Discussões sobre o processo avaliativo em Educação Matemática CÉLIA MARIA ESPASANDIN LOPES DISCUSSÕES SOBRE O PROCESSO AVALIATIVO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Célia Maria Espasandin Lopes Celi Espasandin Lopes DISCUSSÕES SOBRE O PROCESSO AVALIATIVO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Universidade Cruzeiro Do Sul 2013 © 2013 Universidade Cruzeiro do Sul Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática Reitor da Universidade Cruzeiro do Sul – Profa. Dra. Sueli Cristina Marquesi PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Pró-Reitor – Prof. Dr. Danilo Antonio Duarte MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA Coordenação – Profa. Dra. Edda Curi Banca examinadora Profa. Dra. Celi Aparecida Espasandin Lopes Profa. Dra. Maria Delourdes Maciel Prof. Dr. Antonio Carlos de Souza FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL Lopes, Célia Maria Espasandin. L851d Discussões sobre o processo avaliativo em educação matemática / Célia Maria Espasandin Lopes. -- São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul, 2013. 24 p. : il. Produto educacional (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática). 1. Educação matemática 2. Avaliação escolar 3. Matemática – Processo de ensino - aprendizagem 4. Professores de matemática – Ensino médio. I. Título II. Série. CDU: 51:37 Sumário 1 APRESENTAÇÃO................................................................................................................... 5 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO.................. 7 3 O PRODUTO: O PROCESSO AVALIATIVO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA .......... 16 4 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR ................................................................................... 20 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 21 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 23 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática 1 APRESENTAÇÃO O presente Produto Educacional foi construído a partir da dissertação intitulada Os processos avaliativos nas aulas de matemática do Ensino Médio (LOPES, 2013), defendida no ano de 2013, cujo objetivo foi analisar os processos avaliativos de professores de Matemática que atuam no Ensino Médio em uma escola da rede estadual de ensino paulista. O foco da pesquisa no processo de avaliação no Ensino Médio deve-se à experiência da autora como coordenadora de curso de uma escola da rede estadual de ensino de São Paulo. Portanto, este produto destina-se a professores e gestores que atuam no Ensino Médio. A avaliação desenvolvida na escola sempre causa inquietações em muitos educadores e isso revela a relevância do estudo realizado. A autora deste trabalho, enquanto coordenadora e diretora pedagógica, promovia discussões e reflexões sobre o tema junto ao grupo de professores com os quais trabalhava. A avaliação era sempre uma temática difícil de abordar no cotidiano da gestão escolar, os profissionais eram resistentes em relação à sua prática avaliativa, mesmo aqueles entusiasmados com seu aprimoramento em sala de aula. Por vezes, a avaliação era apresentada como medida, pois os avaliadores preocupavam-se apenas em selecionar e/ou classificar os alunos. A avaliação sempre adquiria uma perspectiva de natureza formal, como uma prática de coleta de dados, o que, algumas vezes, gerou informações distorcidas que levaram à tomada de decisões que não contribuíram para a melhoria educacional. Nas últimas três décadas, pode-se observar que a avaliação tem sido concebida com a determinação de um objetivo a ser atingido. Os professores determinam o que será avaliado em termos de conhecimento, de comportamentos, de capacidades, de interesses ou até mesmo de habilidades. As orientações recebidas e retransmitidas a eles, muitas vezes, reproduzem uma sistemática para operacionalização de objetivos educacionais que deveria ser melhor dimensionada e formulada, de forma a atender às necessidades Célia Maria Espasandin Lopes 5 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática educacionais reais. Dessa forma, a avaliação educacional tem sido equacionada à avaliação da aprendizagem e as palavras “avaliação”, “medição” e “teste”, muitas vezes, têm sido tratadas como sinônimos. Muitas vezes a avaliação é usada para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. Assim, ela acaba sendo relacionada ao poder, na medida em que oferece ao professor a possibilidade de controlar a