ARTRITE TUBERCULOSA: RELATO DE CASO estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. DANIEL LOPES DA CUNHA, LUCIANA RIBEIRO DE SOUSA, ALESSANDRO MARCOS PINHEIRO MELO, GLAYDSON JERONIMO DA SILVA, ANTÔNIO CARLOS XIMENES Resumo: os autores descrevem um caso clínico de um paciente adulto-jovem portador de artrite de joelho esquerdo há dois anos e com diagnóstico de tuberculose pulmonar. A análise do líquido e tecido sinoviais e exames de imagem, como radiografia, tomografia e ressonância nuclear magnética, sugeriram fortemente o diagnóstico de artrite tuberculosa. Inicialmente, foi instituído tratamento com esquema tríplice por seis meses, sendo ampliado para 12 meses, em razão de resposta insatisfatória. Os autores descrevem os aspectos clínicos e epidemiológicos dessa afecção, bem como os métodos diagnósticos e tratamento. Palavras-chave: tuberculose, tuberculose osteoarticular, artrite tuberculosa, tríade de Phemister, granuloma caseoso A tuberculose (TB) é uma doença crônica causada por um grupo de micobactérias do complexo tuberculoso, particularmente por Mycobacterium tuberculosis. A tuberculose no Brasil, apesar do grande progresso em seu tratamento e controle, ainda constitui um sério problema de saúde pública. Processos como as neoplasias, diabetes mellitus, alcoolismo, Sida e outros, implicam uma diminuição das defesas do hospedeiro, predispondo o paciente à dis- 873 874 estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. seminação da infecção (DONALD; SEXTON, 2006; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; VERONESI, FOCACCIA, 1999). A forma osteoarticular é responsável por 10 a 15% dos casos de tuberculose extrapulmonar ou aproximadamente 2% de todos casos novos (BASS, 2006; COSSERMELLI, 2000; DONALD, SEXTON, 2006; HEBERT, 2003; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; MORALES, ALMEIDA, RODRIGUEZ, 1998; PORRUÁ, GAY, ANDRADE, 1998; XIMENES, SILVA, 2001). São reconhecidas cinco síndromes clínicas. A mais comum é a espondilite, ou doença de Pott, responsável por 50% dos casos. Artrite periférica ocorre em cerca de 30% dos pacientes, com osteomielite e dactilite, tenossinovite e bursite e doença de Poncet, sendo responsáveis pelo restante (BASS, 2006; COSSERMELLI, SEXTON, 2006; TIMOTHY, 1999). O acometimento osteoarticular deve-se a disseminação hematogênica, linfática ou por contigüidade do bacilo de Koch do foco primário de infecção, mais comumente localizada no pulmão (CARTY, 1979; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; PORRUÁ, GAY, ANDRADE, 1998; XIMENES, SILVA, 2001). Somente 30% destes pacientes têm evidência de tuberculose pulmonar na apresentação e, na maioria, o foco primário não é encontrado (BASS, 2006; COSSERMELLI, 2000; HEBERT, 2003; TARANTINO, 2002). A artrite tuberculosa geralmente envolve as articulações que sustentam peso, sendo mais comumente envolvidos os quadris e joelhos, tornozelos e pés, em ordem decrescente. Envolve, na maioria dos casos, somente uma articulação, embora em indivíduos imunossuprimidos, desnutridos e idosos a infecção possa ser multifocal. Apresenta-se freqüentemente como um processo insidioso, com poucas manifestações sistêmicas e sinais inflamatórios locais ausentes ou brandos, proporcionado atraso de meses até anos para a realização do diagnóstico (COSSERMELLI, 2000, HEBERT, 2003; HELFGOTT, 2006; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; SHOLTER, RUSSRL, 2006; VERONESI, FOCACCI, 1999). O diagnóstico baseia-se na análise do líquido sinovial, nas características histopatológicas e cultura da membrana sinovial. Dessa forma, a soma de todos esses procedimentos resultará em quase 100% de chance de se fazer o diagnóstico correto. Os exames adicionais de imagem incluem os raios X, a medicina nuclear, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, habitual- mente revelando imagens sugestivas de acometimento tuberculoso (COSSERMELLI, 2000; DONALD, SEXTON, 2006; HEBERT, 