Caso 1 - Obesidade A capa da Revista Folha de 7 de Novembro de 2011 traz um anúncio sobre a Liraglutida, medicação desenvolvida pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk, usada na Europa desde 2009, inicialmente aprovada pela Anvisa para pacientes diabéticos tipo 2. É o princípio ativo do medicamento chamado Victoza. A publicação dessa reportagem pela revista Veja levantou muitas polêmicas sobre a utilização da Liraglutida como fármaco emagrecedor e fez sumir das prateleiras o medicamento comercializado sem prescrição médica com a promessa de emagrecimento rápido e sem dietas. As opiniões quanto a sua utilização com essa finalidade ainda são contraditórias e sua utilização de maneira indiscriminada ainda é observada. Perguntas: 1) Qual o mecanismo de ação da Liraglutida? Qual o fundamento que explica a utilização desse fármaco como agente emagrecedor? 2) Qual seria o principal argumento que justificaria uma vantagem da Liraglutida fre nte a outros agentes utilizados no tratamento da obesidade como o fármaco 1, 2 e 3? Fármaco 2 Fármaco 3 Fármaco 1 3) Ainda de acordo com a mesma reportagem 40% dos pacientes submetidos ao tratamento com a Liraglutida tiveram náusea, 17% tiveram vômitos e 18,7% tiveram diarréia. Os efeitos passam geralmente em seis semanas. Como você explicaria a ocorrência desses efeitos? Caso 2 - Obesidade Uma mulher de 33 anos procura seu médico com queixa de ganho de 12 kg nos últimos 12 meses, após sua segunda gestação. Refere que tem preferência por doces, não faz lanches, passa o dia trabalhando e come mais à noite. É sedentária e nega tabagismo. Gerou 3 filhos e teve depressão pós-parto na sua segunda gestação, mas não nessa última. Sua mãe é diabética e seu pai morreu aos 57 anos de infarto agudo do miocárdio. Sua irmã tem hipotireoidismo. Ao exame: peso 89kg, estatura 155 cm, PA 140 x 85 mmHg, cintura 97 cm, quadril 103 cm. Presença de acantose nigricans em axila e pescoço; estrias esbranquiçadas em abdome, que ela afirma que apareceu após a gestação. Traz os seguintes exames: Exames Glicose Colesterol total Triglicérides HDL Resultado 102 mg/dL 225 mg/dL 188mg/dL 33mg/dL TSH 2,2 mcUI/L Valores de referencia 70 a 99 mg/dL <240 mg/dL Até 150 mg/dL Mulher > 40 mg/dL Homens >50 mg/dL 0,55 - 4,78 mcUI/L Perguntas: 1) Sabe-se que a obesidade aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pensando nisso comente como a fisiopatologia da Obesidade pode aumentar o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. 2) Pensando como agentes de saúde, explique, quais são as primeiras orientações para essa paciente, no controle da obesidade. 3) Os medicamentos para controle da obesidade (anorexígenos) podem induzir alguns efeitos não desejáveis. Procure abordar os mecanismos de ação destes fármacos, explicando os efeitos desejáveis e os efeitos adversos. Explique por que a Sibutramina foi retirada do mercado e qual outro medicamento pode ser sugerido para substituí-lo. Fonte: www.abeso.org.br Caso 3 - Hepatites Virais Assista o vídeo abaixo através do seguinte link (no youtube): http://www.youtube.com/watch?v=Z2KaaY6uf6k Ou pelo site www.hepatitesvirais.com.br Fonte: www.hepatitesvirais.com.br Perguntas: 1) Considere que você é o atual ministro da saúde (Sim! Isso é possível! Embora o cargo tenha sido historicamente dominado por médicos, José Agenor Álvares da Silva, que ocupou o cargo de 31-mar-2006 a 16-mar-2007, era bioquímico). O vídeo acima precisa da sua aprovação para ser veiculado em rede nacional. Apresente uma análise crítica e justifique se ele deve ser aprovado ou não. 2) Por que a vacina é oferecida primariamente a pessoas com menos de 24 anos? Como é possível saber se a campanha foi efetiva, ou seja, se as pessoas estão realmente imunizadas contra hepatites B e C? 3) Segundo dados de Ferreira (2004), a soroprevalência geral de HAV é de 64,7% no Brasil, porém apenas cerca de 15% da população brasileira esteve em contato com o vírus da hepatite B. Por que é do interesse do governo federal fazer uma campanha contra hepatites B e C e não contra hepatite A? 4) Algumas semanas após a veiculação do vídeo, você recebeu uma ligação do Hu Jintao, presidente da República Popular da China. Ele afirmou que tomou conhecimento do vídeo por meio da internet (um bom cidadão havia traduzido para o chinês) e ficou muito interessado em fazer uma parceria para o desenvolvimento de um novo vídeo que seria usado na China, país no qual a hepatite B é endêmica (tudo pago por eles!). Ele quer que você leve o script de um vídeo diferente, um que auxilie a população a entender como diferenciar a hepatite B de outras hepatites (virais ou não). Favor apresentar este script (em português!) como se os alunos PAE fossem o pessoal do ministério da saúde chinês. Ferreira, C. T.; Silveira, T. R. