28.07.2013 clipping eletrônico SES

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Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:40hs
Estado terá 1º banco de imagens clínicas
Todos os exames realizados na unidade serão armazenados em servidor central. Assim,
o material poderá servir de apoio a pesquisas
O Hospital Pelópidas Silveira, da rede estadual de saúde, no Curado, Zona Oeste do
Recife, vai abrigar o primeiro banco de imagens clínicas do Brasil. Ele permitirá que
todos os exames realizados no centro de diagnóstico da unidade sejam armazenados em
um servidor central. Assim, o material poderá servir de apoio para futuras pesquisas. A
identidade dos pacientes será mantida sob absoluto sigilo.
A criação do banco de imagens é uma parceria do HPS com o Sistema de Assistência à
Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe). A previsão é que em dois
anos o serviço esteja em pleno funcionamento. O investimento é de R$ 450 mil.
"Todos os hospitais realizam exames em pacientes, mas nenhum deles armazena nem
utiliza o material para pesquisas. O que estamos fazendo será um marco para
Pernambuco", aposta a diretora de Ensino e Pesquisa do hospital, Carolina Martins. "O
banco de imagens vai ser útil para pesquisadores de Pernambuco e até de outras partes
do mundo."
A diretora ressalta que os especialistas que se interessarem em utilizar o banco para
qualquer estudo precisam apresentar o projeto de pesquisa, que deve passar por
avaliação. Só depois de aprovado, será disponibilizada uma senha para acesso ao
sistema. Após o termino do trabalho, ela será desativada automaticamente.
BIBLIOTECA
O Hospital Pelópidas Silveira também passou a investir na atualização científica dos
profissionais. Está em funcionamento na ala leste do 4º andar da instituição a Biblioteca
Jorge Wanderley. O espaço tem 12 computadores conectados à base científica do Portal
de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), além de um salão com mesas para estudos. O local comporta 24 usuários ao
mesmo tempo.
O principal objetivo do serviço é proporcionar acesso a informações específicas da área
para quem já trabalha na unidade e para estudantes de instituições de ensino superior
ligadas ao hospital. A Biblioteca Jorge Wanderley funciona de segunda a sexta, das 8h
às 14h.
"Nossa ideia é focar no grupo de neurologia e de cardiologia do Pelópidas Silveira. Há
muito tempo, estávamos sentindo a necessidade de uma iniciativa como essa", afirma
Carolina Martins. "Agora, os usuários poderão ter acesso a informações de anatomia,
antropologia, radiologia cardiológica e neurologia", completa.
Apesar de estar voltada para a área médica, o espaço também disponibiliza livros de
literatura brasileira a pacientes e acompanhantes. "As pessoas que se tratam aqui e
também os familiares vão poder pegar livros de autores nacionais para passar o tempo",
explica Carolina Martins.
O nome da biblioteca é uma homenagem ao neurocirurgião, poeta e tradutor
pernambucano Jorge Wanderley, nascido no Recife, em 1938. Na década de 1970, ele
foi para o Rio de Janeiro, onde deu início à carreira literária. Jorge Wanderley faleceu
no dia 11 de dezembro de 1999.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:42hs
A água que alivia leva medo e morte
Hoje e amanhã, JC publica uma série sobre graves consequências da chuva em áreas de
longa seca. Em Pernambuco, este ano, a epidemia causou seis óbitos. Em Alagoas,
ocorreram 48
Fabiana Moraes
Primeiro, a chuva que começou a cair sobre as áreas atingidas pela seca trouxe alegria:
após dois anos de uma provação que parecia ter ficado no passado, o verde surgia e a
água voltava para os rios, açudes e barragens. Pouco tempo depois, essa mesma chuva
trazia assombro: hospitais e postos de saúde de dezenas de municípios recebiam uma
quantidade inédita de pessoas com sintomas de doenças diarreicas agudas (DDA), que
pode levar principalmente crianças e idosos à morte. Em Pernambuco, os números
espantam: 46,5% dos municípios (86 cidades) estão em zona epidêmica (regionais de
Arcoverde, Caruaru, Limoeiro, Goiana, Afogados da Ingazeira e Petrolina são as mais
atingidas). Outros 41,1% estão em zona de alerta (76 cidades, sendo mais vulneráveis as
regionais de Serra Talhada, Palmares, Salgueiro, Ouricuri e Garanhuns). Segundo a
Secretaria de Saúde do Estado, que não divulga a lista dos municípios, mas as gerências
onde eles estão, de janeiro a junho, seis óbitos foram causados pela DDA (cinco
mulheres e um homem). Número pode aumentar porque outros casos esperam
confirmação. Alagoas apresenta situação mais dramática: são 48 mortes, 11 delas em
Palmeira dos Índios.
Em Arcoverde, Sertão de Pernambuco, o número de doentes que procurou postos de
saúde e hospitais é espantoso: em junho de 2012 foram 364 pessoas com DDA, este
ano, no mesmo período, 1.720 pacientes apresentaram sintomas como vômito e diarreia
forte, além de hepatite A, outra doença associada à água infectada. Historicamente, o
período da chuva se caracteriza pelo aumento de bactérias e vírus na água, mas a
quantidade de doentes e mortos vista agora demonstra que há algo mais sério
acontecendo. Misturam-se diversos problemas e várias omissões. Um é o flagrante não
preparo dos governos federal, estadual e municipais em se antecipar a um problema já
esperado. Boa parte da água distribuída em carros-pipa, por exemplo, tem como
responsável pelo tratamento o próprio pipeiro. Há, ainda, uso incorreto (ou ausência) do
cloro ou hipoclorito de sódio, distribuído gratuitamente pelo governo. Há quem prefira
limpar a casa e lavar roupas com o material, no lugar de tratar a água. Não possuem a
noção de que estão consumindo água misturada com morte.
No Sítio Salgadinho, zona rural arcoverdense, havia dessa água. Toda a família de
Juliana Santos da Silva, 22 anos, e do agricultor Júlio César de Lima, 29, sofreu
diarreias fortes e episódios de vômitos. Os três filhos do casal foram hospitalizados:
César Augusto (8) e Caio (6) voltaram para casa, mas Juley, 4 anos, não resistiu e
morreu no mesmo dia em que foi levada ao hospital. Em seu atestado de óbito, constam
colite aguda, dano alveolar e choque como causas da morte. A colite pode estar
associada a parasitas como Escherichia amoeba e Entamoeba histolytica, transmitidas
pela contaminação fecal na água. Juliana diz que a filha estava bem quando, no dia de
sua morte, acordou com diarreia. Foi levada a um médico ao meio-dia. Às 17h, estava
morta. César e Caio também estavam doentes: o último passou oito dias internado. Os
meninos estavam contaminados pela bactéria Shigella, comum nas infecções que
assolam o Nordeste pós-chuva.
ORIGEM
A água que abastece as cisternas da região vem do Poço Brejo, em Buíque, vizinha a
Arcoverde. O Exército, responsável por 900 carros-pipa no Estado, capta água no local
e leva até as casas (o órgão também busca água de um poço da Compesa, em
Tupanatinga). Muitas vezes, uma única cisterna serve a diversas famílias, como é o caso
da existente na residência do agricultor Ivanildo Lima, 53, avô da menina morta (ele
também ficou doente). Depois que a família foi acometida pela DDA, a cisterna ficou
lacrada por quase um mês. A análise revelou água contaminada por coliformes.
