Agronomia/Agronomy 30 SUPRESSÃO DE PLANTAS DANINHAS PELA COBERTURA COM ADUBOS VERDES EM SOLO DE CERRADO PANTALEÃO1, P. S.; LACA-BUENDÍA2, J. P.; BRITO3, L. F., GODINHO4, N. C. A.; BERNARDES5, A. de G. 1 Eng. Agr., Rua Armando Tucci, 1482, Bairro Santa Mônica, Uberlândia, fone: (34) 96733270, e-mail: [email protected]; Eng.Agr., M.Sc., Travessa Felipe Camarão, 58, Bairro Fabrício, CEP: 38065-140-Uberaba-MG, fone: (34) 33145332, e-mail: [email protected]; 3 Graduado do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188, email : [email protected]; 4 Graduado do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188, email : [email protected]; 5 Graduado do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188, email : [email protected] 2 RESUMO: Com o objetivo de comparar a cobertura do solo com diferentes adubos verdes, utilizando a produção de massa verde e seca da parte aérea na supressão das plantas daninhas, em área de cerrado, foi instalado o presente experimento no ano agrícola 2009, na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, localizada em Minas Gerais. Os tratamentos consistiam na utilização de quatro adubos verdes: Crotalaria juncea L., Stizolobium aterrimum L., Pennisetum glaucum (L.) R. Br. e Calopogonium mucunoides L., e a testemunha (Pousio). Para determinação de massa seca e verde dos adubos verdes e o número das espécies de plantas daninhas existentes em cada parcela utilizou-se a área útil de 1,0 m2. Para cada parcela calculou-se os valores quantitativos das plantas daninhas em densidade, densidade relativa, frequência, frequência relativa, abundância, abundância relativa e o índice de importância relativa. Os adubos verdes que apresentaram os maiores valores de massa verde e seca foram Milheto e Mucuna-preta. As principais espécies de plantas daninhas encontradas foram Digitaria decumbens, Eleusine indica, Commelina benghalensis, Alternanthera ficoidea, Ipomoea grandifolia, Brachiaria decumbens, Amaranthus hybridus e Indigofera hirsuta. A Mucuna-preta foi o adubo verde que teve maior efeito de supressão sobre as plantas daninhas que ocorreram, seguido do Milheto e o Calopogônio foi o adubo verde que menos suprimiu as plantas daninhas. As cinco principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com os adubos verdes estudados foram Capim-colchão com densidade absoluta de 14.422 perfilhos m-2 e índice de valor de importância de 217%; seguido de Apagafogo com densidade absoluta de 6 plantas m-2 e índice de valor de importância de 13%; Trapoeraba com densidade absoluta de 18,5 plantas m-2 e índice de valor de importância de 12%; Pé-de-galinha com densidade absoluta de 48 plantas m-2 e índice de valor de importância de 10% e Caruru com densidade absoluta de 5 plantas m-2 e índice de valor de importância de 8%. Palavras-chaves: Leguminosas. Espécies de plantas daninhas. Fitossociologia. Produção de massa verde e seca. ABSTRACT: With the goal of comparing soil coverage of different green fertilizers, using the production of green mass and aboveground dry in suppression of weeds, in Cerrado area, was installed this experiment in crop year 2009 in Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, located in Minas Gerais. Green fertilizers were studied Crotalaria juncea L., Stizolobium aterrimum L., Pennisetum glaucum (L.) r. Brrown, and Calopogonium mucunoides L., compared to a witness (Setaside) treatment. For determination of green dry mass green fertilizers and the number of existing weed species in each plot has been used 1.0 m2 floor area. For each parcel was a quantitative value of weed density, relative density, frequency, frequency, relative abundance, relative abundance and the index of relative importance. The goal of this work was to compare the groundcover for different green fertilizers, using the production of green mass and aboveground dry and weed suppression, in Cerrado area. Green fertilizers that showed the greatest values of green mass and drought were Millet and Mucuna-black. The main species of weeds found were Digitaria decumbens, Eleusine indica, Commelina benghalensis, Alternanthera ficoidea, Ipomoea grandifolia, Braquiaria decumbens, Amaranthus hybridus and Indigofera hirsuta. The Mucuna-black was the green fertiliser obtained more weed suppression that occurred, followed by Millet and those that have less suppression were Calopogônio. The five major weed which have not undergone the abolition with the fertilizers green studied were Crabgrass with absolute density 14.422 perfilhos m-2, and index value of importance of 217%; followed by Erase-fire with absolute density of 6 plants m-2 and index value of importance of 13%; absolute pitch Trapoeraba 18.5 plants m-2 and index FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 Agronomia/Agronomy 31 value of importance of 12%; Crow's foot with absolute density of 48 plants m-2 and index value and importance of 10% with absolute density Caruru 5 plants m-2 and index value of importance of 8%. Key-words: Legumes. Weed Species. Phytosociology. Production of green mass and drough. INTRODUÇÃO A adubação verde é uma prática milenar conhecida por gregos, romanos e chineses antes da Era Cristã. Tremoços, ervilhas, favas, lentilhas, vicias e outras leguminosas eram usadas há mais de 3.000 anos A.C. (MARTIN; LEONARD, 1949, citado por CARVALHO; AMABILE, 2006). A adubação verde