AULA DE RECUPERAÇÃO: KARL MARX (1818-18183) E FRIEDRICH NIETZSCHE (1844-1900). MARX: INFRAESTRUTURA E SUPERESTRUTURA Infraestrutura (os meios materiais de produção): mão de obra, equipamentos, técnicas de produção e tecnologias. Infraestrutura: base material ou econômica da sociedade, os meios de produção, a tecnologia empregada no sistema produtivo, as indústrias e os equipamentos de produção. Superestrutura (base ideológica da sociedade): forma de governo, legislação, educação, religião, ciência, arte. Superestrutura: base ideológica, as leis, ideais de educação, os valores morais, religiosos etc. Infraestrutura influencia a Superestrutura. MARX: ALIENAÇÃO, EXPROPRIAÇÃO, ESTRANHAMENTO 1º sentido: o trabalhador, de certa forma, estava “alheio ao produto final de seu trabalho” (MARX, Manuscritos Econômico-Filosóficos, 1974,). Antes da Revolução Industrial: o produto final do trabalho pertencia ao trabalhador, que participava de todas as fases do processo produtivo. Revolução Industrial: o produto torna-se alheio ao trabalhador, ao operário. Ao operário aliena-se a matéria-prima; alienam-se os seus instrumentos de trabalho; o produto do trabalho lhe é arrancado. Alienação, 1º sentido: Estranhamento das etapas de produção; E expropriação do produto final. Alienação, 2º sentido: o novo regime trabalhista imposto pela indústria também “aliena o homem de si mesmo” (MARX, 1974, s/p). Tende a converter o trabalhador em uma engrenagem de uma máquina; perde sua condição humana. Não há espaço para a invenção, a criatividade, seu trabalho é resumido a repetição de movimentos quase mecânicos. FETICHISMO DA MERCADORIA E REIFICAÇÃO DO HOMEM Fetiche: “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto” (Minidicionário da Língua Portuguesa Aurélio). Fetichismo da Mercadoria (Marx): as mercadorias (sapatos, bolsas, etc.) são tratadas como um objeto de adoração; há uma supervalorização da mercadoria (dos produtos); a mercadoria adquire um elevado valor simbólico, quase que divino. REIFICAÇÃO DO HOMEM: Res = coisa (em latim). Reificação: “coisificação” do homem; o homem sendo tratado como uma coisa, um objeto. CONCEPÇÃO MARXISTA DE ESTADO: MECANISMO DE DOMINAÇÃO Concepção Negativa do Estado: expressão dos interesses da classe economicamente mais forte. O Estado: não objetiva representar a sociedade de um modo geral (promovendo o bem comum e o respeito ao interesse geral), ele atua como instrumento de dominação da classe mais forte. “[...] o Estado moderno não passa de um comitê que administra os negócios da classe burguesa como um todo” (MARX; ENGELS, O Manifesto do Partido Comunista, 1998, p. 10). O Estado apresenta sempre um caráter classista: seu objetivo é manter a dominação existente. SOCIALISMO Reação às condições dos trabalhadores: salários baixos, jornadas de trabalho abusivas; alienação. SOCIALISMO: extinção da propriedade privada dos meios de produção (os meios de produção são públicos ou coletivos). Tomada de poder por parte do proletariado; Controle do Estado e a divisão igualitária da renda. FINALIDADE DO SOCIALISMO Destruir o sistema de classes sociais; Satisfação completa das necessidades materiais e culturais da população: emprego, habitação, educação, saúde; Substituir a motivação do lucro pela preocupação com o bem-estar coletivo. NIETZSCHE (1844-1900): APOLÍNEO E DIONISÍACO Impulsos da Criatividade Humana: Apolíneo e Dionisíaco. Apolíneo diz respeito ao deus Apolo: deus da racionalidade, da ordem, da harmonia, da moderação. Portanto, o Apolíneo representa a dimensão racional do ser humano, representa o pensamento. Dionisíaco se refere ao deus Dionísio (Dioniso, Baco): deus da inspiração, excesso, festa, dança, vinho, embriaguez. O Dionisíaco representa os sentidos, vontades, corpo. CRÍTICA À TRADIÇÃO FILOSÓFICA Nietzsche critica a Tradição filosófica porque, a partir de Sócrates, a filosofia supervalorizou a razão (o Apolíneo) e suprimiu a vontade (o Dionisíaco). Para Nietzsche, esses princípios (Apolíneo e Dionisíaco) não são rivais, eles se complementam e ambos são importantes, ambos fazem parte da natureza humana. E a filosofia, em nome da razão, teria negado o espírito Dionisíaco, teria rejeitado o impulso natural da vontade humana. AUTONOMIA NIETZSCHIANA: CRIAÇÃO DE VALORES A autonomia almejada por Nietzsche: não quer “ensinar” o homem a pautar seus juízos, decisões, escolhas e ações em valores morais. Moral: indivíduo nivelado, padronizado, medíocre, indivíduo de “rebanho”. Nietzsche: potencializar a ação, a criação, despertar as forças singulares, as potências individuais. O indivíduo deve ser capaz de avaliar, criar seus próprios “valores guias”. Portanto, para Nietzsche, a real autonomia consiste na avaliação e elaboração de valores pelo indivíduo livre. SUPREMO CRITÉRIO ÉTICO NIETZSCHIANO: AFIRMAÇÃO DA VIDA Supremo Critério Ético (Nietzsche): afirmação da vida: as ações humanas devem ser realizadas levando em consideração apenas a afirmação da vida. Afirmação da vida: apolíneo e dionisíaco (razão e desejos, impulsos). Afirmação das vidas: homens, animais, plantas, planeta. Ética = afirmação da vida (da vontade), desta vida, desta realidade. Os valores morais não podem servir de critério para avaliar a vida. A vida é o valor supremo: ela avalia os valores morais. O OBJETIVO: O SUPER-HOMEM (ALÉM-HOMEM) Super-Homem (ÜBERMENSCH) : marcado essencialmente pela busca da autossuperação. Ser capaz de criar novos valores, indivíduo livre, autônomo, reflexivo, criativo. Inimigo de seu tempo: não se importará com a moda, ela não vai ditar suas escolhas. Não guiado pelo consumo, nem influenciado pela mídia. Não vai fazer suas escolhas com base em influências externas: ele será seu próprio guia. Assumir novos comportamentos, afirmar incondicionalmente a vida (suas vontades, desejos): único, autêntico.