Agronomia

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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
ARTIGOS CIENTÍFICOS – AGRONOMIA
SUMÁRIO
VERIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA ENTRE ALGUMAS VARIEDADES DE
SOJA EM RESPOSTA AO PRATYLENCHUS BRACHYURUS ...............................2
ESTUDO DO EFEITO DE FITORREGULADORES EM CANA PLANTA ..........8
COMPETIÇÃO DE DEZ PROGÊNIES DE ALGODÃO DE FIBRA COLORIDA
E DUAS VARIEDADES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO MUNICÍPIO DE
UBERABA - MG ...........................................................................................................12
DIAGNÓSTICO DE TRECHO DE MATA CILIAR DO CÓRREGO
LARANJEIRAS, EM UBERABA, MG, COM VISTAS À SUA RECUPERAÇÃO
.........................................................................................................................................19
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA PRODUTIVIDADE DE
VARIEDADES DE SOJA NA REGIÃO DE UBERABA- MG................................24
EFEITO DA QUALIDADE DA ÁGUA SOBRE A EFICÁCIA DO CONTROLE
DO BICHO - MINEIRO DO CAFEEIRO .................................................................30
ESTUDO DE COMPETIÇÃO DE DUAS PROGÊNIES E TRÊS VARIEDADES
DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO MUNICÍPIO DE UBERABA-MG............35
ANÁLISE QUALITATIVA DAS ÁGUAS DE NASCENTES URBANAS:
APLICAÇÕES EM UBERABA-MG ..........................................................................41
PROGRESSÃO DE DOENÇAS DE FINAL DE CICLO EM CULTIVARES DE
SOJA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM UBERABA-MG ....................49
AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM GENÓTIPOS DE SOJA DA
GERAÇÃO F6...............................................................................................................59
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES RECIPIENTES E SUBSTRATOS NO
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CAFEEIRO............................62
CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO AO GRUPO DE
MATURIDADE RELATIVA........................................................................................69
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
VERIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA ENTRE ALGUMAS VARIEDADES DE
SOJA EM RESPOSTA AO PRATYLENCHUS BRACHYURUS
ESPÍNDOLA, S.M.C.G.1; MINARÉ, V.A. 2.
1
Professora de Fisiologia Vegetal e Melhoramento de Plantas; Coordenadora e responsável Grupo de Estudos de
Melhoramento de Plantas – GEMEP, das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected];
2
Graduanda do Curso de Agronomia e Membro do Grupo de Estudos de Melhoramento de Plantas – GEMEP, das
Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail:
[email protected];
* Projeto financiado pela Faculdades Associadas de Uberaba.
Resumo: Pratylenchus é considerando o segundo gênero de nematóides que mais causam danos às
principais culturas como a do milho, arroz, algodão, cana, feijão, etc., e em especial à soja ficando
atrás apenas do Meloidogyne sp. É denominado como nematóide de lesão, pois provoca lesões no
sistema radicular das plantas e ainda é considerado como muito agressivo por alguns autores e de
difícil controle devido ao seu tamanho e a sua capacidade de polifagia, ou seja, a capacidade que este
nematóide tem de parasitar e reproduzir em plantas hospedeiras de diferentes famílias. Outro atributo
que é caracterizado a este gênero é por sua infestação e vasta distribuição geográfica, pois se encontra
disseminado por todo território brasileiro. Por conta de todas essas características atribuídas a esse
gênero é que vem a desenvolver esse projeto com o objetivo de se verificar a resistência de genótipos
comerciais de soja junto ao Pratylenchus brachyurus. Este experimento será realizado em casa de
vegetação com as variedades comerciais mais utilizadas hoje no mercado, sob um delineamento
experimental inteiramente casualizado e com avaliação há realizar noventa dias após a inoculação
onde será quantificado o número de nematóides presentes no solo e nas raízes de cada planta segundo
a metodologia descrita por Jenkins, 1964 e Collen & D’Herde, 1972, respectivamente. O peso fresco
das raízes também será determinado e as médias dos resultados serão comparadas pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade.
Palavras chave: Fitonematóides, Glycine max (L.) Merril., nematóides das lesões.
INTRODUÇÃO
A soja é uma planta originária do Extremo Oriente e não se sabe bem ao certo, qual o primeiro
país que foi cultivada: Japão, Indonésia ou Manchúria. O fato é que ela há milênios é cultivada e
considerada nestas regiões, como a base da alimentação entre os povos (MATTOS,1987). É uma das
monoculturas mais cultivadas e consumidas em todo mundo além de ser uma cultura muito importante
no Brasil, possuindo significativa parcela de mercado, pois ocupa cerca de 20 milhões de ha. O Brasil
é o segundo maior produtor (mais de 23 milhões de toneladas), só perdendo para os USA e o primeiro
maior exportador mundial desses grãos (CONAB, 2009), exporta principalmente para os países
asiáticos e para a Europa (ALVES, 2008).
Considerada como uma fonte de proteína completa e muito utilizada na fabricação de óleos
comestíveis, bicombustíveis, preparo de rações, farelos, farinhas, resinas, compostos para as indústrias
de cosmético, farmacêutica e química, como solventes além de alimentos e seus derivados para o
homem. (POLINUTRI, 2009). Este cereal ainda é altamente nutritivo e de ótima digestibilidade.
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Possui também, alto teor de proteínas e gordura, elementos minerais (cálcio, ferro e fósforo) e boa
fonte de vitaminas A, B e G (MATTOS, 1987).
É único alimento protéico que é fornecido pelas organizações humanitárias, como a ONU, às
regiões que sofrem com os flagelos da fome desnutrição, guerras e tragédias da natureza
(POLINUTRI, 2009). A cultura da soja é uma das responsáveis pelo avanço das fronteiras agrícolas,
iniciado no Sul do país, passando pelo cerrado e hoje abrangendo região da Amazônia (ALVES,
2008).
O emprego das monoculturas traz não só os avanços tecnológicos e demais benefícios, como
também, problemas fitossanitários, com o aumento da infestação de agentes patogênicos como os
nematóides e outras pragas (ALVES, 2008). No Brasil cerca de 50 diferentes tipos de patógenos já
foram registrados (fungos, bactérias, vírus, etc.) e atacando a cultura (YORINORI, 2002), em todo
mundo esse número aumenta para mais de 100 doenças e a cada ano vem crescendo mais
(SINCLAIR, 1989). Dentre esses patógenos, merecem o destaque os fitonematóides, que causam
perdas significativas e crescentes (ALVES, 2008). Exemplos dos fitonematóides associados à cultura
da soja no País são os formadores de galha, principalmente Meloidogyne incognita e Meloidogyne
javanica (GOMES 1976); (LEHMAN, et al., 1977); nematóide do cisto da soja (NCS), Heterodera
glycines (ICHINOHE, 1952); nematóide reniforme - Rotylenchulus reniformis e os nematóides das
lesões radiculares do gênero Pratylenchus.
A espécie Pratylenchus brachyurus é a mais importante, por tratar-se de uma espécie
sabidamente agressiva e a da mais disseminados do gênero e pelo grande interesse econômico
apresentado na cultura de soja (FERRAZ, 1995). Juntamente com a expansão de áreas irrigadas no
Cerrado para a produção de sementes de soja no outono/inverno tem favorecido a sobrevivência de
alguns fungos causadores de doenças, e dos nematóides de galhas, de cisto e das lesões radiculares
(EMBRAPA, 2006). Sua dispersão se dá com partículas de solo aderidas a implementos agrícolas,
estabelecendo-se com sucesso em novas áreas graças ao seu caráter polífago (FERRAZ, 1999). A
espécie Pratylenchus possui mais de 70 espécies parasitando dezenas de vegetais dentre os mais
comuns são as gramíneas como o arroz, cana de açúcar, trigo, capins de interesse zootécnico e,
principalmente milho e em algumas espécies ornamentais e essências florestais, além da soja
(ALVES, 2008). Algumas espécies registradas das espécies de Pratylenchus, a saber: P. coffeae, P.
brachyurus, P. zeae, P. penetrans, P. neglectus, P. scribneri, P. vulnus, P. pseudopratensis, P. jaehni,
P. jordanensis e P. pseudofallax (TIHOHOD, 1993) (MACHADO, et.al. 2007).
Os danos causados são lesões na região do parênquima cortical das raízes daí a origem ao
nome de “nematóides das lesões radiculares (“lesion” ou “meadow”) (LORDELLO, 1988). Essas
lesões radiculares evoluem para podridões e necroses do sistema radicular das plantas hospedeiras e os
demais sintomas são causados por outros organismos patogênicos, como bactérias e fungos que
penetram nesses locais lesionados (ALVES, 2008).
A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região,
dependendo das condições climáticas de cada safra (Embrapa, 2000). No caso da soja, as perdas
anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, entretanto, algumas doenças
podem ocasionar perdas de quase 100% (EMBRAPA Centro Oeste, 2008).
Uma alternativa para
diminuir essas perdas é a rotação de cultura em associação com plantas resistentes a praga, sendo esta
uma das principais estratégias para o controle de nematóides em nosso país (MOURA et. al., 2008).
Na maioria dos casos, uma rotação com 1,5 a 3 anos já daria resultados para nematóides que têm
especificidade de hospedeiro (TIHOHOD, 1993), mas é uma técnica de controle pouco efetiva para o
manejo do nematóide P. brachyurus, pois este nematóide tem capacidade de se reproduzir em várias
culturas (INOMOTO et al., 2007). Para o controle de Pratylenchus brachyurus as culturas mais aptas
a ser utilizadas como rotação ou sucessão com gramíneas como a Crotalaria spectabilis e C.
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breviflora, as hospedeiras pouco favoráveis são Brachiaria humidicola, guandu anão cv. Iapar 43 e
aveia preta (INOMOTO et.al., 2007).
A forma mais eficaz e econômica de controle das doenças em plantas é a resistência genética
do hospedeiro (YORINORI, 1997; TIHOHOD, 1993). Segundo Ferraz (2006), a utilização de uma
variedade de soja resistente ao nematóide P. brachyurus é ideal no sentido de viabilizar o controle
desse nematóide. A EMBRAPA, uma empresa com grande renome nessa área de pesquisa, já tem uma
variedade que é a BR 760, recém lançada, com genótipo resistente ao ataque desse nematóide, mas
essa busca ainda é constante pelos pesquisadores de novas variedades. Os programas de
melhoramento genético da soja não contemplam P. brachyurus, provavelmente devido à incipiência e
regionalismo de trabalhos correlacionando cultivares de soja com o nematóide em questão e ao fato da
problemática ser recente (ALVES, 2008). São escassas as informações a respeito da reação das
cultivares de soja, mais utilizadas no momento no país em relação à P. brachyurus. Há necessidade,
portanto de se identificar variedades resistentes a esse nematóide. Portanto, o objetivo desse projeto de
iniciação científica, diante ao exposto, é a verificação de resistência entre algumas variedades
comerciais de soja em resposta ao nematóide de lesões (Pratylenchus brachyurus). Pois, os
nematóides são agentes patogênicos que atacam diversas culturas de interesse econômico e trazem
sérios prejuízos (ANTONIO, 1992; YAMASHITA, et. al., 1999), os prejuízos podem ser qualitativos
e quantitativos. Hoje essas perdas são, aproximadamente, de 12% na produção agrícola. Segundo
Dinardo-Miranda (1994) os nematóides do gênero Pratylenchus são considerados um dos grupos mais
prejudiciais à cultura da cana de açúcar, sendo amplamente distribuídos em canaviais do mundo
(NOVARETTI, et.al., 1977), os estudos voltados para avaliar o comportamento desses patógenos em
relação às grandes culturas ainda são poucos.
MATERIAIS E MÉTODOS
O projeto será instalado na casa de vegetação da Fazenda Escola da FACULDADES
ASSOCIADAS DE UBERABA – FAZU, em Uberaba – MG. Em um delineamento experimental que
será inteiramente casualizado contendo dez tratamentos (variedades comerciais ainda a escolher) e
duas testemunhas e ainda com seis repetições. Cada parcela será constituída por um tubete contendo
uma planta de soja. E para a avaliação da hospedabilidade desse patógeno, ocorrerá a semeadura
diretamente em tubetes contendo substrato (solo e areia na proporção de 1:1 autoclavado). Serão
utilizadas três sementes de a mesma cultivar por tubete e após sete dias de emergência das plântulas
será efetuado o desbaste deixando uma planta por recipiente. Passados vinte e um dias após o desbaste
serão feitas as inoculações dos nematóides em dois orifícios, a 2,5 cm de profundidade no solo, a 1 cm
do colo das plantas. A densidade populacional utilizada será de 1000 espécimes/planta. Esse inóculo
será fornecido pelo Laboratório de Fitonematologia da Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia – MG.
Assim, 90 dias após a inoculação dessas variedades, será então determinada a população final
de P. brachyurus. Para isso, os tubetes serão imersos em balde contendo 4L de água de torneira, para a
separação do substrato das raízes. As raízes serão lavadas em água corrente, devidamente
identificadas e armazenadas em geladeira a 6 oC. O substrato será processado pela técnica da flutuação
centrífuga em solução de sacarose (JENKIS, 1964). As raízes serão pesadas e posteriormente
processadas pelo método de liquidificador e centrífuga (COOLEN & D’HERDE, 1972). A população
final de P.brachyurus (Pf) será obtida através da contagem dos nematóides. O fator de reprodução
será estimado para cada repetição, dividindo-se a população final (Pf substrato + Pf raízes) pela inicial
(Pi). Os resultados serão submetidos à análise de variância e as médias serão comparadas pelo Teste
Scott-Knott a 5% de probabilidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do projeto encontra-se ainda em sua fase inicial que é a parte da revisão
literária, onde através de sites de publicações científicas juntamente com livros, artigos e informações,
está se aprofundando não apenas nas informações relacionadas ao nematóide de lesão como ainda
noutros gêneros de nematóides como enriquecimento literário como também, absorvendo informações
correlacionadas a cultivar em questão e seus recentes estudos, para assim, iniciar a segunda etapa que
é a reprodução do inoculo e posterior terceira etapa que está prevista para segunda quinzena de
novembro, que consiste na implantação na casa de vegetação dos genótipos e depois à inoculação e
demais etapas do projeto. A importância dessa revisão de literatura ao longo de todo experimento e
não somente na fase inicial, é que ela trará embasamentos para as interpretações das futuras análises e
auxiliará nas comparações de artigos e trabalhos já realizados por outros autores e tardiamente
efetuando comparações de resultados.
REFERÊNCIAS
ALVES, T.C.U. Reação de cultivares de soja ao nematóide das lesões radiculares Pratylenchus
brachyurus. 2008. 41f. Monografia (Pós-graduação em Agricultura Tropical) - Universidade Federal
de Mato Grosso - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária Disponível em:
<http://www.biologico.sp.gov.br/artigosok.php?id_artigo= 5 1>. Acesso em 20 mar. 2010.
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p.60-65, 1992.
CONAB. Acompanhamento da safra brasileira: Grão, Sexto levantamento. Disponível:
<http://www.conab.gov.br/conabweb/download/safra/6graos_08.09.pdf>. Acesso em: 6 Mar. 2009.
COOLEN, W.A.; D’HERDE, C.J. A method for the quantitative extraction of nematodes from
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EMBRAPA. Tecnologias de Produção de soja – Região Central do Brasil, Londrina, 2006.
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Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2008.
FERRAZ, L.C.C.B. Gênero Pratylenchus – os nematóides das lesões radiculares. Revisão Anual de
Patologia de Plantas, Passo Fundo, v.7, p. 157-195, 1999. p.
FERRAZ, L.C.C.B. Patogenicidade de Pratylenchus brachyurus a três cultivares de soja. Nematolgia
Brasileira, Brasília, v. 19, n. 1, p. 01-08, 1995.
FERRAZ, L.C.C.B. O nematóide Pratylenchus brachyurus e a soja sob plantio direto. Revista
Plantio Direto, Passo Fundo, edição 96, p. 23-27, 2006.
GOMES, P. A soja. São Paulo: Editora Nobel, 1976. 152p.
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GOULART, A.M.C. Reprodução de danos causados por Pratylenchus brachyurus (Nemata:
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Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
INOMOTO, M.M.; ASMUS, G.L.; SILVA, R.A.; MACHADO, A.C.Z.; Nematóides: Uma ameaça à
cotonicultura brasileira. São Paulo: Syngenta Proteção de Cultivos Ltda. 2007. 15p.
JENKINS, W.R. A rapid centrifugal-flotation technique for separating nematodes from soil. Plant
Disease Reporter, St. Paul, v.48, p.692, 1964.
LEHMAN, P.S.; ANTONIO, K.R.; BARKER K.R. Ocorrência de nematóides em soja nos estados
de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. In: REUNIÃO DE NEMATOLOGIA, II, Piracicaba,
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LORDELLO, L.G.E. Nematóides das plantas cultivadas. 6. ed. Editora Nobel: São Paulo, 1988,
314p.
MACHADO, A.C.Z.; OLIVEIRA, C.M.G. Diagnóstico molecular do nematóide das lesões
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brachyurus.
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<http://www.infob
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Paulo-SP, 1987.73p.
MOURA, M.F. et al.; Parâmetros genéticos da resistência da soja ao nematóide de cisto raça 1. Scielo.
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Disponível:
<
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NOVARETTI, W.R.T.; ROCCIA, A.O.; LORDELLO, L.G.E.; MONTEIRO A.R. Contribuição ao
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Brasileira de Nematologia, v.1, p. 27-32, 1977.
POLINUTRI; RUNHO, R.C.; Farelo de soja: Processamento e qualidade. São Paulo, 2009.
Disponível em: <http://www.polinutri.com.br/conteudo_artigos_anteriores_janeir o.htm>. Acesso em:
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SINCLAIR, J.B.; BACKMAN, P.A. Compendium of soybean disease. 3 ed. St Paul: APS Press,
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TIHOHOD, D. Nematologia agrícola aplicada. Jaboticabal: FUNEP, 1993. 372p.
YAMASHITA, O.M.; SILVA, J.F.V.; DIAS W.P.; GOULART, A.M.C. Reação de genótipos de soja
tipo alimento ao nematóide de cisto de soja, Heterodera glycines e ao nematóide de galha,
Meloidogyne javanica. Nematologia Brasileira. vol.23 n.1 p.17-24, 1999.
YORINORI, J.T. Soja: Controle de doenças. In: VALE, F.X.R.; ZAMBOLIM, L. Controle de
doenças de plantas: Grandes culturas. V. 2. Viçosa: UFV, 1997 Cap.21, p.953-1024.
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YORINORI, J.T. Situação atual das doenças potenciais no cone sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE SOJA, II, 2002, Foz do Iguaçu. Anais. Londrina: Embrapa CNPSoja, 2002. p.171-187.
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ESTUDO DO EFEITO DE FITORREGULADORES EM CANA PLANTA
GODINHO, N.C.A¹; LACA-BUENDIA, J.P.2; RIBAS, J.T.3; PATRICK,I.3; BRITO, L.F3;
BERNARDES,G.A.3; CARRIJO, G.T.3; STECKER, M.E.3
1
Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba, bolsista de pesquisa da Nitral Urbana
Laboratórios LTDA, e-mail : [email protected];
2
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba, email: [email protected];
3
Graduandos em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba, email: [email protected];
*Projeto financiado por: Nitral Urbana Laboratórios LTDA.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar os efeitos da utilização dos fitorreguladores: Ecomon,
Vigoral, Bioradicane e Vitalem Forte, na cultura da cana-de-açúcar, na região de Uberaba, MG. O
experimento esta sendo conduzido na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba –
FAZU, na cidade de Uberaba, MG, em um solo Latossolo Vermelho Amarelo, distrófico. O
delineamento experimental utilizado é em blocos ao acaso, com a variedade de ciclo médio, dez
tratamentos com três repetições. Cada parcela experimental será constituída de cinco linhas de 5 m de
comprimento, espaçadas de 1,5 m, perfazendo uma área total de 30 m2 por parcela e área total do
experimento de 900m². O plantio foi realizado em abril de 2010, com toletes de quatro gemas,
distribuídos conforme espaçamento anteriormente citado, na profundidade de plantio de 20 cm e
densidade de 12 gemas por metro linear. Nas avaliações serão desprezadas as bordaduras das parcelas
experimentais, sendo estas as linhas laterais e 0,5 m das extremidades, totalizando 12 m² úteis
passíveis de avaliação. Serão avaliados os parâmetros biométricos, qualitativos e produtividade. Sendo
biométricos a área foliar, altura de colmo, número de perfilhos e diâmetro de colmos; Qualitativos:
Brix, Pol, ATR, ART; Produtividade: toneladas.ha-¹. As análises individuais por caracteres serão
comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade. No presente momento o projeto
esta em execução e ainda não é possível a obtenção de quaisquer resultados.
