Volume 22 – número 01 – fevereiro 2015 É lançado o e-book 2.0 2015 “Diabetes na Prática Clínica” SBEM e SBN: Novos Projetos com a SBD Dia Mundial do Diabetes 2014 inspiram 2015 www.diabetes.org.br Palavra do Presidente Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 3 U m novo ano se inicia e novos desafios se impõem. Algumas ações conseguiram ser realizadas, por nós da SBD, outras estão a caminho e outras ainda sendo idealizadas. Do realizado: o e-book - “O Diabetes na Prática Clínica” já está liberado para todos os médicos e alunos de medicina, gratuitamente, no nosso site. No início de abril estará disponível para dispositivos móveis e “smartphones” para os sócios da SBD e da SBEM. O Simpósio de Tecnologia em Diabetes – SITEC – trouxe para o Brasil, em março deste ano, o melhor e mais atual da tecnologia em diabetes. No evento, abrimos 100 vagas para os Serviços reconhecidos de Endocrinologia, com inscrições gratuitas para seus residentes e alunos de pós-graduação, sendo até quatro inscrições por Serviço. Ainda falando em gratuidade, a Diretoria da SBD decidiu oferecer para os residentes de endocrinologia a associação gratuita na SBD, até o término de suas residências. O planejamento do mês AZUL já começou com planos nacionais bem delineados e aguardamos sugestões das regionais e de nossos sócios. Simpósios de “Diabetes Mellitus e Gravidez”, “Dislipidemia” e “Patologias Oftalmológicas e Diabetes” estão sendo desenhados. O site tem crescido em número de acessos e também pela entrada de novos colaboradores que trazem para o time novas ideias e olhares para o diabetes, seu tratamento e a interação com a tecnologia. Venha participar da nossa diretoria, fale conosco, mande suas ideias, críticas e sugestões. Você é sempre bem-vindo. Walter Minicucci Presidente da SBD 2014/2015 Índice Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 4 1Palavra do Presidente 3Palavra do Editor-Chefe 4Saúde e Ciência 6Dr. Saulo Cavalcanti 8Dormindo com o Inimigo: Risco Aumentado de Diabetes entre Cônjuges 9SITEC 2015 - Simpósio Internacional de Tecnologia em Diabetes 10 12 Grandes Parcerias com a SBD SBD lança o e-book 2.0 2015 “Diabetes na Prática Clínica” 14 16 18 21 22 23 24 25 26 27 28 Advocacy: A Luta Pelos Direitos do Paciente Diabético Falando sobre o Pé Diabético Dia Mundial do Diabetes pelo Brasil Diabetes 2015: De Olho nas Novidades Científicas Queres Viver Muito? Beba Pouco Leite Pelo Brasil Lançamentos da Indústria Farmacêutica Pelo Mundo Tecnologia & Diabetes Comunicados da SBD Agenda Editorial grande e será preciso definir onde estaremos para acompanhar todas as informações. A principal é o nosso Congresso em Porto Alegre, que será tema de uma das reportagens dessa e das demais edições do ano. Estamos de olho na internet. Que mundo complicado... e surpreendente. Nessa edição, além da coluna de tecnologia, temos reportagem sobre o SITEC, onde estivemos presentes, e sobre o recém-lançado e-book da SBD, nossa matéria de capa. Conversamos com o presidente da SBD e editor associado do e-book, Walter Minicucci, e com o coordenador da publicação - nosso colunista, Augusto Pimazoni - sobre o projeto. De olho no futuro, valorizando a história. As Páginas Azuis, criadas para relatar o trabalho dos ex-presidentes, começa a chegar à reta final. Nessa edição, contamos com a presença do Dr. Saulo Cavalcanti, falando sobre sua gestão e os desafios que encontrou. Para fechar o ciclo, ainda temos mais quatro ex-presidentes. É importante entender as dificuldades encontradas no caminho para que se possa valorizar o que se construiu ao longo desses 45 anos. No que diz respeito ao Dia Mundial do Diabetes, o grupo de trabalho, coordenado pelo amigo Marcio Krakauer, arregaçou as mangas com muita antecedência. Agora é começar a folhear nossa revista ou clicar no mouse para ler na internet. Saúde para Todos. Foto: Celso Pupo O início do ano é um momento para refletir sobre nossa Revista. Me reuni com o presidente Walter Minicucci e, em seguida, os assuntos foram discutidos em reunião da diretoria. Continuaremos em 2015 abordando temas importantes no tratamento de pessoas com diabetes. Considero que encontrar gente nova, exibir seu trabalho e continuar mostrando os que construíram a história da SBD é, no meu entendimento, uma das principais tarefas da nossa revista. Lembro aos associados que a Revista Diabetes é dos senhores e, por isso, é fundamental que, sempre que julguem que algum aspecto merece as nossas páginas, por favor, entrem em contato conosco. Procurar as notícias é nossa tarefa, mas nossa equipe é pequena e não temos disponibilidade financeira para visitar os mais diferentes estados. Precisamos dos senhores, dos representantes regionais, dos membros das comissões e dos departamentos. Assim que iniciarmos a produção de cada edição da revista, serão enviados boletins eletrônicos lembrando. Sintam-se à vontade para enviar sugestões. Nos eventos que estivermos presentes, não deixem de nos procurar. Essa relação é fundamental para que a revista seja a “cara” da SBD. Transitamos por inúmeras cidades, publicamos histórias incríveis, revelamos “hobbies”. É, sem dúvida, um trabalho complexo, mas apaixonante. Saber que uma matéria publicada continua sendo assunto nas rodas de conversas é o melhor retorno. Esse ano, o número de atividades é Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 5 Leão Zagury Editor-chefe DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015 Presidente: Dr. Walter José Minicucci; Vice-Presidentes: Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Rosane Kupfer e Dr. Ruy Lyra da Silva Filho; primeiro secretário: Dr. Domingos Augusto Malerbi; segundo secretário: Dr. Luis Antonio de Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos Lerário; segundo tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos Santos; conselho fiscal: Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise Reis Franco, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo Sotero de Menezes Filho SEDE Rua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; Email: [email protected], Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente: Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de Mello e Eliana Andrade. Filiada à International Diabetes Federation. REVISTA DA SBD Editor-chefe: Dr. Leão Zagury Presidente da SBD: Dr. Walter Minicucci Equipe de Jornalismo: DC Press Editora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: Flávia Garcia, André Dissat, Tainá Oliveira e Isabel Struckel (colaboração). Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti. Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ; Tels.: (21) 2205-0707; email: [email protected] As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e (21) 3543-0770, [email protected] Projeto gráfico: DoisC Editoração Eletrônica e Fotografia ([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo; Diagramação: André Borges Periodicidade: Bimestral Impressão e CTP: Melting Color Grafica e Editora Ltda; Tiragem: 4000 exemplares. Editoração Eletrônica e Fotografia Saúde & Ciência Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 6 Pâncreas Artificial Reproduz Função Biológica em Pacientes DM1 S abe-se que pessoas com diabetes tipo 1 são insulinodependentes e precisam manter controle constante de seus níveis glicêmicos. Pensando nestes pacientes, pesquisadores da Universidade de Boston e do Hospital Geral de Massachusetts, ambos nos Estados Unidos, se uniram para desenvolver um equipamento que reproduz a função biológica do pâncreas, prevendo os baixos níveis de glicose e administrando as doses de insulina. A novidade tecnológica pode representar uma revolução no tratamento do DM1 e tem previsão de comercialização para 2017. O chamado “Pâncreas Artificial ou Biônico” foi testado em 20 adultos e 32 adolescentes, fora do ambiente hospitalar, e os resultados preliminares do estudo ambulatorial foram publicados no The New England Journal of Medicine, Medicamentos Fora do Mercado Foto: 3dfoto A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em publicação no Diário Oficial de 19 de janeiro, determinou a suspensão da importação dos medicamentos Wosulin N (insulina isofana), Wosulin R (insulina humana) e Wosulin 70/30 (insulina bifásica), 100 UI/ml, em todas as apresentações comerciais, fabricados a partir de 17/11/2014, pela empresa Wockhardt Limited. Segundo o texto, foram detectadas irregularidades durante inspeção realizada de 17 a 21 de novembro, do ano passado, para verificação de boas práticas de fabricação na empresa responsável pelos medicamentos, e os resultados foram considerados insatisfatórios. Os medicamentos eram, até então, importados pela Meizler UCB Biopharma S.A. n em julho de 2014. O Prof. Dr. Edward Damiano, um dos autores do estudo e pai de um menino com DM1 desde os 11 meses de idade, tem trabalhado neste sistema há dez anos e apresentou o dispositivo durante a Conferência Anual da Universidade de Boston, no final de 2014. Segundo ele, o pâncreas artificial, apesar de não ser a cura do diabetes, protege seus usuários de complicações agudas (hipoglicemias, hiperglicemias e cetoacidose) e crônicas (retinopatia, neuropatia, nefropatia etc.), já que mantém os níveis de glicemia plasmática dentro dos limites estabelecidos em diretrizes conhecidas mundialmente. O sistema é composto por um pequeno sensor, que deve ser inserido sob a pele do paciente, duas bombas de infusão, um dispositivo móvel sem fio, que Alfarroba Apresenta Baixo IG U m estudo publicado pelo Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apontou que a alfarroba (Ceratonia Siliqua L) é benéfica à saúde, podendo ser aliada no controle do diabetes. A pesquisa teve apoio da Fundação Araucária, da Nutropar e do Labac (Laboratório de Análises Clínicas) e foi publicada na Revista Nutrición Hospitalaria, em janeiro de 2015. Os pesquisadores concluíram que o alimento possui baixo índice e baixa carga glicêmica, sendo, assim, muito útil no controle dos níveis de açúcar no sangue. Foram estudados a alfarroba em pó e o tablete de alfarroba da CarobHouse. A primeira forma apresentou alto teor de fibras o que auxiliaria no controle do colesterol e absorção de gordura no organismo, além de controlar a taxa de açúcar no sangue. Dentre os outros benefícios da alfarroba estão o fato de possuir cheiro, textura e aparência similar ao chocolate e de ser fonte de vitamina A, cálcio e magnésio, que protegem a pele e a visão e melhoram a mobilidade dos músculos de quem pratica atividade física. n nos acompanham com frequência, quando se trata de decidir sobre o comando de minha bomba de insulina, que uso há mais de uma década”, afirmou em um de seus cinco artigos sobre o estudo. Dados da publicação mostram que esta gestão automatizada do controle glicêmico reduziu em 37% a necessidade de intervenções humanas, para combater a hipoglicemia. Mesmo sabendo que o sistema precisa ser testado em um número maior de pessoas e por períodos mais longos, os autores do estudo afirmam que a técnica é mais segura e prática do que as atualmente disponíveis. As pesquisas realizadas em humanos foram autorizadas pela Food and Drug Administration (FDA), nos EUA. n Alimentação em Tempo Reduzido U ma equipe de pesquisadores da Salk Institute for Biological Studies, Califórnia, publicou um estudo com o tema “Time-reducting feeding”, ou seja, alimentação em tempo limitado/reduzido. Foram realizados experimentos em cobaias, divididas em dois grupos, nos quais um se alimentava sem restrição de tempo e o outro em um espaço de tempo de 8 a 12 horas por dia. O Dr. Satchidananda Panda, líder da equipe, classifica o TRF como uma terapia de intervenção contra a obesidade, sem a restrição de calorias. Sua equipe acredita ter encontrado uma nova opção para a prevenção da obesidade, através de um ritmo natural de alimentação sem alteração no consumo calórico. No estudo, foi documentado que as cobaias do grupo sem restrição ganharam peso e desenvolveram colesterol alto, pressão alta, danos ao fígado e diminuição do controle motor. Enquanto isso, o grupo que ficou restrito a se alimentar em um período de oito horas por dia ganhou 28% a menos de peso e não mostrou nenhuma alteração de saúde, apesar de consumir a mesma quantidade de calorias do primeiro grupo. Numa segunda etapa da pesquisa, publicada em dezembro na Cell Metabolism, as cobaias foram divididas em quatro grupos: alto teor de gordura, grande quantidade de frutose, muita gordura e muita frutose. Eles garantiram que todos ingeriram a mesma quantidade de calorias diárias, mas mantendo a