Maria Rita - Faculdades Pequeno Príncipe

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MRita Marques [[email protected]]
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO AO NOVO ESTILO DE VIDA DE PACIENTES
SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA
Maria Rita de C. V. Marques1
Leandro Rozin2
RESUMO
A cirurgia cardíaca é um procedimento invasivo de alto risco, que tem
como alvo um órgão vital, o coração, dessa forma, os pacientes que se
submetem a essa cirurgia necessitam de um cuidado maior por parte de toda a
equipe multiprofissional durante o pré e o pós-operatório, pois a forma de
abordagem é que irá contribuir para a obtenção de resultados satisfatórios ou
não, resultando no aumento ou declínio da taxa de morbi-mortalidade. As
cirurgias cardíacas podem vir a ser realizadas para a correção de valvopatias,
cardiopatias congênitas, revascularização do miocárdio, comunicação
interventricular pós-infarto, tetralogia de fallot, transplante cardíaco entre
outros. Populações de diferentes faixas etárias podem necessitar da mesma,
dependendo da patologia que venha apresentar, podendo estar ou não
acompanhado de doenças pré-existentes. As doenças cardiovasculares no
início do século XX eram responsáveis por menos de 10% dos óbitos em todo
o mundo, mas ao final desse mesmo século, esse grupo de doenças foi o
responsável por, aproximadamente, 50% dos óbitos nos países desenvolvidos
e 25% nos países em desenvolvimento. São estimados 25 milhões de óbitos
em 2020, sendo que a maior causa de morte será as doenças isquêmicas do
coração, superando os casos de doenças infecciosas. No Brasil, 32,6% dos
óbitos com causa confirmada estão relacionados às doenças cardiovasculares.
Estima-se que as mortes por doenças crônicas no Brasil, em 2005, tenham
representado uma perda de US$ 3 bilhões devido a mortes prematuras por
doença isquêmica do coração, acidente vascular encefálico e diabetes mellitus
e que, nos próximos 10 anos, essa cifra chegue a US$ 49 bilhões. O maior
custo está relacionado à utilização de procedimentos de alta complexidade em
cardiologia como a cirurgia de revascularização miocárdica e angioplastia
coronariana. Além disso, essas doenças crônicas pioram a qualidade de vida e
comprimem o orçamento das populações mais pobres e mais acometidas por
estas doenças e suas complicações mais freqüentes. Existem diversos fatores
de risco que podem contribuir para o surgimento de uma doença
cardiovascular, entre eles podemos citar: idade avançada, sexo masculino,
hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, níveis séricos elevados das
lipoproteínas de baixa densidade (LDL - colesterol), níveis séricos baixos das
lipoproteínas de alta densidade (HDL - colesterol) e Diabetes Mellitus. O risco
de doença cardiovascular em fumantes é de duas a quatro vezes maior. A
hipertensão arterial é um dos fatores de risco fundamental para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estudos brasileiros mostram
uma prevalência entre 12% e 35% em diferentes regiões. O diabetes mellitus é
1
2
Acadêmica de Enfermagem do 8º período da Faculdades Pequeno Príncipe – FPP.
Docente da Faculdades Pequeno Príncipe e orientador da pesquisa.
uma doença crônica freqüente e estima-se um aumento da sua prevalência de
aproximadamente 30% até o final da próxima década, segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS). No Brasil estima-se existirem 5 milhões de
diabéticos. Na faixa etária de 60 a 69 anos a prevalência do diabetes mellitus é
de 17,4% 4. A insuficiência cardíaca hoje é reconhecida como um problema
crescente e importante de saúde pública. Fatores como a industrialização e a
urbanização implicaram mudanças na dieta alimentar, aumento do tabagismo,
sedentarismo e obesidade. A conseqüência natural desse processo é o
desenvolvimento da hipertensão arterial, diabete e doença das artérias
coronárias, sendo a insuficiência cardíaca a via final dessas e de outras
doenças. Estima-se que 6,4 milhões de brasileiros sofram de insuficiência
cardíaca. Para a prevenção do desenvolvimento das doenças
cardiovasculares, se faz necessário o monitoramento dos metabólitos
sangüíneos como glicose, colesterol, triglicérides e lipoproteínas de alta e baixa
densidade, além de um controle dos depósitos de gordura corporal e sua
distribuição, principalmente no tronco. Além disso, a educação em saúde e o
acompanhamento periódico nos hábitos de vida que expõe riscos, também são
fatores de grande importância na prevenção dessas doenças. Existem também
os fatores de risco que podem ser mutáveis, caracterizados pelos hábitos e
estilo de vida e os não-mutáveis, como os fatores genéticos que aumentam a
pré-disposição conforme o passar da idade. Esse estudo traz como objetivo
conhecer os fatores de risco na ótica dos pacientes que foram submetidos a
cirurgia cardíaca, correlacionar os fatores de risco que influenciam na indicação
de cirurgia cardíaca dos pacientes adultos do estudo, desvelar como o paciente
submetido à cirurgia cardíaca planeja o cuidado de si para o processo de
adaptação ao novo estilo de vida após a cirurgia. Para isso, foi realizada uma
pesquisa exploratória descritiva, de abordagem quantitativa, com pacientes
acima de 30 anos, devido a prevalência de pacientes internados na instituição.
Participaram do estudo 10 pacientes que já haviam passado por cirurgia
cardíaca, as cirurgias foram: Revascularização Miocárdica, Implante de
Marcapasso, Reparação da válvula mitral, Correção de Aneurisma de Poplítea.
A duração da coleta dos dados foi feita em uma média de dois meses
consecutivos, em um hospital de grande porte, situado na cidade de
Curitiba/PR. Para a coleta dos dados foi realizada entrevista de forma direta
com os pacientes, composta por questões fechadas para bases sóciodemográficas e semi-estruturadas gravadas para análise de falas, o
questionário utilizado no estudo foi construído com base em outros
questionários já existentes, porém adaptados ao contexto do tema desse
estudo. O seguinte estudo, teve aprovação do comitê de ética em pesquisa, do
Hospital Pequeno Príncipe e foram seguidos os aspectos éticos para sua
realização, com base nesses princípios, foi elaborado o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), expondo todos os procedimentos,
de modo que todos os participantes assinaram de livre concordância. Dos
dados sócio-demográficos a idade variou entre 50 a 80 anos, com uma média
de 66,2 anos. Quanto ao tipo de cirurgia o maior número foi de
revascularização do miocárdio (Revasc). Observando os fatores de risco,
relacionado aos problemas cardiovasculares, observou-se que uma das causas
dos problemas foi a hipertensão arterial, a diabetes mellitus e a obesidade.
Palavras-chave: fatores de risco, qualidade de vida, cirurgia cardíaca,
hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes mellitus,
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