Conceitos de uma nova sociedade Globalização A globalização é um processo de aprofundamento da integração econômica e social dos países do Mundo no final do Século XX, é um fenômeno observado na “necessidade” de formar uma “Aldeia Global” que permita maiores ganhos para os mercados internos já impregnados.Ou seja, um processo de integração econômica mundial que acontece com a abertura do comércio internacional, Significa um avanço do capitalismo, um mecanismo que busca a redução de custos e o aumento da produtividade na fabricação de mercadorias. Há dois ingredientes fundamentais para a consolidação desse fenômeno: a queda de barreiras alfandegárias entre os países e a revolução tecnológica, em particular no campo da informação (computador, telefone, televisor e internet). À medida que as empresas procuram cada vez mais competir e atingir os mercados internacionais, a globalização, transformando processos e estratégias de negócios para “uma melhor conexão” com clientes, parceiros e fornecedores ao redor do mundo, vem se tornando rapidamente uma exigência para os negócios, entretanto sabemos que o processo de globalização tem caráter excludente, pois este processo beneficia apenas os países hegemônicos, que se utilizam dos países periféricos para a utilização de mão de obra barata e distribuição de seus produtos a preços relativamente altos.A globalização Engendra e dinamiza relações, processos e estruturas de dominação e apropriação, de integração e fragmentação, tanto que, este “globalismo” provoca tensões, antagonismos, conflitos, revoluções e guerras, ao mesmo tempo em que propicia a criação de movimentos sociais de vários tipos, destinados a recuperar, proteger ou desenvolver as condições de vida e trabalho das mais variadas categorias sociais e minorias. Ética e cidadania Ética é um conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão, ou em qualquer ação envolvida com a relação da sociabilidade, é o estabelecimento dos deveres do homem para com Deus e a sociedade, a ética encarregasse de avaliar os valores morais e a maneira conveniente de o homem se comportar perante eles. A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta, Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; Ética é permanente, moral é temporal; Ética é universal, moral é cultural; Ética é regra, moral é conduta da regra; Ética é teoria, moral é prática. Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Sendo assim o que seria um comportamento ético para a população Islâmica não seria ético para a população americana, ou vice e versa; um exemplo disso é que em muitos lugares do mundo a bigamia é estabelecida e normalmente adequada as “normas da sociedade” local, a mutilação de bebes hermafroditas também em alguns países da África, dentre outras ações das quais não consideraríamos como éticas mas que no entanto para determinadas sociedades são. A questão é muito mais complexa do que se imagina, ter um comportamento ético poderia resumir-se em respeitar as outras pessoas, as normas estabelecidas em nossa sociedade, não cometer delitos de forma alguma, não julgar antecipadamente, não ferir ninguém, não destruir o meio ambiente etc Afinal, o que é ética? Ética é algo que todos precisam ter. Alguns dizem que têm. Poucos levam a sério. Ninguém cumpre à risca... Cidadania Cidadania é o que nos caracteriza como homens, é o fato de sermos seres sociais, o homem se fez homem a partir do momento que obteve comunicação social, que sociabilizou com outros seres de sua espécie.Vivemos em “sociedade” desde então.Cidadania é a qualidade ou nacionalidade de um cidadão.O que é ser um cidadão? Ser um cidadão é ser habitante de uma cidade, gozar dos direitos civis e políticos de um estado, respeitar seus deveres e cumpri-los, e para tanto é necessário que formemos atitudes condizentes para com todos e para com nós mesmos, sim, pois atitude não se tem, se forma, atitude é uma forma organizada de pensar, sentir agir em relação ao objeto social (pessoas), são nossos sentimentos positivos e negativos em relação a determinada situação ou objeto social, a ação é a conseqüência e a atitude é toda a convicção, concepção diante de um fato determinado ou pessoa, e se forma ao logo de nosso processo de socialização, de nosso desenvolvimento como indivíduo social, nosso comportamento pode ou não coincidir com a nossa atitude mas sempre esta relacionada com nosso caráter e com o que entendemos como ético ou não. A Cidadania também é compreendida como conceito que envolve a relação entre direitos e deveres dos indivíduos diante do Estado; também abrange a garantia do exercício dos direitos sociais e principalmente que o indivíduo não seja visto como objeto pelo mercado. Sustentabilidade do desenvolvimento e desenvolvimento sustentável O conceito de sustentabilidade, por ser bem menos difundido do que o de desenvolvimento sustentável merece uma observação mais atenta de todos às pessoas preocupadas com a questão ambiental. Tem-se ressaltado sobremaneira a preocupação com o futuro do homem, sem, contudo se apresentar soluções práticas de como resolver o problema.Assim em lugar de se preocupar com os problemas ambientais creio que chegou a hora de começarmos a nos ocupar ativamente