restrição da oferta de alimento por determinado período. Apesar do estudo não ter sido reproduzido em humanos, Dr. Panda e sua equipe acreditam que sua pesquisa demonstra uma mudança simples e efetiva no estilo de vida para conter a epidemia da obesidade. n U m estudo da Universidade do Texas Medical Branch, em Galveston (EUA), relata que a gordura corporal pode não ser tão maléfica quanto se pensava. Segundo dados da pesquisa, divulgados no Daily Mail, adultos com níveis mais elevados de gordura marrom apresentaram melhor controle dos níveis de açúcar no sangue. Essa gordura é encontrada, geralmente, no pescoço e na parte superior das costas. Pela primeira vez, um estudo revelou que as pessoas com maior porcentagem de gordura marrom queimam a gordura branca, considerada ruim para o organismo, mais facilmente e apresentam maior sensibilidade à insulina. Segundo o Prof. Labros Sidossis, um dos autores do estudo, esta seria uma boa notícia para os obesos. “Do ponto de vista clínico, o mais importante é a conclusão de que a gordura marrom pode ajudar o corpo a regular o açúcar no sangue de forma mais eficaz. Essa é uma grande notícia para as pessoas com resistência à insulina e diabetes, e sugere que a gordura marrom pode vir a ser um tecido antidiabético importante”, afirmou. n Na edição digital da Revista Diabetes os leitores podem acessar os links dos estudos apresentados na coluna Saúde & Ciência. Foto: Poo contém o monitor contínuo de glicose (CGM), e um telefone celular. Desta forma, controla a taxa de açúcar no sangue a cada cinco minutos e, quando necessário, comanda a dosagem de insulina e de glucagon pelas bombas, sem a necessidade de interação do paciente. Anna Floreen, 30 anos, diagnosticada DM1 aos 6, foi um dos personagens deste estudo. Ela registrou a sua participação dia a dia em artigos publicados em uma comunidade virtual chamada Glu (https://myglu.org/). Segundo Anna, foi uma experiência única, pois todos os participantes puderam manter suas rotinas diárias, tendo somente a companhia de uma enfermeira e a necessidade de dormir em um hotel, por cinco dias. “A melhor parte até agora foi, certamente, a falta de preocupação, culpa emocional e vergonha que Gordura Marrom Pode Ajudar Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 7 Páginas Azuis Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 6 Dr. Saulo Cavalcanti N ascido em Araçuaí, uma pequena cidade no nordeste do Estado de Minas Gerais, ele aprendeu a realidade da medicina desde o primeiro ano da faculdade, quando os dois médicos da cidade o levaram para assistir o trabalho que faziam no hospital do interior. Já no terceiro ano da graduação, no mesmo local, auxiliava em cirurgias e participava dos atendimentos na enfermaria e ambulatórios. A cidade tinha apenas um hospital, sem laboratórios e bancos de sangue, e com luz elétrica apenas sete horas por dia no período da noite, fazendo com que muitas cirurgias fossem realizadas sob a luz de lampiões. No quinto ano da faculdade de medicina esses médicos o deixaram responsável pelo atendimento médico na cidade nos finais de semana. Segundo ele, esses profissionais foram os seus primeiros heróis. O Dr. Saulo Cavalcanti graduou-se em Medicina pela FCMMG (Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais) e, no ano seguinte, iniciou sua especialização em endocrinologia na Santa Casa de Belo Horizonte, no serviço do Dr. Saulo Purish. Em seguida, foi para o Hospital das Clínicas da USP, onde trabalhou com o professor Bernardo Leo Wajchenberg, a quem declara uma grande admiração. Mais tarde, voltou para a capital mineira onde obteve seu Título de Especialista pela SBEM (tendo sido presidente da Regional Minas Gerais por duas vezes), tornou-se assistente da Clínica de Endocrinologia da Santa Casa e professor auxiliar de ensino da disciplina de endocrinologia da FCMMG. Ali seguiu a carreira acadêmica, percorrendo todas as etapas universitárias. Atualmente, Dr. Saulo é professor emérito de endocrinologia da FCMMG, coordenador da residência de endocrinologia da Santa Casa de BH, atua como delegado da Associação Latinoamericana de Diabetes no Brasil e é membro da diretoria da Federação Latinoamericana de Endocrinologia. Na SBD, assumiu a presidência da Sociedade em 1º de janeiro de 2010, tendo ocupado outros cargos anteriormente. Na SBEM foi por dois mandatos presidente do Departamento de Diabetes. Como acadêmico, possui participação em 14 trabalhos científicos publicados e é autor de 13 capítulos de livros sobre temas endocrinológicos, além de ter recebido 11 homenagens de entidades diversas por atuações médicas. Nesta edição, conheça mais sobre sua história. Revista Diabetes: Como a endocrinologia e o diabetes entraram na sua vida? Dr. Saulo Cavalcanti: No quarto ano da faculdade, fui convidado pelo Dr. José Diogo Martins para acompanhá-lo no seu consultório onde atendia endocrinologia junto com Dr. Rosalvo Reis e seu sogro, Dr. Aulo Pinto Viegas, que era o decano da endocrinologia mineira. Aprendi muito com eles, pois por três anos foram encontros quase diários debatendo casos clínicos e trabalhos científicos endocrinológicos. Além de serem mestres diferenciados, me tratavam com muito carinho, estes fatos criaram o embrião que gerou a minha admiração por esta especialidade. Revista Diabetes: Como foi a sua eleição naquela época? Dr. Saulo Cavalcanti: Acreditei que era o meu momento, pois já havia sido vice-presidente da entidade por três mandatos, além de exercido outros cargos na diretoria. Fui candidato único devido à elegância do Dr. Balduíno Tschiedel em retirar a sua candidatura, ao tomar conhecimento da minha. Revista Diabetes: Como foi ser presidente da SBD? Dr. Saulo Cavalcanti: Exercer este cargo na SBD é uma responsabilidade enorme, pois é necessário administrar uma fonte imensa de informações científicas, filtrando o que deve ser oficialmente disponibilizado aos profissionais envolvidos com o diabetes. Concomitante manter um relacionamento ético e interativo com especialidades afins, órgãos governamentais, indústria farmacêutica e entidades médicas relacionadas com o diabetes. Também é fundamental manter uma relação de proximidade com os diabéticos e seus familiares para evitar que sejam alvos de informações inadequadas. Ansiedade e realização são palavras que descrevem minha gestão. Ansiedade ao observar o alto nível dos presidentes que me antecederam e a decantada eficiência nas suas gestões. E realização por haver sido honrado pelos meus pares ao me elegerem para este cargo de tamanho destaque. Com certeza, ter sido presidente da SBD é um marco na minha vida. Revista Diabetes: O que mais marcou sua gestão como presidente da SBD? Dr. Saulo Cavalcanti: É difícil salientar um tópico, pois procurei, junto com minha equipe, agir em várias áreas. Na comunicação, mantivemos os picos de acesso do site entre os três maiores do mundo na área de diabetes, além disso, conseguimos uma penetração maior na imprensa leiga. Realizamos 11 simpósios, em diferentes cidades, com temas interessantes e atuais, e fomos responsáveis pelo Congresso Brasileiro, realizado com 22 conferencistas estrangeiros, 269 nacionais e mais de 4500 inscrições, tendo sido destaque o brilhante trabalho da presidente do Congresso, Dra. Hermelinda Pedrosa. Criamos o Departamento do Diabético no Idoso, além das regionais de Pernambuco e de Brasília. Publicamos a Diretriz de 2011, com atualização em praticamente seus 51 temas. Ainda na área científica, realizamos o The Best of ADA International Brasil, em parceria com a entidade americana. Também, devido a associações internacionais, fizemos parceria com a Joslin Diabetes Center, a qual nos disponibilizou materiais científicos sobre diabetes. No âmbito administrativo, idealizamos e realizamos uma festa no Rio de Janeiro, com criativa organização e design do Dr. Leão Zagury e executada por Reginaldo Ramos, com a presença de cerca de 300 convidados, comemorando os 40 anos da entidade. Além disso, conseguimos vários patrocínios para a entidade e deixamos o mandato com superávit no caixa. Aproveito para mais uma vez agradecer a todos que junto comigo realizaram todas estas ações. Revista Diabetes: O que era a SBD na sua época e como a vê hoje? Dr. Saulo Cavalcanti: Vejo a SBD cada vez mais fortalecida e respeitada, principalmente pelo excelente desempenho dos presidentes que me sucederam: Dr. Balduíno Tschiedel e Dr. Walter Minicucci. Revista Diabetes: Qual é a importância da SBD no tratamento do diabetes? Dr. Saulo Cavalcanti: Por ser o diabetes uma doença que envolve vários ramos Exercer este cargo na SBD é uma responsabilidade enorme, pois é necessário administrar uma fonte imensa de informações científicas, filtrando o que deve ser oficialmente disponibilizado aos profissionais envolvidos com o diabetes. de profissionais para realizar seu tratamento, acredito que a SBD é a entidade que apresenta o perfil mais apropriado para realizar esta missão. Ela vem desempenhando este papel de uma forma exemplar através de simpósios, posicionamentos, campanhas, diretrizes, revistas e, principalmente, interagindo de uma forma científica, baseada em evidências com profissionais de outras entidades e utilizando uma linguagem acessível ao diabético e seus familiares. Revista Diabetes: O que a SBD teve de influência na sua vida? Dr. Saulo Cavalcanti: Sempre teve e continua tendo, pois como vejo a SBD similar a uma família. Ela nos propicia interação entre colegas, levando a uma simbiose não somente de conhecimento científico, o que nos dá muita segurança para realizarmos as nossas diversas atividades profissionais e, principalmente, o atendimento aos pacientes diabéticos. Revista Diabetes: Deixe uma mensagem aos seus colegas de Sociedade. Dr. Saulo Cavalcanti: A entidade atingiu a maturidade, e, por termos demonstrado que estamos no caminho certo, devemos continuar nesta constante luta, procurando somar nossos esforços para alcançarmos a nossa meta principal que é a melhora da qualidade e quantidade de vida do diabético. n Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 97 Atualidades 8 Foto: f9photos Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 Dr. Augusto Pimazoni Netto CREMESP: 11.970 Coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP Dormindo com o Inimigo: Risco Aumentado de Diabetes entre Cônjuges O McGill University Health Center, no Canadá, pesquisou vários estudos existentes para analisar se os cônjuges de pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) estariam expostos a um risco aumentado de também desenvolver o diabetes. Já é fato bem conhecido que pessoas biologicamente relacionadas apresentam um risco maior de DM2, mas este foi um dos primeiros estudos a avaliar se esse risco aumentado também pode existir em membros da família não biologicamente relacionados, como é o caso dos cônjuges. O estudo avaliou 75.498 casais e descobriu que quando um dos cônjuges tem DM2, o outro apresenta um risco impressionante, na casa dos 26%, de também apresentar diabetes. Para explicar esse resultado, os pesquisadores citaram o conceito do “agrupamento social”, condição que aborda a ideia de que pessoas que vivem juntas estão no mesmo ambiente e tendem a desenvolver os mesmos hábitos de alimentação e de atividade física. Além do aspecto do agrupamento social, os pesquisadores relataram que o acasalamento pode também desempenhar um papel no aumento do risco. O acasalamento é a ideia que as pessoas têm de constituir um casal que mantenha características similares, incluindo hábitos de saúde. O estudo sugere que, quando um dos cônjuges apresenta DM2, o outro deve estar alerta em relação aos seus próprios hábitos com o objetivo de evitar condições que levam ao diagnóstico de diabetes. Os hábitos de pessoas que vivem em casais tendem a influenciar seu parceiro de forma significativa no sentido de adotar maus hábitos de saúde. Afinal de contas, o casamento oferece grandes realizações e/ou grandes desafios, mas não deixa de ser um acontecimento marcante em nossas vidas, mesmo com o risco aumentado de diabetes decorrente da convivência com o cônjuge que abriga essa condição. n Referências Bibliográficas: One Spouse with T2DM May Increase Risk Up to 26% for Their Partner. Medscape 2014. Type 2 Diabetes, issue 714. Disponível em: http:// www.diabetesincontrol.com/articles/diabetes-news/15813-one-spouse-with-t2dm-may-increase-risk-up-to-26-for-their-partner. Acesso em: 1º de dezembro de 2014. Referência do estudo original: Leong A. Rahme E. Dasgupta K. Spousal Diabetes as a Diabetes Risk Factor: A Systematic Review and Meta-Analysis. BMC Medicine 2014, 12:12. Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1741-7015/12/12. Acesso em: 1º de dezembro de 2014. Evento Muitos têm receio de perder seus pacientes para os equipamentos, mas a medida que essa fase passa, entendem que a tecnologia ajuda na tomada de atitudes mais adequadas. SITEC 2015 - Simpósio Internacional de Tecnologia em Diabetes D esde a realização do ATTD-LA, no Rio de Janeiro, a SBD planejava a organização de um simpósio voltado exclusivamente às novas tecnologias no tratamento do diabetes. Foi um passo decisivo. A ocasião chegou e durante três dias, os apaixonados ou curiosos por esse novo universo trocaram informações. O SITEC – Simpósio Internacional de Tecnologia em Diabetes teve data definida para os dias 12, 13 e 14 de março, como noticiado nas edições anteriores da Revista e será detalhado com entrevistas na próxima edição. Além disso, como é um evento conectado, nada melhor do que usar a internet como local de armazenamento das novidades apresentadas. O site da SBD fará um resumo das apresentações do evento. Para o Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD e do evento, a evolução dos últimos anos, mostrou o crescimento na área de diagnóstico e tratamento. Novas insulinas, bombas de infusão, sensores, aplicativos, sites, monitores de glicose, gerenciamento de glicemia e outros tantos produtos estão no mercado e precisam ser conhecidos pelos especialistas antes que o paciente leve a novidade ao consultório. A abertura trouxe um panorama geral sobre a Internet das Coisas, com o Dr. Reginaldo Albuquerque, que ocupou o cargo de editor do site da SBD e foi responsável por uma das primeiras listas de discussões online sobre endocrinologia, chamada Portulanos. Fechaduras conectadas a smartphones, geladeiras inteligentes, equipamentos ligados via wifi, objetos vestíveis como o Google Glass estão entre os itens correspondentes à internet das coisas. Para os organizadores é importante entender o conceito geral para saber como lidar com tantas questões novas. Por isso, a Dra. Francine Kaufman apresentou, também na abertura, um resumo da evolução das tecnologias no tratamento do diabetes. Convidados nacionais e internacionais discutiram sobre as bombas de insulina, intervenções no tratamento e sobre outras novidades apresentadas recentemente no ATTD em Paris, realizado em fevereiro. A organização contou com a seguinte Comissão local: Dr. André Vianna, Dra. Denise Franco, Dr. Luis Eduardo Calliari, Dr. Marcio Krakauer e Dr. Mauro Scharf. O Dr. Krakauer explicou que na montagem do evento, os organizadores procuraram sugerir aos palestrantes para que tivessem um cuidado na exposição das novidades. “Nossa preocupação foi trazer uma abordagem para facilitar o entendimento da tecnologia e mostrar seu uso diário. Fazer com que o profissional, não adepto a esse novo universo por alguma insegurança do desconhecido, possa dar os primeiro passos nas novas técnicas”. Entre os temas que chamam a atenção, e que serão motivo de muitos debates, estão as bombas de insulina e os recentes lançamentos. “O tema ainda assusta alguns profissionais, mas é porque é novo. Muitos têm receio de perder seus pacientes para os equipamentos, mas a medida que essa fase passa, entendem que a tecnologia ajuda na tomada de atitudes mais adequadas”, explicou o Dr. Márcio Krakuer. n Convidados Roger Mazze Thomas Danne Jared Watkin Ralph Ziegler Larry Hirsch Francine Kaufman Neal Kaufman Ana Claudia Ramalho Karla Mello Patricia Dualib Vitor Asseituno Freddy Eliaschewitz Rodrigo Lamounier Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 9 Sociedades Médicas Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 10 Grandes Parcerias com a SBD Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia A agendado um encontro com representantes da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), realizado na sede em São Paulo. A aproximação das duas entidades surgiu a partir de um trabalho da Dra. Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da SBD, e da Dra. Carmen Tzanno, atual presidente SBN, que constituiram o link com as duas Sociedades. Para a Dra. Carmem foi uma excelente Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD; Dra. Nina Musolino, ex-presidente oportunidade de integração. da SBEM, Dr. Alexandre Hohl, atual presidente da SBEM. Após um intervalo de quase quatro anos, um elo mais forte surgiu entre SBD e SBN, em meio ao lançamento de produto da nova classe de medicamentos para o Diabetes Tipo 2, que têm o rim como órgão mediador. A partir daí, conversas e debates científicos resultaram em um reencontro, formalizado no dia 7 de fevereiro, por Posse da Diretoria da SBEM ocasião da primeira reunião da Diretoria da SBD, conduNacional – Diferente dos anos zida pelo presidente Walter anteriores, a SBEM realizou a Diretoria da SBD se reúne com presidência da Sociedade Brasileira de Nefrologia Minicucci, com a presença de cerimônia de posse da gestão 2015/2016 ainda em 2014. O objetivo foi informação e as duas entidades juntas todos os demais vices-presidentes - Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa (DF), Dr. de agilizar o processo de transição das fazem isso de forma primorosa. O endocrinologista mencionou a Luiz Alberto Turatti (SP), Dr. Marcos diretorias, para que pudessem assumir suas funções a partir do dia 1 de janeiro. campanha do Dia Mundial do Diabe- Troian (RS), Dra. Rosane Kupfer (RJ), A cerimônia foi realizada em São tes, que foi feita em conjunto em 2014, Dr. Domingos Malerbi e Dr. Ruy Lyra Paulo, no dia 3 de novembro, após a re- atingindo um número maior de pessoas. (PE). Além da presidente da SBN, esalização da Oficina SBEM Mais Forte, “Por isso, é fundamental que essa parce- teve presente a Dra. Ana Maria Misael, primeira secretária da Sociedade. que debateu sobre projetos para os pró- ria dure, muitos e muitos anos.” Dentro da linha de trabalho da nova Na visita inédita da entidade na sede ximos anos. Diversos representantes da SBD participaram da oficina, que durou presidência, apresentada na cerimô- da SBD, o Dr. Minicucci fez um relato nia de posse, o Dr. Hohl falou sobre as das inúmeras ferramentas técnico-cienum dia inteiro. Para o Dr. Alexandre Hohl, a parceria parcerias com as sociedades-irmãs e o tíficas desenvolvidas pela Sociedade, entre a SBD e a SBEM é mais do que trabalho de educação continuada. Nas destacando a Revista Científica Diabetes profissional. “É uma relação de cresci- palavras do presidente, existe uma pre- and Metabolic Syndrome - que detém o mento em conjunto. É importante esta- ocupação muito grande com o desafio maior impacto editorial de revista cienrem trabalhando lado a lado para evo- que os profissionais de saúde terão pela tífica no Brasil; da Revista da SBD; e do site com o significativo número de acesluir sob o ponto de vista científico, tanto frente, face à atual situação no país. sos e a influência nos movimentos com no Brasil quanto no exterior”, explicou o novo presidente. Para o Dr. Hohl, os Encontro com Sociedade de Nefrologia – a sociedade civil, como o Dia Mundial associados precisam de qualidade de Entre as atividades iniciais de 2015, foi do Diabetes. O tema foi muito relevante SBD vem realizando parcerias com entidades médicas, que é uma das metas de trabalho da diretoria. Essa oportunidade de integração é sempre valorizada pela SBD e pelas sociedades envolvidas. Além de reuniões paralelas, por se tratar de entidades-irmãs e pela SBD responder pelo Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Revista Diabetes acompanhou a posse da nova diretoria da SBEM, que tem à frente, até 2016, o Dr. Alexandre Hohl. Já em outro projeto de trabalho em conjunto foi realizada uma reunião na sede da SBD, em São Paulo, com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, que tem como presidente a Dra. Carmen Tzanno. Integração, Novos Projetos e Apoio Científico fazem parte do trabalho em conjunto entre as Sociedades. Os Números da Nefrologia – Segundo os dados repassados pela diretoria da SBN, atualmente, existem cerca de 100.000 pacientes em programas de diálise no Brasil, sendo 30% deles diabéticos. O número de pacientes diabéticos com Doença Renal Crônica em tratamento conservador, em diálise e submetidos a transplante renal é muito grande, como relatou a presidente. “Ainda não existem Diretrizes Clínicas bem definidas para o manejo terapêutico destes pacientes. A interatividade entre profissionais das duas Sociedades possibilitará um intercâmbio científico, que resultará em avanços no tratamento dos pacientes com nefropatia diabética e naqueles com risco de desenvolver a doença”, explicou a Dra. Carmem. Ela comentou que para o dia 12 de Dr. Alexandre Hohl, no discurso de posse da diretoria da SBEM. D Fotos: Celso Pupo já que a SBN tem como data marcante o dia 12 de março - Dia Mundial do Rim – cuja divulgação trará benefícios à população. Segundo a presidente da SBN, o encontro será tema de matéria no primeiro número da revista da entidade. D iretoria SBEM Nacional 2015/2016: Presidente: Dr. Alexandre Hohl; Vice-Presidente: Dr. João Eduardo Nunes Salles; Secretário Executivo: Dr. Fábio Rogério Trujillo; Secretário Executivo Adjunto: Dr. Guilherme Alcides Flores Soares Rollin; Tesoureiro Geral: Dr. Rodrigo de Oliveira Moreira; Tesoureira Adjunta: Dra. Nina Rosa de Castro Musolino. Grupo de endocrinologistas das duas Sociedades na posse. março foram programadas diversas atividades com a finalidade de informar a população sobre a Doença Renal Crônica no Brasil, os fatores de risco e as regras de ouro para prevenir a doença. “O apoio na divulgação deste evento pela SBD é muito importante para a SBN e representa o início de uma frutífera parceria, principalmente, na construção de pontes técnico-cientificas entre as duas Sociedades, como nas políticas públicas de saúde.” n iretoria SBN 2015/2016: Presidente, Dra. Carmen Tzanno Branco Martins; Vice-presidente, Dra. Angiolina Campos Kraychete; Secretária Geral, Dra. Irene de Lourdes Noronha; Primeira Secretária, Dra. Ana Maria Misael da Silva; Tesoureira, Dra. Leda Aparecida Daud Lotaif; Diretor Científico, Dr. Marcelo Mazza do Nascimento; Diretor de Políticas Associativas, Dr. Valter Duro Garcia; Vice-Presidente Norte, Dr. Antonio Carlos Duarte Cardoso; Vice Presidente Nordeste, Dr. Kleyton de Andrade Bastos; Vice Presidente Centro-Oeste, Dr. Alexandre Silvestre Cabral; Vice Presidente Sudeste, Dr. José Hermógenes Rocco Suassuna; e Vice Presidente Sul, Dr. Dirceu Reis da Silva. Cerimônia de posse da SBEM Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 11 Educação Médica Continuada Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 12 SBD Lança o e-book 2.0 2015 “D E stá online a terceira edição do e-book – Diabetes na Prática Clínica, ou utilizando uma terminologia mais digital, o e-book 2.0, de 2015. A publicação foi produzida pela SBD, com conteúdo atualizado, desenvolvido e realizado num espaço de um ano, tempo programado pela diretoria. A proposta completa as estratégias de promoção da educação continuada em diabetes para profissionais de saúde, que é uma das principais metas da entidade. Depois das Diretrizes e Posicionamentos, que são publicações impressas e tanto tem colaborado com a conduta no tratamento e prevenção do diabetes, a SBD define o e-book como um dos seus maiores projetos de atualização online. A publicação tem como editor associado, o Dr. Walter Minicucci, presidente da Sociedade; Dr. Marcos Tambasica, editor-chefe; e o Dr. Augusto Pimazoni-Neto, coordenador editorial. A primeira edição foi produzida em 2007, idealizada pelo Dr. Reginaldo Albuquerque, quando o Dr. Marcos Tambascia era presidente da entidade. Na atual gestão da SBD, o projeto foi redesenhado e teve seu layout modificado. “Tive a honra de anunciar a primeira edição desta obra que marcou época como uma experiência pioneira entre as estratégias de promoção e aperfeiçoamento dos conhecimentos sobre diabetes pelos diversos profissionais de saúde envolvidos”, afirmou o Dr. Minicucci. O lançamento, ou a edição 2.0, está muito ligado às novas tecnologias na área de educação em diabetes e coincide com um período onde se discute, intensamente, a relação do diabetes ao mundo digital, que é cada vez mais forte. Além do ATTD, evento internacional que aconteceu em Paris, a SBD realizou o SITEC 2015, em São Paulo, onde temas como este foram abordados. O e-Book está disponível gratuita- Diabetes na Prática Clínica” mente no site da Sociedade e pretende ser atualizado constantemente, com