Rock brasileiro e suas origens Orientador

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COLÉGIO OFÉLIA FONSECA
O ROCK BRASILEIRO E SUAS ORIGENS
Vitor PlacucciVizzotto
São Paulo
2012
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Vitor PlacucciVizzotto
O ROCK BRASILEIRO E SUAS ORIGENS
Trabalho realizado e apresentado sob a orientação
do Professor Alexandre Ogata, da disciplina de Inglês.
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1.INTRODUÇÃO........................................................................................................04
1.1 O que é o Rock?..................................................................................................04
1.2 Histórico do Rock no Brasil..............................................................................06
2.DESENVOLVIMENTO..................................................................................07
2.1 O que o Rock pode proporcionar para uma sociedade...............................07
2.2 O movimento da Contracultura e o CPC.....................................................................08
2.3 O Rock Brasileiro e suas décadas.............................................................09
•
Década de 50......................................................................................09
•
Década de 60......................................................................................11
•
Década de 70......................................................................................13
•
Década de 80......................................................................................15
•
Década de 90 e dos anos 2000 em diante.............................................19
3.CONCLUSÃO.............................................................................................20
3.1O rock brasileiro e o rock internacional............................................................................20
3.2 A Oportunidade..................................................................................................................21
4. BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................22
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Introdução
Relatarei sobre a história do Rock ‘n Roll e o Rock no Brasil e como que se “firmou” em um
país onde o que é popular são estilos, samba, rap, música popular, etc...Tambémirei tratar de
uma dúvida comum entre os amantes do Rock no Brasil, por que o Rock não cativou os
brasileiros da mesma fora que os países ditos desenvolvidos?
1.1 O que é o Rock?
O Rock ‘n Roll, mais conhecido como rock, a princípio foi um estilo criado nos Estados
Unidos da América na década de 40 para 50. Como os EUA são um país que valoriza o
pragmatismo, o rock foi bem aceito pelo mercado, pois a batida é bem pragmática,
contagiante e passa idéia de cotidianamente falando ser impactante. Essa batida é assemelhada
ao do blues só que com o contratempo acentuado, ou seja, mais acelerado, com características
de batidas de guerra (marcha) na caixa da bateria.O estilo foi uma mescla de blues, country,
música gospel e R&B (Rhythm and Blues), e toda essa mistura acabaria gerando o gênero
mais popular do mundo, o bom e velho rock. Os Americanos tem como princípios musicais
aglomerar as culturas mundiais em suas letras e batidas, portanto o rock é um bom estilo para
fazê-los. Com isso e a “política da boa vizinhança” (é mais bonito conquistar pelas ideias do
que pelas armas) os Americanos “tomaram conta” do mundo, pois criaram artefatos que
cativaram o mundo como: o cinema, a camiseta, a calça jeans, o blues e principalmente o
Rock ‘n Roll. Sem o rock, o mundo não seria o mesmo. Comparativamente o rock, a barra de
chocolate, o café solúvel, e tudo que seja prático foram cruciais para a humanidade. O rock ‘n
roll ganhou esse por causa do DJ norte-americano Alan Freed (1922/1965), que, cativado pelo
estilo promovia festas e programas de rádio desde 1952, adotando o nome “rock ‘n
rollparties”, por volta de 1955.
Em uma banda de rock os elementos mais importantes são uma guitarra elétrica, um baixo
elétrico e uma bateria. A formação de bandas mais comuns são duas guitarras, um baixo e
uma bateria, esse estilo de formação virou uma “febre”, entre as bandas, por causa do impacto
que a banda The Beatles causou, criada na década de 60 por símbolos do rock, Paul
McCartney e John Lennon.A repetição sem tédio do Rock é o que cativa às pessoas em minha
opinião. Há uma grande intensidade nas repetições e na mudança da letra que se torna uma
poesia compassada e desleixada, mas ao mesmo tempo em que a música não é poesia, pois
poesia não encaixasse em melodias, mas essa contradição paradoxal que o Rock traz é que o
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tornou tão popular no mundo. Outro fator é o grande axioma: “qualquer um pode tocar rock”,
quebra o tradicionalismo e o formalismo atraindo mais pessoas a seguirem e ouvirem esse
estilo acidamente. A própria escala penta tônica é uma prova de simplicidade e combinações
geniais que cativam. A escala penta tônica é uma combinação de notas que da intensidade à
combinação de acordes que formam a música.
Anteriormente de o rock ser definitivamente aceito pelo mercado, nessas datas, ele já
existia. As pessoas simplificam a sua história e esquecem que o Rock não foi feito por
alguém, mas sim por uma geração de gênios. O Rock não foi feito apenas por Elvis Presley e
Bill Haley, foi feito por toda uma geração. Robert Johnson, um bluesman, foi considerado um
dos proto-roqueiros. Ele utilizava das técnicas do blues e do jazz, mas com a batida
compassadamente mais rápida. Portanto, já se fazia Rock antes do nome ser usado. O rock
utiliza do segundo e o quarto tempo acentuados, que já era usado no jazz.
O que é mais difícil de explicar no que é o rock é a semelhança de formação que ele tem
com bandas de reage, por exemplo, que usam também de formação de duas guitarras elétricas
um baixo elétrico e uma bateria. Mas o rock possui um “adendo” que os outros estilos não
possuem, a simplicidade de melodias em quatro tempos e repetentes. O rock também pode ser
comparado com a música clássica e a opera. A melodramática e o sentimentalismo foram
aperfeiçoados para o rock. Os amantes de música clássica e opera podem discordar, mas tem
que concordar que por mais paradoxal que seja a velocidade do tempo dos estilos o
sentimento e a “história contada”pelo rock se assemelha. O rock transformou-se
agressivamente em sua batida para dar um ar cotidiano e louco em sua melodia.
