Acontecimentos no Brasil e no Mundo Nos governos de Ernesto Geisel e Jo o Batista Figueiredo, a partir da crise internacional do petr leo, iniciou-se um processo de “abertura lenta, gradual e segura”. Houve um desgaste pol tico e econ mico com ndices inflacion rios crescentes. A abertura pol tica trouxe a volta ao pluripartidarismo, al m da realiza o de elei es diretas para governador, em 1982, e a decreta o da anistia. Em 1985, a Campanha das “Diretas J ” tomou conta do Brasil. Pol ticos dos rec m-fundados partidos como PMDB, PDT, PT, PC do B engajaram-se numa luta atrav s da imprensa, por m a emenda Dante de Oliveira foi derrotada no Congresso. Mais uma vez, indiretamente, foi eleito Tancredo Neves (PMDB) e Sarney (PFL) para presidente e vice. Tancredo adoeceu e morreu. Sarney assumiu o governo com a proposta de uma grande reforma do estado. No seu governo, foi promulgada uma nova cons- na Bahia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72 BORGES, Sebastião Wenceslau. Memoriando. Passos:3ed, Editora São Paulo,2003 do LEMOS, Gustavo José. Nos Passos da Saudade. Passos, Editora São Paulo, 1999. MAIA, Marcio Lemos Soares. Álbum de Passos, 1984: monografia da cidade de Passos. São Paulo: Cigel, 1984. NEGRÃO, Helio Soares, Registros I, Histórias e Memórias-1764-1986 Memórias-1764-1986. Flexopress, Papéis Ltda,1991 Jornais O Sudoeste e A Gazeta de Passos. EXPEDIENTE Especial editado pelo Jornal Folha da Manhã e Fundação de Ensino Superior de Passos - FESP J ORNAL FOLHA DA MANHÃ Carlos Antônio Alonso Parreira - Diretor Jornalístico Maria das Graças Lemos - Diretora Comercial FESP/UEMG Prof. Fábio Pimenta Esper Kallas - Presidente do Conselho Curador Moeda de Aço Inoxidável de 1985. Ela valia 5 cruzeiros e foi cunhada em homenagem à agricultura de exportação brasileira. EDIÇÃO EDIÇÃO:: Carlos Antônio Alonso Parreira/ Profª. Selma Tomé PESQUISA E REDAÇÃO: Profª. Leila Maria Suhadolnik Oliveira Pádua Andrade REVISÃO: Prof. José dos Reis Santos IMA GENS E FO TOGRAFIA IMAGENS FOT OGRAFIA:: Prof. Diego Vasconcelos DESIGN GRÁFICO A E MOLDURA MOLDURA:: Profª. Heliza Faria GRÁFICO,, CAP CAPA Fascículo 09/10 - Janeiro de 2009 titui o, em 1988, chamada por Ulisses Guimar es de “Constitui o Cidad ”, pois concedia amplos direitos sociais. Do ponto de vista econ mico, o governo Sarney foi um desastre: uma sucess o de Planos econ micos como Cruzado, Cruzado I e II, Bresser e Ver o que n o conseguiram vencer o problema inflacion rio e nem o fen meno da concentra o de renda. O rock explode no pa s e as bandas nacionais fazem sucesso nos anos 80: Blitz, Paralamas do Sucesso, Tit s, RPM, Cazuza, Engenheiros do Havai, Capital Inicial, Biquini Cavad o, Ultraje a Rigor, Kid Vinil, Ira!, Bar o Vermelho, Camisa de V nus, Leo Jaime, Legi o Urbana e Kid Abelha revolucionam a m sica brasileira. Em 1982, entra em funcionamento a usina hidrel trica de Itaipu. Em 7 de outubro de 1984, nasce o primeiro beb de proveta no Brasil.Em outubro de 1988, criado o estado de Tocantins. Mundo Nos anos 1970 e 1980, a disputa da guerra fria foi transferida para o espa o com a corrida espacial. Os gastos foram enormes, tanto da URSS como dos EUA. Em 1969, os americanos aterrisaram na lua. Em 1989, o mundo socialista comeou a desmoronar como um castelo de cartas a partir da queda do Muro de Berlim. V rios pa ses foram se libertando da URSS como Let nia, Est nia, Litu nia e Tchecoslov quia. Est tuas de L nin e Stalin foram derrubadas no mundo inteiro. A d cada de 70 foi pr spera em criatividade, com os movimentos Disco (Dance Music), Punk, Rock Progressivo, Glam Rock, Hard Rock, entre outros, que influenciavam o comportamento