CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO M3 D2 – HIGIENE DO TRABALHO II GUIA DE ESTUDO PARTE I – PRÁTICA DE MEDIÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS AULA 29 PROFESSOR AUTOR: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI PROFESSOR TELEPRESENCIAL: COORDENADOR DE CONTEÚDO: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO 07 DE FEVEREIRO DE 2012 1 EMENTA DA DISCIPLINA: HIGIENE DO TRABALHO II A Disciplina “Higiene do Trabalho II” está organizada em cinco partes, nas quais são tratados os conteúdos descritos a seguir. 14/02/2012 – Aula 29 - Prática de medição de agentes químicos. Conceitos básicos. Avaliação ocupacional. Avaliação ambiental. Tipos de amostragem. Medição e avaliação. Equipamentos de medição. Bombas de amostragem, calibradores, acessórios e filtros. Métodos analíticos..Normas técnicas. Normas legais. Coletores de amostragem. Métodos analíticos. Tubos colorimétricos Laboratórios de análise de agentes químicos. Apresentação de equipamentos de medição de agentes químicos. 28/02/2012 - Aula 30 - Vibrações. Conceito. NR 15, Anexo 8. Normas aplicáveis. Parâmetros utilizados na avaliação. Tabelas e gráficos. Critério técnico de medição. Limites de tolerância.Estratégia de medição. Procedimento de avaliação. Efeitos no organismo humano. Medidas de controle. Tipos de exposição humana à vibração. As normas ISO 2631 e ISO DIS 5349. Metodologia de avaliação.Equipamentos de medição.Laudos técnicos. Aplicação prática. 06/03/2012 - Aula 31 - Radiações Ionizantes: conceito, tipos de radiação, efeitos da radiação, unidades das medidas radioativas, detecção das radiações, medidas de controle, normas Raios X, CNEN, NR 15 – Anexo 5, partículas radioativas,avaliação doses permissíveis, efeitos biológicos, limites de tolerância. Radiações Ionizantes como agente periculoso; acidente de Goiânia; Portaria 518/2003 do MTE. Quadro de atividades periculosas e áreas de risco, metodologia de medição, normas CNEN. A ex-Portaria 3.393/87. 13/03/2012 - Aula 32 - Radiações Não Ionizantes. 1. Radiação visível, infravermelho, micro-ondas, RF, ELF, ultravioleta,laser. Conceitos básicos à luz da ACGIH e do anexo nº 15 da Portaria 3.214/78. Campos elétrico, magnético e eletromagnético. O espectro eletromagnético.Sistemas de telecomunicações. Prática de avaliação de instrumentos. 2. Radiação Ultravioleta. Conceito, classificação. Utilização na indústria. Fontes emissoras de UV. Efeitos das radiações UV. Normas e instrumentação Medidas de atenuação. EPI s e Lentes protetoras p/ operações de solda. 3. Radiações laser. Fontes emissoras. Avaliação quantitativa; normas aplicáveis. Proteção do trabalhador. Instrumentação. 2 20/03/2012 - Aula 33 –Poeira e Particulados. Conceito de poeira. Conceito de particulados. Tamanho das partículas. Limite de tolerância. Média ponderada pelo tempo.Partícula respirável. Partícula inalável. Particulado torácico. Particulado total. Análise gravimétrica. Grupo homogêneo de exposição. Estratégia de amostragem. Coleta de amostras. Análise laboratorial. Efeitos à saúde. Aplicação da NR 15, Anexo 12. Limites de exposição da ACGIH. Instrumentos de medição. Procedimentos de avaliação. Asbesto (NR 15, Anexo 12). Poeira de algodão. Poeira metálica e fumos metálicos. Negro de fumo (NR 15, Anexo 12). Poeiras de madeira. CALENDÁRIO O calendário atualizado da disciplina encontra-se no quadro a seguir. Datas Aulas 2012 o Guia de N Lista Data Data final Textos Complementares de Leitura Obrigatória Estudo Exercícios Postagem Resposta 14 fev Análise de gases em locais de trabalho. Engº. Parte I Lamartine Diniz Barazzutti. Aula 29 Acessar:http://www.progep.furg.br/arquivos/ppr a/E_2008_LAUDO_GASES.pdf 29 28fev Parte II Aula 30 30 06mar Parte III aula 31 31 13 mar 20 mar Parte IV 15fev 28fev 32 Aula 32 Parte V 33 Aula 33 Prova do Módulo 3: 15 de maio de 2012 Neste texto, apresentamos a Parte I: Prática de Medição de Agentes Químicos. 