2003; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; SHOLTER, RUSSRL, 2006; TIMOTHY, 1999). O tratamento atual da tuberculose osteoarticular segue o Programa Nacional para o Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde do Brasil, que preconiza a associação de três drogas (esquema I) por um período de seis meses. O tratamento cirúrgico é indicado como um procedimento diagnóstico e terapêutico adjuvante (FUENTES, CAMINERO, 2006; KLIPPEL, DIEPPE, 1998; TIMOTHY, TRONCOSO, 2000). O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente portador de artrite tuberculosa de joelho e realizar revisão de literatura mundial. estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. RELATO DE CASO B. L. S, sexo masculino, casado, 33 anos, trabalhador rural, natural e residente em Mara Rosa (GO), realizou consulta médica com queixa de dor em joelho esquerdo. Relatou que o quadro havia iniciado há cerca de dois anos, de caráter contínuo, agravado com repouso e movimentos intensos, sem irradiação e melhora parcial após uso de Aine (Diclofenaco). Em associação, refere edema, rubor e calor local, limitação do movimento e rigidez matinal, havendo piora dos sintomas há cerca de quatro meses. No interrogatório sintomatológico, relatou emagrecimento de 10kg em 12 meses, astenia e hiporexia. Nega traumas e outros sintomas sistêmicos. No momento, apresentava-se sem outras queixas. Nos antecedentes pessoais, relatou estar em tratamento para tuberculose pulmonar há quatro meses com esquema I. Fez uso de Rifampicina (600mg/dia), Isoniazida (400mg/dia) e Pirazinamida (2000mg/dia) nos primeiros dois meses de tratamento e, atualmente, faz uso de Rifampicina (600mg/dia) e Isoniazida (400mg/dia). Nega contactantes diários com quadro de TB. Foi tabagista por dez anos (cinco maços/ano) e parou de fumar há três. Nega uso de drogas ilícitas, etilismo e contato com triatomínios. Refere tios com cardiopatia [sic]. Ao exame físico, o paciente apresentava bom estado geral, lúcido e orientado no tempo e espaço, mucosas hipocoradas (2+/4) 875 Figura 1: Aumento de Volume da Articulação do Joelho Esquerdo 876 Os exames laboratoriais evidenciaram hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina, proteinograma, transaminases e glicemia normais. Velocidade de hemossedimentação na primeira hora (wester green) = 45mm, fator reumatóide (teste do látex) negativo. AntiHIV negativo. O estudo radiológico do joelho esquerdo demonstrou a presença de múltiplas áreas radiolucentes, evidentes na epífise tibial proximal e no côndilo lateral do fêmur; afilamento da cortical medial da epífise tibial e espaços articulares preservados (Figura 2). estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. e hidratadas, eupnéico (FR= 18 irpm), afebril, anictérico e acianótico. Aparelho cardiovascular apresentava ritmo cardíaco regular, em dois tempos, bulhas normofonéticas e sem sopros e estalidos. Aparelho respiratório com murmúrio vesicular fisiológico, sem ruídos adventícios. Abdome mostrava-se plano, flácido, não doloroso à palpação, sem visceromegalias palpáveis e ruídos hidroaéreos presentes. Sistema osteoarticular com a presença de dor, rubor, calor, edema e limitação de movimento em joelho esquerdo com as demais articulações periféricas e axiais livres (Figura 1). estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. A tomografia computadorizada evidenciou múltiplas lesões tipo ‘saca-bocado’ comprometendo os côndilos do fêmur esquerdo, platô tibial e epífise proximal da fíbula homolateral, com significativo derrame intra-articular no joelho esquerdo (Figura 3). A ressonância nuclear magnética mostrou intensa proliferação sinovial com sinais de atividade inflamatória acometendo todas as superfícies sinoviais do joelho esquerdo, incluindo a bursa prépatelar, associado a acentuado volume de derrame articular e múltiplas lesões osteolíticas no platô tibiais e côndilos femurais, predominantemente periféricas (Figura 4). Figura 2: Áreas Radiolucentes Evidentes na Epífise Tibial Proximal e no Côndilo Lateral do Fêmur Nota: evidenciam-se afilamento da cortical medial da epífise tibial e espaços articulares preservados. 