Construindo um conceito de consciência baseado na obra de Damásio, Carey e Castoriadis Apresentação Apresentação “Construindo um conceito de consciência baseado na obra de António Damásio, Susan Carey e Cornelius Castoriadis” José Monserrat Neto Depto. Ciência da Computação Universidade Federal de Lavras – MG Roteiro Roteiro Introdução e motivação Ideia inicial Cornelius Castoriadis António Damásio Susan Carey Construindo o conceito de consciência Algumas consequências Perspectivas Conclusão Introdução Introdução Alcançar um conceito de 'consciência' coerente, com maior poder expressivo e explicativo Um conceito sem as contradições atuais Redefinir os termos 'mente', 'consciência', 'objetivo', 'subjetivo', 'verdade', fenômeno 'físico', 'mental', etc Um conceito de 'consciência' que abra maiores perspectivas para as atuais pesquisas Motivação Motivação Um conceito que ajude a melhorar o mundo Motivação original: Questão da evolução futura da sociedade Nó das Ciências Sociais: “São as estruturas sociais 'objetivas' que determinam a consciência e o comportamento das pessoas, ou são as suas ações livres 'subjetivas' que determinam as estruturas sociais?” Dicotomias: “Estrutura vs. Ação” “Objetividade vs. Subjetividade” Cérebro vs. Mente Ideia Ideia Inicial Inicial Ponto de Partida “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Ideia Ideia Inicial Inicial António Damásio: fluxo mental níveis do fluxo mental emoção e marcador somático consciência do self como autoemergente Susan Carey: os níveis do sistema cognitivo cognição perceptiva, básica e ampliada mecanismo de 'bootstrapping' de conceitos e teorias Cornelius Castoriadis: o imaginário instituinte fluxo simbólico “enlouquecido” mundo simbólico construído socialmente António António Rosa Rosa Damásio Damásio Nascido em Portugal, 1944 Formado como médico neurologista em Lisboa Radicado nos EUA desde 1974 Professor of Neuroscience, University of California, 2005 Principais obras: Descartes' Error: Emotion, Reason, and the Human Brain, 1994 The Feeling of What Happens: Body and Emotion in the Making of Consciousness, 1999 Looking for Spinoza: Joy, Sorrow, and the Feeling Brain, 2003 Self Comes to Mind: Constructing the Conscious Brain, 2010 António António Rosa Rosa Damásio Damásio Susan Susan Carey Carey Nascida nos EUA, 1942; formada em psicologia, 1964 Professor of Psychology at Harvard University, 2001 Especialista em desenvolvimento conceitual Introduziu o conceito de 'fast mapping', e fez a integração de pesquisas sobre mudança conceitual: Com a história da ciência Com o processo de aprendizagem de crianças Principais obras: Conceptual Change In Childhood – Learning, Development, and Conceptual Change, 1987 The Origin of Concepts, 2009 Susan Susan Carey Carey Cornelius Cornelius Castoriadis Castoriadis Grego nascido na Turquia, 1922; e falecido em 1997 Radicado na França desde 1945 Filósofo, Economista e Psicanalista Influenciado pelo filósofo Merleau-Ponty Suas idéias-força são 'Autonomia' e 'Imaginário' Principais obras: A Instituição Imaginária da Sociedade, 1975 O Mundo em Fragmentos – Escritos em Política, Sociedade, Psicanálise, e a Imaginação, 1987 As Encruzilhadas do Labirinto, Vols. 1, 2, 3 e 4 Cornelius Cornelius Castoriadis Castoriadis Ideias Ideias de de Damásio Damásio Mente constituída por um fluxo contínuo de imagens As imagens “provêm da atividade do cérebro, e este é parte dos organismos vivos que interagem com meios físicos, biológicos e sociais. Assim, as imagens originam-se de padrões neurais... formados em populações de células nervosas, ... que constituem circuitos ou redes” Imagem é um padrão mental dinâmico, não apenas visual, “com uma estrutura construída com sinais provenientes de cada uma das modalidades sensoriais – visual, auditiva, olfativa, gustatória, e sômato-sensitiva”. Esta última inclui as sensações de tato, dor, temperatura, tempo, bem como os afetos, como medo, ódio, amor e alegria. “As imagens de todas as modalidades “retratam” processos e entidades de todos os tipos, concretos e abstratos” Ideias Ideias de de Damásio Damásio Metáfora da mente como um “filme no cérebro”: O filme-no-cérebro é formado por “um fluxo contínuo de imagens... que avança no tempo, rápido ou lento, ordenadamente ou aos trambolhões, e às vezes segue não uma, mas várias sequências. Às vezes as sequências são concorrentes, outras vezes convergentes e divergentes, ou ainda sobrepostas” “imagens são construídas quando mobilizamos objetos... de fora do cérebro em direção ao seu interior, e também quando reconstruímos objetos a partir da memória, de dentro para fora, por assim dizer. A tarefa de produzir imagens nunca cessa enquanto estamos acordados e continua até mesmo durante parte do nosso sono, quando sonhamos” Ideias Ideias de de Damásio Damásio Emergência do self como processo autoemergente “autopercepção é na verdade parte do filme e cria assim, dentro do mesmo quadro, o “que é visto” e o “que vê”, o “pensamento” e o “pensador”. Não existe um espectador independente para o filmeno-cérebro. A idéia de espectador é construída dentro do filme, e nenhum homúnculo fantasmagórico assombra o