geografia geral e do brasil

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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
CAPÍTULO V – OCORRÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE VEGETAÇÃO DO
MUNDO E DO BRASIL
DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DOS PRINCIPAIS TIPOS DE COBERTURA VEGETAL
A Terra é formada por grandes ecossistemas que são divididos em Biosfera, Biociclo, Biocora e Bioma,
dependendo de suas dimensões. A Biosfera corresponde ao ambiente biológico onde vivem todos os seres vivos.
Os Biociclos são ambientes menores dentro da Biosfera. Existem 3 tipos de Biociclos: terrestre (Epinociclo), água
doce (Limnociclo) e marinho (Talassociclo). A Biocora é uma parte do Biociclo com características próprias. Por
exemplo, no Biociclo terrestre existem quatro Biocoras: floresta, savana, campo e deserto. O Bioma constitui uma
subdivisão dentro da Biocora, ou seja, numa Biocora podemos encontrar regiões diferentes chamadas Biomas.
Assim, na Biocora floresta, por exemplo, podemos encontrar a floresta tropical, temperada etc.
Os biomas são entendidos como sistemas em que ocorre a interação entre os seus diferentes elementos,
como a fauna, o relevo, o solo e o clima, tendo, como resultante, tipos característicos de coberturas vegetais, como
as savanas, as tundras, os desertos, a florestas tropicais, as pradarias e as florestas temperadas. Esta interação
resulta em sistemas marcados pela homogeneidade, sendo que se podem identificar, a partir da biogeografia, as
denominadas espécies endêmicas que caracterizam exclusivamente determinadas áreas do planeta, fato explicado,
em parte, devido à deriva continental que provocou a separação dos continentes antes da migração de determinadas
espécies. É útil entender este processo em termos das diferentes esferas que constituem o planeta: a litosfera, que
corresponde à crosta superficial, formada por rochas e minerais; a atmosfera, que corresponde à camada gasosa
que envolve o planeta; a hidrosfera, formada pelas águas dos oceanos, rios, lagos, as águas subterrâneas e as
chuvas; a biosfera, esfera que abriga os diferentes seres vivos.
A Biogeografia tem por objeto de estudo a distribuição geográfica dos seres vivos, sendo subdividida em
Zoogeografia (distribuição espacial das espécies animais); a Fitogeografia (distribuição das espécies vegetais); a
Biogeografia física que se dedica a abordar a influência que os diferentes componentes ecológicos exercem sobre
os seres vivos e a Biogeografia histórica que estuda a influência de processos históricos na distribuição espacial
dos seres vivos.
O bioma constitui uma comunidade, ou um conjunto de comunidades, formado por plantas e animais que
vivem em condições ambientais semelhantes, Trata-se, de fato, de uma categorização de espaços com
características climáticas e ecossistemas específicos.
Cabe ressaltar que no contexto de um bioma específico podemos encontrar diversos ecossistemas,
entendidos como uma unidade natural em que ocorre a interação dos seres vivos entre si e destes com o meio
ambiente.
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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O estudo das coberturas vegetais pode ser
facilitado se entendermos a lógica que oriente a sua
distribuição. Existe uma relação direta entre os
diferentes biomas e os tipos climáticos já estudados
anteriormente, pois cada espécie possui o denominado
“ótimo ecológico”, ou seja, condições específicas de
luminosidade, temperatura e umidade, o que nos leva a
considerar fatores como latitude, influência da
continentalidade e maritimidade e relevo. Observar, na
ilustração abaixo, que existe uma relação entre o tipo de
bioma que ocorre em uma determinada região e as
médias de temperatura e pluviosidade da mesma.
Os principais impactos sofridos pelas áreas
florestais e outros tipos de vegetação podem ser
resumidos nas seguintes causas:





Extração de madeira para fins comerciais.
Propagação do fogo resultante de incêndios.
Instalação de projetos agropecuários.
Construção de usinas termelétricas.
Implantação de projetos de mineração.
Entre as consequências do desmatamento podemos
destacar:










Erosão e empobrecimento do solo.
Destruição da biodiversidade.
Genocídio e etnocídio de nações indígenas.
Enchentes e assoreamento de rios.
Diminuição dos índices pluviométricos e extinção
das nascentes.
Elevação das temperaturas devido à maior
irradiação de calor para a atmosfera.
Desertificação: diminuição das chuvas, elevação
das temperaturas e empobrecimento dos solos,
acarretando diminuição da biodiversidade.
Proliferação de pragas e doenças, desequilibrando
as cadeias alimentares.
Redução ou fim das atividades extrativas vegetais.
Incêndios, provocando aumento de gás carbônico
(CO2) e conduzindo ao aumento do Efeito Estufa.
FORMAÇÕES VEGETAIS
Fonte: http://www.ib.usp.br/gra/ffa/ffa-biosfera.htm, acesso em 14/01/2006.
FLORESTAS TROPICAIS E SUBTROPICAIS
Observar, também, na ilustração abaixo, que
existe uma semelhança na distribuição espacial das
coberturas vegetais com a variação latitudinal e de
altitude.
Fonte: (Cesar e Sesar. In: MAGNOLI, D. e ARAÚJO, R. "Projeto de ensino de geografia".
São Paulo: Moderna, 2002.)
É importante relembrar os imensos impactos
sofridos pelas diferentes coberturas vegetais do planeta
em função da ação antrópica e as consequências que
daí advém. Estima-se que aproximadamente 40% das
florestas do planeta já desapareceram. Aquelas que
restam estão sendo destruídas a um ritmo tão acelerado
que muitos países já perderam quase totalmente suas
florestas.
As florestas tropicais úmidas cobrem apenas 7%
da superfície dos continentes e contêm, no mínimo, 2/3
de todas as espécies de plantas e animais. Ocorrem na
bacia amazônica, na Indonésia e na bacia do rio Congo
(África), em áreas de clima tropical e equatorial. Esses
biomas estão submetidos a grande quantidade de
energia radiante e a elevado índice pluviométrico, com
chuvas abundantes e regulares. Com um clima quente e
úmido desenvolve-se uma exuberante vegetação
arbórea, espessa e variada, com grande número de
epífitas e cipós.
Trata-se de uma vegetação higrófila ou
ombrófila heterogênea, latifoliada e perene. A fauna é
muito rica, sendo constituída por inúmeras espécies de
mamíferos herbívoros e carnívoros, aves folívoras,
insetívoras, granívoras e carnívoras, répteis, anfíbios e
artrópodes. As espécies vegetais são de médio e grande
porte, como a peroba, o mogno, a imbuia, o cedro,
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DESERTOS
palmáceas, bromeliáceas e arbustos. O solo é pobre ou
moderadamente pobre em nutrientes minerais, porém
muito rico em húmus, o que justificava a grande
proliferação microbiana e, portanto, a baixa aeração que
apresenta.
Nas regiões subtropicais, surgem as matas
subtropicais, com vegetação aciculifoliada, como é o
caso da Mata de Araucária.
Os desertos se caracterizam pela aridez, podendo
ser recobertos de areia, como o Saara que possui 30%
de suas áreas recobertas de areia, mas, geralmente, são
rochosos ou tem a superfície de barro ressecado. Nos
desertos quentes, a vegetação típica é cactácea e
arbustiva (xerófilas), com plantas suculentas que
armazenam água nos caules e não apresentam folhas e
flores que se desenvolveram em espinhos para evitar a
perda de água. É o caso das plantas de órgãos
subterrâneos desenvolvidos. Que chegam a ter raízes
de 20 m de profundidade para atingir os lençóis
freáticos. Existem também os desertos frios com
espécies a eles adaptados.
SAVANAS
As savanas correspondem a um tipo de bioma
que apresenta uma vegetação de gramíneas intercalada
com árvores esparsas de troncos retorcidos e raízes
profundas adaptadas a um período de estação seca
(verão). Na estação das chuvas, geralmente intensas e
abundantes, a vegetação deve estar apta a tirar o
máximo proveito da água. Os solos são pobres ou
moderadamente férteis e a diversidade é alta. A maior
parte das savanas se encontra na África em áreas de
transição entre a floresta equatorial e os desertos.
Encontra-se ainda na Austrália e América do Sul e
México.
É comum que os animais dessas regiões
(mamíferos, aves, répteis e anfíbios), em sua maioria,
não bebem água diretamente, mas a obtém das
reservas dos vegetais com que se alimentam ou do
orvalho, no caso dos herbívoros ou do sangue de suas
vítimas, no caso dos carnívoros. A diversidade é baixa e
os solos pobres ou férteis. Os desertos espalham-se
pela África, América, Oceania e Ásia
CAMPOS
Constituem biomas em que a vegetação é
predominantemente formada por gramíneas, podendo
abrigar vegetais arbustivos e arbóreos. São
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característicos de climas temperados secos e/ou
sazonais.
Os campos recebem várias denominações
regionais, como pampas, estepes e pradarias. Recebem
muita energia radiante, porém a precipitação, embora
muito superior à das regiões desérticas, não é suficiente
para sustentar uma vegetação tipicamente florestal. O
solo é permeável e rico em húmus, uma vez que a
vegetação se desenvolve rapidamente e fornece detritos
orgânicos para decomposição em grande quantidade.
Temos, como exemplo, o solo de Tchernozion (“terras
negras”), considerado um dos solos mais férteis do
mundo, típico das estepes russas e da Ucrânia. A fauna
é bastante variável e depende do tipo de campo
considerado: antílopes, búfalos e coiotes, nas padrarias
americanas e euritérmicos, isto é, animais capazes de
tolerar grandes variações de temperatura, uma vez que,
nesses biomas, os dias são quentes e as noites frias.
Além de mamíferos, os campos apresentam aves
diversas (gaviões, corujas etc.), inúmeros répteis,
insetos etc.
TUNDRA
A tundra ocorre no hemisfério norte, além do
paralelo de 70o e em altas altitudes. Corresponde a um
cinturão que cobre porções do Alasca, Canadá e Sibéria
e compreende 10% da superfície da Terra,
compreendendo o Norte do Alasca e do Canadá,
Groelândia, Noruega, Suécia, Finlândia e Sibéria. A
tundra é, com freqüência, chamada de “deserto gelado”.
