A Grande Revolução Burguesa “Três razões fazem ver que o

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A Grande Revolução Burguesa
“Três razões fazem ver que o governo da monarquia hereditária é o
melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si
próprio. A segunda razão é que esse governo se interessa mais na
conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe,
que trabalha para o seu Estado, trabalha para seus filhos, e o amor
que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família,
torna-se-lhe natural. A terceira razão tira-se da dignidade das casas
reais. A inveja que se tem naturalmente daqueles que estão acima
de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes
obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como
superior e à qual não se conhece outra que a possa igualar. O trono
real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os
reis são deuses e participam de alguma maneira da independência
divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; devemos acreditar que
ele vê melhor, e devemos obedecê-lo sem murmurar, pois o
murmúrio é uma disposição para a sedição.”
O Absolutismo francês
Este texto foi retirado da Política
Tirada da Sagrada Escritura, e foi
escrito por Bossuet. Você, caro aluno, já
sabe como os intelectuais iluministas
refutaram estas idéias. Assim, você pode
imaginar como ficou difícil para os reis
absolutistas franceses manter sua
autoridade, se utilizavam argumentação
obsoleta. Para piorar a situação dos reis
franceses, a burguesia, que adotava os
princípios
iluministas,
estava
se
fortalecendo
economicamente
e
questionava abertamente a estrutura
absolutista.
Para que nós possamos fazer um estudo metódico da Revolução
Francesa, vamos conhecer como se estruturou o absolutismo francês e como,
vagarosamente, este absolutismo foi sendo ultrapassado pelo desenvolvimento
do capitalismo burguês.
A centralização de poder na
França, dentro dos moldes absolutistas,
tem suas raízes na Baixa Idade Média:
Filipe Augusto organizou um sistema
tributário e um exército mercenário, no
início do século XIII. Luís IX criou a
moeda nacional. Filipe IV, o “belo”,
impôs a cobrança de impostos à Igreja.
De
qualquer
forma,
a
consolidação do absolutismo deu-se no
século XVI, durante o reinado de
Henrique IV. Ele foi o iniciador da
dinastia de Valois, assumindo o poder
em 1589, durante um período de crise
religiosa, na qual os católicos franceses
perseguiam e matavam os huguenotes
(era assim que os franceses chamavam
os protestantes, na época).
Henrique IV era protestante.
Mas, ao assumir o poder, proferiu uma
frase que ficou famosa: “Paris bem
merece uma missa”. Cinicamente
converteu-se ao catolicismo. Mas não
abandonou os huguenotes: assinando o
Édito de Nantes, deu liberdade de culto
aos protestantes.
O reinado de Henrique IV foi
muito produtivo. Ele gostava de
administrar o seu país e era visto,
freqüentemente, inspecionando as obras
realizadas pelo governo. Por isso,
ganhou o apelido de “Roi au cheval”, o
rei a cavalo.
O reinado de Henrique IV acabou
tragicamente. O monarca foi assassinado
por católicos fanáticos. Seu sucessor,
Luís XIII, reinou pouco, morrendo muito
jovem.
Enquanto Luís XIII, ainda
criança na época em que Henrique IV
morreu, amadurecia, a rainha mãe, Maria
de Médicis, nomeou o cardeal ( da
Companhia de Jesus) Richilieu, como
primeiro-ministro. O governo de
Richilieu contribuiu muito para a
centralização absolutista. Este clérigo
jogou a França em violenta guerra contra
os seus vizinhos, por motivos comerciais
e políticos. Conhecida como a “Guerra
dos 30 Anos”, resulta na vitória francesa
sobre a poderosa família Habsburgo, que
governava a Espanha, Países Baixos e
alguns reinos que mais tarde integrariam
a Itália e Alemanha.
Além da guerra, Richilieu, com
mão de ferro exigiu a submissão da
nobreza e da burguesia ao governo
monárquico.
A morte de Luís XIII ocorre
quando seu sucessor era, ainda, um
menino. Assim, outro cardeal da
Companhia de Jesus torna-se primeiroministro. Mazarino (é como o cardeal se
chamava) consolida a política de
Richilieu e enfrenta, com sucesso, a
revolta das “frondas”, provocada pelos
nobres.
Em 1661 inicia-se o governo
pessoal de Luís XIV, que dura 55 anos.
Este rei, digamos, exuberante, gostava de usar perucas loiras, sapatos de
salto alto e intitulava-se o “Rei-Sol”...
De qualquer forma, Luís XIV
concentrou um impressionante poder
pessoal, não sendo exagero a frase que
ele mesmo criou e que se tornou famosa:
“o Estado sou eu!”.
Luís XIV controlou a nobreza
dando-lhe salários para não fazer nada e
construindo uma cidade, uma corte, onde
as festas, pagas pelo poder público, eram
freqüentes e suntuosas: tratava-se de
Versalhes.
As primeiras décadas do governo
de Luís XIV foram muito boas para a
França. O balanço comercial manteve-se
favorável, sob a administração do
ministro de finanças Colbert, com nítida
expansão do comércio exterior e um
crescimento das manufaturas, que
tornava a França praticamente autosuficiente.
Mas essa situação alterou-se nas
últimas décadas do período de Luís XIV.
Os gastos com a corte de Versalhes
induziam ao déficit financeiro; a
desorganização fiscal, vinculada aos
privilégios de nobres e clero, diminuía a
arrecadação. Para complicar, o velho
Luís XIV decidiu tornar-se o defensor
dos interesses da Igreja Católica,
jogando a França em várias “guerras
inúteis”. Por fim, os comerciantes
huguenotes foram expulsos do país,
provocando uma evasão de riquezas e a
diminuição das atividades econômicas.
O sucessor de Luís XIV, Luís
XV, despreocupou-se da administração,
pensando apenas em se divertir. Seu
governo pode ser resumido com uma
frase do próprio monarca: “Depois de
mim, o dilúvio!”. De fato, o dilúvio
revolucionário ocorreu durante o reinado
de Luís XVI, uma pessoa de capacidades
intelectuais muitíssimo limitadas.
A França às vésperas da Revolução
A Revolução Francesa foi
extraordinariamente importante: marca a
destruição social e política dos últimos
vestígios feudais nos países do ocidente
europeu e a tomada do poder pela
burguesia.
Mas, da mesma forma que um
raio não cai de um céu sem nuvens, uma
revolução não ocorre sem uma larga
acumulação de forças, feita pela classe
revolucionária,
nem
sem
uma
deterioração prolongada do regime
político-econômico que estava no poder.
Por isso, é muito importante estudar a
situação da França, às vésperas da
Revolução.
Durante os séculos XVI, XVII e
XVIII, a burguesia manufatureira se
fortaleceu,
transformando-se
em
burguesia industrial. Este processo, no
entanto, foi refreado por uma série quase
interminável de entraves à expansão
capitalista.
O pior dos entraves era a
existência de uma enorme parcela da
população vivendo em um sistema de
trabalho servil, sem remuneração
pecuniária, impedindo a expansão do
mercado interno francês. Os senhores
feudais ainda tinham direito de
estabelecer alfândegas internas, o que
encarecia os produtos vendidos pela
burguesia em todo o território francês.
As corporações de ofício impediam que
a livre concorrência balizasse o mercado.
As relações sociais também já
estavam ultrapassadas. A sociedade
apresentava-se estamentada, como se os
franceses ainda vivessem em pleno
sistema feudal. Vamos conhecer esta
sociedade
observando
como
se
constituíam os “Estados Gerais”, que
faziam às vezes de um fraco poder
legislativo, assessorando o governo dos
reis absolutistas franceses.