na busca de soluções não apenas para o meio ambiente, mas para a humanidade como um todo. Eis aqui outra contradição, porquê meio ambiente? Acaso somos meros observadores e aproveitadores (para não dizer predadores) do mesmo? Não somos parte integrante deste todo a que chamamos de universo? Deixando de lado estas divagações filosóficas, Com o que devemos realmente nos ocupar face aos grandes problemas ambientais, gerados, pode-se dizer em sua quase totalidade pela ação do homem? Para o Desenvolvimento Sustentável, são consideradas as seguintes dimensões de sustentabilidade: social: ancorada no principio da equidade na distribuição de renda e de bens, no principio da igualdade de direitos a dignidade humana e no principio de solidariedade dos laços sociais.Ecológica: ancorada no principio da solidariedade com o planeta e suas riquezas e com a biosfera que o envolve. Econômica: avaliada a partir da sustentabilidade social propiciada pela organização da vida material. Espacial: orientada pelo alcance de uma igualdade e/ou estabilidade nas relações inter-regionais e na distribuição populacional entre o rural/urbano e o urbano. Político-institucional: que representa um pré-requisito para a continuidade de qualquer curso de ação em longo prazo. E finalmente a dimensão cultural: modulada pelo respeito à afirmação do local, do regional e do nacional, no contexto da padronização imposta pela globalização. O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu no final do século XX, pela verificação de que o desenvolvimento econômico precisa levar em conta também o equilíbrio ecológico e a preservação da qualidade de vida das populações humanas a nível global. Isso sugeriu, por exemplo, a gestão equilibrada dos recursos minerais e ecológicos do planeta. Ou seja, o desenvolvimento sustentável entende-se como desenvolvimento econômico que não tem como paradigma o crescimento, mas “a melhoria da qualidade de vida”; que não caminha em direção ao esgotamento dos recursos naturais, nem gera substâncias tóxicas ao meio ambiente em quantidades acima da capacidade assimilativa do sistema natural; que reconhece o direito de existência das outras espécies; que reconhece o direito das gerações futuras em usufruir o planeta tal qual o conhecemos; que busca fazer as atividades humanas; Satisfação das necessidades básicas e aspirações do bem-estar da população hoje, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de estabelecer suas próprias necessidades e aspirações. Noção que implica o uso e aproveitamento de qualquer ecossistema sem prejudicar o posterior uso e aproveitamento por parte das gerações futuras. Contudo o discurso do desenvolvimento sustentável ocasiona a legitimação oficializada, e por outro lado, teorias econômicas voltadas para o crescimento de poucos, que acaba na alienação e na adversidade da grande maioria. Conclusão Globalização, ética, cidadania, desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade do desenvolvimento, são conceitos, nomenclaturas, de diferentes significados, porém estão intimamente relacionados, embora a globalização tenha facilitado algumas operações, algumas atividades, e até mesmo melhorado a vida de uma minoria, o chamado por alguns de “globalismo” dificultou extremamente a vida da grande maioria excluída, hoje, dissemina-se o discurso do respeito a diferença, a diversidade e “o direito de todos à cidadania”, o que dissimula a realidade, e ilude que qualquer um pode apoderar-se dessa fala, que é aprazível, humanitária, solidária sem contar que é bastante ética não é mesmo?, Mas ao mesmo tempo claramente muito fácil de unir-se com o discurso neoliberal da atual sociedade, na qual há um mercado para tudo, e, portanto, um espaço “para todos”. Os excluídos são, por esse discurso, muito rapidamente incluídos, e todos tem a possibilidade de caminhar rumo à “igualdade”, numa sociedade em constante “evolução”.Entretanto pouco se sabe, e pouco se deseja saber, sobre as relações de poder que estão na base da dialética da exclusão; como alguns grupos foram, de fato, excluídos do poder, da riqueza, do status social, é esse o principal dano da globalização, privar os países periféricos do desenvolvimento real, somente utilizando sua mão de obra barata, seu espaço físico para estabelecimento de indústrias, fábricas montadoras etc, causando danos ambientais através do desmatamento e do extrativismo desenfreado e acaba impossibilitando o desenvolvimento verdadeiramente sustentável desses países. Já há muito tempo explorados e destituídos de sua autonomia econômica, política, e até mesmo social e cultural, por isso podemos afirmar que estes conceitos estão interligados, pois com as privações e exclusão impostas pela globalização aos países periféricos, dificulta-se o direito de exercer a cidadania plenamente, procedimento este que não é de forma alguma ético, e deste modo jamais ocorrerá desenvolvimento. Ou seja, enquanto não houver globalização sem imperialismo, enquanto não houver um comportamento ético por parte das nações imperialistas e das empresas capitalistas devoradoras, não haverá cidadania no sentido pleno da palavra, esta não acontecerá para os países periféricos e cairemos em esquecimento e total alienação.