383 VIII Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária ResumoID:05.172-2 Area: CIRURGIA DE TECIDOS MOLES RUPTURA GÁSTRICA TARDIA APÓS CORREÇÃO DE DILATAÇÃO-VOLVO SECUNDÁRIA A LESÃO DE ISQUEMIA-REPERFUSÃO EM UM CÃO Fabiano Zanini Salbego (Universidade Federal de Santa Maria); Alceu Gaspar Raiser (Universidade Federal de Santa Maria); Alexandre Mazzanti (Universidade Federal de Santa Maria); Paula Cristina Basso (Universidade Federal de Santa Maria); Larissa Berté (Universidade Federal de Santa Maria); Marina Gabriela Monteiro Carvalho Mori da Cunha (Universidade Federal de Santa Maria); Lourenço Sausen (Universidade Federal de Santa Maria); Rosmarini Passos dos Santos (Universidade Federal de Santa Maria); Fernanda Barbosa Souza (Universidade Federal de Santa Maria); João Paulo Monteiro Carvalho Mori da Cunha (Universidade Federal de Santa Maria) Resumo Das afecções que comprometem a integridade gástrica no cão, a síndrome volvo-torção gástrica merece destaque pela maior incidência. O tratamento geralmente requer intervenção cirúrgica com a colocação de sonda gástrica, porém, em alguns casos há necessidade de gastrectomia parcial para remover o tecido desvitalizado. O presente relato descreve a ruptura gástrica no pós-operatório de uma cadela pastor alemão de 5 anos, submetida a gastropexia por sonda. Este animal fora atendido com histórico de torção anterior, a qual fora tratada clinicamente. Segundo relato do proprietário, os sinais de distensão abdominal haviam iniciado 18h antes do atendimento. No momento da avaliação clínica o paciente apresentava distensão abdominal volumosa e intensa dificuldade respiratória. Após estabilização procedeu-se à cirurgia para esvaziamento e reposicionamento gástrico. Realizou-se gastrectomia parcial para remover o tecido desvitalizado e a gastropexia com sonda de Foley. No pós-operatório imediato, o paciente recebeu antiinflamatório, analgésico opióide e antibioticoterapia. Apresentando-se alerta e ativo após as primeiras 12 horas do procedimento, o animal recebeu alta. Ao final do terceiro dia, o proprietário descreveu um quadro de prostração, com retorno do aumento de volume abdominal, porém sem verificar obstrução da sonda gástrica. Na manhã do quarto dia o paciente veio a óbito. Pela necropsia constatou a ocorrência de uma área de ruptura na região do corpo gástrico, levemente lateral ao orifício do cárdia, além do início de peritonite localizada. Como descrito na literatura, acredita-se que a ruptura tardia tenha sido decorrente da lesão de isquemia-reperfusão, a qual por manifestar-se tardiamente não permite ao cirurgião uma avaliação mais acurada das áreas de desvitalização tecidual. O choque obstrutivo e a perfusão tecidual inadequada afetam muitos órgãos incluindo o estomago e intestino delgado. Em muitos cães com dilatação, particularmente os casos com necrose gástrica, como no paciente em questão, ocorre arritmia cardíaca, sendo também reconhecida a presença do fator depressor do miocárdio em cães afetados. Desta forma, conclui-se que o óbito deste paciente pode ter sido em decorrência da toxicidade ao miocárdio provocada pela desvitalização tecidual e liberação de fatores cardiodepressores. Palavraschave: Ruptura gástrica, torção-dilatação , isquemia-reperfusão, cão. Key words: gastric rupture, dilatation-volvulus, isquemic-reperfusion syndrome, dog. Palavras-chave: Ruptura gástrica, torção-dilatação, isquemia-reperfusão Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 11, suplemento 2, p. 101- 546 – nov., 2008