"Usamos a água trazida pelo Exército para tudo. Nunca tivemos problema, foi a
primeira vez que ficamos doentes", diz Juliana, tentando não chorar, na frente de
desconhecidos, a perda de sua filha mais nova. Segundo Maria Lourdes, 43, mãe de
Juliana e avó de Juley, só depois que várias pessoas do sítio apresentaram diarreia e
vômito, o hipoclorito de sódio (em frascos de 50 ml) começou a ser distribuído na
localidade. "Era difícil passar um agente de saúde aqui. Agora, eles vêm." Apesar de
tratar a água para beber com o hipoclorito, tanto Juliana quanto Julio, assustados com a
perda da filha, passaram a comprar água mineral para os dois filhos. "Pesa no
orçamento, mas é melhor assim. Não confio mais nessa água."
Segundo Isaac Salles, gerente da Vigilância em Saúde de Arcoverde, a população
recebe o hipoclorito nas visitas dos agentes. O município conta hoje com 103 agentes,
quando precisaria de mais 70 para que as ações preventivas fossem mais efetivas. "Falta
também cuidado das pessoas", observa, apontando para a cisterna da casa de Ivanildo.
Na hora em que a reportagem passava no local, galinhas estavam sobre o reservatório
(fechado). Na casa de Juliana, reservatórios também estavam fechados e não havia lixo
espalhado. A comida estava bem acondicionada. Sugere que, naquele lar, não foi falta
de higiene ou cuidado com a água que matou a menina de 4 anos.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:44hs
Mananciais contaminados pelas carcaças de animais
Observação de Silvana tem relação com a realidade vista na casa de Aldenir Pereira, 25,
e Jailma, 24, que vivem na zona urbana de Águas Belas, também no Sertão de
Pernambuco
Uma das prováveis explicações para a epidemia de DDA que atinge Pernambuco e
Alagoas é o longo período de estiagem e suas consequências sobre os rebanhos. Só em
Pernambuco, de acordo com o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos
Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite), 200 mil animais morreram. Muitos
foram se decompondo a céu aberto ou, pior, em mananciais que, durante a estiagem,
estavam vazios. A matéria orgânica desses bichos pode ter infectado mesmo a água
subterrânea. Insetos e aves atraídos pelos bichos mortos também são responsáveis por
levar bactérias para outros locais.
Professora de engenharia química da Universidade Federal de Pernambuco (Laboratório
de Controle de Qualidade), Silvana Calado acredita que esse cenário pode ter
contribuído para a situação epidêmica que atinge principalmente áreas abastecidas por
carros-pipa. "Os bichos mortos podem contaminar a água, assim como esgotos. São
causas diferentes, que têm relação com a região. Mas o problema é basicamente falta de
vigilância sanitária. Os caminhões têm que ter um laudo informando se a água captada é
de açude, se é de água subterrânea, por exemplo. Muitas vezes, a água é entregue como
potável e não é. Normalmente, as pessoas acham que toda água entregue em carro-pipa
está boa para o consumo. O local da captação pode estar limpo, mas a água pode ser
infectada durante a captação e mesmo no caminhão ou ainda nas casas das pessoas."
A observação de Silvana tem relação com a realidade vista na casa de Aldenir Pereira,
25, e Jailma, 24, que vivem na zona urbana de Águas Belas, também no Sertão de
Pernambuco. Há duas semanas, o casal viu o filho mais novo, Rodolfo, com apenas dois
meses, morrer após um período de diarreia (outro bebê morreu com sintomas parecidos,
no bairro de Campo Grande). Na certidão de óbito da criança, as causas da morte
mostram a devastação que a água infectada causou em seu organismo: gastroenterite
aguda (inflamação que afeta tanto o estômago quanto o intestino delgado),
hepatomegalia (inchaço do fígado, o que pode estar associado à hepatite), pneumonia
lobar bilateral, derrame pleural bilateral e septicemia (infecção generalizada). A morte
de Rodolfo ainda não entrou nos dados divulgados até agora pela Secretaria de Saúde do
Estado, que informou só contabilizar os números das últimas semanas epidemiológicas
no próximo dia 1º. Toda a família ficou doente durante mais de uma semana. Viviane,
4, irmã de Rodolfo, sofreu durante mais de uma semana com diarreia e vômito.
"Tomamos muito remédio, chá... mas não fomos para o hospital", conta Aldenir, que
trabalha como pedreiro. No período da seca, recebia água captada pelos carros-pipa
vinda de locais como Poço Brejo Velho (em Saloá) e no poço Lagoa do Algodão (em
Manari). Agora, usa água encanada vinda da Serra do Comunaty, onde há uma estação
de tratamento da Compesa, de acordo com o gerente de Vigilância em Saúde do
município, Edilson Paranhos.
BARRENTA
Apesar desse cuidado, a família diz receber, várias vezes, uma água não cristalina. "Às
vezes, chega aqui bem barrenta", conta Aldenir. Infelizmente, o único cuidado que ele e
a esposa têm é o de coá-la com um tecido limpo (geralmente panos de pratos), prática
comum na região. Dizem que não recebem a visita regular de agentes de saúde.
Aparecida Elias, há 9 anos atendendo a população (especialmente a do Morro do Galo,
onde vive a família), contesta. Informa que leva hipoclorito e informação para todas as
casas dali. "Todo período de chuva acontece isso, muita diarreia em crianças e idosos.
Nós, agentes, também temos diarreia, várias vezes. Durante o trabalho, precisamos
beber a água de vários locais visitados. Vivemos usando remédio", conta.
Na residência do pedreiro, a água de beber é simplesmente colocada em uma jarra de
barro e coberta com uma tampa de alumínio após passar pelo tecido. A jarra está
próxima ao banheiro da família, ligado à cozinha. Só usaram hipoclorito no período da
seca, quando recebiam água dos carros-pipa - acreditam que a água encanada vem
totalmente livre de bactérias. No momento em que Jailma enchia a jarra para ser
fotografada, uma espuma fina se formou sobre a água, desaparecendo depois e deixando
ver vários pontos brancos flutuando. Dali, a bebida vai para os copos para ser
consumida novamente por todos. Dali, aquela água foi usada para fazer uma mamadeira
para o pequeno Rodolfo.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:42hs
Apenas este ano, cidade alagoana teve 11 óbitos
Na cidade, a doença, como observou a coordenadora de Epidemiologia do município,
Adriana Araújo, não escolheu áreas ou classes sociais
A água distribuída em Palmeira dos Índios, Sertão de Alagoas, já matou 11 pessoas e
deixou doentes, de janeiro até meados de julho, 8.583 dos 70 mil habitantes. No ano
passado, no mesmo período, foram 4.500 entradas em postos e hospitais por causa da
DDA. Se esse número não pode ser considerado normal, embora seja apresentado desta
maneira pelos órgãos de saúde, ver quase nove mil doentes contaminados por água
infectada nos faz pensar sobre que tipo de atenção básica é dispensada ao público. As
amostras coletadas em maio e junho, em diversos pontos, trouxeram resultados
espantosos: das 12, apenas duas não tinham a presença de coliformes fecais. Mais
espantoso ainda é que oito dessas amostras vinham do sistema de abastecimento. Ou
seja, não é apenas a população que está contaminando a água (quando vinda de poços
individuais), argumento comum entre os gestores públicos quando os surtos de DDA
são questionados.
Na cidade, a doença, como observou a coordenadora de Epidemiologia do município,
Adriana Araújo, não escolheu áreas ou classes sociais. De fato, seis dos mortos viviam
na área urbana, com sistema de abastecimento, enquanto os outros viviam em zonas
rurais. Um deles era Aluízio Francisco da Silva, 62 anos, que faleceu no dia 23 de
junho, após 13 dias de sofrimento. Vivia na aldeia indígena da Mata da Cafurna, onde
está o grupo da etnia Xucuru-Cariri. Quase todas as 100 famílias dali foram atingidas.