Cada um dos três Estados tinha
direito a um voto, nas decisões de suas
reuniões. O Primeiro Estado era formado
pelo clero. Observe que, embora
represente menos de um por cento da
população, tinha direito a um terço dos
votos dos Estados Gerais. Mas, na época
da Revolução, o voto do clero não
representava a vontade monolítica do
estamento. A verdade é que o clero
achava-se dividido em um alto clero,
rico, isento de impostos e que apoiava a
monarquia absolutista; e um baixo clero,
pobre, que vivia nos vilarejos
camponeses,
compartilhando
os
sofrimentos das massas francesas e que
estava contra o governo.
O segundo estamento era o da
nobreza, que também se achava dividida.
Os nobres de Versalhes, umas quatro mil
pessoas, eram - para dizer o mínimo reacionários. Imagine que, além de não
pagar impostos, estes nobres recebiam
uma ajuda de custo do governo e
usufruíam dos palácios versalhescos sem
pagar qualquer aluguel. Quando a
Revolução Francesa começou, eles
demonstraram
tamanha
alienação
política
que
se
aliaram
aos
revolucionários imaginando que a
derrubada do rei conduziria a França de
volta para o feudalismo!
Havia a nobreza togada. Na
verdade,
eles
eram
burgueses
enriquecidos que conseguiram um título
de nobreza (por compra ou casamento)
para se livrar da cobrança de impostos.
Alguns desses títulos foram conseguidos
através do exercício de algum cargo
público de estrita confiança do rei. A
nobreza togada estava sempre ao lado do
governo absolutista.
Por último, a nobreza provincial,
com um comportamento político
oscilante. A nobreza não chegava a
representar 1,5% da população francesa.
No Terceiro Estado, com um
voto, estavam representados todos os
outros grupos sociais franceses. Eram
liderados pela burguesia, que se
colocava contra o absolutismo.
Lembre-se: O Primeiro Estado (0,5% da população) e o Segundo Estado
(1,5% da população tinham 2/3 dos votos dos Estados Gerais. O Terceiro
Estado, composto por camponeses, operários, burgueses e artesãos (97,5% da
população) tinham apenas 1/3 dos votos!
As quatro jornadas revolucionárias (1789)
Em 1789, a França enfrentava
uma enorme crise econômica. A balança
de pagamentos, deficitária desde a
Guerra dos Sete Anos (1756-1763)
deixou de ser o pior problema: desde o
início da década de 1780, instabilidades
climáticas comprometeram as safras
agrícolas, semeando fome e o caos
econômico. Procurando contornar a
crise, o rei Luís XVI resolveu convocar
os Estados Gerais, para tentar legitimar
as decisões amargas que ele teria que
tomar para enfrentar os problemas.
Acontece que o Terceiro Estado exigiu,
preliminarmente,
que
a
sua
representação numérica fosse duplicada.
Como isso não significava aumento do
poder de voto, o rei concordou com o
pedido. Mas, no início dos trabalhos, os
elementos do Terceiro Estado pediram
que os votos fossem contados por pessoa
e não mais por Estado. A justificativa do
Terceiro Estado para essa aspiração pode
ser encontrada em um panfleto, redigido
pelo
Abade
Sieyès:
“ O plano desse escrito é muito simples. Temos três questões a tratar:
1- O que é o Terceiro Estado? Tudo.
2- Que foi ele até o presente na ordem pública? Nada.
3- Que solicita? Tornar-se alguma coisa.
Que é necessário para que uma nação subsista e prospere?
Trabalhos particulares e funções públicas. Todos os trabalhos
particulares podem-se resumir em quatro classes: os agricultores, os
trabalhadores da indústria, os negociantes, as profissões científicas,
liberais ou de recreio. Tais são os trabalhos que mantêm a sociedade.
Quem os sustenta? O Terceiro Estado.
As funções públicas no Estado atual classificam-se sob quatro
denominações: a Espada, a Toga, a Igreja, a Administração. Será
supérfluo percorrê-las em minúncia, para ver que o Terceiro Estado
forma em toda a parte dezenove vigésimos nessas funções com a
diferença de que é encarregado de tudo o que é verdadeiramente
penoso, de todas as tarefas que a ordem privilegiada recusa
preencher.
Assim o que é o Terceiro Estado? Tudo. Mas um tudo livre e
florescente? Nada pode se desenvolver sem ele, tudo correria
infinitamente melhor sem os outros...
Mas de que lhe serviria participar dos Estados Gerais se o interesse
contrário ao seu aí predominasse? O povo apenas consagraria pela
sua presença a opressão de que ele seria vítima eterna. Assim é bem
certo que ele não pode vir votar nos Estados Gerais se não tiver, ao
menos, uma influência igual a dos privilegiados. E ele reivindica um
número de representantes igual ao das outras ordens juntas. Enfim
essa igualdade de representações se tornaria perfeitamente ilusória,
se cada Câmara tivesse sua voz separada. O Terceiro Estado
reivindica, portanto, , que os votos sejam somados por cabeça e não
por ordem. A verdadeira intenção do Terceiro Estado é ter nos
Estados Gerais uma influência igual à dos privilegiados.”
Obviamente o rei não concordou
com a argumentação do Abade Sieyès.
Luís XVI ordenou o fechamento dos
Estados Gerais.
Unindo-se aos dissidentes do
clero e da nobreza, o Terceiro Estado
decidiu declarar-se em Assembléia
Constituinte. Essa foi a “primeira
jornada revolucionária”. Ocorreu no dia
09 de Julho de 1789 e ficou conhecida
como “O Juramento do Jogo da Pela”.
O rei considerou a atitude da
Assembléia Nacional (como essa facção
dos Estados Gerais passou a ser
chamada) um ato de sedição e, por isso,
decidiu reprimi-la. Aí entra em cena o
povo de Paris: cansado de um governo
corrupto e incapaz, a população arma
barricadas em torno do local onde a
Assembléia se reunia, para defendê-la.
Alguns líderes populares, surgidos
nesses confrontos com a guarda da
monarquia, decidem conseguir armas
para o povo. E estas armas estavam na
fortaleza da Bastilha! Lá estavam,
também, os presos políticos. Armados de
paus e pedras o povo francês faz algo
quase inacreditável, no dia 14 de julho:
conquista a Bastilha, símbolo da força
repressiva da monarquia. Eis a “segunda
jornada revolucionária” que, hoje em
dia, é comemorada como a grande data
nacional francesa, no relato extraído de
um diário de um cidadão ( o nome dele
era Loustalot), escrito no dia 15 de julho
de 1789:
“Esta fortaleza fantástica, que começou a ser construída em 1369, sob
Carlos V, e concluída em 1383, este terrífico colosso que Luis XVI e
Turenne julgavam inexpugnável, acabou finalmente por ser tomada de
assalto em quatro horas por uma indisciplinada milícia sem chefe, por
burgueses inexperientes ajudados, é certo, por alguns soldados da
pátria e mais tarde por um punhado de homens livres! Oh, santa
liberdade, tal é então o teu poder! O bravo granadeiro Harné, que
capturou o governador da Bastilha, recebeu ontem, das mãos da
Assembléia dos cidadãos de Paris e em nome da nação, a coroa
cívica e a ordem real e militar de São Luis (que era usada pelo
governador da Bastilha). A notícia de um tão grande e tão glorioso
acontecimento espalhou a alegria e a esperança em todos os bairros
da cidade.”