turma; assume um modelo que privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes, tornandose instrumento de ameaça, capaz de despertar o medo, ao invés de alertar para o “prazer” de aprender e ser capaz de observar limitações e potencialidades do processo. A avaliação não tem sido utilizada como elemento que auxilie de fato no processo de ensino e aprendizagem, perdendo-se em mensurar e quantificar o saber, deixando de identificar e estimular os potenciais individuais e coletivos dos educandos. Muitos educadores viveram esse tipo de experiência ao frequentar a escola. Talvez por isso, alguns tenham dificuldades para agir de outra forma e, assim, reproduzem o que vivenciaram. Essa concepção de avaliação não contribui para o processo de ensino e aprendizagem e, por isso, vem sendo alterada à medida que melhora a formação docente. O professor percebe o verdadeiro sentido da avaliação e possibilita ao aluno inserir-se no processo avaliativo. Diante dessas ponderações iniciais, tem-se o objetivo de promover reflexões sobre avaliação do processo de ensino e aprendizagem a partir deste produto educacional no qual são apresentadas considerações sobre os processos avaliativos de professores de Matemática que atuam, no Ensino Médio, em uma escola da Rede Estadual Paulista de Ensino. Célia Maria Espasandin Lopes 6 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática 2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE O PROCESSO DE AVALIAÇÃO Teóricos contemporâneos, como Luckesi (1998, 2011), Hadji (2001), Hoffmann (2001) e Santos et al. (2010), inovam as concepções de avaliação e contribuem para a evolução do processo de ensino e de aprendizagem. Nessa perspectiva, o aluno deve apropriar-se criticamente de competências e habilidades necessárias à sua realização como sujeito crítico. Consequentemente, o professor deve conscientizar-se de que a avaliação é um processo que subsidia a identificação das dificuldades e das possibilidades de aprendizagem dos alunos, de modo a tomar decisões suficientes e satisfatórias para que o estudante possa avançar em seu processo de aprendizagem. Podemos observar que a avaliação, em nossa prática educativa, está imbuída de um grande desafio, que é o de apropriar-se da concepção formativa acerca da avaliação escolar e proporcionar educação de qualidade que não somente leve a termo a análise de rendimento escolar, mas que considere, igualmente, alternativas de superação das desigualdades sociais. A avaliação educacional, como um campo de estudos, é objeto de análise de inúmeros pesquisadores. Hadji (1994) entende que avaliar é proceder a uma análise da situação e uma apreciação das consequências prováveis de seu ato em uma dada situação. Complementando essa ideia, Fernandes (2010) considera que (…) a avaliação tem que se orientar por princípios que lhe confiram rigor, utilidade, significado e relevância social. Formular juízos acerca do valor e do mérito de um dado ente tem que resultar de um complexo, difícil, rigoroso e diversificado processo de recolha de informação e não de meras opiniões impressionistas, convicções ou percepções, que poderão ser necessárias e até bem vindas, mas que, em si mesmas, serão sempre insuficientes. (FERNANDES, 2010, p.16). Esses dois autores alertam para a seriedade com que devemos tratar a avaliação educacional, visto que ela não deve ser um fim em si mesma, pois envolve sujeitos, o que remete à implicações no campo da ética. Discutir as concepções de avaliação é adentrar um campo teórico Célia Maria Espasandin Lopes 7 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática complexo. A avaliação é um dos processos fundamentais de todo o processo educativo. Por isso nos defrontamos com um conjunto de procedimentos de avaliação derivados de diferentes práticas e processos. Nos espaços escolares, a avaliação é desenvolvida acompanhando-se e produzindo-se alguns procedimentos e instrumentos, os quais atribuem informações aos professores e alunos sobre o processo educativo. Assim, a avaliação é um dos eixos centrais da Educação. Por meio dela, podemos ir redimensionando o processo de ensino e aprendizagem, tornando-a um regulador de nossas práticas. Muitas vezes, confunde-se avaliação com instrumentos para a sua realização e aí, ao se referir à avaliação da aprendizagem, normalmente, os professores imediatamente pensam em provas. De acordo com Libâneo (1999), é necessário o uso de instrumentos e procedimentos de avaliação adequados. Geralmente, os instrumentos mais utilizados são