Rubéola - Valinhos

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Rubéola
CID 10: B06
59
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição - Doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e
exantema maculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço,
espalhando-se para o tronco e membros, acompanhada por linfadenopatia
generalizada, principalmente subocipital, pós-auricular e cervical posterior,
geralmente precedendo o exantema, em 5 a 10 dias.
Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite,
coriza e tosse. Cerca de 25% a 50% das infecções pelo vírus da rubéola são
subclínicas, ou seja, as infecções se desenvolvem sem apresentar sinais e
sintomas clínicos característicos da doença.
Agente etiológico - Vírus RNA, gênero Rubivirus, família Togaviridae.
Reservatório - O homem.
Modo de transmissão - Direto, pelo contato com secreções nasofaríngeas de
pessoas infectadas.
Período de incubação - De 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias,
podendo variar de 12 a 23 dias.
Período de transmissibilidade - De 5 a 7 dias antes do início do exantema e de
5 a 7 dias após.
Diagnóstico - Clínico, laboratorial e epidemiológico. O diagnóstico sorológico
pode ser realizado através da detecção de anticorpos IgM específicos para
rubéola, até o 28° dia do início do exantema. A sua presença indica infecção
recente. A detecção de anticorpos IgG ocorre, geralmente, após o
desaparecimento do exantema, alcançando pico máximo entre 10 e 20 dias,
permanecendo detectáveis por toda a vida. São utilizadas as seguintes técnicas:
ensaio imunoenzimático (Elisa), inibição da hemaglutinação, que apesar do baixo
custo e simples execução, seu uso vem sendo substituída por outras técnicas
mais sensíveis, como aglutinação do látex, imuno.uorescência e hemaglutinação
passiva. Os laboratórios estaduais (Lacen) realizam na rotina para o diagnóstico
tanto a pesquisa de anticorpos IgM como a de anticorpos IgG, pelo método Elisa,
para todos os casos suspeitos de rubéola (pós-natal, gestante com suspeita de
rubéola e gestante contato de paciente com rubéola). Não está indicada, na rotina
do pré-natal, a realização de pesquisa sorológica para rubéola em gestantes.
Coletar uma amostra de sangue no primeiro contato com o caso suspeito.
As amostras de sangue coletadas após 28 dias são consideradas tardias, mas
mesmo assim devem ser aproveitadas e encaminhadas ao laboratório de
referência estadual para a realização da pesquisa de IgM. É importante ressaltar
que resultados não-reagentes para IgM não descartam a possibilidade de infecção
recente pelo vírus da rubéola.
Não existem indicações para solicitar e realizar exame de rotina no pré-natal para
rubéola em gestantes. Caso seja realmente necessário fazer o exame e a
gestante, além de assintomática, não apresente história de contato prévio com
alguma doença exantemática e nem o registro da vacina na carteira de vacinação,
deverá ser realizada a pesquisa de IgG – que, sendo negativa, orienta vacinação
pós-natal; se positiva, indica imunidade.
O material a ser colhido é o sangue venoso sem anticoagulante na quantidade de
5 a 10ml. Nos casos de criança muito pequena, nos quais não seja possível
coletar o volume estabelecido, obter no mínimo 3ml. Após a separação do soro,
conservar o tubo em refrigerador a 4º- 8º C, por no máximo 48h.
O tubo deve ser acondicionado em embalagem térmica ou caixa de isopor com
gelo ou gelox e enviado ao laboratório no prazo máximo de dois dias. Se não
possa enviado neste período, conservar a amostra no freezer a –20º C até o
momento do envio ao laboratório, o que deve ocorrer no prazo máximo de 5 dias.
Para o isolamento viral, a urina é o melhor material. Quando coletar secreção
nasofaríngea (SNF), utilizar sonda nasofaríngea para aspiração à vácuo após
instilação nasal de 3 a 5ml de solução salina. O combinado nasal/oral também
pode ser usado para coleta da SNF. Neste caso, colher uma amostra em cada
narina e outra do orofaringe.
