C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 269 Química Geral e Inorgânica FRENTE 1 MÓDULO 1 Estrutura do Átomo 1. PARTÍCULAS FUNDAMENTAIS: PRÓTONS, NÊUTRONS E ELÉTRONS Do ponto de vista químico, podemos dizer que os átomos são formados apenas por prótons, elétrons e nêutrons. Um átomo é formado por um certo número de prótons e nêutrons, constituindo um núcleo. Ao redor do núcleo, localizam-se os elétrons, constituindo a eletrosfera. Essas partículas podem ser caracterizadas por suas cargas elétricas e suas massas, de acordo com a tabela abaixo. Carga elétrica PartíMassa culas Natu- Valor relativa reza relativo Próton Positiva Não Nêutron existe NegaElétron tiva +1 1 0 1 –1 1/1.840 A massa do próton é 1.840 vezes maior que a do elétron. mp = massa de 1 próton mn = massa de 1 nêutron me = massa de 1 elétron mp = mn mp = 1.840 . me A massa do átomo está praticamente toda concentrada no núcleo. 2. DIMENSÕES DO ÁTOMO Representação A símbolo Z Hoje, sabemos que: diâmetro do átomo ≅ 10–8cm diâmetro do núcleo ≅ 10–12cm diâmetro do átomo ≅ 10.000 x diâmetro do núcleo. 3. RELAÇÃO ENTRE NÚMERO DE PRÓTONS (p) E ELÉTRONS (e) EM UM ÁTOMO Átomo neutro → p = e A: índice superior à esquerda Z: índice inferior à esquerda 23 4 11 2 Na 56 Fe 26 He A = 23 A= 4 A = 56 Z p e N 11 11 11 12 Z= p= e= N= Z= p= e= N= = = = = 2 2 2 2 26 26 26 30 Na → p = 11; e = 11 6. ELEMENTO QUÍMICO 4. NÚMERO ATÔMICO (Z) Número atômico (Z) é o número de prótons existentes no núcleo de um átomo. Z=p átomo de sódio: p = 11; e = 11 átomo de cloro: p = 17; e = 17 Z = 11; Z = 17; Número de massa (A) de um átomo é o seu número de prótons (p ou Z) somado ao seu número de nêutrons (N). ou A=Z+N átomo de sódio: p = 11 N = 12 Z = 11 Elemento químico é um conjunto de átomos de mesmo número atômico. Exemplos hidrogênio ......... símbolo: H ......... Z = 1 5. NÚMERO DE MASSA (A) A=p+N A cada Z corresponde um único elemento químico e vice-versa. Por definição: A = 11 + 12 A = 23 hélio ......... símbolo: He........ Z = 2 sódio ......... símbolo: Na ....... Z = 11 cloro ......... símbolo: Cl ........ Z =17 ferro ......... símbolo: Fe ....... Z = 26 Símbolo é uma abreviação do nome do elemento. O símbolo é retirado do nome latino do elemento. Exemplos: sódio (natrium): Na; chumbo (plumbum): Pb; estanho (stannum): Sn. – 269 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 270 MÓDULO 2 Isótopos, Isóbaros, Isótonos e Íons 1. CONCEITOS átomos Z isótopos igual isóbaros diferente A N diferente diferente igual diferente isótonos diferente diferente igual 2. EXEMPLOS DE ÁTOMOS ISÓTOPOS A maioria dos elementos químicos é constituída por dois ou mais isótopos que ocorrem em diferentes quantidades. q Isótopos do hidrogênio Imagem da posição de átomos de iodo retidos sobre platina, obtida por meio do microscópio de varredura por tunelamento eletrônico. q Cátions 11Na q Isótopos do cloro 35 17Cl 37 17Cl cloro-35 cloro-37 75% 25% + 11Na p = 11 p = 11 e = 11 e = 10 5. ÍONS carga = 11 – 10 = + 1 Um átomo é uma partícula eletricamente neutra, pois o número de prótons (p) é igual ao número de elétrons (e). Um átomo pode ganhar ou perder elétrons, transformando-se assim numa partícula com carga elétrica denominada íon. Ca2+: bivalente (átomo de Ca perdeu 2 elétrons) Al 3+: trivalente (átomo de Al perdeu 3 elétrons) q Ânions 3. EXEMPLOS DE ÁTOMOS ISÓBAROS 40 Ar 18 40 Ca 20 átomo p=e íon p≠e carga do íon = p – e 4. EXEMPLOS DE ÁTOMOS ISÓTONOS 3 H 1 N=2 270 – 4 He 2 N=2 s tron elé o d han gan átomo p = e perd endo elétro ns íon negativo ou ânion e>p íon positivo ou cátion p>e – 17Cl 17Cl p = 17 e = 17 p = 17 e = 18 carga = 17 – 18 = – 1 S2–: bivalente (átomo de S ganhou 2 elétrons) C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 271 MÓDULO 3 Distribuição Eletrônica em Níveis e Subníveis 1. CAMADAS ELETRÔNICAS OU NÍVEIS DE ENERGIA Para os 118 elementos atuais (Z = 1 a 118), os elétrons estão distribuídos em sete camadas eletrônicas (ou sete níveis de energia). As camadas são representadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, ou 1.o, 2.o, 3.o, 4.o, 5.o, 6.o e 7.o níveis de energia. Até o momento temos o seguinte número máximo de elétrons nas camadas. Número Nível de Camada máximo energia de elétrons 1.o K 2 2.o L 8 o 3. M 18 4.o N 32 o 5. O 32 o P Q 18 8 6. 7.o 2. SUBCAMADAS OU SUBNÍVEIS DE ENERGIA Em cada camada, os elétrons estão distribuídos em subcamadas ou subníveis de energia, representados pelas letras s, p, d, f (subníveis usados até Z = 118). O número máximo de elétrons que cabe em cada subnível é o seguinte: Subnível Número máximo de elétrons s p d f 2 6 10 14 O número de subníveis conhecidos em cada camada é dado pela tabela seguinte: Um átomo está no estado fundamental quando todos os seus elétrons estiverem nos subníveis de menor energia possível. Na distribuição dos elétrons nos subníveis (distribuição eletrônica), somente o último subnível pode estar incompleto. Exemplos 1) Na (Z = 11) p = 11; e = 11 11Na 1s2 2s2 2p6 3s1 (distribuição nos subníveis) K 2 L 8 M (distribuição 1 em camadas) A camada de valência (última camada) do Na é a camada M, contendo um elétron. 2) As (Z = 33) p = 33; e = 33 3. DISTRIBUIÇÃO DOS ELÉTRONS NOS SUBNÍVEIS Os subníveis são preenchidos em ordem crescente de energia. Linus Pauling descobriu que a energia dos subníveis cresce na ordem: 2 2 6 33As 1s 2s 2p 3s2 3p6 4s2 3d10 4p3 (distribuição nos subníveis) K L M N (distribuição em camadas) 2 8 18 5 A camada de valência (última camada) do As é a camada N, contendo cinco elétrons. 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d 7p... ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ energia crescente É nessa ordem que os subníveis são preenchidos. Para obter essa ordem, basta seguir as diagonais no diagrama seguinte. – 271 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 272 MÓDULO 4 Ligações Químicas I: Teoria do Octeto e Ligação Iônica 1. TEORIA DO OCTETO A grande quantidade de substâncias existentes deve-se à capacidade de os átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes se ligarem entre si. Os químicos observaram que em geral: Camada Estabide valência lidade gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn) demais átomos Encontrados Metais – a maioria tem menos de 4 elétrons na camada de valência. Numa ligação química, têm tendência a doar elétrons da última camada. ligação 11Na K L M ⎯⎯⎯→ 2 8 1 completa (8e) exceção: 2He, grande 2. LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE Acrescentando: isolados e doa 1 쎻 não estável + K L 11Na 2 8 estável K=2 incompleta (1 a 7e) pequena combinados Em 1916, os químicos Lewis e Kossel enunciaram a Teoria do Octeto: “Os átomos ligam-se para ficar com 8 elétrons na última camada ou 2 elétrons na camada K.” Ametais ou Não Metais – a maioria tem mais de 4 elétrons na camada de valência. Numa ligação química, têm tendência a receber elétrons. ligação – K L F K L ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ 9 9F recebe 1 쎻 e 2 7 2 8 não estável estável É a ligação que ocorre entre íons (cátions e ânions), graças a uma transferência definitiva de elétrons de um átomo para outro. A ligação iônica entre os átomos A e B, genéricos, pode ser representada assim: transferência de elétrons A ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ B tendência a tendência a ceder elétrons receber elétrons metais ametais hidrogênio atração eletrostática Cátions ←⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ Ânions ligação iônica 哸 哸 x+ A By– 쎻 e cedido = 쎻 e recebido Fórmula: x+ Ay B y– x ou AyBx O número de íons que se unem é inversamente proporcional às suas cargas. Exemplos • Formação do NaCl Podemos indicar o processo que origina a ligação iônica usando a notação de Lewis, na qual representamos os elétrons da camada mais externa (camada de valência) de um átomo por pontos: Como os íons Na+ e Cl– têm cargas opostas, eles se atraem, neste caso, na proporção 1:1, formando um retículo cristalino. Tal retículo corresponde a um arranjo regular de íons que se repetem no cristal (aglomerado de um grande número de íons). Na figura a seguir, os íons estão afastados (o que na realidade não ocorre) para “enxergarmos” melhor sua disposição espacial. 