provas (orais, escritas, individuais, em duplas), trabalhos (individuais, em duplas), atividades em classe e tarefas. Isso revela que os professores ainda mantêm a tradicional forma de avaliar por meio de trabalhos e provas. Toda e qualquer avaliação pressupõe objetos e critérios. Habitualmente, na escola, o único objeto avaliado é o aluno ou, às vezes, só a aprendizagem e somente enquanto um produto. Mas, no processo de ensino e aprendizagem, deveríamos avaliar também outras questões, tais como seus objetivos, os conteúdos, as propostas de intervenções didáticas com seus materiais e recursos utilizados. Segundo Hadji (1994) não se pode construir os instrumentos avaliativos sem um plano previamente elaborado. As informações a serem coletadas devem guardar coerência com os objetivos traçados, para que possam ser tratadas com a finalidade de ajudar as aprendizagens dos alunos. Os critérios devem ser pensados antes de se pensar nos dispositivos a serem Célia Maria Espasandin Lopes 8 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática implementados na ação avaliativa. Dessa forma, os objetivos de uma avaliação precisam estar claros não somente para os professores, mas também para os alunos. Segundo Luckesi (1998), o valor da avaliação encontra-se no fato de o aluno poder tomar conhecimento do porquê de estar sendo avaliado e assim verificar seus avanços e dificuldades. Portanto, o professor precisa ter clareza das finalidades de suas práticas avaliativas para que, depois, os alunos se apropriem de tais informações. Um dos principais aspectos a ser considerado pelos professores, com relação à avaliação da aprendizagem do aluno, é que, na realidade, essa avaliação refere-se a seu próprio desempenho como professor. Os alunos são, nesse contexto, os indicadores de seu sucesso ou fracasso profissional. Se a profissão professor, amplamente reconhecida pela sociedade, baseia-se no ato de ensinar, no fato de propiciar condições para a aprendizagem, nas circunstâncias de utilizar todos os meios e recursos emocionais, técnicos e tecnológicos, operacionais e suplementares - necessários para que a aprendizagem ocorra, só se pode considerar o professor um profissional competente a partir da constatação de que seus alunos aprenderam. Ao avaliar seus alunos, os professores estão avaliando a si mesmos, embora a maioria não tenha consciência disso ou o admita. Ensino e aprendizagem são indissociáveis e a avaliação está intrínseca a esse processo. Por isso uma atividade de ensino deve ser pensada, a fim de promover o desenvolvimento global dos alunos no que se refere aos aspectos cognitivo, afetivo, motor, atitudinal, comunicacional e valorativo. É importante que o professor perceba que os alunos que não atingiram os objetivos propostos, em um primeiro instrumento de avaliação, devem tornar-se o foco principal de sua ação pedagógica, e busque formas de envolvê-los no contexto da aprendizagem, de comprometê-los e orientá-los em Célia Maria Espasandin Lopes 9 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática todas as atividades realizadas em sala de aula, dedique-lhes uma atenção especial e demonstre real interesse em seu processo de aprendizagem. Adotar essa concepção conduz a uma prática avaliativa mais complexa e exige do professor um redimensionamento constante de suas metas educacionais. Significa assumir a avaliação como um processo contínuo e sistemático. Hoffman (2005), ao definir a avaliação como mediadora, atribui ao professor a tarefa de mediação, ou seja, da intervenção dialógica ao longo do processo ensino e aprendizagem e, em especial, diante da aprendizagem não efetivada. Orienta que se estabeleça uma visão construtivista do erro, não excretando, mas interpretando-o como tentativas de acerto, momento natural desse processo, utilizando-o como ponto de partida para redirecionar o pensamento do aluno. A autora recomenda algumas estratégias para uma ação avaliativa mediadora: oportunizar aos alunos momentos de expressar suas ideias; oportunizar discussão entre os alunos a partir de situação desencadeadora; realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos alunos; ao invés de certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as tarefas dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes oportunidades de descobrirem melhores soluções; transformar os registros de avaliação em anotações significativas sobre o acompanhamento dos alunos em seu processo de construção do conhecimento. Essas ações permitem ao aluno integrar-se