Marco AR Mello - UFSCar

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Marco A.R. Mello - UFSCar
Objetivos
 Ensinar os fundamentos da ciência.
 Ensinar as bases do método hipotético-dedutivo.
 Ensinar como elaborar um bom projeto de pesquisa.
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Vamos andar de bicicleta
com rodinhas...
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O que é a Ecologia?
 Ecologia é a ciência que lida com a relação entre os
seres vivos e seu ambiente (Haeckel 1866).
 Ecologia é a ciência que trata da abundância e
distribuição das espécies (Andrewartha and Birch 1954).
complexo
biosfera
bioma
paisagem
comunidade
simples
população
indivíduo
passado
presente
futuro
“Entender os padrões em termos dos
processos que os geraram é a essência da
ciência.”
“Nós devemos aprender a agregar e
simplificar, retendo as informações
essenciais sem ficarmos atolados em
detalhes desnecessários.”
Simon A. Levin
“Esta é a principal técnica da investigação
científica: mudando a escala de descrição,
saímos de casos individuais imprevisíveis e
não-repetíveis para coleções de casos, cujo
comportamento é regular o suficiente para
permitir generalizações.”
“Entender os padrões em termos dos
processos que os geraram é a essência da
ciência.”
“Nós devemos aprender a agregar e
simplificar, retendo as informações
essenciais sem ficarmos atolados em
detalhes desnecessários.”
Simon A. Levin
“Esta é a principal técnica da investigação
científica: mudando a escala de descrição,
saímos de casos individuais imprevisíveis e
não-repetíveis para coleções de casos, cujo
comportamento é regular o suficiente para
permitir generalizações.”
“Entender os padrões em termos dos
processos que os geraram é a essência da
ciência.”
“Nós devemos aprender a agregar e
simplificar, retendo as informações
essenciais sem ficarmos atolados em
detalhes desnecessários.”
Simon A. Levin
“Esta é a principal técnica da investigação
científica: mudando a escala de descrição,
saímos de casos individuais imprevisíveis e
não-repetíveis para coleções de casos, cujo
comportamento é regular o suficiente para
permitir generalizações.”
Razões para elaborar um projeto?
 Não se sabe nada sobre o táxon?
 Não se sabe nada sobre a área de estudo?
 Meu orientador trabalha com isso?
 Só aprendi a estudo isso?
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Razões para elaborar um projeto?
 Não se sabe nada sobre o táxon?
 Não se sabe nada sobre a área de estudo?
 Meu orientador trabalha com isso?
 Só aprendi a estudo isso?
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Motivações válidas
1. Resolver um problema científico básico ou
aplicado
2. Transformar conhecimento em tecnologia
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Motivações válidas
1. Resolver um problema científico básico ou
aplicado.
2. Transformar conhecimento em tecnologia.
Ou seja, responder perguntas!
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Problema
Interpretação
Pergunta
Resultado
Hipótese
Método
Previsão
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Se você não planejar...
... a Lady Murfy vai te pegar!
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pergunta
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O que é uma pergunta?
 É uma frase com este caractere no fim:
 E uma pergunta científica?
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?
objetiva
simples
respondível
Pergunta
científica
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“Ciência é a arte do solúvel”
(Sir Peter Medawar)
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Uma pesquisa sem pergunta
não é ciência,
é nonsense!
(ou nonscience...)
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Tem que ter pergunta?
 Doutorado tem que ter pergunta?
 Mestrado tem que ter pergunta?
 Iniciação científica tem que ter pergunta?
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Tem que ter pergunta?
 Doutorado tem que ter pergunta?
 Mestrado tem que ter pergunta?
 Iniciação científica tem que ter pergunta?
Sim!
Mil vezes sim!
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Do que trata a pergunta?
 Primeiro, decida se o trabalho é:
1. Uma descrição;
2. Um teste de hipótese.
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Do que trata a pergunta?
 Primeiro, decidir se o trabalho é:
1. Uma descrição;
2. Um teste de hipótese.
Ambos são importantes, mas há uma hierarquia:
descrições são a base para os testes de hipótese,
que por sua vez são o objetivo final.
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Qualidade das perguntas
Perguntas boas:
Perguntas ruins:
 Prontamente entendidas
 Imprecisas
 Podem ser respondidas
 Impossíveis de responder
 Fazem o conhecimento
 Geram dados sem contexto
avançar
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Perguntas ruins

Será que as borboletas, que são animais
geralmente admirados pelas pessoas por terem
grande beleza, costumam ser mais caçados por
biopiratas, mesmo quando comparados com
animais que têm valor farmacológico ou animais
que servem como comida, e considerando que as
borboletas não são igualmente abundantes
durante o ano todo?
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Perguntas ruins