3 OBJETIVOS DA PARTE I Após o estudo da Parte II desta disciplina, esperamos que você seja capaz de: 1. explicar os conceitos básicos de medição e avaliação de agentes químicos 2. descrevera amostragem ocupacional 3. descreveretapas da avaliação de agentes químicos 4. explicarcomo se realiza a calibração de instrumentos 5. explicaros cálculos após a medição dos agentes químicos 6. descreveras etapas de avaliação de agentes químicos 7. identificaras etapas de coleta de amostra com tubos colorimétricos 9. descrevero processo de avaliação com tubo de carvão ativado 10. explicar os tipos de amostragem de agentes químicos 4 1. INTRODUÇÃO Os agentes químicos foram estudados no Guia de Estudo da aula 22 – parte IV da disciplina de “Higiene do Trabalho I” e no Guia de Estudo da aula 26 parte II da disciplina Higiene do Trabalho II. Vamos estudar agora como se realiza a medição e avaliação quantitativa dos agentes químicos, constituídos pelos gases e vapores, e comparar os valores encontrados com seus respectivos limites de tolerância. É importante destacar que toda a avaliação quantitativa dos agentes supracitados se refere à avaliação no ar, na zona respiratória do trabalhador em atividade ocupacional. 2. CONCEITOS BÁSICOS Antes de entrar no estudo da medição e avaliação de agentes químicos, vamos apresentar alguns conceitos básicos de grande importância. MEDIÇÃO – ato de medir, no ambiente de trabalho, a concentração ou intensidade do agente físico ou químico, utilizando instrumentos apropriados. AVALIAÇÃO – análise dos valores da medição, levando-se em consideração os métodos amostrais, a calibração dos instrumentos, a inferência estatística, os resultados laboratoriais e os limites de tolerância. AVALIAÇÃO OCUPACIONAL – é aquela realizada no trabalhador, no ambiente de trabalho e durante a jornada de trabalho. A avaliação da exposição ocupacional caracteriza-se por um conjunto de ações necessárias para se realizar a caracterização completa de um determinado ambiente ou de exposição ocupacional de trabalhadores. Uma das ações da medição do agente é a coleta de amostras do contaminante no ar que pode ser realizada por amostragem de curta duração e amostragem instantânea (SALIBA, 2009). COLETA DE AMOSTRA – é o ato de recolher o contaminante no ar, com instrumentos apropriados, mediante procedimento. - a amostragem de curta duração é aquela realizada por um período de até 15 minutos. Fornece como resultado a concentração média relativa a esse período. É utilizada principalmente para verificar se o limite de tolerância de curta duração estabelecido pela ACGIH foi ultrapassado. AMOSTRAGEM DE CURTA DURAÇÃO 5 AMOSTRAGEM INSTANTÂNEA - a amostragem instantânea é aquela realizada por um período máximo de 5 minutos. Fornece o resultado da concentração instantânea da substância no ar. É indicada, principalmente, para verificar se o valor máximo permitido ou valor teto foi ultrapassado. Valor máximo- é a concentração que não deve ultrapassar o valor obtido na equação abaixo, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente: Valor Máximo (VM) = LT x FD Onde: LT = limite de tolerância para o agente químico, conforme Quadro 1 do Anexo 11 da NR 15 (o quadro 1 é extenso. Consultá-lo) FD = fator de desvio, segundo definido no Quadro 2, NR 15.. é a concentração que não deve ser ultrapassada, em nenhum momento da jornada. VALOR TETO– Ciclo de trabalho – Entende-se como ciclo de trabalho o conjunto das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores em uma sequência definida e que se repete de forma contínua no decorrer da jornada. A medição dos agentes químicos deve ser realizada no ciclo de trabalho e no posto de trabalho dos empregados. Estratégia de amostragem - consiste na elaboração de um procedimento que leve em conta a realidade laboral dos trabalhadores, os recursos disponíveis, o planejamento da coleta das amostras, a análise e tratamento estatístico dos dados e os tipos de amostragem. Para se realizar uma medição de agentes químicos é preciso preparar uma estratégia de amostragem. Tipos de amostragens Com relação aos tipos de amostragem, (SALIBA, 2009) cita quatro tipos: 1. Amostragem completa da jornada de trabalho com várias amostras consecutivas. É a melhor forma de amostragem