Comemoração de Natal da Igreja Evangélica dos Cristãos de São

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Comemoração de Natal da Igreja Evangélica
dos Cristãos de São Paulo – 2015
Programação de hoje
1) Louvor
Oh vinde, adoremos
Nas estrelas
Deus enviou
2)Coral
Vinde a mim
Porque me amou tanto assim
3)Mensagem com Durvalina
4) Jantar de confraternização
Muito obrigado pela sua participação!
“Hoje lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11)
Igreja Evangélica dos Cristãos de São Paulo
Seja bem vindo!
“Somos uma comunidade de pecadores
salvos pela graça e sangue de Jesus.
Entendemos que fazemos parte do corpo
vivo de Cristo na terra, e queremos
compartilhar o amor, a graça, a
misericórdia e as bênçãos de Deus com
todas as pessoas. Queremos acima de tudo
que todos possam conhecer pessoalmente
esse Deus maravilhoso e tenham um
relacionamento diário com Ele.”
Washington 2015
13 de Dezembro
耶穌是王
Edição 92
Ano 2
Jesus é Rei
“O Natal está aí! Para dizer a verdade, me exige um pouco de esforço
pensar no que isso significa, mesmo tendo crescido em um lar cristão. Talvez
pelo fato de apesar de ser considerado um feriado cristão, ele não ter sido
instituído por Deus e não ser uma cerimônia que aprendemos do próprio
Deus (diz-se que a festa foi originalmente destinada a celebrar o nascimento
anual do deus Sol no solstício de inverno. Entretanto, a Igreja Católica no
século III deu ressignificado à festividade para estimular a conversão dos
pagãos sob o domínio do Império Romano, e então passou-se a comemorar o
nascimento de Jesus), como por exemplo, a Páscoa. Talvez, também, porque a
chegada do Natal já traz atrelada a si a ideia de festas de fins de ano, família
reunida, coral, sentimento de preparo para o fim de um ciclo e começo de
outro novo ano, chocottone (frutas secas nunca foram o meu lance) e, é claro,
um descanso do trabalho. Todo ano esses eventos vêm praticamente juntos,
tornando difícil desassociá-los. Ok, podemos mencionar também a questão de
estarmos no Brasil, e o Natal ser invariavelmente um tempo de calor quase
insuportável, tirando aquele encanto de neve do lado de fora e lar quentinho
do lado de dentro que aprendemos com os filmes norte-americanos que essa
época do ano deveria representar. Finalmente, talvez pela dúvida de qual a
necessidade, ou melhor, a utilidade de celebrar o nascimento de Jesus uma vez
por ano, se somos na realidade ensinados a desfrutar da Vida que Ele nos
proporcionou todos os dias.
Eu sei, falando desse jeito o Natal ficou sem muita credibilidade… Mas,
por que não refletir sobre o nascimento de Jesus? Acredito que embora o
Natal possa ter um cunho muito mais cultural e representativo do que
legitimamente um significado, o nascimento de Jesus, esse sim, é cheio de
significado e significância.
Escolhi para compartilhar com vocês um dos aspectos do nascimento de
Jesus que mais me maravilha. É uma reflexão feita pelo Jonas Madureira,
jovem teólogo. Ele lembra que o nascimento de Jesus é descrito por João, na
Bíblia, como “e o verbo se fez carne”. Essa afirmação possui um alto teor
teológico e uma repercussão imensurável. Mas nesse momento, gostaríamos
de extrair uma conclusão muito mais simples e não menos preciosa: que essa
expressão pode também significar “e os pensamentos de Deus se tornaram
agora conhecidos por nós”.
A ideia é a seguinte: Agostinho fala de dois tipos de verbo. Ao primeiro,
ele chama de verbo interior (ou verbo mental). Ao outro, de verbo exterior
(ou verbo carnal). Ambos existentes, Agostinho ensina que nós, seres
humanos, obedecemos a uma dinâmica de linguagem cujas palavras
proferidas (verbo exterior, ou carnal) são necessárias para compreendermos
os pensamentos de nossos semelhantes (verbo interior, ou mental).
Agostinho costumava dizer, ainda, que Deus nos trancou em nós
mesmos. Isso significa que tudo o que pensamos e não expressamos jamais
pode ser conhecido por outro ser humano também trancado em si mesmo. Ou
seja, “pensamentos” para serem conhecidos precisam ser expressos ou —
para usar um termo bastante teológico — pensamentos precisam ser
“encarnados” para serem compreendidos. Uma vez que estamos trancados em
nós mesmos não podemos nos dar ao luxo de apenas pensar. É preciso
também falar, expressar, jogar para fora o que está dentro, jogar para fora o
que se pensa. Caso contrário, o nosso semelhante não saberá o que estamos
pensando.
Mas veja que coisa interessante: o que se joga para fora não é o “puro
pensamento”, mas o “pensamento encarnado”. Apenas o pensamento
encarnado pode ser conhecido pelo semelhante. Já o conhecimento do puro
pensamento cabe apenas a Deus. Em outras palavras, só Deus pode conhecer
nossos pensamentos enquanto pensamentos. E isso tem muitas implicações
como, por exemplo, o fato de não ser necessário encarnar nosso pensamento
para torná-lo cognoscível para Deus. Ora, Ele já conhece o que pensamos
mesmo quando o que pensamos não chegou ainda a boca (Sl 139.4). Portanto,
não precisamos encarnar nossos pensamentos para Deus saber o que
pensamos. Assim, se encarnamos nossos pensamentos para falar com Deus —
e o nome disso é “oração” —, não é para que Deus conheça nossos
pensamentos, mas para que nós mesmos conheçamos nossos próprios
pensamentos.
Bom, tudo isso revela a nossa insuperável inferioridade em relação a
Deus. Por um lado, ele conhece nossos pensamentos muito antes de
encarnarmos nossos pensamentos; por outro, só conhecemos os seus
pensamentos se eles forem encarnados. Acontece que Deus já encarnou seus
pensamentos, mas de uma maneira muito diferente da nossa. Veja bem, o
nosso ser é uma coisa (homem) e o nosso pensamento encarnado é outra bem
diferente (verbo, palavra).
A Bíblia diz que “no princípio, era o Verbo. E o Verbo estava com Deus, e
o Verbo era Deus”. Ou seja, em contraste do que ocorre conosco, o ser de Deus
e o seu pensamento encarnado não são duas coisas diferentes: o verbo, ou
palavra, ou pensamento de Deus é o próprio Deus. Isso não é pouca coisa! Isso
significa que aquilo que Deus tornou conhecido através da encarnação não foi
apenas um pensamento ou um verbo, mas o próprio Deus. E este é o mistério
que repousa sobre o menino Jesus, que hoje deve ser celebrado não como um
mero pensamento ou uma mera mensagem de paz dada por Deus aos homens,
mas, pelo contrário, o menino Jesus deve ser celebrado como o próprio Deus
revelado aos homens. Ou seja, o menino Jesus não deve ser apenas lembrado,
mas adorado hoje e sempre.
Em outras palavras, Deus se tornou conhecido por nós e os seus
pensamentos se tornaram conhecidos por nós por meio da vida de Jesus! Esse
é o motivo que nos agracia, maravilha e nos faz adorar. Feliz Natal!”
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