Esse bioma dispõe de pequena luminosidade, fato que
limita o desenvolvimento de uma vegetação exuberante.
Assim, no rápido verão (cerca de dois meses, com
temperatura ao redor de 10º C), nas áreas onde o solo
se degela superficialmente, desenvolve-se uma
vegetação típica constituída de musgos, liquens, capins
e plantas herbáceas. Essa plantas servem de alimento
à animais herbívoros como a rena, o caribu, o boialmiscarado, os lemingues (roedores) e as lebres
árticas, que por sua vez, nutrem carnívoros como o lobo
ártico, o urso polar, a raposa ártica e a coruja-das-neves.
Estas plantas se adaptam ao seu habitat, são
compactas, resistentes ao vento e capazes de suportar
a instabilidade do substrato. Nas regiões típicas de
tundra, o inverno é rigoroso e se estende pela maior
parte do ano (cerca de dez meses). Durante esse
período o solo se apresenta congelado e é a época em
que a vegetação desaparece.
TAIGA
A taiga, também denominada floresta boreal ou
de coníferas ou ainda aciculifoliada, apresenta árvores
perenifólias e arbustos. Situa-se nas altas latitudes ao
sul da tundra. Esse bioma ocorre em regiões de inverno
tão rigoroso quanto o da tundra, porém de menor
duração, onde a umidade é maior, pois por serem
regiões mais próximas ao Equador, o verão que dura de
três a seis meses, tem dias mais quentes que o da
tundra - o que faz com que o solo se degele totalmente.
Localiza-se no norte do Alasca, Canadá, sul da
Groelândia, parte da Noruega, Suécia, Finlândia e
Sibéria. O solo é raso e pedregoso e a diversidade é
baixa. Pelo fato de conservar as folhas durante o
inverno, as coníferas conseguem retomar o crescimento
durante a primavera. A produção de resinas também
ajuda as coníferas a sobreviver nestas condições
rigorosas.
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A taiga abriga uma vegetação constituída
predominantemente por coníferas, como pinheiros e
abetos. São também encontradas plantas arbustivas e
herbáceas, além de musgos e liquens. A fauna é
constituída de alces, ursos pardos, lobos, martas, linces,
esquilos, raposas e diversas aves migratórias.
FLORESTAS TEMPERADAS
Chile, norte e sul da África, Austrália e, principalmente,
na Europa Meridional. Este tipo de vegetação também
foi submetido a grande devastação. Trata-se de uma
vegetação que se apresenta em três estratos que se
dispõem em termos de altura: um mais alto e arbóreo,
outro, arbustivo e um herbáceo. A vegetação típica é
arbustiva, como os maquis e a garriga. Foi
extremamente impactada pelas atividades humanas e
substituída, em grande parte, pelo cultivo de oliveiras e
videiras.
Esses biomas são característicos de locais que
apresentam as quatro estações bem definidas.
Correspondem a florestas decíduas ou caducifólias, pois
as folhas de suas árvores caem durante o inverno (tons
vermelhos e amarelos no outono) e são bastante
homogêneas. As plantas são representadas por árvores
ditotiledôneas como nogueiras, carvalhos, faias.
VEGETAÇÃO DE MONTANHA
Já estudamos anteriormente a variação da
vegetação com o aumento da altitude. Até 1 500 a 2 000
metros, ainda se encontram formações florestais. Entre
2 500 e 3 000 metros, surge uma vegetação rasteira,
denominada orófila (adaptada a grandes altitudes) com
uma variedade que pode atingir cerca de 200 espécies
distintas. Tratam-se dos campos de altitude. Isto se deve
à redução das temperaturas e ao fato de os solos serem
mais rasos. Acima dos 3 000 metros não se encontram
condições satisfatórias para o desenvolvimento da
vegetação.
A diversidade é moderada e sua fauna é rica e
diversificada, constituída por mamíferos (ursos, veados,
esquilos, lobos, raposas, lebres etc...), répteis, anfíbios,
inúmeras aves, insetos etc.. Os solos são férteis. As
florestas temperadas podem ser encontradas nos
Estados Unidos, na Europa ocidental, na China, na
Coréia e no Japão. Já foi extremamente devastada, pois
marcam áreas de antiga urbanização e industrialização.
VEGETAÇÃO MEDITERRÂNEA
Fonte dos
(adaptado)
mapas:
www.cotf.edu/ete/modules/k4/biomes/Boverview4.html
A vegetação mediterrânea é uma vegetação
típica dos climas mediterrâneos, áreas da Califórnia,
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TIPOS DE VEGETAÇÃO DO BRASIL
Fonte: montagem pelo autor com base nas ilustrações de Percy Lau e no mapa de Dora Al Romariz (adaptado)
Floresta Amazônica
A Amazônia, com 6,5 milhões de Km2, é a maior floresta tropical do mundo, abrangendo nove países e
ocupando quase metade da América do Sul. A floresta Amazônica, somada à Mata Atlântica, representa 1/3 do total
ocupado por florestas tropicais no planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrado e outras formações
diversas, como áreas de campo, perfazendo um total de 5,029 milhões de Km
como Amazônia Legal, criada em 1966, com o objetivo de aperfeiçoar o planejamento da região e que abrange
diversos Estados.
A floresta Amazônica corresponde a uma floresta ombrófila, latifoliada, perenifólia, densa e heterogêna. Em
dez mil metros quadrados encontramos cerca de 100 espécies de árvores além de epífitas e cipós. A altura média
das árvores gira em torno de 55 metros, e a quantidade total de espécies de insetos e animais ainda é desconhecida.
Em caso de desmatamento, a perda é imensa, pois a biodiversidade é tão localizada e variável que o desmatamento
pode destruir espécies que jamais foram conhecidas ou catalogadas. Os solos locais são, de um modo geral, pouco
férteis, a não ser por determinadas manchas com maior fertilidade. Na verdade, a Amazônia não constitui o “pulmão
do mundo” , como se acreditava, e retira a sua imensa diversidade e exuberância da própria matéria orgânica que
produz e das características climáticas regionais com temperaturas elevadas e alta pluviosidade.
A Amazônia apresenta-se desenvolvida em três diferentes níveis, identificados com base no relevo e
proximidade da margem dos rios: as várzeas que, por se estenderem ao longo dos rios, ficam inundadas na época
das cheias e onde se encontram o cacaueiro, as seringueiras (maçaranduba, maniçoba, caucho) e a imbaúba; a
mata de igapó junto às margens dos rios e sempre inundada e que tem nas palmeiras, na vitória-régia e no piaçava
espécies características e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície, cerca de 75%, e constituem o domínio
da grande floresta, sempre a salvo das cheias. Neste nível se encontram as árvores de maior porte, com espécies que
chegam a atingir até 50 metros de altura, como o cedro, a castanheira, o mogno e a andiroba.
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Este nível é onde ocorre o desmatamento mais intenso
que já comprometeu aproximadamente 15% deste
bioma, principalmente a partir da década de 70, quando
se intensificou a expansão da fronteira agrícola e o
desenvolvimento de projetos agropecuários, da
mineração e da construção de rodovias na região. A
figura, a seguir, ilustra os três níveis identificados.
Em teoria, o projeto Sivam pode minimiza,
através de uma vigilância mais eficaz, as agressões a
este bioma e a biopirataria. Tem se enfatizado bastante
a necessidade de se desenvolver projetos de exploração
baseados na sustentabilidade e a criação de
germoplasma com possibilidades de desenvolvimento
da biotecnologia.
Mata Atlântica
Originalmente, a Mata Atlântica estendia-se do
cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, até as
serras do Herval e de Tapes, no rio Grande do Sul,
ocupando uma área total de 350 000 km2. Ao longo dos
últimos séculos, 95% dessa mata foi totalmente
destruída pela ação antrópica com o desenvolvimento
dos ciclos econômicos, a intensificação da urbanização
e da industrialização e a especulação imobiliária. A
figura abaixo ilustra este processo de destruição.
A evaporação da água do mar e os ventos que
sopram em direção ao continente garantem a umidade
necessária para a formação de uma floresta tropical. Por
ter crescido nas encostas montanhosas, favorecida por
uma melhor incidência de luz, a Mata Atlântica tem como
característica principal a presença de árvores com altura
média de trinta metros. Essas árvores amenizam o clima
do litoral, pela liberação de umidade, e provavelmente
influenciam o de outras regiões vizinhas.
A Mata Atlântica também consiste numa floresta
densa, higrófila, heterogênea, latifoliada e perene. Por
se desenvolver nas áreas de clima tropical e tropical de
altitude, marcados por uma amplitude térmica maior,
experimentou
o
desenvolvimento
da
imensa
biodiversidade já mencionada.
Os seus domínios abrigam diversos rios, como
o Jequitinhonha, o Doce, o Paraíba do Sul e o Ribeira
de Iguape e a maior biodiversidade do planeta com mais
de 25 mil espécies de plantas, muitas delas existentes
apenas nesse ecossistema. Se considerarmos o número
total de espécies animais e vegetais que a habitam,
chegaremos a aproximadamente 200 mil. As florestas
temperadas concentram, em média, dez espécies por
hectare, enquanto na Mata Atlântica desenvolvem-se
150 espécies em área de igual dimensão.
Entre as principais espécies características
desta floresta estão pau-brasil, o jacarandá, a canela, o
palmito, o jambo, o jambolão, a figueira, a caviúna, o
jatobá, o ipê, o cedro, o jequitibá-rosa e a embaúba.
Diversas espécies animais encontram-se ameaçadas,
como a onça-pintada, a suçuarana, o cachorro-vinagre,
a jaguatirica, guaxinim, a capivara, a anta, a preguiça, o
tamanduá, a paca, a cutia e o mico-leão-dourado, etc.
Muitas aves, também se encontram bastante
ameaçadas, como a araponga, o sanhaço e inúmeros
tipos de beija-flor.