e moda no mundo. A TV intensifica o processo de globaliza o e dissemina o de id ias, e em 1973, o concerto de Elvis Presley, “Aloha From Hawai”, tem uma audi ncia estimada de mais de um bilh o de espectadores. O artista pop Andy Warhol profetiza que “no futuro, todos ser o famosos durante 15 minutos”. Os movimentos musicais agitavam o mundo, e in meras bandas d e rock e pop surgiram nos anos 80. Dentre os artistas mais carism ticos, destacam-se Michael Jackson, com o lbum Thriller , o mais vendido da hist ria, e que tamb m inventou o videoclipe moderno. Madonna, Cyndi Lauper e Tina Turner se consagraram como rainhas do pop. Em 1982, a Argentina invade as Ilhas Malvinas. Come a a Guerra das Malvinas entre Argentina e Gr -Bretanha. Em fevereiro de 1986, acontece a apari o do cometa Halley. Em meio ditadura, movimentos culturais se formam na cidade, estiA influência da Usina de FFurnas urnas no crescimento da cidade: o pr ogresprogresmulando a literatura, a m sica e o teatro. No cen rio polFESP. tico, a for a so econômico e social. O avanço cultural: a criação da FESP . A UPES doe MDB o crescimento econ micopassenses. geram progresso a .cidade. a açãoe dos estudantes secundários O governopara de Dr José Dr. Pereira dos Reis: últimas disputas entre PSD, UDN e PTB Simplicidade e moralidade na gestão de José Figueiredo 66 A partir do golpe militar de 1964 e a imposição do bipartidarismo, a política brasileira restringiu-se a dois partidos: Arena e MDB. Na primeira eleição passense, após a instalação da ditadura, foi eleito José Figueiredo que governou Passos em três mandatos não consecutivos. Seus primeiros mandatos foram exercidos durante a ditadura militar. No último, após o fim da ditadura, foi eleito pelo PFL, pois decidiu unir-se à administração do governo estadual de Francelino Pereira para compor uma política de maior aproveitamento para Passos. Seu primeiro mandato foi de 1967 a 1970. José Figueiredo, também conhecido como “Zé Magro”, dono do cinema, e seu vice Antônio Pedro Patti foram eleitos pelo MDB, os “manda-brasa” como eram chamados os integrantes do MDB. Venceram os candidatos da Em 1973, o santuário da Penha estava em construção, por iniciativa do Monsenhor José Maria Matias da Silva, pároco desde 1955. Um grupo de devotos liderados por João Borges, Sebastião Faria, Sebastião Sabino dos Reis e Sebastião Wenceslau Borges fez uma campanha popular visitando toda a cidade, casa por casa, conseguindo arrecadar 13 milhões de cruzeiros para a construção. Além disso, muitas festas e promoções foram feitas para o término da igreja. Monsenhor Matias usava uma batina preta com detalhes em roxo, era muito rigoroso, sempre começava seus sermões com uma frase em latim e não admitia mulheres sem véu na igreja. ArenaJosé Coelho Vitor e Manuel Bruno da Silveira, em 1966. O segundo mandato pelo MDB foi de 1977 a 1982 e o terceiro pelo PFL de 1989 a 1992. Os comícios do MDB aconteciam sempre na Praça do São Benedito, enquanto os comícios da Arena aconteciam na Praça da Matriz. Quando o comício do MDB terminava, os manda-brasas faziam uma caminhada até o centro cantando e gritando o nome de seus candidatos, para intimidar os arenistas. José Figueiredo foi carregado pelas ruas do centro desde o Sindicato Rural, onde foram realizadas as eleições, até sua residência na Praça da Matriz. Houve muitos discursos, inclusive do vereador mais votado Waldemar Ribeiro de Oliveira. A força do PMDB passense começou a se formar nessa época, em oposição à ditadura. Figueiredo tinha um carisma muito grande, um grande rigor quanto à administração financeira, era controlado, simples, sempre voltado