pode ser definida como a prática de se incorporar (ou não) a massa vegetal não decomposta, de plantas cultivadas no próprio local ou fora dele com a finalidade de preservar e/ou recuperar a produtividade das terras (MUZILLI, 1986). Os adubos verdes são plantas intencionalmente cultivadas com o objetivo de serem incorporadas ao solo, como fonte de matéria orgânica para melhorar a produtividade (Igue et al., 1984), cuja magnitude varia com a quantidade e com a qualidade do adubo verde, condições edafoclimáticas e práticas culturais utilizadas (ARF et al., 1999). Conforme Pereira; Burle; Resck (1992), ao se decidir por uma planta condicionadora de solo, ou adubo verde, a sua utilização em agroecossistema, devem-se considerar as seguintes características: grande produção de fitomassa e de sementes; ter o ciclo compatível com o sistema de produção; ter sementes de fácil produção e colheita; ser tolerante a pragas e a doenças; apresentar enraizamento profundo; tolerância ao alumínio tóxico; ser boa extratora de nutrientes; ser infectiva e efetiva na absorção de nitrogênio atmosférico (leguminosas); ser tolerante à seca; e proporcionar aumento expressivo no rendimento das culturas subsequentes. Segundo Favero et al. (2000), as leguminosas têm sido as preferidas para adubação verde, principalmente pela fixação de nitrogênio atmosférico por bactérias, principalmente do gênero Rhizobium sp., que vivem em simbiose com suas raízes, apresentando grande quantidade de massa e sistema radicular pivotante, podendo extrair nutrientes das camadas profundas. As plantas daninhas interferem diretamente ou indiretamente nas culturas, sendo qualquer ser vegetal que cresce onde não são desejadas. Elas crescem juntamente com as culturas e interferem no seu desenvolvimento reduzindo a produção devido à competição por água, luz, CO2, nutrientes e ainda podem exercer inibição química sobre o desenvolvimento das plantas, conhecida como alelopatia (LORENZI, 1990). Com a adubação verde e o acúmulo de palha pode ocorrer à supressão das plantas daninhas, este é um fenômeno que reduz temporariamente o seu crescimento. Este efeito, embora não provoque a morte, mantém as plantas FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 daninhas em estado de impossibilidade de competição com as espécies cultivadas, ou seja, seu crescimento, por um determinado período, fica inibido, reduzindo, de forma significativa, sua ação sobre a cultura principal (SALTON; HERNANI; FONTES, 1998). Em área com acúmulo de fitomassa na superfície do solo, a infestação de plantas daninhas é afetada por fatores físicos, químicos e biológicos. Dentre os fatores físicos destacam-se a dificuldade da emergência da planta daninha, que apresenta pouca reserva nas suas sementes para atravessar a camada de fitomassa e a dormência das sementes que necessitam de luz para germinarem. A produção de inibidores bioquímicos, diretamente pelos restos vegetais ou pelos microorganismos que se desenvolvem durante seu processo de decomposição, pode também inibir a germinação e a emergência de algumas espécies (HECTOR, 2004). De acordo com Costa et al. (1993), a definição de adubação verde é a prática conservacionista pela qual certas espécies de plantas são cultivadas e, a seguir, incorporadas ou mantidas na superfície do solo, em determinado estádio fenológico, com a finalidade de assegurar ou aumentar a capacidade produtiva do solo. Quando essas plantas são incorporadas ao solo, elas atuam como condicionadores físicos, químicos e biológicos, podendo ser denominadas de plantas condicionadoras de solo. Os benefícios que a adubação verde promove são: proteção do solo contra erosão hídrica e eólica; a cobertura protege o solo de chuvas de alta intensidade, do impacto das gotas das chuvas, mantendo ou influindo na agregação do solo, promovendo melhor porosidade e, consequentemente, melhor permeabilidade e retenção de água; infiltração de água, devido ao efeito da cobertura e do sistema radicular, reduzindo dessa forma as enxurradas e o transporte de solo, fertilizantes e pesticidas; contribuição na formação e na manutenção da matéria orgânica, facilitando a produção de compostos húmicos importantes na troca de bases de ação iônica. Um aspecto prático no Cerrado, onde a fração orgânica é de grande importância, é o efeito do veranico. Num solo cultivado e com maior teor de húmus e consequentemente melhor agregação, em geral, as plantas são menos afetadas pela ação desse fenômeno (PEREIRA et al. (1992), citados por CARVALHO; AMABILE, (2006)). Os resíduos das plantas no solo tendem a contribuir para uma melhoria da estruturação do solo, por um aumento da estabilidade dos agregados estáveis em água (ação cimentante da matéria orgânica, efeito dos polissacarídeos e hifas de fungos); elevação dos índices de infiltração de água; Agronomia/Agronomy aumento da porosidade do solo, melhor aeração, menores perdas de água por evaporação pelo efeito da cobertura morta na superfície e diminuição da densidade do solo pelo efeito da matéria orgânica (CALEGARI, 1998). As diferentes espécies de adubos verdes bem como seus resíduos tendem a causar importantes efeitos na fertilidade do solo, sendo que seus principais efeitos são: acúmulo de matéria orgânica ao longo dos anos; incremento na formação de ácidos orgânicos, fundamentais no processo de solubilização dos minerais do solo; maior