Palavras-chaves: cana-de-açucar, brix, reguladores vegetais
INTRODUÇÃO
O município de Uberaba situa-se no Triangulo Mineiro, região conhecida como pólo
agroindustrial do Brasil, por ser responsável pela movimentação de cerca de um terço das riquezas do
Estado de Minas Gerais e com isso a geração de milhares de empregos diretos e indiretos.
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De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento, em 2008 a produção
brasileira de cana-de-açúcar chegou a aproximadamente 571,37 milhões de toneladas em 7 milhões de
hectares. O estado de Minas Gerais é atualmente o 3º maior produtor do país com uma produção de
44,12 milhões de toneladas em 6 00,7 mil hectares.
A cana-de-açúcar é uma cultura de rápido desenvolvimento vegetativo, porém com
características bem peculiares tratando-se de uma cultura semi-perene, onde não é interessante que
haja sua florescência devido as perdas incididas sobre os teores de açúcar total reduzida (ATR).
A utilização de reguladores vegetais na agricultura não é recente, porém, crescente e chegando
a ser, em determinadas situações, um fator de produção, qualidade e produtividade. O conhecimento
das substâncias de crescimento presentes nos vegetais levou à descoberta de hormônios vegetais,
responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento dos tecidos que, controlados, ou em aplicações
exógenas, podem produzir efeitos benéficos. Entre os reguladores existem as auxinas, giberelinas,
citocininas, etileno, retardadores e inibidores, que estão presentes e desenvolvem funções hormonais
distintas nos vegetais. (SILVA & DONADIO, 1997)
Diversos trabalhos verificaram o efeito de reguladores de crescimento, aplicados em pré
(CASTRO et al., 1975a; CASTRO et al., 1975b; CASTRO et al., 1981; VERRI et al., 1983;
MELOTTO et al., 1987; MILLHOLLON E LEGENDRE, 1995; WIEDENFELD, 2003) ou pósemergência (LUCCHESI et al., 1979; SHETIYA; DENDSAY, 1991; MILLHOLLON; LEGENDRE,
1995), na brotação e no desenvolvimento inicial da cana-de-açúcar, objetivando maiores
perfilhamento e produção final de colmos.
Atualmente, vem sendo incentivada a utilização de técnicas mais avançadas, como a aplicação
de reguladores vegetais, que agem alterando a morfologia e a fisiologia da planta, podendo levar a
modificações qualitativas e quantitativas na produção. A utilização dos reguladores vegetais poderá
ser uma alternativa compensadora aos investimentos e objetivos propostos à cultura da cana, por
possibilitarem incrementos no teor de sacarose, precocidade de maturação e aumento na produtividade
(MARTINS; CASTRO, 1999).
Dentro destes parâmetros o presente projeto tem por objetivo analisar os efeitos da utilização
dos fitorreguladores: Ecomon, Vigoral, Bioradicane e Vitalem Forte, na cultura da cana-de-açúcar, na
região de Uberaba, MG.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento esta sendo conduzido na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de
Uberaba – FAZU, na cidade de Uberaba, MG, cujas coordenadas geográficas são: latitude de
19º44’13 “S, longitude 47º57’27” W e altitude de 850 m, em um solo classificado como Latossolo
Vermelho Amarelo, distrófico. O clima de Uberaba é classificado pelo método de Köppen, como Aw,
tropical quente e úmido, com inverno frio e seco. A precipitação anual é de 1474 mm e a temperatura
média anual é de 22,6ºC.
O delineamento experimental utilizado é em blocos ao acaso, com uma variedade de ciclo
médio, dez tratamentos com três repetições. Cada parcela experimental será constituída de cinco
linhas de 5 m de comprimento, espaçadas de 1,5 m, perfazendo uma área total de 30 m2 por parcela e
área total do experimento de 900m².
O plantio foi realizado em abril de 2010, com toletes de quatro gemas, distribuídos conforme
espaçamento anteriormente citado, na profundidade de plantio de 20 cm e densidade de 12 gemas por
metro linear.
Os tratamentos que implantados estão relacionados na Tabela 1:
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Tabela 1 – Tratamentos a serem aplicados na cana de 1º ano
TRATAMENTOS
DOSES
Sulco
40 cm alt.
Sulco
40 cm al.
Ercomon
Vigoral
Mol
Vitalem
Forte
0,5
L
5,0
L
1L
1
Ercomon
Vigoral Mol
0,5 L 5,0 L
2
Ercomon
Vitalem Forte 0,5 L
1L
3
Ercomon
0,5 L
4
Vigoral
Mol
5
L
5
Vitalem Forte
1L
6
1L
7 Bioradicante Vigoral Mol Vitalem Forte 0,5 L 5,0 L
0,5 L 5 L
8 Bioradicante Vigoral Mol
0,5 L
9 Bioradicante
Testemunha
10
O controle das plantas daninhas, pragas e doenças será realizado quando o nível infestação
atingir o dano econômico de acordo com as determinações técnicas.
Nas avaliações serão desprezadas as bordaduras das parcelas experimentais, sendo estas as
linhas laterais e 0,5 m das extremidades, totalizando 12 m² úteis passíveis de avaliação.
Serão realizadas avaliações biométricas (área foliar, altura de colmo, número de perfilhos e
diâmetro de colmos), qualitativas (Brix, Pol, ATR, ART) e produtividade (toneladas.ha-¹).
Segundo Landell e Silva (2004), os atributos de produção determinantes para a formação do
potencial agrícola são: altura de colmo (h), número de perfilhos (C) e diâmetro de colmos (d).
Considerando-se a densidade do colmo igual a 1,0, o valor da tonelada de cana por hectare (TCH)
pode ser estimada pela fórmula abaixo, no espaçamento entre os sulcos (E):
TCH = d2 x C x h (0,007854)
E
Quanto ao teor de sacarose, serão extraídas das 30 parcelas experimentais, pelo processo
refratométrico a 20OC segundo metodologia de Scheneider (1979), expresso em graus Brix,
utilizando-se um refratômetro.
As análises individuais por caracteres serão comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5 %
de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente momento o projeto esta em execução e ainda não é possível a obtenção de
quaisquer resultados.
REFERENCIAS
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
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11
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
COMPETIÇÃO DE DEZ PROGÊNIES DE ALGODÃO DE FIBRA COLORIDA
E DUAS VARIEDADES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO MUNICÍPIO DE
UBERABA - MG
BRITO, L.F.1; BERNARDES,G.A.2; GODINHO, N.C.A.3. LACA-BUENDÍA, J.P.4; PENNA,
J.C.V.5
1
Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone:
(34) 33184188, e-mail : [email protected];
2
Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone:
(34) 33184188, e-mail : [email protected];
3
Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone:
(34) 33184188, e-mail : [email protected];
4
Professor M.Sc.das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188, email: [email protected];
5
Professor PhD. Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia – MG, fone: (34) 32182724, e-mail:
[email protected].
*Projeto financiado por: Nitral Urbana Laboratórios LTDA.
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características biométricas e
produtividade de dez progênies de algodão herbáceo de fibra colorida e duas variedades de algodoeiro
herbáceo, uma de fibra colorida (BRS Rubi) e outra de fibra branca (IAC-25), buscando demonstrar o
comportamento agronômico no município de Uberaba – MG. O experimento foi montado em um
Latossolo-vermelho distrófico de textura média, na Fazenda das Faculdades Associadas de Uberaba.
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com doze tratamentos e três repetições.
As parcelas foram constituídas de quatro linhas de cinco metros de comprimento com espaçamento
entre linhas de 0,90 m, sendo que as duas linhas centrais foram consideradas como a área útil de cada
parcela, com 7,2 m2 e as outras duas linhas, uma de cada lado, como bordaduras. O plantio foi
realizado em 15 de janeiro de 2010, com o estande de 15 sementes/metro linear. Por ocasião do
desbaste foi deixado de 10 a 11 plantas m-l. Os caracteres agronômicos avaliados foram: Altura da
inserção do primeiro ramo produtivo; altura da planta; capulhos por planta; diâmetro do caule na
colheita; estande final; índice de fibra; porcentagem de fibra; peso total das sementes; peso de 100
sementes; peso do capulho e produtividade. Não foi encontrada diferença estatística para estande final,
inserção do primeiro ramo produtivo, altura de planta, número de capulhos por planta e no diâmetro
do caule para todas as progênies e cultivares testados. Na porcentagem da fibra e no índice de fibra,
todas as progênies testadas não apresentaram diferença significativa com relação a cultivar BRS-Rubi
(fibra colorida). Os pesos totais das sementes, peso de 100 sementes e peso de capulho não foram
detectadas diferenças significativas entre os tratamentos analisados. Na produtividade, apesar de não
terem encontrados diferenças significativas entre todas as progênies comparadas com as cultivares
comerciais, podemos destacar quatro progênies (B, D, F e H), que podem ser selecionadas, pois
apresentaram rendimentos aproximadamente iguais e superiores as variedades IAC-25 e BRS-Rubi.
Palavras-chave: Características agronômicas, Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch,
melhoramento de Plantas.
INTRODUÇÃO
O algodão colorido foi desenvolvido pelos Incas e Astecas há 4.500 anos. Já foram
identificadas 39 espécies silvestres de algodão com fibras coloridas principalmente marrons. Porém já
12
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
foram descritos algodões coloridos em tonalidades verde, amarela, azul e cinza. Sendo a cor do
algodão controlada por genes maiores, o melhoramento dessa característica é simples, porém não
prescinde de autofecundação controlada pelo melhorista, para evitar segregações indesejáveis
(SILVA, 2009).
Os algodões coloridos obtidos pelo processo de melhoramento não transgênico, por
apresentarem bons padrões de resistência, comprimento, textura e uniformidade, podem ser
processados por indústrias têxteis modernas e o tecido obtido com esse algodão, possui qualidade e
estabilidade de coloração, semelhante aos tecidos coloridos artificialmente. Lembrando ainda que por
ser uma cultivar com ciclo produtivo de três anos, selecionada a partir de algodoeiros arbóreos nativos
do semi-árido nordestino, possui alto nível de resistência à seca (REGINATO, 2002).
A produção de algodão de fibra de cor, em especial marrom e verde, já é realidade no Brasil,
em especial na Região Nordeste, principalmente no estado da Paraíba que vem cultivando tais tipos de
algodões desde a safra de 2001 (EMBRAPA, 2006).
Os melhoristas brasileiros sempre buscaram obter cultivares produtivas com bom rendimento
no beneficiamento e rendimento nas características tecnológicas da fibra compatíveis com as
exigências da indústria têxtil, que nos últimos anos sofreu grandes transformações nos processos de
fiação e que, por isso, passou a demandar cultivares com padrões de fibra compatíveis com essas
mudanças. Além disso, sempre se procurou incorporar nas cultivares a resistência às principais
doenças comuns em cada região, além das resistências às pragas e a outros fatores do ambiente
(CARVALHO, 2008).
A BRS Rubi é uma cultivar de algodoeiro herbáceo que pode ser explorada na região Nordeste
nos locais zoneados para este tipo de algodão. Ela é o resultado do cruzamento de um material
introduzido de fibra marrom escuro e a CNPA 7H. Sua fibra possui uma cor marrom escura ou
marrom avermelhado. Apresenta altura média de plantas em torno de 1,10 m e o ciclo do plantio até a
colheita é de 140-150 dias. Comparativamente à CNPA 7H, a BRS RUBI possui características de
fibra um pouco inferiores, contudo quanto ao rendimento apresentam, nos ensaios, médias maiores
que esta 1539 e 1894 kg/ha, respectivamente, em regime de sequeiro, na região Nordeste, chegando a
produzir mais de 3.500 Kg/ha em alguns casos. A BRS Rubi poderá ser plantada em outras regiões
além do Nordeste, contudo devem-se escolher para o plantio áreas livres de doenças, pois a cultivar é
suscetível à maioria delas (EMBRAPA, 2003).
A cultivar IAC-25 possui resistência múltipla, em graus diversos, às doenças murcha de
Fusarium, nematóides, ramulose, mancha-angular, ramulária, alternaria, Stemphylium e mosaico das
nervuras. São plantas eficientes, sem grandes exigências nutricionais, adaptadas a diversos sistemas de
produção, mediante manejo adequado. Atendimento equilibrado da demanda dos diversos setores
envolvidos na cadeia produtiva (IAC, 2009).
As complexas e modernas instalações de beneficiamento de algodão podem danificar a
qualidade potencial de fiação das fibras se não forem operadas de maneira apropriada. Testes feitos
em laboratórios de pesquisa sobre beneficiamento do algodão revelam que vários processos podem
afetar de algum modo as propriedades mensuráveis da fibra, exceto a finura e a maturidade
(CARVALHO; SILVA; BELTRÃO, 1999).
Segundo Pitta (2008), pesquisas e melhoramento genéticos somente tinham sido feitos com as
linhagens produtoras do algodão branco e apenas há relativamente pouco tempo os algodões coloridas
passaram a ser objeto de pesquisa da Embrapa, no Brasil, já tendo obtido bastante êxito na Paraíba,
com algodão das cores marrom e creme, estando em estudo a de cor verde. Entre as tonalidades, a
verde é a mais influenciada pelo ambiente, enquanto que a creme e a marrom são mais estáveis.
Segundo Figueiredo Júnior (2004), o Brasil ocupa a quinta maior produção de algodão em
pluma do mundo, e é o sexto maior exportador, podendo ser o segundo maior produtor de algodão em
pluma no ano de 2014, ficando atrás apenas da China e ultrapassando os Estados Unidos da América.
13
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Para o Brasil conseguir exportar ele precisa diminuir seus custos de produção e promover aumento de
sua produtividade por meio do emprego de alta tecnologia e utilização de novas variedades.
Novas perspectivas para a cotonicultura mundial prometem o tamanho da área plantada com
algodão no Brasil, com mais de 1,0 milhão de hectares a serem plantadas devido à diminuição da área
plantada por Estados Unidos da América e Austrália, e também aumento da demanda das importações
de China, Índia e Paquistão, elevando assim a cotação da pluma no mercado exterior, impulsionando
as exportações brasileiras (VENDA, 2007).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características biométricas e produtividade
de dez progênies de algodão de fibra colorida (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J) e duas variedades de
algodoeiro herbáceo, uma de fibra colorida (BRS Rubi) e outra de fibra branca (IAC-25) buscando
demonstrar o comportamento agronômico no município de Uberaba-MG.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido de 15 de janeiro a 20 de julho de 2010, no município de Uberaba-MG
na fazenda escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, localizada à longitude 47° 57’ 22”
WGR, latitude 19° 44’6,82” S e altitude de 775 m. O clima segundo a classificação de Koppen é AW
(clima tropical quente e úmido com inverno frio e seco). As médias anuais de precipitação e
temperatura são de 1.474 mm e 23,2°C, respectivamente (EPAMIG / INMET, 2010).
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com doze tratamentos e três
repetições, onde foram avaliadas dez progênies: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, desenvolvidas pela
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e duas variedades comerciais de algodoeiro herbáceo:
algodão de fibra colorida (BRS Rubi) e algodão de fibra branca (IAC-25). As parcelas foram
constituídas de quatro linhas de cinco metros de comprimento com espaçamento entre linhas de
0,90m, sendo que as duas linhas centrais são consideradas como a área útil de 7,2m2 e as outras duas
linhas, uma de cada lado, como bordaduras.
O plantio foi realizado em 15 de janeiro de 2010, com o estande de 15 sementes/ metro linear.
N, P2O5 e K20. Por
A adubação de plantio utilizada foi de 500 Kg /ha-1 da fórmula 4-30-16 de
-l
ocasião do desbaste foi deixado de 10 a 11 plantas m . Posteriormente foi aplicada a adubação em
cobertura, na base de 300 kg N /ha-1, parcelada em duas vezes, a primeira 20 dias após emergência
(DAE) e a segunda 40 DAE.
Durante a fase de desenvolvimento da cultura foi realizado o controle de plantas daninhas e
pragas. Foram realizadas pulverizações semanais de Endosulfan, na dose de 2,5 L/ha, para o controle
do bicudo-do-algodoeiro e os demais tratos culturais conforme necessidade. As plantas daninhas
foram controladas com uma aplicação de MSMA (Volcane) + Diuron na dose de 3,0 + 3,0 L/ha e uma
capina manual.
Os caracteres agronômicos avaliados foram: Altura da inserção do primeiro ramo produtivo:
distância média do solo até o primeiro ramo em que há maçãs e/ ou capulhos; altura da planta:
distância média do solo até a região apical da planta, tomada na colheita final. Feitas em 10 medições
por parcela do número de capulhos por planta e do diâmetro do caule na colheita: medida do diâmetro
do caule quando a planta está pronta para realizar-se a colheita; estande final: quantidades totais de
plantas existentes na época da colheita, foram escolhidos 10 capulhos de cada fileira da área útil, no
terço médio da planta, para posteriormente, após seu descaroçamento determinar o peso total de
sementes, o peso de 100 sementes, peso de um capulho, a porcentagem de fibra e o índice de fibra
(quantidade de fibras presente em 100 sementes) e produtividade: índice que mede a produção em
relação à área útil de cada parcela.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
As amostras, depois de colhidas, foram levadas ao laboratório de análises de algodão na
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Lá foram feitas todas as análises das
características de fibra, como pesagem, descaroçamento, índice de fibras (I.F) e porcentagem de fibras
(% de fibra) representadas nas seguintes fórmulas:
Índice de Fibra =
Peso de 100 sementes (g) x Peso da Pluma total (g)
Peso total das sementes (g)
% de Fibra =
Peso de Pluma (g)
Peso total do algodão em caroço (20 capulhos /parcela)
O programa estatístico utilizado foi Assistat. As análises individuais por caracteres foram
comparadas pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 são apresentados os resultados das características morfológicas das dez progênies e
das duas cultivares sendo uma de fibra branca (IAC-25) e a outra de fibra colorida (BRS-Rubi).
Tabela 1 - Características morfológicas de dez progênies e duas variedades de algodoeiro herbáceo.
INSERSÃO DO 1°
ALTURA DA CAPULHOS POR DIÂMETRO DO
ESTANDE
RAMO
TRATAMENTOS
PLANTA (m)
PLANTA
CAULE (cm)
FINAL
PRODUTIVO (cm)
Progêne A
35,17 a*
1,39 a
9,33 ab
1,6 a
91203,7 a
Progêne B
32,03 a
1,29 a
14,77 ab
1,7 a
64351,85 a
Progêne C
31,13 a
1,3 a
10,5 ab
1,59 a
89351,86 a
Progêne D
30,43 a
1,32 a
11,7 ab
1,66 a
91203,7 a
Progêne E
32,8 a
1,24 a
6,5 ab
1,33 a
88888,88 a
Progêne F
32,73 a
1,38 a
8,73 ab
1,56 a
95833,34 a
Progêne G
30,7 a
1,33 a
6,77 ab
1,46 a
78472,23 a
Progêne H
29,47 a
1,26 a
9,8 ab
1,36 a
63888,89 a
Progêne I
28,3 a
1,24 a
11,93 ab
1,48 a
90740,75 a
Progêne J
28,3 a
1,33 a
7,1 ab
1,48 a
83796,3 a
IAC-25
31,63 a
1,58 a
9,4 ab
1,34 a
87962,97 a
BRS Rubi
32,63 a
1,25 a
5,9 b
1,28 a
92592,58 a
19,49
10,53
30,16
10,85
15,95
CV (%)
*Em uma mesma coluna, média seguida de mesma letra não diferem entre si, pelo critério estatístico de Tukey, a 5% de probab.