cinema” Maturana, Varela, Kauffman, Thomson, etc, etc Fluxo mental é afetivo/emotivo Razão não funciona sem emoção Teoria do marcador somático Ideias Ideias de de Damásio Damásio Os dois “atores” que geram o fluxo de imagem: Organismo com cérebro Objetos do meio ambiente Os níveis do fluxo de imagens: 1o. nível: mapeamento do corpo e dos objetos “lá fora” por meio dos 5 sentidos 2o. nível: mapeamento do corpo interagindo com os objetos do meio ambiente (mapeamento do mapeamento) Ideias Ideias de de Damásio Damásio O 1o. Nível: “O fluxo de imagens de 1a. ordem continuamente mapeia, por um lado, o organismo internamente, de modo que qualquer alteração que ameace a integridade física do corpo possa ser prontamente respondida para restabelecer o equilíbrio homeostático do organismo”. Ele “mapeia, simultaneamente, as alterações do organismo em relação às mudanças provocadas pelo objeto nas partes do corpo responsáveis por perceber objetos, os cinco sentidos sensoriais”. Esse mapeamento primário de imagens já existe nos animais mais simples e corresponde ao proto-self. Ideias Ideias de de Damásio Damásio O 2o. nível: “O fluxo de 2a ordem mapeia as relações entre objeto e organismo em um segundo nível, quando algum objeto está interagindo com o organismo naquele momento, e então gera uma segunda representação, a do organismo interagindo com o objeto, chamada de self-central” “a consciência central ocorre quando os mecanismos cerebrais de representação geram um relato imagético, não verbal, de como o próprio estado do organismo é afetado pelo processamento de um objeto pelo organismo, e quando esse processo realça a imagem do objeto causativo, destacando-o em um contexto espacial e temporal” O fluxo mental de 2o nível gera o self central (core self) Ideias Ideias de de Damásio Damásio “The Feeling of What Happens”: “Processos cerebrais objetivos costuram a subjetividade da mente consciente a partir do tecido do mapeamento sensorial. E como o mais fundamental destes [processos] pertence a estados físicos e é representado como sentimento, o senso do ‘eu’ no ato do conhecimento surge como um tipo especial de sentimento – o sentimento do que acontece em um organismo apanhado no ato de interagir com um objeto” Consciência do self surge como um sentimento Ideias Ideias de de Damásio Damásio Resumo: “O fluxo de imagens de 2a. ordem do self central requer a presença do proto-self. A essência biológica do self central é a representação, em um mapa de 2a ordem, do proto-self sendo modificado. O ‘eu’ transitório da consciência central é gerado então a partir de qualquer objeto com que o vivente interaja. Como há permanente disponibilidade de objetos incitadores, o self central é gerado continuamente e, assim, o senso do ‘eu’ parece contínuo no tempo”. Alguma coisa permanece após a sequência de surgimentos efêmeros do self central Memória e self autobiográfico Ideias Ideias de de Damásio Damásio Questões problemáticas: Qual a origem das representações do self biográfico? Como surgem, em termos biológicos, as ideias, formas e conceitos abstratos? Ideias Ideias de de Damásio Damásio Status do fluxo mental das representações: “Os padrões neurais e imagens mentais correspondentes são criações do cérebro tanto quanto produtos da realidade externa que levou à sua criação” Pausa Pausa Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Mente constituída por fluxo representativo (imaginário) O imaginário é formado por um fluxo dinâmico e ininterrupto de representações geradas na mente, a partir da percepção dos sentidos, até os níveis mais altos de abstração, no caso humano. Este fluxo representativo do imaginário apresenta ainda a característica de ser gerado pelo vivente e, simultaneamente, de ser constitutivo do próprio vivente. Assim, o imaginário, como poder de criação e como representação criada, constitui e representa o vivente, bem como seu mundo próprio. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Fluxo tem poder de criação (imaginação radical) O imaginário é dito ‘radical’ porque cria em primeira instância a representação (imagem, forma, idéia, qualidade) de determinado objeto, seja concreto ou abstrato. Esta radicalidade do imaginário significa que o ato de interação do vivente com o ambiente exterior, que gera um fluxo representativo, precede a distinção que ele faz entre o ‘real’ e o ‘fictício’. É somente a partir da interação efetiva do vivente com o ambiente que ele irá atestar em si mesmo o status da representação criada e distinguir o real do fictício. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Fluxo é representativo, afetivo e intencional Presente em animais, porém é fixo e limitado “A capacidade de criação de representações está regulada biologicamente para a satisfação das necessidades mais imediatas de sobrevivência – busca de alimentos, autopreservação, procriação da espécie. Um sapo, por exemplo, já nasce “sabendo” instintivamente o que é alimento. Já os mamíferos têm de aprender o que é alimento, em geral observando a própria mãe. Porém, uma vez que tenha aprendido o que é alimento, o imaginário já cumpriu sua função instintiva; uma raposinha, por exemplo, que já tenha criado a ‘imagem’ do coelho como possível fonte de alimento, irá mantê-la por toda a sua vida”. