos maiores de outro elemento. No caso do Sol, são os núcleos de hidrogênio (que constituem cerca de 82% de seu volume) que se fundem para formar núcleos de hélio. A massa do núcleo de hélio resultante dessa reação é menor do que a soma dos 25 núcleos de hidrogênio que o formaram. É essa diferença de massa que se converte numa imensa quantidade de energia, na forma de radiação eletromagnética. Os cientistas calculam que, nessa reação, também chamada de termonuclear, o Sol transforma em energia 4 milhões de toneladas de matéria por segundo! Já faz mais ou menos 4,5 bilhões de anos que o Sol existe e transforma a energia potencial química dessa maneira, liberando energia. Por isso, estima-se que, daqui a 6 ou 7 bilhões de anos, ele vai se apagar, como uma pilha que se desgasta pelo uso. ENERGIA E CORPO HUMANO Quando você anda, corre, digita as teclas de um computador ou simplesmente lê, está transferindo energia para outros corpos. Mas não precisa ficar preocupado e pode ler à vontade. Repor essa energia é fácil, fácil. Basta comer. Mas como é que “extraímos” energia dos alimentos? Esse é um processo que ocorre dentro de cada célula do nosso corpo, por meio de uma reação química que transforma a glicose (um tipo de açúcar) extraída dos alimentos – nosso principal combustível – em energia. Podemos esquematizá-la da seguinte maneira: glicose + oxigênio gás carbônico + água + energia Só que essa energia liberada pela glicose dentro das células não é gasta diretamente pelo organismo. Ela é armazenada em forma de molécula de uma substância denominada trifosfato de adenosina (ATP), que pode ser “quebrada” posteriormente para liberar a energia necessária às atividades. Essa “quebra” é, basicamente, uma reação química que retira um fosfato do ATP e libera energia. Os produtos dessa reação são, portanto, um fosfato (P) e uma molécula chamada ADP (difosfato de adenosina). A reação pode ser esquematizada assim: Muito consumidas em festas e danceterias, as chamadas “bebidas energéticas” recebem esse nome simplesmente porque contêm cafeína. Na verdade, o certo seria denominá-las bebidas “estimulantes”. A cafeína, que é o principal componente dessas bebidas, estimula a liberação de adrenalina, que ajuda a pessoa a ficar acordada, mas não abastece o organismo de glicose. Energético de verdade seria um bom tablete de chocolate, rico em glicose. 4. IMPULSO Quando uma pessoa dá uma tacada numa bola de bilhar, tem-se a ação de uma força entre taco e bola, num pequeno intervalo de tempo, que faz com que a bola seja impulsionada. Assim, o impulso, que é o resultado de uma força atuando durante um certo tempo pode ser definido pela expressão: I = F t Onde I é impulso, F é força e t é intervalo de tempo. O impulso é grandeza vetorial e tem direção e sentido igual aos da força F. Unidade de impulso: no SI é N . s no CGS é dyn . s 26 No gráfico F x t , a área assinalada é numericamente igual ao impulso da força F durante o intervalo de tempo to e t1. F A t0 t1 Exercício: 12. Calcule o Impulso aplicado poela força F, de direção constante, cuja intensidade varia como o diagrama ao lado , entre os instantes o e 5 segundos. F(N) t 20 (s) 5 t (s) 5. QUANTIDADE DE MOVIMENTO Uma grandeza física que está relacionada com o movimento de um corpo de massa m dotado de velocidade v é a quantidade de movimento que pode ser definida pela expressão: Q = m v A quantidade de movimento, sendo uma grandeza vetorial, possui: intensidade: Q = mv direção: a mesma de v sentido: o mesmo de v Unidade de Q : no SI é kg . m/s no CGS é g . cm/s Relação entre I e Q (entre impulso e quantidade de movimento): Seja F = ma , como a = v v ; então F = m ; F t = m v t t Como v = v - v o , tem-se F t = m ( v - v o) Logo, o impulso recebido pelo corpo é igual à variação de sua quantidade de movimento. I = t Q FÍSICA TÉRMICA UNIDADE 4 Nosso planeta é uma grande máquina térmica. Por meio da energia recebida do Sol, a água se eleva na atmosfera; a seguir, retorna e põe em curso, com outros fatores aliados, a manutenção da vida. Embora pareça muito antiga, a idéia de temperatura e de energia térmica nos moldes em que a conhecemos hoje é uma concepção recente. O calor era 27 concebido como uma substância estranha, sem massa ou volume perceptíveis, que habitava o interior dos corpos e, muitas vezes, era confundido com temperatura. Neste módulo, veremos que o calor é uma modalidade de energia que se transmite de um corpo a outro em escala submicroscópica. Também veremos como mensurar essa quantidade, associando-a às mudanças de temperatura e fase, além dos efeitos da dilatação térmica. 1. TERMOMETRIA Termometria é parte da Física que tem por objetivo o estudo e a medição da temperatura. 1.1. Temperatura O estado térmico de um corpo que chamamos de temperatura é determinado pelo grau de agitação de suas partículas (átomos, moléculas ou íons). A temperatura é uma medida da energia cinética média dessas partículas que compõem o corpo. Será mais quente aquele que apresentar um valor médio maior para esse grau de agitação. Temperatura é uma grandeza física que mede o grau de agitação das partículas de um corpo. Os aparelhos que permitem medir a temperatura de um corpo são chamados de termômetros. 1.2. Equilíbrio Térmico Dois corpos estão em equilíbrio térmico quando estiverem à mesma temperatura. Experimentalmente, verifica-se que colocando em contato dois ou mais corpos em temperaturas diferentes, após certo intervalo de tempo eles atingem a mesma temperatura, e dizemos que entraram em equilíbrio térmico. Atividade 1. Um estudante dispõe de dois recipientes, um com café, o outro com leite. O primeiro está preenchido em um terço de seu volume total; o segundo está preenchido até a metade. Usando um termômetro, esse estudante verifica que os dois líquidos estão a uma mesma temperatura. Em seguida, ele mistura os dois conteúdos em um terceiro recipiente, o qual está termicamente isolado. Analise a afirmação correta. (a) O estudante deve ter se enganado nas medidas, pois, como os volumes são diferentes, os líquidos não podem estar em uma mesma temperatura. (b) Antes que o estudante efetuasse a mistura, o café e o leite já estavam em equilíbrio térmico. (c) A mistura deve apresentar uma temperatura menor do que qualquer dos componentes individualmente, pois tem volume maior. (d) A mistura deve apresentar uma temperatura maior do que qualquer um dos componentes, pois corresponde a uma maior quantidade de energia. 28 1.3. Medida da Temperatura Como a temperatura está ligada às partículas de um corpo, ela é medida de forma indireta, através de certas grandezas (comprimento, volume e pressão) que variam com ela. Tais grandezas são denominadas grandezas termométricas. Exemplos: a) comprimento de uma barra de metal; b) o volume de um líquido; c) capilar d) a pressão de um gás a volume constante; e) a cor de um corpo. O aparelho que mede a temperatura é chamado termômetro e o mais utilizado na prática é o termômetro de mercúrio, no qual a grandeza termométrica é a altura (comprimento) da coluna de mercúrio. 1.4. Escalas Termométricas Uma escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos, onde cada um desses valores está associado a uma temperatura. Para graduar as escalas são escolhidos, para pontos fixos, dois fenômenos que se repetem sempre nas mesmas condições; ex.: a fusão do gelo e a ebulição da água (sob pressão normal). 1º ponto fixo: fusão do gelo – PONTO DE GELO 2º ponto fixo: ebulição da água – PONTO DE VAPOR As escalas relacionadas aqui são: Celsius, Fahrenheit e Kelvin. A escala Kelvin é chamada de ESCALA ABSOLUTA. Significa que no zero desta escala não existe movimento molecular. Essa temperatura corresponde aproximadamente a - 273ºC. 29 Observação: Frio não existe! Pelo menos como grandeza física. Um corpo esfria quando cede calor. Se um corpo pudesse receber frio não existiria um limite inferior para a temperatura. X - PG PV - PG Relação entre as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin: C F - 32 K - 273 5 9 5 Exemplos: 1. Transforme 50ºF em graus Celsius. C F - 32 C 50 - 32 5 9 5 9 C 10 o C 2. Um recipiente contém água a 30ºC. Determine essa temperatura na escala Fahrenheit. C F - 32 30 F - 32 54 32 F F 86 o F 5 9 5 9 Exercícios: 1. A temperatura normal do corpo humano é de 36º C. Qual é essa temperatura expressa nas escalas Fahrenheit e Kelvin? 2. Numa das regiões mais frias do mundo o termômetro indica -76º F. Qual será o valor dessa temperatura na escala Celsius? 3. O sêmen bovino para inseminação artificial é conservado em nitrogênio líquido que, à pressão normal tem temperatura de 78 K. Calcule essa temperatura em graus Celsius e em graus Fahrenheit. 1.5. Construção das Equações Termométricas: Conhecendo dois pontos fixos de duas escalas, é possível estabelecer a equação termométrica que as relaciona, através de proporções matemáticas. Exercícios: 4. Uma escala R é criada atribuindo-se de 0º R ao ponto de fusão do gelo e 80º R ao ponto de ebulição na água. Determine o valor correspondente a 12º C na escala R. 5. (U.F. Viçosa-MG) – Uma mesa de madeira e uma de metal são colocadas em uma mesma sala fechada, com temperatura constante. Depois de alguns dias, um estudante entra na sala e coloca uma das mãos na mesa de madeira e a outra na de metal. O estudante afirma, então, que a mesa de metal está mais fria do que a mesa de madeira, isto é, que a de metal está a uma temperatura menor do que a de madeira. Em relação a essa afirmação, pode-se dizer: a. O estudante está correto. A condutividade térmica do metal é menor do que a da madeira e, portanto, nesse caso, o metal sempre estará a uma temperatura menor do que a madeira. 30 b. c. d. O estudante está correto. A condutividade térmica do metal é maior do que a da madeira e, portanto, nesse caso, o metal sempre estará a uma temperatura menor do que a madeira. O estudante está errado. As duas mesas estão à mesma temperatura, mas a mesa de metal parece mais fria do que a de madeira, devido ao fato de a condutividade térmica do metal ser maior do que a da madeira. O estudante está errado. A mesa de madeira sempre estará mais fria do que a de metal, mas isso só poderá ser verificado com o uso de um termômetro preciso. 