Observa-se que a altura de inserção do primeiro ramo produtivo em todos os tratamentos
estudados, apesar de serem significamente iguais, apresentam alturas aceitáveis. Segundo Silva
(2007), salienta a importância de uma maior altura de inserção do primeiro ramo frutífero na
eficiência operacional da colheita mecanizada, além de evitar o contato dos capulhos com o solo,
minimizando impurezas na fibra. Pode-se destacar também que o aumento da densidade de plantas na
15
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
linha faz com que ocorra elevação na altura da inserção do primeiro ramo produtivo e quanto menor o
espaçamento de acordo com Lamas (1988), menor será a altura das plantas, diâmetro do caule e
número de capulhos por planta. Os outros caracteres avaliados como capulhos por planta; diâmetro de
caule; altura da planta e estande final, não diferiram estatisticamente entre os tratamentos estudados.
De acordo com Beltrão; Azevedo; Nóbrega (2004), a altura média ideal das plantas para
colheita mecanizada, deve ser de até 1,60 m. Com esta análise pode-se concluir que os tratamentos
testados estão de acordo com as médias de alturas adaptadas à colheita mecanizada.
Observam-se na Tabela 2 os resultados obtidos através de análises de porcentagem de fibras
(%); índice de fibras (g); peso total das sementes (g); peso de 100 sementes (g); peso do capulho (g) e
a produtividade do algodão em caroço (Kg/ha).
Tabela 2 - Análise de % de fibra, índice de fibra (g), peso total da semente (g), peso de 100sementes (g), peso do capulho (g) e produtividade em
algodão em caroço (Kg/há).
PRODUTIVIDADE
ÍNDICE DE PESO TOTAL DA
PESO DE 100
PESO DO
% DE FIBRA
ALGODÃO EM
TRATAMENTOS
FIBRA (g)
SEMENTE (g)
SEMENTES (g)
CAPULHO (g)
CAROÇO (kg/ha)
Progêne A
30,28 b*
5,09 b
55,43 a
11,57 a
4,02 a
786,76 a
Progêne B
31,12 b
5,15 b
49,20 a
11,2 a
3,65 a
1397,04 a
Progêne C
30,58 b
5,35 b
62,70 a
11,97 a
4,57 a
600,7 a
Progêne D
31,53 b
5,37 b
57,23 a
11,6 a
4,22 a
1336,07 a
Progêne E
29,34 b
5,13 b
55,80 a
12,33 a
3,98 a
711,07 a
Progêne F
32,16 b
5,31 b
55,60 a
11,03 a
4,16 a
1212,92 a
Progêne G
29,56 b
4,87 b
57,37 a
11,5 a
4,11 a
972,92 a
Progêne H
30,62 b
5,02 b
60,37 a
11,17 a
4,35 a
1468,47 a
Progêne I
32,37 b
5,54 b
54,47 a
11,33 a
4,10 a
555,42 a
Progêne J
29,97 b
5,27 b
56,03 a
12,2 a
4,05 a
884,58 a
IAC-25
39,38 a
8,09 a
42,53 a
12,33 a
3,55 a
1317,6 a
BRS Rubi
28,75 b
4,63 b
71,90 a
11,4 a
5,09 a
1264,5 a
6,06
11,54
17,79
7,92
17,7
54,81
CV (%)
*Em uma mesma coluna, médias seguida pela mesma letra não diferem entre si, pelo critério estatístico de Tukey, a 5% de probabilidade.
Na porcentagem de fibra e índice de fibra, todas as progênies testadas não apresentaram
diferença significativa com a cultivar BRS-Rubi (fibra colorida), sendo que a cultivar IAC-25 (fibra
branca) mostrou-se superior a todas as progênies testadas, e também superior a variedade BRS-Rubi.
De acordo com Freire; Morello (2003), que caracterizam o algodoeiro ideal para a região do cerrado, a
porcentagem de fibra na planta deve estar entre 38 a 42%. Isso demonstra que a cultivar BRS-Rubi
(fibra colorida) e todas as progênies utilizadas obtiveram índices inferiores ao esperado e a variedade
IAC-25 (fibra branca) está dentro do padrão de porcentagem de fibra. Para o peso total da semente;
peso de 100 sementes e peso de capulho não apresentaram diferença significativa para todos os
tratamentos estudados.
Na produtividade também não foram apresentados diferenças estatísticas nos tratamentos
avaliados, mas podemos identificar que quatro progênies (B, D, F e H) foram as que apresentaram
rendimentos aproximadamente iguais e superiores as cultivares IAC-25 e BRS-Rubi. As
produtividades obtidas foram abaixo da média nacional, que podem ser em média para algodões
coloridos de mais de 3.000 kg /ha-1 na região do nordeste (CARVALHO, 2008). Devido ao um
intenso ataque de bicudo-do-algodoeiro, com níveis acima da porcentagem de maçãs atacadas (15%)
durante a condução final do experimento, as produtividades foram prejudicadas.
CONCLUSÃO
Não foi encontrada diferença estatística para estande final, inserção do primeiro ramo
produtivo, número de capulhos por planta, altura de planta e no diâmetro do caule para todas as
progênies e cultivares testados.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Na porcentagem da fibra e no índice de fibra, todas as progênies testadas não apresentaram
diferença significativa com a cultivar BRS-Rubi (fibra colorida), mas para a cultivar IAC-25 (fibra
branca) apresentaram diferenças.
Os pesos totais das sementes; peso de 100 sementes e peso de capulho não foram detectadas
diferenças significativas entre os tratamentos analisados.
Na produtividade, apesar de não terem encontrados diferenças significativas entre todas as
progênies comparadas com as cultivares comerciais, tanto de fibra branca como de fibra colorida,
podemos destacar quatro progênies (B, D, F e H) que podem ser selecionadas para teste de cultivares,
pois apresentaram rendimentos aproximadamente iguais e superiores as variedades IAC-25 e BRSRubi.
REFERÊNCIAS
BELTRÃO, N. E. M.; AZEVEDO, D. M. P.; NÓBREGA, L. B. Colheita do algodão. In: BELTRÃO,
N. E. M.; ARAÚJO, A. E. (Ed.). Algodão: o produtor pergunta a Embrapa responde. Brasília:
Embrapa informação tecnológica, 2004. P.155-164. (Coleção 500 perguntas, 500 respostas).
CARVALHO, L. P. Contribuição do melhoramento ao cultivo do algodão. In: BELTRÃO, N. E. M.;
AZEVEDO, D. M. P.(Ed.). Agronegócio do algodão no Brasil. 2 rev. ampl. Brasília: EMBRAPA,
2008. Cap. 9, p. 271-298. 2008.
CARVALHO, O.S.; SILVA, O.R.F.; BELTRÃO, N. E. M. Práticas recomendadas para o
beneficiamento do algodão. In: BELTRÃO, N.E.M. (Ed). Agronegócio do algodão no Brasil.
Brasília: Embrapa, 1999. cap.28, p. 823 – 855.
EMBRAPA. Cultivo do algodão herbáceo na agricultura familiar: Mercado e comercialização.
2006. Disponível em: <http://sistemas de producao.
cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodao/AlgodaoAgriculturaFamiliar_2ed/mercado.html>Acesso
em 01/09/2010.
EMBRAPA. Programa de Melhoramento no Cerrado. 2003. Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodao/AlgodaoCerrado/cultivares.htm
>. Acesso em: 02/09/2010.
EPAMIG/INMET. Estação Climatológica Principal de Uberaba. Dados climáticos históricos.
Uberaba, 2010.
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131 – 132.
FREIRE, E. C.; MORELLO, C. L. Cultura do algodoeiro em Goiás. Campina Grande: EMBRAPACNPA. 2003. 30p. (EMBRAPA-CNPA. Circular técnica, 68).
IAC. Cultivares. Campinas, 2009. Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/Centros/Graos_Fibras/
index.htm>. Acesso em: 01/09/2010.
17
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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LAMAS, F. N. Estudo da interação espaçamento entre fileiras x época de plantio na cultura do
algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L.). 1988. 64p. Dissertação (Mestrado)-Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa-MG, 1988
PITTA, I. Algodão colorido. 2008. p. 4. Disponível: http://www.fashionbubbles.com/ 2008/algodãocolorido/. Acesso em: 02/09/2010.
REGINATO, G. Algodão de fibra colorida: Resultados do melhoramento. 2002. 4 p. Disponível em:
<http://www.ufg.br/dbg/trab2002/melhor/mhr008.htm>. Acesso em: 10/09/2010.
SILVA, A. V. Caracteres morfológicos e produtivos do algodoeiro em diferentes configurações
de semeadura. 2007. 80 f. Tese (Doutorado-Curso de Agronomia, Escola Superior De Agricultura
Luiz De Queiróz-ESALQ /USP, Piracicaba, 2007.
SILVA, V.R. Melhoramento do algodão: Produção de algodão colorido. Curso de Agronomia. UFV:
2009, 5p. Disponível em: <http://www.ufv.br/dbg/bioano01/div12.htm>. Acesso em: 12/09/2010.
VENDA antecipada do algodão. Agroanalysis: A revista do agronegócio da FGV. Rio de Janeiro, v.
27, n. 9, p. 16, 2007.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
DIAGNÓSTICO DE TRECHO DE MATA CILIAR DO CÓRREGO
LARANJEIRAS, EM UBERABA, MG, COM VISTAS À SUA RECUPERAÇÃO.
JARDIM, F. C.1; OLIVEIRA, A.C. 2; PEREIRA, Z. S. 3; SANTOS, A. C. 4; SOUSA, K. C. 5; SOUSA,
K. C. 6; FRANCO, P. C. 7;
1
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
2
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
3
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
4
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
5
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
6
Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro
Universitário, fone: (34) 3319 8800, email: [email protected]
7 Professor da Universidade de Uberaba – Av. Nenê Sabino, 1801, Bairro Universitário, fone: (34) 3319 8800, email:
[email protected]
Resumo: Ao longo de sua evolução, o ser humano tem deixado uma marca de degradação e
exploração descontrolada dos recursos naturais. A água é um destes recursos que vem sofrendo
impactos em velocidade superior à capacidade de sua descontaminação. Sendo esse recurso
indispensável à vida no planeta, ações são desenvolvidas com a finalidade de preservar e recuperar os
corpos hídricos. Um exemplo dessas ações consiste em recuperar as matas ciliares, que funcionam
como uma barreira protetora para nascentes, rios e córregos, além de serem importantes também para
o fluxo faunístico e na conservação do solo. Tendo em vista a relevância do tema, o objetivo do
presente trabalho é realizar um diagnóstico de um trecho degradado de mata ciliar do Córrego
Laranjeiras, em Uberaba, Minas Gerais, visando uma posterior recuperação desta área. Para tal
finalidade, realizou-se visitas técnicas ao local para observação das características gerais da vegetação,
do solo e do corpo hídrico. Foi realizada medição da área impactada, com o uso de aparelho GPS.
Realizou-se também um levantamento das principais espécies de fauna e flora encontradas no local,
bem como do tipo de solo e foi feita entrevista com moradores do entorno, para obter informações a
respeito da degradação. Constatou-se que a área degradada consiste em 964 m². Um dos principais
fatores de sua degradação foi o Pró-Varzea, que consistia em um incentivo ao plantio em áreas
caracterizadas por solos hidromórficos. Esta área encontra-se dominada por capim braquiária e capim
napier. Existem também exemplares arbóreos, como o tento e sangra d’água. Há presença de espécies
invasoras, como o cipó liana, que recobre as copas das árvores, podendo ser prejudiciais às mesmas,
através do sufocamento que este cipó pode ocasionar. Foi observada a presença de samambaiaçu,
espécie ameaçada de extinção. Verificou-se vestígios de animais, como capivaras e répteis, como
sucuri. Há uma grande quantidade de insetos, borboletas e pássaros. Quanto ao solo, existem locais
com características de cambissolos, outros locais apresentam solos hidromórficos e gleissolos. O
curso d’água apresenta leito basáltico. O córrego tem largura de, em média, 3 metros. Este trabalho
permite uma reflexão a respeito do modelo de uso e ocupação do solo que predomina ao longo dos
anos nas áreas rurais. Este uso se deu de forma predatória e trouxe conseqüências que perduram até os
dias atuais. Dessa forma, projetos de reflorestamento são de suma importância para a conservação e
recuperação daquilo que ainda está disponível no meio ambiente. E, para a efetivação dessas ações,
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25 A 29 de outubro de 2010
torna-se fundamental o desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental junto aos
proprietários, de forma que estes se tornem os agentes de conservação de suas próprias áreas.
Palavras-chave: reflorestamento, recuperação, mata ciliar, diagnóstico, degradação ambiental.
INTRODUÇÃO
Ao longo de sua jornada evolutiva o ser humano tem constantemente degradado o ambiente
em que vive. Extraindo o que lhe é útil e devolvendo ao meio aquilo que não lhe serve mais em forma
de resíduos, muitas vezes tóxicos. O solo, os rios e a atmosfera estão cada vez mais poluídos e o que
parecia inesgotável começa a apresentar indícios de que são finitos ou não tem tempo de se
regenerarem devido ao elevado potencial poluidor das atividades antrópicas. Assim, cresce a
preocupação com a preservação dos recursos naturais e com o desenvolvimento sustentável.
A água é um recurso natural essencial ao ser humano. Dessa forma, medidas a fim de preservar
este recurso vem sendo adotadas, embora de forma gradativa. Projetos de recomposição das matas
ciliares são executados a fim de preservar os corpos hídricos e recuperar essas áreas, uma vez que
estas sofrem intenso impacto, principalmente devido ao uso e ocupação desordenado do solo, por
meio de atividades exploradoras, como a agricultura e a pecuária.
A recuperação de áreas degradadas é, portanto, uma consequência do uso incorreto da
paisagem e fundamentalmente dos solos por todo o país, sendo apenas uma tentativa limitada de
remediar um dano que na maioria das vezes poderia ser evitado (Rodrigues e Gandolfi, 2004).
No Brasil, a primeira Lei que protege as matas ciliares é o Código Florestal, de 1965. A
legislação determinava que fossem preservados apenas 5 metros de mata ciliar às margens de corpos
d’água com até 10 metros. Somente em 1986, com a Lei 7511, essa faixa a ser preservada passou para
30 metros, sendo aumentada de acordo com a largura do curso de água.
A expressão florestas ciliares envolve todos os tipos de vegetação arbórea vinculada à beira de
rios. Fitoecologicamente trata-se da vegetação florestal às margens de cursos d’água, independente de
sua área ou região de ocorrência e de sua composição florística (Ab’Saber, 2004). Do ponto de vista
ecológico, estas áreas tem sido consideradas como corredores extremamente importantes para o
movimento da fauna ao longo da paisagem, assim como para a dispersão vegetal (Lima e Zaika,
2004).
As vegetações das matas ciliares atuam como barreira de proteção das nascentes e cursos
d’água, sendo de grande importância para o equilíbrio ecológico dos ecossistemas, oferecem proteção
ao solo, filtrando agentes poluentes, tais como agrotóxicos, efluentes, dentre outros resíduos, garantem
qualidade da água e ambiente saudável, que propicia preservação da fauna. Conforme Brito, (2006)
sem as matas, as nascentes, os rios e ribeirões vão ficar desprotegidos. Com o passar dos anos, eles
secam. Em vez de água em seus leitos, terão areia.
Considerando a importância do tema, o principal objetivo do presente trabalho consiste em
realizar o diagnóstico de um trecho da mata ciliar do córrego Laranjeiras, localizado no município de
Uberaba, Minas Gerais, para tornar viável uma posterior recomposição da flora, uma vez que esta se
encontra bastante impactada.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do proposto neste trabalho, de forma satisfatória, a metodologia
adotada consistiu em visitas técnicas ao local de estudo, para levantamento de informações necessárias
para a realização do diagnóstico da área. Este diagnóstico contemplou os seguintes aspectos:
•
Avaliação das condições atuais da área degradada: características gerais da vegetação, do solo
e do corpo hídrico;
20
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
•
Medição das dimensões da área impactada e do curso d’água, utilizando aparelho de GPS,
trena e câmera fotográfica.
•
Levantamento das principais espécies de flora e fauna local;
•
Levantamento do tipo de solo presente no local;
•
Diagnóstico de possíveis problemas ambientais e propostas de soluções para os mesmos;
•
Entrevista com os moradores do entorno, a fim de se coletar informações sobre os estado
posterior à degradação ocorrida, ou sobre ocasião em que a degradação era menos intensa que
atualmente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O trecho a ser reflorestado corresponde a uma área de 964m² (Figura 1). Esta área foi escolhida
devido ao alto grau de degradação, sendo recoberta em uma grande extensão pelo capim braquiária
(Brachiaria decumbens) (Figura 2) e tendo, também, como espécie invasora o capim napier
(Pennisetum purpureum) (Figura 3), que compete por luz e nutrientes com espécies locais existentes
ao longo da margem do córrego.
Figura 1: Área a ser recomposta
Fonte: Google Earth, 2006; formatação: Oliveira, 2010.
Figura 2: Área coberta por braquiária
Fonte: Autores, 2010
Figura 3: Área coberta por capim napier
Fonte: Autores, 2010
Também foram observadas espécies nativas, como o tento (Ormosia paraensis) que estão
sendo aos poucos impedidas de crescer, devido à presença dessas espécies invasoras, como o cipó
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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liana (Figura 4), outra invasora encontrada em abundância na área, que recobre as copas das árvores,
levando-as ao sufocamento e morte.
Figura 4: Cipó Liana
Fonte: Autores, 2010
No entanto, observou-se que o outro lado da margem estava conservado, sendo encontradas,
inclusive, espécies ameaçadas de extinção, como a samambaia Açu (Dicksonia sellowiana) que
também faz parte da flora ao longo do trecho escolhido, assim como vários outros tipos de
samambaias e espécies mais comuns de árvores, como a sangra d’água.
Quanto à fauna, há vestígios de animais, como capivara e répteis, como sucuri. No córrego
vivem peixes como o lambari, bagre e cascudo. Às margens do córrego é possível observar uma
grande quantidade de insetos, borboletas e pássaros.
O tipo de solo é bem diversificado estando ainda, em alguns lugares, em processo de formação
(cambissolos). Há locais onde o solo apresenta característica de solo hidromórfico e gleisssolos,
apresentando a cor cinza escuro e há locais, às margens do córrego, que apresentam uma camada
superficial de arenito. O curso d’água apresenta leito basáltico, caracterizando que a região em outras
eras geológicas passou por derramamentos vulcânicos.
A média da largura do córrego é de 3 metros. De acordo com a legislação vigente, das quais
cita-se a Resolução do CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, nº 303, de
20 de março de 2002, os cursos de água que contenham até 10 metros de largura, devem ter uma faixa
preservada de 30 metros, em ambas as margens.
CONCLUSÃO
O presente estudo possibilita uma reflexão acerca do uso das áreas rurais, que vem sendo
exploradas, ao longo dos anos, de forma degradante ao meio ambiente em que estão inseridas. Como
exemplo disso estão as atividades agropecuárias, que avançam sobre áreas que deveriam ser
preservadas, comprometendo a qualidade de meio ambiente e a sustentabilidade do próprio
empreendimento, uma vez que este é dependente dos bens e recursos extraídos da natureza, daí a
necessidade de serem aplicadas medidas mitigadoras, a fim de conservar aquilo que ainda está
disponível.
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Dessa forma, ações de reflorestamento são de grande importância, uma vez que colaboram na
preservação do solo e das águas, além de outros benefícios já citados anteriormente.
E para que essas ações que buscam conservar o meio ambiente sejam ainda mais eficientes, se
faz essencial desenvolver um trabalho de educação ambiental com o proprietário da terra para que este
se torne também um agente de conservação, a fim de tornar os empreendimentos rurais cada vez mais
sustentáveis.
REFERÊNCIAS
RODRIGUES, Ricardo Ribeiro; GANDOLFI, Sergius. “Conceitos, tendências e ações para a
recuperação de florestas ciliares”, in: RODRIGUES, Ricardo Ribeiro e LEITÃO FILHO,
Hermógenes de Freitas. 3ª Ed. Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, Edusp p/ Fapesp,
2004, p.15-25.