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis No ser humano o fluxo representativo “enlouquece” “O imaginário radical sofre uma ruptura por meio de um crescimento desmedido do cérebro e uma organização distinta de seus componentes. Ele se autonomiza e se disfuncionaliza em termos da satisfação das necessidades estritamente biológicas” “O imaginário humano torna-se então capaz de se desligar do X externo da coisa percebida e, com isso, se voltar sobre si mesmo, num ciclo recursivo interminável. O objeto do imaginário pode então ser o próprio imaginário. O ser humano torna-se capaz de criar imagens das próprias imagens”. O prazer de representação se sobrepõe ao prazer de órgão Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Consequência da ruptura do imaginário: “A ruptura do imaginário resultou num relativo desligamento entre a representação e os objetos relacionados às necessidades biológicas mais ou menos imediatas. Essa autonomização tornou possível o investimento em objetos sem pertinência biológica (deuses, mercadoria, pátria, etc), e tornou possível a existência de atividades da psique que se tornassem, em si mesmas, “objetos psíquicos”. Assim, o imaginário humano passou a estar relativamente liberado das pulsões estritamente biológicas, e tornou-se capaz de oferecer à psique humana objetos sociais como objetos de investimento, gerando, assim, novas pulsões, as propriamente humanas, como a pulsão do saber, ou da busca de sentido do mundo” Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis “Homeostase social”: “O fluxo representativo enlouquecido é “domado” através da linguagem, cultura e sociedade, através dos quais os significados/ valores instituídos socialmente são transmitidos aos jovens seres humanos desde a sua infância, por meio da socialização” Necessidades sociais: “O relativo desligamento entre imaginário radical e objeto exterior, e a preponderância do prazer de representação sobre o biológico, deslocaram o objeto (da representação e investimento) das necessidades estritamente biológicas para as “necessidades” sociais, ou seja, aquelas criadas socialmente. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Consciência humana: “a emergência da consciência humana, de si e do mundo, surge como resultado da interação recíproca e recursiva entre o fluxo representativo autonomizado, de cada ser humano singular, e o imaginário já instituído, prévia e coletivamente, na linguagem, cultura e sociedade”. Algo crucial nesta ruptura: “A ruptura do imaginário somente pôde ocorrer quando simultaneamente surgiram linguagem, cultura e sociedade. São estas que re-estabelecem uma função para o imaginário “enlouquecido”, porém como ‘função social’ ”. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Resumo: “O ser humano passou então a criar e a dar sentido a sua vida por meio de formas e representações simbólicas da realidade, tais como palavra, triângulo, número, conceito, nação, valor, tabu, clã, propriedade, amor, mercadoria, família, Deus, casamento, arte, liberdade, ciência, democracia, etc, e, com isso, passou a instituir de forma imaginária a linguagem, a cultura e a sociedade”. “Em síntese, tanto o sujeito social como a linguagem, cultura e sociedade são frutos de um interminável processo interativo e recursivo, em que eles se constróem mutualmente através das gerações. A consciência humana atual, portanto, é o resultado de uma construção individual e coletiva de gerações e gerações de humanos, desde que surgiu a espécie humana com a característica biológica do imaginário autonomizado”. Ideias Ideias de de Castoriadis Castoriadis Questões problemáticas: Capacidade de pensar e linguagem quase como sinônimos É enigmática e pouco plausível a ruptura do imaginário com surgimento simultâneo de linguagem, cultura e sociedade Pausa Pausa Ideias Ideias do do Monserrat Monserrat Ideias: 3o nível do fluxo de imagens (baseado em Damásio e Castoriadis): fluxo de imagens simbólico Ruptura gradual do 3o nível do fluxo de imagens Psicólogo Merlin Donald: evolução bio-cultural Ruptura final aconteceria com o surgimento da linguagem totalmente simbólica Artigos: Asas da Imaginação – o elo perdido na origem da consciência? (2004) Asas da Imaginação – porque há tantas teorias sobre a consciência? (2006) Ideias Ideias do do Monserrat Monserrat http://www.dcc.ufla.br/~monserrat/tucson2006/poster.html Ideias Ideias do do Monserrat Monserrat Questões problemáticas: Quais os dados empíricos que permitiriam comprovar o fluxo de imagem de 3o nível? (o simbólico) Como, em termos cognitivos, funcionaria a criação de ideias, formas e conceitos? Pausa Pausa Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Origem dos Conceitos Sistemas Cognitivos Especializados Mudança Conceitual Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Mudança conceitual pode ser contínua e descontínua Três teses principais: Core cognition é uma estrutura cognitiva intermediária entre a 'sensorial/ perceptiva' e a 'cognição abstrata' Ser humano é capaz de ir além da cognição sensorial/ perceptiva e da cognição básica (core