Edmilson Francisco da Silva, irmão do morto, diz que Aluízio sentia dores fortes e não
conseguia se movimentar. Nas suas fezes, havia sangue. Ele teve parada
cardiorrespiratória. Edmilson, 65, e a esposa Elizete, 64, também ficaram doentes, mas
estavam fisicamente mais fortalecidos, já que Aluízio era alcoolista. Foram poupados
pelo cuidado que tomam com a saúde: usam água da chuva para tomar banho e fazer
serviços domésticos. A água da cisterna, que vem do reservatório que abastece a aldeia,
é coada e colocada em um pote ou no filtro. No primeiro, o casal usa hipoclorito.
O cacique Heleno Manoel, 66, também viu a família adoecer. Ele e a esposa passaram
oito dias com fortes dores e diarreia, três deles sem conseguir ao menos levantar da
cama. "Teve criança aqui que foi internada. Pegou todo mundo", conta o índio, que
guarda a água em uma pequena caixa no quintal da casa. A água bebida por cerca de
350 pessoas que vivem no local vem de uma nascente localizada sob uma pedra. É água
mineral. Dali, vai para um reservatório de 20 mil litros e depois segue para outro
reservatório, de 50 mil litros, na área da aldeia. José Cícero Santana é quem cuida da
limpeza do tanque. Segundo ele, o surto não foi causado pela água, porque ele limpa o
local uma vez ao mês com cloro. "Aluízio faleceu por causa do álcool, não foi água
suja", justifica, sem explicar a diarreia que atingiu o resto da aldeia.
PROBLEMA
A Funasa e a Vigilância de Saúde da cidade são responsáveis pela checagem da
qualidade da água. Quase todos os mortos em Palmeira dos Índios eram idosos. Entre
eles, havia um homem de 108 anos. Mas a água também fez uma criança como vítima:
um bebê de apenas um mês, morto no mesmo dia em que foi atendido (16 de junho).
Faleceu por desidratação grave e diarreia. Segundo a superintendente de Vigilância em
Saúde de Alagoas, Sandra Canuto, um dos principais problemas para frear a epidemia é
a dificuldade de se identificar de onde está vindo a água contaminada. "Os carros-pipa
são seguros, geralmente buscam água de estações de tratamento. Mas há carros
particulares e da defesa civil. Não tem como controlar todos eles. Estamos distribuindo
pastilhas e tentando reduzir a epidemia", diz.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 09:17hs
JC Negócios
Lafepe – Empresa entra no ranking da Exame
Com faturamento líquido de R$ 453 milhões em 2012, quando registrou um
crescimento de 110%, o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco S.A. foi, pela
primeira vez, listado no ranking da Maiores e Melhores da Revista Exame na 856ª. O
Lafepe é a 98ª maior do Nordeste e a 9ª companhia do setor farmacêutico no Brasil.
Além disso, é a terceira maior empresa do Estado em crescimento, sexta em
rentabilidade e oitava em liquidez corrente.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 07:51hs
Voz do Leitor
Procedimentos corretos para socorro
É inaceitável que não seja dada ao Corpo de Bombeiros e ao Samu, autonomia para
avaliarem o grau de gravidade de quem estão socorrendo. É isso mesmo? Devemos estar
cientes de que não se permite que um caso como o da jovem, com a perna dilacerada
por ataque de tubarão, seja encaminhado diretamente para um centro cirúrgico
hospitalar? Não queremos acreditar que, diante da competência que diariamente
constatamos dos profissionais das unidades citadas, uma pessoa, gravemente acidentada
seja obrigada a ser avaliada, primeiro, por uma UPA. Se isso for verdade, os familiares
da jovem acidentada têm razão para processar o Estado por essa determinação,
colocando vidas em risco.
José Luciano Neves [email protected]
Falta de médicos
Médico tem voz política, conselhos e associações. Usuários do SUS não estão sendo
ouvidos nem têm quem os represente. Os médicos colocam seus interesses acima da
sociedade, querem reserva de mercado e não respeitam as demais profissões da saúde.
Faltam clínicos gerais, pediatras e geriatras na periferia e no interior, enquanto os
médicos só querem se especializar para vender caro seus serviços para uma elite.
Jorge Jatobá [email protected]
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 09:11hs
Lafepe está com 315 vagas abertas
Maioria das ofertas é para nível médio/técnico, com 257 oportunidades
O Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) recebe inscrições, até o dia 18 de
agosto, para o concurso público que disponibiliza 315 vagas, sendo 58 de nível superior
e 257 de nível médio/técnico. A prova objetiva está prevista para o dia 22 de setembro e
será aplicada no Recife e nos municípios de Petrolina, Garanhuns, Caruaru e Palmares.
Ainda haverá prova de títulos para o cargo de farmacêutico industrial.
Quem possui nível médio/ técnico pode concorrer ao cargo de técnico nas áreas
comercial, contábil, administrativa, vendas, edificações, enfermagem do trabalho,
informática, manutenção elétrica industrial, manutenção hidráulica industrial,
manutenção mecânica industrial, óptica, qualidade industrial, segurança do trabalho,
utilidade de caldeira, utilidade e tratamento de efluentes. Ainda há vagas para operador
de produção industrial e auxiliar de laboratório.
As vagas de nível superior são para analista comercial, analista contábil, analista em
gestão ambiental, analista em informática, analista em manutenção elétrica industrial,
analista em PCP, analista em recursos humanos, analista em segurança do trabalho,
analista em utilidade e tratamento de efluentes, analista financeiro, enfermeiro do
trabalho, médico do trabalho, analista em qualidade industrial, analista em assistência
farmacêutica e farmacêutico industrial. As inscrições serão recebidas pelo site da
UPEnet (www. upenet.com.br). As taxas de participação custam R$ 50 (médio), R$ 60
(técnico) e R$ 70 (superior). Os salários variam de R$ 698,27 a R$ 3.668,94. Os
aprovados serão contratados sob o regime da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Saiba mais
SITE- A abertura das inscrições do Lafepe atrasou e só ocorreu dois dias após o
previsto. Inúmeros concurseiros entraram em contato para reclamar e ainda chamaram
atenção sobre o mal funcionamento do site da UPEnet, que constantemente fica fora do
ar.
PROVA- A seleção será composta por 10 questões de língua portuguesa, 10 de
raciocínio lógico e 20 de conhecimentos específicos, para todos os cargos.
ANOTE
Vagas: 315
Nível: superior, médio e técnico
Salário: de R$ 698,27 a R$ 3.668,94
Inscrições: até 18/08
Taxas: R$ 50, R$ 60 e R$ 70
Informações: www.upenet. com.br
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 08:01hs
Persona
Entre as mais mais
Luciano Vasquez, presidente do Lafepe, vibrando porque o laboratório ficou entre as
mil melhores e maiores empresas do País, na avaliação do conceituado anuário da
revista Exame. Foi a empresa que mais cresceu no setor farmacêutico, no quesito
vendas líquidas, com receita dobrada em relação a 2011 - fez 222 milhões de dólares de
receita líquida. Ponto para Pernambuco.
Diario de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 07:33hs
Hemobrás terá fábrica ampliada
Projeto de R$ 670 milhões deve ganhar mais seis hectares, que são negociados com a
AD Diper
A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) irá ampliar a
fábrica que está sendo construída em Goiana, na Zona da Mata Norte. A estatal negocia
com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) uma área
de seis hectares que será adicionada ao projeto atual, que possui 25 hectares. O novo
terreno abrigará a Unidade de Produção de Recombinantes. O valor do projeto ainda
está sendo fechado. Atualmente, a construção da fábrica está orçada em R$ 670
milhões.
