metodologias ativas o uso do arco de maguerez no estágio

Propaganda
CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E
SUSTENTABILIDADE
XII SEMANA ACADÊMICA
ISSN: 2357-8645
METODOLOGIAS ATIVAS: O USO DO ARCO DE MAGUEREZ NO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
Francisco William Pereira da Silva
FAMETRO – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza
[email protected]
Luiz Torres Raposo Neto
FAMETRO – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza
[email protected]
Jefferson Sousa Santos Caldas
FAMETRO – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza
[email protected]
APRESENTAÇÃO
O Estágio Curricular constitui um momento de aquisição e aprimoramento de
conhecimentos e de habilidades essenciais ao exercício profissional, que tem como
função integrar teoria e prática. Trata-se de uma experiência com dimensões
formadora e sócio-política, que proporciona ao estudante a participação em
situações reais de vida e de trabalho, consolida a sua profissionalização e explora as
competências básicas indispensáveis para uma formação profissional ética e coresponsável pelo desenvolvimento humano e pela melhoria da qualidade de vida.
De acordo com Tardif (2002), o estágio supervisionado constitui uma das
etapas mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo
as exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), a partir
do ano de 2006 se constitui numa proposta de estágio supervisionado com o
objetivo de oportunizar ao aluno a observação, a pesquisa, o planejamento, a
execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas; uma aproximação da
teoria acadêmica com a prática em sala de aula.
O Estágio Supervisionado II Propôs utilizar a metodologia da problematização
com o Arco de Maguerez, para detectar duas problemáticas dentro da instituição de
ensino que estavam recebendo os acadêmicos em Educação Física.
O Arco de Maguerez foi elaborado na década de 70 do século XX, e tornado
público por Bordenave e Pereira (1989) com a finalidade de análisar a realidade
social, levantar hipóteses e possíveis soluções e retorna á realidade. As
conseqüencias deverão ser traduzidas em novas ações, desta vez com mais
informações, capazes de provocar intencionalmente algum tipo de transformação
nessa mesma realidade.
O Arco de Maguerez é um método que permite trabalhar os conteúdos
através de resolução de problemas reais, visto que essas disciplinas surgiram de
necessidades que a sociedade vivencia no dia-a-dia, sendo imprescindível que se
reflita para atuar em diversos contextos da vida.
O objetivo desse relatório é a aplicação do Arco de Maguerez como critério de
avaliação parcial da disciplina de Estágio Supervisionado II, onde foi feito a pesquisa
na escolas: E.E.FM Polivalente Modelo de Fortaleza de natureza Pública.
Aborda-se-á de inicio a metodologia com conceitualização das etapas do Arco
de Maguerez atráves de observações feitas nas instituições receptoras, foi realizado
uma avaliação geral, indicando algumas dificuldades e em seguida propostas
soluções partindo de um senso comum, para depois se fundamentar em textos de
autores, e finalizando com uma intervenção dentro dos estudos obtidos. Ao final
desse processo haverá um debate sobre os resultados obtidos levando em
consideração todo o processo do arco.
Contribuindo para a Educação Física Escolar, com novas propostas e
entendimentos, possibilitando reflexões acerca de cada realidade. Percebendo
também que a inovação muitas vezes é deixado de lado pelo os profissionais de
Educação Física que atuam na aréa escolar.
PERCURSO METODOLÓGICO
Para realizar o relatório, observamos duas problematicas, uma em cada
escola. A fim de realizar análises e criar hipóteses fundamentadas e em seguida
intervenções para soluciona-las e utilizando a proposta dessa metodologia em
relação as problematicas observadas.
Assim, no Estágio Supervionado II buscamos seguir o Arco de Maguerez de
Bordenave (1998), acrescido do levantamento de conhecimento prévio Berbel
(1998a, 1998b). Diante disso, a metodologia do Estágio curricular foi elaborado com
a
seguinte ordem: Observação
da
Realidade
(Problema);
Pontos-Chaves,
Teorização; Hipótese de solução e Aplicação á Realidade (Prática).
Berbel (1995) A primeira etapa é a da Observação da realidade e definição de
Problemas. É o início de um processo de apropriação de informações pelos
participantes que são levados a observar a realidade em si, com seus próprios
olhos, é identificar-lhes as características, a fim de, mediante os estudos, poderem
contribuir para a transformação da realidade observada. Nessa etapa foi
identificado duas problematicas, a falta de coerência do conteúdo das aulas teóricos
para a aulas práticas, pois a professora dividia a quadra em 4 setores conténdo uma
modalidade em cada espaço delimitado (Futsal, Basquete, Vôlei e Carimba) assim,
deixando o aluno bem a vontade pra práticar a modalidade que tem mais afinidade
ou até mesmo não participar e fica só observando é o outro foi a falta de coerência
entre a téoria e a prática, pelo fato do contéudo lecionado na sala de aula não ter
associação com o vivência da aula prática.