de fato ao processo avaliativo podendo situar-se em relação a sua aprendizagem. Luckesi (1998) considera que a avaliação [...] pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo para aceitá-lo ou para transformá-lo. A definição mais comum adequada, encontrada nos manuais, estipula que a avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão. (LUCKESI, 1998, p.33) Célia Maria Espasandin Lopes 10 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática Nessa definição, três aspectos se evidenciam como relevantes. O primeiro refere-se a juízo de valor, um escalonamento necessário para saber quanto o objeto avaliado se aproxima do ideal estabelecido; o segundo, as manifestações relevantes da realidade, ou seja, os indicadores que delimitam a qualidade efetivamente esperada do objeto e o terceiro, a tomada de decisão, isto é, o que fazer com o objeto avaliado. Essa perspectiva permite ao professor atribuir um papel reflexivo para o ato avaliativo, na medida em que, nos procedimentos e processos de avaliação se tem a possibilidade de projetar novas possibilidades, traçar novos caminhos, elaborar novas questões e propor novos encaminhamentos para o processo de ensino e aprendizagem. Tal conceito de avaliação, marcado pela ideia da reflexão, efetiva-se como parte integrante do processo ensino e aprendizagem, auxilia na compreensão sobre a complexidade da sala de aula e da multiplicidade de culturas, de conhecimentos e de formas de aprender. A avaliação não é responsável nem pelo fracasso escolar, nem pela exclusão social e, portanto, não é apenas mudando os procedimentos de avaliação que produziremos sucesso escolar e inclusão social. As práticas de avaliação estão marcadas por essa dinâmica social de inclusão e exclusão e por essa tensão social e escolar, que vão assinalando o sucesso e o fracasso. Esses pressupostos direcionam-nos e desafiam a produzir novas práticas em avaliação que tenham, como ponto de partida, a certeza de que todos aprendem, todos têm direito a uma educação transformadora. Cabe a nós, educadores, criarmos novas dinâmicas educacionais para tanto. Buriasco (2002) afirma que a avaliação, como parte integrante das atividades escolares, possui várias funções e que uma delas tem sido pouco evidenciada, a que se refere à avaliação como reguladora do processo de ensino e aprendizagem. Nessa perspectiva, a avaliação é um procedimento importante por sua Célia Maria Espasandin Lopes 11 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática dimensão reflexiva, por sua possibilidade de projetar possibilidades e por regular os processos pedagógicos. Ela pode nos auxiliar no lidar com a complexidade do processo educativo. A sala de aula é um espaço extremamente marcado pela diferença que precisa ser considerada, pois a heterogeneidade potencializa e possibilita a construção de novos saberes. A sala de aula é constituída por pessoas diferentes, com histórias de vidas diferentes, de culturas diferentes, com modos de viver diferentes, com problemas diferentes, com possibilidades de solução também diferentes, é um espaço marcado por formas diversas de aprender, processos e resultados diferenciados. Portanto, se considerarmos essa perspectiva, a avaliação não pode trabalhar a partir de um padrão preestabelecido, precisa assumir a ideia da avaliação como uma prática de investigação. Isso permite observarmos os múltiplos resultados e, a partir deles, criar mecanismos pedagógicos para potencializar a diversidade de informações que emergem, adquirindo ampla compreensão sobre o processo. Assim sendo, surge a necessidade de criarmos novos instrumentos e novos procedimentos de avaliação com certa constância. Dessa maneira, defendemos a avaliação como um elemento integrante e regulador da prática educativa que permite uma coleta sistemática de informações as quais, uma vez analisadas, apoiam a tomada de decisões diante da promoção de significativas aprendizagens. A avaliação incide sobre as aprendizagens e competências definidas, o que nos leva a refletir sobre o processo de avaliação frente ao compromisso de educar para a compreensão humana. Para tanto, o processo de avaliação deve ser desenvolvido em conjunto com os alunos, e o foco do trabalho docente deve ser o desenvolvimento deles, daí a necessidade de sinalizar as dificuldades e os avanços que apresentam durante o processo de ensino e aprendizagem. Célia Maria Espasandin Lopes 12 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática Ao pensarmos a avaliação, não podemos desconectá-la