para caracterizar a existência do risco, porque proporciona o menor intervalo de confiança na busca do verdadeiro valor da concentração medida. A precisão cresce com o número de amostras. Por exemplo: realizar oito amostragens de 1 hora cada é mais preciso do que realizar 4 amostragens de 2 horas. Por 6 questões de custo, recomenda-se amostragens consecutivas com duração de 4 horas cada. 2. Amostragem completa da jornada de trabalho com apenas uma amostra (amostra única). É o segundo método na ordem de preferência. Assim, uma amostra de 8 horas é tão boa quanto duas amostras de 4 horas cada. 3. Amostragem com tempo parcial da jornada, com várias amostras consecutivas. O inconveniente principal deste tipo de medição é a parte da jornada não amostrada. Entretanto, dependendo da experiência profissional e da natureza da atividade avaliada, pode-se validar uma amostragem, cobrindo 70 a 80% da jornada. 4. Amostragem parcial da jornada, com amostras de curta duração. É o pior tipo de amostragem em uma medição, devido à baixa confiabilidade amostral, tornando-se difícil tomar decisão a respeito da existência ou não do risco. Amostragem ocupacional Com relação à forma da medição, ela deve ser individual e ocupacional, ou seja, aplicada ao trabalhador, durante a execução de suas atividades normais, sendo o dispositivo de coleta, conhecido como amostrador, afixado ao trabalhador e posicionado próximo de sua zona respiratória. Amostrador é o dispositivo sensor que deve permanecer no trabalhador durante todo o período programado de amostragem. Zona respiratória deve ser entendida como uma região do espaço que compreende à distância de aproximadamente 150 +/- 50 mm, a partir das narinas. Análise laboratorial – análise de amostras de agentes químicos, analisadas por laboratórioscredenciados, com emissão de certificados. Os resultados da análise laboratorial são interpretados e comparados com parâmetros normativos. Se os resultados das amostragens excederem os limites de tolerância, serão tomadas decisões técnicas e de gestão, para implementação de medidas de controle. Medidas de controle – ações tomadas, após os resultados das medições, para enquadrar a exposição aos agentes, dentro dos parâmetros normativos. 7 Amostragem ambiental – é a amostragem realizada no meio ambiente, mas não no ambiente ocupacional Além da amostragem ocupacional, já citada, existe outra forma de amostragem conhecida como “amostragem de área” ou “amostragem ambiental” que não deve ser confundida com a avaliação ocupacional. Enquanto as amostragens ocupacionais são realizadas a nível respiratório dos trabalhadores, a avaliação ambiental é realizada no meio ambiente geral. Este tipo de medição (ambiental ou amostragem de área) não serve para caracterizar a exposição ocupacional nem para substituir a amostragem individual ocupacional. Serve apenas para um reconhecimento geral do meio ambiente, como um todo, ou para fazer parte da fase de Reconhecimento dos agentes químicos, como uma fase do PPRA. Grupo homogêneo de exposição – corresponde a um grupo de trabalhadores que ficam expostos de modo semelhante, de forma que o resultado da avaliação da exposição de qualquer trabalhador ou do grupo seja representativa da exposição do restante dos trabalhadores do mesmo grupo. (Instrução Normativa nº 01 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 20/12/1995). Quando existem vários trabalhadores executando suas atividades em um posto de trabalho e submetidos às mesmas exposições, é permitido realizar avaliações em alguns trabalhadores e essas avaliações representarem os demais trabalhadores. Métodos de avaliação - A avaliação quantitativa dos agentes químicos pode ser realizada por diversos métodos, devendo ser escolhido o mais conveniente em função do objetivo da avaliação. A seguir, descrevemos, de forma simplificada, os métodos mais utilizados: - amostragem instantânea – são utilizados tubos reagentes, conhecidos como colorimétricos, sendo usada uma bomba manual que realiza a aspiração do ar ambiente, e um tubo reagente, por onde penetra o ar. Dentro de cada