A Unesco declarou, em 2002, a Mata Atlântica
como Reserva da Biosfera.
Cerrado
Os trechos remanescentes da Mata Atlântica
encontram-se, principalmente, em áreas de proteção
ambiental e protegidas pela topografia acidentada da
serra do Mar, mas continuam sofrendo ameaças de
caçadores e madeireiros, projetando o seu total
desaparecimento caso o processo não se interrompa.
A Mata Atlântica desenvolveu-se sobre as áreas
montanhosas que acompanham quase todo o litoral
brasileiro, fato que a diferencia da floresta Amazônica.
Como já abordado, o Cerrado é denominação que as
Savanas recebem no Brasil. Trata-se de nome genérico
dado a um conjunto de formações vegetais compostas
por plantas herbáceas de onde emergem arbustos e
pequenas árvores de troncos retorcidos e cascas
grossas, adaptadas ao período de estiagem durante o
inverno. As raízes são profundas para captação de água
no lençol freático, podendo atingir cerca de 25 metros de
profundidade. Em sua área original, esse tipo de
vegetação ocupava 25% do território brasileiro. Hoje,
está reduzido a pequenas manchas espalhadas por
diversas regiões, principalmente nos Estados de Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, com
manchas menores no Amazonas, em São Paulo e em
alguns Estados nordestinos.
Ao contrário do que parece, a diversidade é
bastante rica, incluindo diversas espécies ameaçadas
de extinção. Entre as principais espécies, destaca-se a
a ema, o gavião carcará, a siriema, a arara-canindé, o
urubu-rei, o socó, a coruja-buraqueira, diversos
periquitos, o quero-quero etc. Entre os mamíferos, os
mais importantes são o lobo-guará, a onça-pintada, a
anta, o tamanduá, o tatu, a raposa, o queixada, o veadocampeiro, o veado-catingueiro diversos macacos, além
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
de muitas Saúvas e milhares de insetos. A flora é
também variada, com destaque para o pequizeiro e a
palmeira.
A área dominada pelo Cerrado sempre foi
considerada imprópria à prática agrícola, pois possui
solos muito ácidos, mas as pesquisas desenvolvidas
pela EMBRAPA permitiram a expansão desta atividade
graças à correção do pH dos solos com o método da
calagem e o desenvolvimento de novos cultivares
adaptados a este domínio.
Ainda que a principal preocupação dos
ambientalistas gire em torno das florestas tropicais, o
Cerrado tem sido um dos ecossistemas mais afetados
pelas queimadas, pela extração madeireira e, mais
recentemente, com a expansão da agropecuária
moderna e os problemas a ela relacionados.
inverno, permeando com os cupinzeiros, onde se inicia
o paratudal. Os paratudais, formados pelos ipês roxos
(Tabebuia, localmente chamado piúva), são típicos.
Numa região um pouco mais elevada, já com
áreas não inundáveis, há uma vegetação característica
de cerrado. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa
e sombria (com Piptadenia, Bombax, Magonia,
Guazuma). Em torno das margens mais elevadas dos
rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes),
formando uma floresta de galerias juntamente com
outras árvores, como o pau-de-novato (Triplaris
formicosa), a embaúba (Cecropia), o genipapo (Genipa)
e as figueiras (Ficus). Em pontos altos dos morros,
aparece uma vegetação semelhante à da caatinga,
como a bromeliácea Dyckia e os cactos cansanção e
mandacaru (Cereus).”
Fonte: Francis Dov Por, Vera Lúcia Imperatriz Fonseca e Frederico Lencioni Neto.
Pantanal
O Pantanal Mato-Grossense é uma das maiores
reservas biológicas do Brasil e do mundo, com
aproximadamente 656 espécies de aves, 95 espécies de
mamíferos e 35 de anfíbios. Estima-se que vivam no
Pantanal 32 milhões de jacarés; 260 espécies de peixes,
mais do que em toda a Europa; 2,5 milhões de capivaras
e 665 espécies de aves, mais de 60% delas
consideradas raras.
Situa-se numa área de aproximadamente 220
000km2, que se distribuem pelos Estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, formando a maior planície
inundável do mundo, durante o período das chuvas entre
novembro e abril, pois corresponde a uma área de
planície cercada por áreas montanhosas. O período da
vazante ocorre a partir de maio e possibilita a deposição
de uma camada fértil, rica em húmus, apesar de
apresentar, de modo geral, solos pobres e salinizados.
O Pantanal é composto por variantes vegetais que
reúnem diversos elementos típicos de outras regiões do
país, como o cerrado, a caatinga, áreas de campos e
florestas tropicais, com espécies como palmeiras e o
mandacaru.
A grande disponibilidade de alimentos, milhares
de espécies de animais se desenvolvem no Pantanal,
que apresenta a maior concentração de aves do
continente. Ainda que o número de espécies seja menor
do que as existentes na Amazônia, o número de
indivíduos é bem maior. Entre as espécies
características estão as garças, os patos-selvagens e os
tuiuiús ou jaburus, ave símbolo da região, além de
inúmeras outras espécies. Os rios pantaneiros também
concentram um dos maiores estoques de peixes de
água doce do mundo. Entre os répteis, destaca-se o
jacaré.
“A vegetação aquática é fundamental para a
vida pantaneira. As plantas flutuantes são os principais
produtores primários nas águas do Pantanal. Imensas
áreas são cobertas por "batume", que são plantas
flutuantes, tais como o aguapé (Eichhornia) e a Salvinia,
entre outras. Levadas pelos rios, estas plantas
constituem verdadeiras ilhas flutuantes, os camalotes.
Após as inundações, a camada de lodo nutritivo
permite o desenvolvimento de uma rica vegetação de
ervas. A palmeira carandá (Copernicia australis) ocorre
em extensas formações nas áreas em que as
inundações dominam mas que ficam secas durante o
O Pantanal Mato-Grossense também foi
declarado pela UNESCO Reserva Mundial da Biosfera e
Patrimônio da Humanidade.
Caatinga
A caatinga apresenta-se a maior parte do ano
sem folhas e com aspecto seco, daí, provavelmente, a
sua designação em tupi, significando “mata branca”. A
área que ocupada por esta variante de vegetação
representa 11% do território brasileiro, concentrados,
sobretudo, nos Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia
e Minas Gerais.
A limitação de chuvas confere a esta vegetação
uma fisionomia bastante característica, com o
predomínio de arbustos e árvores baixas, além da
presença de um grande número de cactáceas, que lhe
conferem uma aparência espinhosa e seca. Com a
ocorrência de chuvas o seu aspecto se altera bastante
e as plantas tornam-se, então, verdes e cheias de folhas.
Entre as principais espécies de sua flora estão o
umbu, o mandacaru, o juazeiro, a macambira, a barúna
o e xique-xique, sendo que se pode também aqui
identificar três diferentes extratos de vegetação, o
arbóreo, o arbustivo e o herbáceo.
A fauna da caatinga inclui animais a cobra-cipó,
o gavião carcará, o sapo-cururu, a calango, a preá, o
papa-vento, a cascavel, a jibóia, a salamanta e a asabranca.
Mata de Araucária
Sua principal área de ocorrência é o Estado do
Paraná e parte de Santa Catarina, sendo que
originalmente, estendia-se do sul de Minas até a
Argentina, limitada pelo oceano Atlântico e o rio Paraná,
cobrindo uma área de 185 mil km2. A mata de araucária
é uma formação de coníferas tipicamente sul-americana
e foi incluída pelo Ibama como uma ecorregião da Mata
Atlântica. É também conhecida como mata dos Pinhais,
recebe o seu nome devido ao predomínio da espécie
Araucaria angustifolia, ou pinheiro-do-paraná, a sua
espécie mais característica. Este bioma apresenta uma
pequena variedade de espécies, com o predomínio de
pinheiros, além do cedro, a imbuia e a erva-mate. Foi
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
extremamente devastada devido à exploração
madeireira.
A fauna compõe-se de diversas espécies de
roedores que se alimentam do pinhão, além de inúmeras
aves, como o papagaio-chorão e a gralha-azul e grande
quantidade de insetos. Com o desaparecimento de seu
hábitat natural, todos esses animais estão ameaçados
de extinção.
com escassez de água, as plantas apresentam
dificuldades de desenvolvimento e fixação, geralmente
constituindo-se de espécies arbustivas e herbáceas,
como o capim-da-areia, a salsa-da-praia e o capim-dapraia.
TEXTOS COMPLEMENTARES
Texto 1
Campos
PANTANAL - UM PARAÍSO EM PERIGO
Os campos são formados quase exclusivamente
por gramíneas e distribuem-se, principalmente, no Rio
Grande do Sul, ocupando 47% de seu território. Junto às
encostas, com o aumento da umidade surgem
formações arbóreas. O clima dominante na região é o
subtropical. De forma isolada e rara, e pequenas
formações, podem ser encontrados os arbustos e as
árvores Alguns animais silvestres são típicos desses
campos, como o guaraxaim, o gato-do-pampa, o
zorrilho, a raposa-do-campo e diversos roedores.
Trata-se de uma paisagem adequada ao
desenvolvimento da atividade pecuária, mas a
exploração intensiva tem conduzido ao surgimento de
manchas de desertificação. Grandes áreas também têm
sido utilizadas para a expansão da agricultura,
principalmente a plantação de cereais, devido às
características favoráveis do clima da região.
Os denominados banhados desenvolvem-se
junto ao litoral gaúcho. Tratam-se de áreas alagadas
onde se desenvolve uma fauna característica cujos
exemplos são a capivara, as lontras, os marrecos e as
garças.
Mata dos Cocais
A mata dos Cocais corresponde a uma
vegetação de transição entre a Amazônia e a Caatinga
que se concentra, principalmente, no Maranhão e no
Piauí, marcando espaços, também no Tocantins, Rio
Grande do Norte e Ceará. O babaçu e a carnaúba são
as duas espécies típicas e constituem grandes
possibilidades em função do desenvolvimento do
biodiesel. Constitui uma vegetação secundária e
também é marcada por grande exploração e
desmatamento, pois as palmeiras são bastante
utilizadas na atividade da cestaria.