Como citei anteriormente o rock já era rock bem antes de ser denominado assim e de ter
seus criadores, Elvis e Haley. Eles apenas foram os padrinhos do rock. A música “Rock
AroundtheClock”, de Bill Haley, foi o estopim para que o nome fosse concretizado. Assim
como a música de Hank Williams que utilizava as características do rock: melodia simples,
solos expressivos e ríspidos, vocal sensual e bateria bem marcada. Além da característica de
ser uma música das baladas da década de 50, o que atraia mais pessoas para ouvir o “estopim
do rock” e começar a segui-lo.
Apesar de muitos rockeiros negarem tal afirmação, mas o rock herdou do break e do hiphop seu jeito de dançar. Jitterbug, dançarino, adaptou os passos, ou melhor, viu que os passos
do break e do hip-hop se encaixavam no rock.
Como diz meu pai, “Os Beatles foram à banda mais planejada e moldada do mundo”, e ele
tem razão. Os Beatles foram uma banda muito planejada marketingmente falando, pois para
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atrair o público utilizaram o nome “electrifying big-beat performances” em um álbum. O
nome “beat” era muito utilizado na era “beat generation”, do blues e do jazz. Todos os astros
do blues e do jazz utilizavam o ‘beat’ em suas músicas e títulos. O próprio nome ‘The
Beatles’ já é um trocadilho com ‘beat‘, ‘The BEETles’, que significa “O Besouro”, em inglês.
O Rock ‘n Roll é um estado de espírito revolucionário que passa de geração em geração
para mostrar e gritar de forma inteligente o que há de errado em uma sociedade ou em algo.
1.2 Histórico do rock no Brasil
O Rock Brasileiro teve inicio no final da década de 50, seu auge foi na década de 70. Pode
parecer preconceito, mas quem deu este pontapé foi Cauby Peixoto, considerado cantor
popular e de samba-canção. Como um cantor melodramático do estilo de Cauby pode dar
pontapé no Rock, que é um estilo com pegada e pesado? Não poderia passar em branco,
nomes como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderleia. Que são considerados precursores
do Rock no Brasil. O ‘Rei’ criou hits como “SplishSplash”, que se assemelha muito com as
músicas de Elvis Presley, de fato Roberto Carlos em seu começo era uma revelação no Rock.
Ele utilizava acordes de blues rock em suas músicas, um exemplo é na música “Parei na
Contramão”. Não poderia esquecer do programa “Jovem Guarda” , criado pela Rede Record,
em que o ‘Rei’ apresentava. O programa na primeira semana atingiu 90% de audiência. Mas o
que realmente foi trabalhado e criado depois da década de 90 que pode ser considerado Rock?
Estas questões não deixam de dar um ar mais interessante para o trabalho.
Será que se Caetano, Ney Matogrosso, entre outros da música popular, levassem seu
sentimento, aquela interpretação com a alma para o Rock, ele não seria um estilo popular?
São essas questões que quero ressaltar em meu trabalho, entre outras.
O rock nasceu no Brasil principalmente porque nos cinemas passava-se em trilhas sonoras
dos filmes as músicas de Elvis e de Halley, como a já citada, “Rock Araound the Clock”. Nos
anos 60 com a chegada dos Beatles, Jimi Hendrix e os Rolling Stones, nascia a Jovem Guarda
no Brasil, que como já citado era um programa da Rede Record. No programa os músicos
usavam gírias musicais como o “yeh-yeh-yes”. Depois nos anos 70 o rock brasileiro tomou
forma, se mesclando com estilos nordestinos, como o baião. Isso deu uma “cara” para o rock
no Brasil. Ficou inclusive, conhecido internacionalmente como “rock made in Brazil”.
Mas o porquê do rock não ter se firmado concretamente falando no Brasil, foi por causa
da cultura do povo. Não da pra afirmar que o rock não se firmou, portanto da pra afirmar que
os variados estilos do rock não se firmaram, como por exemplo, o Heavy Metal. No Brasil o
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rock se tornou pop, fraco, e sem coração. O tempo em que o rock no Brasil era rock de
verdade era nas décadas de 70 com Raul Seixas, e na década de 80 com Renato Russo e a
Legião Urbana. Raul foi um ícone crucial, mesmo por que ele utilizava dos estilos nordestinos
também, mas com a intensidade verdadeira, o sentimento do rock. Ele falava em suas canções
o que ele e o rock tinham vontade, e suas melodias são agressivas e ao mesmo tempo
lembram Elvis. Vi o filme de Raul, e nele mostra aquilo que Raul mais presava, a liberdade
que o rock tem que pregar. Tanto é que Raul tem o apelido de “O pai do rock brasileiro”. Nos
anos 90 os grupos de rock como Sepultura, Viper e a banda Angra conquistaram o exterior.
Não que não tenhamuma grande quantidade de fãs no Brasil, mas o forte dessas bandas é o
exterior, tanto é que cantam em inglês suas músicas. Depois dos anos 90 o rock em termos de
ser bem reconhecido, parou. As promessas não tem a devida oportunidade que outros que são
“escolhidos” tem. No Brasil, há uma quantidade enorme de rockeiros bons no que fazem e
poetas natos. O grande problema é o que o poder e o dinheiro definem. Hoje existe música
popular brasileira, e não rock. Lembrando que afirmo isso no meio dos artistas famosos.
Enfim, vou mostrar o porquê que o rock brasileiro não tem suas promessas bem colocadas
no mercado musical e o porquê que ele não traz a intensidade que o rock internacional tem.
Tenho duas bandas de rock, e sim, da muito bem pra fazer rock com o português, coisa que
algumas pessoas negam e dão como justificativa para essa questão.
Desenvolvimento
2.1 O que o Rock pode proporcionar para uma sociedade
O Rock é um tema muito polêmico em termos daexistência deleno Brasil. Existem
vertentes de pensamentos que dizem que o Rock brasileiro foi uma importante marca para a
política nacional, mas também há vertentes que dizem que o Rock brasileiro é uma mera
tentativa, e que não emplacou no cenário Rock.