AB’SABER, Aziz Nacib. “O suporte Geológico das florestas beiradeiras (ciliares)”, in:
RODRIGUES, Ricardo Ribeiro e LEITÃO FILHO, Hermógenes de Freitas. 3ª Ed. Matas ciliares:
conservação e recuperação. São Paulo, Edusp p/ Fapesp, 2004, p.15-25.
LIMA, Walter de Paula; ZAIKA, Maria José Brito. “Hidrologia de Matas Ciliares”, in:
RODRIGUES, Ricardo Ribeiro e LEITÃO FILHO, Hermógenes de Freitas. 3ª Ed. Matas ciliares:
conservação e recuperação. São Paulo, Edusp p/ Fapesp, 2004, p.15-25
BRITO, Francisco. Corredores Ecológicos: uma estratégia integradora na gestão de ecossistemas.
Florianópolis, Ed. Da UFSC, 2006.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. 2002. Resolução Conama nº 303.
Disponível em:< www.mma.conama.gov.br/conama> Acesso em out. 2010.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE SEMEADURA NA PRODUTIVIDADE DE
VARIEDADES DE SOJA NA REGIÃO DE UBERABA- MG
FRAGA JÚNIOR, C.L.1; ESPINDOLA, S.2; TEIXEIRA, G.A.C,1; LIMA, P. C.de1; SILVA, G. A.1;
MORAES, R.S.de1; MINARÉ, V.A1; DUARTE, R.P.3; CUNHA, F.A.G3
1
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 9939-2344, e-mail: [email protected];
2
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, e-mail:
[email protected];
3
Engenheiro Agrônomo: [email protected]
3
Engenheiro Agrônomo: [email protected]
* Projeto desenvolvido em parceria com Fazu/Fundagri e Dow Agroscience
Resumo: Uma má recomendação da população de plantas por hectare, bem como a época de
semeadura de uma variedade comercial pode interferir diretamente no desempenho dela no campo,
reduzindo todos os componentes de produção e por conseqüência sua produtividade. O objetivo do
presente trabalho foi avaliar a influência da época de semeadura na produtividade de variedades de
soja na região de Uberaba-MG. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados,
em esquema fatorial 10x2 (genótipos e épocas de plantio) com duas repetições. As parcelas
experimentais consistiram de quatro linhas de 5 m, sendo que a área útil usada para avaliação da
produtividade foi de 4 m2. A produtividade foi obtida por meio da colheita e trilhagem das plantas da
área útil. As sementes foram pesadas em balança de precisão e transformadas a 13% de umidade. Os
valores obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste de F e as médias comparadas por
meio do uso do pacote estatístico Genes. Os genótipos avaliados mostraram bom desempenho
produtivo, tanto na primeira como na segunda época de plantio, no município de Uberaba, sob as
condições da safra 2009/2010. A época de semeadura não influenciou na produtividade das variedades
plantadas. Porém a cultivar 5G770 RR merece destaque por apresentar as maiores produtividades nas
duas épocas de plantio.
Palavras-chave: Glycine max, época de plantio, cultivares
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos 90 programas nacionais de melhoramento genético da soja desenvolveram
cultivares com maior potencial de produtividade e mais exigentes em ambiente e manejo (HEIFFIG,
2002). Segundo Almeida et.al. (1999), uma cultivar soja deve ter alta produtividade, estabilidade de
produção e ampla adaptabilidade aos mais variados ambientes existentes na região onde é
recomendada. A resistência genética às principais doenças e pragas e a tolerância aos fatores
limitantes edafo-climáticos são garantias de estabilidade de produção e de retorno econômico que
podem ser ofertadas com o uso de semente de cultivares melhorada.
Uma cultivar altamente produtiva representa uma combinação bem balanceada de genes. Uma
vez atingido este equilíbrio, ganhos adicionais de produtividade tornam-se mais difíceis de serem
conseguidos (ALMEIDA & KIIHL,1998).
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Dentre os fatores que atuam diretamente na cultura o fotoperíodo pode ser limitante com
respeito à introdução de novas seleções em diferentes latitudes e, conforme Dutra (1986), Muitas
cultivares possuem uma faixa de época de plantio muito restrita, em virtude da resposta ao
fotoperíodo. Como esse fator varia também com a latitude, a introdução de cultivares em determinada
região deve levar em consideração o grau de sensibilidade dessas cultivares. Tal sensibilidade é
característica variável entre cultivares, ou seja, cada uma possui seu fotoperíodo crítico, acima do qual
o florescimento é atrasado. Assim cultivares das regiões de grande latitude floresce muito cedo
quando cultivadas nas regiões de dias curtos (VERNETTI, 1983).
Trabalhos realizados em melhoramento genético visando à criação de novas cultivares de soja
compreendem a seleção de diferentes genótipos, a partir de combinação e incorporação de importantes
características agronômicas em várias linhagens, que, além de elevado potencial produtivo, sejam
adaptadas às mais diversas condições edafoclimáticas do território brasileiro.
Entre os principais fatores do clima que determinam a melhor época de semeadura para soja
destaca-se a umidade e a temperatura do solo por ocasião da implantação da cultura e, especialmente,
a distribuição das chuvas durante a fase reprodutiva (MARTINS et. al. 1999).
A época de semeadura determina a exposição das plantas às variações na distribuição dos
fatores climáticos e contribui fortemente para a definição da duração do ciclo, da altura da planta e da
produção de grãos. De modo geral, semeaduras em épocas anterior ou posterior ao período mais
indicado para uma dada região reduzem o porte e o rendimento das plantas (EMBRAPA 2008).
A duração do ciclo das cultivares e a época de semeadura devem condicionar que a
germinação, o crescimento e a reprodução das plantas, até a plena formação dos grãos, ocorram
durante o período de maior probabilidade de ocorrência de temperatura e umidade favoráveis, na
maioria dos anos (MARTINS et. al. 1999).
Dessa forma, a identificação da melhor época de plantio e desempenho das cultivares tem sido
uma importante etapa no processo de desenvolvimento de novas cultivares de soja. Neste trabalho
objetivou-se avaliar a influência da época de semeadura em cultivares de soja na região de UberabaMG.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Escola das Faculdades Associadas de UberabaFAZU localizada em Minas Gerais- com altitude de 780 m, em um Latossolo Vermelho distrófico,
textura média. O clima da região, segundo classificação de Köeppen, é Aw, tropical quente úmido
com inverno frio e seco, precipitação e temperatura média anual de 1474 mm de 22,6ºC,
respectivamente.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial
10x2x3, correspondente às cultivares, épocas de semeadura e número de repetições (duas épocas
diferentes com intervalos de vinte e cinco dias entre um plantio e outro) a primeira época foi plantada
dia 14 de novembro de 2009 e a segunda época foi plantada dia 09 de dezembro de 2009,
respectivamente. As parcelas experimentais constaram de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com
5,0m de comprimento, onde as duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para coleta de
dados, descartando meio metro de cada extremidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja foram conduzidas de acordo com os
procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da interferência de plantas daninhas e
pragas.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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Os dados de produtividade em Kg.ha-1, calculados a partir do material colhido e trilhado em
cada parcela útil e corrigidos a 13% de umidade.
Os valores obtidos foram submetidos à análise e de variância pelo teste de F e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade por meio do uso do pacote estatístico Genes
(CRUZ, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises individuais e conjuntas do rendimento de grãos das cultivares de
soja nas duas épocas de plantio estão apresentados na Tabela 1. Os valores dos coeficientes de
variação, por serem inferiores a 20%, se mostraram satisfatórios (GOMES, 2000). Constatou-se efeito
significativo entre os tratamentos na primeira e segunda época de plantio. Já a análise de variância
conjunta dos dados não apresentou significância na interação época de plantio e produtividade, ou
seja, não houve influência da época de plantio na expressão da produtividade dos genótipos avaliados.
Diversos trabalhos tem mostrado que a época de semeadura, além do rendimento, afeta a arquitetura
e o desenvolvimento das plantas, dificultando a colheita mecânica em virtude das reduções na altura
da planta e altura de inserção de vagem (CÂMARA, 1991; PELÚZIO et al.2006).
Tabela 1 – Análise de variância individual e conjunta da produtividade de grãos
genótipos de soja de, avaliados nas duas épocas de plantio, em Uberaba –MG
1ª. Época de plantio
Fonte de variação
Gl
QM
F
2
226103.84633
Blocos
9
1247677.05422
22.4535
Tratamento
18
55567.12522
Resíduo
8.61759
C. V (%)
2ª. Época de plantio
Fonte de variação
Gl
QM
F
2
287599.9
Blocos
9
649583.77778
4.8551
Tratamento
18
133793.45556
Resíduo
15.73238
C. V (%)
Análise conjunta
Fonte de variação
GL
soma dos quadrados quadrados médios
2
1104.639633
5523.19817
Blocos
9
15435974.31067
1715108.25674
Genótipos
1
2526586.56267
2526586.56267
Ambientes
9
1639373.17733
182152.57526
Trat. x Ambiente
36
3408490.454
94680.29039
Resíduo
12.16
C. V (%)
C.V.: coeficiente de variação
(kg.ha-1), dos
F
9.41578
9.83675
1.92387
-
26
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25 A 29 de outubro de 2010
O teste de comparação das médias de produtividade indicou diversidade entre os genótipos
avaliados tanto na primeira quanto na segunda época de plantio (Tabela 2 e 3) com médias que
variaram de 1631 a 3455 Kg.ha-1 e 1366 a 2938 Kg.ha-1, respectivamente.
Na primeira época de plantio a 5G770 foi a cultivar que apresentou melhor desempenho
produtivo, embora não tenha apresentado diferença significativa da P98Y11, M7908RR, 5G830RR e
05RR25734. Sendo que elas apresentaram excelente desempenho de pelo menos 50 sacas por hectare.
A M9056RR foi a que apresentou menor desempenho produtivo diferindo estatisticamente de
todas as demais.
Tabela 2: Teste de comparação entre as médias de produtividade dos genótipos para a primeira
época de plantio em Uberaba-MG
Genótipo
Ciclo (dias)
Rendimento de grãos (kg.ha-1)
5G770 RR
124
3455a
P98Y11
122
3392ab
M7908RR
125
3227abc
5G830 RR
124
3143abc
05RR25734
136
3095abc
BRS Valiosa RR
128
2747bcd
CD 219 RR
128
2598cde
P98Y51
129
2145def
M8867RR
145
1917ef
M9056RR
145
1631f
Média
131
2735
CV(%)
8,61
DMS-Tukey(5%)
690,01
* Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha não se diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
No geral, as médias de produtividade dos genótipos plantados na primeira época se
apresentaram superiores quando comparadas com a segunda época de plantio. Pesquisas realizadas no
Brasil, demonstram que a época de semeadura é a variável que produz maior impacto sobre o
rendimento da cultura da soja. Para as condições brasileiras, a época de semeadura varia em função do
cultivar, região de cultivo e condições ambientais do ano agrícola, geralmente apresentando uma faixa
recomendável de outubro à dezembro. O mês de novembro, de maneira geral, tem proporcionado os
melhores resultados de produtividade nos estados onde a cultura é cultivada tradicionalmente
(NAKAGAWA et al., 1983).
A maior média de produtividade observada na segunda época de plantio, assim como na
primeira, foi expressa pelo genótipo 5G770RR diferindo estatisticamente somente da M9056RR que
apresentou menor produtividade nesse período.
27
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Tabela 3: Teste de comparação entre as médias de produtividade dos genótipos para a
segunda época de plantio em Uberaba-MG.
Genótipo
Ciclo (dias)
Rendimento de grãos (kg.ha-1)
5G770 RR
122
2938a
P98Y11
122
2793a
M7908RR
122
2618a
5G830 RR
122
2118a
05RR25734
122
2345a
BRS Valiosa RR
124
2574ab
CD 219 RR
124
2494ab
P98Y51
124
1952ab
M8867RR
131
2049ab
M9056RR
131
1366b
Média
125
2324,7
CV(%)
15,73
DMS-Tukey(5%)
1070,69
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha não se diferem estatisticamente
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
CONCLUSÃO
Os genótipos avaliados mostraram bom desempenho produtivo, tanto na primeira como na
segunda época de plantio, no município de Uberaba, sob as condições da safra 2009/2010.
A época de semeadura não influenciou na produtividade das variedades plantadas. Porém a
cultivar 5G770 RR merece destaque por apresentar as maiores produtividades nas duas épocas de
plantio.
REFERÊNCIAS
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CAMARA, Gil Miguel de Sousa (Org.). Soja Tecnologia da produção. Piracicaba: Publique 1998. p.
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ciclo precoce no município de Piracicaba - SP. Scientia Agricola, v.55, n.3, p.403-412, 1998.
CRUZ, C. D. Programa GENES: aplicativo computacional em genética e estatística. UFV :
Viçosa, 1997.
28
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
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e 2010. Outubro de 2008. p.415-416.
GOMES, P. F. Estatística experimental. Piracicaba, SP: ESALQ, 2000. 477 p.
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Piracicaba, 2002.
KIIHL, R.A.S.; GARCIA, A. The use of the long-juvenile trait in breeding soybean cultivars. In:
WORLD SOYBEAN RESEARCH CONFERENCE, 4., Buenos Aires, 1989. Proceedings. Buenos
Aires: World Soybean Research Conference, 1989. p.994-1000.
MARTINS, M. C. et.al. Épocas de semeadura, densidade de plantas e desempenho vegetativo de
cultivares de soja. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.56, n.4, p.1-10.
NAKAGAWA, J. et.al. Épocas de semeadura de soja: I. Efeitos na produção de grãos e nos
componentes da produção. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.18, n.11, p.1187-1198, 1983.
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VERNETTI, F. de J. et. al. Soybean breeding for the far south of Brazil. Unidade de Execução de
Pesquisa de Ambito Estadual de Pelotas, Pelotas, p.11-19, 1983.
29
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
EFEITO DA QUALIDADE DA ÁGUA SOBRE A EFICÁCIA DO CONTROLE
DO BICHO - MINEIRO DO CAFEEIRO
COSTA, J.O.² ; COELHO, L.F.S ²; NOBRE, M.O.R.²; RODRIGUES, L.M.²; LACA-BUENDIA, J.
P.¹ ;
1
Professor Mestre das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188,
e – mail: [email protected]
2
Graduandos do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188, e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
Resumo: O bicho-mineiro do cafeeiro (Perileucoptera coffeella) é uma praga que pode causar
prejuízos na produção da ordem de 52%. O controle químico quando realizado via pulverização pode
ser influenciado por diversas variáveis, dentre elas a água usada para o preparo da calda. Este trabalho
foi conduzido com o objetivo de avaliar as três possíveis fontes de água da Fazenda Escola da FAZU
– Faculdades Associadas de Uberaba, sobre a eficácia do controle químico via pulverização contra o
bicho – mineiro do cafeeiro. Os tratamentos foram calda preparada com água de poço artesiano + 0,2L
do produto comercial, calda preparada com água fornecida pela empresa de abastecimento local
(CODAU) + 0,2L do produto comercial, calda preparada com água do afluente do rio Uberaba + 0,2L
do produto comercial, calda preparada com água destilada + 0,2L do produto comercial, calda
preparada com água de poço artesiano + 0,3L do produto comercial, calda preparada com água
fornecida pela empresa de abastecimento local (CODAU) + 0,3L do produto comercial, calda
preparada com água do afluente do rio Uberaba + 0,3L do produto comercial, calda preparada com
água destilada + 0,3L do produto comercial e testemunha sem controle. Avaliou – se a porcentagem
de infestação e concluiu – se que os tratamentos que envolveram a água destilada e água do afluente
tiveram menor infestação. E isso deve – se ao baixo teor de carbonato de cálcio e ao pH não alcalino
dessas águas quando comparadas com as águas da codau e do poço artesiano.
Palavras-chave: Perileucoptera coffeella; eficácia; fontes de água; pulverização.
INTRODUÇÃO
O bicho-mineiro do cafeeiro (Perileucoptera coffeella) é uma praga exótica, tendo como
região de origem o continente africano, e a sua presença foi constatada no Brasil a partir de 1851,
quando aqui entrou, provavelmente através de mudas de café provenientes da Antilhas e da Ilha de
Bourbon. É uma praga monófaga, atacando somente o cafeeiro (REIS; SOUZA, 1986).
O bicho-mineiro do cafeeiro na fase adulta é uma mariposa de coloração geral brancoprateado. Durante o dia as mariposas escondem-se na folhagem, instalando-se na página inferior das
folhas do cafeeiro, ou de outros vegetais. Durante a tarde ou ao anoitecer deixam o abrigo e iniciam a
postura, na página superior das folhas do cafeeiro. A lagarta ao nascer passa diretamente do ovo para
o interior da folha, alimentando-se então do tecido existente entre as duas epidermes e deixando um
vazio na área em que se nutriu, chamado de mina (SOUZA, et al.,1998).
As minas irão secar e formar áreas necrosadas, diminuindo a área foliar responsável pela
fotossíntese. E, além disso, o ataque provoca a desfolha do cafeeiro por meio do estímulo da produção
do hormônio de abscisão foliar, o ácido abscísico. E assim, essa desfolha afetará a produtividade do
30
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
ano seguinte. Trabalhos realizados no Sul de Minas mostraram que a praga causou prejuízos na
produção da ordem de 52%, devido à desfolha de 67% em outubro, ocasião em que ocorreu a florada
(REIS et al., 1976).
O controle químico do bicho-mineiro do cafeeiro pode ser realizado através de inseticidas em
pulverizações ou em aplicação via solo (SOUZA, et al.,1998).
Quando feito via pulverização, o controle químico pode ser influenciado por diversas
variáveis, dentre elas a qualidade da água usada para o preparo da calda.
Atualmente muito tem se discutido sobre a qualidade da água utilizada nas pulverizações,
principalmente com relação ao pH. Outro aspecto muito discutido é a dureza (teor de carbonato de
cálcio) que é comum em águas captadas nas zonas rurais, devido constituintes naturais das rochas e do
solo ou de outras fontes (CONCEIÇÂO, 2003).
Desta forma, o presente trabalho vem propor uma avaliação das três possíveis fontes de água
da Fazenda Escola da FAZU – Faculdades Associadas de Uberaba, comparada com água destilada,
sobre a eficácia do controle químico via pulverização contra o bicho – mineiro do cafeeiro.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Fazenda Escola da FAZU-Faculdades Associadas de
Uberaba-MG, em altitude de 780m, 19º44’de latitude sul e 47º57’ de longitude oeste de Greenwich,
em uma área com café Catuaí irrigado por gotejamento, com espaçamento de 3,5m x 0,5m e solo
Latossolo-Vermelho Distrófico.
A fazenda possui relevo levemente ondulado, com vegetação típica de cerrado. De acordo com
a INMET-EPAMIG, Estação Experimental Getúlio Vargas, a fazenda recebe precipitação média de
1589,4 mm/ano, evapotranspiração de 1046 mm e temperatura média anual de 21,9º C.
Foram utilizadas as três fontes de água da Fazenda Escola da FAZU (água de poço artesiano,
água da CODAU e água de afluente do rio Uberaba) e água destilada, intercaladas com duas dosagens
do princípio ativo cypermethrin.
Assim definiu – se os seguintes tratamentos: calda preparada com água de poço artesiano +
0,2L do produto comercial, calda preparada com água fornecida pela empresa de abastecimento local
(CODAU) + 0,2L do produto comercial, calda preparada com água do afluente do rio Uberaba + 0,2L
do produto comercial, calda preparada com água destilada + 0,2L do produto comercial, calda
preparada com água de poço artesiano + 0,3L do produto comercial, calda preparada com água
fornecida pela empresa de abastecimento local (CODAU) + 0,3L do produto comercial, calda
preparada com água do afluente do rio Uberaba + 0,3L do produto comercial, calda preparada com
água destilada + 0,3L do produto comercial e testemunha sem controle.
Utilizou – se essas duas dosagens, pois são as duas extremidades do que é recomendado pelo
fabricante.
O delineamento utilizado foi o DBC – Delineamento em Blocos Casualizados, com 9
tratamentos e três blocos. Cada unidade experimental foi constituída de 7 plantas sendo descartadas as
plantas da extremidade de cada unidade experimental, nas avaliações de infestação.
