I7M - IIm7 - IIIm7 - IV7M

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Turi Collura - Curso Improvisação e Composição melódica
CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAMPO HARMÔNICO DIATÔNICO MAIOR
E CORRELAÇÃO ESCALA/ACORDE
1. O CAMPO HARMÔNICO DIATÔNICO MAIOR
Com o nome de campo harmônico diatônico, indica-se o conjunto de acordes gerados a partir das notas de uma determinada escala. Isso se chama, também, de harmonização da escala, isto é, podemos harmonizar a escala maior,
construindo um acorde sobre cada uma de suas notas. O conjunto desses acordes compõe o assim chamado campo
harmônico diatônico maior. Veja o próximo exemplo, em que realizamos o campo harmônico de dó maior:
Obviamente, cada escala maior possui seu campo harmônico diatônico. Sabemos que a escala maior é composta por
uma determinada sequência de intervalos (T-T-S-T-T-T-S, onde T=Tom e S=Semitom). Da mesma forma, os campos
harmônicos diatônicos maiores apresentam todos a mesma sequências de acordes:
I7M - IIm7 - IIIm7 - IV7M - V7 - VIm7 - VIIm7(b5)
É importante conhecer os campos harmônicos diatônicos em todos os tons, assim como é importante conhecer a
sonoridade dessa sequência. Esse tipo de conhecimento não é apenas teórico. De fato, podemos utilizar o campo
harmônico até para criar exercícios melódicos. O próximo exemplo, na tonalidade de Sol maior, mostra o uso das
tríades do campo harmônico diatônico tocadas em forma de arpejo:
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Mais um exemplo interessante de uso das tríades, na tonalidade de Si bemol maior:
O exemplo seguinte, na tonalidade de Lá bemol, mostra o uso das trétrades do campo harmônico diatônico tocadas
em forma de arpejo ascendente:
Experimente tocar os arpejos de forma descendente, tente novas tonalidades... brinque à vontade!
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2. AS ESCALAS DO CAMPO HARMÔNICO MAIOR E A CORRELAÇÃO ESCALA/ACORDE
Assim como para os acordes, a partir de cada nota da escala maior, se constroem, também, sete escalas. As escalas
derivadas são, de forma comum, chamadas de modos, ou escalas modais. A próxima figura a correlação entre cada
acorde e sua escala:
Em termos tonais, é útil evidenciar a direta ligação entre um determinado acorde e a sua escala. Cada tonalidade
é composta, na sua forma mais simples, por um campo harmônico diatônico (os acordes) e pelas relativas escalas.
A escala e o acorde são as duas faces de uma mesma moeda, a escala sendo a representação horizontal e o acorde
sendo a representação vertical.
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3. CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ESCALAS
Escala Jônica: usa-se nos acordes com 7M que têm função de tônica (I7M). Tonalmente, é necessário prestar atenção
ao 4° grau da escala, pois esse grau gera uma forte tensão com o 3°. Na escala jônica, o 4° grau configura-se como
nota de passagem ou cromatismo ao 3°, pois não é conveniente permanecer nela. Para evitar a dissonância do 4°
grau, é possível transformá-lo em #4, gerando assim uma escala Lídia (1-2-3-#4- 5-6-7). Esta escala pode ser aplicada
no lugar da escala jônica, pois as notas do acorde (1-3-5-7) são respeitadas.
Escala Dórica: é uma escala menor com sexta maior. É, talvez, a escala menor mais usada na improvisação, sendo
a escala dos acordes com função de IIm7. Ela pode ter, também, outras aplicações: pode ser usada como primeira
opção para acordes Xm7 nas músicas com características “modais”, ou em algumas outras circunstâncias que iremos
analisando nas próximas edições. A música Footprints, de Wayne Shorter, por exemplo, é um blues em menor; sobre
o primeiro grau desta música pode-se usar uma escala Dórica, já que o compositor quis colocar um primeiro grau
com sétima menor.
Escala Frígia: usa-se sobre o IIIm7. Devido à sua sonoridade muito característica, fora do contexto tonal se usa em
músicas que requerem especificamente esta sonoridade (veja, por exemplo, a música La Fiesta, de Chick Corea).
A escala Frígia é caracterizada por uma segunda menor. Pode também ser usada sobre um acorde de dominante,
gerando uma sonoridade de dominante sus4 alterada (muito interessante):
Nesse caso, a escala de G frígio é sobreposta ao acorde G7sus4, evidenciando as alterações b9, #9, b13.
Escala Lídia: é usada no acorde de IV7M. É usada, também, nos acordes de I7M(#4). Como evidenciado acima, a diferença entre as escalas Jônica e Lídia é somente o #4, respeitando, ambas, as notas dos acordes (1-3-5-7). A escala
Lídia se usa, também, nos acordes bII7M, bIII7M, bVI7M, bVII7M (de forma geral, é a escolha principal perante um
acorde X7M que não seja o a tônica da música!).
Escala Mixolídia: é a escala do dominante primário. Usa-se sobre os acordes de 7a caracterizados por 9a e 13a maiores. Fora de contextos tonais a encontramos, por exemplo, no blues. Como no caso da escala jônica, o 4° grau cria um
choque com o 3° grau. Assim, como naquele caso, a escala Mixolídia pode alterar o 4° grau para o #4, transformandose na escala Mixolídia #4 (ou Lídia b7); desta escala falaremos num próximo “episódio”.
Escala Eólia: ou escala menor natural. Usa-se esta escala na presença de um VIm7. Esta escala oferece o 6° grau menor.
Escala Lócria: caracterizada pelas b2 e b5, esta escala pode ser usada nos acordes meio-diminutos.
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