2. DILATAÇÃO TÉRMICA DOS SÓLIDOS O efeito mais comum que o aumento ou a diminuição da temperatura acarreta num corpo é a variação das dimensões desse corpo. A essa variação das dimensões do corpo dá-se o nome de dilatação térmica. Analisaremos o efeito da variação da temperatura nas dimensões de um corpo, bem como a relação entre ambos. As substâncias, de um modo geral ao serem aquecidas se dilatam e ao serem resfriadas se contraem (existem exceções). Embora o aumento de todas as dimensões do corpo ocorra simultaneamente, costumase dividir o estudo da dilatação térmica em três partes: a) dilatação linear: aumento de comprimento, (uma dimensão); b) dilatação superficial: aumento de área, (duas dimensões); c) dilatação volumétrica: aumento de volume, (três dimensões). Os corpos sólidos admitem os três tipos de dilatação, mas os líquidos e gases, por não terem forma própria, só admitem a dilatação volumétrica. 2.1. Dilatação Linear A figura abaixo mostra uma barra inicialmente a temperatura to. Nesta temperatura o seu comprimento é Lo e ao ser aquecida à temperatura t (t > to) seu comprimento passa a ser igual a L. A dilatação que a barra sofre é representada por L. A relação entre o comprimento e temperatura é: Lo é comprimento inicial L = Lo t onde: L é comprimento final L é variação do comprimento (dilatação) t é variação da temperatura ( t – t) to é temperatura inicial t é temperatura final é o coeficiente de dilatação linear 31 Observação: O coeficiente de dilatação linear é característica de cada substância. Por exemplo, o coeficiente de dilatação linear do alumínio é 24. 10 -6 / oC e significa que o comprimento inicial, medido em cm, de uma barra de alumínio aumenta ou diminui 0,000024 cm para cada 1cm de comprimento da barra e para cada 1º C que venha aumentar ou diminuir sua temperatura. Tabela dos coeficientes de dilatação linear de algumas substâncias Coeficiente de Substância Substância Coeficiente de dilatação linear () dilatação linear () Alumínio Cobre 24 x 10-6 oC-1 17 x 10-6 oC-1 Prata Tungstênio 19 x 10-6 oC-1 4,6 x 10-6 oC-1 Zinco Aço Chumbo Latão Níquel Ouro 26 x 10-6 oC-1 12 x 10-6 oC-1 29 x 10-6 oC-1 18 x 10-6 oC-1 1,3 x 10-6 oC-1 14 x 10-6 oC-1 Vidro comum Mercúrio Vidro Pirex Invar (liga de ferro e níquel) Gelo Platina 7,0 x 10-6 oC-1 41 x 10-6 oC-1 3,2 x 10-6 oC-1 0,7 x 10-6 oC-1 51 x 10-6 oC-1 9 x 10-6 oC-1 Exemplos: 1. O comprimento de um fio de alumínio é de 40 m a 20º C. Sabendo que o fio é aquecido até 60º C e que o coeficiente de dilatação térmica linear do alumínio é de 24 x 10 -6 oC-1, determine: a) a dilatação do fio. b) o comprimento final do fio. Resolução: Lo Dados : t o t a) L = Lo L b) L = Lo + L Exercícios: 6. 40 m 20 o C t 60 - 20 40 o C 60 o C 24 x 10 -6 o C 1 L = 40 . 24 x 10-6 . 40 L = 0,0384 m L = 40 + 0,0384 L = 40,0384 m Responda: a) Normalmente, uma substância no estado sólido ao ser aquecida .......................................... (contrai-se; dilata-se; permanece inalterada) b) Por que os trilhos das estradas de ferro são colocados com uma pequena folga um do outro? ............................................................................................... 7. Qual será a variação do comprimento que sofre um fio de chumbo de 100 m quando passa da temperatura de 10ºC para 60ºC? 8. Calcular o comprimento de uma barra a 10ºC, sabendo-se que seu comprimento a 0ºC vale 50 cm. O coeficiente de dilatação linear do material vale 2 . 10-6 / oC. 32 2.2. Dilatação Superficial Dilatação superficial é aquela em que predomina a variação em duas dimensões, ou seja, a variação da área (comprimento x largura). Consideremos uma placa de área inicial So a temperatura inicial to. Aumentando a temperatura da placa para t, sua área passa para S, sofrendo uma dilatação S. Onde: So = área inicial S = área final t = variação da temperatura (t – to) = coeficiente de dilatação superficial Verifica-se experimentalmente que S é proporcional a So e t. Logo: S = So t Exemplos: 1. Uma placa de ferro apresenta, a 10ºC, uma área de 100 cm 2. Calcule a variação de superfície e a área da placa a 90ºC. Dado: Fe = 1,2 . 10-5 oC-1. Resolução: to t Dados : S o S β S = So t 10 o C t 80 o C 90 o C 100 cm 2 ? 2,4 . 10 -5 o C 1. 100. 2,4 . 10-5 . 80 S = 0,192 cm2 S = So + S S = 100 + 0,192 S = 100,192 cm2. Exercícios: 9. Uma chapa de alumínio tem área de 2 m2 a 10 °C. Calcule a variação de sua área entre 10ºC e 110 ºC. 2.3. Dilatação Volumétrica Dilatação volumétrica é aquela em que se considera a variação das três dimensões de um corpo: comprimento, largura e a altura. Seja um corpo de volume Vo à temperatura to. Ao variar a temperatura do mesmo para t, seu volume passa a ser V, sofrendo uma dilatação V, sendo t > to e onde: Vo = é o volume inicial V = é o volume final V = é a variação do volume (V – Vo) to = temperatura inicial t = temperatura final = é o coeficiente de dilatação volumétrica 33 A relação entre V e t é: V = Vo t Relação entre os coeficientes de dilatação: β 1 2 3 Exemplo: 1. Uma esfera de aço a 0o C apresenta o volume de 100 cm 3. Que volume passará a ocupar, quando a temperatura subir para 500o C? Resolução: V o 100 cm 3 t 0o C o o t 500 C Dados : t t - t 500 o C - 0 o C 500 o C 12 . 10 -6 / o C 3 3 . 12 . 10 -6 / o C 36 . 10 -6 / o C V ? V = Vo t V = 100 . 36 . 10-6 . 500 V = 1,8 cm3 V = Vo + V V = 100 + 1,8 V = 101,8 cm3 Aplicações: 1. Uma aplicação interessante da dilatação superficial é o fato que ocorre com a dilatação de uma chapa na qual exista um orifício. A dilatação, no caso, acontece como se o orifício não existisse. Dessa forma, ao aquecer a chapa podemos prever as novas dimensões do orifício considerando as dimensões do mesmo e o material da chapa. 2. Quando colocamos água fervente em um copo frio e de fundo grosso, normalmente o copo racha. Como o vidro é mau condutor de calor, quando coloca-se água quente, a parede interna do copo se dilata e sua parede externa continua fria, sem se dilatar. Esta situação cria tensões térmicas que fazem com que o copo rache. 3. Ao rebitar peças que não podem ser soldadas, aquece-se a peça que deve possuir um orifício menor que o rebite (pino) até que ele possa entrar no orifício. Dessa forma, quando a temperatura voltar ao normal, ele ficará rigidamente preso ao orifício. 3. DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS Os líquidos não possuem forma própria. A forma é a do recipiente que ele ocupa. Quando estudamos a dilatação dos líquidos devemos considerar: os líquidos só possuem dilatação volumétrica; o recipiente onde o líquido se encontra também sofre dilatação volumétrica. 34 Levando em consideração os itens acima, para um líquido, ocorrem dois tipos de dilatação: Dilatação aparente: é a dilatação que se observa no líquido diretamente. Dilatação real (ou absoluta): é a dilatação que ocorre realmente no líquido, levando em consideração a dilatação do recipiente. Considere um recipiente totalmente cheio de um líquido à to. Aumentando a temperatura do conjunto (recipiente + líquido) até uma temperatura t, nota-se um extravasamento do líquido, pois este se dilata mais que o recipiente. Dilatação aparente do líquido = ao volume extravasado. Dilatação real do líquido = soma da dilatação aparente do líquido e da dilatação volumétrica sofrida pelo recipiente. VR = Vap + Vrec Onde: VR = dilatação real do líquido Vap = dilatação aparente do líquido VR = Vo R t Vap = Vo ap t R = ap + rec Vrec = dilatação do recipiente Vrec = Vo rec t R = coeficiente de dilatação real do líquido, corresponde à dilatação que ocorre de fato na unidade de volume desse líquido, quando sua temperatura varia 1 oC. ap = coeficiente de dilatação aparente do líquido, corresponde à dilatação observada (visível) que ocorre no líquido para cada variação na sua temperatura (depende do recipiente). rec = coeficiente de dilatação volumétrica do recipiente, corresponde a dilatação que ocorre na unidade de volume do recipiente, quando sua temperatura varia 1 o C (característica do material). Exercício: 10. Considere um líquido preenchendo totalmente um recipiente aberto. Sabendo-se que o coeficiente de dilatação real do líquido é igual ao coeficiente de dilatação do frasco. O que se observa se observa ao aquecermos o conjunto. a) O líquido derramara b) O nível do líquido permanecerá constante . c) O nível do líquido diminuirá . d) Nda. Dilatação anômala da água Geralmente quando aquecemos um líquido, seu volume aumenta. A água é uma exceção. Entre 0o C e 4o C, quando aquecida, a água diminui de volume. A partir de 4 o C seu volume aumenta com o aumento da temperatura. O gráfico a seguir ilustra o fenômeno. 35 Observação: Em regiões onde ocorre queda de temperatura a ponto de congelar a superfície de rios, lagos e mares, a água abaixo da superfície permanece líquida e sua temperatura permanece constante pois o gelo na superfície funciona como isolante térmico. Termodinâmica 4. COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS GASES Para facilitar o estudo de alguns fenômenos observados no comportamento dos gases, foi criado um modelo de gás perfeito. As características do modelo de gás perfeito são chamadas de hipóteses da Teoria Cinética dos Gases. Estas hipóteses são as seguintes: 1ª) As moléculas de um gás encontram-se separadas e em constante movimento desordenado, em todas as direções e sentidos, por isso ocupam sempre o volume total do recipiente que o contém. 2ª) Estando as moléculas de um gás em constante movimento, ocorrem sucessivos choques entre elas e contra as paredes internas do recipiente que contém o gás. Dos choques contínuos contra as paredes internas resulta a pressão do gás. 3ª) As colisões das moléculas entre si e contra as paredes do recipiente que as contém são perfeitamente elásticas e de duração desprezível; assim há conservação da energia cinética das moléculas do gás; 4ª) As moléculas têm dimensões desprezíveis em comparação com o espaço vazio entre elas. Gases reais a baixas temperaturas e rarefeitos, têm comportamento bem próximo do comportamento do gás perfeito (ideal). Com o aumento da temperatura, a velocidade média das partículas do gás aumenta; a pressão aumenta se o recipiente que contém o gás mantém o mesmo volume. Sejam P, V e T respectivamente, a pressão, o volume e a temperatura absoluta (em graus Kelvin), do gás. As variedades P, V e T especificam o estado de uma dada massa gasosa, por isso são denominadas variáveis de estado. A mudança de em uma dessas variáveis acarreta necessariamente, uma variação em pelo menos uma das outras variáveis. Quando isso acontece dizemos que o gás sofreu uma transformação. 