disponibilidade de macro e micronutrientes nas camadas superiores do perfil do solo; contribuição para o aumento da CTC (dependente de pH) do solo; diminuição dos efeitos tóxicos do alumínio e manganês através da formação de complexos; incremento na mobilização dos nutrientes lixiviados ou pouco solúveis que se encontram nas camadas mais profundas do perfil do solo, através da elevada capacidade de reciclagem de nutrientes que dessa forma, colocando-se em condições de serem aproveitados pelas culturas posteriores (CALEGARI, 1998). Através da formação de cobertura morta, e pelos seus efeitos físicos e químicos (alelopáticos), os adubos verdes afetam qualitativa e quantitativamente distintas infestações de espécies invasoras (CALEGARI, 1998). Assim, são conhecidos os efeitos da aveia preta, centeio, azevém, ervilhacas, nabo forrageiro, espérgula, Crotalária juncea, mucunas, guandu, calopogônio, feijão-deporco, entre outros, no controle de diferentes espécies de plantas invasoras, sendo importante o uso e o manejo desses adubos verdes em rotação para diminuir populações de algumas invasoras, e também um dos métodos mais valiosos e baratos no controle de nematóides, além dos inúmeros outros benefícios que proporcionam desde que se opte por espécies adequadas (CALEGARI, 1998). Padovan [s.d.] considera que as espécies utilizadas como adubos verdes são estratégicas em sistemas de rotação de culturas, para cultivos entre as culturas de interesse econômico, bem como para consórcios, proporcionando expressivos benefícios, como: reciclagem de nutrientes lixiviados em profundidade, ou seja, recuperação de nutrientes que seriam perdidos para as camadas mais profundas do solo, auxiliando no fornecimento de nitrogênio fixado diretamente da atmosfera por leguminosas, intensificando as atividades biológicas do solo; melhorias na descompactação do solo, na estruturação e na circulação de ar no solo; diminuição na variação da temperatura do solo (temperatura mais constante); Melhoria do aproveitamento e eficiência de adubos e corretivos auxiliando na recuperação de solos de baixa fertilidade. Kochhann; Denardir (2000), citados por Castro; Prezotto (2008) comentam que as espécies utilizadas para a adubação verde do solo devem ser selecionadas pela produção de sementes, pelo potencial de produção de fitomassa, pela propriedade de reciclagem ou incorporação de nutrientes ao solo, pela velocidade e uniformidade do desenvolvimento vegetativo e pelo risco de se tornar planta daninha e pelas facilidades de manejo, especialmente quanto FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 32 à compatibilidade do ciclo com as demais espécies cultivadas. O cultivo dessas plantas visa, principalmente, promover a diversidade biológica dos agroecossistemas de cerrado, aumentar a fitomassa vegetal dos sistemas de produção, incrementar a quantidade e melhorar a qualidade da matéria orgânica do solo, reciclar mais eficientemente os nutrientes, proporcionar cobertura ao solo na entressafra, protegendo-o dos principais agentes de degradação, consequentemente, promover seu uso sustentável. Algumas dessas espécies apresentam múltiplos usos e podem ser usadas na alimentação humana e animal (BURLE et al., 2006). O Calopogônio mucunoides possui potencialidades alelopáticas e que a parte aérea, seguida das raízes, se constitui na principal fonte de substâncias químicas com atividades potencialmente alelopáticas, solúveis em água (SOUZA FILHO; RODRIGUES; RODRIGUES, 1997). Segundo Souza Filho; Alves; Figueredo (2003) devem-se utilizar manejos que possibilitam manter essa leguminosa forrageira em idade de quatro semanas de crescimento, quando as plantas acumulam maiores quantidades de substâncias químicas com atividade potencialmente alelopática na parte aérea. A principal vantagem da Crotalaria juncea é a sua acelerada velocidade inicial de crescimento resultando uma rápida cobertura do solo com efeito superior às plantas invasoras, promovendo uma liberação mais rápida do terreno para estabelecimento da cultura comercial (BURLE et al., 2006). Suzuki; Alves (2006) observaram que o milheto e a crotalária obtiveram o melhor desempenho na produção de massa seca em relação aos outros tratamentos, com valores de 11,834 kg ha-1 e 9,837 kg ha-1, respectivamente, porém em épocas de verão onde os adubos verdes apresentam maior produtividade. Já Assis (2008) avaliando a Crotalária (Crotalaria juncea), Feijão Guandu (Cajanus cajan (L) Millsp), Milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.), Aveia-preta (Avena sativa L.), Braquiarão (Brachiaria brizantha), e nenhuma cultura (pousio). Foi observado que a crotalária obteve o terceiro resultado de produção de massa verde com 14,9 t ha-1 e 2,8 t ha-1 de massa seca. Segundo Ferraz; Lopes (2003), a mucuna-preta produz cerca de 35,0 t ha-1 de fitomassa verde, e fixa cerca de 120 a 157 kg ha-1 ano-1 de N. Carvalho et al. (2004), em experimento realizado nos anos agrícolas de 1997/1998 e 1998/1999,concluíram que a Mucuna-preta apresentou de 6,0 a 8,0 t ha-1 quando o manejo ocorreu no florescimento pleno. Essa espécie apresenta efeito alelopático sobre a tiririca (Cyperus rotundus), planta daninha de difícil controle. O seu efeito sobre fungos fitopatogênicos do solo também tem sido estudado (FERRAZ; LOPES, 2003). Segundo Ferraz et al. (2003), a mucuna-preta possibilita a melhoria