da prática pedagógica, pois isso apenas seria possível em um processo burocrático e não educativo. Hoffman (2000) alerta para quanto a avaliação, no ambiente escolar, está carregada de significado muito diferente da avaliação em nosso cotidiano. Ao fazer essa consideração, a autora chama a atenção para a avaliação que ocorre em um tempo determinado, no dia do conselho, no dia do entregar notas, nos dias de provas... Para a autora, não há como separar o agir e o pensar, mas parece que, na escola, insistimos em dois momentos separados: o tempo de agir (dar aulas, explicações, fazer exercícios, corrigir tarefas...) e o tempo de refletir, julgar resultados (corrigir, verificar, atribuir notas e conceitos, fazer pareceres...). O processo de avaliação faz parte da formação humana, não se limita apenas a momentos para se aprovar ou se reprovar os alunos. Estes precisam ter a percepção de que, ao desenvolverem um trabalho ou ao realizarem uma prova, estão sistematizando sua aprendizagem. A escola deve ter uma proposta que incentive essa visão, pois os estudantes devem ser coautores do processo de ensino e aprendizagem. Para Muniz (2009), os professores, ao compartilharem as responsabilidades da prática avaliativa com seus alunos, de forma organizada e sistematizada, procurando torná-los protagonistas dessa prática, geram um novo equilíbrio na relação entre o professor e o aluno, provocando em todos novos comportamentos direcionados para uma avaliação emancipatória. Ao sentir-se gestor de seu processo de avaliação, o estudante passa a conscientizar-se do valor de cada momento do processo que ele vivencia para aprender e percebe que o resultado final é consequência de todos os resultados obtidos durante um determinado período de estudo. Dessa forma, a prática educativa deve prever uma diversidade de procedimentos que auxilie o aluno no seu processo de aprendizagem, promovendo a investigação, Célia Maria Espasandin Lopes aguçando a curiosidade na busca do 13 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática conhecimento. Avaliar apenas quantitativamente leva ao risco de não se ter clareza sobre a aprendizagem especifica em cada disciplina e pode ser um incentivo ao não interesse pelo conhecimento. Os estudantes podem se preocupar apenas com a nota que lhe foi atribuída e não obter clareza sobre sua aprendizagem, sobre as áreas de conhecimento. Mais do que lhes expressar uma nota ou um conceito, uma aprovação ou uma retenção, a escola tem a responsabilidade de sinalizar que conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais eles foram capazes de adquirir e em quais ainda necessitam investir. A prática avaliativa deve possibilitar ao aluno e ao professor uma reflexão sobre os resultados obtidos nos diversos instrumentos avaliativos (provas, trabalhos, seminários, autoavaliações...). As decisões sobre o processo de avaliação da escola devem ser amplamente discutidas pela equipe pedagógica, a fim de se fazer ajustes constantes sobre as práticas avaliativas. O processo de avaliação não pode ser um simples trabalho burocrático e preso a um cálculo bem elaborado e/ou uma ficha avaliativa superficial. É preciso que seja capaz de apontar os avanços que o aluno apresenta no desenvolvimento de cada área, bem como, as habilidades e competências adquiridas em cada área de conhecimento. Dessa forma, a autoavaliação realizada pelo aluno é fundamental em seu processo de aprendizagem. Ele aprende a identificar e regular suas dificuldades e encontrar auxílios para superá-las (SANMARTÍ, 2009). Um estudante, para aprender, precisa ser capaz de detectar seus obstáculos e estabelecer estratégicas de superação dos mesmos. Ele aprende muito mais quando se autoavalia ou quando é avaliado por um colega, já que, ao examinar outros trabalhos, não somente pode identificar as incoerências deles, como pode reconhecer as próprias. Capelletti (2004, p.24) defende o uso da autoavaliação, mas afirma que, para que este instrumento resulte em “vivência de uma prática de vida”, é Célia Maria Espasandin Lopes 14 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática necessário que se criem situações nas quais “o aluno atribua significado à sua aprendizagem, pela participação e autorreflexão”. Essas considerações direcionam nosso olhar para a avaliação formativa, que requer que o aluno desenvolva sua capacidade de autorregular-se e, para isso, é preciso que se aproprie dos objetivos e critérios de avaliação do professor. Tal perspectiva leva-nos a um processo de