O novo módulo visa a transferência de tecnologia do fator recombinante VIII, usado no
tratamento da hemofilia A (deficiência na coagulação sanguínea). O projeto se deu por
meio de uma parceria com a multinacional Baxter e tem como objetivo abastecer o
Sistema Único de Saúde (SUS). “Este medicamento não é um hemoderivado, é um
produto obtido por meio de engenharia genética. Se nos tornarmos realmente
autosuficientes poderemos, além de atender o mercado local, exportar”, afirma o
presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho.
Apesar da hemofilia tipo A atingir cerca de dez mil brasileiros, este medicamento ainda
não estava disponível no Brasil. A produção em solo nacional foi garantida após a
estatal firmar, em outubro de 2012, um acordo para transferência de tecnologia com a
Baxter International. O contrato prevê que a aquisição da expertise ocorra em paralelo
ao fornecimento do medicamento aos usuários do SUS.
“Estamos entrando em um mercado do futuro, e começamos a faturar em função disso.
O custo operacional que temos hoje é coberto por este dinheiro”, ressalta Maciel Filho.
O acordo terá duração de dez anos, com início da produção do medicamento na fábrica
da Hemobrás dentro de cinco anos. Nos primeiros 12 meses (que se completam em
outubro), está prevista a distribuição de até 350 milhões de UI (Unidade Internacional,
medida farmacêutica). A Hemobrás repassará até US$ 100 milhões à multinacional
neste mesmo período.
Além deste produto, quando em funcionamento, a fábrica da Hemobrás vai produzir
outros seis hemoderivados: albumina, imunoglobina, fatores de coagulação VIII e IX
plasmáticos, fator de von Willebrand e complexo protrombínico. Hoje, esses produtos
são 100% importados. Os sistemas público e privado do Brasil despendem, anualmente,
cerca de R$ 800 milhões com importação de hemoderivados.
A unidade de Goiana é composta por 19 de blocos divididos em uma área de 249.871
metros quadrados. A planta deverá começar a operar em 2014. Todos os blocos já foram
licitados, exceto o prédio da sede, cuja licitação deve ser lançada ainda neste semestre.
Esta será a primeira fábrica do tipo no Brasil e a maior do segmento na América Latina.
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 08:23hs
Escassez de profissionais é sentida na rede particular
Falta de médicos não afeta apenas o Sistema Único Saúde
Renata Coutinho
Nos últimos meses voltou a ficar em evidência o problema da falta de médicos no
Brasil. Muito se fala de deficit de profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS), mas
a escassez de doutores atinge, também, quem paga para ter acesso à saúde. Nos
hospitais particulares, o momento também é de alerta com escalas incompletas, falta de
especialistas e a tendência de uma medicina de mercado onde recebe melhor
atendimento quem paga à vista.
Na entrada da saúde privada estão os usuários de planos que endossam a reclamação do
mau serviço prestado, e que muitas vezes acabam voltando para o SUS, já que o
atendimento em ambos os setores acaba sendo semelhante. “Você não quer encontrar
dificuldade, não quer filas e quer bons profissionais”, enumerou o residente regional da
Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Flávio Wanderley. Era isso
mesmo que a estudante de Letras, Nívia Gouveia, 32 anos, pensou em garantir ao
contratar um plano de saúde em 2009, saindo do SUS.
Diagnosticada com 19 tumores no útero, seu plano negou que fosse realizada uma
cirurgia para a operação e sugeriu que a estudante retirasse os tumores de três em três.
“Iriam me abrir sete vezes”, comentou. Ela teve que recorrer à Justiça para garantir a
operação, realizada em 2011. De lá para cá, suspendeu o plano e voltou ao sistema
público. “Hoje não tenho mais plano. Prefiro ter que recorrer ao SUS numa necessidade
do que pagar caro e não ter um atendimento digno e humano”, disse. Ela contou que
procura o sistema privado apenas duas vezes ao ano, quando gasta em média R$ 540
com consultas de ginecologia e angiologia.
Quando o assunto são as emergências de grandes hospitais as queixas se multiplicam.
Na última quinta-feira, Marcela Fontes, 23, mesmo grávida de sete meses, esperou cerca
de 1h30 para ser atendida em um dos maiores hospitais privados do Recife. “Não achei
que ira ser assim, pensei que fosse mais rápido”, lamentou. Em Olinda, outra grande
unidade abrigava, na tarde de quinta-feira, dezenas de pessoas a procura de atendimento
emergencial. Na sala lotada, uma mulher disse que estava há cinco horas na recepção.
Quem não aguentou a demora saiu em busca de outro hospital. Esse foi o caso de
Marcela Viviane, 26. “Cheguei às 15h e até agora (17h10) só tinham chamado uma
pessoa”, reclamou.
Já Karen Letícia, 25, relatou que, além da demora na rede privada, o que se vê é um
mau atendimento. “Estava com uma dor no pescoço na última terça-feira e vim na
emergência. O médico me colocou direto no soro, não fez um exame, um raio-X.
Domingo eu voltei e colocaram o colar porque o meu problema era coluna”, relatou.
Folha resume
A mesma escassez de médicosna rede de saúde pública é recorrente nas unidades que
atendem aos usuários de planos de saúde. Quando o assunto são as emergências de
grandes hospitais, as queixas se repetem. Há pessoas que, até, já suspenderam os planos
particulares.
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 08:32hs
Profissionais se sentem desvalorizados
Baixo valor do pagamento nos procedimentos está fazendo estes profissionais sumirem
do mercado
“Estamos vivendo um momento difícil”, frisou a presidente da Associação de Defesa
dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps), René Patriota.
Segundo ela, alémda falta demédicos, o setor privado está se tornando pouco atrativo
para os profissionais porque não os tem valorizado financeiramente. Outro fator que
complica as emergências de grandes hospitais são os planos somente
hospitalares. Nessa categoria os contratos não abrangem as consultas marcadas, e os
clientes recorrem às emergências por questões simples.
Ela destacou que algumas especialidades, a exemplo da pediatria e clínicamédica,
apresentam dificuldade de profissionais até mesmo na rede privada e que isso tem se
tornado uma tendência de mercado, já que estes seriamos de menores salários. “Para
parto de plano enfermaria, o obstetra ganha R$ 480. Esse valor é para estar no parto,
fazer a visita no dia seguinte e dar a alta a paciente. O valor para o pediatra que
acompanha o parto R$ 250. É uma guerra atender por esse preço”, informou. O baixo
valor do pagamento nos procedimentos a essas duas categorias está fazendo estes
profissionais sumirem do mercado. Flávio Wanderley, da Abramge, frisou ainda um
fator que gerou correria entre os planos e hospitais: as novas determinações da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre prazos para atendimentos.
O problema é que mesmo nesse redimensionamento há áreas descobertas, o que implica
uma volta ao SUS de vários clientes privados. De acordo comWanderley, o Brasil
ascendeu muito socialmente e a população agora tem outras prioridades como saúde
privada, só que o serviço particular não conseguiu acompanhar esse processo, ficando
na sobrecarga que hoje se encontra.
Saiba mais
FUNCIONAMENTO - Para ser atendido dentro dos prazos, o cliente deverá ter
cumprido os períodos de carência previstos no seu contrato A regra da espera mínima
vale apenas para estabelecimentos ou profissionais da rede conveniada ao plano, na
especialidade necessária. Caso o cliente não consiga ser atendido nos prazos
estabelecidos pela ANS deve entrar em contato com a operadora de plano de saúde. Se a
operadora não oferecer solução para o caso, poderá ser multada e até obrigada a parar de
vender o plano.