Será que as borboletas, que são animais
geralmente admirados pelas pessoas por terem
grande beleza, costumam ser mais caçados por
biopiratas, mesmo quando comparados com
animais que têm valor farmacológico ou animais
que servem como comida, e considerando que as
borboletas não são igualmente abundantes
durante o ano todo?
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Perguntas ruins

Será que os jatobás florescem todo ano na mesma
época, produzindo frutos do mesmo tamanho, e
será que eles estão sempre com a mesma
distribuição espacial e interagindo com os mesmos
polinizadores em toda sua área de distribuição
geográfica e durante um período de 10 anos?
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Perguntas ruins

Será que os jatobás florescem todo ano na mesma
época, produzindo frutos do mesmo tamanho, e
será que eles estão sempre com a mesma
distribuição espacial e interagindo com os mesmos
polinizadores em toda sua área de distribuição
geográfica e durante um período de 10 anos?
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Perguntas ruins

Altos níveis de poluentes prejudicam as plantas?
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Perguntas ruins

Altos níveis de poluentes prejudicam as plantas?
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Perguntas ruins
 Considerando que muitas aves são boas
dispersoras de sementes, então elas também são
eficientes no controle de insetos?
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Perguntas ruins
 Considerando que muitas aves são boas
dispersoras de sementes, então elas também são
eficientes no controle de insetos?
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O que é uma hipótese?
 Natureza da hipótese:
 É uma resposta testável para a pergunta.
 É uma explicação provisória para o fenômeno.
 Uma pergunta pode levar a mais de uma hipótese.
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Tipos de hipótese
 A priori: definida antes de se começar o trabalho.
 Norteia a pesquisa.
 A posteriori: levantada ao fim de um trabalho.
 Pode ser testada no futuro.
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Os mesmos dados usados
para levantar uma hipótese
não podem ser usados
para testá-la!
Não tem sentido prever o passado!
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Perigo!
 Hipótese ad hoc:
 criada a posteriori
 tenta explicar porque uma hipótese foi rejeitada
 Recurso sujo: teimosia ou impostura
 Usada por:
 pseudo-cientistas
 cientistas apegados demais às suas hipóteses
 cientistas trapaceiros que não admitem rejeição
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HIPÓTESE
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hipótese
My precious!
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It’s ours!
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Hipóteses podem apenas ser
rejeitadas, nunca provadas!
Se as previsões da sua hipótese nunca
se confirmam, abandone-a!
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Possíveis destinos de uma hipótese
formulação
da hipótese
Possíveis destinos de uma hipótese
formulação
da hipótese
desconhecimento
incompreensão
limbo da
irrelevância
científica
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Possíveis destinos de uma hipótese
formulação
da hipótese
teste
não-rejeição
desconhecimento
incompreensão
mais testes
e
aceitação
limbo da
irrelevância
científica
avanço do
conhecimento!
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Possíveis destinos de uma hipótese
formulação
da hipótese
teste
não-rejeição
desconhecimento
incompreensão
rejeição
mais testes
e
aceitação
limbo da
irrelevância
científica
avanço do
conhecimento!
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Previsão
 Raciocínio dedutivo -> conseqüência lógica da
hipótese.
 Hipótese mais específica, que pode ser testada
diretamente.
 Uma hipótese pode levar a mais de uma previsão.
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Previsão
 Raciocínio do tipo “se...então”:
 Se isto é verdade, então espero observar que...
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Variáveis
 Teóricas: os fenômenos que se quer estudar.
 Operacionais: representações práticas desses
fenômenos („surrogate‟, „proxy‟).
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Teóricas
Operacionais
aptidão
n° de
sementes
estresse
nível de
corticóides
tamanho
comprimento
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Como eu elaboro uma pergunta?
1. Leia os trabalhos teóricos, as revisões e os trabalhos
de alto impacto sobre o assunto.
2. Descubra onde estão as lacunas do conhecimento,
quais delas parecem mais promissoras e por qual você
se interessa mais.
3. Delimite um problema específico a ser resolvido dentro
dessa lacuna.
4. Com base nesse problema, formule uma pergunta
objetiva e respondível.
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Como eu elaboro uma pergunta?
1. Leia os trabalhos teóricos, as revisões e os trabalhos
de alto impacto sobre o assunto.
2. Descubra onde estão as lacunas do conhecimento,
quais delas parecem mais promissoras e por qual você
se interessa mais.
3. Delimite um problema específico a ser resolvido dentro
dessa lacuna.