272 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 273 • Formação do MgF2 12Mg e 2 – 8 – 2 metal dá 2 쎻 9F 2–7 não metal ree cebe 1쎻 2+ 1– Mg F 1 2 → MgF2 Importante Todo composto iônico é sólido nas condições ambientais. MÓDULO 5 Ligação Covalente 1. NOTAÇÃO DE LEWIS Os elétrons da camada de valência são representados por pontos (•) ou cruzinhas (x) em volta do símbolo do elemento. Hidrogênio Hidrogênio Ametal Hidrogênio Ametal Ametal Exemplo Esquematicamente, teríamos: Conclusão cada átomo fornece um elétron Formação da molécula do cloro (Cl2, gás esverdeado, com propriedades bactericidas). Tendência do átomo: conseguir 1 elétron Na ligação entre dois átomos de Cl, ambos precisam de um elétron para se estabilizar, e há uma “sociedade” para a qual cada átomo fornece um elétron. 2. LIGAÇÃO COVALENTE OU MOLECULAR Os átomos estão ligados por um, dois ou três pares de elétrons, for mando uma partícula chamada molécula. Esquematicamente, a ligação covalente pode ser representada assim: compartilhamento de pares de elétrons A ––––––––––––––––––––––––––––– B tendência tendência a receber a receber elétrons elétrons Átomo de cloro Átomo de cloro ligação covalente → → par eletrônico pertence aos dois átomos • Fórmula eletrônica ou de Lewis: o par de elétrons é representado por pontos ou cruzinhas. • Fórmula estrutural: o par de elétrons é representado por um traço. • Número de ligações covalentes: número de elétrons desemparelhados (isolados). Cl Cl Molécula de cloro Cl2 Cl Cl O par de elétrons pertence aos dois átomos que, assim, adquirem oito elétrons na última camada. A partícula eletricamente neutra constitui a molécula do cloro. – 273 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 274 274 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 275 MÓDULO 6 1. CONCEITO Essa ligação é semelhante à covalente e ocorre entre um átomo que já atingiu o octeto e outro ou outros que necessitam de dois elétrons para completar sua camada de valência. Resumindo, temos: Um átomo com oito elétrons na última camada que possui pares isolados cede um par de elétrons para um átomo que precisa de dois elétrons. Ligação Dativa ou Coordenada (dupla-ligação), e ambos ficam com oito elétrons na camada de valência. Observação importante 2.a etapa: o outro oxigênio (direito), com seis elétrons, necessita de um par de elétrons para ficar estável. O enxofre (estável) fornece o par de elétrons para a ligação; forma-se, assim, a ligação dativa ou coordenada. O número de ligações covalentes e dati vas depende, obviamente, do número de elétrons da camada de valência. elétron isolado (•): conta uma covalente q Formação da molécula do monóxido de carbono (CO) par de elétrons (••): conta uma dativa Exemplos A ligação dativa é indicada por uma flecha (→). Concluindo: Os átomos estão ligados por um par de elétrons proveniente de um átomo estável (8e). 2. EXEMPLOS Outros exemplos importan2.a etapa:o átomo de carbono, tes com seis elétrons, Notação Fórmula Fórmula Fórmula necessita de um par Molecular de Lewis Eletrônica Estrutural de elétrons para ficar estável. O oxigênio S O O SO (estável) fornece o 3 O S O O S ® O O par de elétrons para a ligação; forma-se, O3 O ® O O O O O O assim, a ligação dativa ou coordenada. ® q Formação da molécula do dióxido de enxofre (SO2) 1.a etapa: o átomo de oxigênio liga-se a um átomo de carbono por dois pares de elétrons (dupla-ligação). O átomo de oxigênio fica com oito elétrons na camada de valência. 1.a etapa: o átomo de enxofre liga-se a um átomo de oxigênio (esquerdo) por dois pares de elétrons – 275 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 276 Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos, Geometria Molecular Observe que a geometria não depende da quantidade de pares de elétrons compartilhados. Geometria molecular: ABx AB2 sem par eletrônico: linear A •• •• • •O• • • C • • •O• • • • • • • • •• • •• S O• •O •O • H H • • • •• •• •• • • com par eletrônico: angular Exemplos AB3 sem par eletrônico: trigonal A com par eletrônico: piramidal AB4 tetraédrica 276 – H •• B •• H • • H •• H •• N •• H • • H H • • H •• C •• H • • H •• A •• A •• •• H — Cl N≡N Essa teoria funciona bem para moléculas e íons do tipo ABx, em que A é o átomo central e B é chamado de ligante. De acordo com essa teoria, os pares de elétrons da camada de valência do átomo central (A) se repelem, produzindo o for mato da molécula ou íon. 180° Linear 120° Trigonal A 109°28’ •• Exemplos H—H O=O 2. TEORIA DA REPULSÃO DOS PARES ELETRÔNICOS •• Assim, toda molécula formada por dois átomos (diatômica) será sempre linear, pois seus núcleos estarão obrigatoriamente alinhados. Assim, se houver dois pares de elétrons ao redor de A, eles tenderão a ficar de lados opostos, graças a essa repulsão. Se forem três pares, eles terão as posições dos vértices de um triângulo equilátero imaginário e, se forem quatro, as posições dos vértices de um tetraedro também imaginário. •• A geometria das moléculas é determinada pela posição dos núcleos dos átomos. As geometrias moleculares mais importantes, que serão objeto de nosso estudo, estão mostradas pelos seguintes modelos, em que cada bolinha representa um átomo e cada linha representa uma ou mais ligações covalentes. •• •• 1. GEOMETRIA MOLECULAR •• MÓDULO 7 Tetraédrica Com base nessa teoria, podemos montar uma tabela que facilita o aprendizado. Observação A geometria piramidal ou angular só aparece em molécula em que o átomo central tem par de elétrons livres (não ligados). C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 277 MÓDULO 8 Polaridade das Ligações e Polaridade das Moléculas •• δ– •• H • • F , H • • Cl •• •• δ+ δ– •• δ+ •• Ocorre deslocamento do par de elétrons, ou seja, o par de elétrons fica mais próximo do elemento mais eletronegativo. Na molécula do HF, por exemplo, o par de elétrons está mais próximo do flúor, pois é mais eletronegativo que o hidrogênio. Polo negativo: elemento mais eletronegativo Polo positivo: elemento menos eletronegativo •• δ'+ δ'– •• H • • Cl •• δ > δ’ d) Momento dipolar ou de dipolo elétrico (µ) É um vetor que indica o deslocamento do par eletrônico, isto é, é orientado do polo positivo para o polo negativo. Exemplo δ+ δ– H ⎯⎯→ F → µ 2. POLARIDADE DAS MOLÉCULAS Molécula polar: ligantes diferentes ou presença de par de elétrons isolado no átomo central. Exemplos H H H •• C •• H H H molécula apolar ligantes iguais (H) H átomos diferentes → polares Ex: HF, HCl, HBr, HI C • • Cl H a) Moléculas diatômicas átomos iguais → apolares Ex: H2, O2, N2, F2, Cl2, Br2, I2 •• •• Exemplos δ– •• H •• F Molécula apolar: ligantes iguais e não há par de elétron isolado. •• Ligação entre átomos de diferentes eletronegatividades. δ+ Ligantes: átomos ligados ao átomo central. •• b) Ligação covalente polar eletronegatividade ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ decrescente culas do tipo ABx. molécula polar ligantes diferentes (H e Cl) •• N •• H •• Não ocorre deslocamento do par de elétrons, ou seja, não há formação de polos positivo e negativo. prático, usado para molé- •• •• F > O > N, Cl > Br > I, S, C > P, H •• O •• •• •• •• •• Cl • • Cl , O •• •• •• •• •• •• •• H • • H, É o método mais moderno e •• Exemplos c) Quanto maior for a diferença de eletronegatividade, maior será a polarização da ligação. b1) Método dos ligantes •• Ligação entre átomos de mesma eletronegatividade. b) Moléculas não diatômicas •• a) Ligação covalente apolar Polo é a região com acúmulo de carga elétrica polo negativo: (–q) ou δ – polo positivo: (+q) ou δ + •• 1. POLARIDADE DAS LIGAÇÕES H molécula polar com par de elétron isolado (N) – 277 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 278 b2) Método do momento dipolar (µ) Observações A polaridade de uma molécula pode ser determinada pelo vetor momento dipolar resultante (µr), isto é, pela soma dos vetores de cada ligação polar da molécula. Molécula apolar µr = 0; Molécula polar µr ⴝ 0 Exemplos µ µ CO2 O = C = O O ←⎯ C ⎯→ O As moléculas polares orientam-se quando colocadas em um campo elétrico. µr = 0, molécula apolar Embora as ligações nessa molécula sejam polares, ela é apolar. O — H H — δ– Experiência mostrando que a água é uma su bs tância polar. δ– O — δ+ H H molécula polar — δ+ μ O μ ← H H → H2O MÓDULO 9 1. FORÇAS INTERMOLECULARES OU LIGAÇÕES INTERMOLECULARES Forças de atração que aproximam as moléculas no estado sólido ou líquido. Forças Intermoleculares 2. FORÇAS DE VAN DER WAALS DO TIPO DIPOLO–DIPOLO Ocorrem entre moléculas polares, através da atração entre polos contrários permaConsidere uma substância molecular AB. nentes (sempre existe graças à diferença de eletronegatividade). A ligação que prende os átomos dentro de uma molécula é a ligação covalente. A ligação que aproxima as moléculas é a ligação intermolecular. Essas forças podem ser divididas em dois tipos: Forças de van der Waals e Ponte de Hidrogênio. 