ensinar, aprender e avaliar que se transforma em um ato de comunicação social como sendo um elemento fundamental na construção do conhecimento. Isso remete a uma reflexão sobre o sentido fundamental da ação avaliativa o qual requer movimento e transformação e que se traduz em um processo de acompanhamento e regulação do ensino e aprendizagem, ou seja, uma avaliação formativa (SANTOS et al., 2010). Essa diretriz requer uma compreensão de avaliação como ação coletiva e consensual, em uma concepção investigativa e reflexiva, pois ela é que marca a busca pelo conhecimento. Uma postura cooperativa entre professor/aluno e aluno/aluno faz-se necessária na ação educativa, bem como a consciência crítica e responsável de todos sobre o cotidiano. Assumir essa perspectiva é reconhecer que a escola é um espaço de aprendizagem, de busca e encontro de conhecimento, de aquisição de cultura, de transformação social. Célia Maria Espasandin Lopes 15 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática 3 O PRODUTO: O PROCESSO AVALIATIVO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA A produção científica em Educação Matemática tem se ampliado significativamente nas três últimas décadas e com uma diversidade de temáticas abordadas. O foco na Avaliação da aprendizagem matemática tem sido uma preocupação de muitos pesquisadores nacionais e internacionais. O documento do National Council of Teachers of Mathematics (NCTM) (1991) discute a avaliação indicando que ela deve estar de acordo com três princípios gerais: (i) compatibilidade entre formas e instrumentos de avaliação e os vários componentes do currículo – finalidades, objetivos, conteúdos, processos matemáticos e experiências de aprendizagem; (ii) a diversidade de modos e instrumentos, que permitam recolher dados convergentes a partir de fontes diversas; e (iii) a adequação dos métodos e práticas de avaliação em relação ao tipo de informação pretendido, ao fim a que se destina e ao nível de desenvolvimento e maturidade do aluno. Esses princípios revelam a complexidade do processo avaliativo em Matemática, por isso tem aumentado o número de publicações sobre o assunto, em diferentes contextos, nas pesquisas brasileiras. Em 2009, o volume 33 do Bolema - Boletim de Educação Matemática – foi temático e focou a avaliação em Educação Matemática. Entretanto, pouco ainda se tem investigado sobre a prática avaliativa nas aulas de Matemática do Ensino Médio. Lopes (2011) considera que a problemática recorrente da pouca clareza sobre a identidade do Ensino Médio leva à necessidade de reflexão sobre a Educação Matemática e de novas produções científicas para esse nível de ensino. O contexto educacional brasileiro tem sido marcado por políticas públicas que promovem a realização de várias avaliações externas. Enquanto isso, nas escolas da Educação Básica, os professores têm o desafio de envolver os alunos em atividades escolares que privilegiam a aquisição de Célia Maria Espasandin Lopes 16 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática conhecimento. Perrenoud (1999) alerta-nos sobre nossas ações docentes, lembrando que nem todos os alunos estão predispostos a aprender e nossa intervenção é fundamental para envolvê-los no processo de ensino e aprendizagem através da avaliação formativa. Os bastidores das escolas públicas estaduais paulistas têm-se pautado nos resultados de avaliações internas e externas e na implementação de nova proposta curricular e material didático. Diante disso, os professores lidam com os dilemas que se impõem à sua prática docente e, consequentemente, às suas ações avaliativas. As inquietações docentes têm levado esses profissionais a debaterem suas práticas e a perceberem que somente os momentos formais de avaliação não são suficientes para coletarem dados sobre os seus alunos. De fato, é durante os momentos de aprendizagem, desenvolvidos no cotidiano da sala de aula, que o professor precisa estar atento, intencionalmente, “aos indícios vindos dos alunos, interpretá-los e agir em conformidade” (SANTOS et al., 2010, p.12). Diante disso, a avaliação precisa ser vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os alunos aprenderem. A avaliação passa a ser entendida como um processo e, assim sendo, a função de avaliar corresponde a uma análise cuidadosa das aprendizagens conseguidas diante das aprendizagens planejadas, o que se traduz em uma descrição que informa professores e alunos sobre os objetivos atingidos e aqueles nos quais se evidenciaram dificuldades. Segundo Gronlund (1974, p. 4) o “principal objetivo de toda a educação é auxiliar as pessoas a melhor se compreenderem, de modo que possam tomar decisões mais inteligentes e avaliar mais efetivamente seu próprio desempenho.” Para este autor a avaliação é mais efetiva quando se define e esclarece o que vai ser avaliado, quando se seleciona e diversifica as técnicas de avaliação de acordo com os objetivos; quando se usa apropriadamente as Célia Maria Espasandin Lopes 17 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática técnicas de avaliação tendo clareza sobre suas possibilidades e quando se tem a percepção de que a avaliação é um meio para alcançar fins e não um fim em si. Para esse autor, as técnicas de avaliação podem ser classificadas em três tipos: testes (orais ou escritos; formais ou informais; dissertativos ou objetivos, etc.), autorrelatos (entrevistas ou questionários) e observações. Essa perspectiva de técnicas de avaliação vem ao encontro do que defendemos que é a diversidade no uso de instrumentos avaliativos. Acreditamos em um processo avaliativo que auxilie na aprendizagem, que proporcione ao estudante uma visão objetiva sobre suas limitações e potencialidades de forma a lhe fornecer condições de elaborar seu planejamento de estudo. Assim a avaliação assume seu papel de contribuir para a melhoria da aprendizagem. Neste sentido, defendemos nesta pesquisa a concepção de um processo de avaliação que utilize instrumentos de avaliação formal e informal, de forma que ela: (i) se dirija ao aluno, (ii) seja parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, (iii) permita que os objetivos de aprendizagem sejam conhecidos e apropriados pelo professor e pelos alunos, (iv) tenha por enfoque tanto os resultados como os processos, (v) seja propiciadora da compreensão e reflexão dos processos de aprendizagem dos alunos, quer por parte do professor, quer por eles próprios; (vi) incentive a autoconfiança dos alunos na sua aprendizagem, e (vii) desenvolva uma postura reflexiva a partir dos dados recolhidos dos diferentes atores envolvidos no processo, de modo que todos compreendam o que estão a fazer e porquê. (SANTOS et al, 2010, p.12). Tal perspectiva pode ser considerada como um indicativo para a importância da diversidade de instrumentos a serem utilizados no processo de avaliação. A pesquisa de Mondoni e Lopes (2009) mostra a importância da diversidade de instrumentos no processo de avaliação da aprendizagem matemática. Elas utilizaram diferentes tipos de instrumentos. Na avaliação informal, usaram autoavaliação, Célia Maria Espasandin Lopes caderno piloto, carta, observação, 18 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática participação, portfólio, relatório e blog. Os instrumentos de avaliação informal eram utilizados para que os alunos tivessem vários momentos para relatar suas próprias aprendizagens e para revelar como se desempenhavam nas aulas de Matemática. Na avaliação formal, foram realizadas atividades agendadas, com conteúdo claramente proposto e definido, com objetivos e critérios de avaliação específicos. Foram usadas: atividade sistematizada, avaliação inicial individual, avaliação em dupla, avaliação em grupo e avaliação individual final. Os vários momentos de avaliação formal permitiram a confirmação de quanto o uso de diversos instrumentos de avaliação possibilitou uma aprendizagem matemática mais significativa para os alunos. Hoje se tornou importante encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado dos alunos e oferecer alternativas para uma evolução mais segura. Considerando que os dois protagonistas da avaliação são o professor e o aluno, o primeiro tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, colocar-se como parceiro. Deve-se estabelecer uma negociação na qual os critérios de avaliação sejam discutidos de forma coletiva para que se obtenham melhores resultados. Muniz (2009), ao discutir sua pesquisa de mestrado, afirma que sua experiência docente lhe proporcionou a consciência sobre a necessidade de inserir o aluno no processo avaliativo. A autora considera que, a partir do momento em que fez essa parceria com os seus alunos, quando eles faziam registros constantes sobre seus processos de aprendizagem, tiveram a oportunidade de vivenciar um processo avaliativo que lhes permitia, “a qualquer tempo, refletir para retomar seu processo de aprendizagem” (MUNIZ, 2009, p. 30). Segundo a autora, esse movimento os motivava a descobrir caminhos para promover as modificações necessárias para melhorar