877 Figura 4: Proliferação Sinovial com sinais de Atividade Inflamatória Acometendo Todas as Superfícies Sinoviais do Joelho Esquerdo Nota: atividade inflamatória acomete ao também a bursa pré-patelar, associado a acentuado volume de derrame articular e múltiplas lesões osteolíticas no platô tibiais e côndilos femurais, predominantemente periféricas. 878 O líquido sinovial do joelho esquerdo evidenciava 9.500 leucócitos/mm3, 64% de polimorfonucleares e 36% de mononucleares; turvo; glicose = 17mg/dl; proteínas totais = 5,00g/ dl; DHL = 2.000 U/L; baciloscopia pelo método de Ziehl-Nielssen (BAAR), bacterioscopia pelo método de gram, pesquisa de fungos e cultura negativas. O histopatológico de sinóvia evidenciou processo inflamatório granulomatoso, com presença de células epitelióides, manguito-linfocítico e necrose caseosa central; presença de células de Langhans; fibrina e material nécrótico na superfície. Diante da história de tuberculose pulmonar em tratamento com histopatológico de sinóvia de joelho esquerdo favorecendo tuber- estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. Figura 3: Lesões Tipo ‘Saca-Bocado’ Comprometendo os Côndilos do Fêmur Esquerdo culose articular, decidiu-se manter o esquema I e observar ambulatorialmente a resposta ao tratamento. Após seis meses de evolução do tratamento da monoartrite de joelho esquerdo, o paciente retorna ao ambulatório especializado, referindo diminuição parcial dos sinais e sintomas articulares, como dor, volume, rubor, calor e limitação de movimento. Negava rigidez matinal. Em virtude da permanência da artrite em joelho esquerdo, decidiu-se prolongar o tratamento com Isoniazida e Rifampicina por mais seis meses. estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. DISCUSSÃO No Brasil, estima-se que mais de cinqënta milhões de pessoas estejam infectadas pelo bacilo da tuberculose. Por ano, são notificados aproximadamente cem mil casos novos e de cinco a seis mil mortes em decorrência da doença. Com o surgimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Sida/Aids), em 1981, observa-se, tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, um crescente número de casos notificados de tuberculose em pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). A associação dessas duas enfermidades constitui um sério problema de saúde pública, podendo levar ao aumento da morbidade e mortalidade pela TB em muitos países (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A artrite periférica é o resultado da disseminação hematogênica do bacilo, proveniente de um foco primário extra-esquelético de infecção, geralmente localizado no pulmão. Dos pacientes com artrite tuberculosa, somente 30% apresentam sintomas pulmonares (BASS, 2006; COSSERMELLI, 2000; TIMOTHY, 1999) como foi observado no caso relatado. A manifestação mais comum é dor articular exacerbada por atividade, associado a aumento de volume causado pela marcante proliferação sinovial. Esta também é responsável pela limitação de movimento encontrada no paciente (BASS, 2006). Os exames laboratoriais sanguíneos não ajudam no diagnóstico. O VHS encontra-se elevado na maioria dos pacientes, mas é inespecífico (BASS, 2006). O fluido sinovial é inflamatório e a contagem de células usualmente encontra-se entre 10.000 e 20.000 cel/mm³, mas é 879 880 estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. variável. Há predomínio de células polimorfonucleares, a proteína é maior que 3,5g/dl e glicose menor que 40mg/dl na maioria dos casos. A pesquisa de Baar no líquido sinovial é positiva em 10 a 20%, já a cultura, em 80% dos casos (BASS, 2006; HALVA, 1998; KLIPPEL, DIEPPE, 1998). As alterações radiográficas são brandas durante os estágios precoces da infecção. Aumento de volume de tecidos moles e osteopenia periarticular