Vegetação litorânea
Os manguezais distribuem-se pelo litoral do
Brasil e constituem um dos ecossistemas mais
agredidos pelas atividades econômicas e pela
especulação
imobiliária,
comprometendo
um
ecossistema que, apesar de sua pequena variedade de
espécies, constitui um verdadeiro viveiro de animais em
função da grande quantidade de matéria orgânica. Os
mangues atuam também como filtros importantes.
Adaptadas a grande salinidade dos solos, surgem
vegetais halófilos e higrófilos e as suas raízes são
aéreas (penumatóforos). Pode-se identificar três tipos
de mangues, o mangue-preto, o mangue-branco e o
mangue-vermelho.
Destaca-se, ainda, a vegetação típica das
dunas, das restingas e das praias. Como são ambientes
O desmatamento e uma série de projetos
industriais são as novas ameaças ao delicado equilíbrio
ecológico de uma das mais preciosas jóias naturais do
Brasil. A boa notícia é que ainda há tempo para impedir
o pior
O Pantanal Mato-Grossense é um dos maiores,
mais complexos e mais frágeis ecossistemas do planeta.
Há mais de dois séculos ele vem resistindo à
convivência com o homem civilizado. A região
conseguiu escapar do triste destino da Mata Atlântica –
a exuberante formação vegetal que se estendia ao longo
da costa brasileira e de cuja cobertura original restam
menos de 10%. Mas nunca como agora foram tão
grandes e reais os perigos à bela e rica planície
inundável brasileira. Com uma área do tamanho da
Inglaterra, o Pantanal abriga uma biodiversidade que só
perde para a da Amazônia. São 665 espécies de aves,
95 de mamíferos, 162 de répteis, quarenta de anfíbios,
1.100 de borboletas e mais de 1.700 de plantas. Além
da diversidade, a vida no Pantanal chama a atenção
mundial pela generosidade do estoque. Vivem na região
as maiores populações de alguns animais ameaçados
de extinção, como a onça-pintada e a arara-azul.
A preservação do Pantanal se deveu a
condições históricas e geográficas. Ao contrário da Mata
Atlântica e da Amazônia, formadas principalmente por
terras devolutas, cada centímetro do Pantanal tem um
dono. Contribuiu também o fato de a região ter
permanecido isolada por quase 200 anos. Essa última
barreira, a do isolamento, começou a cair na década
passada, quando o Pantanal se tornou um dos destinos
preferidos de turistas brasileiros e estrangeiros. Muitas
fazendas se adaptaram para funcionar como pousadas
e hotéis. O turismo é a mais limpa das atividades
econômicas, até porque vive da preservação das
belezas naturais. Mas, infelizmente, o Pantanal não é
uma ilha. A região passa por um fenômeno que lembra
muito a agonia do Parque Nacional do Xingu, onde
vivem em excelentes condições milhares de indígenas
brasileiros. O pesadelo do Xingu é a degradação
ambiental que ocorre a sua volta. O do Pantanal
também. Com uma agravante. O Pantanal é uma
planície alagada cercada de planaltos. Essa
característica geológica desfavorável facilita a entrada
no paraíso de todos os tipos de detritos produzidos pela
ocupação econômica a seu redor.
De acordo com um levantamento recémconcluído, entregue a VEJA na semana passada pela
ONG Conservação Internacional, 17% da cobertura
vegetal original do Pantanal já foi destruída para a
abertura de áreas de pastagem, quase o dobro do
registrado em 2000. É uma informação de assustar.
Mantido esse ritmo, a vegetação típica da região
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
desapareceria em pouco mais de quarenta anos. "O
avanço do desmatamento dentro do Pantanal é uma
novidade", diz Mônica Harris, diretora do Programa
Pantanal da Conservação Internacional e coordenadora
do estudo, feito com base em imagens de satélite. "Até
o fim dos anos 90, esse era um problema restrito aos
planaltos que rodeiam a planície pantaneira."
No
contexto
pantaneiro,
a
expressão
"desmatamento" não significa necessariamente a
derrubada de árvores. Também se aplica à substituição
do capim nativo por variedades exóticas. O que faz do
Pantanal uma região ecológica tão importante é a
complexa mistura de campos gramados, florestas
tropicais, matas de cerrado e vegetação típica de áreas
alagadas. Por isso, a substituição de um pasto por outro
tem conseqüências sérias no equilíbrio ambiental.
O avanço do desmatamento é uma das
conseqüências do declínio da pecuária extensiva
tradicional. Por mais de dois séculos a criação de gado
conviveu em harmonia com o ecossistema do Pantanal.
Os animais eram criados soltos em pastos de capim
nativo e, quando as áreas baixas ficavam alagadas,
peões a cavalo conduziam as boiadas para os terrenos
altos. Esse manejo tradicional persiste em parte das
fazendas, mas nos últimos dez anos um número
crescente de pecuaristas tem adotado métodos mais
agressivos, como a derrubada das árvores das áreas
não alagáveis e a substituição do capim nativo pela
braquiária, uma variedade africana, mais nutritiva e
palatável para o gado. A mudança é impulsionada por
uma combinação de fatores. O primeiro deles é a busca
de maior produtividade para competir com o gado de
outras regiões. No Pantanal nascem em média quatro
bezerros para cada dez vacas, enquanto no planalto
chegam a nascer nove. Para muitos criadores, garantir
alimento abundante para as reses o ano todo parece a
forma mais simples de ganhar competitividade nas
áreas alagáveis.
O segundo fator é a chegada ao Pantanal de
pecuaristas de outros estados. Eles não se interessam
pelo modo pantaneiro de criar gado e implantam o
sistema de manejo existente no restante do CentroOeste. O terceiro é a reforma agrária familiar.
Propriedades que no início do século XX tinham mais de
100.000 hectares – área equivalente à do município do
Rio de Janeiro – passaram por sucessivas divisões entre
os herdeiros. Hoje há fazendas de pouco mais de 5.000
hectares, pequenas para os padrões locais. "Se metade
da propriedade alaga na época das cheias, transformar
todo o espaço possível em pasto pode ser uma
necessidade", explica Julio Cesar Gonçalves,
coordenador do Programa de Estudos do Pantanal da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Por fim,
no planalto e nas bordas do Pantanal os produtores que
preservam intacta grande parte de sua propriedade têm
uma preocupação a mais: as terras podem ser
consideradas improdutivas e desapropriadas pelo Incra.
"Não existe diálogo entre o Incra e o Ibama", diz Carlos
Padovani, pesquisador da área de impacto ambiental da
Embrapa Pantanal. "Dessa forma, os fazendeiros ficam
indecisos entre regras que tentam limitar os
desmatamentos e outras que os pressionam por um
aproveitamento maior da fazenda."
Nos últimos cinco anos, os pecuaristas têm
encontrado um incentivo a mais para desmatar: eles
podem reduzir os custos da "limpeza" por meio de
acordos com carvoarias, que já se instalaram na região
do planalto e agora começam a invadir as bordas do
Pantanal. Os donos das carvoarias se encarregam de
derrubar as árvores em troca do direito de usar a
madeira para fazer carvão. O produto final é vendido a
siderúrgicas, onde é empregado na purificação do
minério de ferro retirado de minas localizadas nos
arredores de Corumbá, a maior cidade pantaneira, ou
em Minas Gerais. Só em Mato Grosso do Sul, estado
que abriga 65% do Pantanal, estima-se que existam
5.000 carvoarias, das quais apenas 468 têm existência
legal.
O resultado do desmatamento é a redução
progressiva das matas de cerrado e da tropical, nichos
ecológicos importantes para espécies como o veadomateiro e a arara-azul. A introdução da braquiária
também tende a afastar alguns animais. Segundo
pesquisas realizadas pela Embrapa, o número de
espécies de répteis e anfíbios cai pela metade em locais
em que o solo é coberto por esse tipo de capim. "A
braquiária é uma espécie de monocultura, e sempre que
você substitui um ambiente complexo por um simples
perde diversidade biológica", diz o biólogo Walfrido
Tomás, um dos responsáveis pela pesquisa.
Diferentemente do que ocorre na Amazônia, onde a lei
manda preservar como reserva legal 80% das
propriedades, não existe nenhuma lei específica para o
Pantanal. Valem as normas do Código Florestal
brasileiro, de 1965, que se aplicam em todo o país. Por
essas normas, 20% da área deve ser preservada, além
das regiões das encostas e das margens dos rios.
Muitos ambientalistas defendem a criação de uma
legislação própria para a região. "Uma legislação
específica deveria contemplar as características da
região e também conceder mais incentivos para os
fazendeiros preservarem a riqueza que existe sobre
suas terras", diz o biólogo Alcides Faria, da ONG Ecoa,
de Campo Grande. Novas regras poderiam ajudar na
preservação – mas uma lei a mais pouco significa se o
estado não está aparelhado para fiscalizar sua
aplicação. A polícia ambiental de Mato Grosso do Sul
dispõe de apenas 354 agentes, um para cada 1.000
quilômetros quadrados de território. Como mais de 90%
do Pantanal está em mãos de particulares, teria maiores
chances a política de preservação que pudesse contar
com a colaboração dos fazendeiros.
Aliás, deve-se
ao esforço de muitos proprietários e organizações
ambientalistas o fato de mais de 80% da área ainda ser
mantida relativamente intacta. No Pantanal estão
localizadas as maiores reservas particulares de
proteção natural do país. Essas são áreas privadas
transformadas em reservas por iniciativa de seus
proprietários. Só podem ser utilizadas para pesquisa,
visitação e atividades educacionais. No total, as
reservas particulares e as do estado somam perto de 5%
da área total do Pantanal. A maior delas é a do Sesc, em
Mato Grosso, que abriga 78 espécies de mamíferos e é
um dos principais centros de pesquisa da região.