na fertilidade e textura do solo, além do seu efeito Agronomia/Agronomy 33 benéfico nos sistemas de rotação de culturas, que visam reduzir populações de algumas espécies de nematóides. Favero et al. (2001), nos anos agrícolas de 1995/96 e 1996/97, avaliaram cinco espécies de leguminosa como plantas de cobertura: feijão-de-porco (Canavalia ensiformes), feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliensis), mucuna-preta (Mucuna aterrima), lab-lab (Dolichos lablab) e guandu (Cajanus cajan) e a testemunha, na qual a parcela permaneceu em pousio após o preparo do solo, havendo crescimento das plantas espontâneas. Observou-se que a mucuna-preta destacou-se das demais quanto à capacidade de recobrir o solo e abafar as plantas espontâneas. O milheto (Pennisetum glaucum L. R. Br.) dependendo da época do ano, das condições chuvosas e do fotoperíodo, podem-se conseguir até 70,0 t ha-1 de fitomassa verde (PEREIRA FILHO et al., 2003). O milheto contribui para o controle de invasoras, principalmente, pela competição por água, nutrientes e luz e, porque cobre rapidamente o solo. Com base em resultados de ensaios conduzidos no Mato Grosso do Sul, constatou-se que o milheto produziu 5,5 e 9,9 t ha-1 de matéria seca aos 57 e 72 dias após a semeadura, representando 110 kg ha-1 dia-1 de acúmulo de matéria seca (SALTON; PITOL; ERBES, 1993). Corrêa; Sharma (2004) confirmaram os resultados de Salton; Pitol; Erbes (1993), obtendo uma produção da parte aérea, que atingiu 5,0 e 6,0 t ha-1. O alto conteúdo de K (33,5 g kg-1) associado à sua elevada produção de matéria seca caracteriza essa espécie como altamente eficiente em reciclar potássio, sendo seu uso recomendado nesse sentido para solos arenosos em que esse elemento é bastante lixiviado (SALTON; KICHEL, 1998). Finholdt et al. (2009), estudaram os adubos verdes: Crotalária (Crotalaria juncea), feijão-guandu (Cajanus cajan (L) Millsp), Milheto (Pennisetum glaucum (L) R. Br.), aveia preta (Avena sativa L.), braquiarão (Brachiaria brizantha) e a testemunha sendo o solo em pousio, verificando-se que o Milheto foi o adubo verde que apresentou melhor resultado na cobertura do solo e na produção de massa verde e seca da parte aérea, observando-se 58,1 t ha-1 e 7,0 t ha-1, respectivamente. Este trabalho teve como objetivo comparar a cobertura do solo com diferentes adubos verdes, utilizando a produção de massa verde e seca da parte aérea na supressão das plantas daninhas, em área de cerrado MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no ano agrícola 2009 (safra Outono/inverno), na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, localizada em Minas Gerais nas coordenadas geográficas 19º44’13” de latitude sul e 47º57’27” de longitude a oeste de Greenwich, com altitude média de 780 m (EMBRAPA, 1999). O solo é do tipo Latossolo Vermelho distrófico, textura média, com 72% de areia, 22% de argila e 6% de silte. O relevo é predominantemente suave ondulado com declividades médias variando de 2 a 8%. Os resultados da análise de solo podem ser observados na Tabela, 1). As análises foram feitas no Laboratório de Análise de Solos da FAZU, antes da implantação do experimento. O clima da região, segundo classificação de Köeppen, é tropical quente úmido com inverno frio e seco, as médias anuais de temperatura, precipitação e umidade relativa foram de 22,5ºC, 1.630,3 mm e 66,8%, respectivamente (EMBRAPA, 1999). O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, sendo cinco tratamentos e quatro repetições, totalizando 20 parcelas. TABELA 1 – Resultados da análise química do solo (camada de 0 a 20 cm) da área experimental. pH Al Ca Mg T P P rem K M.O. H2O cmolc dm-3 mg dm-3 dag kg-1 6,22 0,0 1,48 0,58 4,82 2,2 5,2 61 2,81 Fonte: Dados obtidos através da análise realizada no Laboratório de Análise de Solos da FAZU Cada parcela foi constituída de cinco fileiras de 5,0 m de comprimento x 2,0 m de largura, e espaçadas de 0,40 m entre elas. A área útil foi tirada a bordadura e aproveitada à área interna de cada adubo verde. Cada tratamento foi constituído de um adubo verde, sendo: Crotálaria (Crotalaria juncea L.), Mucunapreta (Stizolobium aterrimum L.), Milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.) e Calopogônio (Calopogonium mucunoides L.), comparados com a testemunha ou Pousio. FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 V % 46,01 O plantio foi realizado no dia 12 de Setembro de 2009. Foi feito gradagem na área antes do plantio, não foi contadas as plantas daninhas existentes antes de instalar o experimento. A semeadura de cada adubo verde foi realizada manualmente. Não foi realizado nenhum tipo de adubação, controle de plantas daninhas, e nenhum controle de pragas e doenças. Quando as espécies de adubos verdes atingiram 50% de floração em 14 de Dezembro de 2009, foi realizada a coleta da massa verde, sendo feita uma coleta Agronomia/Agronomy 34 por parcela. Os adubos verdes foram cortados na altura do solo, utilizando-se o método do “quadrado-inventário”, aplicado através de um quadrado de 1,0 x 1,0 m = 1,0 m2, colocado ao acaso. Dentro das áreas ocupadas pelos adubos verdes, o material colhido foi colocado separadamente dentro de sacos de papel após serem cortados, em seguida foi realizada a pesagem de cada amostra, evitando perdas de umidade. Feita a pesagem da massa verde, as amostras foram colocadas todas juntas