278 – Exemplo HCl (líquido) C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 279 3. FORÇAS DE VAN DER WAALS DO TIPO DIPOLO INSTANTÂNEO–DIPOLO INDUZIDO OU FORÇAS DE LONDON H2O H — O ------- H — O | ↑ | H ponte H H H – + - |– | + H — N -------- H — N | ↑ | H ponte H Importante: substâncias que estabelecem ponte de hidrogênio apresentam valores elevados para a sua tensão superficial (resistência de um líquido ao ser atravessado) e ponto de ebulição. 7. MOLÉCULAS COM DIFERENTES FORÇAS INTERMOLECULARES Apolar Polar Polar com Ponte de Hidrogênio ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ PE crescente Exemplo Dadas as substâncias: H2O, CH4 e H2S, colocar em ordem crescente de ponto de ebulição. H •• CH4,H •• C •• H < H2S, H •• S < H apolar •• < H2O, H •• O H polar Exemplos: I2, CO2, CCl4, hidrocarbonetos (compostos de C e H), I2 (sólido), gases nobres (estado sólido ou líquido). MÓDULO 10 5. INTENSIDADE DAS FORÇAS INTERMOLECULARES Para moléculas com tamanhos próximos: •• •• Atração dipolo instantâneo _ dipolo induzido Moléculas apolares muito próximas + •• - – H — F ------- H — F ↑ ponte Moléculas apolares muito afastadas + + HF NH3 sem polos – Maior o PE Exemplo Dadas as substâncias: b) C3H8 a) CH4 c) C5H10 d) C2H6 Qual é a substância que apresenta maior ponto de ebulição (PE)? C5H10 – maior cadeia (tamanho). Resposta: C Exemplos + → → •• sem polos Ocorre entre moléculas polares que apresentam ligações H — F, H — O ou H — N. Quanto maior o tamanho da molécula •• Mesmo sendo apolar, em geral a molécula é formada por muitos elétrons, que se movimentam rapidamente. Pode acontecer, num dado instante, de uma molécula apolar estar com mais elétrons de um lado que do outro; essa molécula estará, então, momentaneamente polarizada (dipolo instantâneo) e, por indução elétrica, irá provocar a polarização de uma molécula vizinha (dipolo induzido), resultando uma atração fraca entre ambas, que constitui exatamente força de van der Waals do tipo dipolo instantâneo e induzido ou força de London. 4. LIGAÇÃO OU PONTE DE HIDROGÊNIO 6. MOLÉCULAS COM FORÇAS INTERMOLECULARES DO MESMO TIPO •• Ocorrem entre moléculas apolares, através da atração entre polos contrários instantâneos e induzidos. van der Waals < van der Waals < Ponte de Hidrogênio apolar polar H polar com ponte de hidrogênio Regra de Solubilidade, Ligação Metálica e Ligas Metálicas 1. REGRA DE SOLUBILIDADE O estudo da solubilidade é facilitado utilizando o seguinte princípio: Semelhantes tendem a dissolver semelhantes: Polar dissolve Polar ⎯⎯⎯⎯→ Apolar dissolve Apolar ⎯⎯⎯⎯→ Observação: solventes importantes Polares H2 H2O, etanol H3C — C — OH , ( ( ) O || ) acetona H3C — C — CH3 Apolares benzeno (C6H6), gasolina (C8H18 + C7H16 + etc.), CCl4 2. LIGAÇÃO METÁLICA–MAR DE ELÉTRONS Esse tipo de ligação aparece nos metais puros ou mistura de metais. – 279 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 280 Os elétrons da última camada ficam em movimento por todo o metal. Exemplo 1s2 2s2 2p6 3s1 11Na K L M Cada átomo de Na perde o elétron da camada M, transformando-se em cátion. O resultado é um mar de elétrons (elétrons livres) ligando um grande número de íons positivos. Conclusão: uma lâmina, barra ou fio de metal é constituído por inúmeros cátions do metal cercados por um mar de elétrons. Observação Os metais, em geral, são representados por seus símbolos, sem indicação da quantidade de átomos envolvidos, que é muito grande e indeterminada. Exemplos Na, Fe, Hg, Cu etc. 3. LIGAS METÁLICAS Misturas que contêm dois ou mais elementos, sendo pelo menos um deles metal. As ligas metálicas possuem algumas propriedades que os metais puros não apresentam e por isso são produzidas e muito utilizadas. Liga metálica Composição Usos Latão Cu + Zn tubos, radiadores, armas, cartuchos, torneiras. Bronze Cu + Sn sinos, estátuas, moedas. Aço Fe + C peças metálicas, construção civil. Aço inox Fe + C + Cr + Ni talheres, peças de carro, brocas. Solda Pb + Sn usada por funileiros e eletricistas. Ouro 18k Au + Cu + Ag joias. Amálgama dental Hg + Ag obturações. 4. COMPARANDO COMPOSTOS IÔNICOS, MOLECULARES E METAIS Tipos de substância Elementos formadores Ligação Pontos de fusão e de ebulição Condução da corrente elétrica sólido líquido Iônica metal e ametal cátions e ânions geralmente altos (sólidos) Não Sim Molecular ametal e ametal pares de elétrons geralmente baixos (sólidos, líquidos ou gasosos) Não Não Metálica metal cátions e elétrons livres geralmente altos (sólidos, exceto Hg) Sim Sim 280 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 281 FRENTE 2 Química Geral e Inorgânica e Química Orgânica MÓDULO 1 Substância Pura e Mistura 1. FÓRMULA Os materiais são formados por substâncias químicas. As substâncias são representadas por fórmulas. Fórmula é a representação de uma substância (indica os elementos e a quantidade de átomos ou íons desses elementos). Substância Fórmula água H2O amônia NH3 gás carbônico CO2 cloreto de sódio NaCl glicose C6H12O6 ozônio O3 gás hidrogênio H2 As substâncias químicas são formadas por moléculas ou aglomerados de íons ligados. 2. SUBSTÂNCIAS PURAS Podem ser substâncias simples ou substâncias compostas. • Substância simples: formada por um único elemento químico. Exemplos: O2, H2, Na Fórmulas das principais substâncias simples Moléculas diatômicas H2, O2, N2, F2, Cl2, Br2, I2 Molécula triatômica O3 (ozônio) Molécula tetratômica P4 (fósforo branco) Molécula octatômica S8 (rômbico ou monoclínico) Índice 1: gases nobres: He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn todos os metais: (Nan), (Fen), (Hgn) macromoléculas: graÍndice fita: (Cn); diamante: indeter(Cn); fósforo vermelho: minado (Pn) { • Substância composta ou composto químico: formada por dois ou mais elementos químicos. Exemplos H2O, NaCl, C6H12O6 3. MISTURAS São materiais formados por duas ou mais substâncias puras denominadas componentes. Molécula é uma partícula contendo átomos ligados. Quando o índice é 1 ou indeterminado, não é costume representá-lo. Exemplo água + sal (2 componentes) Veja, na tabela seguinte, algumas misturas importantes e seus principais componentes. Representa uma molécula de água (H2O) Representa uma molécula de cloro (Cl2) Representa uma molécula de nitrogênio (N2) Representa uma molécula de cloreto de hidrogênio (HCl) Representa uma molécula de gás carbônico (CO2) Representa uma molécula de tetracloreto de carbono (CCl4) Cada unidade H2O é chamada de molécula. – 281 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 282 Misturas Principais componentes Ar N2, O2, Ar, CO2 Água do mar H2O, NaCl e outros sais Álcool hidratado C2H5OH + H2O Vinagre H2O + H3C — COOH (ácido acético) Aço Fe + C Latão Cu + Zn Bronze Cu + Sn Ouro 18 quilates 4. EXEMPLO 2 elementos 12 átomos 6 moléculas 3 substâncias (3 moléculas diferentes) 5. ALOTROPIA Alotropia é o fenômeno em que um mesmo elemento químico forma substâncias simples diferentes (chamadas variedades ou formas alotrópicas). Elemento Variedades alotrópicas Oxigênio (O) Oxigênio (O2) Ozônio (O3) Au (75%) + Cu(25%) Carbono (C) Grafita (Cn) Diamante (Cn) Pólvora NaNO3 + C + S Fósforo (P) Vermelho (Pn) Branco (P4) Amálgama Hg + metal Enxofre (S) Rômbico (S8) Monoclínico (S8) MÓDULO 2 Materiais Homogêneos e Heterogêneos 1. FASE Fase é cada porção homogênea de um material. Exemplos Observações • A fase pode ser uma substância pura (água) ou uma mistura (água + álcool). • O número de fases não é obrigatoriamente igual ao número de componentes. Exemplo água + álcool: 1 fase, 2 componentes. • Uma fase não precisa ser contínua. água + álcool 2. MATERIAL HOMOGÊNEO OU MATÉRIA HOMOGÊNEA OU SISTEMA HOMOGÊNEO É qualquer material monofásico (1 fase), mesmo ao ser examinado ao ultramicroscópio. Pode ser uma substância pura ou uma mistura homogênea ou solução. água + sal dissolvido material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / material homogêneo (1 fase) / missubstância pura mistura homogênea ou solução mistura homogênea ou solução tura homogênea ou solução 282 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 283 Observações • Mistura homogênea ou solução: toda mistura que apresenta uma única fase. • Líquidos miscíveis: líquidos