cognition) Representações conceituais abstratas são descontínuas em relação as perceptivas e básicas, e podem ser compreendidas por meio do mecanismo de 'Bootstrapping' de Quine Cor, forma são representações sensoriais/perceptivas Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Cognição básica (core cognition): Representação/Conceito de: ● ● ● ● Objeto Número (quantidade e/ou tamanho) Agente Causalidade Características comuns da representação sensorial/ perceptiva e da cognição básica: Inatas Mecanismos modulares (analizadores específicos) Domínios específicos Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Sistemas da cognição básica com conteúdo numérico: 1) Individuação paralela 2) Magnitude analógica 3) Quantificação baseada em conjuntos Exemplo de mecanismo inato e modular da cognição básica: Cognição perceptiva e básica já estão presentes em animais e em bebês de poucos meses Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Exemplo de choque entre sistemas cognitivos Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Definição de conceito: Conceitos “constituem apenas uma parte do nosso estoque de representações mentais, ... discussões sobre eles devem distinguir entre os tipos de representações mentais, discriminando quais deles são conceitos” “representações são estados do sistema nervoso que tem conteúdo, que se referem a entidades, propriedades e eventos, concretos ou abstratos (mesmos os fictícios)” “Conceitos são unidades de pensamento, os constituintes das crenças e teorias, e aqueles conceitos que me interessam aqui são de forma simplista os grãos de itens léxicos únicos. De fato, as representações dos significados de uma palavras são exemplos paradigmáticos de conceito” Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Dois tipos de representações conceituais: As embutidas nos sistemas da cognição básica (por exemplo, de objeto, agente, número, causalidade) As embutidas nos sistemas de conhecimento explícito (por exemplo, de teorias intuitivas e científicas) Exemplos de conceitos abstratos típicos dos seres humanos: Números naturais Números racionais (reais ou fracionários) Matéria, peso, volume e densidade Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Exemplos de conceitos abstratos científicos: 'Grau de quente/frio' versus 'Temperatura' e 'Calor' Força 'vis-motriz' de Kepler (precursor da força da gravidade) 'Matéria', 'Força', 'Aceleração', 'Velocidade', 'Inércia' Força eletromagnética de Maxwell Cognição ampliada dos seres humanos permite a criação de novos recursos conceituais com maior poder expressivo/ explicativo do que os recursos representacionais a partir dos quais os novos recursos são criados Estruturas conceituais diferentes são incomensuráveis Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey A mudança conceitual duma estrutura conceitual para outra Caracterização da mudança: (CS1 –> CS2) Incomensurabilidade Diferenciação Coalescência Surgimento de novo conceito Dois sistemas CS1 e CS2 são incomensuráveis quando não são traduzíveis mutuamente, isto é, eles são individualmente teorias coerentes, mas localmente incomensuráveis uma com a outra. Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Como é construída a nova estrutura conceitual? CS2 é socialmente construída; a construção individual também é construída socialmente CS2 é construída via análise das contradições e incoerências da CS1, ou ainda no exame do grau de sucesso com que a CS1 se aplica ao mundo CS2 é construída por meio do desenvolvimento cognitivo de domínio geral, que ajuda a criar os recursos que o cientista precisa para montar o novo sistema conceitual (por isso, é importante aprender várias áreas da ciência e diferentes modos de pensar) Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Resumo do mecanismo de 'Quining Bootstrapping': (1) Relações entre os símbolos ou termos, da estrutura conceitual são construídos diretamente, em termos recíprocos entre si; (2) Os símbolos ou termos da CS2 são inicialmente interpretados de forma parcial em relação aos conceitos disponíveis da CS1; (3) Os símbolos ou termos da CS2 servem, inicialmente, como uma 'estrutura de lugares reservados' (placeholder structures); (4) Processos de modelagem como: as analogias e inferências indutivas a partir de outros domínios de conhecimento (a partir de outras estruturas conceituais); experiências de pensamento; análises de casos limites; 'abduction in reasoning'; são utilizados para fornecer os suportes conceituais para dar os novos significados a cada um dos símbolos ou termos conceituais da estrutura de lugares reservados do novo sistema conceitual (CS2); Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Resumo do mecanismo de 'Quining Bootstrapping': (5) Tais processos de modelagem combinam e integram distintas representações de diferentes sistemas conceituais de outros domínios específicos (os domínios-fonte), de modo a gerar gradualmente os novos significados da nova estrutura conceitual, a CS2; (6) Estes processos criam então representações explícitas do conhecimento, previamente embutidas nas restrições das computações, definidoras sobre os símbolos, em um ou mais dos sistemas