e acreditar em seu potencial de aprendizagem. Célia Maria Espasandin Lopes 19 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática 4 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR O texto produzido como produto educacional sobre o processo avaliativo em Educação Matemática pode ser utilizado para subsidiar as discussões/reflexões entre professores e gestores a respeito de como delinear a avaliação de forma integrada e coerente ao processo de ensino e aprendizagem da Matemática. Este material se constitui em um referencial de debate que também pode ser utilizado com alunos do Ensino Médio, de modo a envolvê-los como corresponsáveis pelo seu desenvolvimento intelectual já que eles têm se manifestado contrários a um processo de avaliação que se centra mais na prova escrita e não os auxilia na análise sobre sua aprendizagem. Célia Maria Espasandin Lopes 20 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Discutiu-se neste produto educacional questões relativas às práticas avaliativas que são utilizadas no processo de ensino e aprendizagem de Matemática nas aulas do Ensino Médio. O texto apresentado pode subsidiar estudos teóricos e discussões sobre os processos de avaliação de forma a auxiliar os professores a redimensionarem suas práticas avaliativas, considerando a avaliação como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem, e que tem a participação do aluno como coautor na análise de sua aprendizagem, assumindo a perspectiva da avaliação reguladora da aprendizagem. Consideramos relevante que a prática avaliativa não se centre sobre os alunos, e sim, que lhes possibilite serem protagonistas do processo avaliativo de forma a adquirirem clareza sobre sua aprendizagem matemática. Este produto educacional deriva de uma pesquisa (LOPES, 2013) na qual os resultados convergem para as considerações de Lopes (2010) de que um processo de avaliação precisa explicitar os objetivos propostos para o ensino e a aprendizagem; as capacidades que se pretende desenvolver durante o processo pedagógico; e quais conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais serão considerados. Os resultados que emergem desse processo devem ser utilizados para direcionar a intervenção pedagógica do professor, a fim de melhorar a aprendizagem, e para o aluno rever suas ações durante os estudos. É preciso que a avaliação, para alunos e professores, não se torne um momento angustiante de atividade de ensino e de aprendizagem. Os professores precisam empenhar-se em transformar a avaliação em um processo realmente educativo, que não se fundamente na mera cobrança de conteúdos aprendidos de forma mecânica e descontextualizada, estabelecendo-se como uma obrigação, cujo objetivo primordial é o de atribuir notas. E os alunos precisam responsabilizar-se pelo seu processo de Célia Maria Espasandin Lopes 21 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática aprendizagem, considerando que o processo avaliativo pode ser o norteador de seu desenvolvimento de apropriação do conhecimento matemático. Há necessidade de um olhar sobre a avaliação da aprendizagem escolar que possibilite a professores de Matemática e alunos do Ensino Médio outro papel no processo avaliativo, posicionamentos colaborativos no processo de ensino e aprendizagem e compartilhamento da responsabilidade na prática avaliativa, percebendo-a como elemento integrador do processo pedagógico e como uma ação mediadora. Nessa perspectiva se assumiria uma dimensão formativa da avaliação escolar, nas aulas de Matemática do Ensino Médio, implicando em práticas de diagnósticos construídas coletivamente, por professores e alunos, sobre objetivos e estratégias de ensino e aprendizagem. Célia Maria Espasandin Lopes 22 Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática REFERÊNCIAS BURIASCO, R. L. C. Sobre Avaliação e Educação Matemática. Conferência de Abertura. In: ENCONTRO PERNAMBUCANO DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 2002, Garanhuns. Anais... 2002. p.1-2. CAPPELLETTI, I. Avaliação educacional: fundamentos e práticas. São Paulo: Editora Articulação Universidade/Escola, 2004. FERNANDES, D. Acerca da articulação de perspectivas e da construção teórica em avaliação. In: ESTEBAN, T.; AFONSO, A. (Org.). Olhares e interfaces – reflexões críticas sobre a avaliação. São Paulo: Cortez, 2010. p. 15-44. GRONLUND, N. E. A elaboração de testes de aproveitamento escolar. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1974. 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