Boa parte dos prisioneiros
políticos da Bastilha viviam nos campos.
Assim que se vêem livres, retornam para
seus vilarejos e lá relatam os
acontecimentos da capital. Os servos
sentem, ao escutar as notícias, crescer
dentro de si o ódio milenar que sentiam
pelos nobres aos quais eram obrigados a
prestar obediência. Sem qualquer
palavra de ordem a arrastá-los, sem
qualquer comando organizado, invadem
os castelos e massacram todos os nobres
que encontram pela frente. Esta é a
“terceira jornada revolucionária”, o
“Grande Medo”. Em agosto de 1789,
vários nobres fogem, apavorados, para o
exterior; outros vão para Paris pedir,
desesperados, que os congressistas
façam uma lei que acabe com os
privilégios que a nobreza defendeu
ciosamente durante séculos. Assim, no
dia 26 de agosto de 1789 faz-se a
Declaração dos Direitos do Cidadão. A
população comemora o feito: todos são,
a partir daquele momento, iguais perante
às leis. O movimento revolucionário se
acalma.
Quando sente que a situação
parece sob controle, Luís XVI vai para o
Palácio de Versalhes e, cercado pelos
nobres que o defenderiam, recusa-se a
assinar a Declaração dos Direitos do
Cidadão. Ao saber da atitude do rei, a
população parisiense novamente se une.
Homens e mulheres atravessam a pé os
14 Km que separam Paris de Versalhes;
invadem o palácio real e obrigam o rei a
seguir com eles para Paris. Em Paris, o
rei é obrigado a assinar a Declaração.
Estamos no dia 06 de outubro e esta é a
“quarta jornada revolucionária”: a
“Transferência do Rei para Paris”.
Observe, caro estudante, que as Quatro Jornadas Revolucionárias foram
obra de todo um povo, mas os grandes vitoriosos foram os burgueses!
A Monarquia Constitucional, o Terror e o Diretório (1790-1799)
Antes da Revolução, só
burguesia pagava impostos; com
igualdade de todos perante as leis,
nobres passam a pagá-los também.
a
a
os
A
Constituinte, dominada pela burguesia,
divide o poder com o rei e, em 1790,
com a Constituição Civil do Clero,
obriga a Igreja a também pagar impostos
e prestar obediência ao poder
constituído.
Nesse momento o clero coloca-se
contra a Revolução. Os nobres
emigrados convencem os reis da Prússia
e da Áustria que a revolução burguesa
deveria ser destruída antes de se espalhar
por toda a Europa. Luís XVI decide fugir
de Paris, para se tornar o chefe das
tropas contra-revolucionárias que se
organizavam
fora
das
fronteiras
francesas. Apesar de disfarçado, o rei é
reconhecido quando tentava sair da
França.
Suprema humilhação: o rei é preso e, logo depois, obrigado a jurar a
Constituição.
Alguns líderes políticos, entre os
quais,
Robespierre
e
Saint-Just,
consideram o rei traidor da revolução.
Exigem sua execução e o rei acaba
guilhotinado. Começa a República.
A República é dirigida pela
Convenção. Quase equivalente aos
Congressos, nos países republicanos
atuais, é no recinto da Convenção que se
reúnem e se enfrentam os principais
grupos políticos da França. O Partido
Girondino representava os interesses da
alta burguesia. O Partido Jacobino era
formado por intelectuais, quase todos
partidários ardentes das idéias do
filósofo
iluminista
Rousseau
e
defensores militantes do proletariado
urbano. Os jacobinos eram chamados,
também, de “montanheses”. Havia, por
último, um partido formado por
oportunistas da alta burguesia que
evitava se pronunciar claramente a
respeito de qualquer questão política.
Por isso, e por se sentarem na parte
baixa e central do recinto da Convenção,
acabaram por receber o apelido, bastante
sugestivo, de “Partido do Pântano”...
A Convenção é obrigada a
enfrentar problemas terríveis. Uma
coligação
de
países
absolutistas
(chamada de coligação anti-francesa)
organiza um exército e invade a França.
Os
padres
contrários
ao
movimento revolucionário conseguem
sublevar os camponeses de uma das mais
atrasadas regiões francesas: Vendéia.
Nesse momento os girondinos
cometem um imperdoável erro político:
insensíveis aos problemas enfrentados
pelos franceses, o partido decide aprovar
uma lei liberando os preços dos cereais.
Os “sans-culottes” (proletários de Paris)
cercam o prédio da Convenção,
dispostos a matar todos os que lá se
encontrassem. Maximiliano Robespierre,
líder jacobino, aproveita-se da situação
para, com o apoio dos “sans-culottes”,
tomar
o
poder.
Inicia-se o Período do Terror. Os girondinos são presos. Vários são mortos!
O governo Jacobino inicia-se sob
o domínio de um Comitê de Salvação
Pública, dirigido por Robespierre. Com
o apoio decidido da população, os
jacobinos derrotam a coligação antifrancesa e os camponeses reacionários
de Vendéia. A escravidão é abolida nas
colônias francesas; é estabelecido o
ensino público e gratuito; inicia-se uma
reforma agrária; tabelam-se os preços; a
revolução torna-se popular.
Os girondinos foram derrubados
porque fracassaram; os jacobinos terão
problemas porque venceram. A ala
esquerda do Partido Jacobino, após a
derrota dos principais inimigos da
Revolução
Francesa,
exige
a
radicalização política, com o objetivo de
tornar a França socialista. Robespierre,
sabedor da necessidade de manutenção
do apoio burguês à revolução, acaba
sendo obrigado a se opor à ala esquerda
do Partido Jacobino, levando-a à
guilhotina.
A ala direita, os “indulgentes”,
dirigida por Danton, vendo que os “sansculottes” se afastam de Robespierre,
tenta fazer com que alguns dos aspectos
mais radicais do governo do terror sejam
abandonados. Robespierre, que ainda
sonha com a volta do apoio dos cidadãos
pobres ao seu governo, manda
guilhotinar Danton. A facção de
Robespierre e Saint-Just vence, mas está
enfraquecida.
O “Pântano” aproveita-se do
enfraquecimento de Robespierre e dá o
golpe. Em 28 de julho de 1794,
Robespierre é guilhotinado. A revolução
devora os seus próprios filhos.
A alta burguesia retoma o poder
com o golpe de “9 Termidor”. A
Convenção Nacional se auto-dissolve e o
poder passa para um Diretório de cinco
membros.
Ocorrem ainda alguns levantes:
em 1795, os partidários do absolutismo
tentam retomar o poder em uma Revolta
Ultra-Realista. Mas foram derrotados
por um jovem general: Napoleão
Bonaparte. Em 1796, a Sociedade dos
Iguais, grupo socialista dirigido por
Graco Babeuf, tenta implantar a ditadura
dos humildes. Babeuf é guilhotinado
mas, como diz o poeta, “você pode
cortar a flor, que o perfume continua
boiando no ar”: as idéias de Babeuf vão
influenciar a criação do Partido
Comunista, de Karl Marx, em 1848.
O Golpe de 18 Brumário (1799)
Os problemas da burguesia não
terminam com a retomada do poder. A
inflação parece escapar a qualquer tipo
de controle; as rebeliões instabilizam o
panorama político. Uma segunda
coligação anti-francesa, formada por
países absolutistas, tenta destruir o
governo do Diretório. Os líderes do
Diretório
deixam-se
tentar
pelo
enriquecimento fácil, filho dos subornos.