para as pessoas carentes, amava Passos e os esportes. Ganhou o apelido de Zé Pracinha, pois cons- truiu várias praças que hoje promovem o lazer do povo passense, como as de São Benedito, Lúcio Bittencourt, da Penha, da Saudade, São José no Coimbras e Castelo Branco. Começou obras importantes. Construiu uma parte do atual prédio da Prefeitura, a sede do Tiro de Guerra, abriu a Avenida Arouca, iniciou a canalização e terraplanagem da Avenida Francisco Avelino Maia. Nessa mesma época, a prefeitura e a Câmara Municipal de Passos apoiaram a publicação da obra História de Passos, de Washington Noronha em dois volumes: foi a primeira publicação da História da cidade. Washington Noronha era natural de Cabo Verde e um apaixonado pela História, por música clássica e óperas e pela palavra escrita. Foi vereador e colunista dos jornais da época e um incansável pesquisador dos nossos primeiros documentos, um trabalho exaustivo de busca e registros, o que o imortalizou como o primeiro historiador passense. No primeiro mandato de Figueiredo foi iniciada a construção de uma nova rodoviária, onde hoje é o Bloco 07 da FESP, que abriga os Laboratórios de Enfermagem, Engenharia e Biologia. O difícil acesso ao local e inadequação do projeto foram muito criticados pela sociedade, por isso durante a gestão de Pedro Patti a obra ficou paralisada. O local foi repassado à FESP, na gestão de Elzo Calixto Mattar, uma ação política dos vereadores de situação impedindo que na gestão seguinte a obra continuasse. José Figueiredo demonstrou um grande descontentamento com o fato. Anos literários e artísticos Em 1973, vários jovens escritores ligados a dois grupos - Grupassos e Grupoema - idealizaram duas revistas na cidade: Ardeia e Protótipo. A revista Ardeia divulgava cultura. Teatro, realizações estudantis, música, literatura, etc. Eram diretores Carlos Anselmo Parada, João Pedro Grilo, Luiz Antonio Santos, Antonio Alves Vilela. A revista Protótipo era idealizada por escritores “jovens de 17 a 21 anos”. Muitos fazem sucesso no ramo literário. O grupo era formado por Marco Túlio Costa, Antonio Barreto, Antonio Rogério Daniel, Carlos Antônio Alonso Parreira, José Alexandre Gomes Marino, Iran Freitas Machado, Ricardo Donabella, Marcelo Baldini, Marise Pacheco, Cleber Medeiros e Odilon Toledo Melo. As duas revistas sobreviviam com ajuda do comércio local que as patrocinava. No aniversário do primeiro ano da revista Ardeia, a comemoração foi feita em grande estilo com o 1º Recital Ardeia, constando do programa apresentação de balé clássico, de piano e um concerto de violão com Eustáquio Alves Grilo. O poeta José G. Reys publicava seus poemas e trovas nas páginas dos jornais passenses. Gilberto Abreu, autor de Feto Outonal, também se destaca como prosador e poeta da terra. Com incentivo da prefeitura, no final da década de 60, começaram a ser forta- lecidos os grupos de teatro. O primeiro festival de teatro aconteceu em 1969 e a peça “Cris” de Antonio Teodoro Grilo foi a vencedora. Em 1972, foi encenada a peça “Sanctus” com direção de Antonio Grilo e apresentada pelo Grupo Alfa. Os principais integrantes foram Gustavo José Lemos, Antonio Grilo, Reinaldo Fonseca, Zininha Negrão, Gilda Parenti, Silas Figueiredo e Arlete Porto. Em 1973, o mesmo grupo montou a peça “Édipo Rei” de Sófocles também com direção de Antônio Grilo. Gilda Parenti interpretou Jocasta, Silas Figueiredo foi Tirésias, Reinaldo Barbosa interpretou Creonte e Gustavo José Lemos, o Édipo. Também em 1973, foi encenada pela primeira vez a “Paixão ao vivo” no adro da Igreja Matriz que continuou a ser apresentada por mais três anos, quando foi interrompida. A