Antes da pulverização foi feito um monitoramento da infestação através de coleta de folhas do
terço superior. Assim que essa infestação atingiu 20%, realizou – se a pulverização com os devidos
tratamentos utilizando – se a bomba costal.
A limpeza, antes e entre os tratamentos, da bomba costal foi feita com água em abundância.
Essa água da lavagem foi eliminada em locais variados, para evitar desequilíbrios.
31
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
A deriva foi evitada programando – se o horário das pulverizações, evitando assim, os ventos
excessivos.
As fontes de água foram submetidas à análise química de pH e dureza (teor de carbonato de
cálcio).
Após 15 dias da pulverização, efetuaram – se cinco avaliações da porcentagem de folhas
minadas. Essas avaliações foram feitas semanalmente, coletando 10 folhas por planta, 50 por parcela e
verificando a porcentagem de folhas minadas.
Essas porcentagens de infestação foram submetidas a análise de variância e teste de Tukey a
5% para a comparação das médias. O software utilizado foi o Sisvar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises químicas das fontes de água usadas nos tratamentos são
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Resultados de análises das águas
Água do poço artesiano
Água da codau
Água do afluente
Água destilada
pH
8,2
8,4
7,0
7,0
Dureza ou quantidade de CaCO3 (mg/L)
108
78
48
0
Pode – se observar que o pH está diretamente relacionado com a dureza da água. Com exceção
da água de poço artesiano, que possui a maior dureza e nem por isso apresenta o maior pH. Isso pode
ser explicado pela presença de outras substâncias que elevam o pH na água da Codau.
A evolução da infestação pode ser observada no GRAF. 1.
35
30
25
20
15
10
5
0
1ª avaliação
2ª avaliação
3ª avaliação
4ª avaliação
5ª avaliação
PA – 0,3
Infestação (%)
PA – 0,2
CO – 0,2
AF – 0,2
DE – 0,2
CO – 0,3
AF – 0,3
DE – 0,3
TE
Gráfico 1 – Evolução da infestação nos tratamentos
Os resultados das avaliações de infestações após a pulverização estão dispostos na Tabela 2.
32
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Tabela 2. Efeito da qualidade da água sobre a eficácia do
controle químico do bicho – mineiro – do cafeeiro. Uberaba
– MG, 2010.
Tratamentos
Testemunha (sem controle)
Água de poço artesiano + 0,3L/ha
Água de poço artesiano + 0,2L/ha
Água da codau + 0,2L/ha
Água da codau + 0,3L/ha
Água do afluente + 0,2L/ha
Água do afluente + 0,3L/ha
Água destilada + 0,2L/ha
Água destilada + 0,3L/ha
CV (%)
Infestação (%)
23,2 a
16,8 b
15,6 b
13,2 c
11,2 d
9,2 e
8,8 ef
7,6 f
5,2 f
17,96
Pode – se observar que como era esperado o tratamento testemunha sem controle teve maior
infestação do bicho – mineiro do cafeeiro. Também pode – se observar que os tratamentos que
utilizaram a água de poço artesiano foram os que tiveram a maior infestação entre os tratamentos
pulverizados, não diferindo significativamente entre si.
A explicação para esse desempenho pode vim da análise química da água, quanto a pH e
dureza, que indicaram a água de poço artesiano com a maior dureza entre as águas usadas nos
tratamentos e um dos pH mais alcalinos, só ficando atrás da água da codau.
Isto está de acordo com Coutinho, Cordeiro; Motta (2005), que disseram que conhecendo se a dureza da água, pode - se calcular o índice aproximado da reação do produto (inativação) com os
íons de cálcio presentes na solução através da seguinte fórmula:
Volume (L/ha) x Dureza (Ca) x 0,0047 = % inativado
Dose do produto (Kg/ha)
Os tratamentos que utilizaram a água da codau foram os que tiveram o segundo pior
desempenho seguido pelos tratamentos que utilizaram a água do afluente do rio Uberaba, que tiveram
o terceiro pior desempenho.
Os tratamentos que utilizaram a água destilada foram os que tiveram o melhor desempenho.
Porém o tratamento com água destilada + 0,2L/ha do produto comercial não diferiu do tratamento que
utilizou água do afluente + 0,3L/ha do produto comercial.
CONCLUSÃO
A infestação do bicho – mineiro do cafeeiro, após pulverização com cypermethrin intercalado
com diferentes fontes de água, evolui de diferentes maneiras em função dessas fontes de água usadas
no preparo da calda de pulverização.
Sendo que os tratamentos que envolveram a água destilada e água do afluente tiveram menor
infestação. Isso pode ser explicado pelo baixo teor de CaCO3 e pelo pH não alcalino dessas águas
quando comparadas com as águas da codau e do poço artesiano.
REFERÊNCIAS
33
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
CONCEIÇÃO, M. Z. Defesa vegetal: legislação normas e produtos fitossanitários. In: ZAMBOLIN,
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orientar o uso de produtos fitossanitários. 2 ed. Viçosa, MG: UFV; São Paulo: ANDEF, 2003. p. 168.
COUTINHO, P. O.; CORDEIRO, C. A. M. MOTTA, F. Tecnologia de aplicação de defensivos.
[S.1.]: Dupont, 2005. 15p.
REIS, P. R.; SOUZA, J. C. Pragas do cafeeiro. In: Cultura do cafeeiro: fatores que afetam a
produtividade. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1986. p.
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REIS, P. R.; SOUZA, J. C. de; LIMA, J. O. G.; de; MELO, L. A da S. Controle químico do “bichomineiro” das folhas do cafeeiro, Perileucoptera coffeella (Lepidóptera-Lyonetiidae). In;
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Janeiro, IBC/GERCA, 1976. p. 238-9.
SOUZA, J. C. et al. Bicho-mineiro do cafeeiro: Biologia, Danos e Manejo Integrado. Belo
Horizonte: EPAMIG, 1998.
34
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
ESTUDO DE COMPETIÇÃO DE DUAS PROGÊNIES E TRÊS VARIEDADES
DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO MUNICÍPIO DE UBERABA-MG
BERNARDES, G. A.1; BRITO, L. F.2; GODINHO, N.C.A.3; LACA-BUENDÍA, J. P.4
1Graduando em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba - Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34)
33184188, e-mail: [email protected];
2
Graduando em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba - Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34)
33184188, e-mail: [email protected];
3
Graduando em Agronomia pelas Faculdades Associadas de Uberaba - Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34)
33184188, e-mail: [email protected];
4
Professor M.Sc.das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188, email: [email protected].
*Projeto financiado por: Nitral Urbana Laboratórios LTDA.
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características agronômicas e de fibra de
duas progênies e três variedades de algodoeiro herbáceo, buscando demonstrar o comportamento
agronômico no município de Uberaba – MG. O experimento foi montado em um Latossolo-vermelho
distrófico de textura média, na Fazenda das Faculdades Associadas de Uberaba. Utilizou-se o
delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições, onde foram
avaliadas três variedades: Delta Opal; EPAMIG Precoce-1 e IAC -25, e duas progênies: CNPA 98 –
568 e IAC PV 07 – 142 (algodão vermelho). As parcelas foram constituídas de quatro linhas de cinco
metros de comprimento com espaçamento entre linhas de 0,90 m., sendo que as duas linhas centrais
são consideradas como a área útil de 7,2 m2 e as outras duas linhas, uma de cada lado, como
bordaduras. O plantio foi realizado em 15 de janeiro de 2010, com o estande de 15 sementes/metro
linear. As adubações de plantio e cobertura foram realizadas conforme recomendações técnicas da
cultura. Por ocasião do desbaste foi deixado de 10 a 11 plantas m-l. Os caracteres agronômicos
avaliados foram: Altura da inserção do primeiro ramo produtivo; altura da planta; diâmetro do caule
na colheita, estande final, índice de fibra, porcentagem de fibra, peso total das sementes, peso do
capulho e produtividade do algodão em caroço. A cultivar IAC-25 e a progênie IAC PV 07-142 foram
as que apresentaram a maior altura. Entre os genótipos estudados o que mais se destacou foi a cultivar
EPAMIG Precoce-I apresentando a maior média 3.102 kg/ha. A progênie IAC PV 07-142 revela-se
uma planta promissora, pois seus resultados foram satisfatórios em quase todas as características
avaliadas. A cultivar IAC-25 e a progênie IAC PV 07-142 foram as que apresentaram a maior altura,
necessitando o uso de reguladores de crescimento para realização da colheita mecânica.
Palavras-chave: Características agronômicas, melhoramento, algodão.
INTRODUÇÃO
A espécie G. hirsutum L., é uma das dez principais espécies domesticadas pelo ser humano
entre mais de 230 mil espécies de plantas superiores denominadas de espermatófitas. O algodoeiro é a
35
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
única espécie domesticada, tida em termos econômicos como trina, por produzir fibra - seu principal
produto - que atualmente ainda veste quase metade da humanidade, óleo que serve para alimentação
humana e para a produção de energia (biodiesel) (BELTRÃO; AZEVEDO, 2008).
A presença de novas cultivares, algumas das quais com 42% de fibra (rendimento industrial) e
resistência múltipla a doenças (viroses, bactérias e fungos) e a nematóides, e novas tecnologias de
manejo cultural tem garantido produtividades acima de 1000 Kg de fibra por hectare, só atingida por
cinco países produtores em todo o mundo, isso em regime de irrigação e custo mais elevado que o
nosso (BELTRÃO; AZEVEDO, 2008).
Os melhoristas brasileiros sempre buscaram obter cultivares produtivas com bom rendimento
no beneficiamento e rendimento nas características tecnológicas da fibra compatíveis com as
exigências da indústria têxtil, que nos últimos anos sofreu grandes transformações nos processos de
fiação e que, por isso, passou a demandar cultivares com padrões de fibra compatíveis com essas
mudanças. Além disso, sempre se procurou incorporar nas cultivares a resistência às principais
doenças comuns em cada região, além das resistências às pragas e a outros fatores do ambiente
(CARVALHO, 2008).
Os programas de melhoramento que priorizam o desenvolvimento de cultivares a serem
plantadas no Centro-Oeste do Brasil têm procurado desenvolver sementes com todas as características
citadas anteriormente, porém as cultivares disponíveis no mercado apresentem aspectos a serem
melhorados (FREIRE; FARIAS 2001).
A cultivar Delta Opal (Delta and Pine) é amplamente plantada no Brasil. Material exigente em
fertilidade, altamente produtivo, alto rendimento e qualidade de pluma (MDM, [s.d.]). Possui um
porte que varia de 1,50 a 1,60m de altura, com seus capulhos pesando em média 5,3g. A planta possui
um rendimento de fibra de 39 a 42% com uma uniformidade de comprimento de 84,7%, a resistência
desta fibra pode chegar a 31 gf/Tex. É resistente a viroses, bacterioses e alternaria. Têm
susceptibilidade a nematóides, ramulária e ramulose (FREIRE; MORELLO; FARIAS 2007).
A cultivar IAC-25 possui resistência múltipla, em graus diversos, às doenças murcha de
Fusarium, nematóides, ramulose, mancha-angular, ramulária, alternaria, Stemphylium e mosaico das
nervuras. São plantas eficientes, sem grandes exigências nutricionais, adaptadas a diversos sistemas de
produção, mediante manejo adequado. Atendimento equilibrado da demanda dos diversos setores
envolvidos na cadeia produtiva (IAC, 2009).
Já a cultivar EPAMIG Precoce 1 possui um ciclo que varia de 110-140 dias sob sistema
irrigado e de 110 -120 dias em sistema sequeiro. Seu porte pode variar de 0,9 m a 1,10 m de altura. A
produtividade média é 3.494 kg de algodão em caroço/ha. E uma produtividade máxima quando
irrigado de 4.137 kg ha-! e de 2.830 kg ha-1 em sequeiro. Possui resistência a viroses e tolerância a
doenças como: alternaria bacteriose, murchamento avermelhado, murcha de Fusarium e de
Verticillium, ramulária e ramulose, é susceptível a nematóides (FALLIERI et al., 1999).
A progênie IAC 07-142 é uma linhagem portadora do gene que confere cor vermelha a planta,
devido ao pigmento antocianina. Tal característica é tida como fator de resistência ao bicudo-doalgodoeiro, pelo mecanismo de não-preferência. Originou-se de cruzamento entre o germoplasma
“Texas Red” e a linhagem IAC 91/318 (proveniente da cultivar Acala del Cerro), realizado no
Instituto Agronômico de Campinas, em 1995. A linhagem em questão foi obtida em 2006, após
sucessivas resseleções em progênies e linhagens resultantes do mencionado cruzamento (FUZATTO,
2009, citado por HENRIQUE, 2009).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características agronômicas e de fibra de
duas progênies e três variedades de algodoeiro herbáceo, buscando demonstrar o comportamento
agronômico no município de Uberaba – MG.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido em 15 de janeiro de 2010, no município de Uberaba – MG na fazenda
escola das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, localizada à longitude 47° 57’ 22” WGR,
latitude 19° 44’6,82” S e altitude de 775 m. O clima segundo a classificação de Koppen é AW (clima
tropical quente e úmido com inverno frio e seco). As médias anuais de precipitação e temperatura são
de 1.474 mm e 23,2 °C, respectivamente (EMBRAPA, 2009)
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro
repetições, onde foram avaliadas cinco variedades: Delta Opal, EPAMIG Precoce-1, CNPA 98 -568
IAC PV 07-142 (algodão vermelho) e IAC-25. As parcelas foram constituídas de quatro linhas de
cinco metros de comprimento com espaçamento entre linhas de 0,90 m., sendo que as duas linhas
centrais foram consideradas como a área útil de 7,2 m2 e as outras duas linhas, uma de cada lado,
como bordaduras.
O plantio foi realizado em 15 de janeiro de 2010, com o estande de 15 sementes/metro linear. A
adubação de plantio utilizada foi de 500 Kg /há-1 da fórmula 4-30-16 de N, P2O5 e K20. Por ocasião
do desbaste foi deixado de 10 a 11 plantas m-l. Posteriormente foi aplicada a adubação em cobertura,
na base de 300 kg N ha-1, parcelada em duas vezes. A primeira 20 dias após emergência (DAE) e a
segunda 40 DAE.
Durante a fase de desenvolvimento da cultura foi realizado o controle de plantas daninhas e
pragas. Foram realizadas pulverizações quinzenais de Endosulfan para o controle do bicudo e os
demais tratos culturais conforme necessidade.
Os caracteres agronômicos avaliados foram: Altura da inserção do primeiro ramo produtivo:
distância média do solo até o primeiro ramo em que há maçãs e/ou capulhos; altura da planta:
distância média do solo até a região apical da planta, tomada quando as plantas atingem 50% dos
capulhos abertos e na colheita final. Feitas em 10 medições por parcela; diâmetro do caule na colheita:
medida do diâmetro do caule quando a planta está pronta para realizar-se a colheita (75 a 80% dos
capulhos abertos); estande final: quantidade total de plantas existentes na época da colheita; por
ocasião da colheita, foram escolhidos 10 capulhos de cada fileira da área útil, no terço médio da
planta, para posteriormente, após seu descaroçamento determinar o peso total de sementes, o peso de
100 sementes, peso de um capulho, a porcentagem de fibra e o índice de fibra (quantidade de fibras
presente em 100 sementes) e produtividade: índice que mede a produção em relação à área plantada.
As amostras, depois de colhidas, foram levadas ao laboratório de análises de algodão na
EPAMIG. Lá foram feitas todas as análises das características de fibra, como pesagem,
descaroçamento, índice de fibras (I.F) e porcentagem de fibras (% de fibra) representados nas
seguintes fórmulas.
% de Fibra =
Peso de 100 sementes (g) x Peso da Pluma total (g)
Peso total das sementes (g)
Índice de Fibra =
Peso de Pluma (g)
Peso total do algodão em caroço (20 capulhos /parcela)
37
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
O programa estatístico utilizado foi Assistat. As análises individuais por caracteres foram
comparadas pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 são apresentados os resultados das características morfológicas dos genótipos
avaliados. Observou-se diferença significativa apenas na altura das plantas.
Tabela 1 - Características morfológicas dos genótipos avaliados
TRATAMENTOS
INSERSÃO
DO1°1°
INSERÇÃO DO
ALTURA DAS CAPULHOS DIÂMETRO DO
RAMO
RAMO
PLANTAS (m) POR PLANTA
CAULE (cm)
PRODUTIVO
(cm)
PRODUTIVO (cm)
ESTANDE FINAL
(pl/ha)
Delta Opal
33,63 a *
1,50 b
8,00 a
1,31 a
120486,1 a
EPAMIG Precoce-I
35,63 a
1,37 b
8,88 a
1,24 a
140972,2 a
IAC-25
38,75 a
1,71 a
7,88 a
1,40 a
144097,2 a
CNPA 98-568
35,13 a
1,54 b
7,63 a
1,28 a
114583,3 a
IAC PV 07-142
42,13 a
1,73 a
9,63 a
1,36 a
126041,7 a
CV (%)
17,38
18,27
14,74
8,51
10,11
* Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo critério estatístico de Tukey, a 5% de
probabilidade.
Percebe-se que a altura de inserção do primeiro ramo produtivo em todos os genótipos, apesar
de serem estatisticamente iguais, apresenta alturas boas. Em trabalho realizado por Silva (2007),
salienta a importância de uma maior altura de inserção do primeiro ramo frutífero na eficiência
operacional da colheita mecanizada, além de evitar o contato dos capulhos com solo, minimizando
impurezas na fibra. Pode-se destacar também que o aumento da densidade de plantas na linha faz com
que ocorra elevação na altura da inserção do primeiro ramo produtivo e quanto menor o espaçamento
de acordo com Lamas (1988), menor será a altura das plantas, diâmetro do caule e número de
capulhos por planta. Os outros caracteres avaliados como capulhos por planta e diâmetro de caule não
diferiram estatisticamente entre os genótipos estudados.
A cultivar IAC-25 e a progênie IAC PV 07-142, mostraram-se superiores estatisticamente em
comparação com os outros genótipos utilizados em relação à altura de plantas, porém de acordo com
Beltrão; Azevedo; Nóbrega (2004), a altura média ideal das plantas para colheita mecanizada, deve ser
de até 1,60 m. Com esta análise pode-se concluir que a cultivar e a progênie não estão de acordo com
as médias de alturas adaptadas à colheita mecanizada e devendo ser usado reguladores de crescimento.
Observa-se na Tabela 2 os resultados obtidos através de análises de porcentagem de fibras,
índice de fibras, peso total das sementes, peso do capulho, peso total da pluma e a produtividade do
algodão em caroço.
38
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Tabela 2 - Análise de % de fibra, índice de fibra, peso total das sementes (g), peso do capulho (g), peso total da pluma (g), produtividade algodão
em caroço (kg/ha) dos genótipos avaliados.
TRATAMENTOS
% DE FIBRA
ÍNDICE DE
FIBRA
PESO TOTAL
PESO TOTAL DAS PESO DO
SEMENTES (g) CAPULHO (g) DA PLUMA (g)
PRODUTIVIDADE
ALGODÃO EM
CAROÇO (kg/ha)
Delta Opal
40,79 a*
7,67 a
61,73 b
5,28 a
43,03 a
1979,72 a
EPAMIG Precoce-I
38,09 b
7,33 a
79,08 a
6,50 a
49,48 a
3102,19 a
IAC-25
38,78 ab
8,40 a
75,48 a
6,26 a
47,88 a
2588,02 a
CNPA 98-568
39,77 ab
7,92 a
71,43 a
6,03 a
43,33 a
1902,71 a
IAC PV 07-142
40,07 ab
8,53 a
64,98 b
5,52 a
48,53 a
2282,88 a
CV (%)
2,94
7,59
9,83
10,05
11,63
22,62
* Em uma mesma coluna, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si, pelo critério estatístico de Tukey, a 5% de probabilidade.
De acordo com Freire; Morello (2003), que caracterizam o algodoeiro ideal para a região do
cerrado, porcentagem de fibra na planta deve estar entre 38 a 42%. Isso demonstra que todas as
cultivares e progênies utilizadas obtiveram índices superiores ao esperado dando-se destaque a
cultivar Delta Opal, que apresentou superioridade nessa avaliação.