4.1. Transformação dos Gases Uma dada massa gasosa sofre uma transformação quando passa a um novo estado, isso é, quando ocorrem variações nas grandezas P, V e T. P1 V1 T 1 Transformação gasosa estado inicial 4.2. Equação Geral dos Gases Perfeitos P2 V2 T 2 estado final 36 Quando um gás passa de um estado inicial para um estado final , modificando todas as variáveis, dizemos que sofre uma transformação geral que obedece a equação geral dos gases. P1 V1 P V 2 2 T1 T2 P1 Onde : V1 T 1 é pressão inicial P2 é pressão final é volume inicial V2 é volume final é temperatur a inicial T2 é temperatur a final Observação: P V é uma constante nos gases perfeitos; T f) quando nos referimos a uma dada massa gasosa, significa que a massa do e) a relação gás é constante no estado inicial e final; g) ao nos referirmos a condições normais de temperatura e pressão abreviada por CNTP a temperatura é 273 K (0o C) e a pressão é 1 atm. Casos Particulares: 1) Transformação isotérmica (temperatura constante) Transformação isotérmica é a transformação onde variam somente pressão e volume permanecendo constante a temperatura. Neste caso: P1 V1 P V 2 2 T1 T1 P1 V1 = P 2 V2 O gráfico P x V é chamado de isoterma (diagrama de Clapeyron). Todos os pontos tem a mesma temperatura. Quanto mais afastada estiver a curva escolhida da origem dos eixos cartesianos, maior é a temperatura do conjunto de estados (de diferentes pressões e volumes) que ela compreende. Essas curvas são chamadas de isotermas de um gás. Lei de Boyle-Mariotte “Em uma transformação isotérmica, a pressão de uma dada massa de gás é inversamente proporcional ao volume ocupado pelo gás.” 2) Transformação isobárica (pressão constante) Transformação isobárica é aquela na qual a pressão do gás é mantida constante variando o volume e a temperatura. 37 V1 V 2 T1 T2 P1 V1 P V 1 2 T1 T2 Lei de Gay-Lussac “Em uma transformação isobárica, o volume ocupado por uma dada massa gasosa é diretamente proporcional à temperatura.” 3) Transformação isométrica, isocórica ou isovolumétrica (volume constante) Transformação isométrica é aquela na qual o volume do gás permanece constante, variando a temperatura e a pressão. P1 P 2 T1 T2 P1 V1 P V 2 1 T1 T2 Lei de Charles “A volume constante, a pressão de uma determinada massa de gás é diretamente proporcional à sua temperatura absoluta.” Exemplos: 1. Um gás perfeito que ocupa um volume de 5 m 3 à temperatura de 500 K e pressão de 10 . 105 Pa, sofre uma transformação mantendo a mesma massa e ocupando volume de 15 m3 à pressão de 2 . 10 5 Pa. Determine a nova temperatura. P1 = 10 . 105 Pa P1 . V1 P2 . V2 10 . 10 5 . 5 2 . 10 5 . 15 T1 T2 500 T2 V1 = 5 m 3 T1 = 500 K 50 30 1500 50 T2 1500 T2 300 K 500 T2 50 P2 = 2 . 105 Pa V2 = 15 m3 T2 = ? 2. Determinada massa de gás num estado inicial A sofre a transformação ABC indicada no diagrama. Determine TB e VC. 3. Cálculo de TB: De A B: transformação isobárica. Estado A (inicial) Estado B (final) pA = 6 atm pB = 6 atm VA = 2 l VB = 4 l TA = 200 K TB = ? P(atm) 6 C 3 200 K 2 Como a pressão é constante, temos: VA V 2 4 B TB = 400 K TA TB 200 TB B A 4 Vc V(l) 38 Cálculo de VC: De B C: transformação isotérmica. Estado B (inicial) pB = 6 atm VB = 4 l TB = 400 K Como a temperatura manteve-se constante, temos: p B . V B = p C . VC 6 . 4 = 3 . V C Estado C (final) pC = 3 atm VC = ? TC = TB = 400 K VC = 8 l Exercícios: 11. Um gás perfeito sofre uma transformação 1 2 como ilustra o diagrama ao lado. Determine o volume do gás no estado 2. 12. A transformação de um gás perfeito é ilustrada no diagrama ao lado. Determine: a) a temperatura da isoterma T2. b) a pressão na transformação isobárica 1 2. 1. CALORIMETRIA Unidade 5 OBJETIVOS: A Física estuda os fenômenos naturais relacionados com a mecânica, termologia, acústica, óptica, eletricidade . O objetivo da Física é compreender as leis fundamentais da Natureza. Ela pretende explicar os mecanismos segundo os quais os vários intervenientes nos processos físicos interagem entre si. Ao término deste módulo o aluno deverá estar apto a responder questões sobre o assunto estudado, apresentando o desempenho solicitado nos objetivos que se seguem: 1) 2) 3) 4) 5) 6) Concluir sobre temperatura e equilíbrio térmico. Identificar escalas termométricas: Celsius, Fahrenheit, Kelvin. Transformar temperaturas em diferentes escalas termométricas. Concluir sobre coeficiente de dilatação: linear, superficial e volumétrica. Aplicar dilatação térmica: linear, superficial e volumétrica. Aplicar dilatação térmica: linear, superficial e volumétrica nos sólidos. 39 7) Concluir sobre variáveis de estado de um gás. 8) Identificar sobre transformações de um gás: geral, isotérmica, isobárica, isométrica. 9) Aplicar as leis da transformação dos gases. 10) Interpretar e ou aplicar quantidade de calor, capacidade calorífica e calor específico. 11) Aplicar o primeiro princípio da calorimetria. 12) Identificar mudanças de estado da matéria, relacionados com absorção ou liberação de calor. 13) Calcular a quantidade de calor em mudanças de estado que envolvem calor sensível e calor latente. 14) Identificar os diferentes modos de propagação do calor. 1.1. Calor Equilíbrio Térmico Quando colocamos em contato dois ou mais corpos que se encontram em diferentes temperaturas, observamos que, após um certo intervalo de tempo, todos atingem uma temperatura intermediária entre as temperaturas iniciais. Durante esse processo a quantidade de energia térmica que é transferida de um corpo para outro chamamos de calor. Os corpos em geral contêm energia térmica – agitação em suas partículas microscópicas – mas não contêm calor. Calor é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de temperatura. Propagação do calor A lei geral a respeito da transmissão de calor afirma que: O calor se propaga sempre no sentido da maior temperatura para a menor temperatura. Unidades de quantidade de calor. As unidades de quantidade de calor são: SI Joule ( J ) Entretanto é usual o emprego de uma unidade específica, chamada caloria. Caloria (cal) é a quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de água de 14,5 °C a 15,5 °C, sob pressão atmosférica normal. 1 cal ≅ 4,186 J 1 Kcal = 1000 cal 1.2. Calor Sensível e Calor Latente: Ao colocar um fio de metal no fogo, logo verificamos que ele se aquece (aumenta de temperatura). Se fizermos o mesmo com uma barra de gelo, a 0 °C, verificamos que ela se derrete, isto é, transforma-se em água líquida a 0 ºC, mantendo constante sua temperatura. 40 Quando um corpo ao receber ou ceder calor varia sua temperatura, este calor é chamado de calor sensível. Se ao receber ou ceder calor um corpo muda de estado (mantendo constante a temperatura), o calor neste caso é chamado calor latente. a) calor sensível: provoca variação da temperatura; b) calor latente: provoca mudança de estado. 1.3. Capacidade Térmica de um Corpo Quando fornecemos uma certa quantidade de calor a um corpo, sua temperatura sofre variação. Essa mesma quantidade de calor fornecida ao outro corpo, pode provocar uma variação de temperatura diferente da primeira. Capacidade térmica ( C ) de um corpo é o quociente entre a quantidade de calor (Q ) fornecida a um corpo e a correspondente variação de temperatura sofrida por ele. Onde: C = Capacidade térmica Q = Quantidade de calor t = Variação da temperatura C = Q t A unidade de capacidade é cal/ºC. A capacidade térmica de um corpo representa a quantidade de calor necessária para que a temperatura do corpo varie de 1 °C. Exemplos: 1. Um pedaço de ferro sofre variação de 20 °C ao receber 50 cal. Qual o valor da capacidade térmica do pedaço de ferro? Q = 50 cal C= ? t = 20 ºC 50 Q C = C = C = 2,5 cal/ºC 20 t 2. Um bloco de zinco de capacidade térmica de 20 cal/°C recebe 100 cal. Calcule a variação de temperatura. C = 20 cal/ºC Q = 100 cal t = ? Q 100 100 C = 20 = t = t = 5 ºC t t 20 Exercício: 1. Ao receber 1200 cal, a temperatura de um corpo sofre uma variação de 100 ºC. Determine a capacidade térmica do corpo. 1.4. Calor Específico de uma Substância É a razão entre a capacidade térmica C de uma substância e a massa m desse corpo. c = C m c ou Q m Δt 41 Onde: c = calor específico C = capacidade térmica m = massa da substância t = variação de temperatura Observamos que o calor específico c é uma característica própria da substância que constitui o corpo, enquanto a capacidade térmica depende da massa do corpo. O calor específico de uma substância relaciona-se com a rapidez com que a substância se aquece ou se esfria. Quanto maior o calor específico, mais rapidamente a substância se aquece ou se resfria. TABELA DE CALORES ESPECÍFICOS substância mercúrio alumínio cobre chumbo prata ferro latão gelo/ vapor água ar calor específico (cal/gºC) 0,033 0,217 0,092 0,030 0,056 0,114 0,094 0,550 1,000 0,240 O calor específico de uma substância é igual à quantidade de calor que se deve fornecer ou retirar de um grama da substância para provocar nela variação de 1 °C. A unidade de calor específico é cal/g °C. Exemplo: O calor específico do alumínio é 0,217 cal/g °C, isso significa que 1 grama de alumínio, para variar 1 °C necessita de 0,217 cal. Observamos que a água possui um valor específico relativamente alto (1 cal/g °C), isto significa que o tempo necessário para que uma massa de água sofra uma variação de temperatura é maior do que as outras substâncias. Isso transforma os mares e rios em reguladores térmicos, impedindo que a temperatura da atmosfera sofra variações muito bruscas. 1.5. Equação Fundamental da Calorimetria A quantidade de calor Q recebida (ou cedida) por um corpo é diretamente proporcional ao seu calor específico, sua massa e sua variação de temperatura. Q = C t Ou Q = mc t 42 Q = quantidade de calor Onde: m = massa do corpo c = calor específico do corpo t = variação de temperatura sofrida C = capacidade térmica do corpo Observação: Quando um corpo recebe calor Q > 0 pois t > 0 ( t = t – t0 e t > t0) Quando um corpo cede calor Q < 0 pois t < 0 ( t = t – t0 e t0 > t ) caloria: massa em g; calor específico em cal/g oC; t = variação de temperatura em oC Exemplo: 1. Um bloco de ferro com massa de 600 g está a uma temperatura de 20 °C. O calor específico do ferro é igual a 0,114 cal/g ºC. a) Qual a quantidade de calor que o bloco deve receber para que sua temperatura passe de 20 °C a 50 °C? b) Qual a quantidade de calor que o bloco deve ceder para que sua temperatura varie de 20 °C a –5 °C ? m 600 g o a) Dados: t 0 20 C o t t - t 0 t 30 C o t 50 C o c 0,114 cal/g C Q = m.c. t b) Q = m.c. t Q = 600 . 