A burguesia diante dessa situação decide abandonar o slogan “liberdade,
igualdade, fraternidade”, dos tempos heróicos do início da revolução, para
abraçar um outro bem mais prosaico, porém muito mais prático: “artilharia,
infantaria, cavalaria”!
Os empresários e banqueiros
procuravam um braço forte para manter
o governo burguês. Esse braço é o de
Napoleão Bonaparte. Ele chega ao
poder, com apoio decidido da burguesia,
no “golpe de 18 brumário”, em
novembro de 1799.
Documento da época
Rétif de la Bretonne foi
testemunha ocular da Revolução
Francesa. Ele não viu, certamente, tudo;
porém tem o mérito de contar somente o
que viu. Muitas vezes as coisas vistas
valem mais do que a análise posterior de
um especialista. Rétif era um escritor
libertino, autor de vários trabalhos em
que revela o mundo das prostitutas, dos
bordéis, dos jogadores, dos assassinos,
enfim, o submundo da Paris prérevolucionária.
É sobre este personagem
contraditório, que conseguiu exprimir o
inconsciente coletivo, que o ensaísta e
escritor brasileiro Sérgio Paulo Rouanet,
no livro O Expectado Noturno - A
Revolução Francesa através de Rétif de
la Bretonne, procura lançar luzes.
Rétif não é somente o burguês e o camponês, ele é também o povo
urbano. Talvez seja essa uma das suas originalidades mais fortes,
numa época em que os escritores retratavam sobretudo personagens
nobres ou da alta burguesia.
Seu mundo é o da plebe, que ele foi o primeiro a descrever. É o
mundo das peixeiras, das costureiras, das lavadeiras, das prostitutas,
dos bêbados, dos jogadores, dos assassinos. É o mundo dos
pregões de rua, dos vendedores ambulantes, dos vagabundos, dos
pequenos ofícios e das grandes misérias.
Rétif toma partido desse povo humilhado, contra os ricos e influentes.
O burguês sai de cena, com suas imprecações contra a ralé, e
aparece um outro Rétif, que não vê mais a “vil canalha”, mas
somente as massas ofendidas.
“Uma coisa que impressiona imediatamente em Paris é a gradação
de todas as hierarquias. Que espetáculo para o filósofo o dessa
multidão de indivíduos que se tocam, um se contentando com um dia
de prazer sobre sete, e outro se divertindo todos os dias e noites,
que ainda acha curtos demais! O operário suporta todos os dias e
noites os mais duros trabalhos, dos quais sabe que só poderá se
libertar pela morte, na esperança de ir no domingo ao cabaré para
beber um vinho detestável e comer um guisado de cavalo, com o
grosseiro e pouco atraente objeto do seu amor.” E ainda: “Quem é
vil? O trabalhador, o pedreiro, o carpinteiro, o alfaiate, o sapateiro?
Quem é vil? Eu sei: aquele que os acha vis”.
É o Rétif-povo que dirige essas palavras ameaçadoras aos ricos, três
anos antes da Revolução: “Ricos, não sejam nem duros nem
insolentes, ou apressarão uma revolução desastrosa para todos. Os
senhores não têm um direito exclusivo às suas imensas
propriedades. A insolência dos senhores, o seu luxo, o abuso
criminoso de suas riquezas, os crimes que elas lhes facilitam, tudo
isso se tornou insuportável, e eu vejo no tempo que avança, com a
foice na mão, para cortar, dolorosamente para os senhores, os
abusos pela raíz!”
Essa nova faceta de Rétif é uma nova e importante faceta da
Revolução Francesa: a revolução popular. Não o povo como
abstração jurídica, mas o povo em sua realidade concreta. É o povo
das mulheres dos Halles, as peixeiras que foram buscar em
Versalhes, num outono chuvoso, o “boulanger, la boulangère et le
petit mitron” (nota: essa é a maneira pejorativa pela qual foi
designada a família real francesa, às vésperas da Revolução.),
sentadas indecentemente nos canhões, expondo seus encantos
secretos e os oferecendo “aos que melhor soubessem cumprir com o
seu dever”. É o povo dos sans-culottes, que souberam impor sua
vontade aos advogados da Constituinte, da Legislativa e da
Convenção, sempre que a Revolução ameaçava retroceder e sair
dos trilhos: no ataque às Tulherias, nos massacres de setembro, na
expulsão dos girondinos.
Esse povo nunca leu Adam Smith e não considera uma heresia o
tabelamento dos preços. Ele tem fome e exige um salário adequado,
mesmo que essa elevação do “preço do trabalho” comprometa a
capacidade do país de concorrer internacionalmente. Não encara a
propriedade como sacrossanta, porque nunca foi proprietário e se
sente oprimido pelos proprietários. Massacra seus inimigos porque
ele próprio será massacrado se os exércitos prussianos entrarem em
Paris. Esse povo é democrático, mas não é liberal: ele se vê como a
fonte de todo o poder, mas o poder que ele imagina não é regido
pela liberdade de consciência e pelo habeas-corpus, e sim por leis
vigilantes, implacáveis, capazes de desmascarar os espiões e punir
os traidores.
Esse é o povo que fez a Revolução, e é nele que se enraíza o
pensamento de Rétif como proletário. É um Rétif que não fala mais
em nome da ciência econômica, mas dos direitos da maioria - essa
maioria cujo nome é povo, que pode tudo, inclusive o crime e a
injustiça, e que precisa ser obedecida, sob pena de morte. É uma
maioria que tem todos os direitos, inclusive o da insurreição, e por
isso Rétif aprova o ataque às Tulherias e o morticínio nas prisões.
Em suma, o Rétif sans-culotte exprime em grande medida a
dimensão popular da Revolução Francesa - seu ódio aos ricos, seu
desprezo pela propriedade, suas fantasias igualitárias, a violência e o
Terror, a ausência de liberdade e a aceitação do massacre. Exprime,
igualmente, a grande generosidade social da Revolução, seu impulso
fraterno, sua vontade de eliminar a exploração econômica e de
reprimir a insolência dos opulentos.
É verdade que o sonho socialista de Rétif não foi realizado pela
Revolução. Mas ele se identifica com ela é porque constitui um
passo, mesmo formal, na concretização da igualdade.
Cronologia
1453
1572
1589-1610
1598
1624- 1642
1635
1643- 1715
1652
1661- 1715
1685
1715- 1774
1720
1774- 1793
1789
1790
1791
1792
1793
1793
1793
1794
1794 - 1799
1799
- Fim da Guerra dos Cem Anos.
- Noite de São Bartolomeu.
- Governo de Henrique IV.
- Édito de Nantes.
- Ministro Cardeal Richilieu.
- Ingresso da França na Guerra dos 30 Anos (1618-1648).
- Governo de Luís XIV.
- Repressão à Revolta das Frondas.
- Governo pessoal de Luís XIV, o “rei-sol”.
- Revogação do Édito de Nantes.
- Governo de Luís XV.
- Falência do Estado francês.
- Governo de Luís XVI.
- Revolta do Terceiro Estado e Tomada da Bastilha.
- Confisco dos bens do clero.
- Monarquia Constitucional; prisão do rei Luís XVI.
- Invasão da França pela Áustria e Prússia.
- Início da Convenção dominada pelos jacobinos.
- Morte de Luís XVI; República.