em uma estufa com temperatura forçada de 70°C, permanecendo por 72 horas, até peso constante. Após a retirada realizou a pesagem determinando a massa seca de cada uma das parcelas. A contagem das plantas daninhas foi realizada a partir do material cortado para medir a massa verde e seca, separando de cada parcela de adubo verde as plantas daninhas existentes, espécie por espécie. A única espécie de planta daninha que foi pesada foi o capim-colchão, para a determinação do número de perfilhos por m2. Foi feita a contagem e a pesagem de 100 perfilhos por três vezes, pesados para se ter uma média do peso, determinando-se a quantidade de perfilhos por m2 dentro de cada parcela. De acordo com Mueller-Dombois; Ellemberg (1974) e Braun-Blanquet (1950) foram avaliados os valores quantitativos de densidade absoluta e relativa, frequência absoluta e relativa, abundância absoluta e relativa e o índice de importância relativa, obtidos através das seguintes fórmulas: Densidade = Número total de indivíduos por espécie__ Número total de quadrados obtidos (área total) Densidade relativa = Densidade das espécies x 100 Densidade total de todas as espécies Frequência = Número de parcelas que contém a espécie Número total de parcelas utilizadas Frequência relativa = Frequência da espécie x 100 Frequência total de todas as espécies Abundância = Número total de indivíduos por espécie___ Número total de parcelas que contêm as espécies Abundância relativa = Abundância da espécie x 100 Abundância total de todas as espécies Índice de valor de importância relativa (IVI)= Densidade Relativa + Frequência Relativa + Abundância Relativa. As análises estatísticas foram realizadas pelo software SISVAR e as médias foram comparadas utilizando o teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade (FERREIRA, 2008). RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelos resultados obtidos pode-se observar que os adubos verdes que apresentaram os maiores valores de fitomassa verde foram: Milheto e Mucuna-preta, com 58,4 t ha-1 e 53,0 t ha-1, respectivamente e não teve diferença estatística em relação à Crotalária (Tabela. 2). TABELA 2 –Fitomassas verde e seca dos adubos verdes estudados no município de Uberaba/MG, 2009. Tratamentos Fitomassa verde (t/ha-1) Fitomassa seca (t/ha-1) (*) Milheto 58,4a 17,4ª Mucuna-preta 53,0ab 10,0b Crotalária 25,4ab 4,6b Calopogônio 4,0c 1,3b C. V. (%) 34,5 23,7 (*) Médias seguidas de mesma letra na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5%. Dados transformados para análise estatística a √(x+1). Já para a fitomassa seca, encontrou-se que o Milheto apresentou o maior valor com 17,4 t ha-1. FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 O Milheto foi o adubo verde que apresentou melhor resultado na cobertura do solo e na produção de fitomassa verde e seca da parte aérea, observando-se 58,1 t Agronomia/Agronomy 35 ha-1 e 7 t ha-1, respectivamente. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por Finholdt et al. (2009) em relação à fitomassa verde. Suzuki; Alves (2006) observaram que o Milheto e a Crotalária tiveram o melhor desempenho na produção de massa seca em relação aos outros tratamentos, com valores de 11,834 kg ha-1 e 9,837 kg ha-1, respectivamente, porém em épocas de verão em que os adubos verde apresentam maior produtividade. O Milheto foi a planta de cobertura que mais produziu matéria seca da parte aérea, atingindo 5,0 e 6,0 t ha-1, respectivamente, nos anos agrícolas 1999 e 2000 (CORRÊA; SHARMA, 2004) sendo menor que a quantidade de matéria seca (17,4 t ha-1) determinada no presente trabalho (Tabela, 2). Já em experimento realizado por Assis (2008) estudando os seguintes adubos verdes: Crotalária (Crotalaria juncea), Feijão Guandu (Cajanus cajan (L) Mill sp), Milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.), Aveia Preta (Avena sativa L.), Braquiarão (Brachiaria brizantha) e a testemunha, ou pousio, onde não foi estabelecida nenhuma cultura Concluiu-se que o milheto foi o adubo verde que apresentou melhor resultado na cobertura do solo e na produção de fitomassa verde e seca da parte aérea, com 58,1 e 7,0 t ha-1, respectivamente, tendo a menor incidência de plantas daninhas, provavelmente devido ao seu rápido desenvolvimento. Este experimento foi realizado no mesmo local que o presente trabalho, concordando com os resultados obtidos. Em solos de mesmas características, o resultado obtido na produção de fitomassa verde da crotalária foi de 39,33 t ha-1, citado por Fontanétti (2006), sendo superior ao resultado obtido no presente trabalho. Carvalho et al. (2004) observaram que a Mucunapreta apresentou de 6,0 a 8,0 t ha-1 quando o manejo ocorreu no florescimento pleno, discordando dos dados observados no presente trabalho. Por outro lado, o uso de leguminosas para adubação verde promove modificações na dinâmica de sucessão das espécies espontâneas. Em trabalho realizado por Favero et al. (2001), observa-se que entre as espécies estudadas, a Mucuna-preta é a de maior potencial para recobrimento de solo e supressão de plantas espontâneas. Este potencial da Mucuna-preta em reduzir a população de plantas espontâneas é reconhecido na literatura. Brandão (1940) destaca a agressividade desta espécie como a principal característica na supressão de invasoras. Por outro lado, Lorenzi (1984) e Medeiros (1989) destacam o seu efeito alelopático, que inibe o crescimento de outras espécies, e prevalece desde o início do ciclo até o seu final. A diminuição na produtividade de matéria seca em plantas espontâneas na presença das leguminosas de cobertura, como já discutido, deve-se aos efeitos de concorrência entre elas, ou seja, abafamento, competição por nutrientes, água, luminosidade e oxigênio e, possivelmente, também aos efeitos alelopáticos provocados pelas leguminosas cultivadas sobre as plantas espontâneas. A importância dessa competição, especialmente a alelopática, como mecanismos de suprimir plantas espontâneas, é destacada por vários pesquisadores (OVERLAND, 1966; LORENZI, 1984; MEDEIROS, 1989). Comparou-se o do Índice de valor de importância relativa IVI (%) entre massa seca e verde dos adubos verdes utilizados (Fig. 1). 