inauguração do teatro Rotar y, em 1980, apresentou o Grupo Alfa com a peça “Inspetor Geral”, de Gogol, dirigida por Reinaldo Fonseca. A peça “Pato e Peru”, contando a história dos nossos coronéis e suas intrigas políticas, escrita e dirigida por Antonio Grilo em 1981, alcançou o recorde de público no teatro. O Grupo Alfa continuou produzindo e, em 1983, explode com “Eh Ardeia”, um musical que contou a história da cidade de Passos. “A testemunha de acusação” , de Ágata Christie, e “Os rapazes da Banda”, de Mart Crowley um texto forte e um nu artístico pela primeira vez no teatro, foram apresentações que celebrizaram pessoas ligadas para sempre ao teatro passense. Em 1983, Gustavo José Lemos dirigiu “Viva Hollywood”, um musical que estourou em termos de beleza, público e valorização de novos talentos como Lund Vasconcelos, Olinto Silveira, Gilda e Nivaldo. 71 O Clube Passense de Natação (CPN), até os anos 60, só funcionava com a piscina. Em 1961, o vice-presidente Dr. Breno Soares Maia levantou a necessidade do clube construir uma sede social, pois o Passos Clube estava ficando pequeno para a cidade que crescia a cada ano. Em 1964, iniciou-se a construção com projeto do arquiteto Daude Jabur. As obras foram executadas lentamente, tendo como presidente Dr. José Francisco de Oliveira Filho. Para a inauguração da sede social, em 1972, foi realizado um baile com a orquestra do Maestro Cipó da TV Tupi. Em 1973, para inauguração do salão de festas, foi encenada a peça “Édipo Rei” pelo grupo Alfa de Teatro tendo Gustavo José Lemos como protagonista e alcançando um grande sucesso. Em 1978, o clube trouxe o rei Roberto Carlos e, em 1979, a cantora Clara Nunes. A popularidade do carnaval de rua Nos anos 80, houve uma explosão do carnaval de rua. O prefeito Cóssimo tinha como chefe do Departamento de Educação e Cultura o professor Silas Figueiredo e Maria José Lemos, que gerenciavam muito bem o projeto. Desde 1959, existe a Escola de Samba Passense que é uma escola de raiz e ligada à expressão da cultura popular. Os primeiros integrantes da presidência foram Antonio Francisco, Bichinho, Negrão Alfaiate, Jésus e Tião Quirino. Dr. Breno Soares Maia foi um grande incentivador da escola, sendo inclusive presidente da agremiação. Dona Tiana foi a primeira passista da escola e continuou desfilando, durante muito tempo, na ala das baianas. Beneditão foi outro integrante que levantava a escola com seu comando de bateria. Os temas e os sambas da escola sempre enalteceram a cultura afro. No tempo A escola começou desfilando carnaval do junto com os blocos carde rua na navalescos, ainda na Praça Praça da da Matriz. Matriz, haEm 1981, o carnaval via uma disde rua transferiu-se da puta muito grande enPraça da Matriz para a tre dois carAvenida Arouca. Nesse navalescos: ano, só existiam duas esOrestes e colas: a Passense e a MaEurípedes. landro é o Gato. O s A história da Malandro dois sempre é o Gato inicia-se com Sr. se fantasiaCastilho que veio do Rio de vam para o Janeiro, durante o impulso carnaval de rua e do clube, exibindo fantasias riquíssimas e muito de Furnas. Fixou-se na cielaboradas. Orestes também desfidade e começou a trabalhar lava na escola de D. Tiana como como mestre-de-obras da destaque e havia até torcida orgaconstrução da igreja da Penizada para cada um deles. nha. Como bom carioca, 70 logo se juntou aos sambistas do alto da Penha e fundaram a escola de samba, incentivados pelo professor radialista Helio Negrão, que tinha um programa na Rádio Passos. Na casa do Sr. Sebastião, o Tião Fogueteiro, eram feitas as fantasias para os desfiles sob a orientação de Zilá e de uma turma de