Definição de caso
Suspeito - Toda pessoa com febre, exantema maculopapular e linfoadenopatia
que o profissional de saúde suspeite ser diagnóstico de rubéola,
independentemente da idade e situação vacinal;
Confirmado - Por um dos seguintes critérios:
Indivíduo com exame laboratorial positivo para IgM; Vínculo epidemiológico a caso
confirmado laboratorialmente no período de 12 a 23 dias antes do aparecimento
dos sintomas;
Clínico - Quando houver suspeita clínica, sem coleta de sangue para sorologia e
a investigação epidemiológica não foi realizada, confirmação clínica de um caso
de rubéola representa falha do sistema de vigilância epidemiológica.
Descartado
Laboratório - Quando o exame sorológico for negativo para pesquisa de IgM
específico para rubéola; quando o resultado laboratorial for positivo para outra
doença;
Vínculo epidemiológico - Quando a fonte de infecção for um caso descartado
pelo critério laboratorial;
Clínico - Quando não houve coleta de amostra para exame laboratorial mas a
avaliação clínica e epidemiológica detectou sinais e sintomas compatíveis com
diagnóstico diferente de rubéola.
MEDIDAS DE CONTROLE
Para diminuir a circulação do vírus da rubéola e, conseqüentemente, realizar a
prevenção adequada da SRC, devem ser mantidas altas e homogêneas
coberturas vacinais com a vacina tríplice viral. Todos os países das Américas
estão desenvolvendo ações. Nesse sentido, para eliminar esta virose as principais
atividades são:
Vacinação - A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência da rubéola na
população, sendo sua principal medida de controle. Esquema básico: uma dose
da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses de idade. Em
situação com alto risco de infecção (na notificação de casos suspeitos de rubéola
e na suspeita de surtos), a vacinação de bloqueio deve ser realizada envolvendo o
grupo de seis meses a 39 anos de idade, seletivamente. Via de administração: a
vacina tríplice viral é administrada por via subcutânea, de preferência na face
externa da parte superior do braço (região deltóide). Falsas contra-indicações:
alergia e intolerância, que não sejam de natureza anafilática à ingestão de ovo;
contato íntimo com pacientes imunodeprimidos; vacinação recente com a vacina
oral contra a poliomielite; exposição recente a rubéola. Situações em que se
recomenda o adiamento da vacinação: gravidez, tratamento com
imunodepressores (corticoterapia, quimioterapia, radioterapia, etc.).
Nessas circunstâncias, adiar até 3 meses após a suspensão de seu uso, pela
possível inadequação da resposta; vigência de doença aguda febril grave,
atribuída ou confundida com possíveis efeitos adversos da vacina;
Investigação epidemiológica - Objetivos: obter informações detalhadas e
uniformes para todos os casos suspeitos de rubéola, através do preenchimento da
.ficha de investigação epidemiológica; visitar imediatamente o domicílio para
coleta de sangue e complementação dos dados da ficha; identificar outros
possíveis casos suspeitos realizando extensa busca ativa; aprazar e realizar a
revisita para avaliar a evolução do caso; classificar o caso conforme os critérios
estabelecidos; avaliar a cobertura vacinal e desencadear imediatamente as ações
de controle:
Bloqueio vacinal - A partir de todo caso suspeito, abrangendo as pessoas do
mesmo domicílio, vizinhos, creches, salas de aula, alojamentos, sala de trabalho,
etc.;
Operação limpeza - Deve ser realizada a partir de todo caso confirmado, devendo
ser ampliada para a vizinhança, bairro ou até município, conforme a avaliação
realizada. Tanto para o bloqueio como para a operação limpeza a faixa etária
prioritária deverá ser a de 6 meses a 39 anos de idade;
Isolamento de casos - O isolamento domiciliar dos casos pode diminuir a
intensidade dos contágios. Deve-se evitar, principalmente, a freqüência a escolas
ou creches, agrupamentos ou qualquer contato com pessoas suscetíveis, em
especial as gestantes, até 4 dias após o início do período exantemático. A
vigilância dos contatos deve perdurar por 7 a 18 dias;
Comunicantes - Gestantes expostas devem ser avaliadas sorologicamente,
acompanhadas e orientadas, quando necessário (vide capítulo Síndrome da
Rubéola Congênita, adiante);
Isolamento - Crianças e adultos com rubéola pós-natal devem ser afastados de
atividades habituais durante o período de transmissibilidade. Gestantes
suscetíveis devem ser afastadas do contato com casos e comunicantes durante
o período de transmissibilidade e incubação da doença;
Pessoas hospitalizadas - Isolamento de contato.
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