80 60 40 20 0 Crotalária Mucunapreta Milheto IVI TOTAL Calopogônio MASSA SECA (t.ha-¹) MASSA VERDE (t.ha-¹) FIGURA 1 – Comparação do Índice de valor de Importância Relativa IVI (%), entre massa seca massa verde dos adubos verdes estudados. FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 Agronomia/Agronomy A emergência de plantas daninhas foi relativamente igual em todos os tratamentos, mas quando comparada a quantidade de fitomassa seca, o Milheto seguido pela Mucuna-preta foram os adubos verdes que mais obtiveram resultado sobre a supressão de plantas daninhas, enquanto a área com Calopogônio foi observada a maior incidência de plantas daninhas (Tabela, 3). As principais espécies de plantas daninhas encontradas nas áreas de adubos verdes foram: Capimcolchão (Digitaria decumbens), Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica), Trapoeraba (Commelina benghalensis), Apaga-fogo (Alternanthera ficoidea), Corda-de-viola (Ipomoea grandifolia), Braquiária (Braquiaria decumbens), Caruru (Amaranthus hybridus) e Anil (Indigofera hirsuta). A Mucuna-preta apresentou o menor número de plantas daninhas, identificando-se apenas a presença de plantas daninhas Poaceas (capim-colchão e braquiária), sendo que as plantas daninhas de folhas largas (Dicotiledôneas) não foram encontradas quando foi cultivado este adubo verde, seguido pelos locais com plantio de Milheto em que a área apresentou menor controle das plantas daninhas Poaceas (capim-colchão, pé- FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 36 de-galinha), que não apresentou controle sobre as dicotiledôneas. Pelas análises fitossociológicas das plantas daninhas quando se utilizou a Crotalária, verificou-se que as cinco principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com a Crotalária foram o Capim-colchão, seguido pelo Apaga-fogo, Pé de galinha, Trapoeraba, e Caruru (Tabela, 4). Pelos resultados das análises fitossociológicas das plantas daninhas quando se utilizou a Mucuna-preta, verificou-se que as três principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com a Mucuna-preta foram a Braquiária, seguidas pelo Capim-colchão, e Capimcarrapicho (Tabela, 5). Agronomia/Agronomy 37 TABELA 3 – Número total de plantas daninhas presentes no estudo de supressão de adubos verdes no município de Uberaba/MG, 2009. PLANTAS Crotalária Mucuna-preta Milheto Calopogônio Pousio TOTAL DANINHAS (plantas m-2) Capim-colchão Capim-pé-de-galinha Trapoeraba Apaga-fogo Corda-de-viola Braquiária Caruru Anil Capim- carrapicho Capim-arroz Capim-fino Picão-preto Beldroega Amendoim-bravo Pincel Jetirana TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. 60.730 76 7 28 0 0 42 15 61 26.030 237 28 93.176 170 113 180.006(*) 530 259 6 17 6 27 0 2 0 0 2 0 8 0 0 60.881 0 0 37 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 65 13 22 0 3 0 0 0 10 1 0 0 0 17 184 40 0 5 13 12 13 13 0 12 0 1 1 0 26.405 27 50 0 6 24 14 15 8 1 11 1 0 0 93.616 100 94 52 50 43 32 28 23 17 11 10 1 17 181.367 TABELA 4 – Valores de Densidade, Frequência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) encontrados na cultura da Crotalária no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHAS – CROTALÁRIA Espécie Capim-colchão Capim-pé-de-galinha Caruru Densidade Frequência Abundância Número Número IVI total de de Absoluta Relativa Relativa Relativa (%) Absoluta Absoluta indivíduos parcelas (plantas m-2) (%) (%) (%) 60.730 3 20.243,3(*) 99,62 0,15 15 20.243,3 99,62 214,23 76 3 25,3 0,125 0,15 15 25,3 0,12 15,25 27 2 13,5 0,07 0,1 10 13,5 0,07 10,13 Corda-de-viola 17 1 17,0 0,08 0,05 5 17,0 0,08 5,17 Amendoim-bravo 8 1 8,0 0,04 0,05 5 8,0 0,04 5,08 Trapoeraba 7 2 3,5 0,02 0,1 10 3,5 0,02 10,03 Apaga-fogo 6 4 1,5 0,01 0,2 20 1,5 0,01 20,02 Braquiária 6 1 6,0 0,03 0,05 5 6,0 0,03 5,06 Picão-preto 2 2 1,0 0,005 0,1 10 1,0 0,005 10,01 Capim-carrapicho 2 1 2,0 0,01 0,05 5 2,0 0,01 5,02 20 20.321,2 100 1,00 100 20.321,2 100 300 60.881 TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 Agronomia/Agronomy 38 TABELA 5 – Valores de Densidade, Frequência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) ncontrados na cultura da Mucuna-preta no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHAS – MUCUNA-PRETA Espécie Braquária Número total de indivíduo s Número de parcelas 37 2 28 4 2 Capim Crrapicho 67 TOTAL (*) -2 Número de perfilhos m . 