O que há de fato é a questão cultural existente na música. Não podemos modificar uma
cultura para que o som saia igual ao verdadeiro som que se foi pensado, ou seja, o rock
britânico é que pode ser considerado ‘rock de verdade’, assim como o norte americano. E por
ai vai, o samba no Brasil, o Fado em Portugal, etc... A abordagem prática para essa teoria é
simplesmente a observação histórica vivida por aquele povo e como que isso influencia na
criatividade dos artistas. Em minha opinião é clara a possibilidade de mesclar os estilos com
as culturas, mas o ponto que coloco é: A música em si, não sai da mesma maneira, ou seja,
intensivamente falando, musicalmente falando e politicamente falando. Mas na mesma linha
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de raciocínio digo que tocar o rock em inglês no Brasil, não faz sentido. Lobão, músico
consagrado disse em uma entrevista ao livro “Rock Brasil-Um giro pelos últimos vinte anos
do rock verde e amarelo”, a seguinte frase: “Qual é o objetivo disso? Nenhumde nós sonha em
inglês. Você não consegue passar uma mensagem nem para o seu quarteirão falando inglês[...]
O que sou contra é usar somente uma língua estrangeira para se comunicar ou passar uma
mensagem.”
Mas voltando ao assunto. O Rock foi e é um fruto pragmático, instantâneo, como o
macarrão instantâneo. Você faz em 3 minutos uma composição de temperos e o macarrão
cozinha de acordo com o desenvolvimento, mas no meio da água, e isso tudo é que transforma
o macarrão instantâneo em algo consistente, que sacia sua fome e que é prático. Isso é o rock!
A composição dos temperos (letra das músicas e melodias) é algo bem elaborado... o
desenvolvimento é o encaixe, o entrosamento da banda em termos de proposta e o macarrão
instantâneo pronto é o som consistente que sacia seu desejo de gritar as suas dores internas,
suas rebeliões contra o que está errado e que da um tapa prático na cara de quem está errado,
como exemplo, o governo!
O Rock nada mais é do que a força que vem direto de nossas almas para calar os erros da
sociedade!
2.2 O movimento da Contracultura e o CPC.
A contracultura foi o movimento mundial onde todos os jovens da década de 60 se
juntavam para propor uma nova concepção de vida na sociedade. Eles chamavam a década de
‘anos do sonho, o sonho de transformação da sociedade. ’ O que pregavam era uma tentativa
tão profunda na renovação cultural que tudo que estava em rigor, acabaria. A educação, a
política, até as artes e relações sociais. Mas tudo isso acabaria e renasceria com um novo
método. Além disso, pretendiam acabar com o império da razão cientifica, à repressão sexual,
o capitalismo, às guerras e em lugar disso seria instaurado o amor livre, o neo-tribalismo, o
misticismo e a paz, ou seja, qualquer tipo de opressão seria banida. Quem começou com esse
movimento foram os jovens americanos e europeus. Eram vistos como hippes e ativistas
estudantis de esquerda.
O CPC, Centro Popular de Cultura, foi uma organização associada a UNE ‘União
Nacional dos Estudantes’. Foi criada em 1961 no Rio de Janeiro, por um grupo de intelectuais
de esquerda, onde seus objetivos eram divulgar uma arte popular revolucionária. Agora, onde
o CPC se liga com a Contracultura? Justamente nesse aspecto musical e artístico. O CPC e a
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Contracultura caminharam juntos no Brasil e influenciaram muito o rock nesse aspecto de
revolução e rebelião. Tudo isso se encaixa pois onde o rock começa a ter essa cara de
revolução é quando o grupo, Os Mutantes, são lançados em 68. Os Mutantes começaram em
66 e influenciaram fortemente o Nirvana, de Kurt Cobain. E Os Mutantes da Rita Lee eram
uma forma positiva de influencia para os jovens que aderiram os movimentos no Brasil.
Manifestantes da Contracultura
2.3 O Rock Brasileiro e suas décadas
Década de 50-O rock no Brasil teve início no final dos anos 50. Com poucos conteúdos,
mas foi um pontapé importante. Até ai o estilo que reinava era a bossa nova e o que deu uma
força para o impulso do rock foi a morte de Carmem Miranda, pois ai o Brasil perdia seu
rumo na música, ou seja, quem seria agora outro ícone para os brasileiros, ai veio o Rock.
Quem deu esse pontapé foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) e Cauby Peixoto,
que também é considerado cantor de samba-canção, ou seja, para os amantes do rock, a
famosa música brega. Nora Ney lançou um cover da música "Rock around the Clock", de
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Bill Haley, já citado na introdução. Ela gravou a música para a versão brasileira do filme
Sementes da Violência em outubro de 1955. Passada uma semana a música já era um hit nas
paradas. Depois disso Nora, nunca mais fez rock. Mas Nora foi importantíssima para o rumo
dos jovens na época, pois ela abriu os olhos dos jovens para as revistas, jornais e programas
de rádio que traziam Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry, Bill Haley, Jerry “The
Killer” Lee, entre outros. Era considerada uma cantora versátil por ter feito músicas de vários
estilos, como sambas também, mas sua carreira foi dedicada a MPB. Fora ela, Cauby Peixoto
foi importante também quando gravou “Rock n’ Roll em Copacabana”, em 1957, escrita e
composta por Miguel Gustavo. Depois entre 57 e 58 outras versões foram feitas, as mais
famosas:
•
"Até Logo, Jacaré", refeita por Agostinho dos Santos. Essa música era de Bill
Haley cujo título em inglês se chamava “See you later, Alligator”. Foi modificado
alguns tons da música, principalmente a primeira tônica, que é a primeira nota ou
nota principal. A tônica em uma música tem um papel importante, pois é ela que
determina ondeserá as escalas de improviso, por exemplo.
•
“Meu Fingimento”, refeita por Carlos Gonzaga. A música original era do grupo
The Platters, que era um grupo composto por cinco vocais, sendo um deles uma
mulher. Fizeram músicas muito famosas como “OnlyYou”. A versão original da
música em termos musicais era muito mais pomposa e muito melhor orquestrada
do que a versão do brasileiro, mesmo porque era feita por cinco cantores e a versão
brasileira foi feita somente por Carlos Gonzaga. O estilo do cantor brasileiro era o
de ‘bang-bang’, ou seja, músicas voltadas ao estilo velho oeste. O cantor se
dedicava a fazer trilhas sonoras, geralmente em filmes de velho oeste, por isso foi
denominado cantor de ‘bang-bang’. Carlos Gonzaga era um cantor que não tinha
composições próprias, ele pegava as músicas estrangeiras e as passava para o
português.