> Serviço ANS Telefone: 0800.701.9656 Site: www.ans.gov.br
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 08:21hs
“Reestruturar o SUS é um dos nossos maiores desafios”
Entrevista com Mozart Sales, Secretário de Gestão do Trabalho e Educação do
Ministério da Saúde
Renata Coutinho
O Governo Federal iniciou em 9 de julho o que promete ser o maior esforço para pôr
fim do sofrimento de quem precisa de saúde: o Programa Mais Médicos. A iniciativa
contempla o recrutamento de profissionais para cidades de interior e periferias, a criação
de 11,5 mil vagas na graduação (que atualmente é de cerca de 17 mil) e mais 12,4 mil
vagas na residência de Medicina (que hoje contempla 23 mil egressos), além de uma
drástica modificação no sistema de ensino do curso médico. A reestruturação, segundo o
secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart
Sales, é um dos maiores desafios, e mudará a realidade médica não só SUS, mas
também da rede privada. O papel regular do Estado Brasileiro, as dúvidas do novo
modelo e os reflexos futuros do programa foram temas desta entrevista com o
secretário.
O Brasil tem pecado historicamente em que pontos quando o comparamos a outros
sistemas universais de saúde?
Acho que ao longo do tempo tivemos dificuldade em fazer uma política regulatória de
Estado que pudesse avançar na determinação e planificação das necessidades de nosso
País. Os outros países, lá atrás, tomaram decisões de planificação de necessidades que
apontaram para um aumento da oferta de vagas de graduação, e também tiveram
intervenção na formação de especialistas. O Brasil, historicamente, teve um ciclo de
graduação e de residência insuficiente. Se não atacarmos esse deficit não vamos nunca
chegar no patamar de oferta desses profissionais. A oferta desse profissional é
estruturante. Acho que agora estamos tentando avançar na determinação do número (de
médicos) com as necessidade dos brasileiros.
Qual o investimento que é planejado para essa reestruturação?
O programa como um todo, entre abertura das 11,5 mil vagas de graduação, das 12, 4
mil de residência, do pagamento dos médicos do programa, mais as bolsas da
residência, mais a preceptoria (orientador) está calculado até 2026, a preço de hoje,
evidentemente que sofrerá reajuste, em R$ 37 bilhões.
Como funciona é o comprometimento de verbas hoje comas bolsas de residência médica
e como ficará no futuro?
Hoje nós temos em torno de 23 mil bolsas, dessas sete mil são do MEC (Ministério da
Educação), cerca de três mil do Mistério da Saúde e o restante são dos Estados,
Municípios e Filantropos. Nós estamos garantindo e assegurando que toda a expansão
de vaga de residência nos próximos anos será custeada pelo Ministério da Saúde. Hoje
nos temos alguma coisa em torno de 17mil formandos para 12mil vagas de residência.
Precisamos avançar e diminuir essa diferença.
Que tipo de vinculo terá o médico brasileiro que aderir ao projeto?
Ele receberá uma bolsa de educação pelo trabalho, será vinculado a universidades
brasileiras através do curso de especialização do sistema UNA SUS (Universidade
Aberta do Sistema Único de Saúde ) e vai receber essa bolsa para fazer o treinamento
em serviço, na modalidade da atenção básica, e terá a inscrição na previdência social.
Essa bolsa será isenta de imposto de renda, serão R$ 10 mil líquidos.
Alguns prefeitos retardatários na adesão ao programa temeram o insucesso do programa
e deas prefeituras acabarem pagando o pato. Como senhor avalia isso?
É evidente que nos vamos ter algumas dificuldades iniciais. È impossível se fazer um
regramento que acabe contemplando a todas as realidades, todos os municípios. Temos
mais de 5,5 mil municípios com graus de desenvolvimento social e econômico
diferentes, graus de renda e desenvolvimento. Nós esperamos trabalhar para corrigir
essas dificuldades, que por ventura possam acontecer. Para que a gente tenha um
programa funcionando de forma adequada, plenamente. É um esforço grande, em uma
situação que considero de gravidade da oferta de profissionais do país.
Se falam em vazios ociosos em hospitais particulares. A rede pública e a privada
quando o assunto é dificuldade de médicos falam a mesma língua?
O setor privado tem suas dificuldades também. O que temos visto e os dados mostram é
que o próprio setor privado tem tido dificuldade na contratação de profissionais, tanto
na área hospitalar quanto na área ambulatorial. Para cada 100 vagas ofertadas em
Pediatria sobram 14, em Neurologia 22. A própria ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) fez um programa de avaliação para que quem não conseguisse cumprir
aquele número de dias (espera) de consultas no setor privado teria o plano de saúde
suspenso porque questão de qualidade. Vimos que uma série de planos teve suspensas
as suas vendas porque não conseguiram cumprir as metas de qualidades para a oferta de
serviço. Por quê? Porque eles têm um número de especialistas na carteira menor do que
o que deveriam ter, por conta do processo de oferta de mão de obra.
Folha de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 07:52hs
Folha painel
De estilingue a vidraça
Em reunião com prefeitos do norte de Minas Gerais para estimular a adesão ao
programa Mais Médicos, há duas semanas, um grupo de médicos e residentes vaiava a
apresentação de Alexandre Padilha (Saúde). O ministro identificou um representante do
CRM-MG, Itagiba de Castro Filho, a quem deu o microfone. No palco, o médico
começou a ser vaiado também, só que, desta vez, pelos prefeitos da região. No fim do
evento, o pediatra e professor universitário comentou em reservado, para o ministro: —
É... Vaia no ouvido dos outros é serenata...
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:04hs
Troca de equipamentos atrasa exames
Aparelhos automáticos foram substituídos por manuais em vários Estados
A espera pelo resultado de um exame de carga viral, essencial para o acompanhamento
de portadores de HIV, está aumentando em Estados do País. As dificuldades, relatadas
por Coordenações de Aids de Estados e municípios, são reflexo de uma troca de
equipamentos organizada pelo Ministério da Saúde. Aparelhos automáticos, com maior
capacidade para realização de testes, foram substituídos por manuais.
No Rio Grande do Sul, Estado com a maior taxa de incidência de aids do País, as
queixas de pacientes se multiplicam. "Já enviamos uma carta ao departamento nacional,
pedindo a troca dos aparelhos", afirmou o coordenador do programa de aids do Estado,
Ricardo Charão. "É algo preocupante, que exige providências rápidas. A demora pode
colocar em risco o tratamento de um número significativo de pacientes", completou o
coordenador.
Oito laboratórios no território gaúcho fazem testes de carga viral - um exame indicado
para avaliar o estágio da infecção e a eficácia do tratamento. Dois deles receberam
máquinas automáticas, capazes de fazer até 1.500 exames mensais. Outros seis
receberam aparelhos manuais, com capacidade de fazer 400 análises por mês. O número
de casos de aids no Estado é de 39,1 por 100 mil, o dobro da taxa brasileira, que é de
19,6. "Precisamos de pelo menos, outras duas máquinas automáticas", constatou.
Os aparelhos teriam endereço certo: Hospital de Clínicas de Porto Alegre e laboratório
da Universidade Federal de Santa Maria. O primeiro, com equipamento antigo, tinha
capacidade para fazer 1.500 análises mensais. Depois da troca, faz 400. O laboratório da
universidade antes fazia 950 exames e, agora, faz 400.
"Não fomos consultados pelo ministério sobre a troca, feita diretamente com
laboratórios. Somente demos conta do problema quando as reclamações para entrega
dos exames aumentaram", conta Charão. O Ministério da Saúde, por meio da assessoria
de imprensa, reconheceu que coordenações de vários Estados e municípios se
queixaram da mudança.