inclusão de link e áudios. Para o Dr. Tambascia, a SBD “cumpre mais uma de suas funções, que é participar ativamente da reciclagem e atualização conceitual em diabetes”. São quatro módulos, sendo cada um com um número variável de capítulos: (1) Diagnóstico, Epidemiologia e Fisiopatologia do Diabetes; (2) Complicações do Diabetes e Principais Comorbidades; (3) Abordagens Educacionais e de Alteração no Estilo de Vida; e (4) Abordagens Farmacológicas e Cirúrgicas. Como Nasceu o e-book – O Dr. Augusto Pimazoni-Neto, coordenador editorial da publicação, explica que a ideia nasceu da identificação de uma necessidade da área. “Os profissionais de saúde demonstravam interesse em encontrar informações atualizadas sobre diabetes com baixo custo e acesso rápido”, explicou o coordenador. “Um livro de texto é necessário, mas é de investimento elevado. O e-book - Diabetes na Prática Clínica vem atender a essa demanda e mostra que não se trata de um livro de conteúdo puramente acadêmico, mas voltado a aspectos práticos sobre a doença”. A versão inicial foi feita a partir de um trabalho intenso de escolha de editores médicos para desenvolver os temas projetados. Para a SBD, era importante, também, que a equipe de autores fosse capaz de produzir artigos dentro da proposta do livro digital, voltada para a prática do dia a dia. A segunda edição saiu em 2011, feita com a mesma linha editorial. Em 2014, a SBD investiu em uma nova atualização e revisão do conteúdo, além da reformulação visual do projeto, que foi feito pela Conectando Pessoas, responsável pelo site da entidade. “No ano passado, fui convidado para trabalhar na atualização o e-book. Fizemos todo o trabalho de atualização no período de um ano dentro da proposta da SBD”, relatou o coordenador. Nessa edição, o livro digital contou com 60 especialistas das mais variadas subespecialidades dentro do diabetes, para o desenvolvimento e atualização de 40 capítulos. O grupo trabalhou intensamente para o relançamento em fevereiro de 2015. A dinâmica usada na produção editorial seguiu os padrões de publicações científicas, com encaminhamento aos editores, que incluíam ou não comentários e orientações adicionais. “Depois da etapa de produção do conteúdo, veio a finalização. Trabalhamos de forma muito harmônica nos diversos módulos”, explicou o Dr. Pimazoni. Para a SBD, a proposta é que o e-book permaneça sempre em dia com o que há de mais novo em tratamento do diabetes, sem que isso signifique uma modificação em todo o documento, e sim, atualizações pontuais a partir do surgimento de novas pesquisas na área. Os autores que participaram do e-book ficarão atentos a novos guidelines, lançamentos e artigos científicos para que as modificações aconteçam com mais frequência, já que novas medidas terapêuticas estão sendo adotadas com muita velocidade. E-book, Diretrizes e Posicionamentos – A educação continuada que vem sendo desenvolvida pela SBD reúne, basicamente, três publicações: Diretrizes de Tratamento, Posicionamentos Oficiais e e-book. Elas são ferramentas importantíssimas para o tratamento do diabetes. Não existem exatamente diferenças entre elas e sim direcionamentos adotados, segundo o grupo de trabalho da SBD. Elas se complementam, como define o Dr. Pimazoni. Os posicionamentos detalham, de forma adequada, determinados aspectos como, por exemplo, a mudança na prescrição de estatinas. Ele comenta, inclusive, que o primeiro posicionamento a ser lançado esse ano é sobre estatinas e o segundo abordará os algoritmos de tratamento do diabetes tipo 2. As Diretrizes para o Tratamento do Diabetes da SBD são publicadas anualmente, principalmente em formato impresso, entrando na categoria livro. O conteúdo também fica disponível no www.diabetes.org.br, sendo formado por uma sequência de artigos, não necessariamente dentro de módulos. A divisão de conteúdo e a abordagem do e-book são diferentes das Diretrizes. O importante é que todos os capítulos sobre determinado assunto ficam reunidos no mesmo módulo. O Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD e editor associado do e-book, explica que o objetivo foi de oferecer o mais atual em tratamento do diabetes, de uma forma prática, com as novas drogas e atualizações de testes diagnósticos e formas de tratamento que pudessem ajudar tanto o médico especialista como o não especialista, assim como os outros profissionais de saúde envolvidos no tratamento do diabetes. O presidente explica que, por decisão unânime de toda a diretoria da SBD, o conteúdo foi disponibilizado gratuitamente para todos os médicos do Brasil, especialistas ou não. O e-book também pode ser acessado por todos os estudantes de medicina, bastando estar logado no site. Para ter acesso, é necessário fazer um cadastro, com inclusão de informações sobre o tipo de profissional de saúde e número do respectivo Conselho a que pertence. Depois da confirmação, via email, os profissionais de saúde acessam todos os módulos sem nenhuma restrição. O e-book conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A SBD sabe que tem um desafio pela frente: difundir o conceito de um trabalho multiprofissional. Um grande projeto e investimento na área educacional é uma proposta permanente da Sociedade. n Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 13 Recursos Públicos Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 14 Advocacy: A Luta Pelos Direitos do Paciente Diabético Por Flavia Garcia A dvocacy é a prática política que busca uma democracia mais justa e representativa. É desenvolvida por um indivíduo, organização ou grupo de pressão junto ao sistema político com a finalidade de fortalecer a opinião e necessidades de um determinado grupo, em debates de interesse geral, relacionados à formulação de políticas e a alocação de recursos públicos. A prática inclui campanhas públicas, promoção de eventos, comissionamentos e publicação de documentos, pesquisas e estudos, em prol de um objetivo comum. Sem tradução literal na Língua Portuguesa, advocacy consiste, então, em um conjunto de ações que visam influenciar a formulação, aprovação e execução de políticas públicas junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e à sociedade, por meio do trabalho em redes e a mobilização da mídia. Um dos nomes mais conhecidos no Brasil, na área de advocacy em diabetes, é o de Sérgio Metzger. Ele é diretor de Relações Institucionais da Associação de Diabetes Brasil (ADJ), coordenador latinoamericano da Rede Nacional de Pessoas com Diabetes (RNPD) e da Rede de Educadores Latinoamericana em Diabetes (RELAD) e presidente da Força-Tarefa Governamental da International Diabetes Federation regional América Central e do Sul (IDF-SACA). Sérgio é bacharel em Direito, mas sempre trabalhou como administrador de empresas e afirma que nunca foi da área de saúde. Aposentou-se há 10 anos e, desde então, tem se dedicado de forma voluntária às lutas em prol do paciente com diabetes. Seu envolvimento com estas causas teve início há mais de 15 anos. Confira, em entrevista à Revista Diabetes, um pouco do trabalho que ele realiza. Revista Diabetes: Como começou a sua história com o diabetes? Sérgio Metzger: Há 25 anos minha filha, na época com 17, foi diagnosticada com diabetes. Ela é bem controlada e, até hoje, me deu a felicidade de ter duas netas. Mas, com isso, naturalmente me envolvi com a ADJ e, dentro da direção da Associação, fui incumbido de cuidar da parte de controle social, tanto em nível nacional, como internacional. Assim, há 15 anos, atuo na área de advocacy, na defesa da causa, principalmente na luta pelo acesso ao tratamento e medicação. Acreditamos que educação sem acesso não funciona e acesso sem educação também não. Dentro dessa luta, nosso enfoque maior é ampliar o acesso do paciente ao tratamento. Revista Diabetes: Qual tem sido o principal desafio nesta luta no Brasil? Sérgio Metzger: O próprio Ministério da Saúde reconhece que um terço dos municípios brasileiros ainda não cumpre as determinações legais em relação à oferta de medicamentos e programas de prevenção e controle do diabetes. Como a obrigatoriedade dos cuidados com a saúde pública é descentralizada, muitos municípios ainda não disponibilizam o atendimento adequado ao paciente com diabetes. Mas o maior desafio tem sido no âmbito social, pois nós temos que ser o agente controlador dos nossos direitos. É fundamental que todo cidadão, independente de ter alguma patologia ou não, seja um batalhador para que tenha saúde e educação em seu município. Minha luta é ser um agente multiplicador dessa conscientização. Acho que este deve ser o foco de uma sociedade. Por isso, frequento tantos fóruns e eventos, buscando aumentar a voz do paciente. Eles precisam ser mais ouvidos, tanto no âmbito das pesquisas clínicas como na incorporação de protocolos, pois, no fundo, tudo o que for deliberado pelo governo, terá consequência na vida de cada um. Uma pesquisa clínica que deixa de ser feita, ou uma deliberação que não é cumprida, influi negativamente na vida do paciente. Cada vez mais é importante que tenhamos pessoas que venham ajudar nessa luta. Por isso, criamos, em 2007, a Rede Nacional de Pessoas com Diabetes (RNPD). Revista Diabetes: E como funciona essa rede? Sérgio Metzger: A RNPD é hoje um e-group, com mais ou menos 2.400 pontos focais em diversos municípios. Estamos abrangendo cerca de 40% dos municípios brasileiros com, pelo menos, uma pessoa acompanhando as implantações e cumprimentos em relação à saúde pública. Ela reporta sucessos e fracassos, ou seja, quando conquista e quando não conquista alguma coisa. Isso é replicado, via internet, a pessoas de outros pontos focais e esses avanços ou retrocessos acabam servindo de base para outros municípios. Uma das coisas Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 15 É fundamental que todo cidadão, independente de ter alguma patologia ou não, seja um batalhador para que tenha saúde e educação em seu município. fundamentais é que o cidadão deveria, pelo menos uma vez por mês, frequentar os conselhos de saúde de sua cidade. Revista Diabetes: O senhor falou sobre a necessidade de maior envolvimento da sociedade com as causas de saúde pública. Mas qual deve ser a cobrança da população? Sérgio Metzger: Precisamos focar na prevenção do diabetes. Nós só falamos na doença, mas precisamos focar na prevenção, tanto que a IDF está trabalhando, de 2014 a 2016, em cima do tema de alimentação saudável. Isso porque muitas crianças estão tendo o diagnóstico de diabetes tipo 2 ainda jovens, devido à alimentação inadequada. A saúde tem que ser um programa de Estado, independente de partido ou campanha eleitoral. Todo mundo tem algum conhecido ou parente com diabetes e só teremos uma saúde pública de qualidade se lutarmos pelos nossos direitos. Atualmente, o diagnóstico de doenças não transmissíveis e não infecciosas, como diabetes, tem crescido muito e, muitas vezes, essas doenças podem ser evitadas. É nesta prevenção que o governo precisa trabalhar e a sociedade cobrar. O Estado precisa estar preparado para enfrentar isso. Não é só oferecer o medicamento. O importante é não ter a doença. Revista Diabetes: Qual a maior demanda atual das pessoas com diabetes em relação ao sistema público de saúde? Sérgio Metzger: Atualmente, com 12 milhões de pessoas com diabetes, a grande demanda dos brasileiros é pelos medicamentos contínuos, que já estão nos pro- tocolos e leis nacionais, e que, às vezes, não se encontram nos postos de saúde, mas o grande problema está na demora para a marcação de consultas. Precisamos avançar nesta área para evitar que as consequências sejam mais severas. A saúde pública tem gasto muito dinheiro com atendimento na média e alta complexidade, mas não pode negligenciar a atenção básica, para sair deste círculo vicioso negativo. Revista Diabetes: Em relação ao atendimento nos consultórios, o que poderia mudar? Sérgio Metzger: É importante também que a comunidade médica, mesmo que não seja da saúde pública, esteja preocupada em oferecer ao paciente o melhor para ele, tendo como base as condições financeiras de cada um. Neste sentido, a Farmácia Popular foi um avanço, mas está ocorrendo uma distorção, pois as pessoas deixam de ir ao consultório ou à unidade de saúde, para ir direto à farmácia retirar o medicamento. Assim, o paciente fica sem orientação. Nós somos a favor da legislação que torne, novamente, a farmácia como um posto de saúde, com profissionais aptos e autorizados a fazerem uma anamnese e uma orientação personalizada. Revista Diabetes: O senhor acha que o paciente está preparado para voltar a esse modelo de atendimento de saúde? Sérgio Metzger: Sim, ele está preparado, pois as perguntas existem. Naturalmente, no dia a dia, acabam surgindo diversas dúvidas que o paciente não chega a levar na próxima consulta e a farmácia está próxima da sua casa. Em muitas questões, o farmacêutico e o enfermeiro podem solucionar e, inclusive, encaminhar o paciente para o médico, quando a glicemia de ponta de dedo, por exemplo, não está em um nível adequado. O médico, no consultório, faz a anamnese, prescreve o medicamento e orienta, mas os questionamentos surgem em momentos bem distintos e os pacientes acabam sem saber o que fazer. Revista Diabetes: Em termos da atenção da saúde para o paciente, o que o senhor acha que falta no Brasil? Sérgio Metzger: Tudo no Brasil passa pela educação, e a informação salva vidas. É importante que as pessoas com diabetes saibam de seus direitos e onde devem procurar atendimento. Dentre as leis federais, a 11.347, de 27/09/2006, delibera sobre distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários inscritos em programas de educação para diabéticos, mas muitos pacientes desconhecem esta lei. Outro ponto que acho fundamental é a educação continuada de médicos do serviço público, que não costumam frequentar os grandes congressos e cursos, sendo que 70 a 80% da população busca o sistema público de saúde e esses profissionais também precisam de atenção e atualização. É necessário que a atenção básica cresça no país. O Governo precisa se estruturar para, através da informação, desmistificar suposições que surgem, diariamente, em relação à cura do diabetes. Precisamos evitar a desinformação da população e o aparecimento de notícias com receitas de “curas milagrosas” n Publicações Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 16 Falando sobre o Pé Diabético P esquisas apontam que cerca de prevenção. 