que formam uma solução. Sistema heterogêneo (2 fases) 3. MATERIAL HETEROGÊNEO OU MATÉRIA HETEROGÊNEA OU SISTEMA HETEROGÊNEO É qualquer material polifásico (2 ou mais fases) a olho nu ou ao ultramicroscópio. Pode ser uma substância pura em mudança de estado físico ou mistura heterogênea. vapor de água óleo = 1 fase gelo água água = 1 fase 1 fase água líquida 1 fase Sistema bifásico material heterogêneo (2 fases) / substância pura material heterogêneo (2 fases) / substância pura material heterogêneo (2 fa- material heterogêneo (2 fases) / ses) / mistura heterogênea mistura heterogênea Observações • escuro: mica • esbran qui çado: quartzo • Mistura heterogênea: toda mistura que apresenta pelo menos 2 fases. • marrom: feldspato • Líquidos não miscíveis (imiscíveis): são lígranito quidos que formam uma mistura heterogênea. material heterogêneo (3 fases) / mistura heterogênea • As misturas formadas por n sólidos apresentam n fases, desde que estes sólidos não formem uma solução sólida. Exemplos Sal + açúcar = mistura heterogênea bifásica. Sal + açúcar + areia = mistura heterogênea trifásica. – 283 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 284 4 Resumo importante MÓDULO 3 Separação dos Componentes de uma Mistura Heterogênea 1. ANÁLISE IMEDIATA Processos físicos usados para separar os componentes de uma mistura heterogênea ou uma mistura homogênea (solução). substância A A+B análise imediata substância B 2. SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA MISTURA HETEROGÊNEA Estados físicos dos componentes Método e procedimento Exemplos Sólidos com um componente magnético (Fe, Co, Ni). Separação magnética Aproximando um ímã, o componente magnético é atraído. Separar a limalha de ferro do pó de enxofre. Sólidos com um componente que se sublima com facilidade. Sublimação Aquecendo a mistura, um dos componentes sublima-se. iodo + areia naftaleno + areia Sólido + líquido (2 fases) Filtração Usa-se um filtro que retém o componente sólido. água + areia coar café Líquidos não miscíveis (2 fases) Decantação com funil de bromo (funil de separação) Abrindo a torneira do funil, o líquido mais denso escoará. óleo + água gasolina + água éter + água Sólidos (solubilidades diferentes num certo líquido). Dissolução fracionada A mistura é colocada num líquido que dissolve um só componente; o componente insolúvel é separado da solução por filtração; por aquecimento, separa-se o líquido do componente dissolvido. 284 – Separar o sal da areia, utilizando água. C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 285 • Decantação com funil de bromo (funil de separação) Observações • Separação magnética • Filtração simples • Às vezes a filtração simples é muito lenta, como no caso da mistura água e farinha. Para acelerar esse tipo de filtração, utiliza-se a filtração a vácuo ou a pressão reduzida. • A filtração também é utilizada para separar os componentes de uma mistura sólido–gás. Exemplo aspirador de pó. • Dissolução fracionada – 285 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 286 Separação dos Componentes de uma MIstura Homogênea (Solução) MÓDULO 4 1. SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE UMA MISTURA HOMOGÊNEA (SOLUÇÃO) Estados físicos dos componentes Método e procedimento Exemplos Sólido dissolvido em um líquido (1 fase). Destilação simples Por aquecimento da mistura em aparelhagem adequada, o líquido vaporizaza-se e, a seguir, condensa-se. Separar a água do sal dissolvido. Líquidos miscíveis (1 fase). Destilação fracionada Os líquidos destilam à medida que seus pontos de ebulição vão sendo atingidos. Separar água da acetona. Frações do petróleo. Gás e gás (1 fase). Liquefação fracionada Resfriando-se a mistura, os gases vão-se liquefazendo à medida que seus pontos de liquefação vão sendo atingidos. O2 + Cl2 • Destilação simples balão de destilação: o líquido vira vapor (vaporização). condensador: o vapor vira líquido (condensação). 286 – Observações: • Os componentes do ar são separados por destilação fracionada do ar liquefeito. • Quando só há interesse em se obter o sólido, a destilação simples é substituída pela vaporização do líquido da mistura. • Nas salinas (tanques onde temos a água do mar), o componente que o processo visa obter está no estado sólido (NaCl). • Destilação fracionada C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 287 MÓDULO 5 Fenômenos Físicos e Químicos; Equação Química 1. FENÔMENO OU TRANSFORMAÇÃO É toda alteração (mudança) que ocorre em um sistema (objeto de estudo). Exemplos • Mudanças de estado físico. 2. FENÔMENO FÍSICO É todo fenômeno em que não ocorre formação de novas substâncias. fenômeno material material ⎯⎯⎯⎯→ X X físico • Processos de análise imediata (filtração, destilação etc.). 3. FENÔMENO QUÍMICO OU REAÇÃO QUÍMICA É todo fenômeno em que ocorre a formação de uma ou mais substâncias. fenômeno material material ⎯⎯⎯⎯→ químico X Y A solidificação é também chamada de congelação, e a liquefação é também chamada de condensação. Ponto de fusão (PF) é a temperatura na qual ocorre a fusão. Ponto de ebulição (PE) é a temperatura na qual ocorre a ebulição. 4. EQUAÇÃO QUÍMICA É a representação gráfica de uma reação química. aA + bB → cC + dD A, B = reagentes C, D = produtos a, b, c, d = coeficientes 2 H2 + O2 → 2 H2O Exemplos • A combustão (queima) dos materiais. • O azedamento do leite. • A formação de ferrugem. • A transformação do vinho em vinagre. H2, O2 = reagentes H2O = produto 2, 1, 2 = coeficientes Os átomos dos elementos permanecem inalterados nas reações químicas; nestas há apenas um rearranjo dos átomos. antes da reação: 6 átomos. depois da reação: 6 átomos. – 287 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 288 5. DIFERENÇA ENTRE SUBSTÂNCIA E MISTURA d) cor e ponto de fusão. e) densidade e dureza. Critérios de pureza: são testes de laboratório para verificar se a substância é pura ou não. Os testes mais usados são: ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade. Resposta: C Exemplo O diagrama abaixo 7. DETERMINAÇÃO DO ESTADO FÍSICO Exemplo (FUVEST-SP) – Dada a tabela abaixo: é característico de aquecimento de: ( ) substância pura ( ) mistura Substância pura, pois durante todas as mudanças de estado físico das substâncias puras, a temperatura permanece constante do início ao fim do processo. Isto não acontece com as misturas. 6. CRITÉRIOS DE PUREZA Exemplo (FUVEST-SP) – Quais das propriedades a seguir são as mais indicadas para verificar se é pura uma certa amostra sólida de uma substância conhecida? a) cor e densidade. b) cor e dureza. c) ponto de fusão e densidade. MÓDULO 6 Ponto de Ebulição (°C) – 218,4 – 183 43 182 – 130 36,1 Oxigênio Fenol Pentano qual o estado físico dessas substâncias a temperatura ambiente (25°C)? TA = temperatura ambiente PF = ponto de fusão PE = ponto de ebulição TA < PF < PE: sólido PF < TA < PE: líquido PF < PE < TA gasoso oxigênio: gasoso fenol: sólido pentano: líquido Classificação Periódica dos Elementos: Períodos, Grupos e Localização na Tabela Periódica 1. CRITÉRIO DE ORDENAÇÃO NA TABELA PERIÓDICA Os elementos estão dispostos em ordem crescente de seus números atômicos, distribuídos em 7 linhas horizontais (períodos) e 18 colunas (grupos). Observação A numeração dos grupos de 1 a 18 é a recomendada atualmente pela IUPAC. Na nomenclatura antiga, os grupos 1, 2 e 13 a 17 eram chamados de gupos A. Os grupos de 3 a 12 tinham o nome de grupos B. O grupo 18 era o grupo zero ou 8A (gases nobres). 