A segundo etapa é a Pontos-Chaves que consiste em definir o problema a
estudar/investigar,
inicia-se
uma
reflexão
acerca
dos possíveis
fatores
e
determinantes maiores relacionados ao problema, possibilitando uma maior
compreensão da complexidade e da multideterminação do mesmo. Tal reflexão
culminará na definição dos Pontos-chave do estudo, cuja investigação possibilitará
uma nova reflexão sobre o mesmo. Os pontos-chave podem ser expressos de forma
variada: questões básicas que se apresentam para o estudo; afirmações sobre
aspectos do problema; tópicos a serem investigados; ou, ainda, por outras formas.
Assim, possibilita-se a criatividade e flexibilidade nessa elaboração, após a
compreensão do problema pelo grupo. Como solução buscamos,pensamos em
estimular a participação de todos os alunos em todas as modalidades,
proporcionando a possibilidade de todos conhecerem um pouco de cada. Para a
solução da segunda problematica, iremos dialogar junto ao professor para debate
idéias sobre suas abordagens e metodologias utilizadas em aula. Assim, debatendo
e oferecendo sugestões para uma maior e melhor coerência das práxis.
A terceira etapa – a da Teorização – é o momento de construir respostas
mais elaboradas para o problema. Os dados obtidos, registrados e tratados, são
analisados e discutidos, buscando-se um sentido para eles, tendo sempre em vista o
problema. Todo estudo, até a etapa da Teorização, deve servir de base para a
transformação da realidade. Nessa etapa
buscamos referências da aréa da
(teoria/prática) e planejamemto para fortalecer a teorização, processo que é
necessário para fundamentar as hipóteses que serão formuladas a partir de autores
renomado, para que depois aplicassemos a realidade.
Diante das situações apresentadas percebemos que as duas problemáticas
envolvem a metodologia, que está em questionamento, portanto, nos baseamos em
referências que discutem a metodologia da educação física como também suas
diretrizes pedagógicas.
Então se chega à quarta etapa – a das Hipóteses de Solução –, em que a
criatividade e a originalidade devem ser bastante estimuladas para se pensar nas
alternativas de solução. Bordenave afirma que “o aluno usa a realidade para
aprender com ela, ao mesmo tempo em que se prepara para transformá-la”
(BORDENAVE, 1989, p. 25).
Foram realizadas as intervenções, onde na primeira problemática foi
proposto e aceito pela professora a utilização de gincanas e circuitos lúdicos que
envolvessem os esportes coletivos que eles praticavam nas aulas. Oportunizando a
vivência dos esportes mais com o caratér participativo, proporcionando prazer ao
realizar as atividades.
Já na segunda problemática, nos propomos a participar do planejamento
escolar geral, e também do professor de Educação Física, onde tivemos a
oportunidade de debater e discutir sobre metodologias, práticas, vivências e sobre
conteúdo da disciplina, proporcionando um leque de sugestões, para serem
aproveitadas no decorrer do ano.
Por fim, a última etapa – a da
Aplicação à Realidade – é aquela que
possibilita o intervir, o exercitar, o manejar situações associadas à solução do
problema. A aplicação permite fixar as soluções geradas e contempla o
comprometimento
do
pesquisador
para
voltar
para
a
mesma
realidade,
transformando-a em algum grau. As ações realizadas e aplicadas à realidade da
escola, que a princípio não foram bem aceitas por parte dos profissionais. Pois
entenderam como uma afronta ao exercício do trabalho deles. por conta da
convivência e insistência pelo discurso de que temos sempre que renovar nossas
estratégias de ensino, havendo uma aceitação e a compreensão que de fato era
necessário mudar.
Tendo em vista que estamos em constante mudança em nossa sociedade é
necessário que professores da Educação Física se fundamentem teoricamente para
poder mostrar a sociedade a comunidade escolar que realmente sabem o que estão
fazendo, estreitando assim o laço entre teoria e prática. Betti e Zuliane (2002, p.80).
A prática da Educação Física nas escolas atualmente vem sendo objeto de
estudos para muitos que desejam atuar na área da licenciatura na disciplina de
estágio. temos a oportunidade de analisar o que é proposto pelos professores no
ensino superior e o que é realmente utilizado na prática, na realidade. Partindo
desse princípio, nós estudantes devemos perceber até que ponto as metodologias
utilizadas estão sendo proveitosas e satisfatórias.
Vemos ainda que não há uma aceitação de uma boa parte da prática no
ensino médio pois os alunos acreditam não ser mais importante a disciplina, visam
apenas o vestibular, deixando de lado a educação física. Isso pode ser evitado se for
bem trabalhado nas séries anteriores.