40% dos pacientes diabéticos O livro “Neuropatias e Pé Diabético” não recebem tratamento para foi editado pelos Drs. Hermelinda C. Pesintomas neuropáticos; 12,5% drosa, Lucio Vilar e Andrew J. M. Boulnão entendem os sintomas e não se ton. A ocasião para o relançamento da queixam; 25% apresentarão algum edição revisada foi escolhida cuidadosaproblema ao longo da vida; e, o mais mente. Em 2014, o livreiro José Cavalpreocupante, 60% nunca tiveram os pés canti Pedrosa, pai da Dra. Hermelinda, examinados. completaria 100 anos. Foi uma forma Esses números comprovam porque o da endocrinologista e de sua família hoassunto Pé Diabético vem sendo aborda- menageá-lo. do com regularidade na Revista DiabeEm entrevista para a Revista Diabetes, tes. A Dra. Hermelinda Pedrosa, uma a Dra. Hermelinda Pedrosa falou sobre das maiores especialistas brasileiras no a importância do cuidado com o Pé Diatema, explica que os números relativos bético e do seu projeto. ao tratamento do Pé Diabético só aumentam e é preciso investir em mate- Revista Diabetes: Quais os pontos que os rial para todos os profissionais de saúde. profissionais de saúde poderiam ter como Recentemente a especialista atualizou a apoio no seu livro para um bom tratamento 1ª edição de um livro para orientar os e conduta no tratamento da neuropatia e do profissionais de saúde sobre o Pé Dia- pé diabético? bético. Para a Dra. Hermelinda, tratar Dra. Hermelinda: Há dados de estudos e entender a neuropatia e todas as suas na comunidade britânica de que quase formas de manifestações e complicações 40% dos pacientes não recebem tratacrônicas, dentre elas a dor, o pé diabéti- mento para sintomas neuropáticos e co, as mortes súbitas e infartos silencio- 12,5% não compreendem os sintomas sos, é fundamental. e não se queixam aos médicos. Sabe-se O livro abrange essas complicações que 25% dos pacientes apresentarão aldiabéticas ainda tão negligenciadas, gum problema nos pés ao longo da vida, desde as apresentações clínicas, enfati- mas é inconcebível que mais de 60% zando a questões práticas, assim como nunca tenham tido os pés examinados. a importância da avaliação da história Assim, a ênfase é a história clínica e o clínica e o exame físico do paciente, exame físico do paciente. medicamentos, condutas, rastreamenClaro, são explanados novos testes to do pé, e uso racional de antibióticos. Grandes nomes nacionais e internacionais transformam a publicação em uma das mais importantes do país. Integram o grupo responsável, nomes como dos professores Andrew Boulton e Dr. Karel Bakker. São 46 especialistas em Pé Diabético, entre estrangeiros e brasileiros, passando informações essenciais ao tratamento e Dra. Hermelinda Pedrosa, ao centro, no lançamento da publicação para a neuropatia de fibras finas, as mais precocemente atingidas (ex. biópsia de pele ou pela microscopia confocal) porque a eletroneuromiografia segue como teste mais solicitado, embora avalie apenas fibras grossas, alteradas mais tardiamente. O comprometimento autonômico cardíaco é outro destaque como também a relação da resistência à insulina no cérebro e sua conexão com Alzheimer e Parkinson. O rastreamento do pé em risco de ulceração, a investigação apropriada da osteomielite e uso racional de antibióticos são outros pontos relevantes. As diretrizes práticas do IWGDF (International Working Group on the Diabetic Foot) e as fichas clínicas desenvolvidas em Brasília, adotadas pelo Grupo Brasileiro de Pé Diabético (BrasPEDI) para o Programa Step by Step (Passo a Passo), da parceria SBD com a International Diabetes Federation, são outras ferramentas bastante úteis para organizar serviços, incluídas na publicação. Revista Diabetes: O que destaca na publicação como novidades no tratamento da neuropatia dolorosa? Dra. Hermelinda: Em relação à dor neuropática, fomos honrados com a importante contribuição do Prof. Solomon Tesfaye (Reino Unido), premiado com a Camilo Golgi Lecture, no Congresso da EASD (European Association for the Study of Diabetes) de Viena, em 2014. A ênfase foi dada ao algoritmo do Consenso de Toronto para a polineuropatia diabética dolorosa (PNDD), adotado pela grande maioria dos médicos no Brasil: duloxetina, pregabalina e gabapentina são os agentes de primeira linha, com recomendação para trocar as medicações se há efeitos adversos ou má resposta. O prof. Tesfaye inseriu dados do seu recente estudo COMBO-DN. “Tomado em conjun- Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 17 to, o estudo demonstrou que, em doses-padrão, a duloxetina é mais eficaz do que a pregabalina como o tratamento inicial, sem nenhum resultado preocupante quanto à segurança. Contudo, em doses máximas, a pregabalina pareceu ser mais eficaz do que a duloxetina”. Há também um novo opioide de liberação prolongada mais potente que os atuais (tramadol e oxicodona), o Tapentadol, para uso como segunda linha. Para o tratamento fisiopatogênico, a droga recomendada pelo Consenso é o ácido tióctico. Os inibidores da aldose redutase seguem em estudos (ranirestate, no Canadá; eparelstate, em uso no Japão). A benfotiamina, um derivado de tiamina (vitamina B1), mostrou-se capaz de reduzir AGE (produtos de glicação tardia) tecidual e está sendo estudada pelo grupo de Pop-Busui (colaboradora no capítulo de neuropatia cardiovascular) e Feldman, na Universidade de Michigan (EUA, comunicação pessoal). Há perspectivas de lançamento do peptídeo C, para a PNDD entre pacientes com DM Tipo 1, em 2015. Revista Diabetes: Como o livro foi idealizado? Dra. Hermelinda: O livro me foi sugerido pelo Prof. Leão Zagury, quando presidiu a SBD, em função do nosso trabalho à frente do Projeto Salvando o Pé Diabético, iniciado na década de 90 e que permaneceu até 2003, e do Departamento de Pé Diabético da SBD. A ideia era focar as complicações que ainda são a “Cinderela” da Diabetologia e o nome veio direto ao ponto: Neuropatias e Pé Diabético. O livro não tem um foco eminentemente terapêutico. Há um conjunto de informações norteadas pela Neuropatia e suas formas heterogêneas de manifestações, os mecanismos fisiopatogênicos atuais, os aspectos psicossociais envolvidos, os dados do Brasil, como também ênfase em suas principais complicações: a dor neuropática e as úlceras, que culminam em amputações. Dessa forma, os 22 capítulos abrangem as diversas facetas dessas complicações negligenciadas do Diabetes Mellitus, responsáveis por devastar a vida dos pacientes. Portanto, foi com muito honra que o Dr. Zagury escreveu a apresentação do livro. Revista Diabetes: Quais e quantas pessoas estiveram envolvidas? Dra. Hermelinda: Convidei inicialmente o Prof. Lucio Vilar, pela sua expertise em editar livros científicos na área de endocrinologia e por contribuir, há anos, em suas obras. Em seguida, o Prof. Andrew Boulton, que além de considerar uma das maiores autoridades nos dois temas, é um mentor e amigo, que me introduziu em grupos de trabalhos internacionais, como o Task Force em Neuropatia (Londres, 1995) e no IWGDF liderado pelo Dr. Karel Bakker, o grande embaixador do Pé Diabético no mundo. Com isso, tive a rica oportunidade de conhecer expoentes globais ao longo dos anos, que prontamente aceitaram participar desse primeiro livro no Brasil e na América Latina, envolvendo simultaneamente os dois temas. Assim, um grupo de 46 pessoas participou: seis dos EUA, nove da Europa e 31 do Brasil. Claro que, a equipe de Brasília, local onde todo esse trabalho se iniciou, tem uma participação especial (13 colaboradores), além de importantes nomes nacionais na área médica e da enfermagem de outros estados (18). Revista Diabetes: Por que esse lançamento especial da versão revisada em 2014? Dra. Hermelinda: O lançamento oficial foi no Congresso da SBD, em Florianópolis (2013), considerado o best-seller. Em 2014, o meu pai, José Cavalcanti Pedrosa, teria feito 100 anos. Pedrosa, como era conhecido, foi um livreiro Drr. Balduino e Dra. Hermelinda Pedrosa Dra. Hermelinda e Dr. Andrew Boulton com práticas visionárias no Nordeste, a partir de Campina Grande, onde montou a Livraria Pedrosa, que fez lançamentos de expoentes como Jorge Amado em duas ocasiões, além de Gilberto Freire. Montou a gráfica homônima, editando vários livros, como de Elpídio de Almeida, José Lopes de Andrade, dentre outros. Então, nesse centenário, concretizei o ‘agradecimento especial ao meu pai’, que em vida me ensinou e a tantas outras pessoas a gostar de ler. O slogan “Faça do Livro o Seu Melhor Amigo” era a frase marcante da Livraria Pedrosa, que teve grande influência na vida cultural e acadêmica de várias cidades da Paraíba e do Nordeste. Assim, houve lançamento em Campina Grande (PB), com um evento especial marcando o início da gestão da Dra. Alana Abrantes à frente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional Paraíba, em 26 de outubro; Cartagena de Indias (Colômbia), com o Prof. Andrew Boulton e Dr. Jaime Davidson, durante a Cumbre de las Américas; e em Brasília, no mês de novembro, o mês do diabetes, em uma divulgação primorosa da SBD, através do estimado Augusto Pimazoni. Um ano muito emocionadamente feliz para todos nós da família Pedrosa e de destaque para os profissionais que atuam na área de neuropatias e pé diabético. n 14 de novembro Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 18 Dia Mundial O do Diabetes pelo Brasil Acesse o relatório internacional da IDF sobre o Dia Mundial do Diabetes em diversos países. No documento, foto do Maracanã iluminado de azul. Reunião da Comissão do Dia Mundial do Diabetes Congresso SBD Rio – Fazendo parte das atividades em prol da Campanha, o 1º Congresso Regional de Diabetes do Rio de Janeiro aconteceu entre os dias 13 e 15 de novembro de 2014. De acordo com a presidente da Regional, e também do evento, Dra. Ana Gabriela Fuks, a data foi escolhida exatamente por coincidir com o Dia Mundial do Diabetes. Os congressistas se reuniram no Hotel Royal Tulip, em São Conrado (RJ), para discutirem sobre os diferentes temas do tratamento do diabetes. O evento contou com a presença do Dr. Walter Minicucci, presidente da SBD, além da participa- Caminhada em prol do Dia Mundial do Diabetes Dia Mundial do Diabetes em 2014, coordenado pelo Dr. Márcio Krakauer, foi marcado, mais uma vez, por eventos em todo o Brasil. A primeira parte da reportagem sobre a Campanha, na edição anterior, comentou sobre a atividade no Maracanã, o Concurso de Culinária, dados epidemiológicos em conjunto com a IDF e ações nas redes sociais e no site, além da repercussão internacional. Na primeira edição da Revista de 2015, o objetivo é mostrar algumas das atividades realizadas pelo país, que podem ser uma fonte de inspiração para as ações programadas para 2015, segundo o