No índice de fibra (peso de fibras existentes em 100 sementes) todas as cultivares e progênies
não se diferenciaram estatisticamente.
Para o parâmetro peso total das sementes de 20 capulhos as cultivares EPAMIG Precoce-I,
IAC-25 e a progênie CNPA 98-568 não diferiram estatisticamente entre si, porém se mostraram
superiores aos outros. O peso do capulho não houve diferença significativa entre os genótipos, a maior
média foi a da cultivar EPAMIG Precoce-I. Essa média foi maior que a encontrada por Henrique
(2009).
O peso total de 20 capulhos não apresentou diferença estatística entre cultivares e progênies.
Analisando a produtividade, percebe-se que os valores encontrados estão abaixo da média
nacional que segundo a Conab (2010) é de 3.624 kg/ha. A cultivar EPAMIG Precoce-1 se destaca
como a de maior produção por hectare em valores absolutos, mas estatisticamente não houve
diferença significativa entre os tratamentos testados. Essa redução drástica na produtividade deu-se
por dois motivos: fatores climáticos desfavoráveis e grande incidência do bicudo-do-algodoeiro
(Anthonomus grandis).
De acordo com a Conab (2010) houve uma redução de 2% na produtividade e uma redução de
4% na produção de algodão em caroço em Minas Gerais, devido a grande quantidade de chuvas
durante a fase reprodutiva.
O ataque do bicudo-do-algodoeiro reduziu em média 33% que causou perdas das estruturas
frutíferas com a consequente redução da produção de algodão. Fato este já encontrado por Fallieri et
al. (1999) que obteve uma diminuição de 40% e por Henrique (2009) que obteve uma redução de 36%
na produtividade do algodoeiro herbáceo no município de Uberaba-MG.
CONCLUSÃO
A cultivar IAC-25 e a progênie IAC PV 07-142 foram as que apresentaram a maior altura,
necessitando o uso de reguladores de crescimento para realização da colheita mecânica.
Entre os genótipos estudados o que mais se destacou foi a cultivar EPAMIG Precoce-1 foi a
cultivar que mais se destacou em termos de produção, apresentando a maior média 3.102 kg/ha.
A progênie IAC PV 07-142 revela-se uma planta promissora, pois seus resultados foram
satisfatórios em quase todas as características avaliadas.
Na percentagem de fibra a cultivar Delta Opal, apresentou superioridade nessa avaliação.
39
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Redução drástica na produtividade de 33 % que se deu por dois motivos: fatores climáticos
desfavoráveis e grande incidência do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis).
REFERÊNCIAS
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(Ed.). Agronegócio do algodão no Brasil. 2 rev. ampl. Brasília: EMBRAPA, 2008. p. 13.
BELTRÃO, N. E. M.; AZEVEDO, D. M. P.; NÓBREGA, L. B. Colheita doa lgodão. In: BELTRÃO,
N. E. M.; ARAÚJO, A. E. (Ed.). Algodão: o produtor pergunta a Embrapa responde. Brasília:
Embrapa informação tecnológica, 2004. P.155-164. (Coleção 500 perguntas, 500 respostas).
CARVALHO, L. P.. Contribuição do melhoramento ao cultivo do algodão. In: BELTRÃO, N. E. M.;
AZEVEDO, D. M. P.(Ed.). Agronegócio do algodão no Brasil. 2 rev. ampl. Brasília: EMBRAPA,
2008. Cap. 9, p. 271-298. 2008 a.
CONAB Companhia Nacional de Abastecimento. Brasil. 12º Levantamento de Grãos Set/2010.
Disponível
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FALLIERI, J. et al. Novas cultivares de algodoeiro: EPAMIG-4 (Redenção) e EPAMIG-5 (Precoce1). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34, n. 8, p. 1505-1509, ago. 1999.
FREIRE, E. C.; FARIAS, J. C.. Cultivares de algodão para o centro-oeste. In: EMBRAPA
AGROPECUÁRIA OESTE; EMBRAPA ALGODÃO (Brasil). Algodão: tecnologia de produção.
Dourados: EMBRAPA, 2001. p. 159-179.
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FREIRE, E. C.; MORELLO, C. L.; FARIAS, F. J. C.. Melhoramento do algodoeiro no cerrado. In:
FREIRE, E. C. (Ed.). Algodão no cerrado brasileiro. Brasília: ABRAPA, 2007. Cap. 8, p. 267-318.
HENRIQUE, F. H. Comportamento morfológico e agronômico de genótipos de algodoeiro no
município de Uberaba-MG. (Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia). FAZU, 2009. 33 p.
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LAMAS, F. N. Estudo da interação espaçamento entre fileiras x época de plantio na cultura do
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SILVA, A. V. Caracteres morfológicos e produtivos do algodoeiro em diferentes configurações
de semeadura. 2007. 80 f. Tese (Doutorado- Curso de Agronomia, Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiróz-ESALQ/USP, Piracicaba, 2007.
40
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
ANÁLISE QUALITATIVA DAS ÁGUAS DE NASCENTES URBANAS:
APLICAÇÕES EM UBERABA-MG
OLIVEIRA, Aires Humberto de [1]
[1] Aluno do Bacharelado em Eng. Ambiental, Universidade de Uberaba: Av. Nenê Sabino, 1801 Bairro UniversitárioCEP: 38.055-500. Telefone: (34)3319-8800. Correio eletrônico: [email protected]
RESUMO
A gestão eficiente de dados é um diferencial ao alcance de sucessos na tomada de decisões,
consequentemente, o tratamento adequado desses dados é crucial no processo decisório atual. No
intuito de compreender as mais diversas situações em que tantas variáveis poderiam se apresentar e
suas interações, o PNUMA iniciou em 1995 um programa chamado GEO (Global Environment
Outlook), que é uma avaliação sistemática das condições que podem interferir na qualidade do
ambiente urbano. A partir de uma avaliação percebeu-se que o alto índice de urbanização tende a
potencializar os impactos no meio e nas sociedades, tornando necessária a utilização de ferramentas
metodológicas para quantificar e propor soluções a estes problemas. Como parte deste mecanismo de
análise o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) ainda lançou
especificamente para a América Latina e Caribe o Projeto GEO Cidades que, segundo a ONU, é uma
ferramenta que fornece aos governos, cientistas, tomadores de decisões e público em geral
informações confiáveis e de fácil entendimento sobre suas cidades. Basicamente o objetivo deste
trabalho foi produzir um relatório de avaliação das águas das nascentes urbanas de Uberaba baseados
na metodologia GEO. Foram selecionadas as nascentes d’água dentro da área urbana do município,
adotando-se a mesma nomenclatura de referência às nascentes que a utilizada nos relatórios da
prefeitura, realizou-se contato com o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de
Uberaba e foram solicitadas análises físico-químicas da água coletada nas diferentes nascentes
urbanas, neste procedimento foram adotadas as análises físico-químicas do Laboratório
Macrorregional de Uberaba, unidade de testes do Governo Estadual de Minas Gerais. Selecionou-se
uma série de Jan/2008 a Jun/2009 como parâmetro primário, alternando a amostragem entre períodos
chuvosos e secos para melhor caracterização e representatividade das amostras. Foram escolhidos os
indicadores mais diretos a respeito de contaminação de águas: pH, turbidez, presença de coliformes
totais e ocorrência de Escherichia coli. Seguiram se as etapas de georreferenciamento, visitas técnicas
e fotografia, levantamento qualitativo de informações sobre modificações e eventuais incidentes com
potencial poluidor nas nascentes e entorno. Foi estudada a topografia dos locais onde as fontes se
encontram, a fim de se determinar possibilidades de escoamento, influências externas, foi observada
uma tendência destes pontos se localizarem nas bordas da cidade (ocupação e urbanização recentes),
indício de que o crescimento urbano tem interferido na dinâmica hídrica da área, uma vez que a
impermeabilização do solo e canalização de fontes mais antigas têm modificado o perfil de
escoamento.Segundo o estabelecido neste estudo todas as fontes, exceto quatro, foram consideradas
impróprias para consumo. O estudo alerta para um problema invisível, tendo como resultado maior a
prevenção, que é melhor e mais barata do que tratamentos paliativos.
Palavras chave: Água; Análise; Contaminantes; GEO Cidades; Gestão; Urbana.
INTRODUÇÃO
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
A gestão eficiente de dados é um grande diferencial em alcance de sucessos ou fracassos na
tomada de decisões, consequentemente, o tratamento adequado desses dados transformando-os em
informação é crucial no processo decisório atual. As políticas públicas no âmbito do meio ambiente
podem representar, tratando-se de degradação, um retrocesso de décadas ou séculos, interferindo
assim, no ciclo natural dos ecossistemas. Portanto, o prévio conhecimento de estruturas e sistemas
ambientais é de suma importância para a correta tomada de decisões por parte dos governos,
sociedade civil e órgãos ambientais, tais decisões, embasadas em informações meticulosamente
retiradas e comprovadas podem representar uma verdadeira defesa do meio e da comunidade, como
em casos que envolvem atividades cotidianas, a disposição final de lixo urbano, as implicações da
atmosfera urbana na saúde, e mesmo na alimentação ou o acesso à água potável (MONTEIRO, 2001).
No intuito de compreender as mais diversas situações em que tantas variáveis poderiam se
apresentar, ou como uma delas poderia afetar o comportamento das outras, o PNUMA1 iniciou em
1995 um programa chamado GEO (Global Environment Outlook), que é uma avaliação sistemática
das diversas condições que podem interferir na qualidade do ambiente urbano.
A partir de uma avaliação inicial percebeu-se que o alto índice de urbanização tende a
potencializar os impactos no meio e nas sociedades, tornando necessária a utilização de ferramentas
metodológicas para quantificar e propor soluções a estes problemas ambientais. Como parte deste
mecanismo adotado para solucionar problemas locais tendo em vista um panorama global, o PNUMA
ainda lançou especificamente para a América Latina e Caribe o Projeto GEO Cidades que é uma
ferramenta que procura fornecer aos governos nacionais, cientistas, tomadores de decisões e público
em geral informações atuais, confiáveis e de fácil entendimento sobre suas cidades, visando à
melhoria ambiental e socioeconômica (ONU, 1995). Basicamente o objetivo daquele trabalho foi
produzir relatórios de avaliação ambiental baseados na metodologia GEO. No Brasil, com o apoio do
Ministério do Meio Ambiente ocorreu a produção de dois relatórios ambientais integrados de cidades,
Rio de Janeiro e Manaus.
O projeto GEO Cidades além de pouco explorado pelos grupos envolvidos à época, representa
uma importante ferramenta de análise e tratamento de dados, possibilitando um melhor entendimento
dos mecanismos de ação e correção de equívocos em atividades urbanas. A metodologia GEO quando
bem aplicada pode vir a ser uma poderosa forma de disseminação de conceitos confiáveis e de base
científica, que podem educar e ampliar o manejo técnico e consciente do meio ambiente pelo homem.
No interior do estado de Minas Gerais, numa região conhecida como Triângulo Mineiro, está
localizado o município de Uberaba. A cidade polariza no seu entorno alguns municípios, configurando
uma pequena microrregião. Com uma população estimada em 296.261 habitantes (IBGE, 2009),
Uberaba aparece em 8ª lugar no ranking dos maiores municípios mineiros. O município conta com
quatro distritos industriais, um parque empresarial, um parque tecnológico, uma EADI (Estação
Aduaneira do Interior) e uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação) dessa forma abrigando
empresas na área de têxtil, couro, elétrica, mecânica, madeira, suprimentos, avicultura,
armazenamento de grãos, fábrica de rações, empresas do setor de agronegócio, setor moveleiro e
eletro-mecânica, indústrias químicas e de fertilizantes, dentre outras.
1
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
42
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Neste cenário tão diverso, a gestão dos recursos hídricos torna-se fundamental, haja vista a
complexidade das necessidades na utilização deles e na possibilidade de contaminação por uma gama
tão variada de atividades recorrentes no perímetro urbano.
O projeto ora descrito se propõe a utilizar da metodologia GEO e conceitos do programa GEO
Cidades para realizar análises de dados, gerar informações que possam ser úteis no contexto municipal
através de informações atualizadas que possam embasar políticas públicas, informando os tomadores
de decisão quanto à qualidade das águas provenientes das nascentes dentro do perímetro urbano.
Apresentar uma série de estudos ambientais pormenorizados das nascentes na área urbana de Uberaba,
avaliando a possibilidade de contaminações das mais variadas naturezas: orgânica, química, partículas
em suspensão, dentre outras e desenvolver medidas de conscientização da população para a qualidade
dessa água, passando por questões que envolvem a saúde pública.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para este estudo foram selecionadas as nascentes d’água dentro da área urbana da cidade de
Uberaba-MG, para isso foi levantada uma lista das tais com o poder público municipal adotando-se a
mesma nomenclatura de referência às nascentes que a utilizada nos relatórios da prefeitura. Em
seguida foi realizado um contato com o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de
Uberaba e foram solicitadas análises físico-químicas da água coletada nas diferentes nascentes
urbanas, neste procedimento foram adotadas as análises físico-químicas do Laboratório
Macrorregional de Uberaba, que é uma unidade de testes do Governo Estadual de Minas Gerais, que
ficou a cargo dos procedimentos amostrais e analíticos.
No contexto analisado selecionou-se uma série histórica de Jan/2008 a Jun/2009 como
parâmetro primário, tomaram-se as precauções de alternância entre períodos chuvosos e secos para
melhor caracterização da qualidade e uma maior representatividade de condições das amostras. Foram
escolhidos os indicadores diretos referentes à contaminação de águas: pH (potencial hidrogeniônico),
turbidez, presença de coliformes totais e ocorrência de Escherichia coli. Não havia parâmetros de
DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e OD (oxigênio dissolvido) para tal período, de maneira que
tais informações não fazem parte do presente estudo. De acordo com os laudos técnicos foi
estabelecido um padrão de propriedade ou impropriedade para consumo humano destas fontes, e foi
arbitrado que na série não deveria haver nenhum resultado positivo para E. coli a fim de se qualificar
uma fonte como própria. Foram agrupados os resultados das nascentes uma a uma na série histórica
para melhor visualização dos dados, após tal filtragem, os resultados foram consolidados em uma
planilha para mais fácil consulta e melhor visualização das condições de cada fonte. Seguiram se
então as etapas de georreferenciamento, visitas técnicas e fotografia das áreas das nascentes, também
foi realizado um levantamento qualitativo de informações a respeito das modificações, benfeitorias e
eventuais incidentes com potencial poluidor nestes locais.
Após todo esse processo de transformação dos dados em informação, foi realizada uma série
de apresentações do que se obteve com relação às condições das nascentes do perímetro urbano,
gerando um ciclo de debates dentro da comunidade acadêmica, sociedade civil organizada, escolas e
bairros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
43
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
As nascentes estudadas foram marcadas num conjunto com o software de imageamento orbital
Google Earth, onde cada ponto representa uma fonte. Foram estudados o entorno destes locais, bem
como a topografia dos terrenos onde as fontes se encontram, a fim de se determinar possibilidades de
escoamento, influências externas como fluxos de materiais alheios ao ponto de afloramento do lençol
freático.
Também foi observada uma tendência destes pontos se localizarem nas bordas da cidade (áreas
de ocupação e urbanização mais recentes), um indicativo de que o crescimento urbano tem interferido
na dinâmica hídrica da área, uma vez que a impermeabilização do solo e consequente canalização de
fontes mais antigas têm modificado o perfil de escoamento.
A seguir, na Figura 1, apresenta-se uma representação gráfica com ponto de visão a 14,3 km
de altitude com escala gráfica e norte marcados na figura, onde foram demarcadas as nascentes.
As condições da água proveniente de nascentes urbanas, utilizadas pela população
indiscriminadamente, levantam sérias dúvidas quanto à qualidade dessas fontes. Em linhas gerais as
nascentes mais utilizadas pela população são as que apresentaram mais sinais de intervenção
antropogênica e também obtiveram maiores percentuais de contaminação e impropriedade para
consumo, configurando um alto risco e perigo à sociedade no seu entorno.
Com relação ao pH todas as amostras estiveram dentro da faixa aceitável para consumo, que é
entre 6,00 a 9,00 com desvio de 0,5 acima ou abaixo dos limites, além dessas propriedades, o pH é
utilizado também como indicador de estabilidade química da água. Oscilações fortes do pH podem
significar alteração na composição química da água, o que obriga a uma análise mais completa da
mesma, o mesmo ocorrendo com relação à turbidez, nenhuma fonte foi desqualificada com relação a
estes critérios.
44
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
N
Figura 1:
Nascentes d'água na área urbana de Uberaba-MG. Fonte: Google Earth (inclui marcações do autor).
Outro quesito que apresentou um resultado consideravelmente satisfatório foi o que caracteriza
os coliformes, que são um grupo de bactérias que normalmente vive no intestino de animais de sangue
quente, embora alguns tipos possam ser encontrados também no solo, em vegetais ou outros animais
(peixes, etc.), sua presença indica que essa água possivelmente recebeu algum tipo de dejeto animal,
porém a presença de bactérias coliformes numa água não significa necessariamente um risco ou
perigo, pois elas em si não são patogênicas. O que ocorre é que, se elas estão presentes, deve-se contar
com a hipótese de estarem presentes também bactérias ou vírus patogênicos (causadores de doenças
como gastrenterites, hepatite, febre, cólera, etc.) com base nesse motivo, uma água só é considerada
segura se o exame bacteriológico indicar ausência de coliformes. No caso em estudo, grande parte das
amostras apresentou resultados positivos para coliformes, nesse caso, recomenda-se o procedimento
de fervura antes do consumo no caso das nascentes declaradas próprias para consumo. A Tabela 1
apresenta a consolidação dos dados para análise.
Nos resultados envolvendo a questão da E. Coli, sua presença na água indica a certeza de que
ela esteve em contato com dejetos animais, o que aumenta a probabilidade de estarem presentes
bactérias ou vírus patogênicos. Em outras palavras, a presença de coliformes fecais na água, embora
também não implique obrigatoriamente que uma pessoa irá desenvolver alguma doença se ingerir essa
água, representa um risco maior para a saúde do que a presença de coliformes sem identificação
(coliformes totais).
45
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Estatísticas Consolidadas das Análises
Local da Análise
C.T. (% de cont.)
Escherichia coli (% de cont.)
Média do pH
Nasc. Alfredo Freire: R. Eduardo Tahan
100%
0%
5,80
Nasc. B. Flor: Av. Santana Borges
100%
0%
6,23
Nasc. B. Flor: Olímpia C. Castro
100%
100%
5,56
Nasc. Cartafina: R. Leôncio Amaral
100%
33%
5,49
Nasc. Cidade Ozanan
100%
67%
6,02
Nasc. Elza Amuí IV
100%
100%
5,69
Nasc. Est. Unidos: R. João Prata
100%
0%
5,67
Nasc. Jd. Europa: Av. Leopoldino de Oliveira
100%
33%
5,85
Nasc. Leblon: Al. Acácias
100%
67%
5,88
Nasc. Maringá: R. Geraldo Fenaressi
100%
50%
5,76
Nasc. MG 190
100%
33%
6,11
33%
33%
5,93
Nasc. Res. Mário Franco
100%
33%
5,56
Nasc. S. Cristóvão: José M. Carvalho
100%
33%
5,48
Nasc. Univerdecidade
100%
100%
6,89
Nasc. Universitário: Av. Maranhão
100%
100%
5,74
Nasc. Vl. Militar: Av. Lucas Borges
67%
0%
5,88
Nasc. MG 190 II
Tabela 1: Consolidação dos resultados dos boletins de análises da água. Fonte: O autor.
Como parte do procedimento de classificação segundo o estabelecido neste estudo todas as
fontes exceto quatro, foram consideradas impróprias para consumo. Algo preocupante com relação ao
resultado obtido é relacionado à nascente denominada “Nasc. Universitário: Av. Maranhão”
localizada à Avenida Maranhão (19° 45’ 12,62” S ; 47° 57’ 17,96” W), que tem ampla utilização por
parte da população, e apresenta altos índices de contaminação.