288 – Ponto de Fusão (°C) 2. OS PERÍODOS As linhas horizontais são Período Camadas Come- Terça mina 1 K H He 2 K, L Li Ne 3 K, L, M Na Ar 4 K, L, M, N K Kr 5 K, L, M, N, O Rb Xe 6 K, L, M, N, O, P Cs Rn 7 K, L, M, N, O, P, Q Fr Uuo chamadas períodos e reúnem elementos de propriedades diferentes. Temos 7 períodos. Importante O número do período indica o número de camadas dos elementos que estão no período. Classificação Periódica dos Elementos com alteração dos símbolos e nomes dos elementos de 104 a 112, 114 e 116, recomendados pela IUPAC. C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 289 – 289 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 290 Exemplo 2 2 6 3s1 (3 cama11Na 1s 2s 2p K | | L das, 3 o. Período) M 3. OS GRUPOS As colunas são chamadas de grupos e reúnem elementos semelhantes. Temos 18 grupos. Alguns desses grupos recebem nomes especiais: 1A ou 1 – Metais alcalinos – Li – Na – K – Rb – Cs – Fr 2A ou 2 – Metais alcalinoterrosos – Be – Mg – Ca –Sr – Ba – Ra 4A ou 14 – Grupo do carbono – C – Si – Ge – Sn – Pb 5A ou 15 – Grupo do nitrogênio – N – P – As – Sb – Bi 6A ou 16 – Calcogênios – O – S – Se – Te – Po 7A ou 17 – Halogênios – F – Cl – Br – I – At 0 ou 18 – Gases nobres – He – Ne – Ar – Kr – Xe – Rn Observações • O número do grupo A é igual ao número de elétrons da última camada. • Elementos representativos: último subnível s ou p: grupos A Li 1s2 2s1 2 2s2 2p5 9F 1s • Elementos de transição: último subnível d: grupos B 2 2 6 2 6 2 1 21Sc 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4. ESTADOS FÍSICOS DOS ELEMENTOS A 25°C E 1 ATM • Gasoso: gases nobres, H, O, N, F, Cl • Líquido: Hg e Br • Sólido: os demais 6. LOCALIZAÇÃO 5. CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS ELEMENTOS Observando-se a tabela periódica da página anterior, os elementos químicos são classificados em: metais (maioria dos elementos) não metais (C, N, P, O, S, Se, F, Cl, Br, I, At) gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn) hidrogênio e semimetais 290 – 1 2 3 4 5 6 7 NA TABELA PERIÓDICA A distribuição eletrônica do átomo de um dado elemento químico permite que determinemos a sua localização na tabela periódica. • Períodos Número de camadas = = número do período • Grupos A Família 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A nº de elétrons da última camada em lâminas), dúcteis (podem ser transformados em fios) e apresentam, via de regra, poucos elétrons (menos de 4) na última camada. Os não metais (ametais) têm propriedades diametralmente opostas dos metais. Em geral, são maus condutores de calor e de eletricidade, não apresentam brilho metálico, não podem ser reduzidos a lâminas e fios e possuem, via de regra, muitos elétrons (mais de 4) na última camada. Os semimetais têm propriedades intermediárias entre os metais e os não metais. O mais utilizado é o silício, na fabricação de semicondutores. Os metais em geral são densos, têm brilho típico, altos pontos de fusão e de ebulição, são bons condutores de calor e de eletricidade, maleáveis (podem ser transformados Último subnível s1: grupo 1A Último subnível s2: grupo 2A Último subnível p: grupos 3A, 4A, 5A, 6A, 7A e O C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 291 px n.o do grupo = x + 2 x = n.o de elétrons 3Li 2.o período 1s2 2s1 K 12Mg L 1s2 Grupo 1A ou 1 2s2 K 2p6 L 3s2 M 3.o período Grupo 2A ou 2 9F 1s2 2s2 2p5 2.o período K L Grupo 7A ou 17 • Grupos B 7. TABELA PERIÓDICA MENDELEEV Apresentou uma classificação que é a base da classificação moderna. Adotou a seguinte lei periódica: “As propriedades físicas e químicas dos elementos são funções periódicas de suas massas atômicas”. Os elementos foram distribuídos em oito colunas verticais (grupos homólogos) e em 12 colunas horizontais (séries heterólogas), em ordem crescente de suas massas atômicas. Os grupos foram numerados de I a VIII e cada grupo dividido em dois subgrupos. Na época de Mendeleev, eram conhecidos, aproximadamente, 60 elementos. Os gases nobres e as Último subnível d dx n o. do grupo = x + 2 x = n.o de elétrons 2 2 6 2 6 2 1 21Sc 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4.o período DE I terras-raras (com exceção do cério) eram desconhecidos. Mendeleev deixou lacunas na sua tabela, reservadas para os elementos que viriam a ser descobertos. Entre o cálcio e o titânio deixou uma lacuna para o elemento eka-boro (abaixo do boro). Mendeleev deixou essa lacuna porque o titânio não apresenta propriedades semelhantes às do boro. Mais tarde, o eka-boro foi descoberto, sendo o atual escândio. Mendeleev previu também a existência do eka-alumínio (abaixo do alumínio; é o gálio) e do eka-silício (abaixo do silício; é o germânio). O caso do eka-silício ficou famoso, pois todas as propriedades previstas por Mendeleev foram mais tarde verificadas pelo descobridor do germânio, Winkler. II III IV V VI VII 1 H 2 Li Be B C N O F 3 Na Mg Al Si P S Cl 4 K Ca –––– Ti V Cr Mn 5 Cu Zn –––– –––– As Se Br 6 Rb Sr Y Zr Nb Mo –––– 7 Ag Cd In Sn Sb Te I 8 Cs Ba –––– –––– –––– –––– Au Hg Tl VIII Fe, Ni, Co Grupo 3B ou 3 Observação Ru, Pd, Rh Para simplificar a tabela periódica, os elementos de 57 a 71 (lantanídeos ou terras-raras), pertencentes ao 6.o período, foram colocados a seguir na tabela, o mesmo acontecendo com os elementos de 89 a 103 9 (actinídeos), pertencentes ao 7.o período. elementos de transição interna < 10 Lantanídeos: último subnível 4f 11 Actinídeos: último subnível 5f 12 Pb Th – 291 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 292 MÓDULO 7 Raio Atômico, Raio Iônico e Série Isoeletrônica 1. RAIO ATÔMICO: O TAMANHO DO ÁTOMO Seria a distância do núcleo à última camada de um átomo. Nota: é impossível determinar a distância do núcleo à última camada. A distância entre dois núcleos pode ser obtida usando raios X. Se tivermos dois átomos iguais ligados ou encostados, a distância d entre os núcleos é conhecida. Unidades usadas para o raio atômico: picômetro (pm) 1 pm = 10–12m nanômetro (nm) 1 nm = 10–9m angstrom(Å) 1 Å = 10–10m De maneira geral, para que possamos comparar o tamanho dos átomos, devemos levar em conta dois fatores: ❑ Átomos com números de camadas diferentes Por definição, o raio é a metade da distância d. Maior o número de camadas → maior o raio d raio = –––– 2 ❑ Átomos com mesmo nú mero de camadas Exemplo 11Na 292 – 1s2 K 2s2 2p6 L 3s1 M Menor Z (prótons) → maior o raio C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 293 A variação do raio atômico na tabela periódica pode ser representada pela ilustração a seguir. Nos grupos, o raio atômico aumenta de cima para baixo, pois aumenta o número de camadas. Nos períodos, o raio atômico aumenta da direita para a esquerda, pois diminui o número atômico. 2. RAIO IÔNICO Com referência aos raios iônicos, temos: Todo cátion é menor que o átomo de origem. A saída do elétron diminui o número de camadas ou a repulsão entre elas. Todo ânion é maior que o átomo de origem. A entrada do elétron aumenta a repulsão entre as camadas. 3. SÉRIE ISOELETRÔNICA Átomos e íons com igual número de elétrons. mesmo n.o de camadas: menor Z → maior raio MÓDULO 8 Energia de Ionização, Afinidade Eletrônica e Eletronegatividade 1. ENERGIA DE IONIZAÇÃO (EI) É a energia fornecida para retirar um ou mais elétrons de um átomo isolado no estado gasoso. equação geral: A(g) + energia → A+(g) + e– Unidades usadas para a energia de ionização: quilojoule (kJ), quilocaloria (kcal) e elétron-volt (eV). 1 eV = 1,6 . 10–19 J Um átomo apresenta tantas energias de ionização quantos forem os seus elétrons: 1.a EI = energia para retirar o 1.o elétron. 2.a EI = energia para retirar o 2.o elétron. 3.a EI = energia para retirar o 3.o elétron. Exemplo: 3Li 1s2 2s1 O primeiro elétron a sair é do subnível 2s (mais afastado do núcleo). Sempre: 1.a EI < 2.a EI < 3.a EI Quanto menor for o raio atômico, mais próximo do núcleo estará o elétron a ser removido e maior será a energia necessária para retirá-lo do átomo. – 293 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 294 Logo, a 1.a EI na tabela periódica varia de modo inverso ao raio atômico. Observe gás nobre: 1.a EI elevadíssima ametal: 1.a EI elevada metal: 1.a EI baixa (facilidade em formar cátions) Nos grupos, a 1.a EI aumenta de baixo para cima, pois o raio diminui. Nos períodos, a 1.a EI aumenta da esquerda para a direita, pois o raio diminui. 