Segundo Betti & Zuliane (2002, p. 74):
Essa situação gera um questionamento da atual prática pedagógica da
Educação Física escolar por parte dos próprios alunos que, não vendo mais
significado na disciplina, desinteressam-se e forçam situações de dispensa.
Contudo, valorizam muito as práticas corporais realizadas fora da escola. O
fenômeno é mais agudo no Ensino Médio (antigo 2o grau), no qual,
desconsiderando as mudanças psicossociais por que passam os
adolescentes, a Educação Física preserva um modelo pedagógico
concebido para o Ensino Fundamental (antigo 1o grau).
Com base nisso compreendemos que a metodologia utilizada pelos
professores influência de forma direta na permanência ou não dos alunos, no
interesse futuro deles pela prática da educação física. Cabe aos professores buscar
novos conhecimentos, adequar a prática à teoria, mostrar a importância de cada
uma delas, pois no momento atual de nossa sociedade não será contributivo apenas
jogar a bola para os alunos como muitos ainda fazem, sem qualquer compromisso
com a disciplina, com a educação e com os alunos.
Acreditamos que o diálogo entre aluno e professor se faz necessário para que
o planejamento feito possa atingir seus objetivos em um âmbito geral. Assim,como
está inserido nos Parâmetros Curriculares Nacionais para Educação Física, para
garantir uma coerência entres os conteúdos lecionados, é necessário levar em
consideração a relevância social, características dos próprios alunos e da área.
Desse modo, o processo de ensino-aprendizagem será mais proveitoso,
possibilitando novos desafios, novas descobertas, aumentando o acervo dos
próprios professores contribuindo também para a educação física.
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A metodologia do Arco de Marguerez proporcionou conhecer os problemas
inseridos nas escolas visitadas, após a identificação, tivermos que buscar soluções
reais para resolver as situações sinalizadas. Passando por etapas exigidas é
fortalecemos nossas idéias com referências bibliográficas. È disponibilizando
sugestões de melhorias de maneira coerente para os profissionais da área.
Para o profissional de Educação física vejo essa metódologia como uma
oportunidade de melhoria na qualidade do serviço ofertado, indepedentemente de
ser na licenciatura ou bacharelado, pois, identificando os problemas encontrados na
localidade de atuação, pode aplicar o metódo para buscar soluções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao nos apropriar-nos da metodologia do Arco de Marguerez, foi possível
levantar questionamentos e refletir sobre como ainda há muito o que se fazer para
que a Educação Física seja completa. A fundamentação das teorias e práticas é
apenas um dos problemas encontrados nas escolas porém, é um dos que mais se
repetem. Com isso nos vêm a reflexão de que cada vez mais é necessário que nós
acadêmicos estudemos mais e mais, buscando nos aprofundar para que tenhamos
inúmeros argumentos teorizados, e inúmeras formas de resolver futuros problemas
que viemos a enfrentar.
Seguir de fato o que nos é proposto pelos documentos é algo que pode nos
acomodar a não buscar mais conhecimento, e o não seguimento destes documentos
pode ser interpretado de forma errônea muitas vezes por quem não é
especificamente da área. Devemos nos apropriar cada vez mais de conhecimento
através das leituras e vivências e também de nossos erros para que possamos
refletir sobre eles, para que seja possível colaborar cada vez mais com a Educação
Física. Inovar, renovar, estudar e dialogar são ações que devemos colocar em
nossos vocabulários, e aplica-los a realidade.
REFERÊNCIAS
BERBEL, N. A. N. Metodologia da problematização: experiências com questões
de ensino superior. Londrina: EDUEL, 1998a.
BERBEL, N. A. N. Metodologia da problematização: experiências com questões de
ensino superior, ensino médio e clínica. Londrina: EDUEL, 1998b.
______. Metodologia da problematização: uma alternativa metodológica
apropriada para o ensino superior. Semina: Ciências Humanas e Sociais, Londrina,
v. 16, n. 2, p. 9-19, out. 1995.
BERBEL, N. A. N. O problema de estudo na metodologia da problematização.
Londrina: (s. n.), 2002. Disponível em:
<http://www.uel.br/pos/mestredu/images/stories/downloads/docentes/conheca_neusi
_arq1.pdf. Acesso em: 11 Out. 2011.
______. (Org.). Metodologia da problematização: fundamentos e aplicações.
Londrina: Rd. UEL, 1999.
_____________. Metodologia da Problematização: uma alternativa metodológica
apropriada para o Ensino Superior. Semina: Londrina, v. 16, n. 2, n esp., p.9-19,
1995. BORDENAVE, J. ; PEREIRA, A. Estratégias de ensino aprendizagem. 4.
ed., 1989. http://tilz.tearfund.org
BETTI, M.; ZULIANE, L, R. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes
pedagógicas. Revista Manckenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo, v.01, n
01, pag. 73-81, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: Educação Física/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.
96p.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes,
2002.
Download