UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTANCIA UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTANCIA Tecidos Fundamentais dos Vegetais RIO DE JANEIRO maio - 2008 Tecidos Fundamentais dos Vegetais Trabalho apresentado ao Professora FABIANA CARVALHO DE SOUZA da disciplina: ANATOMIA DE PLANTAS VASCULARES da turma: _______________ , turno: Integral do curso: Licenciatura em Ciências Biológicas UCB – Realengo - Rio de Janeiro - 2008 INTRODUÇÃO Este trabalho vem explicitar as características, diferença e funções entre parênquima, colênquima e esclerênquima. Células e tecidos vegetais Após a germinação, a semente passa a um novo estágio e vida. Agora, ela é denominada plântula. A germinação se inicia com a absorção de água pelo embrião (embebição) e termina com a emissão da radícula. Já no embrião, se inicia o processo de diferenciação dos tecidos. Tecidos são grupos de células que possuem forma e função semelhante. Os tecidos vegetais se originam dos meristemas. Meristema pode ser definido como um tecido indiferenciado que origina novas células. Isto significa que uma célula meristemática pode originar qualquer tipo de célula especializada do corpo do vegetal. As células meristemáticas possuem parede celular delgada, citoplasma abundante, núcleo grande, vacúolos ausentes ou, se presentes, pequenos. No início do desenvolvimento vegetal podem ser observados o meristema apical radicular (na raiz) e meristema apical caulinar (no caule). Os tecidos vegetais se agrupam para formar três sistemas de tecidos. - sistema de revestimento (proteção) sistema vascular (condução de seiva) - sistema fundamental (preenchimento, sustentação, fotossíntese, etc.) Os meristemas apical e radicular se diferenciam dando origem aos meristemas primários: protoderme, meristema fundamental e procâmbio. A protoderme se diferencia originando a epiderme. O xilema e floema se originam a partir do procâmbio e o meristema fundamental dá origem ao parênquima, esclerênquima e colênquima. Os tecidos vegetais podem ser classificados como simples (contém células de apenas um tipo de tecido) ou complexos (contém células de mais de um tipo de tecido). São exemplos de tecidos simples: parênquima, esclerênquima, colênquima e epiderme. Xilema e floema são exemplos de tecidos complexos. Todos estes tecidos são resultantes da atividade dos meristemas primários. O crescimento secundário é resultado do desenvolvimento dos meristemas secundários: o câmbio vascular e o câmbio da casca (felogênio). O câmbio vascular origina o xilema secundário e o floema secundário ao passo que o câmbio da casca origina a periderme, que é composta pelo felema (súber), felogênio e feloderme. A periderme substitui a epiderme à medida que o órgão cresce em diâmetro. O crescimento secundário faz com que a planta cresça em espessura, ao contrário do crescimento primário que é o crescimento no sentido longitudinal. É importante salientar que o crescimento secundário ocorre somente em eudicotiledôneas lenhosas e gimnospermas. Nas monocotiledôneas e eudicotiledôneas herbáceas, este tipo de crescimento está ausente, embora alguns autores mencionem sua presença em algumas espécies de monocotiledôneas. PARÊNQUIMA O tipo básico de célula vegetal corresponde a uma célula de parênquima, com origem no eristema fundamental. Apresentam uma enorme totipotência, podendo regenerar toda a planta, tendo por esse motivo um importante papel na cicatrização. Por este motivo são considerados os tecidos mais simples e menos diferenciados. Estas células formam a grande maioria do corpo da planta e têm uma forma mais ou menos cilíndrica, parede celulósica fina e sem parede secundária. As células parenquimatosas são sempre células vivas e com grandes vacúolos no estado adulto. Quando o parênquima apresenta cloroplastos designa-se clorênquima ou parênquima clorofilino. Este tecido surge não só nas folhas mas também em caules e mesmo em raízes de plantas epífitas. O clorênquima pode apresentar-se nas folhas segundo duas disposições: parênquima clorofilino em paliçada - células alongadas arranjadas em filas apertadas e paralelas, como numa paliçada; parênquima lacunoso - células mais ou menos poliédricas e arranjadas livremente, com espaços ou lacunas entre si. As células parenquimatosas também podem apresentar numerosos tipos de plastos, contendo pigmentos (outros que não clorofilas), substâncias de reserva diversas, etc., designado-se então parênquima de reserva. Características As células parenquimáticas, geralmente, apresentam paredes primárias delgadas, cujos principais componentes são a celulose, hemicelulose e as substâncias pécticas. Essas paredes apresentam os campos primários de pontoação atravessados por plasmodesmas, através dos quais o protoplasma de células vizinhas se comunicam. Algumas células parenquimáticas podem apresentar paredes bastante espessadas, como se observa, no