integrantes apaixonados como César Tadeu Elias, Sidney, Hilda Leite, Cida, Jairo, Robinho e muitos outros. De 1981 até 1984, a Malandro foi campeã em todos os carnavais. A Unidos de São Francisco nasceu na esquina das ruas Jaime Gomes e Onze de Dezembro, onde a turma das Candeias se reunia. Carlos Roberto Silveira Barbosa - o Tarzan, Roberto Botica, Wal- tinho Bangu, Hudson Pangaré, Geraldão, Cassianinho, Escurinho e outros compraram instrumentos e formaram um bloco carnavalesco. Do bloco para a escola foi um pulo. Adotaram as cores da bandeira do município; o vermelho e preto e o dragão como símbolo. O primeiro desfile da escola foi em 1983 com o enredo que homenageava Adoniran Barbosa e o Trem das Onze. Em 1986, uma ousadia que ficou para a História. A Unidos contratou um sambista carioca e importou uma sambista que desfilou de topless. Foi um assombro! Os dois enredos que marcaram época foram: “AEIOU, Urca” e “Os grandes carnavais do Rio”, com o samba dos irmãos João e Gilberto Abreu: “Me beija, beija-flor”. De 1984 em diante, as escolas de samba canalizaram a disputa pol tica passense. Enquanto a Unidos do S o Francisco era express o do MDB, a Malandro o Gato representava v rias vertentes pol ticas. Por isso, a Avenida Arouca ficava pequena para a luta que se travava nos tr s dias de folia e, principalmente, depois dela, na apura o dos votos. A partir de 1989, essas intensas diverg ncias e a situa o econ mica dif cil do Brasil levou ao esgotamento das duas escolas. Mas, a Escola Passense resiste e continua apresentando-se anualmente sem luxo, mas com muito samba no p e no cora o. O mandato tampão de Os festivais Antônio Pedro Patti Antônio Pedro Patti, farmacêutico e bioquímico, era vereador e foi eleito prefeito de 1970 a 1972, com o vice Murilo de Pádua Andrade, para um mandato reduzido de dois anos para permitir uma regularidade das eleições, ao gosto da ditadura militar. Derrotaram os candidatos da Arena Marcos Joele e Francisco Rogério de Vasconcelos. Concluiu, instalou e transferiu, ainda que precariamente, a sede da Prefeitura Municipal de Passos, para a sede Folha da Manh – Refer ncia no jornalismo O jornal “Folha da Manh ”, que come ou a circular em 16 de janeiro de 1983, foi o primeiro peri dico da cidade confeccionado em off-set com equipamento pr prio. Fundado por Carlos Ant nio Alonso Parreira (jornalista) e Maria das Gra as Lemos Parreira (administra o) – que institu ram a Empresa Jornal stica Santa Marta Ltda. –, o jornal utilizou, desde o in cio, o que havia de mais moderno na ind stria gr fica. Em 1986, com o r pido crescimento, o jornal passou a circular diariamente (de ter a-feira a domingo). Hoje, al m de Passos, a “Folha da Manh ” distribu da em mais de 20 cidades do Sul e do Sudoeste de Minas, possuindo sucursais em algumas delas. Com um parque gr fico ampliado e com profissionais qualificados, a “Folha” uma refer ncia para o jornalismo regional. Todos os dias, o peri dico traz not cias de v rios munic pios da regi o e, gra as a parcerias com ag ncias noticiosas do pa s, cobre os principais fatos nacionais e internacionais. Al m da edi o impressa, a “Folha” disponibiliza tamb m uma edi o on line. Dr. Breno Soares Maia, com a taça Jules Rimet atual. Promoveu uma boa parte de asfaltamento na zona urbana da cidade, expandindo a rede de água e esgoto. Adquiriu o terreno e construiu o prédio do então Ginásio Polivalente, em tempo recorde, canalizando o córrego nas suas imediações. Iniciou os estudos para uma Reforma Administrativa e do Cadastro Municipal de Passos, corrigindo falhas quanto aos impostos cobrados. Construiu o primeiro ginásio rural do estado, na