Dr. Krakauer. Para este ano, Regionais e Associações podem pensar em propostas para marcar a data. A comissão responsável pela organização da Campanha do Dia Mundial já realizou a primeira reunião do ano para traçar as estratégias para novembro. Em 2014, foram caminhadas, ações educativas, corridas, exames e diversos outros eventos que aconteceram no dia 14 e, também, durante todo o mês de novembro. Todas as atividades realizadas em 2014 estão publicadas no site www.diamundialdodiabetes.org.br e redes sociais. Veja algumas das ações pelo país. ção de dois convidados internacionais, Dr. Enrique Caballero e Jaime David, ambos dos Estados Unidos. Dentro da programação foi incluída uma atividade na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro, para estimular a prática dos exercícios físicos. A segunda edição do Desafio SBD-RJ “Correndo pelo Diabetes” começou às 8h30, partindo do Parque dos Patins. A corrida contou com dois percursos, sendo um de 5 km e outro com 7,5 km. Foram distribuídas camisetas do Dia Mundial e os participantes tiveram lanche, além de pontos de alongamento e hidratação. Grupo da SBD, na ação na Lagoa Rodrigo de Freitas Caminhada em Sergipe – No dia 1º de novembro aconteceu a quarta edição da Caminhada do Dia Mundial do Diabetes, organizada pelo Centro de Diabetes de Sergipe - dirigido pelo Dr. Raimundo Sotero -; a Associação de Proteção ao Diabético; a Sociedade Médica de Sergipe; as Regionais da SBD, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Sociedade Brasileira de Cardiologia; a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabéticos; e Secretaria Municipal de Saúde. A caminhada foi acompanhada por dois trios elétricos, com a participação de pacientes e colaboradores das diversas empresas envolvidas no projeto, além de estudantes dos cursos das áreas de saúde da UNIT. A concentração teve início às 14h30, com a partida às 15h30, saindo da Praça do Mini Golf até o Parque da Sementeira. A atividade mobiliza milhares de pessoas na capital de Sergipe e é considerada uma das mais importantes do Brasil. Atividades em Natal – A SBEM-RN, presidida pelo Dr. Tadeu Fonseca, organizou diversas atividades na capital do Rio Grande do Norte. Durante a “Semana Azul” foram distribuídos 30 banners para serem afixados em diversos locais da cidade. Além disso, foram promovidas ações como o mutirão para detecção de novos casos de diabetes na Cidade da Criança; uma “Visita Azul” no Midway Mall, Norte Shopping; e outra no TRT Lagoa, com um stand para divulgação, com teste de glicemia e distribuição de material educativo. No dia 11 de novembro foi organizado um seminário na UNP Salgado Filho, com o tema “Como manejar o diabetes e promover um estilo de vida saudável”. Palestras com especialistas em nutrição, endocrinologia e fisioterapia foram or- Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 19 Evento em Sergipe reuniu milhares de pessoas pelo Dia Mundial do Diabetes ganizadas na semana do Dia Mundial, além de um curso rápido de capacitação em curativos, testes de glicemia, distribuição de folhetos, nas tendas, e diversas faixas no Restaurante no SESC Centro. No Natal Shopping aconteceu o seminário “Novembro Azul SESC”. Já no dia 14 de novembro, muitas atividades aconteceram pela cidade: Sábado Azul, no Auditório SESC Centro Atividades realizadas em vários ´pontos da cidade chamaram a atenção do público e imprensa (palestra com endocrinologista, educação em saúde sobre diabetes e medição de glicemia); passeio ciclístico no Praia Shopping; corrida na Praça das Flores; e caminhada IFRN da Salgado Filho. No Parque das Dunas, na Concha Acústica, houve o encerramento das atividades pelo Dia Mundial do Diabetes com um Cerimonial, Banda da PM e carro de som. Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 20 Coritiba FC e o Dia Mundial do Diabetes – O Centro de Diabetes Curitiba e o Coritiba Foot Ball Club promoveram ação pelo Dia Mundial na partida contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2014. Antes e no intervalo do jogo, que aconteceu no Estádio Major Antônio Couto Pereira, às 19h30, foi aberta uma faixa mencionando a data. Os torcedores que compareceram ao estádio receberam panfletos educativos da campanha. Ações da SBD Regional RS – A SBD-RS realizou ações durante o mês de novembro, pela conscientização do Dia Mundial do Diabetes. Essas atividades contaram com a coordenação do presidente da Regional, Dr. Marcello Bertoluci. Diversas cidades participaram, promovendo suas próprias campanhas. Em Pelotas, sobe a coordenação da Dra. Vera Silveira, foi realizado um workshop sobre o pé diabético da Liga de Endocrinologia da FAMED-UFPEL. Foi concedida uma entrevista para a RBS TV Pelotas, com o tema “O que é diabetes?”. Além disso, uma faixa foi colocada na fachada do ambulatório central da FAMED-UFPEL, que foi também, iluminada de azul. Vídeos e palestras educativas foram apresentados em duas escolas, onde houve distribuição de material educativo sobre o diabetes. Foi criada também, uma página no Facebook, organizada pelas enfermeiras Ilania e Isis Vasconcelos, com dicas sobre a doença e divulgação da programação do novembro azul. Em Porto Alegre aconteceram ati- vidades no Parque da Redenção, voltada à educação do diabetes e outras doenças, com a participação de diversas entidades de saúde. Tendas individuais foram montadas na praça, onde ocorreram palestras para o público, além de um palco com show musical de Renato Borghetti. A SBEM e SBD-RS atuaram juntas no local. No Parque Farroupilha, foi realizada campanha de prevenção de amputações, intitulada “Diabetes Mellitus: detecção do pé em risco de ulceração”, coordenada pelos Drs. Helena Schmid, Otto Nievov e Lisiana Stefani Dias, com patrocínio da SBD-RS Departamento do Pé Diabético da e SBD Nacional. Na ocasião, a campanha “Brinque de redenção”, que repetiu as ações de 2009 e 2010, divulgou o trabalho realizado por profissionais de saúde do HCPA sobre educação e cuidados com o pé diabético, prevenção de ulceração e cuidados básicos necessários. Em Passo Fundo, sob a coordenação do Dr. Hugo Lisboa, foi realizado o II Acampamento da Criança com Diabetes, promovido pela Universi- dade de Passo Fundo (UPF), Lions Clube Internacional e pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). A atividade foi realizada no campus I da UPF e reuniu 36 crianças, além da participação de alunos e professores de 13 cursos de graduação da UPF. Orientação sobre aplicação de insulina, atividades lúdicas, brincadeiras, oficinas de nutrição, coleta de exames, visita e piqueniques com os pais ao zoológico da UPF, confecção de brinquedos, oficinas de jogos, natação e atividades radicais estiveram na programação da garotada. Houve também oficinas de nutrição, orientação odontológica, roda de conversa e muita troca de experiências. Encerrando as atividades, a “1ª Corrida para Vencer o Diabetes. Em Santa Maria, a principal atividade foi na Praça de Santa Maria, coordenada pelo Dr. Marcos Troain, que contou com um palco, sonorização e um toldo armado no centro do local, aonde foram abrigadas as estações de medição de glicose, além da “Caminhada pelo Diabetes”, realizada no calçadão da praça. n Congresso Diabetes 2015: De Olho nas Novidades Científicas C omo tem sido noticiado nas últimas edições da Revista Diabetes, uma equipe liderada pelo Dr. Balduíno Tschiedel está organizando o próximo Congresso da SBD. O Diabetes 2015 acontecerá entre 11 e 13 de novembro, no Centro de Eventos da FIERGS, em Porto Alegre (RS). Na última edição, uma entrevista com o Dr. Marcello Bertoluci, presidente da Comissão Científica, falou sobre a definição de palestrantes nacionais, alguns temas que farão parte da programação e os convidados internacionais já confirmados. Segundo o especialista, uma das ideias é realizar um evento pré-congresso com uma sessão científica internacional, na qual os participantes teriam a oportunidade de discutir tecnicamente trabalhos previamente selecionados, visando a publicação posterior dos artigos. O Dr. Bertolucci detalha, desta vez, mais particularidades da programação científica, que segue tendências internacionais Os nomes dos integrantes das comissões Científica Nacional e Local, bem como da Executiva Local, estão divulgados no site do Congresso. Ao todo, 60 especialistas estão envolvidos na preparação da programação da vigésima edição do Congresso da SBD. “Temos uma lista de nomes, de grande importância para a diabetologia nacional, que certamente vão contribuir muito com o nosso Congresso. Estamos montando uma equipe de observadores, que irá acompanhar os eventos da ADA e da EASD, em 2015, e trazer sugestões de temas e palestrantes internacionais. É preciso dar o timing adequado para não apressar esta parte, uma vez que estamos a meses do congresso e muita coisa nova deverá surgir ao longo de 2015”, informou o Dr. Marcello. Seguindo a tendência dos últimos congressos médicos, a organização do Diabetes 2015 abordará as novas tecnologias no manejo e tratamento do diabetes. “Há diversas novidades que deverão ser lançadas em 2015. A situação atual do projeto do pâncreas artificial, novos sensores subcutâneos de glicemia, novas bombas de infusão, entre outras, deverão ter espaço significativo na grade do Congresso. Além disso, haverá um reforço na área de nutrição e exercício, com a inclusão de um ou dois simpósios específicos. Teremos o lançamento de novas drogas em 2015 que serão apresentadas pela indústria. A área de educação em diabetes também deverá ter um espaço significativo tanto em workshops como em simpósios”, completou. Em relação aos convidados internacionais, até o momento, oito nomes estão confirmados. São eles: Dr. David Matthews (Oxford, UK), Dr. Steven Kahn (Washington, DC), Dr. Simon Heller (Sheffield, UK), Dra. Silva Arslanian (Pittsburgh, PA), Dr. Enrique Caballero (Boston, MA), Dr. Edwin Gale (Bristol, UK), Dr. Decio Eizirik (Brussels, BEL) e Dr. Gilberto Velho (Paris, FR). “Estamos ampliando gradualmente esta lista com o objetivo de chegar a 12 pessoas, sendo todos convidados oficiais do Congresso”, disse ele. A respeito dos palestrantes nacionais, o Dr. Marcello pretende priorizar os coordenadores de Departamento da SBD. Inscrições Abertas – O próximo prazo de desconto para a taxa de inscrição no XX Congresso da SBD é dia 2 de junho de 2015. Até lá, os valores para a participação no evento são de: R$675 para médicos sócios SBD, ABESO e SBEM; R$960 para médicos não sócios ou não quites; R$480 para outros profissionais sócios; R$675 para outros profissionais não sócios ou não quites; R$500 para residentes e pós-graduandos; e R$350 para acadêmicos de graduação. As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site do evento: www.diabetes2015. com.br. Os trabalhos podem ser enviados até o dia 19 de junho. n Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 21 Ponto de Vista 22 Foto: Ricardo Oliveira Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 Queres Viver Muito? Beba Pouco Leite Dr. Ney Cavalcanti O leite bovino é considerado uma das mais nutritivas de nossas bebidas. Fama até hoje muito merecida. Afinal, ela é capaz de fornecer dezenas de substâncias essenciais ao metabolismo. É a nossa principal fonte de cálcio, mineral muito importante na formação e manutenção da integridade do nosso esqueleto. O cálcio também é essencial na coagulação sanguínea e na contração muscular. A maioria do fósforo que necessitamos também vem do leite. Esta bebida também contém outros minerais, iodo, magnésio, zinco e potássio, importantes nas nossas reações metabólicas. Por ter apenas uma pequena quantidade de sódio, não contribui para o surgimento ou agravamento da hipertensão arterial. Pesquisas antigas mostravam, inclusive, que o consumo de três copos de leite diários era capaz de reduzir a pressão nos hipertensos. O leite também é fonte de importantes vitaminas: A, B12, ribofravina (B2) e niacina essenciais nas nossas reações metabólicas. A vitamina D - cuja principal fonte é a ação de raios solares sobre a pele - também existe em pequenas quantidades nesta bebida. Além disso, o leite é fornecedor das vitaminas E, folato e piridoxina (B6). Sobre a integridade de nossa massa óssea, o consumo do leite, por sua grande quantidade de cálcio, sempre foi considerado essencial para a formação e preservação do nosso esqueleto. Durante a infância e adolescência, a ingesta de cálcio em quantidades adequadas garante a quantidade e qualidade da formação do nosso patrimônio ósseo. Por outro lado, na terceira idade, quando a reabsorção óssea é maior do que