- Terror contra os inimigos da Revolução.
- Deposição de Robespierre.
- Regime do Diretório.
- Golpe do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte.
Você aprendeu:
Ao estudar o Absolutismo francês:
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Que o absolutismo francês tem suas raízes na Baixa Idade Média e se consolidou
durante o reinado de Henrique IV, no século XVI;
Cardeal Richilieu fortaleceu politicamente a França, ao intervir vitoriosamente na
Guerra dos 30 Anos;
Cardeal Mazarino derrota os nobres, na Revolta das Frondas;
Luís XIV, o rei-sol, governa a França, de maneira pessoal, por 55 anos;
Luís XV despreocupa-se com a administração, aprofundando a crise francesa.
Ao estudar a França às vésperas da Revolução:
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Que a Revolução Francesa marca a destruição social e política dos vestígios feudais
e a tomada do poder pela burguesia;
Primeiro Estado estava dividido em um Clero Alto e rico, e um Baixo Clero
comprometido com os interesses populares;
Segundo Estado compunha-se de uma nobreza provincial, nobreza de toga e nobreza
da corte;
Terceiro Estado representava 97,5% da população, pagava os impostos, trabalhava
arduamente e detinha apenas 1/3 dos votos dos Estados Gerais.
Ao estudar as quatro jornadas revolucionárias:
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Que a primeira jornada revolucionária marca o surgimento da Assembléia
Constituinte;
A segunda jornada revolucionária foi a invasão do principal reduto repressivo do
absolutismo. Ficou conhecida como a Tomada da Bastilha;
A terceira jornada revolucionária ficou conhecida como o “Grande Medo” e
implicou na criação da Declaração dos Direitos do Cidadão;
A quarta jornada revolucionária foi a transferência do rei para Paris.
Ao estudar a Monarquia Constitucional, o Terror e o Diretório:
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Que o período da Monarquia Constitucional é marcado pela divisão do poder entre o
rei e a burguesia e pelo constante perigo do triunfo da contra-revolução;
No início do período republicano há uma intensa luta política entre os partidos
Girondino, Jacobino e do Pântano;
No Período do Terror temos a radicalização política dirigida pelos representantes do
Partido Jacobino;
Diretório é marcado pelo retorno dos burgueses conservadores ao poder.
Ao estudar o Golpe de 18 Brumário:

Que a burguesia, cansada da instabilidade política, entrega o poder a um ditador, em
troca de tranqüilidade para seus negócios. O ditador será Napoleão Bonaparte.
Exercícios para classe:
1- Qual monarca era conhecido pelo apelido de “rei-sol”?
a- Pelé;
b- Luís XIV;
c- Luís XXIV;
d- Filipe, o “belo”;
e- Ricardinho, “cai não cai”.
2- “Não existe alguma forma de governo nem algum estabelecimento humano que não
tenha os seus inconvenientes, de modo que devemos permanecer no estado ao qual o
povo está acostumado há muito tempo. É por isso que Deus toma sob sua proteção
todos os governos legítimos, qualquer que seja a forma em que estão estabelecidos:
quem tentar derrubá-los não é apenas um inimigo público, mas também um inimigo de
Deus.” (Discours sur la Histoire Universelle)
Este texto associa-se a:
a- Richilieu;
b- Colbert;
c- Bossuet;
d- Santo Agostinho;
e- N. Maquiavel.
3- Qual a importância de Richilieu para o absolutismo francês?
4- ( UNIFIC-RS) A expressão “O Estado sou eu”, atribuída a Luís XIV, está relacionada
com o seguinte conceito:
a- grupo de autoridades governamentais possuidoras de certas características de
excessiva formalidade, uso de verbosidade e jargão como base de comunicação,
inflexibilidade de procedimento e insistência a respeito dos poderes de seu cargo;
b- as funções políticas necessárias à sociedade devem ser exercidas por federações
sindicais independentes, em bases regionais, nacionais e internacionais;
c- forma de governo em que os membros de uma sociedade agem como autoridade na
elaboração política ou são representados por um pequeno número de pessoas que
realizam essa elaboração em nome deles;
d- crença - diretamente oposta ao individualismo - de que a sociedade deve ser
organizada na base de controle coletivo da produção econômica e das decisões políticas;
e- forma de governo em que os governantes assumem o poder total em virtude de
atributos pessoais, da autoridade ou da natureza das leis, que interpretam ou aplicam.
5- Do ponto de vista de percentual da população, compare os três estados que formavam
os Estados Gerais.
6- (FGV) No período antecedente à Revolução Francesa, uma das classes sociais era o
clero que se apresentava:
a- como uma classe homogeneamente comprometida com os privilégios da monarquia
absoluta;
b- como uma classe homogeneamente em oposição à monarquia absoluta, em nome dos
direitos humanos;
c- dividido em um clero alto e rico, comprometido com a monarquia absoluta, e um
baixo clero pobre;
d- cindido em um segmento alto, de oposição ao governo absoluto e um segmento
baixo, que o apoiava;
e- dividido em relação ao poder absoluto, mas à margem dos privilégios do antigo
regime.
7- Mostre a situação da sociedade francesa na segunda metade do século XVIII.
8- (FUVEST) Os conflitos internos da Assembléia dos Estados Gerais, convocada por
Luís XVI da França, terminou por levar o Terceiro Estado a se constituir em
Assembléia Nacional. Aqueles conflitos relacionavam-se:
a- com a votação da abolição dos privilégios da nobreza, e do clero, à qual se opunham
os Primeiro e Segundo Estados;
b- com a violência com que a nobreza defendia a realeza; contrária, portanto, aos
interesses da burguesia francesa, que propunha a proclamação da República;
c- com a questão do voto, uma vez que o Terceiro Estado defendia o voto individual
enquanto que os demais estados defendiam o voto por classe;
d- com a demissão do ministro Necker por Luís XVI, numa decisão arbitrária e contra o
voto da Assembléia;
e- com a luta pelo controle da Comissão de Salvação Pública travada entre os Partidos
da Gironda e da Montanha.
9- Quais foram as “quatro jornadas revolucionárias”, de 1789?
10- As ‘quatro jornadas revolucionárias” foram obra de todo um povo, mas de que
classe social eram os grandes vitoriosos desse período?
11- Quais eram os partidos políticos que participavam da Convenção Nacional, que
dirigiu a França entre 1792 e 1795?
12- (FGV) Sobre os girondinos e jacobinos que se constituíram nas mais importantes
correntes de opinião radical na Convenção Nacional que dirigiu a França no período
1792-1795, pode-se afirmar que:
a- os girondinos foram um dos primeiros grupos a defender idéias socialistas;
b- os jacobinos eram discípulos ardentes de Rousseau e defensores militantes do
proletariado urbano;
c- os girondinos embora não seguissem as idéias de Rousseau eram ardorosos
defensores dos camponeses franceses;
d- os jacobinos tiveram como simpatizantes John Locke e Bossuet;
e- os girondinos tiveram como simpatizantes Jacques Bossuet e Jean Bodin.
13- Explique a posição dos partidos políticos no início da República.
14- (SÃO LEOPOLDO) Com a morte de Robespierre, iniciou-se a fase denominada
reação termidoriana, que assinala:
a- a ascensão de Napoleão pelo golpe de 18 Brumário;
b- o início do terror;
c- o fim da convenção;
d- a formação da primeira coligação contra a França;
e- a volta da burguesia ao poder.
15- Caracterize o governo do Diretório.
