[email protected] O objetivo desta apresentação é o de expor o experimento mental da perseguição do raio de luz ou da “surfagem” no raio de luz. Tal experimento mental, segundo Albert Einstein em suas Notas Autobiográficas, o inquietou desde os 16 anos de idade pois demonstrava uma aparente inconsistência na Teoria Eletromagnética de Maxwell: “Se um raio de luz for perseguido a uma velocidade c (velocidade da luz no vácuo), observamos esse raio de luz como um campo eletromagnético em repouso, embora com oscilação espacial. Entretanto, aparentemente, não existe tal coisa, quer com base na experiência, quer de acordo com as equações de Maxwell.” (Albert Einstein, 1949) [email protected] [email protected] Segundo as Leis de Maxwell uma onda eletromagnética no vácuo é constituída por campos elétricos e magnéticos variáveis no tempo e no espaço conforme a figura acima. [email protected] No sistema de referência que se desloca junto com a onda eletromagnética (a do “surfista” no raio de luz), os campos eletromagnéticos são estáticos, invariáveis no tempo mas variam espacialmente. [email protected] [email protected] A situação paradoxal será configurada se aplicarmos a Lei de Faraday-Lenz, tomando-se uma linha de integração conforme a figura acima. [email protected] [email protected] Lei de Faraday-Lenz: [email protected] A integral do campo elétrico E sobre a linha fechada abcd NÃO é nula! [email protected] Mas a integral de E sobre uma linha fechada é, pela LEI DE FARADAY, igual à variação temporal do fluxo magnético através da área dentro da linha. [email protected] Desta forma para existir um campo elétrico com a configuração imaginada, tem que existir um campo magnético VARIÁVEL no tempo. Entretanto o campo magnético ali existente é INVARIÁVEL no tempo. [email protected] [email protected] De maneira semelhante se pode facilmente demonstrar a situação paradoxal a partir da Lei de Ampère-Maxwell, aplicando-a, por exemplo, a uma linha de integração no plano xz. [email protected] [email protected] Fica assim demonstrado que as Leis de Maxwell NÃO permitem campos estáticos compatíveis com a suposta “surfagem” no raio de luz. [email protected] [email protected] De fato o paradoxo gerado por este experimento mental decorre de que raciocinamos aplicando as transformações de Galileu na passagem para o sistema de referência do próprio raio de luz. Como é bem sabido, depois da Teoria da Relatividade Restrita, o raio de luz sempre se movimentará em relação a qualquer sistema de referência com a mesma velocidade c e que, portanto, a proposição de perseguir ou “surfar” no raio de luz é sem significado, inconsistente com esta teoria. “Se um raio de luz for perseguido a uma velocidade c (velocidade da luz no vácuo), observamos esse raio de luz como um campo eletromagnético em repouso, embora com oscilação espacial. Entretanto, aparentemente, não existe tal coisa, quer com base na experiência, quer de acordo com as equações de Maxwell. (...) Vemos nesse paradoxo o germe da Teoria da Relatividade Restrita. Hoje todos sabem que as tentativas de esclarecer satisfatoriamente esse paradoxo estariam condenadas ao fracasso enquanto o axioma do caráter absoluto do tempo, ou da simultaneidade, estivesse enraizado no inconsciente.” Albert Einstein, NOTAS AUTOBIOGRÁFICAS, 1949 [email protected]