a formação, o aporte adequado de cálcio diminui a intensidade e a velocidade desta reabsorção. Como resultado, há uma menor incidência da osteoporose, que é uma perda importante de tecido ósseo. Como sabemos, a osteoporose predispõe ao surgimento de fraturas com sérias repercussões negativas sobre a saúde deste grupo etário. Acreditava-se que uma ingestão de cálcio adequada diminuiria em cerca de 25% a incidência de fraturas resultantes da osteoporose. Isto acarretaria numa importante diminuição dos custos que este tipo de problema causa. Por conta de todos os benefícios, o consumo de leite tem sido estimulado em todas as idades. No entanto, uma pesquisa publicada em outubro passado, numa importante revista médica, a British Medical Journal, coloca em dúvida esta recomendação. Um grupo de pesquisadores suecos analisou 61.433 mulheres e 46.339 homens com idades entre 39 e 79 anos, durante 11 anos. Relacionaram o consumo de leite de cada um com a incidência de mortalidade e o surgimento de fraturas. As mais frequentes causas de morte foram câncer e doença cardiovascular. Os resultados foram surpreendentes. O número de mortes entre as mulheres foi quase 100% maior, nas que bebiam três ou mais copos de leite diários. Entre os homens que bebiam esta quantidade, a mortalidade também foi maior, porém em menor magnitude. Outra surpresa foi que não houve diminuição de números de fraturas. Até ao contrário: os bebedores de três ou mais copos também fraturaram mais. Os autores tentam explicar estes dados pela presença de uma substância, a d-galactose existente na lactose do leite. Ela aumentaria o chamado estresse oxidativo e a inflamação, favorecendo o surgimento do câncer e das doenças vasculares. A administração da d-galactose em animais é capaz de produzir estas alterações oxidativas e inflamatórias, e também causar perda da massa óssea. Muitas interrogações estão sendo feitas sobre esta pesquisa. Uma delas é se este tipo de comportamento ocorreria tanto com o leite integral quanto com o desnatado - dados que a pesquisa não analisou. É conveniente ressaltar que os produtos lácteos com pouca ou nenhuma lactose (queijos, iogurtes) muito provavelmente não terão estas ações indesejáveis. n Pelo Brasil Educando Educadores G oiânia recebeu a 27ª edição do Curso de Qualificação em Educação em Diabetes para Profissionais de Saúde – Projeto Educando Educadores. O evento aconteceu de 3 até 7 de novembro e contou com a presença de 64 participantes. Esta edição foi uma solicitação da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás. O curso foi promovido a partir de uma parceria entre a SBD com a ADJ Diabetes Brasil e a International Diabetes Federation (IDF). n Obesidade em Pauta A 16ª edição do Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica será realizada no Rio de Janeiro e está marcada para acontecer entre os dias 30 de abril e 2 de maio, no Hotel Windsor Barra. O Dr. Alexander Benchimol é o responsável pela organização do evento, que também conta com o apoio da SBD. Todos os interessados podem efetuar a inscrição no site do Congresso – www.obesidade2015.com. br. Os valores são: R$970 para médicos sócios/ ABEM/ SBEM/ SBD/ SBCBM; R$ 1.560 para os não sócios da entidade; R$450 para nutricionistas, psicólogos, físicos e outros profissionais sócios; R$550 para profissionais não sócios; e R$480 para graduandos e residentes. Os preços são válidos até o dia 31 de março de 2015. n CBAEM 2015 A cidade de Vitória receberá a sexta edição do Congresso Brasileiro de Atualização de Endocrinologia e Metabologia (CBAEM). Especialistas podem marcar em suas agendas o período do dia 11 até 15 de agosto de 2015 para o evento, que está sendo presidido pelo Dr. Albermar Roberts Harrigan. A atividade é promovida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. n Acampamento em Passo Fundo D o dia 13 a 16 de novembro foi realizada a segunda edição do Acampamento da Criança com Diabetes, no Campus I da Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. A ação teve a participação de 13 cursos de graduação da UPF e reuniu 22 crianças diabéticas. Todos os presentes acompanharam palestras de orientação sobre aplicação de insulina, atividades lúdicas, brincadeiras, oficinas de nutrição, entre outros. n Encontro do IEDE 2014 D o dia 12 até 14 de dezembro aconteceu o 43º Encontro Anual do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), organizado pela ASSEX (Associação dos Ex-alunos do IEDE), cujo Atualização em São Paulo S ão Paulo receberá a 11ª edição do Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia (COPEM). O evento acontecerá no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, do dia 14 a 16 de maio, tendo o Dr. Evandro Portes como presidente. As inscrições podem ser feitas no www.copem2015.com.br e o prazo para submissão de trabalhos foi encerrado no último dia 16 de fevereiro. n presidente 2013/2014, na ocasião, era o Dr. Alexander Benchimol. O evento voltou a ser realizado no Costa Verde Fluminense, no Rio de Janeiro, tendo as diretrizes em endocrinologia como tema central dos debates. n Congresso em Pernambuco O EndoRecife 2015 acontecerá entre os dias 20 a 23 de maio de 2015, no Enotel Convention, em Porto de Galinhas, Pernambuco. Este ano o evento será realizado em conjunto com o Congresso Latino Americano de Endocrinologia (COLAEN). O Dr. Ruy Lyra e o Dra. Maria Amazonas estão à frente da organização. As informações referentes aos valores das inscrições e trabalhos podem ser acessadas no site: www.endocrinologiape.com.br/. n Diabetes Paraná 2015 A SBD Regional Paraná, com o apoio do Centro de Diabetes Curitiba, irá realizar nos dias 28 e 29 de agosto, a quarta edição do Diabetes Paraná. O evento acontecerá em Curitiba e está sob a coordenação do Dr. Edgar Niclewicz. As inscrições podem ser feitas no www.diabetesparana.com.br. Os valores são diferenciados para sócios das entidades - SBD, Sociedade Clí- nica Médica, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Cardiologia será de R$270. Para os não sócios a taxa é de R$290. Já os residentes, pós-graduandos, mestrandos e doutorandos pagarão R$230. É importante ressaltar que todos esses preços são válidos até o dia 31 de março. n Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 23 Novidades Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 24 Lançamentos da Indústria Farmacêutica Novos Calçados no Mercado A marca Usaflex lançou, em janeiro de 2015, uma linha de calçados especialmente para os pacientes diabéticos. Denominada Usaflex Care Diabetes, é formada por modelos desenvolvidos com forração interna de tecido de algodão com espuma de 3mm. Os produtos também apresentam tratamento bacteriano com tecnologia de íons de prata, o que, segundo o fabricante, possibilita a filtragem e eliminação de 99% dos fungos, ácaros e bactérias, além de melhorar a oxigenação e circulação sanguínea. As palmilhas são feitas com acabamento de couro ou tecido e, na parte externa, os calçados são de couro e elastano. n MiniMed® 640G System A Medtronic anunciou a nova versão de seu equipamento de bomba de insulina com sensor. Segundo o fabricante, dentre as diferenças, com relação ao seu antecessor, estão: a utilização de um sistema ainda mais sensível às variações de glicose, o Enlite 2; e maior eficácia no controle das hipo e hiperglicemias. A Medtronic informa que na MiniMed® 640G o fornecimento de insulina é interrompido quando ocorrer a tendência de queda de glicose no sangue, o que levará o usuário a uma hipoglice- Coleção de Joias N em só de medicamentos e insumos vive a indústria de produtos voltados para os pacientes com diabetes. A American Diabetes Association (ADA) lançou uma coleção de joias em parceria com a Kay Jewelers denominada “Stop Diabetes Signature”. Com a campanha “Deixe seu amor brilhar”, a joalheria colocou à venda oito produtos especialmente desenvolvidos para o uso de pessoas com diabetes. Isso porque, possui espaço para gravação de informações personalizadas sobre o paciente, além de apresentar o símbolo da campanha da ADA. Dentre as opções estão colares, pingentes e braceletes, tanto para adultos como para crianças, em ouro amarelo ou ouro branco. As peças custam entre $50 e $1,000 (dólares), dependendo das escolhas de cada comprador e estão à venda pelo site da joalheria. A Kay Jewelers informa que para cada item vendido será doado um mínimo de 30 dólares à ADA. n mia (enquanto no Medtronic Veo a insulina é suspensa apenas quando a glicose atinge um valor previamente programado). Além disso, a insulina volta a ser liberada assim que o usuário apresenta níveis alvo de glicose, ao contrário do Veo que mantinha a suspensão do medicamento por 2 horas, exceto em casos de interação humana. O novo produto, no entanto, mantém a necessidade de programação prévia, pelo usuário e, ainda, de manejo no sensor de glicose, dependente de calibrações com base nos resultados de glicemia capilar. n ERRATA: Tresiba N a última edição da Revista Diabetes, nesta coluna, foram divulgadas informações sobre a Tresiba (insulina degludeca). Conforme informações da Novo Nordisk, responsável pelo medicamento, ao contrário do publicado, o produto ainda não está aprovado pelo FDA. O Tresiba possui, até o momento, aprovação da Agência Regulatória Europeia (EMA), bem como em outros países do mundo. n Pelo Mundo ATTD 2015 em Paris U Symposium on Diabetic Foot D e 20 a 23 de maio, na Holanda, acontece o 7th International Symposium on Diabetic Foot, presidido pelo Dr. Nicolaas C. Schaper. A expectativa é de receber um excelente público e, com essa previsão, os organizadores escolheram o World Forum Convention Center, considerado um dos principais centros de convenções em Haia. Na programação, está agendado o The Consensus Day of the International Working Group on the Diabetic Foot, um dia antes do início da programação científica do evento. Os organizadores acreditam que é um momento importante de debates e convidam os participantes a estarem presentes à reunião. O The International Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF) foi fundado em 1996 e passou a integrar a International Diabetes Federation em 2000. Os Guidelines, desenvolvidos pelo grupo, já foram traduzidos para 26 idiomas, inclusive o português, com mais de 100 mil cópias, distribuídas por diversos países. Entre os integrantes do IWGDF está a Dra. Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da SBD. O Dr. Andrew Boulton abre o evento com a conferência “What have we achieved and what should we achieve in the next decade?”. Na programação estão incluídas apresentações do Programa Step-by-Step no Caribe e os bons resultados obtidos pela Associação Dominicana de Diabetes. Os projetos na África, Camboja e Dubai também estão incluídos, assim como os modelos de políticas públicas adotadas na Alemanha e Bélgica. A Dra. Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da SBD, e Dr. K. Van Acker, do Hospital Heilige Familie, apresentarão o trabalho – “Team building for diabetic foot care” . n m mês antes do SITEC – Simpósio de Tecnologia da SBD – mais uma edição do ATTD 2015 aconteceu em Paris. O Advantage Technologies and Treatments of Diabetes já teve uma versão especial na América Latina em 2013, no Rio de Janeiro, e mantem edições regulares para acompanhar os avanços na área de tecnologia no tratamento do diabetes. A organização, mais uma vez, está com Moshe Phillip, Israel, e Tadej Battelino, Slovenia. Entre os 456 trabalhos recebidos, 12 são de brasileiros, mostrando o interesse dos profissionais de saúde nos temas. Os especialistas são representantes da Universidade Federal de Minas Gerais, USP Ribeirão Preto, Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília, Projeto Doce Desafio, Santa Casa de São Paulo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Associação de Diabetes de Bauru, Universidade de Viçosa e Sociedade Brasileira de Diabetes. A seguir, os trabalhos que estão publicados no site do http://attd.kenes.com/. • Analysis of The Efficacy, Safety And Cost- Effectiveness Of Duloxetine And Trazodone To Treat Neuropathic Diabetic Pain. (Wania Silva, W.C. Silva, K. CREPALDE, A.A. GUERRA JUNIOR, F.A. ACURCIO). • Multiple Insulin Injections Versus Insulin Pump Therapy To Diabetes Mellitus Type 1 In The Same Patient. Which One Is Better? Cross Sectional Study-Brazilian Experience (Raphael Liberatore Junior, R.D.R. Liberatore Junior, M.E.B. Ribeiro, R. Custodio, C.E. Martinelli Junior). • Evaluation Of Glycemic Control Profile In Type 1 Diabetic Patients Using Continuous Glucose Monitoring (Ana Claudia Ramlho Lacerda, A. Ramalho, L. Gomes, V. Almeida, A. Vinhaes, E. Netto). • Biomaterial Used As A Way To Prevention The Diabetic Foot Consequences (Leandra Batista, L. Batista, S.S.F.R. Rodrigues, J. Dullius, A.C. David). • Natural Latex-Derived Insoles For Diabetic Foot Healing (Suelia de Siqueira Rodrigues Fleury Rosa, S. Rodrigues Fleury Rosa, M.C. Reis, A.F. Rocha). • Diabetes Education Program with Emphasis on Physical Exercise Promotes Significant Reduction In Blood Glucose, Hba1c, and Triglycerides In People With Type 2 Diabetes (Jane Dullius, G.F. Mendes, L.F. Batista, F. Miranda, S.R.F. Rosa, L.D.A. Santana). • Osteocalcin Ameliorates Insulin Resistance in Monosodium Glutamate-Induced Obese Mice (Daniela Furuya, A.P.M. Yamamoto, A. David-Silva, U.F. Machado, D.T. Furuya) • Association Between Self-Monitoring Blood Glucose (Smbg) and Quality Of Life In A National Cohort Of Patients With Type 1 Diabetes Mellitus (Luis Eduardo Calliari, M.B. Gomes, C.A. Negrato, L.E. Calliari, B. Brazilian Type 1 Diabetes Study Group) • Evaluation of Serum Vitamin B12 in Elderly Individuals with Type 2 Diabetes, with and without Dementia, Related to Metformin Use or Not (Danilo navarro, D.H.N. navarro, T. Wajsfeld, P. bigelli filho, J. Bertolucci, M. D Oliveira, J.E.N. Salles). • Hypertriglyceridemic Waist Phenotype and Cardiometabolic Risk in Brazilian Adults: Community-Based Study (Giana Zarbato Longo, A. Cabral da Rocha, M. Pessoa, P. Feliciano Pereira, W. Segheto, F. Amaral, D. Guimarães da Silva, V. Vinha Zanuncio, K. Segheto, M. Rodrigues Inacio da Silva, G. Zarbato Longo). • Tyg Index Performs Better than Homa-Ir Index to Predict Metabolic Syndrome in Brazilian Adults (Giana Zarbato Longo, G. Zarbato Longo, A. Queiroz Ribeiro, J. Farias de Novaes, H. Stampini Duarte Martino, W. Segheto, P. Feliciano Pereira, K. Cunha, V. Reis, S. Morais, M. Pessoa). • A Diabetes Education Program Incorporating Supervised Exercise Improves Acute Blood Glucose Management in Individuals with Type 1 Diabetes (J. Dullius, G.F. Mendes, F. Miranda, L.F. Batista, T.C. Lins, S.R. Colberg). n ADA em Boston A 75 ht Scientific Session da America Diabetes Association está agendada para Boston, entre os dias 5 a 9 de junho. Como acontece, anualmente, o mega congresso de diabetes deve receber um público de cerca de 14 mil pessoas, de 124 países, que tentarão acompanhar parte da programação, já que o número de salas simultâneas e reuniões das 7 da manhã até à noite é muito grande. Para passar o maior número de informações possíveis, a ADA prepara sempre uma série de materiais, programas em vídeo, jornal diário e aplicativos para auxiliar os participantes a acompanhar uma parte da maratona de palestras, lançamentos e reuniões. Entre as metas do Congresso, está a de chamar a atenção dos Governos sobre a necessidade de prevenção e tratamento adequado aos milhões de pacientes diabéticos. Na agenda, o dia 7 de junho está reservado para que os participantes vistam vermelho, que é a cor da campanha Stop Diabetes da ADA, e às 6:30 está programada a 5k@ADA Fun Run/Walk. É um dos eventos que recebe o maior número de brasileiros entre os internacionais e a SBD publicará informes no site durante o Congresso, com highlights das apresentações. n Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 25 Mundo Digital Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 26 Tecnologia & Diabetes* N ão tem como fugir do assunto, mesmo que se tente. A tecnologia faz parte da nossa vida e a curiosidade dos profissionais de saúde em entendê-la melhor já vem de longe. Na hora de preparar a coluna, encontrei o livro “Internet para Profissionais de Saúde”, de 2004. Era o passo a passo, inclusive, para abrir um email e entender o que significava www. Agora os temas mudaram, mas o interesse continua. LinkedIn na Divulgação de Ciência O LinkedIn é uma rede social de negócios. É preciso certo tempo e dedicação para usar e, quando isso é feito da forma correta, os resultados são excelentes. Na área de Saúde, a Medscape é um dos usuários e, em uma de suas publicações, descreveu o ano da medicina – 2014. São 36 slides com os principais fatos e pesquisas do ano. w w w. m e d s c a p e . c o m / f e a t u r e s / slideshow/public/year-in-medicine2014#2 n Google Alerts – Sua preferência é outra e não quer entrar em grupos de nenhuma rede social para debater as novidades científicas. Como acompanhar tantas notícias? Simples, ligue o Google Alerts. Primeiro acesse sua conta no gmail e depois digite www.google.com. br/alerts . Aparecerá o campo para incluir a palavra ou expressão que desejar. O Google enviará um email de acordo com o tempo que você definir (diário, semanal, etc). Pronto, problema resolvido e as notícias chegarão à sua caixa de email. Comunidades no Whatsapp, Facebook e Orkut Em 2014, o Google encerrou um capítulo de um de seus projetos. O Orkut, depois de dar demonstrações que não conseguia mais competir com o Facebook, saiu de vez do ar. E o que aconteceu com as diversas comunidades dentro da rede social? A maioria migrou para o Facebook, porém existem grupos de discussão via Whatsapp. No Facebook, são diversas comunidades de pacientes e de profissionais de saúde que mantem uma intensa discussão. Boa parte deles é fechada, sendo necessária solicitação de participação ao administrador. Com 306 participantes, um grupo de endocrinologistas compartilha estudos de interesse geral, campanhas na área profissional e pesquisas, além de debates sobre a profissão. Para quem prefere a privacidade, essa é uma boa opção. Outro grupo fechado é o Educando Educadores, projeto em conjunto entre a SBD e ADJ, com mais de 260 membros. Ou seja, você pode ficar em dia com as pesquisas e debates sem, necessariamente, se expor. Lembre-se, o computador não digita sozinho. Em uma reportagem sobre o tema, no O Globo, Rodrigo Leite, diretor dos ambulatórios do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq - HCFMUSP), diz que é preciso uma autocrítica à própria comunidade médica quanto à maneira que lidam com o ambiente on-line. “Acho que nós, médicos, pecamos por ter pouca presença nesses espaços digitais. Faltam redes ou si- tes capitaneados por profissionais de saúde, que assegurem uma certa credibilidade a eles.” Na mesma matéria, quem opina é o Dr. Márcio Krakauer, coordenador de campanhas e de novas tecnologias da SBD. Ele vê como benéfica a troca de informações on-line entre pacientes, mas também faz ressalvas: “ Meu conselho é: leia tudo, ouça tudo, registre tudo, mas não faça nada. Não sem antes levar as informações ao médico.” Outra mania recente são os grupos formados dentro do Whatsapp. Mais restrito, porém é preciso cuidado no uso. Se sua intenção é trabalho, é preciso deixar isso muito claro, porque ninguém aguenta um telefone apitando o dia inteiro, com piadinhas ou só para jogar conversa fora, dentro de um grupo que não se propôs a isso. Ou desliga as notificações ou lembre aos participantes das “regras” que regem o grupo. Durante a Campanha do Dia Mundial do Diabetes 2014, um grupo de trabalho foi criado pela SBP e resolveu questões urgentes, auxiliando na tomada de decisões. Além disso, as equipes podiam relatar fatos diretamente com a coordenação da campanha, que retornava com muito mais agilidade. O grupo se mantem para 2015. Essas propostas do mundo digital não vieram com a invasão das redes sociais. Em 2002, o livro Comunidades Virtuais, de Jayme Teixeira Filho, detalhou o tema, sem imaginar o que viria pela frente. *Cristina Dissat, responsável pela coluna, é jornalista especializada em mídias digitais, com pós-graduação em comunicação digital. Comunicados SBD Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 27 Petição Avaaz A SBD, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, a ADJ Diabetes Brasil, a Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD) e a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (FENAD) publicaram a petição “Insulinas melhores para crianças e adolescentes com diabetes do Brasil”, no AVAAZ, uma comunidade de mobilizações online. O objetivo da campanha é solicitar a incorporação de insulina de ação ultrarrápida (insulina asparte, ou glulisina, ou lispro) para jovens com diabetes e idade com até 19 anos, tentando reduzir complicações futuras do diabetes e hipoglicemias graves e noturnas e aumentar as chances de que alcancem a vida adulta com capacidade funcional e laborativa como esperado. Uma reportagem detalhada foi publicada na edição anterior. A campanha ainda não acabou. Atores como José Loreto, João Fernandes e Simone Soares assinaram e divulgaram, através de vídeos, o apoio a petição. Até agora já são mais de 17 mil assinaturas na petição. Para assinar, digite: http://goo.gl/rH2g8Q e colabore com a SBD. n Simpósio de Atividade Física e Diabetes A Diretrizes 2014/2015 A s Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014/2015 foram distribuídas durante o 31º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, realizado em setembro, na cidade de Curitiba. Além da distribuição durante o evento, a publicação já foi enviada para os associados da entidade. Caso você, associado, não tenha recebido a sua edição das Diretrizes, basta entrar em contato com a entidade pelo telefone (11) 3846-0729 ou enviar um e-mail para: apoio@diabetes. org.br. n SBD realizou, no dia 6 de dezembro, o último Simpósio de Atualização em 2014. O evento, coordenado pelo Dr. Rodrigo Lamounier, aconteceu no Centro de Convenções do Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, Minas Gerais, e teve como tema: “Atividade Física e Diabetes - Discussão preparatória para o posicionamento Científico-Prático”. Com este Simpósio a Sociedade organizou, no total, três atividades durante o segundo semestre d2 2014. No site da SBD, o internauta pode assistir as aulas que foram ministradas durante os eventos, na íntegra. Estão disponíveis o: “Atendimento Multidisciplinar no Cuidado às Pessoas com Diabetes” e “Tratamento da Glicemia no Ambiente Hospitalar: Uma Questão de Vida ou Morte?”. Para acessar, digite: www.diabetes.org.br/simposios-de-atualizacao. n Agenda Foto: PerseoMedusa Vol. 22 - nº 01 - fevereiro 2015 28 Março 2015 XVI Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica 75th Scientific Sessions 2015 Local: || || || a9 || 5Boston, EUA || http://professional.diabetes. ||org || Informações: Maio 2015 Agosto 2015 Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia – COPEM2015 Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia – CBAEM2015 The 14th International Pituitary Congress a4 || 2Loews Coronado Hotel, || San Diego, CA || www.pituitarysociety.org/ ||members/eventsSociety || Data: Endo 2015 a8 || 5San Diego, Califórnia, EUA || www.endocrine.org/ ||endo-2015 || Data: Local: Informações: Simpósio de Tecnologia da Sociedade Brasileira de Diabetes (SITEC - SBD) a 14 || 12Caesar Faria Lima, || São Paulo,Business SP || (11) 3044-1339 / 3849-0099 || Data: Local: Informações: LATS Update Symposium || || || Data: 19 a 21 Local: Othon Bahia Palace, Salvador, BA Informações: www.lats2015.com.br 7 International Symposium on the Diabetic Foot Data: 30 de abril a 2 de maio Local: Windsor Barra, Rio de Janeiro, RJ Informações: www.obesidade2015.com.br || || || a 23 Local: Haia, Holanda Informações: diabeticfoot.nl Abril 2015 DiabeteSul 2015 || || || Data: 10 e 11 Sheraton - Porto Alegre, RS Informações: (11) 3044-1339 / 3849-0099 Local: Hotel Local: Informações: || || || || || || European Congress of Endocrinology (ECE2015) Setembro 2015 Data: 14 a 16 Local: Frei Caneca, São Paulo, SP Informações: www.copem2015.com.br || || || Data: 16 a 20 Local: Dublin, Grã-Bretanha Informações: www.ece2015.org Congresso Latino Americano de Endocrinologia e EndoRecife 2015 a 23 || 20Enotel || Porto de Convention, Galinhas, PE || www.endocrinologiape.com. || br/endorecife2015 || Data: Local: Informações: th Data: 20 Data: Data: 11 a 15 Local: Vitória, Informações: 51st EASD Annual Meeting, Stockholm || || || Data: 14 a 18 Estocolmo, Suécia Informações: www.easd.org Local: Outubro 2015 54th European Society for Paediatric Endocrinology Annual Meeting || || || Data: 1 a3 Local: Barcelona, Informações: Junho 2015 11º Congresso Brasileiro Pediátrico de Endocrinologia e Metabologia (COBRAPEM) || || || 3a6 Local: Natal, RN Informações: www.cobrapem2015.com.br Data: ES www.cbaem2015.com.br Espanha www.eurospe.org Novembro 2015 XX Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes a 13 || 11Centro de Convenções FIERGS, || Porto Alegre, RS || www.diabetes2015.com.br || Data: Local: Informações: