12/1/2011 Folha da Manhã Online - Campos dos … Regiões Com dique rompido, fica a certeza do caos Em plena cheia do rio Paraíba do Sul, cujas águas invadem mais uma vez propriedades rurais, residências e a RJ 194, moradores e produtores da margem esquerda do rio, em São Francisco de Itabapoana, precisam se contentar com a expectativa de obras para reconstrução do dique na altura da localidade de Cacimbas, on-de o rombo já supera os 200 metros. Se acontecerem, as intervenções somente serão feitas no período de estiagem. O problema é enfrentado anualmente pela comunidade já há cinco anos e, a cada cheia, a for-ça das águas agrava a situação. Proprietários rurais que perdem toda a produção, moradores que vêem suas casas invadidas pelo rio e trabalhadores que não podem contar com o emprego na lavoura são as con- seqüências da expansão do rio, sem a contenção do dique. — O rompimento do dique inviabilizou várias propriedades rurais, que tiveram lavouras destruídas e a produção de leite comprometida. Muitos proprietários já querem vender suas terras por causa dos prejuízos. Não há como sobreviver da produção rural ali. Se não tiver conserto, a área será inutilizada — disse o presidente da Associação dos Produ- tores Rurais da Margem Esquerda do Rio Paraíba do Sul e professor da Uenf, João Siqueira. De acordo com ele, parte do dique foi aberto por pescadores há 10 anos e depois recomposto. Porém, há cerca de cinco anos, ele se rompeu pela segunda vez e não foi mais re-construído. “Esses pescadores tinham uma falsa idéia de que a abertura do dique iria colaborar com a pesca, mas, depois do segundo rompimento, eles e os moradores perceberam que a força das águas é devastadora e traz prejuízos”, destacou. Na tentativa de reverter o problema, um projeto de engenharia para recomposição do dique, incluindo detalhamento da obra e valor, foi elaborado e encaminhado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea). “O pedido de reconstrução do trecho rompido foi encaminhado pela associação à secretaria municipal de Obras de São Francisco de Itabapoana, que o entregou ao Inea há cerca de três meses, mas até agora não sabemos se será colocado em prática”, explicou Siqueira. Especialistas ressaltam, entretanto, que qualquer intervenção no dique só poderá ocorrer quando o nível do rio baixar. “A medida não é simples, pois a abertura é muito grande e precisa de obras estruturais. Por isso, não há como fazer a recomposição do trecho durante a cheia, precisa-se esperar pela época da seca. O Inea tem conhecimento do problema há muito tempo e nada foi feito até hoje. Agora, durante a cheia, não há o que fazer”, afirma o engenheiro agrônomo José Carlos Mendonça. De acordo com Mendonça, o dique foi construído pelo antigo Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) após a enchente de 1968. “O dique de concreto foi feito pelo DNOS do Centro de Campos até o Matadouro, na margem direita do Paraíba, e até a Pesagro, na margem esquerda do rio, e o dique de terra foi levado até São João da Barra e São Francisco. Depois, a estrada — hoje chamada de RJ 194 — foi construída sobre a estrutura”, destacou o agrônomo. A assessoria de comunicação do Inea informou que os dados foram repassados à www.fmanha.com.br/#1219359899/1… 1/2 12/1/2011 Folha da Manhã Online - Campos dos … Superintendência Regional do Baixo Paraíba do Sul do Inea, que vai encaminhar uma equipe nos próximos dias, para fazer uma vistoria no local. 09/01/2011 - 14h16 Comentários FECHAR © 1997-2009 - Folha da Manhã - Todos os direitos reservados - Este material não pode ser publicado, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização. Desenvolvimento: SC AP Procurar Campos, 12 de Janeiro de 2011 LOGIN CADASTRO www.fmanha.com.br/#1219359899/1… 2/2