tubo existe um reagente químico específico para cada agente a ser avaliado, que reage quimicamente mudando a cor do tubo. A escala ou comprimento da coloração permite a leitura direta da concentração do gás ou vapor. Veja abaixo a bomba e o tubo: 8 bomba Tubo reagente A norma NHT 05 AQ/E E instrui a avaliação de exposição ocupacional a agentes químicos pelo método colorimétrico. A medição com tubos colorimétricos contém erro da ordem de 25% em concentrações maiores do que 1,2 o LT (Limite de Tolerância) e erro da ordem de 35% em concentrações ões acima de 0,5 LT, conforme subitem 10 da citada norma da Fundacentro. Veja a seguir o procedimento para coleta de amostras com tubos colorimétricos 1- Quebrar ambas as extremidades do tubo, de maneira que a abertura seja a metade do diâmetro interno (2 mm); 2. Introduzir o tubo no suporte (a seta impressa no tubo deve ter o mesmo sentido do fluxo de ar); 3. Quebrar as pontas do tubo de carvão ativado “Branco” no mesmo instante em que forem quebradas as pontas do tubo que será amostrado; 4. Selar as pontas as do tubo “Branco” com as capas plásticas adequadas, no mesmo instante em que a bomba de amostragem for ligada; 5. Prender a bomba de amostragem na cintura do trabalhador, em posição que não atrapalhe a operação que ele estiver realizando; 6. Posicionar o suporte contendo o tubo de carvão na zona respiratória do trabalhador, na posição vertical; 7. Observar a mangueira para que a mesma não sofra estrangulamento; 8. Ligar a bomba; 9 9. Anotar os dados a seguir: • O horário em que foi ligada e desligada a bomba; • O nome do trabalhador, a função e a atividade; • O posto de trabalho; • A temperatura e a umidadedo local da avaliação; • Outros contaminantes que possam estar presentes no ambiente. 10. Após decorrido o tempo de amostragem: • Tampar os dois extremos do tubo adsorvente; • Etiquetá-lo e identificá-lo; • Transportá-lo com gelo O envio dos tubos amostrados para o laboratório deve ser feito o mais breve possível, devidamente etiquetados e as amostras acondicionadas, de acordocom as instruções do laboratório. - amostragem contínua com posterior análise de laboratório – tais amostragens podem ser: passivas ou ativas. As amostragens passivas utilizam o princípio da difusão para a coleta dos contaminantes, ou seja, não utilizam bombas de amostragens. Bomba de amostragem de gases e vapores As amostragens ativas utilizam bombas para a aspiração da amostra, através de um meio de coleta, devendo a bomba ser calibrada nas vazões adequadas, de acordo com a substância a ser avaliada e do tempo de avaliação. Normalmente, a vazão das bombas varia de 0,2 lpm a 0,5 lpm. 10 Nas amostragens ativas, a vazão de coleta é baixa, ou seja, menor do que 1,0 lpm (litro por minuto). Caso as bombas estejam calibradas para vazões acima de 1,0 lpm, deverão ter ajustadas para vazão menor do que 1,0 lpm ou devese adaptar um redutor de vazão. Os meios de coleta usados variam em função do tipo de gás ou vapor amostrados e os mais comuns são: tubo de carvão ativado, tubo de sílica gel, impinger, filtros, coletor passivo ou dosímetro. Tempo mínimo e tempo máximo de coleta Os métodos NIOSH e outros não fornecem tempos mínimo nem máximo de coleta. Os tempos devem ser calculados, pela seguinte fórmula: Volume = Vazão (Q) x Tempo (T) Exemplificando: qual deve ser o tempo (min e máximo) para realizar a medição de benzeno ? Dados do NIOSH: Vazão adotada = 0,20 litros por min Volume mínimo = 5 litros Volume máximo = 30 litros Cálculo: T = Volume / Vazão T(min) = 5 litros / 0,20 litros/min = 25 min Qual deve o tempo máximo ? Cálculo: T (Max) = 30 litros / 0,20 litros/min = 150 min 3. Avaliação quantitativa de gases e vapores 3.1 – Avaliação com tubos colorimétricos Neste tipo de amostragem é usado para amostragem instantânea, sendo necessário a utilização de uma bomba manual e o tubo reagente específico do agente que se pretende avaliar no ar. 11 Esse método é simples e prático, fornecendo leitura direta. Permite detectar picos de concentração, pois a amostragem é instantânea. O Anexo 11 da NR 15 determina que devem