A Visão de Gana George Acquaah de Gana descreve como a biotecnologia pode beneficiar o povo africano. Como nativo de Gana, e professor da Universidade Langston em Oklahoma, vejo tanto os enormes desafios perante o povo africano e as potenciais soluções. Tendo crescido na África, vi de perto muitos dos problemas que o povo americano apenas lê a respeito: fome crônica, crianças ficando cegas por desnutrição e pessoas morrendo de doenças curáveis. Como cientista, acho que a biotecnologia é um campo desafiador, mas como africano, sinto-me verdadeiramente encorajado pelo seu potencial de ajuda para aliviar esses problemas que assolam a África e os países em desenvolvimento em todo o mundo. "A deficiência de Vitamina A leva a aproximadamente meio milhão de casos de cegueira infantil permanente e 1 a 2 milhões de óbitos." Uma das questões de saúde mais graves da África é a desnutrição e as doenças que acarreta. Por exemplo, a deficiência de vitamina A leva a aproximadamente meio milhão de casos de cegueira infantil permanente e 1 a 2 milhões de óbitos por ano. A razão é em parte o fato da alimentação básica de muitos africanos ser de culturas ricas em amido, como arroz e mandioca, que não fornecem nutrientes suficientes. Agora há uma verdadeira esperança em um novo tipo de arroz chamado “golden rice" que é reforçado através da biotecnologia com betacaroteno, o nutriente que o corpo usa para fazer vitamina A. Essa tecnologia poderia ser logo usada para aumentar os níveis de nutrientes vitais também em outras culturas. O armazenamento de alimentos é outro problema significativo na África devido à falta de refrigeração. Toneladas de alimentos apodrecem antes de chegar ao mercado. A biotecnologia pode ajudar a impedir essas perdas produzindo culturas que amadureçam mais vagarosamente. Se as culturas amadurecessem mais gradualmente, haveria mais tempo para levá-las ao mercado antes que estragassem, e muito menos alimento seria desperdiçado. "No Leste da África, um vírus pode destruir uma colheita inteira de milho ..." A biotecnologia poderia também ajudar a reduzir a fome, diminuindo a perda de alimentos para as pragas e doenças antes da colheita. No Leste da África, um vírus pode destruir uma colheita inteira de milho, e 20 a 30 por cento da colheita de batata doce é perdida para as pragas e doenças todos os anos. Os cientistas já desenvolveram alguns tipos de culturas que resistem a pragas e doenças, e mais está a caminho. Menos perdas de alimentos significam menos fome. Ajudar os fazendeiros nos países em desenvolvimento a cultivar mais alimentos será muito eficiente para reduzir a fome e, com o desenvolvimento de culturas que possam crescer em condições precárias, como estiagem, solo pobre, e calor extremo, que são comuns na maior parte da África, a biotecnologia poderia ajudar os produtores locais a cultivar mais alimentos. "Vacinas para prevenir doenças como cólera e hepatite B algum dia poderão crescer em frutas e hortaliças." A biotecnologia também tem benefícios para os africanos que vão além dos alimentos. As vacinas para prevenir doenças com cólera e hepatite B poderão um dia crescer em frutas e hortaliças. Atualmente, africanos demais morrem de doenças passíveis de prevenção porque as vacinas são muito dispendiosas ou inacessíveis. Freqüentemente a refrigeração necessária para sua conservação não está disponível. As vacinas comestíveis que os pesquisadores em biotecnologia estão desenvolvendo poderia ser produzida por centavos e não necessitaria de grande purificação ou refrigeração que as vacinas injetáveis requerem. Para os americanos a biotecnologia oferece grandes benefícios – de alimentos mais saborosos e saudáveis para os consumidores a culturas resistentes a insetos para fazendeiros. Mas para os africanos, a biotecnologia pode ser a diferença entre saúde e doença, vida ou morte. George Acquaah is the chair of the Department of Agriculture and Natural Resources at Langston University in Langston, Okla. Copyright © 2002 Council for Biotechnology Information. All rights reserved. Terms of Use Privacy Policy