16- (FGV) Na França, a grave crise financeira aliada ao crescente desprestígio do
Diretório e à revolta generalizada com a corrupção dos funcionários públicos foram
alguns dos fatores que determinaram em 1799:
a- a conspiração de tendência comunista de Graccus Babeuf;
b- o golpe de estado de Napoleão Bonaparte em 18 Brumário (9 de novembro);
c- a restauração do governo dos Bourbon;
d- o fortalecimento do poder da Convenção Nacional a partir do mês de ventoso
(fevereiro/março);
e- o golpe de estado de Robespierre, em 18 Frutidor (4 de setembro).
Respostas dos exercícios para classe:
1- b.
2- c.
3- Ao jogar a França na Guerra dos 30 Anos, Richilieu fortalece econômica e
politicamente a França. Além disso, o cardeal exige a submissão da nobreza e da
burguesia ao governo monárquico.
4- e.
5- O terceiro estado era muito mais numeroso, possuindo mais de 97% da população,
enquanto os demais estados, somados, não chegavam a 3% do total.
6- c.
7- Era constituída por três ordens sociais: o Primeiro Estado (clero) e o Segundo Estado
(nobreza) que perfaziam menos de 5% da população e detinham todos os privilégios,
inclusive isenção completa de impostos, e o Terceiro Estado (povo em geral), de
composição bastante diversificada, sobre cujos membros recaíam todos os tipos de
taxação.
8- c.
9- Foram: o “juramento do jogo da pela”; a “tomada da bastilha”; o “grande medo” e a
“transferência do rei para Paris”.
10- Burguesia.
11- Partido Girondino; Partido Jacobino e o Pântano.
12- b.
13- O Partido Girondino (direita), representando a alta e média burguesia, assumiu
posições conservadoras, procurando garantir suas propriedades e liberdade econômica.
O Partido Jacobino (esquerda), representando a pequena burguesia e as camadas
populares, caracterizou-se pela defesa de amplas reformas no país. O Pântano (centro)
era politicamente indefinido, apoiando ora girondinos, ora jacobinos..
14- e.
15- Após uma tentativa de golpe dos monarquistas(1795), instalou-se o governo do
Diretório, marcado por desmandos políticos, erros na administração econômica e
escancarada corrupção. Como o caos ameaçava destruir a sociedade francesa, uma
parcela da burguesia decidiu articular um golpe para implantar uma ditadura política.
Esse golpe foi desfechado, colocando Napoleão Bonaparte no poder.
16- b.
Exercícios para casa:
1- (FUVEST) “O Estado sou eu”. Esta frase do rei francês Luís XIV indicava uma
particular organização do Estado Moderno. Qual era esta particular organização? Dê
duas de suas características.
2-(CESGRANRIO)A Revolução Francesa, marco histórico e cronológico da
contemporaneidade ocidental, apresentou em seu processo várias fases que:
Irepresentaram a falta, no seu momento inicial, de um projeto que pudesse
acentuar os caminhos que deveriam ser seguidos para implantação de uma sociedade
liberal.
IIdemonstraram como a oposição ao Antigo Regime não se resumia aos setores
burgueses, mas que também havia insatisfação entre os nobres, o clero e os camponeses.
IIIacentuaram as dificuldades econômicas vividas por uma sociedade que
apresentava um crescimento industrial que, desde 1780, já havia superado a produção
agrícola.
IVidentificaram as diferenças entre as ideologias feudal e liberal, além de
refletirem a supremacia dos interesses camponeses, especialmente durante o período
jacobino.
Assinale a opção que apresenta as afirmativas corretas:
a- somente I e II;
b- somente I e III;
c- somente I e IV;
d- somente II e III;
e- somente III e IV.
3- (PUC-MG) Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar que:
a- o Diretório se ligara ao interesse da burguesia, substituindo a República Jacobina,
porém seu caráter frágil e a anarquia possibilitaram a ascensão de Napoleão;
b- os homens da revolução defenderam o conceito do “ancien régime”, entendendo que
seria este o caminho para a liberalização da sociedade;
c- suas raízes datam da ação da sociedade contra o Estado onde o povo, sob inspiração
marxista, precipita-se contra os privilégios e muda as dimensões dos acontecimentos;
d- seu fundamento teórico se calcara no ideário liberal de defesa da preservação do
direito de propriedade e das prerrogativas oriundas do nascimento;
e- distingue-se pela existência de várias fases, destacando-se o período da Convenção,
sob a liderança de Robespierre, como fundamental para a consolidação do poder e
interesses da alta burguesia.
4- (PUC-MG) A Revolução Francesa de 1789 foi uma revolução burguesa ou uma
revolução popular? Justifique.
5- Trace um painel da economia francesa às vésperas da revolução.
6- Dê as principais características da Constituição de 1791.
7- Comente as principais medidas do governo jacobino e aponte o significado do Terror.
8- Qual foi o objetivo do Pântano ao desfechar o golpe do 9 Termidor?
9- Qual o significado do golpe do 18 Brumário de Napoleão Bonaparte?
10- (FEI/MAUÁ-SP) Explique por que a classe social burguesa, que durante a
Revolução Francesa pôs fim à monarquia absoluta - chegando, inclusive, a executar um
monarca, Luís XVI - acabou por fim apoiando um outro regime político centralizado, o
Império de Napoleão.
11- (UNESP) A Revolução Francesa é um fenômeno histórico muito complexo. Os
historiadores não foram capazes de uma apreciação serena dos bons e maus frutos
oriundos, tal a violência das paixões políticas, econômicas, sociais e religiosas que
desencadeou na Europa do século XIX. Ela inicia o século dos movimentos
revolucionários que atingem a quase totalidade dos países europeus e do Novo Mundo.
Essas revoluções constituem o triunfo das democracias européias e americanas. Os
significados político, social, econômico e cultural da Revolução Francesa são marcados
pelas afirmativas a seguir, exceto:
a- foi no período revolucionário denominado Diretório que foram executados o rei e a
rainha e instaurada na França uma ditadura policial que esteve à frente de toda a época
conhecida por Terror;
b- a Revolução Francesa foi, antes de mais nada, um movimento político;
c- o principal dos aspectos sociais foi o estabelecimento legal da “igualdade”, acabando
com os privilégios de classe, ou corporativos, fundamentados principalmente nas
diferenças de nascimento;
d- o ano de 1789, início da Revolução Francesa, abriu caminho ao liberalismo
econômico;
e- foi durante a Convenção Nacional que se fez a grande obra cultural da Revolução,
continuada depois no Império.
12- (UFCE) Assinale a afirmação correta sobre a Revolução Francesa:
a- os girondinos formavam um grupo conservador moderado, partidário de mudanças
graduais;
b- os jacobinos representavam o movimento conservador, inimigo de reformas radicais
e imediatas;
c- Babeuf liderou um movimento popular pela restauração da monarquia;
d- o governo do Diretório teve predominância popular e linha radical;
e- os revolucionários substituíram o culto católico pelo culto dos deuses da Comuna de
Paris.
13- (PUC-MG) “Ao terrorismo do censo sobre as idéias sucede o terrorismo do poder
sobre as pessoas e sobre as coisas”( François Furet; Pensando a Revolução Francesa).
A Reação Termidoriana foi liderada:
a- pelos líderes jacobinos da ala liberal;
b- pela aristocracia agrária que apoiava Luís XVI;
c- pelos líderes do Diretório que apoiavam Bonaparte;
d- pelos líderes montanheses da ala radical;
e- pela burguesia abastada e conservadora.