que estão sendo integrados. Observação: Agenda da CS1 é diferente da Agenda da CS2 Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Diferença fundamental entre as transições CS1 → CS2: No ensino de crianças: CS2 é imposta pelo sistema educacional vigente Na construção da ciência: CS2 é criada por cientistas insatisfeitos com a CS1 Outra diferença fundamental: Casos históricos de mudança CS1 → CS2 Casos em que a CS2 ainda não existe Usar a teoria de Susan Carey sobre a mudança conceitual como ferramenta para auxiliar na construção de um novo sistema conceitual é proposta original deste trabalho Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Exemplo de mudança conceitual: Números Naturais Crianças de 4 anos não sabem contar até 10, mas elas conseguem contar até 2 (às vezes até 3 ou 4); elas têm a CS1 Crianças de 6 anos já sabem; elas mudaram para CS2 Porém, as crianças de 4 anos já sabem “falar” a contagem, sem saber o que significa os termos “três”, “quatro”, “cinco”, “seis”, etc CS1 é a “contagem” dos números até 2 (3 ou 4), que é proporcionada pela cognição básica 'número' (individuação paralela, magnitude analógica, e quantificação baseada em conjuntos) A 'placeholder strutucture' pode ser a listagem sequencial dos números “falados” verbalmente, e às vezes representadas fisicamente Função “mais um” é repetida inúmeras vezes (modelagem física) até dar o “clique” e a criança aprender o significado de contagem Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Outros exemplos: Transição dos Nos inteiros para os Nos racionais 'Pesabilidade' para 'Volume, Peso, Densidade' Exemplos de transição na ciência: Conceitos de 'movimento e força' da Física Aristotélica para os conceitos de 'movimento, força, aceleração e inércia' da Física Newtoniana Conceito térmicos de 'grau de quente/frio' de Galileo (e seus estudantes) para os conceitos de 'temperatura e calor' de Black (teoria do calórico, 1762) Ideias Ideias de de Susan Susan Carey Carey Exemplos de funcionamento do 'Quining Bootstrapping': Criação do conceito de Força Vis-Motrix por Kepler ● Copérnico: teoria heliocêntrica ● Supernova e cometa foram observados nesta época ● Tyco Brahe: dados acurados e órbita elíptica de Marte ● CS1: força “anima motrix” dos planetas (dos Estóicos) ● Hipótese abdutiva de Kepler: “alguma coisa do sol causa o movimento dos planetas” (que serviu como placeholder structure da CS2) ● Analogia com a luz do Sol ● Construção gradual da CS2 da Força Vis-Motrix Pausa Pausa Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Passos: Caracterização da CS1 (Conceptual Structure 1) Significados de 'consciência' e dos termos co-relacionados ('mente', 'subjetivo', 'objetivo', 'experiência', 'verdade') Identificação das limitações, contradições e/ou paradoxos Formulação de uma 'placeholder structure' (estrutura de lugares reservados) como ponto de partida inicial Modelagem da estrutura de lugares reservados para iniciar o processo de 'bootstrapping' dos novos significados dos termos 'consciência', 'mente', 'objetivo', subjetivo', etc Criação por tentativa e erro da CS2 (Conceptual Structure 2) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Dificuldade de caracterizar a CS1 Existe uma estrutura conceitual do fenômeno 'consciência'? Existem várias! Modelo padrão do filósofo da mente 'Jonh Searle' Senso comum Questão clássica do 'Explanatory Gap' (hiato explicativo) Caracterização pelos conceitos de Subjetivo e Objetivo Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Diferença entre Subjetivo e Objetivo no senso comum: http://www.differencebetween.net/language/difference-between-objective-and-subjective/ Em histórias e jornais, pessoas do mundo todo tentam convencê-lo a pensar como elas. Bombardeam com fatos, números, opiniões, projeções. Cabe a você criar ordem dentro do caos e encontrar os padrões que irão ajudá-lo a compreender o que é verdadeiro, o que poderia ser verdade, e o que é completamente falso. A fim de criar ordem, você precisa ter um controle firme sobre o que é objetivo e o que é subjetivo. Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Definição de objetivo e subjetivo: Objetiva – é uma declaração que é completamente imparcial. Não é tocada por experiências anteriores do falante ou por gostos. O objetivo é verificável, observando-se os fatos concretos ou realizar cálculos matemáticos. Subjetiva – é uma declaração que foi influenciada pelo gosto ou opinião do falante. Muitas vezes tem uma base na realidade, mas reflete a perspectiva através da qual a pessoa vê a realidade. O que é subjetivo não pode ser verificado usando fatos e números concretos. Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Maneiras fáceis de identificar Objetivo e Subjetivo: Objetivo: soa como a palavra objeto. Você deve ser objetivo quando você está discutindo um objeto, algo concreto que você pode segurar ou tocar. Os fatos que compõem a sua declaração objetiva também devem ser concretos, tais como os objetos sólidos. Subjetivo: é exatamente o oposto. Você não pode apontar para questões subjetivas. Elas estão em sua cabeça e suas experiências passadas. Opiniões subjetivas são efêmeras e sujeitas a um grande número de fatores, que podem variar de fatos até emoções. Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Exemplos de Objetivo e Subjetivo: Objetivo: os fatos científicos são objetivos como são as provas matemáticas; essencialmente qualquer coisa que possa ser apoiada por dados sólidos Subjetivo: opiniões, interpretações e qualquer tipo de apresentação, são todas subjetivas Objetivos são fatos que podem ser verificadas por terceiros, enquanto que o Subjetivo pode ou não ser inteiramente verdadeiro, já que depende da opinião de uma pessoa Objetividade é comumente encontrado nas hard ciências, ao passo que a Subjetividade é geralmente usada nas artes Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência The Explanatory Gap: (questão clássica da filosofia da mente) Filosófo Ned Block: “nothing that we now know, indeed nothing that we have been able to hypothesize or even fantasize, gives us an understanding of why the neural basis of the [phenomenological] experience of green that I now have when I look at my screen saver is the neural basis of that experience as opposed to another experience or no experience at all. Nagel puts the point in terms of the distinction between subjectivity and objectivity: the experience of green is a subjective state, but brain states are objective, and we do not understand how a subjective state could be an object state or even how a subjective state could be based in an objective state” Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência O Hiato Explicativo: Filósofo Ned Block: “Nada do que sabemos agora, de fato nada que fomos capazes de supor, ou mesmo fantasiar, nos dá uma compreensão de por que as bases neurais da experiência [fenomenológica] de ver o verde, que tenho agora quando olho para o screen saver, é a base neural desta experiência, como oposta a de uma outra experiência, ou de nenhuma experiência. Nagel coloca a questão em termos da distinção entre subjetividade e objetividade: a experiência do verde é um estado subjetivo, mas os estados cerebrais são objetivos, e não entendemos como um estado subjetivo pode ser um estado objetivo, ou mesmo como um estado subjetivo pode basear-se em um estado objetivo” Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Resumo: A experiência fenomenológica mental é subjetiva A consciência é mental, logo ela é subjetiva O conhecimento da ciência é objetivo, não depende da subjetividade das pessoas Logo, há duas formas de se conhecer a realidade: ● Pela experiência mental subjetiva ● Pelo conhecimento científico objetivo (dualismo epistemológico) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Passos: Caracterização da CS1 (Conceptual Structure 1) Significados de 'consciência' e dos termos co-relacionados ('mente', 'subjetivo', 'objetivo', 'experiência', 'ideia') Identificação das limitações, contradições e/ou paradoxos Formulação de uma 'placeholder structure' (estrutura de lugares reservados) como ponto de partida inicial Modelagem da estrutura de lugares reservados para iniciar o processo de 'bootstrapping' dos novos significados dos termos 'consciência', 'mente', 'objetivo', subjetivo', etc Criação por tentativa e erro da CS2 (Conceptual Structure 2) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Questões problemáticas: Como a mente subjetiva capta a realidade objetiva? Dualismo entre a mente subjetiva e a realidade objetiva Se o cérebro, como órgão material e biológico, é responsável pela emergência da consciência, como a mente subjetiva se liga ao cérebro objetivo? Como os cientistas, com suas mentes subjetivas, conseguem os dados objetivos e por aí construir teorias e conceitos objetivos das ciências? Etc, etc, etc... Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Uma metáfora visual para o paradoxo Mente-Cérebro Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Passos: Caracterização da CS1 (Conceptual Structure 1) Significados de 'consciência' e dos termos co-relacionados ('mente', 'subjetivo', 'objetivo', 'experiência', 'ideia') Identificação das limitações, contradições e/ou paradoxos Formulação de uma 'placeholder structure' (estrutura de lugares reservados) como ponto de partida inicial Modelagem da estrutura de lugares reservados para criar os novos significados (bootstrapping) dos termos 'consciência', 'mente', 'objetivo', subjetivo', 'verdade', etc Criação por tentativa e erro da CS2 (Conceptual Structure 2) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Placeholder structure (estrutura de lugares reservados): (Domínio Alvo) “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Domínios fontes (autores): Damásio Castoriadis Susan Carey Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Domínios fontes (autores): Damásio Castoriadis Susan Carey Merlin Donald Steven Mithen Boaventura do Santos Nicos Mouzelis Alan Chalmers Max Velmans Gerald Edelman Maturana & Varela Evan Thompson Nancy Nersessian Melanie Mitchell Stuart Kauffman Steven Horst Terrence Deacon Robert Bishop Anthony Giddens Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Damásio: Fluxo de imagens dinâmico e em níveis Interação entre os “atores” da mente (do seu fluxo): Organismo com seu