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção Rev. bras. epidemiol. vol.7 no.4 São Paulo Dec. 2004 Caso 4 - Gastrite JDI, 27 anos, sexo masculino, cursando ensino superior, come de tudo, alimentos cozidos; come muita verdura, toma muito leite, porém não possui horários fixos para se alimentar e quando não se alimenta come exageradamente. Há 45 dias procurou um médico por se queixar de dores abdominais. A presentou-se com: -pressão arterial 108 X 60 mm Hg; -pulso: 71 bpm; -temperatura 36,50C; -peso 52,600 Kg; -altura: 1,60 cm, IMC 20,5; -exame abdominal: abdome plano, simétrico, pele íntegra normocorada, pulsação aórtica visível, ruídos hidroaéreos auscultados em todos os quadrantes; sons timpânicos percutíveis em todos os quadrantes, abdome flácido. O médico diagnosticou uma gastrite e iniciou um tratamento prescrevendo: - Ranitidina, uso VO (1 x ao dia em jejum) O paciente acha que a doença é passageira, está tentando manter a tranqüilidade, pois, uma das causas do problema é o estresse. Está animado devido a uma nova rotina na su a vida, porque está fazendo muito exercício físico, sua única preocupação no momento é controlar suas emoções e estabilizar sua pressão arterial. Perguntas: 1) Discorra sobre a fisiopatologia da doença com base nos sintomas clínicos apresentados pela paciente. 2) Explique a escolha da Ranitidina e discorra sobre a farmacodinâmica do medicamento utilizado. 3) Seria este o melhor medicamento para tratar este paciente? Comente sobre. Referências: -GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. 6ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998. -NANDA. Diagnóstico de Enfermagem da NANDA, Definições e Classificação. Porto Alegre: Artmed, 2005 – 2006. -RUBIN, Emanuel e FARBER, John L. Patologia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002. Caso 5 – Úlcera péptica Tom, um estudante de curso de pós-graduação, quando tinha 24 anos de idade apresentou-se com boa saúde, apesar de estar consumindo aproximadamente dois maços de cigarro e tomando cinco xícaras de café por dia. Neste momento, encontrava-se estressado devido à proximidade do prazo de entrega de sua tese de graduação. Além disso, vinha tomando dois comprimidos de aspirina por dia nos últimos dois meses, devido a uma lesão do joelho sofrida enquanto esquiava durante as férias de inverno. Tom começou a sentir uma dor em queimação na parte superior do abdome, que aparecia 1 a 2 horas após a ingestão de alimento. Além disso, essa dor era habitualmente aliviada com a ingestão de alimento e o uso de antiácidos. Com o aumento da intensidade da dor, Tom decidiu consultar seu médico e o doutor verificou que o exame do abdome é normal, exceto por uma hipersensibilidade epigástrica à palpação. Discutiu as opções de exames diagnósticos com Tom, incluindo uma seriografia gastrintestinal superior e um exame endoscópico. Tom escolhe submeter-se à endoscopia. Durante o exame, uma úlcera é identificada na porção proximal do duodeno, na parede posterior. A úlcera media 0,5 cm de diâmetro. Efetuou-se uma biópsia de mucosa de antro gástrico para a detecção de Helicobacter pylori. O diagnóstico foi de úlcera duodenal e o doutor prescreveu omeprazol. Um dia depois, quando o relatório de patologia indicou a presença de infecção por H. pylori, o doutor prescreveu bismuto, claritromicina e amoxicilina, além do omeprazol. O doutor também aconselhou o Tom a parar de fumar e de beber café e, sobretudo, a evitar o uso de aspirina. Tom não apresentou nenhum problema clínico durante os 10 anos que sucederam à cicatrização de sua úlcera duodenal. Aos 34 anos, desenvolve a síndrome do túnel do carpo e começa a tomar vários comprimidos de aspirina ao dia para aliviar a dor. Um mês depois, aparece a mesma dor epigástrica. Após a ocorrência de vômito “em borra de café” e perceber que as fezes adquiriram uma cor preta, Tom decide procurar o seu médico. O doutor efetua uma endoscopia e descobre que Tom apresenta uma úlcera gástrica que sangrou recentemente. O teste da respiração é negativo para H. pylori, e o médico diz que o uso de aspirina é a causa mais provável da recorrência. Tom é tratado com antiácidos e ranitidina e o médico pede que interrompa o uso de aspirina. Passaram-se duas semanas, Tom declara ao doutor que a dor no punho tornou-se insuportável e que precisa continuar com a aspirina para conseguir se concentrar no trabalho. O doutor responde que ele pode até mesmo continuar com a aspirina, contanto que sua medicação antiulcerosa seja modificada, substituindo a ranitidina, novamente pelo omeprazol. Perguntas: 1) Quais fatores de risco apresentados por Tom para o desenvolvimento de úlcera? Qual o papel do H. pylori e do uso de AINE nesta doença? 2) Por que Tom recebeu omeprazol para tratamento de seu primeiro episódio de doença ulcerosa? Por que foi prescrito ranitidina no segundo episódio e, a seguir, omeprazol quando insistiu em utilizar a aspirina como analgésico? 3) Discuta sobre a escolha dos medicamentos utilizados por Tom, foram as melhores escolhas? Descreva os mecanismos de ação de todos os medicamentos. Referência: -GOLAN, Princípios da Farmacologia, 2ª edição.