•
“Bata Baby”, refeita por Wilson Miranda, que tinha seu estilo estético e músical
baseado em Elvis Presley. A versão original, incomparável, era de Little Richard,
que tinha a voz muito mais marcante que Wilson, e isso da uma diferença enorme
na música. A versão original de Little Richard tinha uma intensidade muito mais
rock n’roll, era muito mais aquele som que pega na jugular do individuo e fala,
“agora senta ai e curte o som”. Wilson Miranda, no Brasil, teve um papel
importante pois ele trouxe essa música de Richard e a transfigurou para o
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português. O cantor categorizado como cantor do ‘rock-balada’, quando assinou
contrato com a rádio Tupi em 1960.
Em 57 a grande febre era o grupo “Betinho & Seu Conjunto”. Composto pelos irmãos
Tony e Celly Campello. Que gravaram sucessos como “Estúpido Cupido” e “Enrolados de
Rock” que deu a eles grande fama. Era estupidamente vendido, venderam 38 mil cópias
que para a época era muita coisa.
A TV Tupi foi um importante veículo impulsionador porque na época as coisas não eram
tão rápidas como nos dias de hoje. Só existia as rádios, jornais e revistas. Com a chegada
da TV as coisas ficaram mais divulgáveis, e o rock entrou nessa barca.
O Rock da década de 50 foi o pontapé, mas com poucos ícones e alguns ícones que nem
do rock eram de fato, como Nora Ney e Cauby. Na época não existia o conceito do
‘rebelde’ que mais tarde foi emplacado e muito menos o de ‘revolução’. O rock começará
a ser moldado pelo mundo para mais tarde ser um importante veículo e uma importante
arma para combater as mazelas do mundo e da desigualdade social.
Década de 60- Foi uma década de muita importância para o rock por que impulsionaria e
inspiraria as gerações seguintes. Estava ligada ao movimento da contracultura e ao
programa da Jovem Guarda.
Os primeiros grupos que surgiram na década de 60 foram:
•
The Jet Black’s que tinham um som instrumental bem compassado. Dedicaram-se
na maior parte da carreia a música instrumental, embora no final da banda em
meados de 85, 86, a banda produziu músicas com vocal. Uma delas é
“Chapeuzinho Vermelho”, que é uma música com acordes bem definidos e
dedilhados românticos. A música fecha com um solo clássico usando licksnas
penta tônicas bem formados.
•
The Clevers ou Os Incríveis. Era uma banda de rock e pop que foi em seu inicio
uma banda de twist, estilo da moda na época. Em 70 a banda lançou o albúm 1910
onde deturpou o conceito de rock, a meu ver, embora sejam consideradas rock. As
músicas ficaram mais com ritmo pop e não pregavam a raiva que o rock traz
consigo. Eram músicas de amor geralmente. Só tive acesso a esse álbum (1910),
portanto não tenho como fazer uma crítica mais abrangente em relação ao começo
da banda.
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•
The Jordans traz um aspecto ao rock que é uma música denominada por mim de
‘rock surf’, pois os efeitos das guitarras usam o efeito de ‘superchorus’ que é um
pedal que traz esse efeito mais ecoado e praiano. Com visual dos Beatles eles
pregavam seu som instrumental também. A meu ver bandas instrumentais são
muito boas para iniciantes. Foram um dos ícones da Jovem Guarda, pois com o
passar dos anos eles acompanharam todos os músicos da MPB. Se encontraram
com os Beatles em um restaurante italiano na França e fizeram um som com as
lendas, os deuses.
Logo depois dessas bandas surgiu o sujeito que seria um dos maiores ícones da Jovem
Guarda, Roberto Carlos. Embora seja estranho para os rockeiros de hoje, mas o Rei foi
uma figura muito importante nessa década que vinha acompanhando a ascensão os
Beatles que transfiguraram a música com o ‘yeahyeahyeah’. Roberto Carlos produziu
hits como "SplishSplash" que era versão homônima do norte-americano Bobby Darin,
"Parei na Contramão" e “É Proibido Fumar”. Com o sucesso de Roberdo Carlos a Rede
Record (canal de TV), lançou o programa chamado Jovem Guarda, que tinha como
apresentador, Roberto Carlos (conhecido como ‘Rei’), Erasmo Carlos (conhecido como
‘Tremendão’) e Wanderléia (conhecida como ‘Ternurinha’). O programa estourou e
chegou aos 90% de audiência na primeira semana. Em 68 o programa acabou com a saída
do Rei. E em 66 lançou-se o programa Tropicália, que tinha como ícones Os Mutantes e
Tom Zé.
Em minha opinião o “movimento” Jovem Guarda, é um verdadeiro deboche ao rock
brasileiro, porque é uma forma de deturpar e destruir o conceito do rock que é a revolta, a
rebeldia e o som frenético bem compassado botando o dedo na cara dos ‘vilões do
sistema’, embora o rock também pregue amor e paz, não é somente revolta, enfatizando.
A forma com que misturavam o rock com o samba canção era horrível para os amantes
do rock. Portanto o ‘movimento’ Jovem Guarda está mais para movimento do samba
canção do que pro rock n’ roll.
Entrevistei Spartaco AngeloVizzotto, médico psiquiatra, que ouvia e acompanhava o rock
nacional nas décadas de 70 e 80: “A Jovem Guarda é um movimento importado, já como
uma produção, ao mesmo tempo de mídia e cinema e tentou seguir o que ocorria em
termos de revolução de costumes no mundo desenvolvido, EUA e Inglaterra.”.Ele
estudou com a banda Metrô e conheceu por intermédio deles, Lobão. Na opinião dele a
Jovem Guarda, os rocks ingleses e americanos eram objeto de produção comercial,
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embora o marketing que os ingleses utilizavam era muito mais sólido. Em sua casa não
era de costume o rock, mas sim, música clássica italiana e o pop, que ele considera como
os Beatles e Roberto Carlos. Para ele o grande diferencial era a capa do disco
“YellowSubmarine”, dos Beatles, que tinha uma estética colorida e com desenhos. Isso
atraia as crianças da época.