Mumbuca. Os Festivais da Canção de Passos (FECAP), eram promovidos pela Prefeitura e realizados no Passos Clube. O slogan do evento e o troféu com o desenho de um trovador foi idealizado por Dr. Roberto Soares Maia. O apresentador era o professor Wagner Horta. O vencedor do primeiro festival foi João Eudes Piassi com a música “Clarice”. No segundo a música vencedora, “Só o amor constrói” ganhou projeção nacional na voz de Dom e Ravel. Alguns destaques da organização: Nilton Santos de Brito, Antonio Grilo, Dr. Breno Soares Maia, Reinaldo Barbosa Fonseca, Alípio Ferreira Dias, Ezio Joele, Marcio, Sirlene e Maria das Graças Nogueira, Zé da Beca, Cornélia, Maria Jabace, Marisa Andrade, os Irmãos Piassi, Zezé Lemos, Ivani, os irmãos Soares Maia. Algumas músicas não foram premiadas, mas continuam vivas na lembrança das pessoas. Quem não se lembra de: “Nasce tanta gente na cidade do meu ser e eu componho a norma de viver...”. “Mande pelo vento seu recado, pra que ela do meu lado seja nossa até morrer...”. “Moço, eu vim de onde, à tarde o sol se esconde e onde o sabiá se senta pra cantar...”. “Teatral monumental a tal, a gravata se tornou atriz!” “Martinha, Martinha, está na hora de você entrar na linha”. 67 A taça Jules Rimet conquistada pelo futebol brasileiro, no México, foi trazida à Passos, em 1971, por influência de Dr. Hamilton Lemos de Oliveira, para encerrar o I Campeonato Varzeano. Foi recebida na Praça da Matriz onde aglomerou uma multidão para vê-la. O presidente da Federação Brasileira de Futebol, João Havelange acompanhou a visita. À boca pequena, o povo comentava se a taça era a verdadeira ou uma réplica! 1971- Fundada a Associação Passense de Defesa do Folclore ligada ao Curso de Ciências Sociais da Fafipa e que, ainda hoje, existe e ampara, sob a coordenação do professor Eurípedes Gaspar de Almeida, as manifestações folclóricas mais importantes da cidade: as congadas, cavalhadas e moçambiques. 1971- Fundada a Apae de Passos sob a liderança do Lions Clube e de toda a comunidade. O primeiro presidente da instituição foi o médico Dr. José Hernani Silveira. Em 1977, foi desativada depois de 56 anos história a Estação de Estrada de Ferro Mogiana. Uma conseqüência dos anos JK, nos quais a prioridade passou a ser as rodovias para ancorar o sucesso da indústria automotiva internacional instalada definitivamente no Brasil. Em 1978, foi fundada a Rádio Independência, a primeira rádio FM de Passos, que colocou definitivamente a família Piotto na história radiofônica do município. Vivaldo, Ada, Marcelo, Cristina e Ricardo Piotto. Em 1981, no segundo mandato de José Figueiredo foi construída e inaugurada a Rodoviária da Praça do Mercado Municipal. O sonho da construção de uma nova estação rodoviária estava realizado e, também os parques infantis do São Francisco e da Praça Francisco Gomes (esta com ajuda do Rotary Club). Remodelou a Rua da Santa Casa com a retirada do antigo pontilhão e a construção do tobogã. Em 1981, Figueiredo fez uma reforma na Praça da Matriz construindo o Coreto. Por isso, o antigo “pirulito” e placas da época de Dr. Lourenço e Geraldo Maia foram retirados de seus locais originais e fixados no obelisco ao lado do coreto. Elzo Calixto Mattar: “o prefeitão” Elzo Calixto era um comerciante e arenista muito carismático e apelidado de Neném Mattar. Por ter uma grande estatura, quando se candidatou usou o slogan “prefeitão”. Venceu os candidatos do MDB, José Figueiredo e Jairo Roberto da Silva. Uma sublegenda da Arena encabeçada por Antonio Domingos Pereira alavancou os votos do partido que, na época, eram somados dando vitória ao partido e, depois, ao candidato mais