Toda a vida do Pantanal pulsa ao ritmo das
cheias e vazantes. Durante a estação das cheias, que
vai de novembro a março, os rios transbordam e alagam
os campos, o que faz com que os peixes encontrem
alimento abundante em meio à vegetação submersa.
Em abril, quando o rio começa a voltar para o seu leito,
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
muitos cardumes ficam aprisionados nas lagoas que se
formam nos campos. É quando começa a comilança
para os jacarés, ariranhas, tuiuiús, biguás e garças. A
fartura de alimentos garante a opulência da fauna, o
maior chamariz para os turistas que se acomodam nas
dezenas de pousadas, hotéis e fazendas que nos
últimos anos adaptaram suas acomodações para
receber visitantes. "Para o turismo, a preservação da
natureza faz parte do negócio", diz o carioca Lucas
Leuzinger, que há três anos abriu uma pousada na
Fazenda Barranco Alto, à beira do Rio Negro, que serviu
de cenário para cenas da novela América. "As onças,
por exemplo, passaram a ser vistas como atrações para
os visitantes, e não mais como um inimigo que ataca o
gado", explica.
Evitar a devastação dentro do Pantanal é
importante, mas não garante a preservação da região.
Isso porque boa parte das ameaças ao Pantanal é
resultado da degradação de áreas que estão fora de
seus limites, mais precisamente nos planaltos que
rodeiam a região e começaram a ser revirados pela
agricultura na década de 70. A planície pantaneira foi
formada pelo mesmo espasmo geológico que produziu
a Cordilheira dos Andes. A parte que afundou é o
Pantanal, cujo regime de cheias e vazantes é regulado
pela água dos rios que desce dos planaltos que o
rodeiam. A quantidade de água que entra é tão grande
e o terreno é tão plano que os rios não dão conta de
drenar todo o líquido. "É como se o Pantanal fosse uma
grande pia com um ralo minúsculo", explica o hidrólogo
canadense Pierre Girard, coordenador do Centro de
Pesquisas do Pantanal, uma organização com sede em
Cuiabá que agrega universidades públicas e privadas
que estudam a região. "Como a vazão da torneira é
maior que a vazão do ralo, a água custa a sair e deixa a
área alagada." Só 40% da água que entra na "pia" é
carregada para fora do Pantanal. O restante evapora
quando ainda está na região, o que faz com que grande
parte das substâncias tóxicas despejadas na água –
basicamente pesticidas usados na agricultura e esgotos
urbanos não tratados – permaneça na planície tempo
suficiente para provocar estrago. O risco maior é causar
a morte de peixes, que são a base da cadeia biológica
do Pantanal.
Por milhares de anos, a planície recebeu
toneladas e mais toneladas de sedimentos trazidos das
áreas mais altas pelo vento e pela água. Esse processo
natural se intensificou nas últimas três décadas por
causa das lavouras e da erosão nas terras altas. O
resultado é o assoreamento dos rios. O caso mais grave
é o do Rio Taquari, que saiu do leito normal e alagou 300
fazendas. Para chamar atenção sobre as ameaças que
pesam sobre o Pantanal, um ambientalista matogrossense recorreu a um gesto extremo: imolou-se
numa praça central de Campo Grande, a capital de Mato
Grosso do Sul, no mês passado. Dirigente de uma
pequena ONG, Francisco Anselmo de Barros tinha 65
anos quando morreu devido às queimaduras. Seu
derradeiro protesto foi contra o projeto de lei
apresentado pelo governo estadual que autorizava a
construção de usinas de álcool no planalto onde nascem
os rios que correm para o Pantanal. "Ele lutou pela
preservação do Pantanal por mais de vinte anos, mas
ultimamente estava desiludido, sentindo que todo o seu
esforço havia sido em vão", diz sua viúva, Iracema
Sampaio. Sob o impacto da morte do ambientalista, a
Assembleia Legislativa sul-mato-grossense rejeitou a
proposta do governador no último dia de novembro.
O risco da revogação da proibição para a
instalação de usinas de álcool na borda do Pantanal
segue a mesma lógica do risco representado pelos
pesticidas e pelo esgoto urbano. Mesmo que as usinas
não estejam localizadas dentro do Pantanal, seus
resíduos tóxicos iriam acabar nos rios da planície por
uma simples questão de física: a água corre para baixo.
Os
ambientalistas
preocupam-se
com
outras
possibilidades de poluição do ar e da água contidas em
três projetos que estão sendo implementados a toque de
caixa pelo governo de Mato Grosso do Sul. Um deles é
a criação de um polo industrial para produzir fertilizantes
e plástico em Corumbá, aproveitando a passagem por lá
do gasoduto Brasil–Bolívia. Outro projeto é atrair
siderúrgicas para processar em Corumbá o minério de
ferro, que já é extraído do subsolo do município por duas
grandes empresas, aumentando o valor agregado do
produto que sai do estado. A terceira e última ideia, que
recebe também o apoio do governo de Mato Grosso, é
a retomada de um antigo projeto, engavetado em razão
dos protestos no Brasil e no exterior, para construir uma
hidrovia ligando a cidade de Cáceres ao Porto de Nueva
Palmira, no Uruguai. Pelo plano original, para tornar o
Rio Paraguai navegável 365 dias por ano, seria
necessária uma operação gigantesca para aumentar
sua calha. O aumento da vazão do rio poderia drenar
parte da água do Pantanal e destruir o equilíbrio de seu
delicado ecossistema.
A exploração racional da Amazônia é uma
equação que ainda não foi resolvida. Esse desafio no
Pantanal é ainda mais complexo, arriscado e sem volta.
Por isso, é bom pensar duas vezes antes de abrir as
portas do paraíso à civilização.
Fonte: Veja, Edição 1935 . 14 de dezembro de 200
Texto 2
A AMAZÔNIA COMEÇOU A MORRER
Como o músculo cardíaco depois de um infarto, o
sistema ecológico amazônico já tem partes
irremediavelmente feridas. Evitar sua morte é o desafio
do século para o Brasil
João Gabriel de Lima
Em 2005, a Floresta Amazônica começou a morrer.
Não se trata ainda de uma condenação irreversível. Mas
o mal crônico que está asfixiando o ecossistema já
passou do ponto em que seu metabolismo possa
recuperar a exuberância do passado. A comparação
mais didática é enxergar a mata como uma pessoa cujo
coração foi salvo pela revascularização por pontes de
safena não antes, porém, de parte do músculo cardíaco
ser destruída. Mantido o atual ritmo de devastação e de
mudanças climáticas, dentro de meio século o que hoje
é o maior e mais rico ecossistema do planeta pode estar
totalmente desfigurado. A Amazônia não é apenas um
bosque fechado e cortado por uma malha de rios. É um
organismo vivo em que, como as células do corpo
humano, cada ser exerce um papel diferenciado e
interconectado. O solo depende das árvores, que não
vivem sem os rios, onde nadam os peixes, que se
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
11
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
alimentam dos frutos das árvores, que são polinizadas
pelos insetos que se escondem no solo... São inúmeros
e interligados os ciclos da vida na Amazônia.
Isoladamente, cada um deles tem alto poder de
regeneração, mas, quando a agressão ambiental corta
os dutos entre diferentes nichos, a vida começa a ficar
mais pobre, a floresta entra no lento mas inexorável
processo de morte.
Até os dias atuais, a Amazônia resistiu a diversas
glaciações – períodos em que ocorreram secas
prolongadas – por ter, entre outras coisas, a capacidade
de gerar sua própria chuva. É esse precioso equilíbrio
que dá mostras de estar prestes a se romper. Até
recentemente, as previsões catastrofistas sobre o futuro
da Amazônia eram difundidas principalmente pelos
militantes ambientalistas, que tinham uma relação antes
de tudo afetiva com a floresta. Agora, o alarme vem da
ciência. Neste mês de dezembro se encerrou o maior
mutirão de pesquisa da história da Amazônia, o projeto
LBA (sigla resumida de Experimento de Grande Escala
da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), que consumiu 100
milhões de dólares e reuniu mais de 1 000 estudiosos do
mundo inteiro. São eles que estão decretando a morte
da floresta. Persistindo na comparação com um
organismo humano, é como se antes o alerta sobre a
saúde da floresta fosse dado por parentes e amigos.
Agora, trata-se de um diagnóstico elaborado por uma
junta médica de primeira linha.
Os cientistas acham que existe um limiar de
devastação da floresta a partir do qual ela não mais se
regenera. Esse umbral seria ultrapassado depois de
30% da mata destruída. Os estudos recentes mostram
que esse ponto pode estar perigosamente próximo. Com
base unicamente em descobertas científicas, é possível
fazer três afirmações categóricas:
• se persistir o ritmo atual de devastação da floresta pela
pecuária, pelas fazendas de soja e pela exploração
madeireira, 40% dela deverá desaparecer até a metade
deste século;
• simulações climáticas dão conta de que, no mesmo
período, cerca de 30% da mata pode se transformar em
cerrado, pois o aumento da temperatura impossibilitará
a sobrevivência de várias espécies próprias da floresta
tropical. É o fenômeno conhecido como "savanização";
• a devastação da Amazônia provocará alterações
climáticas em várias regiões do planeta. O sul e o
sudeste brasileiro seriam afetados por uma seca que
comprometeria os rios da Bacia do Prata, grande fonte
de energia hidrelétrica da América do Sul.
O projeto LBA, encabeçado pelo governo
brasileiro, iniciou-se há dez anos e foi co-patrocinado por
várias instituições internacionais, com destaque para a
Nasa. A agência espacial americana gastou 35 milhões
de dólares e fez uma espécie de curadoria científica da
empreitada. "Quando iniciamos o projeto, muitos nos
acusaram de ingerência indevida em assuntos do Cone
Sul", diz o geólogo americano Michael Keller,
coordenador do LBA por parte da Nasa. "Agora que
estamos prestes a legar ao país um grande banco de
dados sobre a Amazônia, quase todos reconhecem que
a missão dos cientistas é fornecer subsídios à sociedade
para que ela tome, autonomamente, as decisões mais
acertadas." Junto com a Nasa veio a tecnologia de
última geração na área de pesquisa. Sensores
poderosos foram instalados em pontos estratégicos da
floresta, com o objetivo de registrar os índices de
umidade, pluviosidade, ventos, temperatura e emissões
de gás carbônico dos diferentes tipos de vegetação que
compõem a Amazônia. Não foram aferidas apenas as
áreas de floresta tropical, mas também as regiões
desmatadas, as pastagens e os trechos de cerrado.