O Rock Inglês reinventou o rok n’ roll! The Beatles e Rolling Stones deram suas pitadas,
colocaram seus temperos e reinventaram o rock, apesar deu não gostar de Rolling Stones
mas pelo menos achar que fizeram uma boa contribuição para o rock. Essas duas bandas
deram um pontapé para que mais tarde fosse chamado de Rock progressivo e o Punk,
ambos que nasceram na década de 70.
A contracultura foi um ponto importante que os jovens brasileiros adotaram por meio da
música. Após o golpe de 64 a bossa-nova que agora se chamava MPB foi transformada e
aderida ao movimento. Para o combate a ditadura qualquer arte era uma forma de
expressão, embora não fosse permitido qualquer tipo. Mas o rock não foi muito bem
utilizado. Ai que o rock deveria aparecer para transformar o Brasil. Então o movimento
da MPB foi algo maléfico para os roqueiros. O rock deveria ser gritado, mas os jovens
decidiram ir pelo jeito mais fácil, por que de fato, a MPB tinha um espaço
consideravelmente maior do que o rock e uma abertura maior também. Pelo fato da MPB
ter essa linguajem mais coloquial nas músicas, ficou mais difícil a identificação de
mensagens subliminares nas letras. O rock tem essa característica de gritar apontando o
dedo na cara, diretamente.
Um fator importante para que o rock fizesse sucesso no exterior mais do que aqui foi à
indústria cinematográfica. Hollywood e seus filmes emplacaram vários sucessos de
bandas inglesas na década de 60. No Brasil não existia uma Hollywood com interesses
comerciais para que alavancasse o ritmo. Isso foi positivo,para os ingleses, por exemplo,
apesar de todos os interesses marqueteiros.
Tirado da revista “Revista Ágora, Vitória, n.10, 2009, p.14-20.” Um trecho em que
Hobsbawn faz uma análise: “[...] se houve um momento, nos anos de ouro posteriores a
1945, que correspondeu ao levante mundial simultâneo com que os revolucionários
sonhavam após 1917, foi sem dúvida 1968 quando os estudantes se rebelaram [...], no
mundo inteiro.”. Disso que precisava o Brasil, rebelião contra os movimentos
autoritários...e não ficar “vendo a banda passar, cantando coisas de amor”!
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Década de 70- O ápice do rock brasileiro e mundial. A época em que o Brasil teve o
melhor e mais atuante roqueiro de todos os tempos, Raul Seixas.
Um fato que praticamente prejudicou o rock quebrando-o e tirando-o de cena no Brasil
foi à ditadura militar. Em plena ditadura não era possível fazer um trabalho musical como
o rock, pois qualquer forma de expressão contra o governo era vetada. Tanto que isso
culminou a ‘queda’ dos Mutantes em 72, quando Rita Lee saiu do grupo para seguir
carreira solo com acompanhamento da banda Tutti Frutti. A banda de fato iria acabar em
78. Algumas pessoas tem uma concepção errada dos Mutantes, pensam que eram uma
’novela’ da Rede Record por serem ‘vinculados’ a Tropicália. Mas não. Os Mutantes
tiveram uma importância significante no rock nacional, tanto porque, faziam canções de
revolta, sexo e drogas, e porque em plena ditadura tiveram coragem de se arriscar em rede
nacional e shows, cantando essas tais músicas. Lógico que Os Mutantes foram fruto
musical de uma cultura Jovem Guarda que trazia muito do pop e da bossa-nova, mas
tinham o espirito do rock, o espirito do afrontamento.
Importância também tiveram Caetano Veloso e Gilberto Gil. Embora não sejam do estilo
rock, faziam composições poéticas. Gravaram discos como, Transa (Caetano) e Expresso
2222 (Gil). Os dois discos são pura bossa-nova,mas contestadora, assim como coloquei
que no final da década de 60 a bossa-nova ‘tomaria’ o lugar do rock nacional. Em 1969
os dois cantores foram exilados para a Inglaterra, onde compuseram estes discos,
inclusive com algumas faixas em inglês, no caso do álbum Transa de Caetano.
O álbum “Fruto Proibido”, de Rita Lee, foi o álbum que praticamente deu o sucesso à
cantora, e foi uma boa crítica aos modos da época, tanto familiares como governamentais.
Um exemplo foi o grande sucesso “Ovelha Negra”, que contesta os ‘bons modos’ das
famílias conservadoras, até hoje.
Nessa vertente de que a bossa-nova tomou conta do país, vem o ‘movimento’ tropicalista,
que era chamado de Tropicália. Nasce no final da década de 60 mas que fica marcado
mais na década de 70. Seus representantes eram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé,
Os Mutantes e Torquato Neto. Era um ‘movimento’ que se assemelhava muito à Jovem
Guarda, ou seja, era o neo-samba canção, mas como disse anteriormente, com um pouco
mais de intensidade do que a Jovem Guarda. Nesse contexto a Tropicália se firmou no
Festival de Música Popular Brasileira, quando os seus representantes se juntaram para
realizarem shows em protestos a ditadura. Havia uma grande dúvida e um grande
conflito, porque os ‘rivais’ dos tropicalistas, Chico Buarque entre outros, diziam que a
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Tropicália era um movimento vago, pois enquanto eles iam diretamente a ferida da
ditaduracom letras diretas, os tropicalistas só cantavam canções de ‘paz e amor’, sem
contesta mento político. Os próprios tropicalistas diziam serem neutros nesse sentido,
pois para eles a revolução já era integrada no modo em que se vestiam e pelo fato de
estarem em um palco com seus instrumentos.
Os Mutantes
1973 o ano em que o rock disparou. Em 73 surgiram Raul Seixas e Secos & Molhados.