0,114 . 30 Q = 2052 cal Q = 600 . 0,114 . ( –5 –20) Exercícios: (consultar tabela para os valores do calor específico) 2. O gráfico representa o aquecimento de 20g de uma substância. Determine: a) o calor específico da substância; b) a capacidade térmica da substância. Q = –1710 cal t (°C) 80 10 70 Q (cal) 3. Um bloco de cobre de 200g é aquecido de 10°C a 8°C. Determine: a) a quantidade de calor recebida pelo bloco; b) a capacidade térmica do bloco. 4. Quantas calorias perderá 2kg de água para que sua temperatura varie de 65°C para 25°C. 5. Calcule quantas cal são necessárias para elevar a temperatura de 50g de ferro em 30°C. 6. Um corpo de massa igual a 300g recebeu 3Kcal e a sua temperatura passou de 40°C para 90°C. Qual é o valor de seu calor específico? 7. Determine a temperatura final de 400g de ferro à temperatura de 20°C, após ter recebido 684cal. 43 8. Um bloco de chumbo de 500g que se encontra a 22°C recebe 200 calorias. Qual a temperatura final do bloco de chumbo? 1.6. Princípio da Igualdade das Trocas de Calor Quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados próximos um do outro ou, ou, em contato, eles trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Nota-se que a quantidade de calor que alguns corpos recebem é exatamente igual a quantidade de calor perdida por outros. ( QR = – QP) Se tivermos n corpos a equação fica: QR + QP = 0 Q1 + Q2 + Q3 + ... Qn = 0 Exemplos: 1. Uma xícara de massa de 50 g está a 34 °C. Colocam-se nela 250 g de água e 100 °C. Verifica-se que no equilíbrio térmico a temperatura é de 94 °C. Admitindo que haja troca de calor somente entre a xícara e a água, determine o calor específico do material de que a xícara é constituída. Dado: cágua = 1 cal/g °C. Resolução: Dados m c t t0 xícara 50 c 94 34 água 250 1 94 100 Qxícara + Qágua = 0 m.c.(t - t0) + m.c.(t - t0) = 0 50 . c . (94 – 34) + 250 . 1 . (94 – 100) = 0 50 . c . 60 + 250 . (–6) = 0 3000 c – 1500 = 0 1500 c = 3000 c = 0,5 cal/g °C Exercícios: 9. Um vaso de ferro contém 500g de água a 20°C. Imerge-se nessa água um bloco de ferro com 200g de massa e temperatura igual a 70°C. Desprezando o calor absorvido pelo vaso, calcule a temperatura do equilíbrio térmico. Dados: calor específico do ferro = 0,114 cal/g°C calor específico da água = 1 cal/g°C 10. Uma garrafa térmica contém 250g de água a 10°C.Colocando 100g de um metal a100ºC no interior da garrafa térmica, a temperatura de equilíbrio do sistema é de 20°C. Determine o calor específico do metal, considerando que não há perdas de calor na garrafa térmica. 11.Mistura-se 2 litros de água a 20°C com 3 litros de água a 40°C. Qual será a temperatura final da água? (1litro de água tem massa = 1Kg) 44 ESTADOS DE AGREGAÇÃO DA MATÉRIA Sólidos: São substâncias que apresentam forma e volume próprio. São formados por partículas ligadas entre si por grandes forças de atração (coesão). Ocupam posições fixas e vibram em torno destas posições formando o que chamamos de estruturas cristalinas. Líquidos: em condições ambientais são formados geralmente por moléculas, as quais movem-se com facilidade umas em relação as outras, permitindo que o líquido ocupe a forma do recipiente que o contém, não possuindo forma própria. Gases: são geralmente formados por moléculas (O2, H2, N2, ...). Estas moléculas movem-se quase que livres e desordenadamente, permitindo que as substâncias gasosas ocupem toda a extensão do recipiente. Não possuem nem forma nem volume próprio. 2.1. Mudança de Estado Uma substância pode passar de um estado para outro através do recebimento ou fornecimento de calor. Essas mudanças de estado são chamadas de: Fusão: é a passagem de uma substância do estado sólido para estado líquido. Vaporização: é a passagem de uma substância do estado líquido para o estado de vapor. Solidificação: é a passagem de uma substância no estado líquido para estado sólido (é o inverso da fusão). Condensação ou Liquefação: é a passagem de uma substância do estado gasoso para estado líquido (é o inverso da vaporização). Sublimação: é a passagem direta de uma substância do estado sólido para estado gasoso, ou do estado gasoso para o estado sólido. 1ª Lei: Sob pressão normal a mudança de estado de uma substância se processa à temperatura constante. 2ª Lei: Para uma dada pressão cada substância possui a sua temperatura para mudar de estado, chamadas temperaturas de fusão, solidificação, ebulição, vaporização e liquefação. Sublimação Vaporização Fusão Sólido Líquido Gasoso Condensação Solidificação Sublimação Fenômenos como fusão e vaporização acontecem sempre com absorção de calor pelas substâncias, enquanto a solidificação e a liquefação acontecem sempre com perda de calor pela substância. A sublimação quando for de sólido para gasoso ocorre com a absorção de calor e 45 quando for de gasoso para sólido ocorre com o desprendimento (perda) de calor. A fusão e a solidificação podem ser: Cristalina: quando aparecem as duas fases durante a mudança de estado e ocorre bruscamente – também chamada de nítida ou brusca. Ex.: fusão do gelo. Não cristalina: quando a substância vai amolecendo gradativamente (ou endurecendo) durante o processo, passando pelo estado pastoso. Ex.: parafina. 2.2. Leis das Mudanças de Estado da Matéria Ebulição é o nome que se dá à passagem de uma substância do estado líquido para o gasoso quando o fenômeno se processa de uma maneira tumultuosa em todo o líquido. Calefação é o nome se dá à passagem de uma substância do estado líquido para o gasoso em contato com outra substância cuja temperatura é superior a temperatura de ebulição do líquido. Exemplo: Quando se joga água sobre uma chapa aquecida à uma temperatura superior a 100 °C, forma-se bolinhas que saltitam e evaporam. 2.3. Calor Latente Calor latente é aquele recebido ou cedido por um corpo provocando unicamente uma mudança do estado físico do corpo, sem alterar sua temperatura. QL = m . L Onde: QL = quantidade de calor ganha ou perdida para mudar de estado cal L = calor latente cal / g Usaremos: Lf = calor latente de fusão Lv = calor latente de vaporização Ls = calor latente de solidificação Lc = calor latente de condensação Em nosso estudo, adotaremos: Calor latente de fusão do gelo ( a 0 ºC ): Lf = 80 cal/g Calor latente de solidificação da água ( a 0 ºC ): Ls = – 80 cal/g Calor latente de vaporização da água ( a 100 ºC ): Lv = 540 cal/g Calor latente de condensação do vapor ( a 100 ºC ): Lc = – 540 cal/g Curvas de Aquecimento e Resfriamento São gráficos que representam a variação de temperatura sofrida por um corpo em função da quantidade de calor trocada por ele. Exemplo: Seja um bloco de gelo inicialmente a -10 °C, que receba calor até que sua temperatura atinja 110 °C. 46 t (º C) 110 º vaporização o 100 º vapor líquido Fusão 0 -10 º Q1 Q2 Q3 Q4 Q(cal ) sólido Observações: Para uma mesma substância o calor latente de fusão é igual ao calor latente de solidificação, assim como o calor latente de vaporização é igual ao calor latente de condensação (liquefação). Para uma mesma substância e à mesma pressão as temperaturas de fusão e solidificação são iguais, assim como as temperaturas de ebulição e de condensação. Para a água temos: (à pressão normal) - Temperatura de fusão de solidificação = 0 ºC. - Temperatura de ebulição e liquefação = 100 ºC. - Calor latente de fusão e solidificação = 80 cal/g. - Calor latente de vaporização e liquefação = 540 cal/g. Exemplos: 1. Um bloco de gelo de massa 400 g está à temperatura de -30 °C, sob pressão normal. Dados: Lf = 80 cal/g; Lv = 540 cal/g; cgelo= 0,5 cal/g ºC e cágua = 1 cal/g ºC, determine a quantidade de calor necessária para transformar totalmente esse bloco de gelo em vapor a 100 ºC. Resolução: Cálculo das quantidades de calor: Q1 = m . c . t 400 . 0,5 . 30 = 6000 cal Q2 = m . Lf 400 . 80 = 32000 cal Q3 = m . c . t 400 . 1 . 100 = 40000 cal Q4 = m . Lv 400 . 540 = 216000 ca Cálculo da quantidade de calor total: Q = Q 1 + Q 2 + Q3 + Q 4 Q = 6000 + 32000 + 40000 + 216000 Q = 294000 cal ou 294 Kcal 2. Um corpo inicialmente sólido, de massa 80 g, recebe calor e sofre variação de temperatura conforme indica o gráfico. 47 t (º C) D 300 B 200 C 100 A Q(cal) 0 100 600 300 Determine: a) a temperatura de fusão da substância; b) o calor latente de fusão do corpo; c) o calor específico do corpo no estado sólido; d) o calor específico do corpo no estado líquido. t (º C) Resolução: D 300 tf = 200 B fusão C líquido sólido 100 A Q(cal) 0 Q1 = 100 cal 100 600 300 Q2 = 200 cal Q3= 300 cal a) Cálculo de tf: Efetuando a leitura do gráfico, temos tf = 200 ºC b) Cálculo de Lf: Durante a fusão o corpo absorveu calor: Q2 = 300 – 100 = 200 cal Q = m . Lf 200 = 80 Lf 80 Lf = 2,5 cal/g c) Cálculo do csólido: Em AB, temos: Q1 = m . csólido . t 100 = 80 . c . 100 csólido = 0,0125 cal/gºC d) Cálculo do clíquido: Em CD, temos: Q3 = m . clíquido . t 300 = 80 . c . 100 clíquido = 0,0375 cal/gºC Exercícios: 12.Um bloco de gelo com massa 8 kg está a uma temperatura de -20 °C, sob pressão normal. 48 Dados: cgelo = 0,5 cal/g ºC cágua = 1 cal/g ºC Lf = 80 cal/g Determine a quantidade de calor para transformar totalmente esse bloco de gelo em água à temperatura de 30 °C. 13.Qual a quantidade de calor necessária para transformar 50 g de água a 20 °C em vapor de água a 140 °C. 14.Calcule a quantidade de calor necessária para transformar 100 g de gelo a 0 °C em vapor de água a 100 °C. 15.Determine a quantidade de calor necessária para transformar 20 g de gelo a -20 °C, em vapor de água a 120 ºC. 16.Uma certa massa de gelo encontra-se a uma temperatura de -10 °C e é transformada em água a 50 °C. Sabendo que a quantidade de calor gasta nesta transformação foi de 27.000 cal, determine a massa do gelo transformada em água. 17. Dado o gráfico do comportamento de 10 g de uma substância inicialmente no estado t (º C) líquido, determine: a) o calor específico no estado líquido; b) o calor latente de vaporização; 200 c) o calor específico no estado de vapor. 