OS SENTIDOS DA FELICIDADE Sócrates “A felicidade não está no fim da jornada e sim em cada curva do caminho que percorremos para Encontrá-la”. Sócrates. FELICIDADE A felicidade foi objeto de investigação de inúmeros filósofos ao longo da história. Para os filósofos o objetivo da filosofia é encontrar a felicidade. Praticar o bem Ter tranquilidade Respeitar a convivência entre os seres humanos FELICIDADE ARISTÓTELES (384 a 322 a.C.) Para o filósofo grego Aristóteles a felicidade está na reflexão e na prática da equilibrada de nossas ações. Em sua obra Ética a Nicômaco Aristóteles diz: (...) aquilo que é próprio de cada criatura lhe é naturalmente melhor e mais agradável; para o homem, a vida conforme o intelecto (a razão) é melhor e mais agradável, já que o intelecto, mais que qualquer outra parte do homem, é o homem. Esta vida, portanto, é também a mais feliz. (1985, p.203) Para ele a verdadeira felicidade do homem só é alcançada quando ele vive plenamente sua racionalidade, tornando-se virtuoso. Virtude é procurar o ponto de equilíbrio entre o excesso e a carência de algo. (teoria do meio termo) Covardia Coragem Ousadia Contexto histórico do helenismo (séc. III e II a.C.) • Conquista da Grécia pelos macedônios (322 a.C.); • Expansão militar do Império Macedônico (Alexandre, o grande). Há um processo de interação e entre a cultural grega clássica e a dos povos orientais conquistados. Durante o conturbado Período Helenístico, o homem deixou de ser o componente mais importante de uma comunidade restrita para se tornar um simples cidadão de vastos impérios. Nesse período predominava: • A injustiça social; • A concentração de poder nas mãos de poucos – aristocracia; • As pessoas se interessavam somente por riqueza, poder e prazeres supérfluos. Há a substituição da vida pública pela privada e as preocupações coletivas cedem lugar às individuais – foco na vida interior do indivíduo. A preocupação das correntes filosóficas é tratar da vida interior do homem, cujo objetivo é buscar a felicidade. PRINCIPAIS CORRENTES FILOSÓFICAS DO HELENISMO Na história da filosofia esse período é conhecido por período “ético”. A preocupação dos filósofos era proporcionar às pessoas desorientadas uma nova forma de conduta, baseada na “arte do bem viver” ou em novas “filosofias de vida”. Destacaram-se as correntes filosóficas: • Epicurismo; • Estoicismo; • Pirronismo; • Cinismo. EPICURISMO “Nada é suficiente para quem o suficiente é pouco” Epicuro de Samos (341 a 270 a.C.) foi um filósofo grego fundador da escola filosófica conhecida como epicurismo. Propunha a ideia de que o prazer é o sentido de uma vida feliz. EPICURISMO Distinguiu os prazeres em dois grupos: 1 – são prazeres mais duradouros, encantadores ao espírito: conversas com amigos, contemplação das artes, audição de músicas, entre outros. 2 – são prazeres mais imediatos, movidos por paixões e que podem provocar dor e sofrimento. Ser virtuoso é dominar os medos e desejos reflexão proporciona a ATARAXIA (ausência de dor, tranquilidade). EPICURISMO Epicuro fundou a escola chamada “JARDIM”. Nela os filósofos viviam em comunidade, desenvolvendo a filosofia para chegar ao maior dos prazeres, segundo Epicuro - a AMIZADE. Aprendiam a cuidar da vida como um belo jardim, por isso ficaram conhecidos como “filósofos do jardim”. FELICIDADE = amigos + reflexão + vida moderada ESTOICISMO A escola estóica , localizava-se no edifício Pórtico, ao lado da ágora ateniense, foi fundada pelo filósofo Zenão de Cítio (336-263 a.C.). Os estóicos acreditavam em uma razão cósmica (logos divino) que era ordenadora do universo . “A natureza deu-nos duas Portanto tudo tinha um sentido em existir e nada orelhas e uma só boca pode ser feito contra as forças externas para nos advertir Defendiam a ideia de que o homem sábio é aquele que obedece à lei natural, devendo manter a serenidade diante das tragédias ou qualquer acontecimento externo a si. De eu se impõe mais ouvir do que falar.” Zenão usar a racionalidade (dever) para eliminar os vícios e paixões + FELICIDADE Aceitar o destino e a dor para ter tranquilidade (Ataraxia). Oposição ao epicurismo : desprezo dos prazeres por trazerem males. PIRRONISMO OU CETICISMO Pirronismo foi uma escola de pensamento fundada a partir das ideias do filósofo grego Pirro de Élida (365-327 a.C.). Os pirronistas defendiam a ideia que NÃO EXISTE VERDADE ABSOLUTA e, portanto, todo conhecimento deve ser contestado. É impossível diferenciar o real do irreal. o certo do errado. Suspensão do juízo (epokhé): aceitação da inutilidade de buscar a verdade. FELICIDADE = desfrutar dos prazeres imediatos captados pelos sentidos. CINISMO Cinismo foi uma escola filosófica grega criada por Antístenes, seguidor de Sócrates. Os cínicos expressavam seu repúdio pelo excesso de bens materiais para o alcance da felicidade. O termo cínico (Kynikós = como um cão) relacionava-se ao FILÓSOFO DESPEGADO dos bens materiais, vivendo de maneira selvagem. As pessoas não deveriam se preocupar, fosse com os outros, fosse com a saúde... Era o ideal do autogoverno. Diógenes de Sínope O principal defensor do Cinismo foi Diógenes de Sínope foi o principal defensor do cinismo. Para este filósofo, a filosofia tinha que ser vivida na prática, caso contrário, não tinha nenhum sentido. Viveu uma vida miserável, que segundo ele, esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo, pois eliminava a necessidade de coisas supérfluas. FELICIDADE desapego dos bens materias. + autogoverno. Exercícios 1 – No helenismo qual passa a ser o principal objeto de investigação dos filósofos? 2 - Explique a principal diferença entre o epicurismo e o estoicismo. 3 – O que era a felicidade para os céticos? 4 – Qual relação podemos estabelecer entre o cinismo e nossa sociedade consumista?