Raul Seixas foi e é até hoje o grande nome do rock brasileiro. Seu rock é mesclado com
outros estilos da raiz brasileira, mas ao mesmo tempo é o único em que conseguimos
olhar e dizer, esse é o rock de verdade. Isso que é mais curioso na música de Raul. Há
sempre a batida e a voz impactante que traz o verdadeiro espirito do rock. Raul tinha a
alma de um rockeiro. Ele se inspirou principalmente em Elvis Presley. Natural da Bahia,
que é outro fato curioso, pois o rock ‘nasceu’ em São Paulo e no Rio, a primeira banda de
Raul era Raulzito e os Panteras. Nas palavras do rei do rock brasileiro (tirado do Filme.:
Raul- O início, o fim e o meio): "Em 54/55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e
me atirava no chão imitando Little Richard.". Na terra em que só tocava Luís Gonzaga
(cantor de baião) praticamente, nasce o rock de fato. Aos 14 anos Raul compôs
“Metamorfose Ambulante”, um de seus maiores sucessos, já mostrava que seria um
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grande gênio. (Aprofundar a história de Raul). Outra banda foi Aborto Elétrico que mais
tarde se dividiria e formaria duas novas em 80, Legião Urbana e Capital Inicial.
No mural internacional bandas e cantores cruciais na história do rock surgiram.Led
Zeppelin, Black Sabbath, AC DC, Alice Cooper, Janis Joplin, Dire Straits, Frank Zappa,
Jimi Hendrix, Elton John, David Bowie, Sex Pistols, Pink Foyd, The Ramones, Queen,
The Cream, entre outras.
-RaulSeixas
Década de 80- Para muitos é a década de ouro do rock brasileiro, é a década de popularização
do rock no Brasil, de fato. Antes não era tão acessível o rock para o povo brasileiro. Digo que
não era a época do Rock tradicional(frenético) mas sim a época do ‘B-Rock’, ou seja, blues
rock. Foi a época em que o Brasil mais teve bandas novas. E cantores marcantes para história,
Renato Russo e Cazuza.
Bandas que marcaram a década de 80 foram Golpe de Estado, Ultraje a Rigor, Blitz, Titãs,
Barão Vermelho, Legião Urbana, Ira!, Inocentes, Paralamas do Sucesso, entre outras.
Até que ponto essas bandas são bandas de rock? As únicas que fogem mais do conceito Rock
e tendem para o pop e reggae são Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho.
Vou fazer um resumo das bandas que marcaram a história do rock nacional.
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Lobão e a Blitz: A Blitz foi formada em 1980 e traziam como estilo musical o Brock. Era formada por Lobão (bateria), Evandro Mesquita (guitarra e volcal),
Fernanda Abreu (back vocal), Marcia Bulcão (back vocal), Ricardo Barreto
(guitarra), Antônio Pedro Fortuna (baixo e William ‘Billy’ Forghieri (teclados).
Sete componentes ‘dispostos a inovar o cenário musical brasileiro’. Em entrevista
ao livro, “Rock Brasil-Um giro pelos últimos vinte anos do rock verde e amarelo”,
Lobão conta de sua experiência com a Blitz: “Eu era muito mais ambicioso do que
aquilo que estava acontecendo com a Blitz. Eu era um simples baterista mas desde
aquela época eu já estava ligado no que ia acontecer. Piada é coisa pra ser
contada, você pode contar uma piada mas não pode jamais virar uma piada. E era
exatamente isso que estava acontecendo com a Blitz. A banda virou uma piada.”.
Lobão explica a origem do nome da banda: “ Foi exatamente numa época em que
o Police viria ao Brasil. Aí eu pensei: ’Pô, onde tem policia tem blitz e além disso
Blitz é um nome internacional, todo mundo sabe o que é. Pequeno, curto e
grosso’. Agora tem uma outra coisa sobre a Blitz, um grande erro meu, que vai ser
difícil de reparar. Na Gang90 tinha aquele monte de mulheres e eu comecei a
sentir falta disso na Blitz, então aparecem lá duas meninas (uma era a Fernanda
Abreu), mas elas cantavam mau pra cacete. Aí eu pensei: ‘Cara que fria’, o resto
da historia todo mundo já sabe, as meninas ficaram na banda.” Depois do terceiro
LP lançado “BLITZ 3”, em 1984, a banda se desfez. Mas mesmo assim em 85
tocou no Rock n’ Rio, com performances teatrais. A Blitz é uma banda importante
na história do rock brasileiro, mas não pode apropriadamente ser chamada de
banda de rock...mas sim, de B-Rock ou pop. Lobão continuou sua carreira e virou
um ícone no rock. Pela sua poesia enfurecida mas com doçura, e sua guitarra
compassada e com rifs e acordes significativos e marcantes.
•
Golpe de Estado- Pela definição da própria banda, é uma banda antiga, mas que
está nova. É uma banda de Hard Rock, de São Paulo. Criada em 1985 a Golpe de
Estado é uma das principais bandas na história do rock no Brasil. A banda é
formada por Kiko Muller (vocal), Paulo Zinner (bateria), Helcio Aguirra
(guitarra) e Nelson Brito (baixo). No seu inicio o Golpe teve o vocalista Catalau,
que era amado pelos fãs da banda. Mas por causa de problemas entre os
integrantes Catalau saiu e o Golpe perdeu em termos de quantidades de fãs, em
bora isso não seja regra. O estilo Hard Rock do Golpe foi e é um fator essencial
no rock brasileiro, porque nenhuma banda até em tão tinha proposto esse estilo
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aqui. O Golpe é uma das poucas bandas que conseguiram transfigurar o rock para
o português. A banda não atingiu um sucesso grande na época e nem depois, e a
própria banda explica a causa disso no livro “Rock Brasil-Um giro pelos últimos
vinte anos do rock verde e amarelo”: “Sorte e coisa da mídia mesmo. A mídia é
perversa. A gente não teve muita oportunidade, principalmente por parte das
gravadoras. A gente veio desde o passo-a-passo, tal. Primeiro Baratos e Afins ‘(1ª
gravadora da banda)’, depois a Eldorado, mas é difícil explicar porque não
aconteceu. Existem três coisas que tem que estar funcionando: tem que ter
gravadora que vai te dar divulgação, tem que ter empresário que organiza tudo e
põe a banda na estrada. E a banda mesmo, em si, tem que estar muito determinada
a conseguir. Essas três coisas tem que acontecer no mesmo tempo, na mesma
hora. Porque senão... se abanda não tá legal quando tá bem empresariada, tudo
não rola. Se a banda tá super afim e não tem divulgação, também não rola. Tem
que ser tudo junto, na mesma hora.”. Hoje em dia muitas bandas tem produção
independente e as gravadoras estão em extinção.