"Sem os novos dados e sem as novas condições de
processamento, não seria possível fazer um diagnóstico
acurado", diz o meteorologista Carlos Nobre,
coordenador do LBA pelo lado brasileiro. O que ele quer
dizer é que, até recentemente, as previsões sobre o
futuro da Amazônia eram em sua maioria embasadas
em cenários fictícios. Um exemplo. Pela falta de
conhecimento aprofundado sobre o cerrado brasileiro,
os computadores que realizam as simulações eram
alimentados com dados de um ecossistema similar, a
savana africana. A informática também evoluiu com o
projeto. No início do LBA, o mais rápido
supercomputador do mundo era capaz de fazer 16
bilhões de operações por segundo. Hoje, os dados sobre
a Amazônia são processados numa máquina que realiza
768 bilhões de contas por segundo, alocada no Centro
de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC),
na cidade de Cachoeira Paulista, no interior de São
Paulo.
A questão da savanização é quase unanimidade
na comunidade científica, já que vários estudiosos, em
diferentes partes do mundo, chegaram ao mesmo
resultado usando metodologias semelhantes. No Brasil,
alguns dos principais trabalhos sobre o fenômeno são
da autoria dos pesquisadores Carlos Nobre, Marcos
Oyama e Gilvan Sampaio. Com base em dados
coletados pelo LBA, eles levaram em consideração a
influência recíproca de vegetação e clima – a floresta é
desmatada, isso provoca secas e elevação da
temperatura, as novas condições climáticas engendram
outro tipo de vegetação, e assim sucessivamente, num
círculo vicioso. Os cientistas também incluíram em seus
cálculos o aquecimento global. De acordo com os
estudos, o clima da Amazônia se tornará, com o passar
dos anos, cada vez mais quente – um aumento de
temperatura entre 3 e 6 graus Celsius nos próximos
sessenta anos – e mais seco – com redução das chuvas
entre 10% e 20% (não dá para afirmar com certeza, no
entanto, que as secas deste ano sejam já o início do
processo). Essas condições tornariam impossível a
sobrevivência de várias espécies típicas da floresta
tropical, e 30% de sua área seria coberta por vegetação
parecida com a de cerrado, uma tragédia do ponto de
vista da biodiversidade. A Amazônia é o ecossistema
que concentra o maior número de espécies no planeta,
e muitas delas morreriam antes de ser devidamente
estudadas pelos cientistas, ou mesmo descobertas.
"Seria uma longa faixa de savana entre a Venezuela e o
Centro-Oeste, abarcando principalmente o estado do
Pará", mapeia Nobre.
Outro estudo, de autoria do inglês Peter Cox, do
Hadley Centre britânico, um dos mais respeitados
institutos de modelagem climática do mundo, chega a
resultados ainda mais dramáticos. De acordo com os
cálculos de Cox, a temperatura da Amazônia deve subir
10 graus Celsius nos próximos 100 anos, e com isso
parte considerável da floresta pode ser varrida do mapa.
Tabulando dados parecidos, o maior supercomputador
do mundo dedicado a questões climáticas, o Earth
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
Simulator de Yokohama (40 trilhões de operações por
segundo), aponta para um aquecimento entre 4 e 7
graus Celsius em setenta anos. "Isso representaria, em
termos de savanização, um resultado semelhante ao
calculado por brasileiros e britânicos", avalia o
meteorologista Pedro Leite da Silva Dias, professor da
Universidade de São Paulo.
O mais assustador é que nenhum desses
modelos climáticos leva em consideração o principal
fator de destruição da Amazônia – a ação do homem.
Um estudo pioneiro nesse sentido vem sendo realizado
por um grupo de especialistas coordenado pelo
americano Daniel Nepstad. O cientista, radicado em
Belém do Pará, fez um extenso mapeamento econômico
da Amazônia. Nepstad e sua equipe fatiaram a floresta
em 47 sub-regiões, e em cada uma delas foram
identificadas a principal atividade econômica e a média
anual de desmatamento. Para tornar o modelo ainda
mais realista, os pesquisadores incluíram na simulação
as estradas que vêm sendo construídas na região,
levando em consideração que a maior parte do
desmatamento se dá na margem de rodovias. Jogadas
no supercomputador, essas variáveis levaram a um
resultado alarmante. Mantido o ritmo atual, em
cinquenta anos 40% da floresta sumiria do mapa,
substituída principalmente por pastagens e plantações.
Nesse contingente estaria metade da Amazônia
brasileira. Um cenário otimista, no qual os governos dos
países amazônicos criariam áreas de preservação e
conseguiriam fiscalizá-las decentemente, faria esse
número cair em um terço. Ou seja, no mínimo 27% da
floresta pode ir pelo ralo apenas devido à expansão
econômica. "O estudo de Nepstad instaura um novo
parâmetro, porque agora podemos fazer modelos
climáticos tendo como ponto de partida a realidade
econômica", avalia o meteorologista Gilvan Sampaio, do
CPTEC. Gilvan trabalha na fusão dos dois modelos. Ele
deve lançar no início do ano que vem um estudo que
combina o impacto da ação do homem com o da ação
do clima sobre a floresta.
Outra área em que os cientistas realizaram
descobertas impressionantes é a da influência de uma
eventual destruição da Amazônia no clima mundial.
Durante muitos anos foi difundida a falsa ideia de que a
floresta seria uma espécie de "pulmão do mundo",
atuando como um tipo de sorvedouro de gás carbônico
na atmosfera. Pesquisas recentes sepultaram de vez
essa teoria – os cientistas não chegaram a resultados
conclusivos sobre o assunto, e a hipótese mais provável
é que a Amazônia libere tanto gás carbônico quanto
absorve, numa álgebra de resultado próximo de zero.
Descontada a questão do gás carbônico, é consenso
que uma destruição total ou parcial da Amazônia
provocaria, sim, estragos no clima em várias partes do
planeta. Baseado em dados coletados pelo LBA, o
israelense Roni Avissar, da universidade americana
Duke, constatou diminuição da quantidade de chuvas no
Meio-Oeste americano e na Península Arábica. É fácil
entender como isso ocorre. "Quando um grave distúrbio
climático afeta a área tropical, ele se propaga em ondas,
atingindo diferentes regiões do globo. O fenômeno El
Niño é um exemplo disso", explica Avissar. "A melhor
analogia é a de uma pedra atirada num lago, que
provoca círculos concêntricos na água", compara a
pesquisadora brasileira Maria Assunção da Silva Dias,
parceira de Avissar em estudos sobre o tema. No
fenômeno El Niño, a pedra seria o aumento das
tempestades no sul da Ásia. No caso da Amazônia, as
diferenças de pressão atmosférica e umidade relativa do
ar provocadas pelo desmatamento.
O efeito remoto da destruição da Amazônia é
deletério também para a economia brasileira. "Entre os
cientistas, há um consenso cada vez maior de que
teríamos uma grande queda de pluviosidade na Região
Sudeste, comprometendo a Bacia do Prata e,
consequentemente, grande parte da geração de energia
do país", alerta o professor Antônio Nobre, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia. Por questões
atmosféricas, a maior parte dos desertos do mundo se
situa em cinturões próximos aos trópicos de Câncer ou
Capricórnio. Apenas na América do Sul, na região da
Bacia do Prata, esse fenômeno não se verifica. Uma das
explicações para o fato é a existência da Floresta
Amazônica. A massa de ar úmido que provoca chuvas
na região meridional da América do Sul se origina no
Atlântico tropical. O primeiro ponto de precipitação é a
Amazônia. Por causa do denso dossel de folhas e da
transpiração das árvores, 50% dessa água é devolvida
para a atmosfera. A massa de ar segue seu curso,
ricocheteia na Cordilheira dos Andes e acaba no sul do
continente, garantindo que as áreas produtivas da
região não sejam áridas como na Austrália ou na África
na mesma latitude. Os estudos mais recentes mostram
que, se no lugar da Floresta Amazônica houvesse
cerrado ou pastagem, as massas de ar perderiam
progressivamente a umidade. "No passado, havia uma
questão sobre preservar a Amazônia ou desenvolver
economicamente a região com agricultura e pecuária",
avalia o professor Carlos Nobre. "Hoje se sabe que é
uma falsa oposição: se a floresta for destruída, o Brasil
sofrerá graves consequências principalmente no campo
econômico." Reduzidas a números, as pesquisas
científicas sobre a região apontam para uma equação
simples e definitiva: queimar a Amazônia equivale a
queimar dinheiro.
AS AMEAÇAS QUE CERCAM O PANTANAL
1. DESMATAMENTO
A área desmatada no Pantanal dobrou nos
últimos cinco anos. Estima-se que 1% da região já tenha
perdido a cobertura vegetal original. Se o ritmo do
desmatamento se mantiver, a vegetação original
desaparecerá em 40 anos.
2. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
A maioria das cidades da região não tem
tratamento de esgoto. Junto com os defensivos
químicos utilizados nas lavouras, a poluição urbana
acaba escoando para os rios do Pantanal. O excesso de
material orgânico reduz o nível de oxigênio na água,
causando a morte dos peixes.
3. ASSOREAMENTO DOS RIOS
Devido à erosão do solo causada pela
agricultura e peã pecuária no planalto, o Pantanal
recebe por 35 milhões de toneladas de sedimentos que
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
se depositam no fundo dos rios. Como os rios ficam mais
rasos, aumenta a área alegada. Devido ao
assoreamento, o Rio Taquari transformou-se numa
imensa lagoa.