1 7 Capim-colchão Densidade Frequência Abundância Absoluta Relativa Absolut Relativa Relativa (plantas mAbsoluta (%) a (%) (%) 2 ) 18,5 67,27 0,28 28,57 18,5 67,27 7,0 (*) IVI (%) 163,12 25,45 0,57 57,14 7,0 25,45 108,05 2,0 7,273 0,14 14,28 2,0 7,273 28,83 27,5 100 1,00 100 27,5 100 300 Acredita-se que a supressão de plantas espontâneas, observada pela Mucuna-preta, está relacionada à barreira física exercida sobre estas plantas não desejadas, especialmente impedindo a chegada de luz, uma vez que plantas de crescimento prostrado/trepador proporcionam maior cobertura ao solo (CALEGARI, 2002). Além disto, este efeito também pode ser atribuído à alelopatia (COSTA, 1995). Pela análise dos resultados das análises fitossociológicas das plantas daninhas quando se utilizou o Milheto, verificou-se que as cinco principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com o Milheto, foram a Trapoeraba, Capim-colchão, Jetirana, Caspim-pé de galinha e Capim-fino (Tabela,6). TABELA 6 – Valores de Densidade, Frequência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) encontrados na cultura do Milheto no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHA – MILHETO Espécie Número Número total de de indivíduos parcelas 61 Trapoeraba Capim42 colchão 17 Jetirana Capim-pé15 de-galinha 13 Apaga-fogo 10 Capim-fino Corda-de5 viola 3 Caruru 1 Picão-preto 167 TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. 4 Densidade Absoluta Relativa (plantas m(%) 2 ) 15,25 18,32 Freqüência Absoluta Abundância Relativa Relativa Absoluta (%) (%) IVI (%) 0,25 25,00 15,2 18,32 61,64 4 10,5(*) 12,61 0,25 25,00 10,5 12,61 50,22 1 17,0 20,42 0,06 6,25 17,0 20,42 47,09 1 15,0 18,02 0,06 6,25 15,0 18,02 42,29 2 1 6,5 10,0 7,81 12,01 0,12 0,06 12,50 6,25 6,5 10,0 7,80 12,01 28,12 30,27 1 5,0 6,01 0,06 6,25 5,0 6,01 18,26 1 1 16 3,0 1,0 83,25 3,60 1,20 100 0,06 0,06 1,00 6,25 6,25 100 3,0 1,0 83,2 3,60 1,20 100 13,46 8,65 300 FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 Agronomia/Agronomy 39 Pelas análises fitossociológicas das plantas daninhas quando se utilizou o Calopogônio, como adubo verde, verificou-se que as cinco principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com o Calopogônio foram o Capim-colchão, seguido pelo Apaga-fogo, Pé de galinha, Trapoeraba e Capim-carrapicho (Tabela, 7). Pelas análises fitossociológicas das plantas daninhas quando se utilizou o pousio, verificou-se que as cinco principais plantas daninhas que se destacaram no pousio foram o Capim-colchão, seguido pelo Apaga-fogo, Pé de galinha, Trapoeraba e Beldroega (Tabela, 8). As plantas daninhas identificadas, que tiveram infestação na maioria dos tratamentos, apresentaram índice de valor de importância relativa comparados entre cada espécie de plantas daninhas de cada tratamento. Verificouse que as cinco principais plantas daninhas que não sofreram a supressão com os adubos verdes foram o Capim-colchão, seguido pelo Apaga-fogo, Trapoeraba, Capim-pé-de-galinha e Caruru (Tabela, 9). TABELA 7 – Valores de Densidade, Frequência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) encontrados na cultura do Calopogônio no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHAS – CALOPOGÔNIO Espécie Número Número total de de indivíduos parcelas 26.030 Capim-colchão Capim-pé-de237 galinha 40 Apaga-fogo 28 Trapoeraba Capim13 carrapicho 13 Caruru 13 Capim-arroz 12 Anil 12 Picão-preto 5 Braquiária Amendoim1 bravo 1 Pincel 26.405 TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. 4 Densidade Frequência Abundância Absoluta Relativa Relativa Relativa (plantas mAbsoluta Absoluta (%) (%) (%) 2 ) 6.507,5(*) 97,94 0,14 13,79 6507,5 97,94 IVI (%) 209,67 3 79,0 1,19 0,10 10,34 79,0 1,19 12,72 4 3 10,0 9,3 0,15 0,14 0,14 0,10 13,79 10,34 10,0 9,3 0,15 0,14 14,09 10,63 3 4,3 0,06 0,10 10,34 4,3 0,06 10,47 3 1 3 2 1 4,3 13,0 4,0 6,0 5,0 0,06 0,19 0,06 0,09 0,08 0,10 0,03 0,10 0,07 0,03 10,34 3,45 10,34 6,89 3,45 4,3 13,0 4,0 6,0 5,0 0,06 0,19 0,06 0,09 0,08 10,47 3,84 10,46 7,08 3,60 1 1,0 0,02 0,03 3,45 1,0 0,02 3,48 1 29 1,0 6.644,5 0,02 100 0,03 1,00 3,45 100 1,0 6.644,5 0,02 100 3,48 300 TABELA 8 – Valores de Densidade, Freqüência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) encontrados no Pousio no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHAS POUSIO Espécie Capim-colchão Capim-pé-degalinha Trapoeraba Corda-de-viola Densidade Absoluta Relativ (plantas ma 2 ) (%) 23.294,0(*) 99,24 Frequência Relativ Absolut a a (%) 0,13 13,33 Abundância Relativ Absolut a a (%) 23.294 99,24 93.176 Númer o de parcela s 4 170 3 56,7 0,24 0,09 10,00 56,67 0,24 10,50 113 50 3 2 37,7 25,0 0,16 0,11 0,09 0,06 10,00 6,67 37,67 25,00 0,16 0,11 10,30 6,88 Número total de indivíduos FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 IVI (%) 212,00 Agronomia/Agronomy 27 Apaga-fogo 24 Anil 15 Capim-arroz Capim14 carrapicho 11 Beldroega 8 Caruru 8 Capim-fino 7 Picão-preto 1 Amendoim-bravo 93.624 TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. 