Golpe de Estado
•
Legião Urbana- A banda surgiu em Brasília em 1982 e acabou em 1996 após a
morte do gênio Renato Russo. Legião influenciou e influencia muitas bandas e foi
muito importante no cenário do rock nacional. A banda era formada por Renato
Russo (voz, baixo, violão e teclados), Marcelo Bonfá (bateria) e Dado VillaLobos (guitarra). Legião Urbana é uma das bandas recordistas em mais vendas de
discos no Brasil. Antes de Renato entrar na Legião, ele tocava em uma banda
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chamada Aborto Elétrico, que mais tarde, seria a Capital Inicial. Após uma briga
entre Renato e os irmãos Fê Lemos e Flávio Lemos, Renato deixa a banda, e
Dinho Ouro Preto é posto em seu lugar. Renato Russo se inspirava para compor
em Beatles, Joy Division, The Smiths, Sex Pistols, Ramones, The Cure, Talking
Heads, entre outras. Sua morte causada pela AIDS fez com que o grupo acabasse.
Com Renato Russo a banda Legião Urbana vendeu mais de 20 milhões de discos.
•
Titãs- Banda de São Paulo criada em 1982, continua a ativa mas se tornaram no
que pode ser nomeado de pop. Em seu começo a banda representava muito bem o
rock brasileiro, mas hoje em dia pelo fator comercial e do gosto dos integrantes o
Titãs tomou o rumo da mescla de sons, coisa que é inevitável em um país como o
Brasil. A banda atualmente é formada por Branco Mello (vocais e baixo), Paulo
Miklos (vocais, guitarra e saxofone), Sérgio Britto (vocais, teclado e baixo) e
Tony Belloto (guitarra). Já passaram pela banda figuras importantes como Nando
Reis e Arnaldo Antunes. A banda se conheceu no colégio Equipe e de lá
começaram a fazer apresentações em bares e nas escolas. Em bora a banda tomou
outro rumo na música, ainda assim é uma banda que pode ser denominada banda
de rock! Compuseram muitas musicas que viraram hits e com rifles inesquecíveis.
•
Barão Vermelho-Juntamente com Legião Urbana e Titãs é considerada uma das
bandas mais influentes da década de 80. O Barão Vermelho é composto por
Roberto Frejat (guitarra e vocal), Guto Goffi (bateria), Fernando Magalhães
(guitarra), Peninha (percussão) e Rodrigo Santos (baixo). A banda ganhou sucesso
com a presença de Angenor de Miranda Araújo Neto, Cazuza. Cazuza tinha um
estilo implacável e um poder de criação que mais tarde eternizariam o cantor.
Cazuza, assim como Renato Russo,morre em consequência de AIDS aos 32 anos,
em Boston, EUA, onde se tratava. Após sua morte foi cogitado o fim do Barão
Vermelho, mas resolveram dar apenas um tempo para a banda. Em 2004 o Barão
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volta com dois sucessos, “O Nosso Nome” e “Codinome Beija-Flor”.
-Barão Vermelho (1983)
•
Ultraje a Rigor- Eram conhecidos pelo ‘humor’ em suas músicas. A banda
começou em 1980, faziam cover de Beatles e quando saiu a primeira musica
autoral resolveram ingressar seriamente na música. Os integrantes da banda são:
Roger Moreira (vocais e guitarra), Mingau (baixo e vocais), Bacalhau (bateria e
vocais) e Marcos Kleine (guitarra), um dos melhores guitarristas do Brasil. A
banda influenciou outras bandas como, Raimundos e Boi Mamão, por ter um
rockinho engraçadinho.
•
Inocentes- “Nosso som é feito pra quem curte Rock”. Formada em 1981 foi uma
das primeiras bandas de punk e uma das mais importantes no cenário do rock
brasileiro, em bora minha definição de rock não seja o punk, o próprio punk chega
muito perto do que pode ser uma definição de rock! A banda era composta por
Clemente Nascimento (vocais e guitarra), Ronaldo Passos, Nonô e Anselmo
Monstro. O movimento punk vinha e nasceu na periferia de São Paulo. ‘Andava’
lado a lado com a criminalidade e marginalidade. E é exatamente isso que o punk
prega, em sua rebeldia, chamar atenção e protestar contra as coisas erradas do
sistema e do governo. O Punk é mais do que um estilo musical, é um movimento
social.
Década de 90 e dos anos 2000 em diante- A década é marcada no Brasil com a
chegada da MTV. Foi uma década de reciclagem dos outros rocks anteriores, mas
com boas revelações como, Mamonas Assassinas, Skank e Charlie Brown Jr.
Algumas das principais bandas da década de 90.
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•
Mamonas Assassinas- Um dos melhores rocks de toda história do rock
brasileiro. Mamonas tinha uma variedade de gêneros dentro do rock como por
exemplo: Punk Rock, Hard Rock, Rock Cômico, Heavy Metal e Metal
Alternativo. Mas o que prevalecia na banda era o rock cômico. A banda só
lançou um álbum pois um ano depois de sua criação (1995), em 1996 a banda
infelizmente em uma fatalidade, morreu. E teoricamente por causa de sua
morte o Mamonas foi eternizado no Brasil e no coração de seus fãs. A banda
era composta por,Dinho (vocais e violão), Bento Hinoto (guitarra), Samuel
Reoli (baixo), Sérgio Reoli (bateria) e Julio Rasec (teclados e vocais). Foi
uma das bandas mais geniais do Brasil, por ter transformado seu repertorio em
um leque de gêneros.