ser feitas, pelo menos, 10 (dez) amostragens instantâneas para cada situação a ser analisada, com intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos entre cada uma das medições. Depois da realização das medições, calcula-se a concentração média. Essa concentração média deve ser comparada com o limite de tolerância da substância analisada, com o valor teto (se existir) e com o valor máximo. Nenhum valor de medição poderá ultrapassar o valor teto e/ou o valor máximo. Se ultrapassar, a atividade será classificada como insalubre. A concentração média não poderá ultrapassar o limite de tolerância. Se ultrapassar, a atividade será classificada como insalubre. Para maiores esclarecimentos, consultar o item 5 do Guia de Estudo da Aula 22 e os exemplos citados. Reproduzimos a seguir um dos exemplos apresentados no item 5 do Guia de Estudo da Aula 22. Exemplo de Média ponderada abaixo do LT, e nenhum valor acima do valor máximo Veja o Gráfico 1, a seguir. Somando os valores e calculando a média ponderada (M), encontraremos M = 16ppm, que é inferior ao LT = 20ppm. V.Max 35 30 L.T. 25 20 15 10 10 0 20 0 10 0 10 0 20 10 10 0 10 0 20 10 10 0 20 0 5 0 Gráfico 1 – valores de medições de concentração de amônia Observe que os valores aa 5ª e 8ª medições superam o LT (20 ppm). No entanto, esses valores não superam o máximo (30ppm), e dizemos que este local é salubre, e que o Limite de Tolerância Média Ponderada não foi ultrapassado. 3.2 - Avaliação com tubo de carvão ativado 12 Tubo de carvão ativado – usado principalmente na coleta de vapores orgânicos, tais como: benzeno, tolueno, xileno, cloreto de metileno, entre outros. A vazão de amostragem varia de 0,05 a 0,20 lpm (consultar método NIOSH), em função do tipo de substância a ser avaliada. O tubo é de vidro, recheado com carvão ativado, é colocado na lapela do trabalhador, na zona respiratória. Este tubo é conectado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior do tubo, onde está o carvão, ficando o contaminante retido pelo processo denominado adsorção. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise do carvão e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Neste tipo de avaliação, usa-se bomba de amostragem, com vazão de que depende do tipo do agente a ser avaliado. Deve ser definido o tipo de tubo a ser usado. O tempo de amostragem deve ser definido conforme a recomendação do método 1501 do Manual de Métodos Analíticos do NationalInstitute for OccupacionalSafetyand Health, por exemplo. Após a coleta do contaminante, o tubo de carvão ativado deve ser enviado ao laboratório para análise. 3.3 - Avaliação com tubo de sílica-geral O tubo de sílica gel é usado normalmente para coleta de ácidos inorgânicos, tais como os ácidos clorídrico, nítrico, sulfúrico, bromídrico, fluorídrico. A vazão varia de 0,2 a 0,5 lpm e a análise é feita por cromatografia de íons, pelo método NIOSH. Veja figura abaixo: Tubo de Sílica Gel – Tubo de vidro recheado com sílica gel e que é colocado na lapela do trabalhador, na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a sílica gel, ficando o contaminante retido. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise da sílica gel e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é usado para amostragem de fumos e gases ácidos em geral; 13 Neste tipo de avaliação, usa-se bomba de amostragem, com vazão de amostragem que depende do tipo do agente a ser avaliado. A bomba deve ser de amostragem individual e ser calibrada na vazão apropriada. Deve ser definido o tipo de tubo a ser usado. O tempo de amostragem deve ser definido conforme a recomendação do método 1501 do Manual de Métodos Analíticos do NationalInstitute for OccupacionalSafetyand Health, por exemplo. Após a coleta do contaminante, o tubo de sílica gel deve ser enviado ao laboratório para análise. 