parênquima de reserva de muitas sementes como, por exemplo, no caqui (Diospyros virginiana) e no café (Coffea arabica). Nestes tecidos de reserva, a hemicelulose da parede é a substância de reserva, que será utilizada pelo vegetal durante a germinação da semente e desenvolvimento inicial da plântula As células parenquimáticas geralmente são vivas e apresentam vacúolos bem desenvolvidos. Essas células são descritas como isodiamétricas entretanto, sua forma pode variar. Quando isoladas são mais ou menos esféricas, mas adquirem uma forma definida por ação das várias forças, ao se agruparem para formar um tecido. O conteúdo dessas células varia de acordo com as atividades desempenhadas, assim podem apresentar numerosos cloroplastos, amiloplastos, substâncias fenólicas, etc. Como são células vivas e nucleadas, podem reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares quando estimuladas. A cicatrização de lesões, regeneração, formação de raízes e caules adventícios e a união de enxertos, são possíveis devido ao reestabelecimento da atividade meristemática das células do parênquima. As células parenquimáticas podem ser consideradas simples em sua morfologia mas, devido à presença de protoplasma vivo, são bastante complexas fisiologicamente. No parênquima é comum a presença de espaços intercelulares formados pelo afastamento das células, espaços esquizógenos . O tamanho e a quantidade desses espaços varia de acordo com a função do tecido. COLÊNQUIMA Este é um outro tipo de tecido primário simples, com células parenquimatosas de parede espessada irregularmente, o que permite a comunicação entre elas. As células do colênquima são vivas, alongadas, de forma poliédrica em corte transversal e podem mesmo apresentar cloroplastos. Estas células, formadas pelo meristema fundamental, têm parede secundária rica em substâncias pécticas, hemicelulose e celulose, pelo que funcionam como elementos de suporte em órgãos jovens e em crescimento rápido pois as suas paredes elásticas não oferecem resistência ao alongamento. Podem ser encontradas em cordões isolados ou como camadas contínuas, abaixo da epiderme de caules herbáceos, pecíolos de folhas e a formar a baínha em volta dos tecidos condutores. Características O colênquima origina-se do meristema fundamental, é o tecido de sustentação constituído por células vivas que apresentam a parede primária bem espessada. A característica mais marcante deste tecido refere se ao espessamento desigual das paredes celulares, áreas bem espessadas. A composição da parede é típica, contendo grande quantidade de substâncias pécticas e água (60% do peso é água), além da celulose. As paredes celulares apresentam várias camadas, chegando até 20 em aipo (Apium graveolens). As camadas mais externas mostram que as microfibrilas estão arranjadas predominantemente no sentido longitudinal, direção paralela ao eixo do alongamento. O depósito das áreas espessadas ocorre antes da célula estar completamente alongada. No caso do pecíolo de aipo as células são curtas, com 20 a 40 um, mas se alongam à medida que o órgão cresce, até atingir 500 a 2000 um de comprimento. A plasticidade da parede celular do colênquima possibilita o crescimento do órgão ou tecido até atingir a maturidade. As células do colênquima se assemelham ao parênquima por possuírem protoplasto vivo, campos de pontuações primários e também por serem capazes de retomar a atividade meristemática. Suas células podem ainda conter cloroplastos e realizar fotossíntese. De um modo geral, a forma é variável, sendo curtas, longas ou isodiamétricas. À medida que as células envelhecem. o padrão de espessamento pode ser e de um modo geral o lume celular aparece redondo, por deposição de camadas adicionais nas paredes celulares. O termo colenquimatoso refere-se ao tecido que apresenta certas características de colênquima. Esclerênquima O esclerênquima é um tecido de suporte complexo, que devido a conter uma parede secundária não elástica apenas pode ser encontrado em locais onde o crescimento terminou. A parede secundária destas células é composta por lenhina, um composto laminar formado por desidratação de glícidos, praticamente imune á degradação anaeróbia (por microrganismos decompositores) e de decomposição extremamente lenta em presença de oxigênio, o que lhe confere uma enorme resistência. Este tecido é formado por três tipos de células: escleritos - células com forma e tamanho variável. Encontram-se geralmente isoladas (como na polpa das pêras, por exemplo, designando-se células pétreas), embora possam formar camadas contínuas, junto à nervura de folhas ou em caules e sementes. Formam-se a partir de células parenquimatosas por crescimento de expansões que ocupam os espaços intercelulares e pela deposição de uma parede secundária de lenhina. Por vezes este espessamento é tal que a cavidade celular desaparece. Devido á impermeabilização da lenhina a