4. Com base nesse problema, formule uma pergunta
objetiva e respondível.
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Como eu elaboro uma pergunta?
1. Leia os trabalhos teóricos, as revisões e os trabalhos
de alto impacto sobre o assunto.
2. Descubra onde estão as lacunas do conhecimento,
quais delas parecem mais promissoras e por qual você
se interessa mais.
3. Delimite um problema específico a ser resolvido dentro
dessa lacuna.
4. Com base nesse problema, formule uma pergunta
objetiva e respondível.
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Como eu elaboro uma pergunta?
1. Leia os trabalhos teóricos, as revisões e os trabalhos
de alto impacto sobre o assunto.
2. Descubra onde estão as lacunas do conhecimento,
quais delas parecem mais promissoras e por qual você
se interessa mais.
3. Delimite um problema específico a ser resolvido dentro
dessa lacuna.
4. Com base nesse problema, formule uma pergunta
objetiva e respondível.
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Exemplo 1
 Objetivo: entender o papel do tamanho do fruto na sua seleção por
frugívoros.
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Exemplo 1
 Objetivo: entender o papel do tamanho de um fruto na sua seleção
por frugívoros.
 Pergunta: o tamanho de um fruto influencia sua chance de ser
selecionado por um frugívoro?
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Exemplo 1
 Objetivo: entender o papel do tamanho de um fruto na sua seleção
por frugívoros.
 Pergunta: o tamanho de um fruto influencia sua chance de ser
selecionado por um frugívoro?
 Hipótese: frutos maiores têm maior chance de seleção.
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Exemplo 1
 Objetivo: entender o papel do tamanho de um fruto na sua seleção
por frugívoros.
 Pergunta: o tamanho de um fruto influencia sua chance de ser
selecionado por um frugívoro?
 Hipótese: frutos maiores têm maior chance de seleção.
 Predição: em uma mesma planta da espécie Piper aduncum
(Piperaceae), os frutos removidos por morcegos devem, em média,
ter comprimento maior do que os frutos disponíveis em geral na
planta.
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Exemplo 2
 Objetivo: entender o funcionamento da defesa por formigas
em mirmecófitas.
 Pergunta: Como funciona o sistema de alerta para formigas
que defendem plantas hospedeiras contra herbívoros?
 Hipótese: As formigas defensoras devem ser alertadas da
presença de inimigos da planta através de sinais químicos.
 Previsão: Na planta mirmecófita Maieta guianensis
(Melastomataceae), as formigas mutualistas da espécie
Pheidole minutula (Myrmicinae) devem correr rapidamente
para patrulhar uma folha recém-cortada, mas não devem
correr para uma folha que seja apenas tocada.
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Exemplo 2
 Objetivo: entender o funcionamento da defesa por formigas
em mirmecófitas.
 Pergunta: Como funciona o sistema de alerta para formigas
que defendem plantas hospedeiras contra herbívoros?
 Hipótese: As formigas defensoras devem ser alertadas da
presença de inimigos da planta através de sinais químicos.
 Previsão: Na planta mirmecófita Maieta guianensis
(Melastomataceae), as formigas mutualistas da espécie
Pheidole minutula (Myrmicinae) devem correr rapidamente
para patrulhar uma folha recém-cortada, mas não devem
correr para uma folha que seja apenas tocada.
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Exemplo 2
 Objetivo: entender o funcionamento da defesa por formigas
em mirmecófitas.
 Pergunta: Como funciona o sistema de alerta para formigas
que defendem plantas hospedeiras contra herbívoros?
 Hipótese: As formigas defensoras devem ser alertadas da
presença de inimigos da planta através de sinais químicos.
 Previsão: Na planta mirmecófita Maieta guianensis
(Melastomataceae), as formigas mutualistas da espécie
Pheidole minutula (Myrmicinae) devem correr rapidamente
para patrulhar uma folha recém-cortada, mas não devem
correr para uma folha que seja apenas tocada.
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Exemplo 2
 Objetivo: entender o funcionamento da defesa por formigas
em mirmecófitas.
 Pergunta: Como funciona o sistema de alerta para formigas
que defendem plantas hospedeiras contra herbívoros?
 Hipótese: As formigas defensoras devem ser alertadas da
presença de inimigos da planta através de sinais químicos.
 Previsão: Na planta mirmecófita Maieta guianensis
(Melastomataceae), as formigas mutualistas da espécie
Pheidole minutula (Myrmicinae) devem ir em maior número
para uma folha recém-cortada, mas não devem correr para
uma folha que seja apenas tocada.
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O que vocês estão vendo aqui?
fato
≠
interpretação!
O que estas aves estão fazendo?
Oi, eu sou o Geninho!
Vocês viram onde eu
me escondi hoje?
Marco A.R. Mello - UFSCar
pergunta
Marco A.R. Mello - UFSCar
Não se esqueçam!
1. Um projeto sem pergunta é nonsense.
2. Pergunta, hipótese e previsão devem estar em
sintonia lógica.
3. Escolham bem as variáveis teóricas e operacionais,
ou não chegarão a lugar algum.
Marco A.R. Mello - UFSCar
Marco A.R. Mello - UFSCar
Vocês
sacaaaaaaram?!
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