2. AFINIDADE ELETRÔNICA OU ELETROAFINIDADE (AE) Nota Alguns autores consideram potencial de ionização como sinônimo de energia de ionização. É a energia liberada quando um átomo isolado e gasoso captura um elétron. Nos períodos e nas famílias, quanto menor o átomo, maior a sua capacidade de receber elétrons, e maior a afinidade eletrônica. Portanto, na tabela periódica, a afinidade eletrônica possui variação inversa à do raio atômico (os gases nobres não devem ser incluídos nessa variação). Observe ametais: AE elevada metais: AE baixa 3. ELETRONEGATIVIDADE OU CARÁTER NÃO METÁLICO É uma grandeza que mede a atração de um átomo sobre os elétrons de uma ligação química. Escala de Pauling F > O > N, Cl > Br > 4 3,5 3 2,8 > I, S, C > P, H 2,5 2,1 294 – O flúor é o elemento mais eletronegativo. Observação Eletropositividade (caráter metálico) é o oposto da eletronegatividade. Eletropositividade mede a ca- equação geral: B(g) + e– → B–(g) + energia Exemplo Cl(g) + e– → Cl–(g) + 3,75 eV Quando um átomo de cloro gasoso recebe um elétron, formando o ânion cloreto, libertam-se 3,75 eV, que é a afinidade eletrônica do cloro. pacidade do átomo em ceder elétrons. O frâncio (Fr) é o elemento mais eletropositivo. O gráfico a seguir mostra a variação de uma propriedade periódica (energia de ionização) com o aumento do número atômico. C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 295 Introdução à Química Orgânica: Definição, Kekulé e Tipos de Carbono Cl — — H H — H — — H H H H2C = CH — CH3 O H H H H H3C — CO — CH3 H b) As quatro valências do carbono são iguais. c) Os átomos de carbono podem ligar-se entre si, formando cadeias. — — H C— — H2 C — — H C—C c) Tripla-ligação —C C — A teoria estrutural de Kekulé pode ser resumida em três itens: a) O carbono é tetravalente. H | H—C—H | H H H — 3. TEORIA ESTRUTURAL DE KEKULÉ H — H2C — CH2 H ou H Carbono primário (P): ligado no máximo a um átomo de carbono. Carbono secundário (S): ligado a dois outros átomos de carbono. Carbono terciário (T): ligado a três outros átomos de carbono. Carbono quaternário (Q): ligado a quatro outros átomos de carbono. H HC P S P P C H—C C—H H—C C—H C H P CH3 C — CT — QC — CH3 CH3 — 5. TIPOS DE CARBONO NUMA CADEIA CARBÔNICA — NH2 ureia — C C H3C — CHO H H C — NH2 — — — O H—C—C b) Dupla-ligação — Os compostos orgânicos são manipulados pelo homem desde a Antiguidade, porém somente em 1828 (marco zero) o homem conseguiu, por iniciativa de Wöhler, fabricar um composto orgânico em laboratório. Esse composto é conhecido pelo nome de ureia. — H—C—C—C—H — Entre átomos de carbono, podemos encontrar: a) Simples-ligação H—C= C—C—H — — 4. LIGAÇÕES ENTRE ÁTOMOS DE CARBONO 2. HISTÓRICO cianato de amônio H H3C — CH2 — CH3 —C—C— Δ NH4CNO ⎯→ O — — H—C—C—C—H F— — —N— | I— — O— | Br — H — H— H H — Os compostos orgânicos são muito comuns e importantes em nossa vida diária: por exemplo, o álcool comum (H3C — CH2 — OH), açúcar comum (C12H22O11), gás natural (CH4), e assim por diante. Elementos organógenos: CHON: são os elementos que aparecem com maior frequência nos compostos orgânicos. cadeia carbônica Observação Outras valências importantes: cações nas fórmulas estruturais, originando assim as fórmulas estruturais simplificadas. Exemplos — É a parte da Química que estuda a maioria dos compostos do carbono, chamados de compostos orgânicos. | | | | | | | —C—C—C—C—C—C—C— | | | | | | | — 1. DEFINIÇÃO DE QUÍMICA ORGÂNICA — MÓDULO 9 CH3 P A presença de dupla ou tripla-ligação não influi na classificação do carbono. 6. FÓRMULAS ESTRUTURAIS SIMPLIFICADAS Para poupar tempo e espaço, costuma-se fazer algumas simplifi- 7. DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS ORGÂNICOS E COMPOSTOS INORGÂNICOS a) Número O número de compostos orgânicos é muito maior que o número de compostos inorgânicos. b) Participação dos elementos A participação dos elementos químicos nos compostos inorgânicos é muito maior que nos compostos orgânicos. – 295 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 296 c) Instabilidade térmica Os compostos orgânicos são mais facilmente decompostos pelo calor que os compostos inorgânicos. Exemplos de compostos orgânicos. MÓDULO 10 Classificação das Cadeias Carbônicas Exemplos Cadeia Características Aberta ou Acíclica ou Alifática apresenta extremos livres Fechada ou Cíclica não apresenta extremos livres e forma um ciclo ou anel Normal (aberta) apenas dois extremos livres Ramificada (aberta) mais de dois extremos livres Saturada (aberta ou fechada) somente ligações simples entre átomos de carbono Não Saturada ou Insaturada (aberta ou fechada) pelo menos uma ligação dupla ou tripla entre átomos de carbono Heterogênea (aberta ou fechada) apresenta heteroátomo (S, O, N, P entre átomos de carbono) CH2 H3C H3C CH2 H3C CH3 CH2 CH CH3 CH3 CH3 H3C HC H3C CH2 C NH CH3 CH3 CH2 CH3 O Homogênea (aberta ou fechada) não apresenta heteroátomo Aromática (fechada) possui anel benzênico ou aromático Alicíclica (fechada) não possui anel benzênico ou aromático Mista ciclo e extremo livre H3C CH2OH CH3 Observação • Anel benzênico ou aromático: cada anel tem seis átomos de carbono que formam um hexágono regular com ligações simples e duplas alternadas. 296 – • O composto que apresenta um anel benzênico é chamado de benzeno (C6H6). • O composto que apresenta dois anéis benzênicos condensados é chamado de naftaleno (C10H8). C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 297 FRENTE 3 Química Geral e Inorgânica MÓDULO 1 Massa Atômica – Massa Molecular 1. NOTAÇÃO DE UM ÁTOMO A X Z A = número de massa A=N + Z Z = número atômico 12 C 6 Z=p A = 12 Z=6 2. UNIDADE UNIFICADA DE MASSA ATÔMICA (u) A medida da massa de um átomo é feita comparando-se a sua massa com a massa de um átomo padrão convenientemente escolhido. O átomo padrão escolhido foi o 12C, 3. MASSA ATÔMICA DE UM ELEMENTO (MA) Por definição: Unidade unificada de massa atômica (u): é a massa de 1 ––– do átomo de carbono 12 com número de massa igual a 12(12C). cuja massa atômica vale 12 uni- dades de massa atômica (u). Átomos 4He A massa atômica de um átomo é sua massa expressa em u, ou seja, é a massa 1 da mascomparada com ––– 12 sa do 12C. As massas atômicas dos diferentes átomos podem ser determinadas experimentalmente com grande precisão, por meio de um aparelho chamado espectrômetro de massa. Verificação experimental MA Arredondamento 4,003 vezes maior que a massa de 1u 4,003u 4u 19F 18,9984 vezes maior 18,9984u que a massa de 1u 27Al 26,9815 vezes maior 26,9815u que a massa de 1u 19u 27u Espectrômetro de massa. Para facilitar nossos cálculos, não usaremos esses valores exatos, faremos um “arredondamento” para o número inteiro mais próximo. Os valores das massas atômicas arredondados são iguais aos números de massa (A) dos átomos. H2O H = 1u O = 16u MM da H2O = 2 x 1u + 1 x 16u = 18u 4. MASSA MOLECULAR DE UMA SUBSTÂNCIA (MM) A massa molecular é a massa de uma molécula expressa em u, e corresponde à soma das massas atômicas dos átomos constituintes. Uma molécula de água tem massa igual a 18u. – 297 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 298 4 Outros exemplos importantes MM do H2 = 2 . 1u = 2u MM do CO2 = 1 . 12u + 2 . 16u = 44u MM do NH3 = 1 . 14u + 3 . 1u = 17u MM do CH4 = 1 . 12u + 4 . 1u = 16u Uma molécula de hidro- Uma molécula de gás carbônico Uma molécula de amônia tem Uma molécula de metano tem massa igual a 17u. gênio tem massa igual a tem massa igual a 44u. massa igual a 16u. 2u. MÓDULO 2 Como átomos e moléculas são muitíssimo pequenos e sua quantidade é extremamente grande numa dada porção de um material, um sistema conveniente adotado pelos químicos é o de contá-los em grupos de 6,02 . 1023 (número de Avogadro). Assim, foi desenvolvida uma unidade de contagem cujo nome é mol. Mol é a unidade de quantidade de matéria que contém 6,02 . 1023 partículas (átomos, moléculas, íons etc.) Mol e Massa Molar 2. MASSA MOLAR (M) É a massa em gramas de um mol, isto é, 6 . 1023 partículas. H = 1u ; O = 16u ; MMH O 2 MH O 2 = 18u = 18g/mol A unidade é g/mol. A massa molar de uma substância é numericamente igual à massa molecular. Exemplos Cada 6,02 . 1023 ou 6 . 1023 MAI = 127u ; MM I = 254u; partículas contam 1 mol. M I = 254g/mol 2 2 Dessa maneira, podemos dizer que: • 1 mol de átomos = 6,02 . 1023 átomos • 1 mol de moléculas = 6,02 . 1023 moléculas • 1 mol de elétrons = 6,02 . 1023 elétrons Exemplos Um mol de carbono (C) significa um mol de átomos de C, ou seja, 6 . 1023 átomos de C. Observação A massa molar de uma substância monoatômica é numericamente igual à massa atômica. Exemplo Um mol de água (H2O) significa um mol de moléculas de H2O, ou seja, 6 . 1023 moléculas de H2O. 298 – MAAg = 108u ; MAg = 108g/mol C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 299 MÓDULO 3 Quantidade de Matéria ou de Substância 1. QUANTIDADE DE MATÉRIA OU DE SUBSTÂNCIA (n) Indica a quantidade de partículas em mols numa determinada massa de substância. Quantidade de substância Massa 1 mol –––––––––––––––––––– M n mol –––––––––––––––––––– m m n = ––– M n: quantidade de substância ou quantidade de matéria m: massa em gramas M: massa molar em g/mol Exemplo Calcular a quantidade de matéria de H2O contida em 54g de H2O. H2O = 18g/mol m 54g n = –––– ; n = ––––––– ∴ n = 3 mols M 18g/mol Também podemos usar regra de três. 18g –––––––– 1 mol 54g –––––––– x x = 3 mols Massas molares de três substâncias diferentes: água (18 g/mol), gás carbônico (44 g/mol) e iodo (254 g/mol). Massas diferentes com o mesmo número de moléculas. 