Uma licitação foi feita no fim do ano passado para a troca dos aparelhos. O contrato
com a empresa vencedora, a Abbott, previa a instalação de 23 máquinas automatizadas
e outras 60, manuais. De acordo com o ministério, a configuração atual permite essa
mudança.
Laboratórios com menor demanda ficariam com máquinas manuais e os mais
movimentados, com as automatizadas. "Os equipamentos estavam obsoletos, era
necessário alterar. Mas como substituir máquinas automatizadas por manuais? Não
precisa ser especialista para ver que isso não daria certo", afirmou Carlos Duarte,
representante do movimento de aids no Conselho Nacional de Saúde.
Ele observa que, para máquinas manuais atingirem maior produtividade é necessário
aumentar o número de equipes que fazem a leitura dos equipamentos. "Isso envolve
custos para as coordenações, o que não é fácil", diz Duarte. Charão afirma também que
a contratação de pessoal não é algo que se faz rapidamente.
Charão solicitou informações para coordenações dos demais Estados do País sobre
eventuais problemas com a troca de equipamentos. Até agora, três Estados
responderam. Paraná e Santa Catarina, informou, relataram também redução da
capacidade para fazer exames de carga viral. Em Mato Grosso do Sul, que tem menor
demanda, o problema não foi constatado. O Centro de Referência de DST-Aids de São
Paulo informou que um remanejamento foi feito e, por enquanto, não foram
identificados problemas nos testes.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 09:21hs
Negócios e prevenção
Chega ao Recife empresa que usa mapeamento genético para identificar futuras doenças
com a devida antecedência Angela Fernanda Belfort
Uma tecnologia similar à que foi usada pela atriz Angelina Jolie para identificar a
probabilidade de desenvolver um câncer de mama já está disponível no Recife. É um
dos serviços oferecidos pelo Genomika Diagnósticos, que está funcionando na Ilha do
Leite. A empresa faz o sequenciamento genético e isso pode indicar também um
tratamento mais eficiente para vários tipos de câncer, como o de pulmão, intestino e
mama, além de diagnosticar doenças raras. É o primeiro laboratório privado do País a
usar a tecnologia de segunda geração no sequenciamento genético. O investimento foi
de US$ 8 milhões (cerca de R$ 16 milhões), segundo o diretor executivo da Genomika,
o médico João Bosco de Oliveira Filho.
Os recursos foram empregados na compra de equipamentos de última geração e na
capacitação dos profissionais. No Brasil, esse tipo de equipamento só está disponível
para pesquisa no meio acadêmico, como na Universidade de São Paulo (USP). "O
Recife tem condições de receber uma empresa desse tipo. Está na hora de fazer o fluxo
inverso. As amostras vão vir de São Paulo para serem analisadas aqui", afirma João
Bosco. E já começou. A empresa abriu uma unidade para coletar amostras em São Paulo
e fechou parcerias, na capital paulista, com as redes laboratoriais Salomão e Zoppi
Diagnósticos, além do Hospital Israelita Albert Einstein. No Recife, os postos de coleta
ficam na sede da empresa, no Hospital Memorial São José e no laboratório Marcelo
Magalhães. Outra empresa que vai enviar amostras de todo o Brasil para serem
analisadas no Recife é a multinacional Novartis, que contratou a Genomika para fazer
testes que identifiquem doenças raras.
Para implantar a empresa, João Bosco deixou o seu emprego como diretor associado na
área de Genética e Imunologia do National Institute of Health (NIH) - órgão do governo
americano - que funciona nos arredores de Washington, capital dos Estados Unidos.
"Em 2003, saí de Pernambuco direto para o NIH. Fiz provas para validar meu diploma,
sendo selecionado para a única vaga de residente existente no serviço de imunologia
clínica do Instituto. Depois, fui chamado para trabalhar lá e em seguida ser diretor
associado", lembra.
A Genomika emprega 13 pessoas, das quais cinco têm doutorado. As duas principais
assistentes do médico são paulistas e deixaram o emprego no NIH para trabalharem no
Recife. O laboratório contratou especialistas em oncologia que saíram do Hospital
Osvaldo Cruz e profissionais - com experiência no diagnóstico de leucemia e linfomas que atuavam no Hemope. Ainda no quadro de pessoal, há um cargo não muito comum
no mercado local, um bioinformático, profissional que usa a informática aplicada à
genética.
A implantação do laboratório no Recife foi fruto de uma sociedade firmada entre o
médico e a empresa de participações Ikewai, que tem como sócios o cientista Silvio
Meira e os empreendedores Fernando Teco Sodré e Sergio Monteiro Cavalcanti. "Foi
uma parceria altamente complementar. Tenho expertise em genética, eles em
informática", comenta. O médico detém 60% de participação no negócio e a Ikewai
ficou com 40%. "A nossa expectativa é de tirar o investimento entre três e cinco anos",
argumenta João Bosco.
A empresa também faz um exame que mostra o sequenciamento genético de um tumor.
"Cada tumor é diferente. Num câncer de pulmão, por exemplo, se ocorrer uma mutação
no gene EGFR, o paciente responderá melhor se for usada uma determinada droga. Esse
exame identifica se a doença é mais agressiva ou não", conta Bosco. O mesmo ocorre
com tumores localizados na mama e pulmão. "Usar a droga mais apropriada resulta em
menos mortes", conclui.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 09:28hs
Exame de Angelina por R$ 4 mil
Estudo do DNA também pode ser usado na realização de um exame chamado Isac, o
qual pode indicar alergia a 112 substâncias
A polêmica atitude de fazer uma mastectomia dupla da atriz Angelina Jolie surgiu
depois de um exame de DNA porque o resultado indicou que ela tinha 87% de chance
de desenvolver um câncer de mama, doença que tirou a vida da mãe dela. O teste de
DNA da atriz identificou a existência do gene defeituoso, o BRCA1, que aumenta o
risco de desenvolver um câncer de mama ou do ovário. Com a retirada das mamas, a
estrela reduziu a 5% as chances de desenvolver a doença. "Esse teste é feito em São
Paulo, usando a tecnologia antiga. Somos o primeiro laboratório privado a fazer isso
com a tecnologia nova, que identifica o mesmo gene, mas é mais sofisticada e isso
diminuiu o custo. O exame de Angelina custou cerca de US$ 3 mil (aproximadamente
R$ 6 mil). O que fazemos aqui para identificar a mesma alteração no gene fica por R$ 4
mil", explica o diretor executivo da Genomika, João Bosco de Oliveira Filho.
Segundo ele, o sequenciamento genético pode indicar se o risco de desenvolver um
câncer está na média da população, aumentado ou muito aumentado. "Só fazemos esse
exame com a solicitação de um médico que geralmente solicita um acompanhamento
psicológico", conta.
Ele acrescenta que esse tipo de exame proporciona uma medicina preventiva
personalizada. Essas mutações podem acrescentar informações com relação a
probabilidade de desenvolver câncer de intestino, melanoma (câncer de pele), mama e
ovário.
A tendência, de acordo com João Bosco, é o teste ficar mais barato "porque as máquinas
novas conseguem sequenciar uma grande quantidade de DNA ao mesmo tempo".
A partir de agosto, a Genomika fará dois exames que até então só eram feitos em São
Paulo: o que identifica a leucemia e o linfoma.
Ambos são cânceres, sendo que o primeiro ataca as células brancas do sangue, enquanto
o segundo se manifesta no sistema linfático. Isso vai significar uma redução de 48 horas
no diagnóstico e evita que as empresas mandem as amostras pelo serviço postal para o
Sudeste. "Às vezes, o transporte fazia com que as células não chegassem em bom estado
e isso era um complicador para quem está precisando de um diagnóstico rápido",
conclui.