célula diferenciada morre; células pétreas - células de forma arredondada ou oval, relativamente pequenas, comparadas com os escleritos e fibras, que surgem geralmente na polpa de frutos, como a pêra, fornecendo suporte e impedindo que o fruto rico em materiais carnudos se desfaça ao amadurecer; fibras - células longas e estreitas, de parede uniformemente espessada por deposição de lenhina. O linho, por exemplo, é formado por fibras com cerca de 70 mm de comprimento, retiradas da planta do linho. Outras fibras economicamente importantes são a juta e o cânhamo ou o algodão. Características O esclerênquima é também um tecido de sustentação que, como o colênquima, tem origem primária, diferindo deste último porque geralmente suas células não mantém seus protoplastos vivos na maturidade e apresentam parede secundária lignificada, cujo espessamento é uniforme. As paredes secundárias são depositadas após as células terem atingido o seu tamanho final, ou a deposição pode ocorrer enquanto a célula está se alongando. A composição da parede secundária é de celulose, hemicelulose, substâncias pécticas e de 18 a 35% de lignina. A lignina é uma substância amorfa, encontrada nas plantas vasculares; é formada pela polimerização de vários álcoois como o p-coumaril, coniferil e sinaptil. A lignificação inicia-se na lamela média e na parede primária e, depois atinge a parede secundária (que contém menos lignina). Os álcoois precursores são sintetizados no protoplasto, atravessam o plasmalema e permeiam a parede celular onde encontram enzimas (lacases). Ocorre desidrogenação dos álcoois que ficam com os radicais livres e se polimerizam ao acaso, formando uma rede tridimensional que circunda e envolve as microfibrilas de celulose (parece que esta ligação é covalente). A rede formada ao redor das microfibrilas dá maior força e rigidez à parede. Sendo a lignina muito inerte, fornece um revestimento estável, evitando o ataque químico, físico e biológico. Enquanto a água e a maioria das substâncias dissolvidas nela passam facilmente pela parede primária, numa parede secundária a passagem é extremamente lenta. A forma das células do esclerênquima pode variar muito e esse caráter é utilizado na classificação do tecido. Características Parênquima Ontogêne: meristema fundamental Colênquima Ontogênese: meristema fundamental Esclerênquima Ontogênese: meristema fundamental - Parede primária delgada – celulose, hemicelulose e pectina - Campos de pontuações primárias, com plasmodesmos - Protoplasma vivo - Vacúolo bem desenvolvido - conteúdo celular – amiloplasto, cloroplasto, subst. Fenólica - Presença espaços esquizógenos - Pode retomar atividade meristemática - Em alguns casos pode desenvolver parede secundária lignificada - Células vivas com parede primária bem espessada (celulose, pectina) - Paredes primárias relativamente macias e maleáveis, não lignificadas - Tecido de sustentação de órgãos jovens em crescimento. - Células com paredes primárias irregularmente espessadas -Campos de pontuações primárias, com plasmodesmos - Pode retomar atividade meristemática - Podem conter cloroplasto e realizar fotossíntese - Tecido de sustentação presente na periferia ou nas camadas mais internas do órgão, no corpo primário ou secundário da planta - Parede secundária espessada, lignificada ou não, sendo o espessamento homogêneo e regular. - As células do esclerênquima, em geral, não apresentam protoplasto na maturidade - As vezes funcionam como camada protetora ao redor do caule, sementes e frutos maduros, evitando que os animais e insetos se alimentem deles Ocorrências Parênquima - Raiz - caule - folhas - fruto - sementes Colênquima - Localiza-se, geralmente, logo abaixo da epiderme - Em caules pode formar uma camada contínua ao redor da circunferência do eixo - Margeando as nervuras das folhas - Polpa de frutos quando maciços e comestíveis Esclerênquima Esclereides - Nos caules, podem aparecer como cilindro contínuo na periferia da região vascular, em grupos na região da medula e no córtex - Nas folhas, disperso no tecido foliar, ou localizados nas terminações das nervuras menores nos pecíolos - nos frutos aparecem na polpa do fruto, endocarpo e casca - Envoltório de sementes Fibras - Células esclereficadas longas com extremidades afiladas - Células com lume reduzido e paredes secundária espessada, em geral, sem protolasto na maturidade - Elemento de sustentação das estruturas vegetais que param de se alongar - As fibras de esclerênquima ás vezes se encontram formando bainha ao redor dos feixes vasculades - Quando fazem parte do xilema ou do floema são denominadas fibras xilemáticas ou floemáticas BIBLIOGRAFIA Portal são Francisco http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/histologia-vegetal/histologia-vegetal-4.php acessado em 25/04/2008 Fernando A. O. SILVEIR - Apostila Anatomia Vegetal, curvelo, 2004. http://www.biomania.com.br/bio/