14- (FUVEST) A Revolução Francesa representou a vitória de uma burguesia em
ascensão econômica e social. Quais os principais pontos que caracterizam essa vitória?
15- (FUVEST) No decurso da Revolução Francesa, destacaram-se várias facções ou
agrupamentos políticos conhecidos por denominações específicas. Esclareça os
interesses defendidos pelos Girondinos e pelos Jacobinos e indique qual desses, no
recinto do plenário da assembléia, sentava na ala esquerda.
16- A expressão “sans-culottes” é, muitas vezes, utilizada de maneira equivocada.
Confunde-se o “sans-culotte” com os desempregados, marginais e indifentes. No
entanto esse grupo, essencialmente urbano, é formado, sobretudo, por um proletariado
em gestação. Para saber quem são os “sans-culottes”, vamos nos utilizar de um texto de
Michel Péronnet:
Quem são os “sans-culottes”?
Esse termo é empregado, durante o período revolucionário,
sobretudo a partir de 1792, para designar as massas populares
urbanas, mais especificamente as dos subúrbios do Leste de Paris: o
de Saint-Antoine, na margem direita, e o de Saint-Marcel, na margem
esquerda do Sena.
Politicamente, os “sans-culottes” formam a armadura das seções
parisienses e dos comites revolucionários, aos quais a organização
do Terror atribui um papel importante. Eles formam a massa de
manobra das grandes jornadas parisienses de 10 de agosto de 1792,
e de 2 de julho e 5 de setembro de 1793. Eles se engajam nos
exércitos revolucionários.
Socialmente, os “sans-culottes” representam citadinos que vivem do
seu trabalho, seja como artesãos, seja como profissionais de ofício;
alguns, depois de uma vida laboriosa, tornam-se pequenos
proprietários na cidade, e usufruem as rendas de um imóvel.
Portanto, os “sans-culottes” não devem ser confundidos com o
indigente que eles querem socorrer. Este grupo de pequenos
proprietários pensa que a difusão da propriedade permitirá a
instauração da felicidade, graças à igualdade: “Um dia virá em que o
nível da lei regulamentará as fortunas; não deverá ser permitido que
um cidadão possua mais do que uma quantidade de arpents de terra”
declara um dos oradores “sans-culottes”, Sylvaim Maréchal.
Consumidores urbanos, os “sans-culottes” são sensíveis às
dificuldades de abastecimento, às crises de víveres. Eles exigem o
tabelamento dos gêneros. “É preciso fixar invariavelmente os preços
dos gêneros de primeira necessidade, os salários do trabalho, os
lucros da empresa e os ganhos do comércio”, pede a seção do
Jardin des Plantes (2 de setembro de 1793). O programa econômico
dos “sans-culottes” permanece vago e surge como uma aspiração à
igualdade entre os pequenos proprietários independentes, possuindo
meios de satisfazer às suas necessidades - “Que o máximo das
fortunas será fixado, que o mesmo indivíduo só poderá possuir um
máximo, que ninguém possa manter para alugar mais terra do que é
necessário para uma quantidade de charrua (charrua= espécie de
arado) determinada. Que o mesmo cidadão só possa ter um
estabelecimento comercial ou uma oficina...”. Este amor pela
igualdade liga-se à república e à virtude.
Os “sans-culottes” se reconhecem exatamente pela prática das
virtudes republicanas e da igualdade: dirigem-se aos outros
chamando-os de cidadãos e cidadãs. Sua aparência é popular: usam
calça, vestimenta de trabalho, e não calção, roupa de ostentação do
aristocrata, uma camisa, uma jaqueta curta, a carmanhola; usam o
barrete frígio, símbolo antigo da escravidão libertada, marcado pela
insígnia nacional; usam permanentemente o sabre e o pique, porque
só o homem armado pode defender a revolução “contra os
aristocratas, os realistas, os moderados, os intriguistas... todos esses
celerados.” O “sans-culotte” é bom pai, bom marido, homem virtuoso
que ama sua família: ele contrapõe a virtude revolucionária à
depravação dos aristocratas. Pouco a pouco se forja, na prática
política cotidiana de uma assembléia próxima do domicílio dos
participantes, uma doutrina política. O ponto de partida é o princípio
da soberania popular, exprimindo-se na assembléia dos cidadãos
prontos para combater. O poder soberano da assembléia se exerce
diretamente, e se é preciso delegar, isso só pode ocorrer por um
mandato preciso, a curto prazo e renovável. Os debates são públicos
como os votos, porque a expressão da vontade soberana deve fazerse por unanimidade, na igualdade e na fraternidade. É dever de cada
cidadãodenunciar às seções os suspeitos e os inimigos da nação,
“para salvaguardar a liberdade”. O homem armado pode levantar-se
para salvar a república, daí o pedido de direito de insurreição e seu
reconhecimento oficial na Declaração de Direitos do ano I.
Os “sans-culottes” parisienses se organizam, no verão de 1792, para
preparar a queda do rei e a defesa da pátria, atacada por uma
coalisão de reis. “Até quando suportarão que a realeza, a ambição, o
egoísmo, a intriga e a avareza coalizados com o fanatismo
entreguem nossas fronteiras à tirania e espalhem por todo lado a
devastação e a morte?”
Agora que você leu o texto, responda: É possível estabelecer uma síntese do
pensamento “sans-culotte”? Justifique seu ponto de vista com elementos retirados do
próprio texto.
17- O trecho seguinte foi retirado do livro de Modesto Florenzano, intitulado As
Revoluções Burguesas. Nele encontramos uma brilhante síntese das causas da
Revolução Francesa:
“Na véspera da Revolução, tanto a aristocracia quanto a nobreza em
geral apresentavam as seguintes características e tendências
comuns: haviam se transformado praticamente em castas fechadas,
todas hereditárias e ciosas de suas origens e condição; estavam
proibidas de qualquer prática mercantil ou industrial, sob pena de se
desclassificarem ( isto é, de perderem a condição nobre e os
privilégios a ela vinculados); eram, portanto, todas feudais, pois
viviam de rendas provenientes das terras (direitos feudais e
senhoriais). De modo que, ao longo do século XVIII, a nobreza em
geral e a aristocracia em particular haviam conseguido monopolizar
para si todo o aparelho do Estado, da Igreja e do Exército.
O aristocrata estava satisfeito com a sua condição, o burguês queria
ascender. O verdadeiro gentleman parecia possuir por virtude inata
aquilo que o burguês somente podia obter mediante grande fadiga:
instrução, posição social, prestígio, um bom casamento, uma
carreira, o tom justo na conversação e o senso de humor no salão.
Na raiz da atitude do burguês para com o aristocrata havia uma
mistura de inveja e desprezo, uma espécie de consciência moralista
de classe que contrapunha as sólidas qualidades do caráter ao ócio
e à superficialidade de quem era socialmente superior.
Ora, na França, a incapacidade da monarquia absolutista em realizar
as reformas que a burguesia exigia, cada vez com mais
determinação, foi fatal à sua sobrevivência. Os comerciantes e
manufatureiros burgueses cujos interesses estavam ligados à
liberdade de comércio e de produção, ao verificarem que a adoção
do liberalismo econômico se tornava impossível, começaram a se
voltar contra a monarquia absolutista.