100 Q(cal) 1000 6400 6900 3. TRANSMISSÃO DO CALOR Calor é a energia térmica em trânsito e a passagem do calor se dá espontâneamente, do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. A transmissão do calor ocorre através de três processos: Condução Convecção Irradiação 3.1. Condução É um processo de propagação de calor típico de corpos sólidos, em que as moléculas permanecem (em média) em seus devidos lugares porém vão passando a agitação de uma para outra. Exemplo: Quando colocamos um objeto de metal (colher) na água quente, apesar de apenas uma 49 parte ficar mergulhada na água, toda ela estará quente depois de algum tempo. Na região mais quente as partículas têm mais energia e vibram mais, essas por sua vez, transmitem energia às seguintes e assim sucessivamente. Para que haja condução do calor é necessário a existência de meio material. A condução não ocorre no vácuo. Os metais, por exemplo, são bons condutores e outras substâncias como a cortiça, o ar, a madeira, o gelo, a lã, o algodão, etc... são isolantes térmicos. 3.2. Convecção O fenômeno da convecção ocorre apenas em meios fluidos (líquido e gás), nunca no vácuo. Consiste na troca de posição do fluido. Exemplo: Quando aquecemos uma sala colocando um aquecedor no chão, o ar ao redor dele se aquece, ficando menos denso, com isso ele sobe e o ar de cima fica mais frio e desce. A este fenômeno chamamos de convecção. Aplicação das Práticas de Convecção 1. Devemos colocar o ar condicionado na parte superior de uma sala se a finalidade dele for resfriar o ambiente, pois o ar frio ao ser introduzido na sala desce por ser mais denso, provocando a circulação do ar. 2. Devemos colocar o ar condicionado na parte inferior (embaixo) de uma sala se a finalidade dele for aquecer o ambiente, pois o ar quente introduzido na sala sobe por ser menos denso, produzindo circulação do ar. 3. As correntes de convecção gasosa ocorrem, por exemplo, no interior da geladeira. O ar mais frio (próximo ao congelador), mais denso, desce, enquanto o ar mais quente (dos alimentos), menos denso, sobe. 4. As geladeiras de supermercado que conservam alimentos são abertas na parte superior. O ar frio das geladeiras, sendo mais denso, tende a permanecer embaixo, retirando o calor dos alimentos. E o ar quente sendo menos denso fica em cima, afastado dos alimentos. 5. Brisas marítimas e terrestres: Sendo o calor específico da areia menor que o calor específico da água, a areia se aquece e se resfria mais rapidamente que a água. Durante o dia, o ar próximo da areia fica mais quente e sobe dando lugar a uma corrente de ar da água para a terra, chamada de brisa marítima. Durante a noite, o ar próximo da água se resfria mais lentamente, com isso fica menos denso e sobe, surgindo uma corrente de ar da terra para o mar, chamada de brisa terrestre. 50 6. Para resfriar um barril de chope, coloca-se gelo sobre o barril, pois o gelo resfria o chope de cima que se torna mais denso e desce, e o chope menos denso de baixo sobe. 3.3. Irradiação A irradiação é um processo de propagação de calor que não precisa de matéria para ocorrer. O calor que recebemos do Sol chega até nós por esse processo, pois se sabe que entre o Sol e a Terra existe vácuo. Exemplo: Quando nos aproximamos de uma fogueira, sentimos o calor por ela irradiado; este calor não nos atinge por condução (o ar é mau condutor de calor) nem por convecção (o ar quente sobe e nós não estamos em cima da fogueira), mas por irradiação. Exercícios: 18. A transmissão do calor por condução só é possível: a) ( ) nos sólidos c) ( ) no vácuo b) ( ) nos líquidos d) ( ) nos meios materiais 19.A transmissão do calor por convecção só é possível: a) ( ) nos sólidos c) ( ) nos fluidos em geral b) ( ) nos líquidos d) ( ) nos gases 51 20.A irradiação é o único processo de transmissão de calor: a) ( ) nos sólidos c) ( ) nos fluidos em geral b) ( ) no vácuo d) ( ) nos gases 21.A função de um cobertor de lã usado nos dias frios é: a) ( ) fornecer calor ao corpo. b) ( ) impedir a entrada do frio. c) ( ) comunicar sua temperatura ao corpo. d) ( ) reduzir a transferência de calor do corpo para o exterior. 22.Tocando com a mão num objeto metálico à temperatura ambiente (20 °C), notamos que parece mais frio que um objeto de madeira à mesma temperatura. a) b) c) d) ( ( ( ( ) realmente a matéria é sempre mais quente à temperatura ambiente. ) os metais custam muito a entrar em equilíbrio térmico com o ambiente. ) os metais são sempre mais frios que a temperatura ambiente. ) o calor que a mão fornece se escoa rapidamente a todo metal, devido a sua grande condutibilidade térmica. 23.Uma lareira aquece uma sala: a) ( ) somente por irradiação. b) ( ) somente por convecção. c) ( ) por convecção e irradiação. d) ( ) somente por condução. 24.Numa geladeira, a fonte fria (evaporador, congelador) é sempre colocada na parte superior da mesma: a) ( ) por motivos estéticos. b) ( ) para que o ar frio desça e o ar quente) suba, por convecção natural. c) ( ) o congelador deveria ser colocado na parte inferior. d) ( ) o congelador deveria ser colocado na parte do meio para esfriar em baixo e em cima. 25.O calor transmitido pelo Sol se transmite até a Terra por: a) ( ) condução. d) ( ) convecção e irradiação. b) ( ) irradiação. e) ( ) convecção e condução. c) ( ) convecção. 26.Os iglus, embora feitos pelo gelo, possibilitam aos esquimós neles residirem porque: a) ( ) o calor específico do gelo é maior que o da água. b) ( ) o calor específico do gelo é extraordinariamente pequeno, comparado ao da água. c) ( ) a capacidade térmica do gelo é muito grande. d) ( ) o gelo não é um bom condutor de calor. e) ( ) a temperatura externa é igual à interna. 52 27.Um recipiente está cheio de água líquida. A condição necessária para que nessa água existam correntes de convecção é ter: a) ( ) temperatura de zero graus Celsius na parte superior. b) ( ) temperatura de quatro graus centígrados na parte inferior. c) ( ) fonte quente na parte superior. d) ( ) fonte fria na parte inferior. e) ( ) água com menor densidade na parte inferior. 28.Uma estufa para flores, construída em alvenaria, com cobertura de vidro, mantém a temperatura interior bem mais elevada do que a exterior: Das afirmações: I - O calor entra por condução e sai muito pouco por convecção. II - O calor entra por irradiação e sai muito pouco por convecção. III - O calor entra por radiação e sai muito pouco por condução. IV - O calor entra por condução e convecção e só pode sair por irradiação. As que podem justificar a elevada temperatura do interior da estufa são: a) ( ) I, III d) ( ) IV b) ( ) II, III e) ( ) II c) ( ) I, II 29.Selecione a alternativa que supre as omissões das afirmações seguintes: I - O calor do Sol chega até nós por ........ II - Uma moeda bem polida fica ......... quente do que uma moeda revestida de tinta negra, quando ambas são expostas ao sol. III - Numa barra metálica aquecida numa extremidade, a propagação do calor se dá para a outra extremidade por .............. a) ( ) radiação, menos, convecção. d) ( ) convecção, mais, condução. b) ( ) radiação, menos, condução. e) ( ) condução, mais, radiação. c) ( ) convecção, mais, radiação. ELETRODINÂMICA UNIDADE 6 OBJETIVOS: A Física estuda os fenômenos naturais relacionados com a mecânica, termologia, acústica, óptica, eletricidade . O objetivo da Física é compreender as leis fundamentais da Natureza. Ela pretende explicar os mecanismos segundo os quais os vários intervenientes nos processos físicos interagem entre si. Ao término deste módulo o aluno deverá estar apto a responder questões sobre o assunto estudado, apresentando o desempenho solicitado nos objetivos que se seguem 1) Descrever e ou exemplificar condutores e isolantes de eletricidade. 2) Concluir para processos de eletrização. 53 3) Aplicar a lei de Coulomb. 4) Aplicar a definição de campo elétrico e campo elétrico determinado por uma carga. 5) Concluir para condutor elétrico devido a um condutor esférico eletrizado. 6) Representar linha de força. 7) Concluir para potencial elétrico em condutor esférico eletrizado. 8) Aplicar a definição de corrente elétrica. 9) Identificar os efeitos produ8zidos pela corrente elétrica 10) Aplicar a lei de 1 ] lei Ohm. 11) Concluir para resistência elétrica de um fio elétrico. 12) Aplicar potência elétrica. 13) Determinar energia dissipada, (efeito térmico). 14) Determinar a resistência equivalente uma associação de resistores. 15) Identificar instrumentos medidores.de eletricidade. 1. PRIMEIROS CONCEITOS Há muitos séculos atrás, na cidade de Miletto, o filósofo grego Tales, descobriu que um pedaço de resina (o âmbar), depois de atritado podia atrair corpos leves. Como, em grego, o âmbar é chamado elétron, surgiu o termo “eletrizado” para todos os corpos que se comportavam como o âmbar depois de ser atritados. Daí também os termos eletricidade, elétrons, elétrico, etc. Benjamim Franklin foi o primeiro a formular uma teoria sobre a natureza da eletricidade. A partir de 1700, desenvolveu-se o estudo da eletricidade através dos trabalhos de Coulomb, Gauss, Volta, Ohm, Faraday, Oersted e outros. Na eletrostática estuda-se os efeitos produzidos por cargas elétricas sem repouso. 1.1. Carga elétrica A matéria é formada de pequenas partículas, os átomos. Cada átomo é constituído de partículas ainda menores, os prótons, os elétrons e os nêutrons. Os prótons e os nêutrons localizam-se no núcleo e os elétrons giram em torno do núcleo, numa região chamada de eletrosfera. Os prótons e os elétrons apresentam uma importante propriedade física, a carga elétrica. A carga elétrica do próton e a do elétron tem a mesma intensidade mas sinais contrários. A carga elétrica é uma propriedade que se manifesta em algumas das partículas elementares: prótons e elétrons. A carga elétrica do próton é igual em quantidade, à carga elétrica do elétron. É esta a menor quantidade de carga que uma partícula pode apresentar. É chamada de carga elementar e representada pela letra e. e = 1,6 . 10-19 C Como a carga elétrica do próton é positiva e a do elétron é negativa, temos: 54 carga elétrica do próton = 1,6 . 10-19 C carga elétrica do elétron = -1,6 . 10-19 C Representa-se uma carga qualquer por q ou Q. A carga elétrica é uma grandeza física. A unidade de carga elétrica é SI , Coulomb, “C”. Como 1 C é uma unidade muito grande, costuma-se usar submúltiplos: 1µ C = 10-6 C (um micro-Coulomb) 1n C = 10-9 C (um nanocoulomb) 1m C = 10-3 C (um mili-Coulomb) 1pC = 10-12 C (um picocoulomb) Um corpo é eletricamente neutro quando N o de prótons é igual ao No de elétrons. Um corpo é eletrizado quando apresenta em excesso ou falta de cargas + ou - . Q=n.e Q – carga elétrica n – número de partículas e – carga elementar Exemplo: Determinar o número de elétrons existentes em uma carga de 1,0 Coulomb. Q 1,0 C 1 Q = ne 1,0 = n . 1,6 . 10-19 n = = 6,25 . 1018 elétrons Dados -19 -19 e 1,6 . 