votado. Durante seu mandato, de 1972 a 1976, ampliou a rede de escolas rurais, construindo nove escolas e os prédios 68 Em 1975, foi demolida a Igreja Santo Antônio, após vários protestos da imprensa e de pessoas ligadas à preservação da memória da cidade. Mons. Matias aplicou o dinheiro da venda das relíquias como anjos barrocos, entalhes, imagens, púlpitos e confessionários na construção do Santuário da Penha. O Cônego José Timóteo chegou a Passos em 1962 e encontrou a Paróquia do São Benedito em situação muito difícil. Com sua virtuosidade, humildade, inteligência, cultura e elevado espírito de solidariedade, Cônego Timóteo cativou o povo passense. Era um professor muito querido da cadeira de filosofia em vários cursos da FAFIPA. Na sua paróquia, implementou um trabalho de catequese com ajuda das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e um trabalho de atendimento às necessidades dos carentes. Visitava assiduamente os internos da cadeia pública e da ala coletiva da Santa Casa e construiu, com ajuda do povo do São Benedito, o novo templo, a casa paroquial e o centro de catequese. das escolas urbanas São José, Jaime Gomes e Anexo da Penha. Promoveu um recadastramento imobiliário e uma reforma administrativa que deu ares empresariais à máquina pública. Deu continuidade à canalização do córrego São Francisco e ampliou as redes de água, esgoto e energia elétrica. Fez o asfalt a mento da Avenida Comendador Francisco Avelino Maia e iniciou a construção, com apoio do deputado Neif Jabur, do Ginásio de Esportes da Barrinha, que hoje leva seu nome. É também de sua gestão a criação e instalação do Serviço Municipal de Saúde em convênio com INPS e a construção das primeiras casas populares. Promoveu o I Festival de Arte Viva e inaugurou a Biblioteca Municipal. No mandato do “prefeitão”, em 1974, foi eleito, pela primeira vez, o de- putado passense Neif Jabur, que havia sido vereador por três mandatos consecutivos. Neif foi reeleito deputado em 1978, 1982 e 1986. Foi presidente da Assembléia Constituinte Mineira formada em 1988 e um importante embaixador das necessidades da cidade. Em 1990, foi eleito deputado federal. Através de seu trabalho foram financiadas várias obras como, por exemplo, a iluminação do Estádio Starling Soares, a construção dos barracões da Casemg e de oito ambulatórios no município, a sede própria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, a instalação da sede regional do IPSEMG e a criação e instalação do Centro Regional de Saúde. A representação de Passos foi valorizada com a eleição de Joaquim de Melo Freire para deputado federal em 1975, prosseguindo nos mandatos de 1979 e 1983. O passense foi vereador no final dos anos 50 e deputado estadual por três mandatos. Através de seu trabalho foram conseguidos para a cidade muitos empreendimentos como o SESI, Batalhão de Polícia e várias escolas. Passos cresce Em 1975, era criado o Curso Status Vestibular que deu origem ao Colégio Status empreendimento familiar do professor Décio Martins Cançado. Em 14 de maio, foi inaugurado o Hospital Otto Krakauer, um empreendimento apoiado pela Maçonaria. O primeiro presidente foi Marcos Joele. Início dos trabalhos da Loja Maçônica Deus Universo e Virtude que é mantenedora de dois centros de atendimento que engrandecem os passenses: Hospital Otto Krakauer, que atende pessoas com deficiências mentais e Recanto Geriátrico, que ampara pessoas idosas em regime de internato. Em 1980, foi criada a Cooperativa Regional dos Suinocultores de Passos (Coperpassos). Sua primeira diretoria foi composta por Eber Macedo, Expedito Orlandi e Marcio Lemos Soares Maia. Cóssimo