4. CARVOARIAS
A quantidade de carvoarias explodiu nos últimos
três anos. Só em Mato Grosso do Sul há 5 000 delas,
muitas das quais usam madeira extraída do Pantanal
para produzir carvão. A extração de madeira pode levar
à destruição da vegetação típica de cerrado, que ocupa
um terço do Pantanal.
manguezais cariocas. Quanto à importância desse
ecossistema, é correto afirmar que:
a) são verdadeiros berçários da vida marinha, pois
muitos peixes e crustáceos têm, nos manguezais, o
estágio inicial de sua cadeia alimentar.
b) servem de proteção às áreas de restinga, pois
diminuem os processos de sedimentação marinha.
c) constituem essenciais fornecedores de enxofre para
a atividade petroquímica do Estado do Rio de Janeiro.
d) desempenham a função de catalisadores de oxigênio
para a formação dos bancos de coral.
e) possuem uma vegetação rica em madeira de lei,
muito utilizada na fabricação de móveis.
PLANOS QUE PREOCUPAM
Vários projetos oficiais podem acelerar a
degradação do Pantanal.
Hidrovia Paraguai-Paraná
O governo de Mato Grosso e o de Mato Grosso
do sul querem retomar o projeto de construção de uma
hidrovia até o Uruguai. Para tornar o Rio Paraguai
navegável 365 dias por ano, seria preciso aprofundar
sua calha. Isso aumentaria a vazão do rio e drenaria
parte da água do Pantanal.
Usinas de Álcool
O governo de Mato Grosso do Sul tentou
revogar a proibição de usinas de álcool no planalto, onde
nascem os rios que correm para o Pantanal. Novas
usinas aumentariam o risco de acidentes, como o
vazamento de vinhoto de uma usina em 2003, que
causou a morte de toneladas de peixes.
Pólo siderúrgico
O município de Corumbá é rico em minério de
ferro e manganês. O governo estadual oferece
vantagens a usinas siderúrgicas que queiram processar
os minérios na região. A produção de carvão vegetal
para os fornos vai acelerar o desmatamento.
2.(UFF) A Mata das Araucárias cobria, nas primeiras
décadas do século XX, quase todo o território dos
estados do Paraná e de Santa Catarina, além de boa
parte do estado do Rio Grande do Sul. Hoje, essa
vegetação original está reduzida a, apenas, 20% da sua
extensão.
Identifique a opção que explica essa brutal redução.
a) A densa e veloz urbanização regional que provocou o
desmatamento das áreas de araucária para dar lugar
aos atuais subúrbios metropolitanos.
b) O plantio extensivo de eucaliptos que, por possuir
maior valor econômico, passou a concorrer com a
araucária pelo uso do solo regional.
c) As mudanças climáticas sucessivas que alteraram o
ecossistema regional e reduziram as condições naturais
de florescimento da araucária.
d) O desmatamento provocado pela exploração em
grande escala do pinheiro-brasileiro e a expansão
territorial da agricultura comercial.
e) A migração do litoral para o interior da Região Sul,
promovendo uma ocupação desordenada das terras e
difundindo o uso da queimada na agricultura.
3.( FGV) A formação vegetal representada na figura a
seguir corresponde à:
Polo Gás-Químico
O governo de Mato Grosso do Sul quer
aproveitar o gasoduto Brasil-Bolívia e criar um polo
industrial em Corumbá. Os ambientalistas temem que os
resíduos industriais do polo poluam a água.
(Adaptado pelo autor)Fonte: Veja, Edição 1937. 28 de dezembro de 2005
QUESTÕES OBJETIVAS
1.(UNIRIO) "Manguezal ameaçado - A construção de um
aterro às margens da Linha Vermelha pode ameaçar
uma das últimas áreas de manguezal da Baía de
Guanabara (...)"
("Jornal do Brasil" - 10/09/99.)
Os constantes aterros e os despejos de esgoto
residencial e industrial são as maiores ameaças aos
a) Floresta Tropical úmida, típica das baixas latitudes,
com predomínio de abetos, pinheiros, e a presença de
arbustos e manchas de campo.
b) Tundra, encontrada em áreas de clima frio, como no
Canadá, sul da Groenlândia, Noruega, Suécia, Finlândia
e Sibéria.
c) Taiga, associada aos climas das altas latitudes,
também conhecida como Floresta Boreal ou de
Coníferas, que apresentam folhas finas, em forma de
agulhas.
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
d) Tundra, geralmente associada aos climas das altas
latitudes, com predominância de massas polares e
grandes turbulências atmosféricas.
e) Taiga, um dos biomas menos explorados da Terra
para a produção de energia, cuja preservação é também
explicada pela rara ocorrência de incêndios, em áreas
de clima frio.
4.(UFJF MG) Observe o mapa e as figuras a seguir.
circulam a leste dos Andes da Amazônia até o norte da
Argentina.
Sobre o fenômeno “Rios Voadores”, e considerando a
dinâmica das massas de ar que atuam no Brasil, podese afirmar que:
I. O aquecimento da água do mar cria uma corrente de
ar conhecida como ventos alíseos que sopram do mar
para o continente praticamente o ano todo.
II. Seguindo em direção aos Andes, a corrente de ar
encontra a cordilheira e não consegue atravessá-la. O
fluxo é então refletido para o Sul.
III. Grande parte das chuvas do Centro-Oeste, do litoral
do Nordeste e litoral do Sudeste é consequência deste
fenômeno.
IV. A imensa cobertura vegetal da floresta pode causar
redução da evaporação, ocasionando a alteração na
atração aos ventos alíseos.
De acordo com as afirmativas acima, assinale a opção
correta:
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) III e IV estão corretas.
e) I, II e IV estão corretas.
6.(FUVEST) A diversidade de vegetação que acontece
em cada um dos sistemas indicados no mapa se dá
principalmente em relação às diferenças de
RESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Fonte: Adapt. HUDSON, 1999
Correlacionando-se os elementos que atuam na
formação dos solos, assinale a alternativa que
CORRETAMENTE associa o perfil de solo à sua
respectiva localização no mapa.
a) X  1; Y  2; Z  3.
b) X  2; Y  1; Z  3.
c) X  3; Y  1; Z  2.
d) X  2; Y  3; Z  1.
e) X  1; Y  3; Z  2.
a) continentalidade.
b) longitude.
c) maritimidade.
d) idade geológica
e) altitude..
7. (UNIFESP) Assinale a alternativa que corresponde às
formações vegetais indicadas em I e II, respectivamente.
5. (IBMEC RJ) Utilizado pela primeira vez por José A.
Marengo, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), o termo “Rios Voadores” é dado às
correntes de ar de baixa altitude que sopram entre um e
três quilômetros de altura, transportando umidade,
gerada da região amazônica, para praticamente todo o
Brasil. Este termo se refere aos ventos úmidos que
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(R. Dajoz, "Ecologia geral", 1983)
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a) I - florestas boreais; II - florestas tropicais.
b) I - florestas tropicais; II - florestas boreais.
c) I - florestas boreais e savanas; II - campos tropicais.
d) I - florestas temperadas; II - savanas e campos
tropicais.
e) I - savanas e campos tropicais; II - florestas
temperadas.
8. (UFMG) As formações vegetais, em seus aspectos
fisionômicos, estruturais e sazonais, mostram nítidas
relações com o solo, o substrato geológico e o clima.
Todas as seguintes afirmativas referentes a essas
relações estão corretas, EXCETO
a) As extensas formações florestais de coníferas,
embora as condições climáticas de sua área de
ocorrência sejam pouco severas, caracterizam-se
fortemente pela deciduidade das folhas das espécies
arbóreas.
b) As regiões de acentuados contrastes térmicos e de
fortes carências hídricas sazonais apresentam
formações vegetais que se caracterizam por plantas que
mantêm apenas suas estruturas subterrâneas durante a
estação desfavorável.
c) As regiões de clima tropical típico revestidas de
cerrados possuem manchas maiores, ou menores, de
florestas, explicadas fundamentalmente por razões
geológicas e características dos solos e, mais
raramente, climáticas.
d) Os mangues, formações vegetais arbóreas tropicais
e subtropicais, embora se desenvolvam em áreas
pantanosas
litorâneas,
possuem
algumas
características xeromórficas.
9.(UFSCAR) Considerando os domínios morfoclimáticos
e fitogeográficos do Brasil, assinale a alternativa que
indica a sequência correta dos domínios interceptados
pela linha, no sentido S-N.
e) Domínio dos campos; domínio dos pinhais; domínio
do cerrado; domínio das florestas latifoliadas.
10. (UFRRJ) O texto a seguir se refere aos grandes
conjuntos climatobotânicos.
A vegetação é reflexo das condições naturais,
principalmente do solo e do clima do lugar onde ocorre.
O Brasil, por contar com grande diversidade climática,
apresenta várias formações vegetais. Tem desde
densas florestas latifoliadas tropicais, que ocupam mais
da metade de seu território, até formações xerófitas,
como a caatinga.
SENE, E. de e MOREIRA, J. C. "Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e
Globalização". São Paulo: Scipione, 1998. p.484.
Correlacione as colunas, associando a vegetação aos
tipos climáticos.
COLUNA 1
1 - Floresta Amazônica
2 - Floresta de Araucária
3 - Floresta Atlântica
4 - Cerrado
5 - Caatinga
COLUNA 2
( ) Clima Tropical Típico
( ) Clima Equatorial Úmido
( ) Clima Tropical Litorâneo Úmido
( ) Clima Subtropical
( ) Clima Tropical Semi-árido
A sequência correta que representa a correlação acima
está na opção
a) 4, 1, 2, 3 e 5.
b) 4, 1, 3, 2 e 5.
e) 2, 1, 3, 4 e 5.
d) 1, 2, 3, 4 e 5.
c) 4, 1, 5, 2 e 3.
11. (UFSM) Observe a figura:
a) Domínio das araucárias; domínio tropical atlântico;
domínio dos cerrados; domínio equatorial amazônico.
b) Domínio dos campos; domínio das araucárias;
domínio dos cerrados; domínio equatorial amazônico.
c) Domínio dos campos; domínio tropical atlântico;
domínio pantaneiro; domínio amazônico.
d) Domínio das araucárias; domínio do AraguaiaTocantins; domínio do cerrado; domínio equatorial
amazônico.