O estudo do DNA também pode ser usado na realização de um exame chamado Isac, o
qual pode indicar alergia a 112 substâncias. Esse exame custa R$ 1 mil.
Por enquanto, os testes realizados na Genomika só podem ser feitos com o paciente
bancando o custo, porque os planos de saúde ainda não incluíram esses procedimentos.
A assessoria de imprensa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou
que os médicos, pacientes e associações de portadores de doenças interessadas na
inclusão desses exames podem sugerir isso numa consulta pública que a instituição está
fazendo, pela internet, até o dia 06 de agosto próximo. O site da ANS é
www.ans.gov.br.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 08:48hs
A saúde do Brasil vai mal!
Hoje, porém, peço-vos desculpas... é preciso que eu, enquanto profissional da medicina,
também me queixe um pouco
Leonardo Machado
Sim, o país precisa de mudanças urgentes! A saúde do Brasil vai mal! Mas, se há
sistemas que precisam de um olhar preventivo, há outros que necessitam de uma UTI! E
já que a saúde como um todo do Brasil vai mal, deixe-me falar do sistema de saúde em
particular.
A nossa pátria não precisa de milhares de médicos do exterior, mas somente daqueles
que sejam capazes de revalidar seus diplomas através de provas justas que demonstrem
que suas formações em seus países de origem foram de excelência. Tenho colegas de
turma que, ao se formarem, foram trabalhar nos EUA.
Para isto, porém, submeteram-se a rigorosos testes que comprovaram que os
conhecimentos obtidos aqui no Brasil - no caso na Universidade de Pernambuco onde
me formei - foram suficientemente bons para atuarem nos EUA com competência.
O nosso país não precisa somente de novos hospitais complexos, mas também dar
atenção aos antigos complexos hospitalares que vão ficando sucateados enquanto os
números vão elegendo candidatos astutos.
O nosso Brasil não precisa exclusivamente instituir o "bolsa-tudo", necessita educar a
população a como não adoecer tanto, necessita dar condições dignas de moradia. Como
tratar uma criancinha asmática, por exemplo, se o piso da casa dela faz subir pó
constantemente, pois é o próprio barro, a própria areia?
O nosso país não precisa somente de mais médicos, necessita também de uma formação
médica de qualidade técnica, ética e capaz de gerar profissionais que não ocupem
empregos públicos sem pisarem no serviço ou que vislumbram na medicina
exclusivamente a possibilidade financeira.
O nosso Brasil não precisa de gestores de saúde escolhidos com base no câmbio de
favores, uma forma sutil de corrupção, necessita instituir o mérito da competência
técnica e ética para selecionar seus operadores.
O sistema de saúde do Brasil convalesce somente porque faltam médicos? Mas saúde só
é feita por médicos? E a saúde bucal praticamente inexistente no país, enquanto
centenas de odontólogos desejando trabalho esperam esta área ser atendida? E as
instalações de saúde sucateadas que expulsam os profissionais com medo do ambiente?
E os baixos salários pagos aos diversos profissionais de saúde, inclusive em vários
concursos médicos não condizentes com os em geral nove anos de formação para se sair
como especialista?
Além disto, quantos colegas médicos recém-formados trabalharam e até hoje não
receberam seus salários das respectivas prefeituras? E a falta de segurança para os
profissionais que, muitas vezes, trabalham em áreas de risco? E os concursos públicos
que sempre colocam menos vagas para médicos do que a real necessidade, além de
demorarem a acontecer? E o que dizer da privatização que a saúde pernambucana vem
sofrendo?
Caros(as) pacientes brasileiros(as), não dizemos isto a vocês porque nosso contato é
sobretudo no ambiente de saúde, sendo nosso tempo precioso demais. Precisamos ouvir
as vossas queixas, não sendo tão adequado nos queixar para vós. De outras vezes,
também, lidamos com pessoas tão carentes socialmente que, em muitas ocasiões,
somente lutam pela sobrevivência diária, não tendo tempo para elucubrações mais
complexas.
Hoje, porém, peço-vos desculpas... é preciso que eu, enquanto profissional da medicina,
também me queixe um pouco. Mas se isto faço, é porque luto em benefício de todos nós
e em favor da saúde do sistema de saúde do nosso Brasil!
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 09:32hs
A polêmica da questão médica
Demografia Médica, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp),
mostra que há 388 mil médicos ativos no País, 2.561 estrangeiros
O Programa Mais Médicos partiu da constatação de que o Brasil tem 1,8 médico para
cada habitante, contra 3,2 da Argentina e 6,7 de Cuba, por exemplo, e apontou como
uma das saídas, não a única, trazer estrangeiros para o setor. A medida gerou protestos
dos médicos.
A Demografia Médica, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp),
mostra que há 388 mil médicos ativos no País, 2.561 estrangeiros.
O diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Sílvio
Rodrigues, diz que a categoria só pede exames de proficiência em português e validação
do diploma. "Não adianta o médico atuar no Brasil e não saber explicar exame,
diagnóstico e tratamento. Já existe um teste unificado do governo, o Revalida", diz
Sílvio.
"Além disso, não faltam médicos. Há concentração em grandes cidades, no Sul e
Sudeste. A questão é muito mais discutir o Sistema Único de Saúde (SUS). Não somos
contra estrangeiros", afirma.
Para o economista José Raimundo Vergolino, a saída é discutir o SUS, da melhoria de
gestão a saídas como consórcios municipais. "Mas trazer estrangeiros é comum em
gargalos de mão de obra. Os médicos estão sendo corporativistas", critica.
Enquanto a discussão e os protestos seguem, sexta-feira o governo divulgou que o Mais
Médicos superou a marca de 18 mil inscrições.
A medida pode não ser consenso. Mas interesse no Brasil é o que não falta aos
estrangeiros.
Jornal do Commercio - PE 28/07/2013 às 10:30hs
Saúde conectada
Cada vez mais pessoas têm apostado no uso de sensores e aplicativos que ajudam a
verificar como o corpo reage ao exercício físico, a uma dieta e a doenças
Cinthya Leite
Cá entre nós, chega uma hora em que bate uma tremenda monotonia vigiar com certa
frequência o peso e controlar os nutrientes ingeridos, como também aferir as taxas de
glicose antes e após as refeições, no caso de quem convive com diabete. Justamente
para quebrar essa sensação enfadonha diante da monitoração de parâmetros que ajudam
a avaliar o nosso bem-estar, a medicina e demais especialidades da saúde têm apostado
em sensores e aplicativos que ajudam a verificar como o nosso corpo reage ao exercício
físico, a uma dieta e a doenças.
Diante desse cenário, o mercado tem colocado à disposição ferramentas que ajudam a
registrar, guardar e compartilhar dados que, quando analisados por médicos,
nutricionistas e educadores físicos podem dar pistas sobre a conduta terapêutica que
deve ser tomada para melhorar a qualidade de vida.
Essas soluções parecem seduzir a turma antenada em tudo que possa turbinar o bemestar. Esse recado ficou bem claro na 2ª edição da Campus Party Recife, maior encontro
de tecnologia e cultura digital do mundo realizado recentemente. Durante uma mesaredonda, tivemos conhecimento de um dado que vem de levantamento da
MobiHealthNews, empresa voltada para o segmento da saúde conectada. Cerca de 80%
das pessoas que se exercitam mais de uma vez por semana e têm smartphone pagariam
US$ 140 por uma ferramenta combinada de sensor e software para monitorar
parâmetros relacionados à saúde.