Baltazar de Freitas, o prefeito professor O professor Cóssimo Baltazar de Freitas foi eleito vereador em 1969, pelo MDB, vice-prefeito de José Figueiredo em 1977 e prefeito, em 1982, para um mandato ampliado em dois anos por decreto federal. As suas principais obras foram a construção de sete centros comunitários de saúde, término da Reforma do Estádio Starling Soares, construção de 473 casas populares nos bairros mais carentes. Efetuou a compra e implantação do Pronto Socorro São Lucas, onde funcionava o Hospital São Lucas de propriedade do médico Dr. José Lemos de Barros. No local, foi implantado o Centro Regional de Saúde através do Departamento de Saúde e Bem Estar Social, que era chefiado pelo médico Dr. José Hernani Silveira. Lá, também foram instalados o Laboratório de Análises Clínicas e o Pronto-Socorro Municipal. Realizou também um amplo trabalho de alargamento das estradas rurais e trabalhou para transformar as estradas de Fortaleza e de Bom Jesus da Penha em estradas estaduais. Em seu mandato, foi criada a Assistência Social Municipal e construída a Cadeia Pública no Bairro Aclimação, pois a antiga cadeia, na Praça Cel Francisco Gomes, sofreu um incêndio e tinha que ser Uma medida polêmica foi a demolição do prédio da antiga Rodoviária, da Praça do Rosário, por sua originalidade e seu valor histórico patrimonial. Foi construída, no local, a Casa da Cultura abrigando a Biblioteca Municipal e os departamentos de Educação, Esportes e Cultura. A cidade ganhou novos bairros como Vila Rica, Umuarama e Exposição. No Umuarama concentraram-se as residências mais luxuosas com casas ajardinadas, piscinas, suítes e cercadas por grandes muros Por outro lado, houve um avanço do processo de exclusão social ocasionando invasões de áreas públicas ou com pendências judiciais como o Patrimônio e a Rua do Valinhos que passaram e ser uma mostra da realidade brasileira e da crescente concentração de renda. urgentemente transferida. Os deputados Joaquim de Melo Freire e Neif Jabur intermediaram a petição da obra. Tancredo Neves era o governador do estado e teria dito às lideranças passenses quando pediram a verba para a Cadeia pública: “Ficaria mais feliz se vocês tivessem vindo pedir uma escola!” Progresso e negócios Em 1969, a Usina Açucareira de Passos foi adquirida pela Usina Itaiquara de Açúcar e Álcool, originária de Tapiratiba, São Paulo. Foi construída a fábrica de fermento com projeto e tecnologia próprios. Hoje, a Usina produz e vende fermento biológico fresco, açúcar e álcool e oferece uma gama variada de postos de empregos para a cidade de Passos. Através de uma política de boa vizinhança, a Usina já participou de vários projetos sociais na cidade como, por exemplo, a doação de áreas para Prefeitura de Passos para construção dos aterros sanitários e da Estação de Tratamento de Esgoto, criação de um viveiro de mudas em parceria com o curso de Ciências Biológicas da FESP e ainda muitas doações feitas à Santa Casa de Misericórdia de Passos. 69 Também nos anos 80, a APAE de Passos coordenava as Feiras da Bondade, realizadas no Parque de Exposições com noites especiais representando a cultura de outros países, com colônias portuguesa, brasileira, libanesa, italiana e dos fazendeiros. Havia uma verdadeira disputa entre os descendentes das colônias para mostrar um trabalho cada vez melhor e levantar a sede da instituição. A história documentada Em 1984, foi publicado o Álbum de Passos sob a coordenação de Marcio Lemos Soares Maia e do jornal Vale do Rio Grande. O livro apresentou um levantamento das atividades sociais, culturais, econômicas e políticas da cidade de Passos nos anos 80.