10 C 1,6 . 10 Princípios da eletrostática a) Princípio da atração e repulsão “Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem”. b) Princípio da conservação das cargas elétricas “Num sistema eletricamente isolado, é constante a soma algébrica das cargas elétricas”. 1.3. Condutores e Isolantes Condutores: são materiais que permitem, com relativa facilidade, a movimentação de cargas elétricas em seu interior. Exemplos: Metais em geral (os metais possuem “elétrons livres”, ou seja, possuem alguns elétrons fracamente ligados ao núcleo). Outros condutores: grafite, soluções iônicas. Isolantes: são os materiais que dificultam a movimentação de cargas. Exemplos: Borracha, madeira, vidro, ebonite. Exercícios: 1. O que é carga elementar? 2. Dê o conceito de carga elétrica. 3. Complete cada afirmação para que ela seja verdadeira: a) Quando um corpo apresenta falta de elétrons ele ____________________ b) Quando um corpo apresenta excesso de elétrons ele ________________ está eletrizado está eletrizado 55 c) Em um átomo eletricamente neutro, o número de prótons é ________________________ número de elétrons. d) A unidade de carga elétrica no SI é ______________ e seu símbolo é ______________. 4. Marque com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas: a) ( ) Todo corpo eletricamente neutro não tem cargas elétricas. b) ( ) Corpos carregados com cargas elétricas de mesmo sinal se repelem; corpos carregados com cargas elétricas de sinais contrários se atraem. c) ( ) Corpos neutros são os que não se apresentam eletrizados. d) ( ) A eletrização positiva se caracteriza pelo excesso de elétrons. 5. Um corpo eletrizado com carga 6,4µ C. Determine o número de elétrons em falta no corpo. 6. Quantos elétrons devemos fornecer a um corpo inicialmente neutro, para eletrizá-lo com carga 48µ C? Quantos elétrons em excesso tem o corpo eletrizado com carga de -16p C. 7. 1.4. Processos de eletrização Existem três processos para se obter a eletrização de um corpo: eletrização por atrito, eletrização por contato e eletrização por indução. a) Eletrização por atrito: Dois corpos de materiais diferentes, inicialmente neutros, são atritados. Então ocorre a passagem de elétrons de um corpo para outro. O corpo que perde elétrons fica eletrizado positivamente (+) e o que ganha, eletriza-se negativamente (-). Na eletrização por atrito, os corpos sempre se eletrizam com cargas iguais em quantidades mas de sinais contrários. Sabe-se ainda que uma mesma substância pode ficar eletrizada positiva ou negativamente, conforme o tipo da outra substância com que ela é atritada. Com base nesse fato elaborou-se uma lista de substâncias, de tal modo que cada uma se eletriza com carga positiva quando atritada com qualquer outra substância que lhe é posterior na lista, ficando esta última, em consequência, carregada negativamente. 56 Na eletrização por atrito, pelo menos um dos corpos deve ser isolante. Se atritarmos dois condutores, eles não vão manter a eletrização. Série tribo elétrica vidro mica + lã pele de gato seda algodão plástico cobre - b) Eletrização por contato: Considerar dois corpos A e B, sendo A inicialmente neutro e B eletrizado positivamente. Ao se colocar os dois corpos em contato, alguns elétrons de A serão atraídos para o corpo B. Após o contato, ambos os corpos ficarão eletrizados positivamente. Se B estivesse inicialmente eletrizado negativamente, alguns elétrons de B passariam para A e ambos os corpos ficariam eletrizados negativamente, após o contato. Na eletrização por contato, os corpos sempre se eletrizam com cargas de mesmo sinal. c) Eletrização por indução: Aproximando um corpo A, eletrizado positivamente, de um corpo B neutro, alguns elétrons de B são atraídos por A e irão se concentrar na extremidade de B, próxima de A. Na outra extremidade de B teremos excesso de cargas positivas. Há uma polarização de cargas. Esse fenômeno é chamado de indução eletrostática (influência eletrostática). Não houve troca de elétrons de um corpo para outro. Afastando-se A, o corpo B voltará à sua posição inicial. O corpo A é chamado de indutor e B, de induzido. Para eletrizar o induzido, deve-se ligar o mesmo à Terra, na presença do indutor. A Terra transfere elétrons para o corpo B. Ainda na presença de indutor A, desliga-se o fio terra e afasta-se após o indutor. Observação: “No caso do indutor ser negativo, ao ligar o induzido à Terra, esta retirará elétrons do induzido. A terra sempre está apta a ceder ou receber elétrons devido à sua grande dimensão e por conseguinte, grande capacidade elétrica”. 57 Conclusão: - Na eletrização por indução eletrostática, a quantidade de carga do indutor será sempre maior ou igual à quantidade de carga do induzido. - Na eletrização por indução eletrostática, o corpo induzido se eletrizará sempre com carga de sinal contrário a do indutor. Exercícios: 8. Na experiência de eletrização por atrito entre uma barra de plástico e a seda, a seda cede ou recebe elétrons? 9. Esfregando vigorosamente uma pequena esfera metálica entre os dedos ela ficará eletrizada? Explique. 2. LEI DE COULOMB A força de atração ou repulsão entre duas cargas puntiformes (corpos eletrizados de dimensões desprezíveis) q1 e q2, separadas por uma distância d, é diretamente proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. F=k q1 . q2 d2 Onde k é uma constante cujo valor depende do meio no qual as cargas se encontram e do sistema de unidades usado. No vácuo, no SI, o valor de k é 9 . 109 Nm 2 C2 Como a força é uma grandeza vetorial deve-se considerar: a) direção: coincide com a direção da reta que une as cargas q .q b) módulo ou intensidade: dado pela expressão F = k 1 2 2 d c) sentido: depende do sinal das cargas (conforme o esquema abaixo) Na aplicação da expressão da força, utilizaremos apenas o valor absoluto das cargas, concluindo de antemão se as forças são de atração ou de repulsão pelos sinais das cargas. cargas de mesmo sinal cargas de sinal contrário repulsão Força atração Exemplos: 1. Duas cargas q1 = 2,0 µ C e q2 = 4,0 µ C estão separadas por 3 cm, no vácuo. Qual a intensidade da força que atua nessas cargas? Resolução: 58 q1 = 2,0 µ C = 2 . 10-6 C q2 = 4,0 µ C = 4 . 10-6 C Dados: d = 3 cm = 3 . 10-2 m k = 9 . 109 N.m2/C2 F=k q1 . q 2 d2 9 .10 9 . 2 .10 -6 . 4 .10 -6 3 .10 - 2 2 F = 80 N Exercícios: Atenção: Nos exercícios a seguir, considerar k = 9 . 109 N.m2/C2 10. Duas esferas estão eletrizadas com cargas de 4 µ C e 5 µ C respectivamente. Sabendo que a distância entre as esferas é de 2 m, calcule a intensidade da força eletrostática entre elas. 11. Duas cargas q1 = 2 . 10-3 C e q2 = 5 . 10-3 C, no vácuo estão separadas por 3 cm. Qual a intensidade da força de repulsão entre elas? 12. Duas cargas estão dispostas conforme o esquema abaixo. Determinar a força eletrostática entre as cargas. (no vácuo) 3. CAMPO ELÉTRICO Seja uma carga Q. A região ao redor dessa carga onde se faz sentir sua ação é o campo elétrico dessa carga. Então, no ponto Q P, próximo à carga Q, campo elétrico (a ação da carga) será representado por um vetor denominado vetor campo elétrico E . Se no ponto P for colocada uma outra carga (carga de prova), sobre esta carga atuará uma força F (Lei de Coulomb – força entre Q e q). A relação entre F e q é igual a E . E = Substituindo F E= k. F q Q . q / d 2 q onde F = k . E Q.q d2 k.Q d2 A unidade de campo elétrico, no SI, é Newton / Coulomb ou seja N/C. Conclusão: Existe uma região de influência da carga Q onde qualquer carga de prova q, nela colocada, estará sob a ação de uma força de origem elétrica. A isso chamamos campo elétrico. As características de vetor E , determinado pela carga Q criadora do campo, são: 59 a) Intensidade É dada por: E = k0 Q d2 b) Direção Da reta que une o ponto P à carga Q. Sentido O sentido do vetor campo elétrico depende do sinal da carga que origina o campo.Quando a carga criadora do campo for positiva, o campo elétrico produzido será sempre de afastamento, como pode ser verificado, pela colocação de cargas de prova de sinais diferentes, nos pontos P1 e P2. Quando a carga criadora do campo for negativa, o campo elétrico será sempre de aproximação, como mostra o esquema. - Se a carga Q é positiva, o vetor tem sentido como se saísse da carga Q. - Se a carga Q é negativa, o vetor tem sentido como se entrasse na carga Q. As figuras indicam o sentido do vetor campo elétrico devido às cargas positiva e negativa. Exemplos: 1. Determine a intensidade do campo elétrico criado por uma carga puntiforme de 4µC, no vácuo, num ponto localizado a 40cm da carga. Resolução: Dados: Q = 4 µ C = 4 . 10-6 C d = 40 cm = 0,4 m k = 9 . 109 N.m2/C2 k .Q 4 .10 - 6 E 9 .10 9 . E 2,25 .10 5 N/C E= 2 1 2 d 4 10 60 2. Um campo elétrico apresenta em um ponto P de uma região a intensidade de 6 . 10 5 N/C, direção horizontal e sentido da esquerda para direita. Determine a intensidade, a direção e o sentido da força elétrica que atua sobre uma carga puntiforme q = 2 µ C, colocada no ponto P. Resolução: Dados: q = 2µC = 2 . 10-6 C E = 6 . 105 N/C Intensidade: F = q . E F = 2 . 10-6 . 6 . 105 1,2 N Direção: horizontal Sentido: como q > 0, F tem o mesmo sentido de E. 3. Uma carga q = -2µC é colocado num ponto A de um campo elétrico originado por uma carga Q = 6µC, ficando sujeita a ação de uma força de direção horizontal, sentido para direita e de módulo F = 8 . 102 N. Determinar as características do vetor campo elétrico nesse ponto A. Resolução: E= F q E 8 . 10 2 -6 E 4 . 10 8 N/C 2 . 10 A direção do campo é a mesma que a da força. Como a carga q é negativa o sentido do vetor campo é oposto ao sentido da força. Atenção: Se q fosse positiva, o sentido do vetor campo coincidiria com o sentido da força. Exercícios: 13. Determine a intensidade do campo elétrico criado por uma carga puntiforme de 2µC, no vácuo, num ponto localizado a 90 cm da carga. 14. Um campo elétrico apresenta no ponto P de uma região a intensidade de 6 . 10 5 N/C, direção horizontal e sentido da esquerda para a direita. Determine a intensidade, a direção e o sentido da força elétrica que atua sobre uma carga puntiforme q = -3µC, localizada em P. 15. Determinar a intensidade do campo elétrico gerado por uma carga de 4µC, localizado no vácuo, num ponto situado a 3 cm. 16. Uma carga de 3.10-6 C é colocado num campo elétrico de 5.103 N/C. Qual a força de interação sobre a carga? 