"Atualmente, o mapeamento de atividades e comportamentos capazes de avaliar nossa
condição física e mental não está restrito a consultórios e hospitais. Esse monitoramento
está presente na vida de muita gente", diz o gerente de inovação da Telefonica, Jacques
Chicourel. Quem ilustra esse panorama é o estudante Raul Dantas, 18 anos, que usa um
aplicativo que o ajuda a organizar os treinos na academia. "Com ele, fica mais fácil
cumprir as metas", diz. Ainda ao apresentar essa tendência, Jacques frisou que os
médicos não podem mais andar na contramão dessa realidade. "Eles devem estar mais
envolvidos com essas ferramentas, que certamente ajudam a acompanhar a terapêutica
prescrita para um paciente", salienta.
Diario de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 08:10hs
Café da manhã faz bem a homens
Segundo pesquisa, quem não come a refeição tem mais chance de sofrer um ataque
cardíaco
Washington - Os homens que não tomam café da manhã têm maior risco de sofrer um
ataque cardíaco, revelou uma pesquisa divulgada na semana passada, nos Estados
Unidos. Um estudo de quase 27 mil homens mostrou que aqueles que não comiam nada
pela manhã tinham 27% mais chances de ter um ataque do coração, ou morrer por
doença coronária, do que os que fazem o desjejum.
Os homens, entre 45 e 82 anos, participaram de uma pesquisa sobre alimentação, que
registrou resultados de saúde de 1992 a 2008. Segundo o estudo, os homens que não
fazem a primeira refeição tendem a ser mais jovens e a ter “mais probabilidades de
serem fumantes, trabalham em tempo integral, são solteiros, menos ativos fisicamente e
mais consumidores de álcool” do que o restante.
“Pular o café da manhã pode levar a um ou mais fatores de risco, como obesidade,
pressão arterial alta, colesterol alto e diabetes, que, por sua vez, podem levar - com o
tempo - a um ataque cardíaco”, disse Leah Cahill, principal autor do estudo e
pesquisador da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
Os homens que disseram tomar café da manhã também comiam mais por dia do que os
que tinham o hábito contrário, o que sugere que as pessoas que omitem a primeira
refeição não compensam mais tarde. No estudo, 97% dos homens que participaram
eram brancos e de ascendência europeia. Os pesquisadores disseram que os resultados
podem ser aplicados a outras origens.
Mortes
As doenças cardiovasculares, como infartos e acidentes vasculares encefálicos (AVE),
continuam sendo a primeira causa de mortes no mundo, com 17 milhões de mortos em
2011, segundo a lista das dez principais causas de mortalidade publicada nesta segunda
pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Em 2000, as doenças cardiovasculares já lideravam a classificação, de acordo com o
quadro comparativo da OMS (www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310/en/). Já a
tuberculose, que na época ocupava a oitava posição, saiu do quadro, ao cair para 13º.
Ainda assim, a tuberculose matou um milhão de pessoas no mundo em 2011. A
tuberculose é a única causa de mortalidade a sair da lista das dez doenças mais letais da
OMS entre 2000 e 2011.
De maneira geral, as doenças não transmissíveis foram responsáveis por dois terços das
mortes no mundo em 2011. As quatro principais doenças são as cardiovasculares, o
câncer, o diabetes e as pulmonares crônicas.
Diario de Pernambuco - PE 28/07/2013 às 07:59hs
Transporte público faz bem à saúde
OMS defende priorização de corredores de transporte coletivo nas grandes cidades
Tânia Passos
Quem enfrenta todos os dias metrô e ônibus lotados e perde tempo preso nos
engarrafamentos dificilmente vai acreditar que o transporte público faz bem ao corpo.
Mas um estudo científico defende a priorização de corredores exclusivos como uma
política de saúde pública. Segundo a entidade, o uso majoritário de coletivos impacta
diretamente na qualidade do ar que respiramos e reduz o número de acidentes de
trânsito. Caminhar até a parada do ônibus também é mais saudável que dar um passo
para entrar no carro. A estimativa é que uma pessoa que se desloca de ônibus pode
gastar por dia 350 calorias a mais do que quem faz o mesmo percurso de carro. Equivale
a uma hora de caminhada.
O recorte feito pelo pesquisador Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde e
Meio Ambiente da Organização Mundial de Saúde (OMS), que realizou o
levantamento, foi baseado em mais de 300 pesquisas em todo o mundo sobre saúde,
mobilidade, planejamento e gestão urbana. Para ele, o transporte coletivo priorizado não
é apenas uma necessidade urbana, mas, sobretudo, humana. “A inatividade física
ocasiona doenças como a diabetes e a hipertensão. A poluição do ar é um problema
muito grave nas grandes cidades, e o carro é o principal responsável por isso. No Brasil,
as estatísticas são assustadoras: 40 mil pessoas morrem no trânsito por ano”, ressaltou
Carlos Dora, que também defende a melhoria de outras formas de deslocamento não
motorizado, com mais incentivo para bicicleta e caminhadas.
O auxiliar de serviços gerais Cristiano Marinho, 36 anos, voltou a usar o transporte
público depois que teve sua moto roubada há dois meses no Recife. Com 1,65 de altura
e 80 kg, ele conta que perdeu cinco quilos desde que voltou a usar o ônibus. Além de
mais magro, ainda passou esse tempo bem distante do risco de ser mais um nas
estatísticas de acidentes de moto no estado, que somam 30% do total de acidentes de
trânsito registrados. Apesar disso - e em decorrência das más condições do transporte
público local - ele não vê a hora de voltar à moto. “ Caminho mais de 20 minutos de
casa para a parada de ônibus e muita coisa tenho que resolver a pé. Uma coisa é perder
peso. Outra é sofrer todo dia. Prefiro ter minha moto de volta”, revelou.
Aos 58 anos, a empresária Ana Carolina Caldas não faz a menor ideia de como é andar
de ônibus. Aos 18, ganhou o primeiro carro dos pais. “Nunca andei de ônibus na minha
vida. Antes de ter o meu próprio carro, sempre tinha alguém para me levar ou buscar
nos lugares”, revelou. Com 1,60 de altura e 83kg, ela está acima do peso que gostaria.
Mas perder calorias no ônibus, nem pensar. “O nosso transporte público é muito ruim.
Prefiro a dieta”, afirmou.
A professora do Departamento de Nutrição da UFPE Fernanda Lima chama a atenção
para os hábitos alimentares. “Quanto mais atividade física, melhor, e isso inclui até
mesmo a caminhada ao ônibus. Mas é importante os cuidados com a alimentação”,
ponderou.
saibamai
Relação transporte
público e saúde
Obesidade
300 milhões
de pessoas são obesas no mundo, sendo 1/3 nos países em desenvolvimento
350 calorias
são gastas a mais por dia para quem se desloca no transporte público se comparar o
mesmo percurso feito de carro
19 milhões
de pessoas morrem por ano por inatividade física com doenças como diabetes e
hipertensão: 3,2 milhões estavam
aparentemente saudáveis
Poluição do ar
2 milhões
de pessoas morrem por ano
por causa da poluição do ar
68%
dos poluentes na atmosfera são despejados pelos automóveis
90%
da poluição do ar em áreas urbanas têm como fator
poluidor os
automóveis
Acidente
1,2 milhão
de pessoas morrem por ano
em acidente de trânsito em automóveis. Quanto mais corredores de transportes de
massa, menos carros nas ruas
66%
dos empréstimos
no Banco Mundial entre 2002 e 2004 foram para
investimentos de vias para o trânsito comum, que não privilegiam o
transporte público
Fonte: Pesquisa do coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente
da Organização Mundial de Saúde (OMS), Carlos Dora
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