40 4 2 2 6,8 12,0 7,5 0,03 0,05 0,03 0,13 0,06 0,06 13,33 6,67 6,67 6,75 12,00 7,50 0,03 0,05 0,03 13,40 6,77 6,73 1 14,0 0,06 0,03 3,33 14,00 0,06 3,45 3 3 1 2 1 31 3,7 2,7 8,0 3,5 1,0 23.472 0,02 0,01 0,03 0,05 0,004 100 0,09 0,09 0,03 0,07 0,03 0,97 10,00 10,00 3,33 6,67 3,33 100 3,67 2,67 8,00 3,50 1,00 23.472 0,02 0,01 0,03 0,02 0,004 100 10,00 10,00 3,40 6,70 3,34 300 Pitelli (2000) indica que os índices fitossociológicos são importantes para analisar os impactos que os sistemas de manejo e as práticas agrícolas exercem sobre a dinâmica de crescimento e ocupação de comunidades infestantes em agroecossistemas. Esses índices são determinados levando-se em conta a densidade relativa, que reflete a participação numérica de indivíduos de uma determinada espécie na comunidade; a freqüência relativa, que se refere à porcentagem que representa a freqüência de uma população em relação à soma das freqüências das espécies que constituem a comunidade; e a importância relativa, que é uma avaliação das culturas, também, qual espécie proporciona melhor cobertura do solo no caso de utilizá-la nos sistemas de plantio direto. TABELA 9 – Valores de Densidade, Frequência, Abundância e Índice de valores de importância relativa (IVI) total dos adubos verdes estudados no município de Uberaba/MG, 2009. LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DAS PLANTAS DANINHAS Espécie Número total de indivíduos 331.716 Capim-colchão 530 Capim-pé-de-galinha 259 Trapoeraba 100 Apaga-fogo 77 Corda-de-viola 52 Braquiaria 52 Caruru 43 Anil 34 Capim-carrapicho 28 Capim-arroz 23 Picão-preto 23 Capim-fino 17 Jetirana 11 Beldroega 10 Amendoim-bravo 1 Pincel 332.436 TOTAL (*) Número de perfilhos m-2. Número de parcelas 23 11 14 16 7 5 10 6 7 3 8 3 3 3 3 1 24 Densidade Frequência Abundância Absoluta Relativa Relativa Relativa (plantas mAbsoluta Absoluta (%) (%) (%) 2 ) (*) 14.422,4 99,00 0,96 18,70 14.422,0 99,00 48,2 0,33 0,46 8,94 48,2 0,33 18,5 0,13 0,58 11,38 18,5 0,13 6,2 0,04 0,67 13,01 6,2 0,04 11,0 0,07 0,29 5,69 11,0 0,07 10,4 0,07 0,21 4,06 10,4 0,07 5,2 0,04 0,42 8,13 5,2 0,04 7,2 0,05 0,25 4,88 7,2 0,05 4,8 0,03 0,29 5,69 4,8 0,03 9,3 0,06 0,12 2,44 9,3 0,06 2,9 0,02 0,33 6,50 2,9 0,02 7,7 0,05 0,12 2,44 7,7 0,05 5,7 0,04 0,12 2,44 5,7 0,04 3,7 0,02 0,12 2,44 3,7 0,02 3,3 0,02 0,12 2,44 3,3 0,02 1,0 0,007 0,04 0,81 1,0 0,007 14.567,5 100 5,12 100 14.568,0 100 FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 2012 IVI (%) 216,71 9,60 11,64 13,09 5,84 4,21 8,20 4,98 5,76 2,57 6,54 2,54 2,52 2,49 2,48 0,83 300 Agronomia/Agronomy 41 A Mucuna-preta preta foi a planta de cobertura que obteve maior sucesso na supressão das plantas daninhas que ocorreram, seguida pelo Milheto. Já o Calopogônio causou a menor supressão das ervas. A Mucuna Mucuna-preta é uma espécie que exerce alta pressão por abafamento sobre as plantas espontâneas, com alto potencial para recobrimento do solo e supressão de plantas espontâneas (FAVERO et al., 2001). É provável que a ação do Milheto seja em maior grau por competição, ainda que haja referências do efeito alelopático da palha em reduzir a germinação em até 70% das plantas daninhas (KUMAR, [s.d.], citado por PEREIRA, 1990). Almeida; Rodrigues (1984)) verificaram a existência de efeitos alelopáticos do Milheto (estímulo, retardamento ou inibição da germinação de sementes) em diversas coberturas mortas sobre diferentes plantas daninhas, em experimentos conduzidos em vaso. Em condições de campo, entretanto, nto, tais efeitos dificilmente são comprovados, em virtude da grande diluição das substâncias alelopáticas no solo e de sua rápida decomposição pelos microrganismos (SANTOS; REIS, 2001). Trezzi; Vidal (2004a) concluem que a presença de resíduos da parte aérea rea de milheto é mais importante na supressão de plantas daninhas que a presença de raízes. Através do estudo realizado, verificou-se verificou grande diversidade de espécies de plantas daninhas presentes nos diferentes adubos verdes estudados. Dentre ass plantas daninhas que apresentaram menor índice de valor de importância relativa sobre a emergência dos adubos verdes está a Beldroega (Figura, 10) nterferindo em nenhum dos tratamentos uma vez que ocorreu somente no pousio, a Jetirana foi encontrada somente nte no Milheto, o que não ocorreu com a Braquiária, já o Capim-colchão colchão foi encontrado em todos os tratamentos (Tabela, 3) A área de solo descoberto (pousio) apresentou infestação da maioria das plantas daninhas, não encontrando a presença da Braquiária e Jetirana, as demais tiveram extrema influência nos resultados obtidos (Tabela,8). 250 200 150 % 100 50 Pincel Beldroega Jetirana Capim-fino Capim-arroz Braquiária Anil Capim-carrapicho Corda-de-viola Picão-preto Caruru Capim pé de galinha Trapoeraba Apaga-fogo Capim-colchão 0 FIGURA 10 – Comparação do Índice de valor de importância relativa (IVI) das espécies de plantas daninhas encontradas na área estudada. Trezzi; Vidal (2004b) observaram reduções de 41% de infestação e de 74% de massa seca total de plantas daninhas comparando as áreas cobertas com culturas à testemunha descoberta. As plantas daninhas identificadas nos tratamentoss segundo Meschede; Ferreira; Ribeiro Jr. (2007), correspondem à espécie de plantas adaptadas, com rápido crescimento inicial, rusticidade e agressividade. CONCLUSÃO • Os adubos verdes que apresentaram os maiores valores de fitomassa verde e seca e maior FAZU em Revista, Uberaba, n.9, p. 30-43. 30 2012 • • supressão upressão das plantas daninhas foram o Milheto e a Mucuna-preta. O Calopogônio causou a menor supressão das ervas daninhas. As plantas daninhas mais difíceis de controlar pelo uso de adubos verdes, neste experimento foram Capim-colchão, colchão, seguido pelo Apaga-fogo, Apaga Trapoeraba, capim-pé capim de galinha e Caruru e que devem ser bem controladas em próximos plantios. Agronomia/Agronomy REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. S.; RODRIGUES, B. N. 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