•
Skank- Em minha definição e a de muitos críticos: “Skank é a derivação de
Beatles que chega mais perto de Beatles no Brasil, embora não cheguem aos
seus pés.”. O Skank nasceu em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, em
1991. A banda leva consigo o estilo pop, rock alternativo e folk rock, além do
Ska e do reggae. A banda é formada por Samuel Rosa (guitarra e voz),
Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo), Haroldo Ferreti (bateria). O
objetivo do Skank era transformar o reggae em pop brasileiro. O próprio
nome, Sank, vem de uma das musicas de Bob Marley, “ Easy skanking”. O
Skank já tocou em turnês internacionais ao lado de Rage Against the Machine
e do eterno Black Sabbath. Mas o Skank estourou no Brasil mesmo em 98
quando lançou a música “É uma partida de Futebol”. Mas a comparação que é
feita entre Skank e Beatles são as melodias bem compostas e letras que se
assemelham, e também pela ideia de emplacar hits.
•
Charlie Brown Jr.- É uma banda de rock formada em Santos em 1992. Seu
estilo é inovador no país com o Rapcore, o skatepunk e o reggae a banda
emplaca no gosto da ‘galera’. Os integrantes da banda são: Chorão
(vocal),Champingnon (baixo), Thiago Castanho (guitarra), Marcão (guitarra) e
Bruno Graveto (bateria). A banda ficou conhecida mesmo após uma de sua
músicas ter entrado como tema da novela Malhação, a “Te Levar”. Mas fora
isso a banda representa bem seu estilo e sempre tende-se mais ao rap do que o
rock propriamente dito.
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A partir dos anos 2000 surgiram bandas como Com 22, Detonautas, Rodox, entre outras que
não revolucionaram precisamente o cenário do rock nacional. Mas no Brasil a falta de
oportunidade para bandas é muito comum. Muitas bandas iram surgir, mas independentes de
gravadoras ou algo do gênero.
Conclusão.
3.1 O rock brasileiro e o rock internacional
O Rock brasileiro já foi muito rico. Teve grandes figuras e bandas muito boas. Nesse trabalho
aprendi principalmente a respeitar o rock nacional, pois anteriormente eu era muito mais
ligado ao rock internacional (não quer dizer que prefiro o nacional). O rock internacional tem
muito mais história, como rock apropriadamente dito do que o rock brasileiro. A cultura é
diferente e isso pesou muito na moldagem do rock brasileiro. O Brasil tem muito que se
desenvolver para que apareçam mais roqueiros geniais que estão escondidos, mas que já
existem aqui no Brasil. O Brasil é um país que acolhe todo e qualquer tipo de gêneros em sua
música e é um país onde o povo procura dar a sua cara, portanto, não da pra você dizer que o
rock nunca existiu aqui ou pedir pra que ele exista. O rock que existe nos países europeus é
um rock mais agressivo no aspecto de protestos. O rock aqui já foi assim um dia, como por
exemplo, na época do Tropicalismo, embora o gênero do tropicalismo não seja rock e na era
de Raul Seixas e Legião Urbana. O Brasil “popularizou” o rock, antes as letras eram
conscientes e inteligentes, hoje, as letras são sobre ‘pegar mulher e cair na noite’ ou ‘como ser
emotivo’. Respeito quem goste dessas coisas de hoje, pois cada um tem um gosto. O rock
perdeu dos anos 2000 pra cá. Mas quando digo isso eu digo sobre as bandas que estão na TV
pro povo ver e não nas bandas que não tem oportunidades ou bandas como Rancore e
Vanguart, que, por exemplo, não são divulgadas na grande mídia. A mídia está dominada por
interesses governamentais e capitais. A grande mídia que digo é a mídia aberta, como a Rede
Globo, Record, Sbt, entre outras.
Os roqueiros que ainda estão em atividade deveriam abrir essas oportunidades para esses
talentos que se vê na rua por exemplo. Ainda há esperanças para o cenário do rock no Brasil e
no cenário musical, pois surgiu um gênio como Criolo e um talento como Emicida, que
ajudam nos protestos do país e na melhora da música. O rock deveria voltar a ativa, com
idéias produtivas para sociedade.
3.2 A Oportunidade
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Bandas como Golpe de Estado, Ultraje a Rigor, Tihuana, Cpm 22, Inocentes e o próprio
Lobão dizem em entrevista ao livro “Rock Brasil- um giro pelos últimos 20 anos do rock
verde e amarelo”, que se eles mesmos tem que ‘ralar’ muito pra conseguir espaço na mídia,
imagina as bandas que não estão inseridas. Mas com perseverança, táticas e planos uma banda
consegue chegar onde espera.
Enquanto bandas como Restart ou NxZero (não deveriam nem ser denominadas assim), têm
muitas oportunidades, bandas com músicos excepcionais e geniais estão por ai tocando em
barzinhos. “Mas isso é o que o povo gosta”. NÃO, não é! Isso é o mais interessante para os
empresários venderem para jovenzinhas histéricas e acabarem com a boa música do país. O
futuro do rock e da música no Brasil é a produção independente, não tem outra solução. As
gravadoras estão falidas, e muitas vezes buscam esse estereótipo ‘Restart’, portanto os
músicos do Brasil de todos os gêneros devem procurar estúdios para gravação ou gravar por
conta própria.
Diagnosticar essa ferida é muito fácil, o difícil é ter espaço para mostrar a sua arte.
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4. Bibliografia
Rock Brasil - Um giro pelos últimos 20 anos do rock verde e amarelo - volume
Autor: Roberto Maia
Breve História do Rock
Autor: Ayrton Mugnaini Júnior
Imagem Barão Vermelho:
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Imagem Os Mutantes:
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Imagem Contracultura:
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Imagem Raul Seixas:
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Imagem Golpe de Estado:
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Seixas (Acesso no dia 16/10/2012)
Consulta a Tese sobre Contracultura da Biblioteca da ECA da USP
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