61 3.1. Linhas de Força Para visualizar a distribuição de um campo elétrico no espaço usa-se representá-lo através de suas linhas de força. As linhas de força são linhas imaginárias construídas de tal forma que o vetor campo elétrico seja tangente a elas em cada ponto. Casos: a) Linhas de força de campo elétrico gerado por uma carga puntiforme isolada. a-) carga positiva: as linhas de força saem das cargas positivas. b-) carga negativa: as linhas de força entram nas cargas negativas. b) Linhas de força de campo elétrico gerado por duas cargas puntiformes iguais. Campo gerado por duas Campo gerado por duas Campo gerado por duas cargas puntiformes iguais e positivas. cargas puntiformes iguais e negativas. cargas puntiformes iguais e de sinais contrários. c) Campo elétrico uniforme. Um campo elétrico é uniforme quando o vetor campo elétrico for o mesmo em todos os pontos desse campo. Esse tipo de campo pode ser obtido através da eletrização de superfícies planas, com distribuição homogênea de cargas. Se o campo elétrico for uniforme as linhas de força serão retas paralelas entre si e igualmente distanciadas. + - 62 Exercícios: 17. A figura abaixo representa, na convenção usual, a configuração de linhas de força associada a duas cargas puntiformes Q1 e Q2. Podemos afirmar corretamente que: a) Q1 e Q2 são cargas positivas. b) Q1 e Q2 são cargas negativas. c) Q1 é positiva e Q2 é negativa. d) Q1 é negativa e Q2 é positiva. 18. As linhas de força de um campo elétrico entre duas placas metálicas paralelas, carregadas, longe das bordas são: a) circunferências. b) parábolas. c) retas paralelas às placas. d) retas perpendiculares às placas 4. TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICO 4.1. Energia Potencial Uma carga q (carga de prova), colocada no ponto P do campo elétrico da carga Q, adquire uma energia potencial dada por: Q.q Ep = k . d Quando a distância tende a ser infinita (muito grande), a energia potencial tende a zero: Ep 0 4.2. Potencial Elétrico gerado por uma Carga O potencial elétrico num ponto P, situado no interior de um campo gerado por uma carga Q, é a energia potencial que uma carga q adquire quando colocada em P, dividida pela carga q. + P V= Ep q ou V =k. Q d d O potencial depende da distância, não depende da carga de prova q e depende da carga geradora Q. Potencial é grandeza escalar. Se Q é positiva, o potencial V é positivo. Se Q é negativa, o potencial V é negativo. A unidade de potencial elétrico, no SI, é o volt (V). 1 volt é o potencial de um ponto que fornece a uma carga de 1 Coulomb, nele colocada, uma energia de 1 joule. Superfície equipotencial é a superfície que tem, em todos seus pontos, o mesmo potencial. Exemplos: 1. Determine o potencial elétrico em um ponto P, situado a 40cm de uma carga elétrica puntiforme de 8µC. 63 Resolução: Dados: Q = 8 µ C = 8 . 10-6 C ; d = 40 cm = 0,4 m = 4-1m ; k = 9 . 109 N.m2/C2 Q 8 . 10 -6 V = 9 . 109 . V = 18 . 104 V d 4.10 1 2. O trabalho realizado pela força de interação elétrica, para deslocar uma carga de 2 C do V=k ponto A ao infinito do campo, é de 60 J. Determine o potencial elétrico no ponto A. Resolução: Dados: q=2C = 60 J 60 Ep A 30 V VA = VA = V = 30 V 2 q q Exercícios: 19. Determine o potencial de um ponto P, situado a 30 cm de uma carga de - 6µ C. 20. No campo eletrostático de uma carga puntiforme Q = 4µC são dados dois pontos A e B cujas distâncias à carga são, respectivamente, 20cm e 60cm. Determine os potenciais em A e B. 21. Determine a energia potencial que uma carga de 5µC adquire a 10cm de uma carga de 0,2µ C, fixa, localizada no vácuo. Diferença de potencial (ddp) A diferença de potencial ddp também é chamada de voltagem ou tensão, e é utilizada para explicar o movimento das cargas elétricas. A diferença de potencial entre dois pontos A e B é indicada por V A – VB e representada pela letra U. U = VA – VB 4.4. Relação entre trabalho e ddp O trabalho da força F, quando desloca uma carga q de um ponto A para um ponto B de um campo elétrico é dado por A unidade de trabalho, no SI, é o Joule (J AB q . (VA - VB ) Observação: As cargas positivas abandonadas um campo elétrico e sujeitas apenas às forças do campo deslocam-se para pontos de menor potencial e as cargas negativas deslocam-se para pontos de maior potencial. Exemplo: 1. Determine o trabalho realizado pela força elétrica para transportar uma carga de 6µC de um ponto A até um ponto B, cujos potenciais são, respectivamente, 60 V e 40 V. 64 Resolução: Dados: q = 6 µ C = 6 . 10-6 C VA = 60 V VB = 40 V AB = q . (VA – VB) AB = 6 . 10-6 . (60 – 40) AB = 12 . 10-5 J Exercícios: 22. Num campo elétrico, transporta-se uma carga puntiforme de 2 . 10-6C de um ponto x até um ponto y. O trabalho da força elétrica é de -6 . 10-5 J. Determine a ddp entre os pontos x e y. 4.5. Diferença de potencial num campo elétrico uniforme Considere o campo elétrico uniforme entre duas placas paralelas eletrizadas com cargas iguais e de sinais contrários, separadas pela distância d. O trabalho realizado pela força elétrica para deslocar uma carga de prova q positiva, da placa A até a placa B é dado por: AB = q . (VA – VB) Como trabalho também é: AB = F . d sendo F = q . E, temos: AB = q . E . d Igualando e : q . (VA – VB) = q . E . d (VA – VB) = E . d UAB = E . d Essa expressão permite calcular a ddp entre dois pontos de campo uniforme. Exemplo: 1. Determine a ddp entre dois pontos, A e B, de um campo elétrico uniforme de intensidade 105 N/C, sabendo-se que a distância entre esses pontos é de 0,2 cm. Resolução: Dados: E = 105 N/C d = 0,2 cm = 0,002 m Como o campo elétrico é uniforme: UAB = E . d UAB = 105 . 0,002 = 200 V Exercícios: 23. Determinar a ddp entre dois pontos A e B, de um campo elétrico de intensidade 10 3 N/C, sabendo que a distância entre os pontos é de 0,002 m. 24. Uma carga 6 . 10-12C é abandonada em um ponto A do campo elétrico uniforme representado abaixo. Dados: VA = 400V e VB = 100V. Qual o valor do campo? Qual o trabalho para transportar a carga de A até B? 65 25. Determinar a ddp entre dois pontos A e B de um campo elétrico uniforme de intensidade 2 . 105 N/C, sabendo que a distância entre os pontos é de 0,2 cm. 4.6. Campo e potencial elétrico de um condutor esférico Seja um condutor esférico de carga Q e raio R. Para todos os pontos internos do condutor, o campo elétrico é nulo. Eint = 0 Para todos os pontos da superfície do condutor, o campo é dado por: 1 Q k 2 Esup = 2 R Para pontos externos, o campo é dado por: Eext = k Q d2 Atenção: d é medido desde o centro do condutor até o ponto considerado e para pontos muito próximos da superfície d = R. Para pontos internos e pontos da superfície, o potencial é dado por: Vint = Vsup = k Q R Para pontos externos, o potencial é dado por: Vext = k Q d Exemplo: 1. Consideremos uma esfera condutora de raio de 40cm. Ela se encontra eletrizada com uma carga de 10µC. Determine os potenciais dos pontos A, B, C e D, localizados conforme indica a figura. Resolução: Q 10 μ C 10 . 10 - 6 C 9 2 2 k 9 . 10 N.m /C Dados: R 40 cm 0,4 m dC 45 cm 0,45 m dD 55 cm 0,55 m Os potenciais dos pontos A e B são iguais (o potencial num ponto interno é igual ao potencial num ponto da superfície). VA = VB = k . Q R V 9 . 10 9 . 10 . 10 -6 0,4 V 225000 V 66 Para os pontos C e D (externos) calcula-se o potencial como se a carga Q fosse puntiforme e localizada no centro da esfera. Q 10 . 10 -6 9 VC = k . V C 9 . 10 . V C 2 . 10 5 V dC 0,45 VD = k . Q dD V D 9 . 10 9 . 10 . 10 -6 0,55 V D 1,64 . 10 5 V Exercícios: 26. No esquema abaixo r = 4cm, d = 16cm carga da esfera eletrizada igual a 6 . 10-9 C. Qual o valor do campo em P? 27. A esfera representada abaixo está carregada com 10µC e tem raio de 3cm. Determinar o campo elétrico em A, em B e em C. 28. Considere um condutor esférico de raio 50cm, no ar, carregado com carga de -100µC. Determine o potencial: a) num ponto da superfície da esfera; b) num ponto situado a 50cm da superfície da esfera. Eletrodinâmica É a parte da Física que estuda as cargas elétricas em movimento, que corresponde à corrente elétrica. Corrente elétrica Denomina-se corrente elétrica o movimento ordenado de cargas elétricas. Nos condutores sólidos (fios ou barras de cobre, de alumínio, de latão) as cargas que se movimentam são os elétrons. Chama-se de circuito elétrico o caminho percorrido pelas cargas. Esquema de um circuito elétrico Num circuito completo encontra-se geralmente, os seguintes elementos. 67 Gerador (pilha, bateria, dínamo, alternador) G O gerador pode ser representado por dois traços paralelos. Os traços indicam os pólos ou terminais do gerador. O traço maior corresponde ao pólo positivo ou pólo de maior potencial. O traço menor corresponde ao pólo negativo ou pólo de menor potencial. Outra representação: Resistor (filamento de lâmpada, de chuveiro, etc.) O resistor pode ser representado geralmente, por uma linha quebrada. Outra representação: Resistência: É a maior ou menor dificuldade de movimentação dos elétrons em um condutor elétrico. Chaves ou disjuntores C Dispositivos que são acionados para abrir ou fechar (ligar ou desligar) um circuito. Sentido da corrente elétrica O sentido convencional, que é também usado na prática, é do pólo de maior potencial para o pólo de menor potencial ou seja, do pólo positivo para o pólo negativo. Na realidade, o sentido real de movimentação dos elétrons é do pólo de menor potencial para o pólo de maior potencial ou seja, do pólo negativo para o pólo positivo. Intensidade de corrente elétrica A intensidade de corrente elétrica é o quociente entre a quantidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor e o tempo gasto em atravessá-la. i= q t ou I= Q t onde: i ou I é intensidade de corrente q ou Q é carga elétrica t é tempo No SI, a unidade de intensidade de corrente é o ampère (A) Pode-se determinar o número (n) de elétrons (e) que compõem a quantidade de carga por Q=ne onde: e é o módulo da carga do elétron. e = 1,6 . 10-19 C O elétron é a menor carga elétrica que existe. Todas as demais cargas são compostas por um número inteiro de elétrons. 68 A corrente elétrica pode ser do tipo: a) contínua constante – é a corrente que tem sentido e i intensidade constante (é a corrente fornecida pelas pilhas ou pela bateria do automóvel). t i b) alternada – é a corrente que muda de sentido e intensidade de tempos em tempos iguais (é a corrente que alimenta nossas cidades, é fornecida por geradores alternadores). Exemplos: 1. Uma lâmpada permanece acesa durante 1 h, sendo percorrida por uma corrente elétrica de intensidade igual a 0,5 A. A carga elétrica do elétron em valor absoluto é 1,6 . 