O Pragmatismo e as metodologias ativas de aprendizagem: a abdução em Peirce e o arco de Charlez Maguerez Antônio Carlos dos Santos Gonçalves* * Aluno de Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz ________________________________________________________________________________ Este trabalho objetiva discutir a influência do pragmatismo na análise da aprendizagem baseada em problemas (PBL, do inglês Problem-based learning), como parte integrante da Metodologia da Problematização, também conhecida como Metodologia Ativa de Aprendizagem. Esta metodologia é amplamente difundida no Brasil como estratégia educacional aplicada à formação superior dos profissionais da área de saúde. Tal estratégia representa um avanço em relação ao ensino tradicional e pode ser aprofundada metodologicamente através de uma acurada utilização das contribuições do pragmatismo. As observações foram realizadas a partir da análise do uso do Arco de Charles Maguerez como referência da aplicação da Metodologia Ativa no Curso de Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o levantamento bibliográfico e as investigações preliminares no Tutorial Quatro do Curso de Medicina da UESC. Este trabalho justifica-se pela necessidade de ampliação das garantias dos resultados do método, para o qual se propõe a utilização da lógica da abdução, como alternativa para soluções explicativas de problemas. Abdução foi um conceito elaborado por Charles Sanders Pierce (1839-1914), como processo formulador de hipóteses explicativas, que tem como característica fazer uma sugestão de que algo pode ser. Tal utilização permite a ampliação da proposta do Arco de Charles Maguerez no que diz respeito à última etapa do método. Pode-se indagar, por exemplo: Qual a perspectiva de solução da hipótese quando aplicada à realidade? Que procedimentos podem ser adotados quando nos deparamos com possíveis equívocos na aplicação das hipóteses? O Arco de Charles Maguerez não prevê um movimento de retorno da aplicação da hipótese à realidade para uma (ré) observação. Assim, propõe-se a continuidade deste Arco, no sentido de formar uma espiral metodológica a partir da aplicação da abdução, possibilitando uma “nova” aplicação à realidade.