2. MASSA ATÔMICA DE UM ELEMENTO QUÍMICO A massa atômica de um elemento químico é a média ponderada das massas atômicas de seus isótopos. Exemplo 30X ; 34X 60% 40% 60 . 30 + 40 . 34 MAX = ––––––––––––––– ∴ MAX = 31,6u 100 – 299 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 300 MÓDULO 4 Equação de Estado, Volume Molar e Hipótese de Avogadro 1. GÁS NAS CNTP OU CNPT OU TPN CNTP = condições normais de temperatura e pressão. Um gás está nas CNTP quando: P = pressão P = 1 atm = 760 mmHg T = 273K ou t = 0°C } T = temperatura em kelvin t = temperatura em graus Celsius 2. EQUAÇÃO DE ESTADO DO GÁS É uma equação que relaciona P, V, T e n. PV = n R T m ou PV = ––– RT M P = pressão do gás V = volume do gás n = quantidade de matéria do gás T = temperatura em kelvin O conceito de volume molar é mais utilizado para uma substância no estado gasoso. 4. VOLUME MOLAR DE UM GÁS O volume molar de um gás numa mesma pressão e temperatura é constante. O volume molar no estado gasoso e nas CNTP é igual a 22,4L/mol. gás nas CNTP ⇒ VM = 22,4L/mol dedução: PV = nRT ∴ 1 . V = 1. 0,082 . 273 V = 22,4L 5. HIPÓTESE DE AVOGADRO Volumes iguais de gases diferentes contêm igual número de moléculas numa mesma pressão e temperatura. T = t + 273 T → kelvin t → graus Celsius m = massa do gás M = massa molar do gás R = constante universal dos gases (o valor é fornecido) atm . L R = 0,082 –––––––– K . mol mmHg . L R = 62,3 ––––––––––– K . mol 3. VOLUME MOLAR (VM) É o volume ocupado por um mol de substância (qualquer estado físico). Massa molar = M 1 mol 具 2 2 Dedução Aplicando a equação de estado do gás, temos: PV = nH RT ; PV = nCO RT 2 2 Conclusão nH = nCO 2 2 Mesma quantidade de matéria (n) Volume molar = VM MÓDULO 5 nH = nCO ⇓ mesmo n o. de moléculas. Fórmulas Percentual, Mínima e Molecular 1. DEFINIÇÃO No começo do século XIX, as substâncias começaram a ser representadas por fórmulas. Nesta aula estudaremos as fórmulas: percentual, mínima e molecular, usando a substância glicose como exemplo. 300 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 301 Fórmula Indica As percenPercentual tagens dos ou elementos centesimal em massa Mínima ou empírica ou estequiométrica Menor proporção inteira atômica Exemplo C 40% H 6,7% O 53,3% } } } C: 180g ––––––– 72g 100% ––––––– x 3.o Se necessário, multiplicar tox = 40% dos os valores por 2; 3; 4 etc. H: 180g ––––––– 12g 100% ––––––– y O: 180g ––––––– 96g y = 6,7% z = 53,3% 100% ––––––– z 2. CÁLCULO DA FÓRMULA PERCENTUAL A PARTIR DA FÓRMULA MOLECULAR Exemplo Calcular a fórmula percentual da glicose: (C6H12O6); C = 12g/mol; H = 1g/mol; O = 16g/mol Roteiro 1º Calcular a massa molar. 2º Montar regra de três. fórmula percentual: C40% H6,7% O53,3% C 3,33 mol ––––––––––– 3,33 H6,7 mol ––––––––– 3,33 O53,3g –––––––– 16g/mol O3,33 mol –––––––––– 3,33 3. CÁLCULO DA FÓRMULA MÍNIMA A PARTIR DA FÓRMULA PERCENTUAL Exemplo Calcular a fórmula mínima de um composto que apresenta: H6,7% O53,3%; C40% 4. CÁLCULO DA FÓRMULA MOLECULAR A PARTIR DA FÓRMULA MÍNIMA Exemplo Para um composto de fórmula mínima CH2O e massa molar 180g/mol, calcular a fórmula molecular. C = 12g/mol; H = 1g/mol; O = 16g/mol. C = 12g/mol; H = 1g/mol; Roteiro O = 16g/mol. Roteiro 1.o Determinar a quan tidade de m . matéria de cada elemento: n = ––– M Comparar a massa molar do composto (o valor é dado no exercício) com o valor da massa molar da fórmula mínima. 180g/mol CH2O → 30g/mol ∴ ––––––––– = 6 30g/mol 2.o Dividir os resultados obtidos pelo menor valor encontrado. MÓDULO 6 H6,7g –––––––– 1g/mol CH2O fórmula mínima CH2O O número real de Molecular átomos dos C6H12O6 ou bruta elementos na molécula C 40g –––––––– 12g/mol C6H12O6 (Fórmula molecular) Cálculo Estequiométrico: Estequiometria 1. FINALIDADE DA ESTEQUIOMETRIA EM UMA REAÇÃO QUÍMICA Observe que a proporção entre as moléculas participantes é 1 : 3 : 2. A equação química do processo Calcular as quantidades dos reagentes ou produtos de uma reação química. 2. PROPORÇÃO DOS COEFICIENTES DE UMA EQUAÇÃO QUÍMICA Considere a reação química entre o gás nitrogênio e o gás hidrogênio produzindo amônia gasosa. é: 1N2 + 3 H2 → 2 NH3 1, 3, 2 = coeficientes A proporção dos coeficientes de uma equação química pode ser representada pelas seguintes grandezas: – 301 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:03 Página 302 a) quantidade em mol 1N2 + 1 mol → 3H2 3 mol 2 NH3 2 mol b) número de Avogadro (6 . 1023) 3H2 → 3 . 6 . 1023 18 . 1023 1N2 + 6 . 1023 6 . 1023 2NH3 2 . 6 . 1023 12 . 1023 c) massa molar massas molares em g/mol: N2 = 28, H2 = 2, NH3 = 17 1 N2 + 1 . 28g 28g 3 H2 3 . 2g 6g → 2 NH3 2 . 17g 34g d) volume molar dos gases nas CNTP (22,4L/mol) 1 N2 + 1 . 22,4L 22,4L 3 H2 → 3 . 22,4L 67,2L 2 NH3 2 . 22,4L 44,8L Observação Pode ser usado em outras condições diferentes das CNTP. e) volume dos gases nas mesmas condições de pressão e temperatura. 1 N2 1L + 3 H2 3L → 2 NH3 2L Calcule: a) A quantidade de NH3 em mols quando temos 4 mols de N2. b) A massa de NH3 em gramas quando temos 1,5 mol de H2. c) A massa de H2 em gramas quando temos 14g de N2. d) O número de moléculas de NH3 quando temos 2g de H2. e) O volume de NH3 nas CNTP, em litros, quando temos 3 mols de N2. Dados: Massas molares em g/mol: N2 = 28, H2 = 2, NH3 = 17. Volume molar de um gás nas CNTP = 22,4L/mol. Constante de Avogadro = 6 . 1023/mol. RESOLUÇÃO: a) proporção coeficientes exercício N2 + 3 H2 → 2 NH3 1 mol –––––––– 2 mol 4 mol –––––––– x ∴ b) proporção coeficientes exercício N2 Observação Pode ser usada qualquer unidade de volume. 3. MONTAGEM DA PROPORÇÃO Equação Química Balanceada Proporção dos Coeficientes Proporção Fornecida pelo Exercício + 3 H2 → 2 NH3 3 mol –––––– 2 . 17g 1,5 mol –––– x ∴ + 3 H2 → 2 NH3 proporção dos coeficientes proporção fornecida pelo exercício Observações • A grandeza a ser usada por um coeficiente vai depender da grandeza fornecida pelo exercício. • Para substâncias diferentes, podemos utilizar grandezas diferentes, por exemplo, mol com massa. EXERCÍCIO Dada a equação química balanceada: N2 302 – + 3 H2 → 2 NH3 x = 17g N2 + 3 H2 → c) proporção coeficientes 28g ––––––– 3 . 2g 14g ––––––– x exercício ∴ Exemplo 1 N2 x = 8 mol d) proporção coeficientes exercício x = 3g N2 + 3 H2 → 2 NH3 6g ––– 12 . 1023 2g –––––– x ∴ e) proporção coeficientes exercício 2 NH3 moléculas x = 4 . 1023 moléculas N2 + 3 H2 → 2 NH3 1 mol ––––––––––– 2 . 22,4L 3 mol ––––––––––– x ∴ x = 134,4L C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 303 MÓDULO 7 Reagente em Excesso – Pureza e Rendimento 1. REAGENTE EM EXCESSO 2. PUREZA Quando o problema fornece as quantidades de dois reagentes, provavelmente um deles está em excesso, pois, caso contrário, bastaria dar a quantidade de um deles e a quantidade do outro seria calculada. Para fazer o cálculo estequiométrico, baseamo-nos no reagente que não está em excesso (reagente limitante). Para isso, o primeiro passo é determinar o reagente em excesso. Exemplo Muitas vezes, a substância reagente está acompanhada de impurezas. Surge então o conceito de pureza. Por exemplo: Fe2O3 com 80% de pureza significa que em 100g de Fe2O3 impuro (Fe2O3 + areia + etc.) existem 80g de Fe2O3 puro e 20g de impurezas (areia etc.). Assim, se numa reação estamos usando 150g de Fe2O3 com 80% de pureza, significa que a massa real de Fe2O3 é 120g, ou seja, 80 –––– . 150g = 120g. 100 Na reação: 2 H2 + O2 → 2 H2O colocando-se em presença 3g de hidrogênio e 30g de oxigênio, qual a massa de água formada? Resolução • Verificar qual a substância em excesso. 2 mol de H2 reagem com 1 mol de O2. ↓ ↓ 4g de H2 –––––––––––—– 32g de O2 3g de H2 –––––––––––—– x 3g x 32g x = ––––––––– = 24g de O2 4g Como 3g de H2 reagem com 24g de O2, existindo no recipiente 30g de O2, conclui-se que sobram 30g – 24g = = 6g de O2 em excesso (sem reagir). Essa pureza pode ser determinada pelo quociente entre a massa da substância pura e a massa total da amostra. massa da subst. pura P = –––––––––––––––––––– x 100 massa da amostra Essa porcentagem de pureza indica qual a real quantidade de uma substância na amostra fornecida. Exemplo Qual a massa de CaCO3 presente em uma amostra de 200g de calcário, cuja pureza é de 80%? Resolução 100g de calcário –– 80g de CaCO3 200g de calcário –– x x = 160g de CaCO3 • Cálculo da quantidade de água. 2 mol de H2 ––––– 2 mol de H2O ↓ ↓ 4g ––––––––––––––– 36g 3g ––––––––––––––– y 3g x 36g y = ––––––––– = 27g de H2O 4g 3. RENDIMENTO Quando o problema não faz referência, considera-se rendimento de 100%, isto é, a quantidade de produto formada é aquela calculada de acordo com os coeficientes estequiomé- tricos. No entanto, em razão de vários motivos, a quantidade de produto obtida é menor que a calculada. Quando dizemos rendimento de 90%, significa que na prática obtém-se 90% da quantidade calculada de acordo com os coeficientes. O rendimento pode ser calculado pelo quociente entre a quantidade real obtida e a quantidade teoricamente calculada. quantidade real R = –––––––––––––––––– x 100 quantidade teórica Exemplo Qual a massa de CaCO3 obtida na reação de 2 mol de CaO com 2 mol de CO2, se o rendimento for 60%? CaO + CO2 → CaCO3 Dados massa molar do CaCO3 = 100g/mol Resolução 1 mol de CaO – 1 mol de CO2 – 1 mol de CaCO3 2 mol de CaO – 2 mol de CO2 – x x = 2 mol de CaCO3 1 mol de CaCO3 ––––– 100g 2 mol de CaCO3 ––––– y y = 200g de CaCO3 200g de CaCO3 ––– 100% de rendimento z –––– 60% de rendimento z = 120g de CaCO3 Resolução alternativa R = 100%: 1 mol de CaO –– 1 mol de CaCO3 R = 60%: 1 mol de CaO –– 0,60 mol de CaCO3 1 mol de CaO –– 0,60 . 100 g de CaCO3 冦 2 mol de CaO ––– x x = 120 g de CaCO3 – 303 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 304 MÓDULO 8 Compostos Inorgânicos I: Ácido de Arrhenius: Definição e Nomenclatura 1. DEFINIÇÃO DE ÁCIDO PELA TEORIA DE ARRHENIUS É toda substância, em solução aquosa, que libera como íons positivos somente H+. H2O ⎯⎯→ ácido ←⎯⎯ H+ + ânion • conduzem a corrente elétrica em solução aquosa; • quando adicionados ao mármore e a outros carbonatos, produzem uma efervescência com liberação de gás carbônico. Exemplos água ⎯⎯→ H+ + Cl– HCl ←⎯⎯ monoácido: libera 1 H+ água ⎯⎯→ 2H+ + SO 2– H2SO4 ←⎯⎯ 4 diácido: libera 2H+ Formação de íons ↓ Ionização água ⎯⎯→ 3H+ + PO 3– H3PO4 ←⎯⎯ 4 triácido: libera 3H+ A ionização do HC l. Os íons livres fecham o circuito e a lâmpada acende. As propriedades comuns dos ácidos devem-se ao íon positivo H+, tais como: • apresentam sabor azedo; • tornam róseo o papel de tornassol azul; Efervescência observada após se adicionar uma solução aquosa de HC l a outra de Na2CO3. Notas • O íon H+ liberado pelo ácido liga-se à molécula de água (ligação dativa), formando o íon H3O+, denominado hidrônio ou hidroxônio. 304 – •• H 2. NOMENCLATURA DOS PRINCIPAIS ÁCIDOS – [[ [ H O H + •• H Cl •• [ •• •• •• •• + H Cl + •• •• •• •• H O •• •• •• •• C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 305 •• HF H3O+ Cl – HCl (aq): ácido clorídrico cátion ânion (aq): ácido fluorídrico HBr (aq): ácido bromídrico HI (aq): ácido iodídrico HCN (aq): ácido cianídrico H2S (aq): ácido sulfídrico H2SO4 (aq): ácido sulfúrico • Hidrogênio ácido ou hidrogênio ionizável O hidrogênio do ácido, que se transforma em H+ (ou H3O+), é chamado hidrogênio ionizável. Átomos de hidrogênio ligados a átomos pouco eletronegativos, como por exemplo C e P, não são ionizáveis. Exemplo Ácido acético (H4C2O2) – é o ácido do vinagre. Dos 4H da molécula, somente 1H é ionizável: o que está ligado ao oxigênio. Veja como ocorre a ionização: H H O H O– H C C H O H C +H C H + H2CO3 (aq): ácido carbônico Observações: • aq: aquoso • ácidos sem o elemento oxigênio apresentam a terminação ídrico. • principais ácidos com o elemento oxigênio apresentam a terminação ico. Geralmente utiliza-se a terminação oso para ácidos que têm 1 átomo O a menos que o ácido ico. O • H2SO4 – ácido sulfúrico ou: CH3 COOH HNO3 (aq): ácido nítrico H3PO4 (aq): ácido fosfórico H2SO3 – ácido sulfuroso CH3 COO – + H + Os 3H ligados ao C (CH3) não são ionizáveis, isto é, não se transformam em íons H+. • HNO3 – ácido nítrico HNO2 – ácido nitroso Prefixo hipo: 1 átomo O a menos que o oso. Prefixo per – 1 átomo O a mais que o ico. • HClO – ácido hipocloroso HClO2 – ácido cloroso HClO3 – ácido clórico HClO4 – ácido perclórico 3. PRINCIPAIS ÁCIDOS Ácidos HNO3 Ocorrência, uso e características principal ácido; usado na fabricação de fertilizantes; ácido da bateria; desidratante (absorve água); responsável pela chuva ácida. usado na fabricação de explosivos e de fertilizantes; responsável pela chuva ácida. HCl componente do suco gástrico; usado na limpeza de pisos e metais; ácido muriático (comercial). H2CO3 água com gás, refrigerantes e certas bebidas. H3PO4 acidulante e conservante. H3CCOOH ácido acético, componente do vinagre. HF gravação de vidros. H2S tóxico, tem cheiro de ovo podre. HCN tóxico, usado em câmaras de gás. H2SO4 – 305 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 306 MÓDULO 9 Base de Arrhenius: Definição e Nomenclatura Fórmula geral: M(OH)x, em que M é um cátion metálico. 1. DEFINIÇÃO DE BASE PELA TEORIA DE ARRHENIUS É toda substância, em solução aquosa, que liberta como ânions somente íons OH– (ânion hidróxido). Exemplos água ⎯⎯→ Na+ + OH– NaOH ←⎯⎯ Separação de íons água ⎯⎯→ Ca2+ + 2 OH– Ca(OH)2 ←⎯⎯ ↓ Dissociação iônica água ⎯⎯→ Al 3+ + 3OH– Al(OH)3 ←⎯⎯ Pastilhas de NaOH. 2. NOMENCLATURA DAS BASES: M(OH)X M com Nox fixo: hidróxido de nome de M. As propriedades comuns das bases devem-se ao íon negativo OH–, tais como: M com Nox variável: hidróxido de nome de M. Nox em algarismo romano e entre parênteses. Exemplos NaOH: hidróxido de sódio Mg(OH)2: hidróxido de magnésio Al(OH)3: hidróxido de alumínio Fe(OH)2: hidróxido de ferro (II) Fe(OH)3: hidróxido de ferro (III) • apresentam sabor adstringente; • tornam a pele lisa e escorregadia; • conduzem a corrente elétrica em solução aquosa; • tornam azul o papel róseo de tornassol. Conclusão ❑ Principais cátions metálicos com Nox variável — Cu — 1+ 2+ — Co — — Hg— 2+ 3+ 1+ 2+ — Pb — — Fe — 2+ 4+ 2+ — Ni — 3+ — Sn — 2+ 3+ 2+ 4+ Observações • O gás amônia (NH3) reage com água, formando As bases de metais são compostos iônicos NH4OH(aq). É uma reação de ionização. e, portanto, sofrem dissociação iônica → NH OH(aq) → NH (aq) + OH–(aq) NH3(g) + H2O(l) ← ← 4 4 hidróxido quando dissolvidos na água. + de amônio 306 – C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 307 • Essa solução aquosa recebe o nome comercial de amoníaco. • NH4OH só existe em solução aquosa. 3. PRINCIPAIS BASES Bases Aplicações NaOH soda cáustica, principal base; produção de sabão e papel; limpa-forno (desentupir pias e ralos). Mg(OH)2 leite de magnésia, antiácido estomacal. Ca(OH)2 cal hidratada, pintura a cal, preparação de argamassa; adição aos solos para diminuir a acidez. NH3 (NH4OH) produtos de limpeza, como Ajax, Fúria; produção de fertilizantes e HNO3. As bases conduzem a corrente elétrica em solução aquosa. – 307 C13A_QUIMICA_SOROCABA_TEORIA_ALICE_2014 06/12/13 15:04 Página 308 MÓDULO 10 Reação de Neutralização 1. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO É a reação entre uma base e um ácido, a qual origina um sal e água. Base + Ácido → Sal + Água Unindo-se o cátion da base e o ânion do ácido, obtém-se o sal. Unindo-se o OH– da base e o H+ do ácido, obtém-se a água. OH– + H+ → H2O Exemplo: Reação entre NaOH(aq) e HCl(aq): NaOH + HCl NaCl + H2O A reação de neutralização pode ser total (mais importante) ou parcial. 2. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL Ocorre quando as quantidades de íons H+ e OH– forem iguais na solução. Número de íons H+ = número de íons OH– O coeficiente da base é a quantidade de íons H+. O coeficiente do ácido é a quantidade de íons OH–. O sal formado é classificado como sal normal. Complete as equações. a) 3 KOH + 1 H3PO4 → b) 2 KOH + 1 H3PO4 → c) 1 KOH + 1 H3PO4 → d) 1 Ca(OH)2 + 1 HCl → Exemplo Mg(OH)2 3. REAÇÃO DE NEUTRALIZAÇÃO PARCIAL Quando os coeficientes da base e do ácido são fornecidos, podemos ter neutralização total (n.o de H+ = n.o de OH–) ou parcial (n.o de H+ 苷 n.o de OH–). + HNO 3 coeficiente do Mg(OH)2 será 1 coeficiente do HNO3 será 2 Resolução a) 3 KOH + 1 H3PO4 → K3PO4 + 3 H2O 3 OH– e 3 H+ → total b) 2 KOH + 1 H3PO4 → 2 OH– e 3 H+ → parcial → KOH KOH OH Mg OH HNO3 HNO3 obtemos 2 H2O e 1 Mg(NO3)2 Mg(OH)2 + 2 HNO3 → Mg(NO3)2 + 2 H2O sal normal Outros Exemplos 2 NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2 H2O 3 Ba(OH)2 + 2 H3PO4 → Ba3(PO4)2 + 6 H2O 2 Al(OH)3 + 3 H2SO3 → Al2(SO3)3 + 6 H2O Ba(OH)2 + H2SO4 → BaSO4 + 2H2O 308 – HHHPO4 , obtemos 2H2 O e K 2 HPO4 2 KOH + 1 H3PO4 → K2HPO4 + 2 H2O hidrogenossal c) 1 KOH + 1 H3PO4 → 1 OH– e 3 H+ parcial → KOH HHHPO4 , obtemos 1H2O e KH 2PO4 1 KOH + 1 H3PO4 → KH2PO4 + H2O hidrogenossal d) 1 Ca(OH)2 + 1 HCl → 2 OH– e 1 H+ → parcial → CaOHOH HCl, obtemos 1H2O e 1CaOHCl 1 Ca(OH)2 + 1 HCl → CaOHCl + H2O hidroxissal