corpo/cérebro (Sujeito) ● Objetos do meio ambiente (Objeto) Fluxo de imagens e autoconsciência é fruto de um processo autorganizado (Maturana e Varela) ● Castoriadis: Fluxo de imagens simbólico (imaginação radical) Fluxo representativo fundante da realidade própria do organismo/sujeito (o “para si” de Merleau-Ponty) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Susan Carey: Desenvolvimento conceitual realizado por cada ser humano é contínuo e descontínuo Sistemas cognitivos em níveis: ● ● ● Sensorial/perceptivo Básico (core cognition) Simbólico/abstrato (processo de 'bootstrapping') Merlin Donald (também Mithen, Deacon): Capacidade simbólica ampliada distingue ser humano dos demais animais Evolução bio-cultural (cérebro e cultura co-evoluiram) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Boaventura dos Santos: Sujeito e Objeto são inseparáveis Objeto e Sujeito estão interpenetrados um no outro Alan Chalmers (Nersessian, Velmans, Susan Carey): Realismo crítico; teorias e conceitos da ciência evoluem Verdade é histórica, se transforma ao longo do tempo Nancy Nersessian (Susan Carey, Alan Chalmers): Casos históricos de mudança conceitual Processo de modelagem de novos conceitos e teorias, por meio de analogias, metáforas, simulações, transposição de domínios-fonte para domínios-alvo Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Steven Horst: Irreducibilidade entre níveis dos fenômenos (físicos, químicos, biológicos, mentais, psicológicos, sociais) Pluralismo cognitivo Melanie Mitchell (Kauffman): Sistemas complexos adaptativos Evolução dependente do caminho (evolução biológica) Nicos Mouzelis (Anthony Giddens): Esferas sociais autônomas (evolução social/cultural) Dualismos e dualidades, nas dimensões paradigmática e sintagmática da interação entre sujeito e objeto Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Passos: Caracterização da CS1 (Conceptual Structure 1) Significados de 'consciência' e dos termos co-relacionados ('mente', 'subjetivo', 'objetivo', 'experiência', 'ideia') Identificação das limitações, contradições e/ou paradoxos Formulação de uma 'placeholder structure' (estrutura de lugares reservados) como ponto de partida inicial Modelagem da estrutura de lugares reservados para criar os novos significados (bootstrapping) dos termos 'consciência', 'mente', 'objetivo', subjetivo', 'ideia', etc Criação por tentativa e erro da CS2 (Conceptual Structure 2) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Criando significados para os termos da placeholder structure com os domínio fontes (bootstrapping): “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Não é um estado, o fenômeno mental é um processo dinâmico, um fluxo ininterrupto, um contínuo vir a ser Fluxo mental gerado em níveis (1o, 2o, 3o e 3o autonomizado) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Interação física, química, biológica, neural, mental e social Fenômeno mental é material mas irredutível aos níveis físico, químico, biológico e neural; ele é mental Interação gera um nível de complexidade próprio: o mental Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Interação contínua é histórica em 3 dimensões: Evolução biológica Evolução cultural (social) Evolução individual no processo de aprendizagem (social) Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Interação contínua é complexa em 3 dimensões: Transforma os sistemas cognitivos em termos biológicos Transforma os sistemas conceituais em termos culturais Transforma a consciência das pessoas em termos individuais Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Fluxo mental é resultado de uma interação específica: Sujeito (organismo com cérebro) Objeto (objetos, eventos, fenômenos do meio ambiente) O nível mental subsume os níveis físico, químico, biológico e neural. Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” O Sujeito e o Objeto da interação são divididos em diversos níveis (multidimensional, no tempo e no espaço) Sujeito → níveis do fluxo mental e dos sistemas cognitivos Objeto → níveis dos fenômenos de objetos e eventos 1o.Nível: Cognição sensorial/ perceptiva (seres vivos + simples) 2o.Nível: Cognição básica (vários sistemas; presente em animais) Objetos e eventos do meio ambiente Níveis dos fenômemos: Físicos Químicos 3o.Nível: Cognição simbólica (limitada) Biológicos 4o.Nível: Cognição simbólica abstrata Mentais - Ser humano - Linguagem, cultura e sociedade Sistemas conceituais de teorias intuitivas e científicas Neurais Sociais Objetos mentais e sociais Objetos introjetados pelo Sujeito, em seus sistemas cognitivos e conceituais Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Objeto introjetado no Sujeito (em seu sistema cognitivo) Objeto está no Sujeito, o Sujeito está no Objeto Sujeito e Objeto são distintos e inseparáveis: interpenetrados Analogia com a figura do 'Yin Yang' Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Analogia com a condição do Elétron: é Onda ou é Partícula? É onda, é partícula, e não é nenhum dos dois! Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Condição da Mente: é Subjetiva ou é Objetiva? Fenômeno Mental É subjetiva, é objetiva, e não é nenhum dos dois, é mental! Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” Resumindo: No ser humano, Sujeito e Objeto se transformam mutuamente nas dimensões individual e coletiva, constituindo de forma gradual a consciência pessoal e social Pausa Pausa Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Reinterpretando o 'Hiato Explicativo': (Descrição alternativa de Max Velmans) Uma pessoa olha para algo verde e tem a experiência mental de ver o verde. Um observador estuda os correlatos neurais da pessoa que olha algo verde. O conhecimento mental (fenomenológico) que a pessoa tem do objeto verde é subjetivo e de 1a pessoa. Já o conhecimento científico que o observador tem sobre os correlatos neurais, a base física do ver o verde, é objetivo e de 3a pessoa. Portanto → Dualismo Epistemológico Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Reinterpretando o 'Hiato Explicativo': Há duas interações Subjeito-Objeto distintas 1) Uma pessoa vendo algo “verde” 2) Outra pessoa examinando as bases neurais da pessoa que está vendo algo “verde” Conhecimento de um objeto não implica no do outro objeto São duas experiências mentais, com Sujeitos e Objetos distintos As duas experiências mentais são subjetivas e objetivas Qual a diferença entre elas então? ● O nível do sistema cognitivo utilizado (cognição perceptiva e cognição simbólica abstrata) 1o.Nível: Cognição sensorial/ perceptiva (seres vivos + simples) 2o.Nível: Cognição básica (vários sistemas; presente em animais) Objetos e eventos do meio ambiente Níveis dos fenômemos: Físicos Químicos 3o.Nível: Cognição simbólica (limitada) Biológicos 4o.Nível: Cognição simbólica abstrata Mentais - Ser humano - Linguagem, cultura e sociedade Sistemas conceituais de teorias intuitivas e científicas Neurais Sociais Objetos mentais e sociais Objetos introjetados pelo Sujeito, em seus sistemas cognitivos e conceituais Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência “Consciência é um resultado dinâmico do fluxo mental, gerado na interação contínua e complexa entre um organismo com cérebro e os objetos do meio ambiente” O fluxo mental gerado na interação Sujeito-Objeto é, simultaneamente: Subjetivo → organismo/cérebro criando o fluxo mental, com seus diferentes sistemas cognitivos, Objetivo → fluxo mental incitado e condicionado pelas características e propriedades dos objetos do meio ambiente Monismo Epistemológico Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Resumo de alguns termos da CS2: Mente é processo dinâmico, fluxo de imagens em vários níveis Fluxo mental é físico, químico, biológico e neural (monismo ontológico) Fluxo mental é fruto da interação Sujeito-Objeto (monismo epistemológico) Consciência emerge do fluxo mental em seus níveis mais altos Mente e Consciência são sempre Subjetivo e Objetivo Construindo Construindo oo Conceito Conceito de de Consciência Consciência Agenda da CS1: Separação entre subjetividade e objetividade Cisão Mente-Corpo Controle racional sobre natureza e sociedade Objetivo de reduzir o mental (e social) ao físico Agenda da CS2: Visão interpenetrada entre subjetividade e objetividade Integração Mente-Corpo Convivência racional com a natureza e em sociedade Objetivo de compreender sem reduzir os vários níveis dos fenômenos, naturais e sociais Algumas Algumas Consequências Consequências Sujeito e Objeto não são mais entidades totalmente distintas e separáveis Subjetivo não é mais marca registrada de uma 'experiência mental' de '1a pessoa' Objetivo não é mais sinônimo de algo 'científico' e de '3a pessoa' Definição de consciência da CS2 unifica as ciências naturais e sociais (ambas são objetivas e subjetivas, simultaneamente) Algumas Algumas Consequências Consequências Questão problemática: O que substitui o sentido de 'verdadeiro' no termo 'objetivo'? O que é a 'verdade' ou o 'verdadeiro' então? Se qualquer representação mental é subjetiva e objetiva, ao mesmo tempo, como distinguir o 'verdadeiro' do 'falso'? Perspectivas Perspectivas Algumas respostas e questões em aberto: 'Verdade' como consenso histórico (teorias da ciência) Como se forma o consenso histórico? Foco de atenção do ser humano (Mouzelis, Bourdieu) ● ● ● Habitual, cotidiana ou automática Reflexiva teórica Reflexiva estratégica Domínio fonte da sociologia (Mouzelis, Giddens) Dualismo e Dualidade no nível paradigmático Dualismo e Dualidade no nível sintagmático Conclusão Conclusão 'Bootstraping' da CS2 ainda incompleto Melhor caracterização da CS1 (John Searle) Há lacunas e imprecisões na CS2 Questão da 'verdade' e da 'constituição do consenso' Comparação com outras abordagens CS2 abre nova perspectiva no estudo da 'consciência' Definição simples Maior poder expressivo e explicativo Unifica todas as ciências Agenda de pesquisas integrativa e não reducionista Conclusão Conclusão Novo artigo: The Wings of Imagination – bootstraping a new concept of consciousness Introdução Mudança Conceitual e Incomensurabilidade Hiato Explanatório e Atual Estrutura Conceitual da Consciência 'Bootstraping' uma nova Estrutura Conceitual da Consciência Algumas Consequências e Perspectivas Conclusão Dúvidas? Muito obrigado! www.dcc.ufla.br/~monserrat [email protected]