O descontentamento também era grande no seio das classes mais
numerosas do Terceiro Estado, sobretudo entre os camponeses,
sobre cujos ombros recaía todo o peso da brutal exploração da
nobreza, do clero e do Estado. entretanto, ao contrário do que
acontecia com a burguesia, a insatisfação dos camponeses e do
proletariado urbano, por razões óbvias (decorrentes de sua pobreza,
exploração, ignorância, etc.), não se manifestava politicamente (pelo
menos até o início da revolução). Porque as luzes dos filósofos não
os atingiam, seu descontentamento perdia-se no silêncio e sua
revolta terminava nos braços da repressão. Os camponeses, que
pagavam impostos ao Estado, dízimos à Igreja e direitos feudais à
nobreza, eram no século XVIII quase todos livres (apenas um
número insignificante continuava submetido à servidão pura e
simples) e proprietários de pequenos lotes de terra. A existência de
uma diferenciação social no interior do campesinato não impedia que
um elemento importante os igualasse e unificasse enquanto classe: a
exploração feudal a que todos estavam submetidos. Com a reação
senhorial, em meados do século XVIII, esta exploração tornou-se
ainda mais odiosa e insuportável, pois os nobres, para defender suas
rendas, sempre insuficientes para seu trem de vida perdulário,
lançavam mão de direitos feudais que há muito haviam caído em
desuso. Seja como for, a situação do campo era potencialmente
explosiva.”
Lido o texto, e auxiliado pelo que você já sabe sobre o assunto, responda a questão
seguinte:
(UFMG) A eclosão da Revolução Francesa de 1789 foi condicionada por uma série de
fatores
A- Cite três desses fatores.
B- Indique as principais características e interesses dos vários segmentos da sociedade
por ocasião do início da revolução.
-Nobreza;
- Burguesia;
- Classes populares.
Respostas dos exercícios para casa:
1- O Estado moderno, isto é, absolutista, caracteriza-se pela concentração de poderes à
disposição da monarquia. Poderes de dirigir a economia, legislar, nomear ministros,
criar tributações. O Absolutismo é alimentado pelo intervencionismo mercantilista, que
o viabiliza economicamente, e também pelo equilíbrio social que mantém entre a
nobreza e a burguesia.
2- d.
3- a.
4- Para se definir a quem pertenceu uma revolução, talvez seja interessante perguntar
quais os interesses que esta revolução, ao se desencadear, beneficiou. De acordo com
essa premissa, chegamos à conclusão de estarmos diante de uma revolução burguesa.
Afinal, a Revolução Francesa tirou o monarca do poder, substituindo-o por uma
assembléia ( e depois cônsules, mais tarde um imperador...) que representavam os
interesses da burguesia; estabeleceu-se uma igualdade jurídico-política que, ao destruir
os privilégios de sangue, beneficiou a burguesia. Pode-se argumentar que a Revolução
francesa colocou o povo nas ruas. Todas as revoluções o fazem, só que quase sempre o
povo é manipulado e, no caso da Revolução Francesa, foi a fome que colocou a
população nessas ruas, sem que houvesse, entre os humildes, um projeto claro do que
eles queriam, do ponto de vista social, econômico ou político.
5- Agricultura: abalada por crises climáticas, técnicas rudimentares e baixa
produtividade. Submetidos a taxações exorbitantes, os trabalhadores viviam em tensão
permanente.
Indústria: permanência de corporações de ofício, com produção insuficiente para
atender ao mercado; indústrias domésticas de tecidos, controladas por mercadores
burgueses; manufaturas reais, dedicadas a artigos de luxo e rigidamente controladas
pelo governo mercantilista; e empresas particulares, pouco numerosas, dedicadas à
siderurgia e tecelagem. Por depender das matérias-primas do campo, a cada crise
agrícola, a indústria também se retraía.
Comércio: em nível interno, prejudicado pela permanência das alfândegas e, em nível
externo, prejudicado pela perda de colônias, que fez diminuir o fluxo de matériasprimas e manufaturados.
6- A Constituição de 1791, que inaugurava a monarquia constitucional na França,
fundamentava-se no liberalismo, abolia o feudalismo, estabelecia a liberdade de
comércio, confirmava o direito à propriedade privada e adotava o voto censitário,
resguardando assim os direitos da burguesia.
7- Durante o governo jacobino foi decretado o tabelamento dos alimentos e dos salários.
Algumas reformas pretenderam tornar eqüitativa a posse de terras e a cobrança de
impostos. Em 1793, foi promulgada nova Constituição, inspirada em Rousseau, que
garantia o direito de voto a todos os maiores de 21 anos. Como essas reforma
provocassem reações contrárias, os jacobinos deram início ao Terror, suspendendo a
Constituição e adotando severas medidas para implantar, pela força, o governo
revolucionário.
8- O objetivo do Pântano foi liquidar com o regime do Terror e anular todas as reformas
sociais implementadas pelo governo revolucionário. Os clubes jacobinos foram
fechados, suspendeu-se o tabelamento de preços e salários e uma nova Constituição
(1795) restabeleceu o voto censitário.
9- O Golpe do 18 Brumário significou a consolidação dos interesses burgueses, na
direção da Revolução Francesa, pois marcou a subida de Napoleão Bonaparte ao poder,
com o apoio do exército e da alta burguesia, para instalar um governo forte e
centralizado, totalmente independente dos interesses e interferências das classes
trabalhadoras.
10- O objetivo básico da burguesia era chegar ao poder, não era o de implantar um
regime democrático. Chegando ao poder, ficou claro para os burgueses que o processo
de consolidação do regime seria acelerado se o poder se concentrasse nas mãos fortes de
um ditador. Assim, a burguesia troca a palavra de ordem “liberdade, igualdade,
fraternidade”, sem nenhum remorso, por “artilharia, infantaria, cavalaria”, entregando o
poder a Napoleão.
11- a.
12- a.
13- e.
14- Graças à Revolução Francesa, assistimos à queda dos privilégios da nobreza e do
clero, do Estado absoluto, do mercantilismo, e dos resquícios do feudalismo. No seu
lugar surgem o Estado liberal, a sociedade de classes e os ideais iluministas.
15- No decorrer da Revolução Francesa, na fase da Convenção, as facções políticas que
mais se destacaram foram os Girondinos e Jacobinos. Os Girondinos defendiam o
liberalismo da alta burguesia, principalmente a financeira. Os jacobinos sentavam-se à
esquerda do plenário, eram os radicais, fundamentados nas idéias de Rousseau,
defendendo os interesses da pequena burguesia e populares.
16- Embora o aluno deva responder de maneira pessoal, é provável que a resposta
aponte para um pensamento “sans-culotte” com conotações socialistas-utópicas e
radicais. Será ótimo se o aluno perceber um toque de autoritarismo, nesse pensamento,
relacionando-o com alguns grupos de esquerda dos tempos atuais.
17- A- Entraves feudais à expansão da economia capitalista; relações sociais
ultrapassadas; crise econômica; influência do pensamento iluminista; inadequação da
representação social nas decisões políticas do reino.
B- A nobreza achava-se fragmentada politicamente, com um grupo palaciano
reacionário, uma nobreza togada conservadora vinculada à estrutura administrativa e
uma nobreza provincial que queria manter-se às custas da sobre-exploração do
campesinato. A burguesia, enriquecida em suas atividades econômicas, desejava
ampliar sua participação nas decisões políticas do reino. As classes populares, apesar de
desarticulados politicamente, odiavam a exploração a que estavam submetidos e
tendiam a aceitar o papel de verdugos da nobreza.
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