3.4 - Avaliação com impinger Impinger é um frasco de vidro ou material similar, onde é colocada uma solução com propriedades conhecidas, montado na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a solução que retém ou reage com o contaminante. O resultado é obtido com base na massa de contaminante que reagiu, e que é encontrada na análise da solução, e do volume de ar aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é utilizado principalmente para amostragem de gases que são de difícil retenção em outros meios de coleta. O impinger – nesse tipo de coleta, é colocada dentro do impinger a solução específica para o gás a ser coletado. Assim, por exemplo, na coleta de cloro, utilizam-se dois impingers com 20 ml de solução de metilorange. Já no peróxido de hidrogênio, a solução usada é o oxisulfato de titânio. As vazões de coleta são variáveis, em função do método e a análise química poderá ser feita por espectrofotometria de radiação visível ou por cromatografia. Neste tipo de coleta, é colocada no impinger a solução específica para o gás a ser coletado. Assim, por exemplo, na coleta de cloro, utilizam-se dois impingers com 20 ml de solução metilorange. Já no peróxido de hidrogênio, a solução usada é o oxisulfato de titânio. As vazões de coleta são variáveis em função do método e a análise química poderá ser feita por espectrofotometria de radiação visível ou cromatografia, devendo ser consultado o método NIOSH. 14 3.5 - Avaliação com coletor passivo (dosímetro) Coletor passivo - Os coletores passivos não utilizam bombas de sucção da amostra do ar para dentro dos coletores. O princípio usado é o da difusão, em que a amostra interage com o carvão ativado do coletor, produzindo uma reação que é levada em laboratório. Os amostradores são específicos para cada tipo de gás (monóxido de carbono, dióxido de enxofre, entre outros). Já para vapores orgânicos, utiliza-se o coletor de carvão ativado, sendo a análise feita por cromatografia gasosa. Figura do Coletor passivo O tubo possui uma quantidade de material adsorvente (geralmente carvão ativo) que é fixado na lapela da pessoa e retirado posteriormente e enviado para análise do conteúdo. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise, coeficiente de adsorsão e desorção, umidade relativa e tempo de amostragem. amostragem de vapores orgânicos em geral; Este meio é usado para 3.6 – Avaliação por filtros ou membrana Outro meio de coleta bastante utilizado nas amostragens de gases são os filtros. Assim, há diversos tipos de gases em que utiliza esse meio de coleta, tais como: ácido brômico (filtro de PVC de 5,0 µm de poro; formaldeído e soda cáustica (filtro de PTFE – Teflon Filterspolytetrafluoroethylene; ozona (filtro de fibra de vidro. A vazão da bomba depende do tipo de filtro avaliado e também da análise química específica (consultar NIOSH). A membrana de éster de celulose, teflon ou PVC, com diâmetro em torno de 37mm e porosidade de 0,5µm a 8µm que é montada em um recipiente denominado cassete, com 2 ou 3 seções, e que é colocado na lapela do trabalhador, na extremidade de um tubo flexível ligado a uma bomba de aspiração que força o ar a passar pelo interior, onde está a membrana que retém o contaminante. O resultado é obtido com base na massa de contaminante encontrada na análise da membrana e do volume de ar 15 aspirado pela bomba e que passou pelo amostrador. Este meio é utilizado para amostragem de contaminantes particulados em geral. 3.7 - Exercício práticoI de medição de agentes químicos Foi realizada a avaliação da exposição ocupacional em trabalhador executando serviços com dióxido de enxofre (LT = 4 ppm), conforme NR 15, Anexo 11. Os dados obtidos foram: Vazão (Q) = 0,4 lpm Meio de coleta: tubo de sílica gel Tempo de coleta: 2h 30min Resultando da análise laboratorial: m = 0,1 mg de dióxido de enxofre. Cálculo: Volume (V) = (0,4 lpm x 150 min) / 1.000 = 0,06 m³ Concentração = m / V = 0,1 mg / 0,06 m³ = 1,66 mg/m3 Conclusão: a concentração obtida (1,66 mg/m³) foi inferior ao limite de tolerância (4 ppm). Em consequência, não há riscos para o trabalhador. 5. Material de referência SALIBA, Tuffi Messias, Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA, Ed. LTR, 2009 – Brasil – SP MORAES, Giovanni, Normas Regulamentadoras Comentadas e Ilustradas, Ed Gerenciamento Verde Editora e Livraria Virtual, 2011 – Brasil – RJ 16