são as anormalidades iniciais. Erosões marginais, destruição articular com diminuição do espaço articular (tríade de Phemister) e borramento da superfície do osso subcondral são manifestações tardias (BASS, 2006; FUENTES, CAMINERO, 2006; SHOLTER, RUSSRL, 2006). A biópsia sinovial mostra alterações compatíveis com TB em mais de 90% dos casos e é um rápido e confiável método diagnóstico. Caracteristicamente, estas alterações incluem o granuloma caseoso com células gigantes multinucleadas. A cultura do tecido sinovial é positiva em 94% (CARTY, 1979; KLIPPEL, DIEPPE, 1998). O paciente do caso descrito apresentou sinais e sintomas, alterações do fluido sinovial e radiológicas compatíveis com a literatura mundial. Os métodos tradicionais, como a bacterioscopia e a cultura do fluido sinovial foram negativos, pois o paciente estava sob tratamento específico e, por conseguinte, deveria apresentar baixa carga de micobactéria. Esta seria uma das circunstâncias em que os exames de amplificação do DNA (PCR: reação em cadeia da polimerase) poderia ter sido útil no diagnóstico, embora não tenha sido realizado pela relação custo-benefício (HALVA, 1998). O presente relato de caso demonstra as dificuldades de diagnóstico precoce da artrite tuberculosa. Houve retardo diagnóstico de dois anos desde o início dos sintomas. É bom frisar que, apesar da investigação diagnóstica não se conseguiu isolar o Mycobacterium tuberculosis em culturas. Entretanto, com a história de tuberculose pulmonar (foco primário) e características histopatológicas sugerindo granuloma tipo TB, confirmou-se o diagnóstico. O tratamento programado para o paciente seria de seis meses com esquema I, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Em virtudes da evolução clínica insatisfatória da artrite, foi mantida a medicação por mais seis meses com base na experiência do serviço. Referências BAKER, D. G; SCHUMACHER, J. R. H. Current concepts: acute monoarthritis. N Engl J Med, EUA, v. 329. n. 14, p. 1013-1020, set. 1993. BASS, J. B. Epidemiology of tuberculosis. Disponível em: <http:// www.uptodate.com>. Acesso em: 10 ago. 2006 CARTY, D. J. Arthritis and allied conditions. 9. ed. London: Lea e Febiger, 1979. p. 1384-1390. COSSERMELLI, W. Terapêutica em Reumatologia. São Paulo: Lemos Editorial, 2000. DONALD, M. M.; SEXTON, D. S. Skeletal tuberculosis. Disponível em: <http:/ /www.uptodate.com>. Acesso em: 10 ago. 2006. FUENTES, Z. M.; CAMINERO, J. A. 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Rio de Janeiro: Medsi, 2001. p. 651-674. Key words: tuberculosis, osteoarticular tuberculosis, tuberculous arthritis, Phemister‘s triade, caseating granulomata ALESSANDRO MARCOS PINHEIRO MELO Médico Residente (R1) em Reumatologia no Hospital Geral de Goiânia (HGG). ANTÔNIO CARLOS XIMENES Doutor em Reumatologia pela Universidade de São Paulo. Médico Reumatologista. Chefe do Departamento de Medicina Interna do HGG. E-mail: [email protected]. DANIEL LOPES DA CUNHA Acadêmico em Medicina pela Faculdade de Medicina de Araguaína, em regime de internato no HGG. E-mail: [email protected]. GLAYDSON JERONIMO DA SILVA Médico Residente (R2) em Reumatologia no HGG. 882 LUCIANA RIBEIRO DE SOUSA Acadêmica em Medicina pela Faculdade de Medicina de Araguaína, em regime de internato no HGG. E-mail: [email protected]. estudos, Goiânia, v. 33, n. 11/12, p. 873-882, nov./dez. 2006. Abstract: the authors report a case of a adult-young pacient porter of arthritis of left knee have been two years ago and with diagnostic of pulmonary tuberculosis. The analisis of synovial fluid and tissue and image invastigation with radiograph , tomography and magnetic ressonance were very suggestive of diagnostic of tuberculous arthritis. First was iniciated the treatment with three drougs for six mouths, have been developed for eleven mouths, due to poor reply. The authors report the clinical and epidemiologycs features of this conditions and the diagnostic methods and treatment.