10 -19 C. a) Qual a carga elétrica que passou por uma secção de seu filamento? b) Quantos elétrons passaram? Dados: t = 1 h = 3600 s i = 0,5 A Q Q ; 0,5 ; Q 1,8.10 3 C a) i = i t 3600 b) Q = n . e ; 1,8 . 103 = n . 1,6 . 10-19 ; n = 1,125 . 1022 elétrons 2. Através de uma secção transversal de um fio condutor passaram 2,5 . 10 21 elétrons num tempo de 200 s. Qual a intensidade de corrente elétrica através do condutor? Dados: n = 2,5 . 1021 Q=n.e Q = 2,5 . 1021 . 1,6 . 10-19 ; e = 1,6 . 10-19 Q = 4,0 . 102 C Q 4,0.10 2 ; i = 2,0 A t = 200 s i= i= ; t 200 Exercícios: 29. Determine a quantidade de carga transportada em 3 s num condutor percorrido por uma corrente elétrica contínua de 20 A. 30. Através da seção transversal de um fio de cobre passam 25 . 10 19 elétrons num intervalo de tempo de 5,0 segundos. Sendo a carga elétrica elementar e = 1,6 . 10 -19 C, determine: a) a quantidade total de carga que atravessa a secção em 5,0 s. b) a intensidade de corrente elétrica através desse condutor de cobre. 31. Um fio metálico é percorrido por uma corrente elétrica de 5.10 -1A durante 2 h. Qual é a quantidade de carga que passou pela secção transversal do condutor nesse intervalo de tempo? 32. Pela secção transversal de um condutor passam 10 21 elétrons num intervalo de tempo de 32 s. Sendo e = 1,6 . 10-19 C, determine a intensidade de corrente elétrica no condutor. 33. Nos metais, as partículas responsáveis pela condução de corrente elétrica são: a) prótons b) elétrons c) cátions d) ânions e) núcleos 69 Efeitos da Corrente Elétrica a) Efeito térmico ou efeito Joule Um condutor se aquece ao ser atravessado por corrente elétrica. Exemplo de aplicação desse efeito: aquecedores, chuveiro elétrico, secador de cabelo. b) Efeito luminoso A corrente elétrica, sob condições especiais, através de um gás rarefeito faz com que ele emita luz. Exemplo desse efeito: lâmpada fluorescente. c) Efeito magnético Na região próxima de um condutor percorrido por corrente elétrica surge um campo magnético. Exemplo desse efeito: motor elétrico, transformadores. d) Efeito químico A passagem da corrente elétrica numa solução eletrolítica pode provocar uma reação química. Exemplo desse efeito: niquelação de metais, eletrólise. e) Efeito fisiológico (choque elétrico) Consiste na ação da corrente elétrica sobre o corpo humano ou sobre o corpo de animais. Lei de Ohm 1ª Lei de Ohm (só é aplicada para condutores ôhmicos) A intensidade de corrente que percorre um resistor é diretamente proporcional à tensão entre os seus terminais. i U = Ri onde: U é a diferença de potencial (ddp) entre A e B i é a corrente que atravessa o condutor R é a resistência do condutor A constante de proporcionalidade entre U e i é denominada resistência do resistor e representa a dificuldade oferecida pelo condutor à passagem das cargas elétricas. Todos os condutores que obedecem à lei de Ohm como se observa no gráfico ao lado, denominam-se resistores ou condutores ôhmicos. A unidade de resistência, no SI, é ohm (Ω). 70 Exemplos: 1. A ddp aplicada nos extremos de um resistor é de 2 V e a corrente que o atravessa é 0,02 A. Qual o valor da resistência do resistor? Dados: 2 U=2V U=Ri ; 2 = R . 0,02 ; R= 0,02 i = 0,02 A R=? R = 100 2. Um resistor é submetido a uma ddp de 100 V e, nestas condições, é atravessado por uma corrente de 2,0 A. Determinar: a) o valor da resistência. b) a intensidade de corrente que o atravessa, caso a ddp passe a ser 200 V. Dados: 100 U1 = 100 V a) U = R i ; 100 = R . 2 ; R= ; R = 50 2 i1 = 2,0 A 200 b) U = R i ; 200 = 50 . i2 ; i2 = 50 Exercícios: 34. Um resistor tem resistência R = 5 e é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i = 4 A. Qual é a tensão em seus terminais? 35. Qual a intensidade de corrente que percorre um resistor de resistência R = 5 ligado a uma tensão elétrica de 40 V? 36. A curva característica de um resistor mantido a temperatura constante é dada a seguir: a) Você pode afirmar que esse resistor é ôhmico? Por quê? b) Qual o valor da resistência elétrica desse resistor? 37. Qual é a ddp que deve ser estabelecida entre os terminais de um resistor ôhmico de resistência igual a 20 , para que o mesmo seja percorrido por uma corrente elétrica de intensidade igual a 4,0 A? 38. A ddp entre os extremos de um resistor de 5 é igual a 10 V. A corrente elétrica no resistor tem intensidade de: a) 1 A b) 2 A c) 3 A d) 4 A e) 5 A 71 39. A curva característica de um resistor mantido à temperatura constante é dada ao lado: a) Esse resistor é ôhmico? Justifique. b) Qual a resistência do resistor quando i = 10 A? E quando i = 5,0 A? Gráfico A resistência de um resistor depende apenas das características físicas do resistor. É o que fica determinado pela 2ª Lei de Ohm. Potência Elétrica A corrente, ao passar num resistor, aquece o resistor. A energia elétrica é transformada em calor (energia térmica). A potência dissipada por um resistor relaciona a energia com o tempo. É dada por: P=Ui P=Ri2 P= U2 R No SI, a unidade de potência é o watt (W). A energia elétrica que o resistor consome durante um tempo t e que, transformada em energia térmica, é dada por: E=P.t No SI, a unidade de energia é o Joule (J). Existe uma relação entre a unidade de energia, Joule, e a unidade prática de energia térmica, caloria. 1 cal 4,18 J Pode-se medir também a energia, em kwh que é uma unidade prática largamente usada quando o tempo é medido em horas e a potência em quilowatts. Considerando que: 1 kW = 1000 w; 1 hora = 3600 s, 1 kwh = 1000 w . 3600 s; 1 kwh = 3,6 . 106 J Exemplos: 1. Um aquecedor elétrico é atravessado por uma corrente de 5A, quando alimentado por 110 V. a) Qual a resistência do aquecedor? b) Qual a sua potência? c) Qual a energia dissipada em 2 h, em kwh? Dados: U = 110 V a) U = R i ; 110 = R . 5 ; R = 22 t = 2 h = 7200 s i =5A b) P = U i ; P = 110 . 5; P = 110 . 5 = 550 W ou P = 0,55 kW c) E = P . t ; E = 0,55 . 2 = 1,1 kwh 72 2. A potência de um chuveiro é 2000 W. a) Qual a energia dissipada pelo chuveiro em 15 min? Dados: P = 2000 w = 2 kW a) E = P . t t = 15 min = 900 s = 1/4 h ; E=P.t ; E = 2000 . 900 = 18 . 105 J ou 1 E=2. = 0,5 kwh 4 Exercícios: 40. O que acontece com o brilho de uma lâmpada de 50 W, projetada para ser ligada a uma ddp de 200 V, quando ela for ligada a uma ddp de 100 V? 41. Qual a resistência de uma lâmpada de 60 w ligada a uma ddp de 120 V? 42. Os valores nominais de um ferro elétrico são 600 W e 120 V. Isso significa que, utilizado dentro das especificações do fabricante, ele é percorrido por uma corrente elétrica, em ampères, de: a) 0,2 b) 2 c) 5 d) 10 e) 12 43. (UCBA) – Um resistor, submetido a uma diferença de potencial de 12 volts, dissipa uma potência de 6,0 watts. A resistência elétrica do resistor, em ohms, é igual a: a) 1,4 b) 8,5 c) 24 d) 7,2 . 10 e) 8,6 . 102 Grade de respostas - Unidade 1 1. Repouso referencial é o carro 2. Terra repouso movimento referencial é a Terra Sol movimento (rotação e translação) 3. a) F b) V 4. C 5. A 6. B 7. D 8. a) 60m ; C 9. a) SO = - 8m; 10. a) 30 m/s c) V b) 100m ; B S = - 20m b) 20 m/s 11. 1.188km/h 12. 5 m/s 13. 36 km/h 14. a) 30m d) F b) 150m c) 140m; C b) 78m c) 360 km/h d) 200m ; A 73 15. a) 40 m e – 8 m/s 16. 1000 km/h b) 16 m c) 5 s b) 8500 km 17. I – Acelerado II – Retardado III – Retardado IV – Acelerado 18. B b) – 2 m/s² 19. a) 12m/s 20. 30 m/s 21. 3,5m/s c) 2 m/s 2 d) Retardado 22. 300m/s 23. V = 5 + 2t Grade de Resposta 24. a) 5m/s2 b) 150m/s Unidade 2 1. a) 1 N b) 10 N 2. a) Vai para trás em relação ao trem; tende a permanecer parada em relação à Terra, pela inércia. b)Tende a continuar em trajetória retilínea, saindo pela tangente, pela inércia. c) Tende a continuar em relação ao trem. 3. Havendo colisão, há redução brusca de velocidade e os passageiros, por inércia, tendem a continuar com a velocidade do veículo. Neste momento, o cinto de 4. segurança prende o corpo dos passageiros junto aos bancos do veículo. Porque ele tende a permanecer em movimento. 5. a) FR = 50 N 6. 4 m/s² 7. 8. 10. 11. 12. M = 120kg; P = 192N 128 N a) 2 m/s² b) 50 N 2m/s2 a = 4m/s2 b = 32N a = 5 m/s² c = 8N GRADE DE RESPOSTAS - Unidade 3 1. 960J 7. 870J 2. a) 80J b) 40J 3. 350J 8. Significa que em 1s a máquina realiza um trabalho de 300J 4. 800J ; -100J 9. Sim 5. a) 10m/s2 b) 600J c) 20m/s 6. 100J 10. 160W 11. 2m GRADE DE RESPOSTAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 12. 100 Ns Unidade 4 o 96,8 F e 309K - 60o C - 195o C, - 319o F 9,6oR C a) dilata-se b) devido a dilatação quando aumenta a temperatura 74 7. 8. 0,145 m 50,001 cm 9. 0,0096m2 10. B 11. 300k 1,5 atm 12. 750k 10atm GRADE DE RESPOSTAS 1. 2. 3. 4. 12 cal/°C a) 0,05 cal /g°C a) 1288 cal 80000 cal 5. 6. 7. 171 cal 0,2 cal /g°C 35 ºC 28. E 35,3 ºC 29. B ≅ 22,18 ºC 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. b) 1 cal/°C b) 18,4 cal/°C ≅ 0,31 cal/g ºC 32 ºC 960 Kcal 32.000 cal ou 32 Kcal 72 Kcal 14.800 cal 200g a) 1 cal/g °C b) 540 cal/g UNIDADE 5 18. A 19. C 20. B 23. C 24. B 25. B 21. B 22. D 26. B 27. D c) 0,5 cal/g °C GRADE DE RESPOSTAS UNIDADE 6 a) Positivo b) Negativo c) Igual d) Coulomb; C a)F b) V c) V d) F 4 . 1013 elétrons 3 . 1014 elétrons 108 elétrons Cede elétrons pois ocupa posição acima do plástico na série tribo elétrica Se a pessoa estiver em contato com a Terra a esfera não ficará eletrizada. Se estiver isolada, poderá ficar carregada 45.10-3N 108N 60N 2,22.104N/C 1,8N Direção horizontal; Sentido : como q<0, F tem sentido contrário de E 4.107N/C 15.10-3N C D Va = 18 . 104 V Vb = 6 . 104 V 0,09 J - 30 V 2V 5 . 103 N/C 18 . 10-10J 4 . 102 V 13,5 . 102 N/C EA= 0; EB = 0,5 . 108 N/C EC =. 107 N/C 75 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 6 5 1,8 . 10 V 9 . 10 V 60C a) 40 C b) 8A 3600s 50A B 20V 8A 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. Não Ôhmico não obedece a lei de Ohm R = 4 Ohm 80V 2A 3Ω; 4Ω Diminui 0,5A C 43. C BIBLIOGRAFIA: ARCIPRETE, Nicolangelo et GRANADO, Nélson Vilhena. Física 1. 5ª ed., São Paulo: Ática, 1981. • N. OMOTE, Física. Série Sinopse. 3ª ed., São Paulo: Moderna, 1982. • BONJORNO, Regina F.S. Azenha et CLINTON, Márcico Ramos. Física Fundamental, 2º grau, Volume Único. 1ª ed., São Paulo: FTD, 1999. • MORETTO, Vasco Pedro. Física em Módulos de Ensino – Mecânica, 2º grau, 4ª ed., São Paulo: Ática, 1981. • ANJOS, Ivan Gonçalves dos. 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