MAGNOLI, D; ARAÚJO, R. "Geografia geral e Brasil paisagem e território". São Paulo:
Moderna, 2001. p. 64.
Pela análise da figura, numere a 2• coluna de acordo
com a 1•.
COLUNA 1
1 - Deserto
2 - Floresta de coníferas
3 - Floresta tropical
4 - Floresta decídua
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
5 - Tundra ártica e alpina
6 - Campo (pradaria)
COLUNA 2
(
) Desenvolve(m)-se em clima em que ocorrem
chuvas entre 750 e mais de 2.000mm e temperaturas
médias anuais entre 10°C e 28°C, com estações do ano
definidas.
( ) Aparece(m) em clima que apresenta temperaturas
médias anuais que variam entre 4°C e 30°C, mas com
totais anuais de chuva inferiores a 1.000mm.
(
) Dependente(s) da latitude, desenvolve(m)-se em
clima que tem precipitações anuais entre 400mm e
2.000mm, mas sob temperaturas médias anuais entre
2°C e 18°C.
(
) Depende(m) de climas em que as temperaturas
médias anuais são superiores a 24°C e as chuvas
totalizam entre 1.600mm a 5.000mm por ano.
(
) Ocorre(m) em climas com precipitações inferiores
a 1.200mm/ano e temperaturas médias anuais entre 10°C e 4°C.
Características Clímato-Botânicas
tropical/cerrado.
e) Denominação: Pediplano;
Estrutura Geológica: sedimentar;
Características Clímato-Botânicas
tropical/floresta latifoliada.
Originais:
clima
Originais:
clima
13. (FGV) Considere o gráfico apresentado a seguir.
Os números I, II e III correspondem às seguintes
formações vegetais:
A sequência correta é
a) 4 - 6 - 2 - 3 - 5.
b) 3 - 2 - 4 - 6 - 1.
c) 2 - 3 - 5 - 4 - 6.
d) 6 - 2 - 3 - 1 - 4.
e) 1 - 5 - 6 - 2 - 3.
12. (PUCCAMP) Observe a paisagem para responder à
questão:
a) I - Caatinga, II - Mata Atlântica, III - Floresta
Amazônica.
b) I - Floresta Amazônica, II - Cerrado, III - Mata
Atlântica.
c) I - Mata de Araucárias, II - Caatinga, III - Cerrado.
d) I - Floresta Amazônica, III - Mata de Araucárias, III Cerrado.
e) I - Campos, II - Mata de Araucárias, III - Mata Atlântica.
QUESTÕES ANALÍTICAS
1.(UFRJ) Cerca de 95% do mercado nacional de gesso
é abastecido pelos depósitos de gipsita existentes na
Bacia do Araripe, no Sertão Nordestino. No Brasil, o
processo de produção de gesso consome grande
quantidade de energia proveniente da queima da lenha
e do carvão vegetal, extraído do bioma Caatinga.
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a
paisagem apresentada.
a) Apresente uma característica da Caatinga que a
diferencia das demais formações vegetais brasileiras.
a) Denominação: Inselbergs;
Estrutura Geológica: sedimentar;
Características Clímato-Botânicas Originais:
subtropical/floresta homogênea, aciculifoliada.
b) Denominação: Pediplano;
Estrutura Geológica: sedimentar;
Características Clímato-Botânicas Originais:
subtropical/floresta homogênea, aciculifoliada.
c) Denominação: Mares de morros;
Estrutura Geológica: cristalina;
Características Clímato-Botânicas Originais:
tropical/floresta latifoliada.
d) Denominação: Mares de morros;
Estrutura Geológica: sedimentar;
b) Aponte uma consequência
desmatamento da Caatinga.
ambiental
do
clima
clima
2. (UERJ) As florestas contribuem com a fixação de
parte do carbono atmosférico do planeta, amenizando o
processo do aquecimento global. As queimadas
realizadas nessas formações vegetais, contudo,
possuem o efeito inverso, agravando esse processo.
clima
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
Quantidade de carbono armazenado nas florestas do
mundo – 2005
4.(FUVEST) A tundra e a taiga desenvolvem-se em
zonas de alta latitude e, caracteristicamente, nas
proximidades dos círculos polares.
a) Descreva a tundra, a taiga e o tipo de exploração que
se faz delas.
b) Analise os riscos de degradação que as afetam.
5. (UFRJ) A distribuição da vegetação que aparece na
figura a seguir é encontrada em várias partes do mundo.
Adaptado de Atlas do meio ambiente. Le Monde Diplomatique Brasil, 2007.
Identifique os dois tipos de formações florestais
com maior potencial para amenizar o aquecimento
global. Em seguida, aponte uma característica das
espécies arbóreas encontradas em cada uma dessas
duas formações.
3.(UFBA) Com base no mapa, nas informações contidas
no quadro e nos conhecimentos sobre as regiões
desérticas destacadas,
Explique o conjunto de fatores responsáveis pela
variação da cobertura vegetal nas duas encostas.
6. (UMFG) Analise o mapa.
As áreas hachuradas no mapa, apesar de descontínuas,
apresentam grandes semelhanças de clima e de
vegetação.
EXPLIQUE
a) Razões das semelhanças.
b) Características climáticas.
c) Características da vegetação.
7. (UNICAMP) O texto a seguir é referente à descrição
de uma determinada formação vegetal. Leia-o com
atenção e faça o que se pede.
a) indique um aspecto comum, quanto à localização
geográfica, existente entre os desertos africanos e o sulamericano referidos;
b) identifique o tipo de erosão predominante nos
ambientes desérticos;
c) cite uma razão da importância estratégica da
península arábica no cenário mundial.
Vegetação localizada na zona intertropical, junto a
enseadas, braços de mar e baías calmas, podendo
avançar para o interior de estuários até onde a água se
mantém salobra. Sujeita diariamente à ação das marés.
Seu porte varia entre arbustivo até arbóreo nos
estuários. O sistema radicular, com raízes respiratórias
pneumatóforas e raízes escoras, contribui para a fixação
dos sedimentos. (Adaptado de Helmut Troppmair,
"Biogeografia e meio ambiente". Rio Claro: Edição do
Autor, 4• ed., 1995, p. 109).
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
a) Qual a formação vegetal descrita no texto acima?
b) Por que o ecossistema dessa formação vegetal é
importante para a manutenção da biodiversidade?
c) Quais as ações antrópicas que estão contribuindo
para a degradação dessa formação vegetal no território
brasileiro?
8. (UNESP) Área no cerrado permite produzir oito vezes
mais
O estudo do Ministério da Fazenda sobre a agricultura
destaca que há cerca de 90 milhões de hectares
cultiváveis ainda não utilizados no Cerrado, o que
representa um potencial de produção da ordem de 230
milhões de toneladas de soja ou 320 milhões de
toneladas de milho.
"Isto torna possível multiplicar por 6 ou 8 vezes,
respectivamente, a produção destes grãos", enfatiza o
ministério (...)
a) Qual é a área de ocorrência original desse domínio
vegetal?
b) Cite pelo menos duas características do domínio
morfoclimático onde ocorre esse tipo de cobertura
vegetal.
10. (UFRJ) A caatinga, que em tupi-guarani significa
"mata branca", é um ecossistema e, como tal, possui
relações de interdependência entre os diferentes
elementos que a constituem.
(www.estadao.com.br)
Classificação da Vegetação Natural
Localize a área da caatinga no Brasil e caracterize esta
formação vegetal, relacionando-a com o clima.
11. (UFC) Enumere três (3) características do meio físico
do ecossistema das caatingas do Nordeste brasileiro.
(F.A.A. Sampaio e S.A. Furlen, Agenda Ecologica - IBEP)
12. (FUVEST) Do grande alongamento do Continente
Americano no sentido dos meridianos e da sua posição
no globo terrestre resultam uma grande diversidade de
clima e vegetação.
Considerando o texto e o mapa,
a) indique o número que corresponde à área do Cerrado
no mapa;
Caracterize os tipos climáticos e as formações vegetais
neste continente, indicando seu aproveitamento
econômico em áreas de
b) caracterize o Cerrado quanto aos aspectos climáticos,
edáficos (solos) e de vegetação.
a) baixa latitude;
b) alta latitude, no Hemisfério Norte.
9. (UNICAMP) No Brasil, a mata dos Pinhais cobria
originalmente uma área superior a 100 mil km£ ou 100
milhões de hectares. Atualmente, calcula-se que
sobraram apenas cerca de 300km2 ou 300 mil hectares
desse domínio vegetal, ou seja, apenas 0,3% da
cobertura original.
13. (UFU) Após a observação do mapa a seguir, faça o
que se pede.
(Adaptado de Melhem Adas, "Panorama Geográfico do Brasil", São Paulo, Moderna, 1998.)
Ross, J. L. S. (org.) "Geografia do Brasil". 4• ed. São Paulo: Edusp, 2003, p. 133.
a) Identifique os biomas assinalados com os números I,
II, III, IV e V.
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GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL
b) Cite uma característica da vegetação de cada um dos
biomas identificados.
14. (UFF) Ao se observar o mapa constata-se que os
continentes cujas matas nativas foram mais devastadas
são a África e a Europa que possuem, respectivamente,
8% e 0,3% de suas matas nativas.
Fonte: Adaptado Atlas IBGE
a) Apresente, explicando, um motivo básico que
distingue as situações da África e da Europa.
b) Explique porque os reflorestamentos da Europa e da
África mostram resultados distintos.
15. (UNESP) Observe os esquemas, que representam
dois perfis de solo, 1 e 2, e as duas paisagens vegetais,
de domínios morfoclimáticos brasileiros, A e B.
a) Relacione cada perfil de solo com a paisagem vegetal
correspondente, identificando os respectivos domínios
morfoclimáticos.
b) Justifique sua resposta, considerando os níveis de
matéria orgânica e de alteração da rocha.
Prof.: Carlos Alberto (Cacá)
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