Foi também realizada uma correlação com a topografia do entorno das nascentes, gerando a
Figura 2 que é basicamente, um levantamento de curvas de nível, em associação com a localização das
nascentes, mostrando o padrão de escoamento de cada nascente, além de possibilidade de localização
das possíveis fontes contaminantes na região de aflora do lençol freático.
46
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Figura 2: Marcação das nascentes no levantamento topográfico da Microbacia do Córrego das Lages.
Fonte: O autor.
É perceptível através de uma análise das figuras 1 e 2 que a as benfeitorias e melhoramento
urbanísticos das áreas mais centralizadas da mancha urbana de Uberaba, associados ao perfil da bacia
do Córrego das Lages (tendo as principais vias de trânsito sobre os córregos afluentes) são fatores que
demonstram que a impermeabilização do solo e impossibilidade de recarga efetiva (por infiltração)
dos lençóis freáticos, forçam as nascentes mais caudalosas para os limites externos da cidade, estando
estas localizadas em áreas de recente ocupação. Motivo a mais para a preocupação com a saúde
pública e contaminações.
Após a finalização desta etapa de pesquisa foram envolvidas duas turmas de alunos do curso
de engenharia ambiental que continuaram o monitoramento dessas áreas e se propuseram a dar
continuidade com um novo ciclo de informação nos moldes do que define a ciclicidade do Projeto
GEO Cidades. Recomendam-se como potenciais estudos futuros: O cruzamento de dados do sistema
de saúde municipal com as localizações das nascentes; Projetos urbano-paisagísticos de recuperação
das áreas; Levantamento quantitativo de contaminantes nessas águas, dentre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
47
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Estando de posse de tão importantes informações, pretende-se procurar parcerias tanto no
governo municipal quanto no terceiro setor para viabilizar a difusão delas e multiplicar a ação
educativa, atingindo, assim uma maior parcela da população, prosseguir com a análise metodológica
dos demais fatores que influenciam na qualidade ambiental no perímetro urbano em Uberaba, como
resíduos sólidos, animais vetores, parques urbanos, poluição visual e eletromagnética, dentre outras se
mantendo a utilização deste modelo como matriz para outras possíveis análises, propiciando o
crescimento sustentável onde quer que ele seja reproduzido.
A visão de desenvolvimento sustentado que é amplamente difundida na academia, deverá ser
melhor aplicada e gerenciada, a fim de que os retrocessos possam não se concretizar e a qualidade dos
serviços ambientais proporcionados por estes nascedouros sejam amplamente aproveitados, de forma
que a sociedade se beneficie das áreas de nascentes próximas de suas residências, formando assim
“stakeholders” que possam apoiar o processo de conscientização e cuidado ativo com ecossistemas
tão frágeis.
A tradução daqueles dados em informação pode ser o grande diferencial relacionado à
manutenção da saúde ambiental de comunidades, famílias e indivíduos residentes no entorno destas
nascentes, que de maneira desavisada correriam riscos desnecessários se alimentando dessas águas de
fontes impróprias. Tal estudo se mostrou fundamental na classificação e alerta com relação a um
problema muitas vezes invisível e inodoro, tendo como resultado maior a prevenção, tendo em visa
que o enfoque preventivo é mais eficaz e menos oneroso do que o paliativo.
O trabalho realizado foi um início de despertar para que se tenha a sociedade integrada à
natureza e para que os cidadãos uberabenses se sintam realmente parte do meio e não competidores
por recursos e com ele, uma vez que ações de recuperação ambiental, por pressuposto, são
indiretamente benéficas às comunidades inseridas nesses mesmos ecossistemas.
A grande verdade, relativa às nascentes urbanas de Uberaba, é que há fontes boas mal
aproveitadas e fontes inadequadas em franca utilização pela população. O alerta é para que atitudes
sejam tomadas por parte da sociedade civil organizada, poder público e comunidade acadêmica
conjuntamente a fim de que possam mitigar o problema satisfatoriamente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância
em Saúde Ambiental. Portaria MS n.º 518/2004 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Brasília, Editora do Ministério da
Saúde, 2005.
ESTADO DE MINAS GERAIS, Diretoria de Ações Descentralizadas de Saúde de Uberaba Laboratório Macrorregional. Boletins de Análises. Uberaba, Jan/2008 a Jun/2009.
IBGE, IBGE Cidades@. Consulta a: Minas Gerais – Uberaba. Documento em hipertexto. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: 5/08/2009.
MONTEIRO, José Henrique Penido [et al.]. Manual De Gerenciamento Integrado De Resíduos
Sólidos. 1. ed. Rio de Janeiro: IBAM, 2001.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
NOVAES, Washington. Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização. In: TRIGUEIRO, André
(Org.). Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas
de conhecimento, 1. Ed. [S.l.] Sextante, 2003.
ONU- Organização das Nações Unidas. PNUMA- Programa das Nações Unidas Para o Meio
Ambiente. Projeto GEO Cidades, Cap. 1- Apresentação Do Projeto GEO Cidades, Rio de Janeiro,
1995.
PROGRESSÃO DE DOENÇAS DE FINAL DE CICLO EM CULTIVARES DE
SOJA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM UBERABA-MG
TEIXEIRA,G.A.C1; ESPINDOLA,S.M.C.G2;
49
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
1
Graduando do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone:
(34) 33184188, e-mail : [email protected];
2
Professor.das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro Tutunas , fone: (34) 33184188.
RESUMO: O seguinte trabalho busca dentro de um ciclo de seleção melhoramento genético
aperfeiçoar formas, no intuito de trazer incremento na produtividade da soja, através de avaliações da
ocorrência e severidade das doenças de final de ciclo em variedades de soja em função da época de
semeadura. No experimento foi realizado o delineamento experimental fatorial de 10 cultivares, 2
épocas de plantio (14/11/2009 e 09/12/2009, intervalo de 25 dias) em 3 blocos por época. As parcelas
experimentais constaram de 4 linhas espaçadas de 0,50 metro entre si e com 5,0 metros de
comprimento, sendo que as duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para coleta de dados,
descartando meio metro de cada extremidade. Foram realizadas avaliações semanais a partir do
estádio R3 (final da floração com vagens com até 1,5 cm de comprimento) até o estádio R7.2 (entre
51% e 75% de folhas e vagens amarelas), em cada parcela foram observadas 5 plantas ao acaso e
diagnosticados visualmente os sintomas das folhas localizadas no terço superior e médio. Espera-se,
dessa forma, contribuir na seleção de cultivares com tolerância à doenças de final de ciclo, bem como
à definição da melhor época de semeadura na cultura da soja.
Palavras-chave: Glycine max; doenças foliares; Cercospora; mancha parda;
INTRODUÇÃO
A soja Glycine max (L) Merril é uma espécie originária da Ásia, onde vem sendo cultivada há
centenas de anos. Graças às suas características nutritivas e industriais e à sua adaptabilidade a
diferentes latitudes, solos e condições climáticas, o cultivo da soja se expandiu por todo mundo,
constituindo-se numa das principais plantas cultivadas atualmente. A exploração econômica de seu
potencial de rendimento (4.000 kg.ha-¹) dificilmente é alcançada. O rendimento médio mundial tem
sido de 2.220 kg.ha-¹. Entre os principais fatores que limitam o rendimento, lucratividade e o sucesso
da produção de soja destacam-se as doenças (JULIATTI; POLIZEL; JULIATTI, 2004).
Por suas qualidades nutricionais, facilidade de adaptação, alta produtividade e pela facilidade
de cultivo, a soja pode ser considerada um dos alimentos básicos para populações do futuro, por ser
uma grande fonte de proteína de baixo custo e de alto valor nutricional que se conhece para
alimentação animal e principalmente humana (FREITAS et. al., 2001).
De acordo com a EMBRAPA SOJA (2004), o desenvolvimento da soja no Brasil iniciou-se
com os primeiros materiais genéticos que foram introduzidos e testados no Estado da Bahia, em 1882.
O germoplasma fora trazido dos Estados Unidos da América (EUA), não era adaptado para as
condições de baixa latitude daquele estado (latitude de 12’’S) e não teve êxito na região. Uma década
mais tarde (1821), novos materiais foram testados para as condições do Estado de São Paulo (latitude
de 23’’S) onde teve relativo êxito na produção de feno e grãos. Em 1900, a soja foi testada no Rio
Grande do Sul, o mais setentrional dos estados brasileiros (latitudes 28’’S a 34’’S), onde as condições
climáticas são similares àquelas prevalentes na região de origem dos materiais avaliados (sul dos
EUA). Assim como ocorreu nos EUA, durantes as décadas de 1920 e 1940, as primeiras cultivares de
soja introduzidas no Brasil foram estudadas, mais com o propósito de avaliar seu desempenho como
forrageiras, do que como plantas produtoras de grãos para a indústria de farelos e óleos vegetais.
50
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Hoje o Brasil ocupa 2ª posição entre os principais países produtores de soja, sendo
responsável por 25% de toda soja produzida no mundo, ficando atrás apenas do maior produtor, os
Estados Unidos da América. De acordo com dados da CONAB (2009) a safra brasileira de soja
2007/2008 alcançou 60.017.7 milhões de toneladas, e para safra 2008/2009, consta como dados
preliminares um volume de 58.008.1 milhões de toneladas.
A produtividade média da soja brasileira é de 2.823 kg por hectare, chegando a alcançar cerca
de 3.000 kg/ha no estado de Mato Grosso, o maior produtor brasileiro de soja. Entre os principais
fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão as doenças (CONAB 2009).
Segundo a EMBRAPA (2006), na cultura da soja aproximadamente 40 doenças causadas por
fungos, bactérias, nematóides e vírus já foram identificadas no Brasil. Esse número continua
aumentando com a expansão da soja para novas áreas e como conseqüência da monocultura. A
importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região, dependendo das
condições climáticas de cada safra.
As perdas anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, entretanto,
algumas doenças podem ocasionar perdas de quase 100%. A mancha parda e o crestamento foliar de
Cercospora são conhecidos como doenças de final de ciclo (DFC) por ocorrerem com maior
severidade na fase final de granação da soja e, devido à dificuldade de avaliá-las individualmente, são
consideradas como o complexo de doenças de final de ciclo. Entre as principais medidas de controle
dessas doenças estão à utilização de sementes sadias, o tratamento de sementes, a incorporação dos
restos culturais, a aplicação de fungicidas entre o florescimento e o enchimento de grãos e a rotação
com espécies não suscetíveis (HOFFMANN et. al., 2004).
Reis et. al., (2004) em sua obra, afirmam que as doenças foliares que incidem na cultura da
soja constituem um dos principais fatores que limitam a obtenção de elevados rendimentos na cultura.
O clima favorável ao desenvolvimento de diversas doenças, a suscetibilidade das cultivares à
ferrugem asiática, a monocultura da soja, a alta densidade e o plantio direto, têm contribuído para o
aumento da ocorrência e intensidade das moléstias, o que resulta na redução do rendimento de grãos.
A época de semeadura é um fator determinante para o sucesso na busca de altas
produtividades, alcançadas quando se conseguem justapor o desenvolvimento das fases fenológicas da
cultura com a presença de ambiente climático favorável à expressão da produtividade da cultivar em
uso. De maneira geral, existem épocas adequadas de semeadura para as cultivares nas quais a
produção é potencialmente maior (OLIVEIRA, 2003).
As adversidades climáticas associadas aos plantios fora de época propiciam o aumento do
ataque de patógenos, constituindo um fator limitante no aumento da produtividade e crescimento da
sojicultura.
Em razão da dificuldade de controle das doenças na soja, deve-se intensificar as práticas
preventivas sendo que o controle mais eficiente é o uso de cultivares resistentes. Para isso os
programas de melhoramento da soja buscam a incorporação de genes de resistência em variedades
comerciais. Muitas vezes, as variedades consideradas resistentes tornam-se susceptíveis em razão do
surgimento de novas estirpes ou raças fisiológicas dos patógenos (JULIATTI et. al., 2003).
Nesse contexto, esse trabalho visou avaliar a progressão de doenças de final de ciclo em
variedades de soja semeadas em duas épocas de plantio na safra 2009/2010 em Uberaba-MG.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Na cultura da soja, a importância de cada doença varia de ano para ano e de região para
região, dependendo da condição climática de cada safra. Embora o impacto visual das doenças da soja
51
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
seja facilmente distinguido no campo, são poucas as informações sobre quantificação de perdas de
rendimento. A maioria das informações é baseada em avaliações visuais e qualificam os níveis de
danos em ‘severo’ ou ‘alto’, ‘moderado’ ou ‘baixo’ (YORINORI, 1998).
A produtividade da cultura é definida pela interação entre a planta, o ambiente e o manejo.
Altos rendimentos somente são obtidos quando as condições ambientais são favoráveis em todos os
estágios de crescimento da soja (SILVEIRA NETO et. al., 2005).
Nos Estados brasileiros onde a soja é cultivada tradicionalmente, a semeadura em novembro,
de modo geral, tem propiciado os melhores resultados de produtividade (MEDINA et. al., 1997).
Quando cultivares são submetidas a vários ambientes e anos, existe uma inconstância de
comportamento nos diferentes ambientes (EBERHART & RUSSELL, 1966). O que, segundo os
autores é proporcionado pela interação genótipo × ambiente. A interação genótipo × ambiente
determina a redução na correlação entre o genótipo e o fenótipo, comprometendo assim as inferências
a serem realizadas a respeito dos mesmos. O planejamento e as estratégias de melhoramento são em
grande parte dependentes da avaliação da magnitude das interações genótipos × ambientes, podendo
ainda ser fator determinante na recomendação de cultivares.
A avaliação dos genótipos em diferentes épocas de semeadura se faz necessária, uma vez que
a soja é fortemente afetada pelo fotoperíodo. Sendo assim, a recomendação de novos genótipos deve
ser precedida de sua avaliação em diferentes ambientes, sejam épocas ou locais (SILVEIRA NETO et.
al., 2005).
Além disso as mudanças de temperatura e de precipitação, que irão ocorrer devido ao
aquecimento global, interferirão no período de molhamento foliar, que em muitas doenças da soja é
determinante para a infecção do patógeno. As mudanças de cada componente do clima, isoladamente,
a inter-relação dos vários fatores do clima, a variabilidade genética existente em vários patógenos
associados à cultura da soja e a interferência do homem nos sistemas agrícolas resultam na formação
de um sistema de alta complexidade, que exige análise minuciosa do impacto dos efeitos climáticos
sobre as doenças de soja (GHINI; HAMADA, 2008).
MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram instalados na área experimental das Faculdades Associadas de
Uberaba (FAZU-FUNDAGRI), no município de Uberaba, MG, em altitude de 780 m; 19º e 44’ de
latitude Sul e 47º e 57‘ de longitude Oeste de Greenwich; no ano agrícola 2009/2010. As normais
climatológicas obtidas do INEMET-EPAMIG, Estação Experimental Getulio Vargas são as seguintes:
precipitação de 1.589,4 mm, evapotranspiração de 1.046 mm e temperatura média anual de 21,9 ºC. O
solo utilizado é classificado como LATOSSOLO VERMELHO distrófico, textura franco-arenosa,
relevo suavemente ondulado e fase cerrado subcaducifólio.
O delineamento experimental empregado foi fatorial de 10 cultivares, 2 épocas de plantio
(14/11/2009 e 09/12/2009, intervalo de 25 dias) em 3 blocos por época. As parcelas experimentais
constaram de 4 linhas espaçadas de 0,50 metro entre si e com 5,0 metros de comprimento, sendo que
as duas linhas centrais de cada parcela foram utilizadas para coleta de dados, descartando meio metro
de cada extremidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja foram conduzidas de acordo com os
procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da interferência de plantas daninhas e
pragas. A 1º semeadura foi efetuada no dia 14 de novembro de 2009, com adubação de 365 Kg.ha-1 de
adubo mineral, de formulação 0-30-15, em relação a 2º semeadura foi utilizado o mesmo adubo,
realizada 25 dias após a 1º época de semeadura no dia 09 de dezembro do mesmo ano. Antes da
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
semeadura foram usados para desecassão Roundup ultra na dose de 2.5 L.ha-1 . Para adubação de
cobertura foi utilizado 80 Kg.ha-1 25 dias após a emergência de cada semeadura. Por serem cultivares
resistentes ao Glifosato, foram utilizados para o controle de plantas daninhas duas aplicações em pósemergente do mesmo, sendo usado as dose de 2 e 2.5 L.ha-1 respectivamente com intervalos de 20 dias
da 1º aplicação em relação a segunda.
Para o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) e percevejo verde (Nezara
viridula) foram usados inseticidas como Engeo Pleno, Certero, Cipermetrina, Metamidofós nas
seguintes doses 0.2, 0.03, 0.15 e 0.8 L.ha-1 respectivamente em vazão de calda 250 L.ha-1.
Em relação à Ferrugem Asiática foram utilizados Opera, Nativo nas doses de 0.5 L.ha-1 com
acréscimo de óleo mineral na dose de 0.5 L.ha-1 em um total de 5 aplicações, tanto na 1º e na 2º época
de semeadura. É valido ressaltar que nas aplicações foram feitas intercalações dos produtos
envolvidos, no intuito de evitar uma possível resistência adquirida pela doença em relação aos
produtos para controle nos próximos anos seguintes.
Os tratos culturais, controle de pragas e doenças foram realizados conforme nível de dano
econômico, excluindo-se controles para as doenças avaliadas.
Genótipos Avaliados
As cultivares utilizadas foram as 5G770 RR, DASB-1 RR, M9056RR, P98Y51, BRS
VALIOSA RR, M7908RR, CD 219RR, 5G830 RR, M8867RR e P98Y1. As sementes foram
disponibilizadas pela Dow Agroscience para as avaliações das doenças de final de ciclo para serem
plantadas na região do Triângulo Mineiro na safra 2009/10.
Avaliações de severidades de doenças
A severidade das doenças, incluindo a Cercospora (Cercospora sojina), Septoriose (Septoria
sojina) e Crestamento Foliar (Cercospora kikuchii) foi baseada na escala diagramática de Martins et.
al., (2004) para as doenças de final de ciclo. Foram realizadas avaliações semanais a partir do estádio
R3 (final da floração com vagens com até 1,5 cm de comprimento) até o estádio R7.2 (entre 51% e
75% de folhas e vagens amarelas), em cada parcela foram observadas 5 plantas ao acaso e
diagnosticados visualmente os sintomas das folhas localizadas no terço superior e médio.
53
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Figura 1. - Escala diagramática das doenças de final de ciclo da soja (Glycine max) causadas por Septoria
glycines e Cercospora kikuchii. Painel superior: Sintomas agregados. Painel inferior: Sintomas aleatoriamente distribuídos.
Fonte : Martins et. al., 2004.
Com os dados obtidos em campo calcularam-se as áreas abaixo das curvas de progresso da
doença (AACPD), mediante cálculos de áreas trapezoidais obtidas pelas curvas de progresso de
doença, em função do tempo em dias, nas diferentes cultivares, conforme descrição de Shaner &
Finney (1977), através da equação :
onde: Yi = percentagem de area foliar afetada pelas Doenças de Final de Ciclo na i-ésima
observação, Ti = tempo (em dias) no momento da i-ésima observação, n = número total de observação.
Análise estatísticas
Os dados foram interpretados estatisticamente por meio de análise de variância e as médias
foram comparadas pelo teste de Tukey, a 1% de probabilidade. Para todas as análises estatísticas, foi
utilizado o software estatístico Assistat (SILVA; AZEVEDO, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Geralmente, genótipos com ciclo tardio ficam mais sujeitos à incidência do fungo, pelo maior
tempo de exposição no campo, enquanto os genótipos precoces, mediante mecanismos de escape
54
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
(menor tempo no campo), conseguem ser menos ou não reativos ao fungo, mesmo apresentando
suscetibilidade genética.
Resultados semelhantes foram relatados por Michel et. al., (2000) para doenças de final de
ciclo. Os autores observaram que nas cultivares de ciclo precoce, fungo tem menos tempo para causar
redução de produtividade, em função das mesmas ficarem menos tempo no campo e inversamente,
cultivares de ciclo tardio apresentam maior intensidade de doenças de final de final de ciclo, por
ficarem mais tempo expostas aos patógenos no campo.
YORINORI et. al., (1993) a ocorrência de doenças é fator limitante para a obtenção de alto
rendimento na produção de grãos na cultura da soja. Com a expansão da cultura de soja na Região
Central do Brasil, a falta de tratamento químico das sementes vem acarretando aparecimento de
inúmeras doenças, antes consideradas de menor importância como o complexo de doenças de final de
ciclo.
Outro aspecto importante é o aumento da severidade das manchas foliares como septoriose e
mancha alvo que ocorrem em muitas cultivares de soja, na fase vegetativa nas diversas épocas
plantios. Atribui-se o aumento da severidade destas doenças a redução na qualidade sanitária da
maioria das cultivares de soja comercializadas no cerrado brasileiro (JULIATTI et. al., 2003).
A AACPD representa o progresso dos níveis de severidade da doença quantificando a
evolução da mesma dentro de um período de tempo. Para essa variável foi verificada interação
significativa dos genótipos em relação a época de plantio (P<0.01). Isso indica variação nas taxas de
progressão das doenças em função das épocas de semeadura (Tab 1).
Pode-se observar haver respostas diferenciadas de genótipos estudados em função de cada
época de semeadura.
TABELA 1 – Análise de variância dos valores médios da AACPD das doenças de final de ciclo em 10
cultivares de soja semeadas em 2 épocas de plantio em Uberaba – MG na safra 2009-2010.
G.L.
S.Q.
Q.M.
F
F.V.
DFC
DFC
DFC
DFC
Época
1
102346,4
102346,4
266,78**
Cultivares
9
39096,6
4344,1
11,32**
Época x Cultivares
9
45455,6
5050,6
13,17**
Tratamento
19
186898,6
9836,8
25,64**
Blocos
2
626,3
313,2
0,82ns
Resíduo
38
14577,9
383,6
Total
59
CV %
4,88
202102,9
-
-
Média Geral
893
DFC doenças de final de ciclo
**significativo ao nível de 1% de probabilidade (p<0,01)
ns não significativo (p>=0,05)
No estudo do progresso das DFCs em função da época de semeadura, conforme se atrasou a
semeadura, os valores de AACPD, aumentaram conforme a tabela 2. Uma suposição admissível para
isso, seria que a severidade e incidência das doenças de final de ciclo estariam relacionadas com
precipitação e umidade. Na 1º época, podem-se observar baixos valores de umidade e precipitação, já
na 2º foram verificados picos de umidade e precipitação o que pode ter favorecido uma maior
dispersão do patógeno e conseqüentemente maior incidência. Sabe-se que Septoria glycines é
altamente influenciado por condições climáticas, principalmente umidade. Galloti et. al., (2005)
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
verificou um aumento na severidade das doenças de final de ciclo quando as condições climáticas
(umidade) foram favoráveis ao desenvolvimento destas doenças.
Na Tabela 2 são apresentadas as médias da AACPD para doenças de final de ciclo e, nas
quais os menores valores indicam uma menor progressão da doença. Pode-se observar que todas as
cultivares, exceto a M9056RR, apresentaram acréscimo nos valores médios da área sob a curva de
progressão das doenças de final de ciclo quando semeadas na segunda época em relação à primeira.
Constataram-se diferenças estatisticamente significativas quanto a esse acréscimo nas demais
cultivares. Na primeira época de semeadura as cultivares M9056RR e CD 219RR foram as que
apresentaram maior e menor valor médio para AACPD, respectivamente. Já na segunda época de
semeadura as cultivares DASB-1 RR e P98Y11 foram as que apresentaram maior e menor valor
médio da AACPD, respectivamente.
TABELA 2 – Médias de AACPD para doenças de final de ciclo em 10 cultivares de soja semeadas em 2 épocas
de plantio na região de Uberaba – MG na safra 2009-2010.
Cultivares
5G770 RR
DASB-1 RR
M9056RR
P98Y51
BRS Valiosa RR
M7908RR
CD 219RR
5G830 RR
M8867RR
P98Y11
MG¹
Doenças de Final de Ciclo
1ª Época
640,59 bD*
898,03 bB
1185,03 aA
789,57 bBC
630,08 bDE
670,24 bCD
518,03 bE
552,27 bDE
801,55 bB
572,64 bDE
2ª Época
1056,64 aBCD
1320,16 aA
1126,25 aBC
1166,13 aB
1017,44 aCDE
1030,77 aCDE
980,16 aDE
953,81 aDE
1009,31 aCDE
933,28 aE
892,61
4,88
CV (%)²
*Médias seguidas da mesma letra minúscula entre coluna e maiúscula entre linhas não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
¹Média Geral
²Coeficiente de Variação
CONCLUSÃO
Conclui-se que, para as condições de plantio em Uberaba-MG na safra 2009/2010, as
variedades avaliadas apresentaram maiores valores médios para AACPD das doenças de final de ciclo
na segunda época de cultivo, dando destaque para cultivar CD 219RR, onde apresentou o menor valor
médio da AACPD na 1º época de semeadura, ressaltando que, mesmo não diferindo-se
estatisticamente das demais cultivares apresentou um dos menores valores médios para AACPD das
doenças de final de ciclo.
Pôde-se observar respostas diferenciadas de genótipos estudados em função de cada época de
semeadura.
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25 A 29 de outubro de 2010
Cabe por fim escolher a melhor cultivar de acordo com o histórico da área, levando em
consideração a época indicada para plantio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM GENÓTIPOS DE SOJA DA
GERAÇÃO F6
ESPÍNDOLA, S. M. C. G.1; DE SANTI, G. R.2
1
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188, email: [email protected].
2
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 88332023, e-mail: [email protected].
*
Projeto financiado entre Fundagri e Grupo Dupont.
Resumo: O melhoramento de plantas é de suma importância, uma vez que com o constante
surgimento de novas relações patógenos-hospedeiros e com as mudanças climáticas, faz-se necessário
o desenvolvimento de plantas que resistam as adversidades ambientais expostas. Esse estudo tem
como objetivo avaliar o ganho de seleção e a herdabilidade provenientes do processo de seleção
favorável a algumas características agronômicas na cultura da soja. Para isso, serão avaliados os
seguintes caracteres agronômicos e os componentes de produção: número de nós (NN); altura da
planta na maturação (APM), em cm; altura da inserção da primeira vagem (AIV), em cm;
acamamento (Ac), escala de notas variando de 1,0 (planta ereta) a 5,0 (planta prostrada); número de
ramos (NR); número de vagens por planta (NVP); número de sementes por planta (NSP); e produção
de grãos por planta (PG), em gramas. Os parâmetros genéticos serão avaliados com auxílio do pacote
estatístico GENES (CRUZ, 2001). Serão avaliadas as análises de variância, as estimativas dos
componentes de variância, o coeficiente de herdabilidade, os ganhos por seleção.
Palavras-chaves: Ganho de seleção, Glycine max, herdabilidade, melhoramento de plantas.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max (L.) Merrill) que hoje é cultivada, é muito diferente dos seus ancestrais,
que eram plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio
Yangtse, na China. Sua evolução começou com o aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos
naturais entre duas espécies de soja selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da
antiga China. Sua importância na dieta alimentar da antiga civilização chinesa era tal, que a soja,
juntamente com o trigo, arroz, centeio e milheto, era considerada um grão sagrado, com direito a
cerimoniais ritualísticos na época do plantio e da colheita (EMBRAPA, 2003).
Domesticada há mais de cinco mil anos pelos chineses, a soja foi, aos poucos, ganhando maior
visibilidade no mercado à medida em que se tornava composição de diversos gêneros alimentícios,
conquistando “status” de carro-chefe em países produtores como Brasil, Estados Unidos e China, sem
mencionar sua capacidade oleaginosa e nível protéico no que tange ao aspecto nutricional (CÂMARA,
1998).
Hoje, a soja está entre as principais oleaginosas produzidas no mundo e no Brasil. Por suas
dimensões continentais, apresenta diversos ambientes apropriados para a sua adaptação e exploração,
mas, para que esta adaptação ocorra, é preciso, de acordo com Di Mauro et al. (2000), estudos
relacionados com o desenvolvimento de variedades adaptadas às diversas condições ambientais,
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
efetivando dessa forma, plantações mais produtivas, tomando-se, por isso, de fundamental
importância.
Os pesquisadores brasileiros desenvolveram o germoplasma adaptado às condições tropicais,
viabilizando assim o cultivo da soja, em qualquer ponto do território nacional. Somente no
Ecossistema do Cerrado, mais de 200 milhões de hectares improdutivos foram transformados em área
apta para o cultivo da soja e outros grãos (EMBRAPA, 2003).
O melhoramento genético de plantas foi e é fundamental para que se consiga suprir as
necessidades do homem. O termo melhoramento de plantas pode ser definido como qualquer
benefício a fim de agregar valor, seja qualitativo ou quantitativo. A adaptação da soja as áreas
anteriormente inaptas para o cultivo, assim como o elevado potencial produtivo que se observa hoje,
só foi possibilitado graças ao trabalho dos melhoristas de instituições publicas e privadas. O
melhoramento de plantas é de suma importância, uma vez que com o constante surgimento de novas
relações patógenos-hospedeiros e as mudanças climáticas, faz-se necessário o desenvolvimento de
plantas que resistam as adversidades ambientais expostas.
Vale salientar que a análise comportamental aliada com as estimativas dos diversos parâmetros
genéticos visando o balizamento do processo seletivo é fundamental para a determinação do método
de melhoramento adequado para cada situação e para a seleção de genótipos superiores, que
futuramente estarão atendendo a demanda dos produtores por materiais produtivos, resistentes as
pragas, doenças e intempéries climáticas.
MATERIAL E MÉTODOS
Instalação do experimento
O experimento será instalado durante a safra 2010/2011 na área experimental localizada na
Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU-FUNDAGRI, em Uberaba, MG, a
780 m de altitude; 19° 44' de latitude Sul e 47º 57' de longitude Oeste de Greenwich. O solo local é
classificado como Latossolo Vermelho Distrófico.
O delineamento experimental será feito em blocos ao acaso com 3 repetições. Serão avaliados
20 tratamentos (genótipos) na geração F6 e 4 testemunhas. As parcelas serão constituídas de 4 linhas
de 5m, espaçadas de 0,5m nas entrelinhas, sendo considerada como área útil as duas linhas centrais de
cada parcela, excluindo-se 0,5m em cada extremidade. Os genótipos avaliados serão oriundos do
programa de melhoramento da Pioneer do Brasil.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja serão conduzidas de acordo com os
procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da interferência de plantas daninhas e
pragas.
Caracteres avaliados
Serão avaliados os seguintes caracteres agronômicos e os componentes de produção: número
de nós (NN); altura da planta na maturação (APM), em cm; altura da inserção da primeira vagem
(AIV), em cm; acamamento (Ac), escala de notas variando de 1,0 (planta ereta) a 5,0 (planta
prostrada); número de ramos (NR); número de vagens por planta (NVP); número de sementes por
planta (NSP); e produção de grãos por planta (PG), em gramas.
Estimativa da herdabilidade e ganho com a seleção
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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Os parâmetros genéticos serão avaliados com auxílio do pacote estatístico GENES (CRUZ,
2001), específico. Serão avaliadas as análises de variância, as estimativas dos componentes de
variância, o coeficiente de herdabilidade, os ganhos por seleção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho ainda está em fase de execução. Portanto, ainda não é possível estabelecer resultados e
discuti-los.
REFERÊNCIAS
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61
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES RECIPIENTES E SUBSTRATOS NO
DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MUDAS DE CAFEEIRO
1
CALZAVARA, S. A.2ROMAGNOLI, T.
1
Professor das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas, fone: (34) 3318 4188
Graduando do Curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba – Av. do Tutuna, 720, Bairro do Tutunas,
fone: (34) 3318 4188
* Projeto financiado por programa de iniciação científica -PIC/PIBC disponibilizado pela Fundagri (Fundação Educacional
para o Desenvolvimento das Ciências Agrárias)
2
Resumo: O café é um dos principais produtos agrícolas produzidos no mundo. No Brasil sempre
ocupou posição de destaque, proporcionando importante função social e econômica em toda a história
da sociedade brasileira. Por ser cultura perene, requer cuidados especiais para a sua implantação,
sendo a produção de mudas uma das principais fases do seu cultivo. Com o objetivo de estudar a
influência de tamanhos de recipientes e tipos de substratos na produção de mudas de cafeeiro,
conduziu-se um experimento no Setor de Produção de Mudas, na Casa de Vegetação das Faculdades
Associadas de Uberaba (FAZU). O delineamento experimental adotado foi o DIC (Delineamento
Inteiramente Casualizado), em esquema fatorial 2x3x4 com 12 repetições, sendo dois tipos de
recipientes, tubetes de 120 ml e saquinhos plásticos de 615 ml, sendo três variedades de Café: “Catuaí
Vermelho IAC 144”, “Obatã IAC 1669-20” e “Mundo-Novo IAC 379-19” em quatro formulações de
substrato, sendo, 1°substrato; 25% de esterco de curral, 0,50% de calcário, 0,25% de SSP, 74,25 % de
terra, 2°substrato; 50% de esterco de curral, 29,16% de casca de arroz carbonizada, 12,50% de
vermiculita, 8,34% de areia, 3° substrato; 45% de esterco curral, 0,50% de calcário, 25% de
vermiculita + 0,50% SSP, 29% de terra, 4° substrato; 50% de esterco de curral, 45% Terra, 5% uréia.
Para avaliação do desenvolvimento das mudas, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o seu
poder germinativo (%G) e o desenvolvimento morfológico das mudas de café, através da avaliação da
altura de plantas, peso das plantas e número de folhas. Nos resultados obtidos observou-se que as
variedades em cada substrato não diferiram entre si para saquinhos plásticos, mas para tubetes o
primeiro tratamento se teve um resultado significativo para a variedade Obatã 1669-20 tendo o maior
potencial de germinação, para os demais substratos e variedades não houve significância entre si.
Palavras-chave: Coffea arábica, muda, substrato, recipientes.
INTRODUÇÃO
A necessidade do setor cafeeiro em aumentar a eficiência produtiva, diminuindo seus custos de
produção, gera procura por novas tecnologias. Os cuidados realizados na produção de mudas são
essenciais para obtenção de cafezal sadio, vigoroso para que possa expressar todo seu potencial
genético, influenciando, decisivamente, em formação do sistema radicular e na parte aérea da planta.
A utilização de substratos e de adubação equilibrada, aquisição de sementes provenientes de cultivares
e linhagens recomendadas e o uso de recipientes adequados é de suma importância em produção de
mudas, estando diretamente relacionado á maior porcentagem de sobrevivência pós-plantio
(CAMPOS, 2002).
62
IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Sabe-se, que existem no mercado, vários fertilizantes capazes de fornecer nutrientes necessários para a
solução do meio de crescimento. Para os tubetes se utiliza o adubo de liberação lenta, comercialmente
denominado de osmocote, tratando-se de um produto importado, faz com que torne o custo de
produção elevado em relação a outros produtos. Assim torna necessário buscar alternativas para
proceder à fertilização do substrato, para se obter mudas com qualidade adequada (MELO et al.,
1999).
Segundo Guimarães e Mendes (1998), com relação aos tipos de recipientes utilizados na
produção de mudas de cafeeiros, os saquinhos de polietileno são os mais utilizados pelos viveiristas.
Esses recipientes comportam um volume de substrato que permite a obtenção de mudas
vigorosas e de qualidade adequada para o plantio. Por outro lado, contribuem para o aumento da área
requerida para o viveiro e a elevação do custo de produção, de transporte e plantio da muda. Aliada a
estes aspectos, há também a possibilidade de contaminação das mudas por nematóides em decorrência
do substrato que é normalmente utilizado para o seu enchimento (MELO, 1999).
A produção de mudas de cafeeiros em tubetes, procura visar à melhoria do sistema de
produção, com melhor qualidade da muda e redução nos custos. Segundo Lima (1986), esse sistema
facilita sobremaneira o isolamento de viveiro, a proteção contra nematóides e outras doenças do solo,
apresenta maior facilidade no controle de pragas e doenças da parte aérea e preserva a integridade do
sistema radicular durante a fase de produção da muda.
Algumas vantagens técnicas do sistema em tubetes são citadas por Simões (1987), entre as
quais destacam- se: formação de sistema radicular sem enovelamento, crescimento inicial das mudas
após o plantio mais rápido e facilidades operacionais – a quantidade de mudas transportadas por
caminhão é cinco a seis vezes maiores, o peso é duas vezes e meia menor, e tem-se rendimento de
plantio, até três vezes maiores, quando comparado com o sistema convencional.
Os tubetes normalmente usados para a produção de mudas de café apresentam tamanho de 14
cm de altura, 3,5 cm de diâmetro interno na abertura superior e 1,5 cm de diâmetro na abertura
inferior da extremidade afunilada e possuem um volume aproximado de 120 mL (MELO, 1999).
Diante disto, este trabalho objetivou-se avaliar a influência de dois tamanhos de recipientes e
quatro tipos de substratos em três variedades, na produção de mudas de cafeeiro (Coffea arábica L.),
sendo avaliado o seu poder germinativo (%G) e o desenvolvimento morfológico das mudas de café,
através da avaliação da altura de plantas, peso das plantas e número de folhas.
MATERIAL E MÉTODOS
Conduziu-se o experimento no setor de Produção de Mudas, na Casa de Vegetação das
Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU), município de Uberaba, MG (19º 03”52” de latitude sul e
48º 08' 52” de longitude oeste).
Utilizou-se o delineamento experimental DIC (Delineamento Inteiramente Casualizado), em
esquema fatorial 2x3x4 (dois tipos de recipientes, três variedades de café e quatro formulações de
substrato), com 12 repetições. Os tratamentos são constituídos por, 2 tipos de recipientes (sacos
plásticos de polietileno 615cm3 e tubetes de 120 mL), 3 variedades de café: “Catuaí Vermelho IAC
144”, “Obatã IAC 1669-20” e “Mundo-Novo IAC 379-19” e 4 formulações de substratos: compostas
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
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por terra, calcário, esterco de curral, super fosfato simples (SSP), vermiculita, areia e casca de arroz
carbonizada.
O experimento sendo conduzido em uma bandeja para os tubetes e no chão para os saquinhos
plásticos. O preparo do substrato foi feita de forma manual, através do revolvimento com enxada, dos
materiais que compõem o substrato. Para o enchimento dos saquinhos de polietileno, utilizou-se um
funil de alumínio próprio, sendo o volume de terra adotado para cada saquinho de 615 cm3. Já para o
enchimento dos tubetes, se foi feito o trabalho manual, colocado em bandejas e inserindo o substrato
de forma aleatória e logo em seguida feito o nivelamento da quantidade de substrato utilizada.
Na semeadura das sementes, tanto nos saquinhos plásticos quanto nos tubetes, foram
depositadas três sementes por recipiente, para que não ocorresse perda de parcela experimental.
A profundidade de plantio foi de 1,5 cm para as sementes em ambos recipientes, a água foi
fornecida em quantidade estipulada para o desenvolvimento inicial e aclimatação da semente no
recipiente.
A quantidade de água exigida pelas mudas está sendo fornecida ao longo de seu
desenvolvimento.
O desbaste será feito quando as mudas se encontrarem no estádio orelha de onça (iniciando a
emissão do primeiro par de folhas verdadeiras) nas parcelas.
O experimento encerrará quando todas as plantas atingirem pelo menos quatro pares de folhas
verdadeiras, sendo avaliadas todas as plantas para as seguintes características:
Teste de emergência - realizado quando se constatar a estabilização da emergência, ou seja, aos 140
dias da semeadura, computando-se as plântulas emersas acima da superfície do substrato, com os
resultados expressos em porcentagem.
Índice de velocidade de emergência: calculado utilizando-se os dados de contagens diárias de
plântulas emersas no teste de emergência, segundo a fórmula proposta por Edmond e Drapala (1958):
(N1xG1) + (N2xG2) + ... + (NnxGn)
IVE =
G1 + G2 + ... + Gn
IVE = índice de velocidade de emergência (dias);
G1, G2,..., Gn = número de plântulas normais computadas na primeira, segunda,..., última contagem;
N1, N2,..., Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda,..., última contagem.
Porcentagem de plântulas com pelo menos um par de folhas verdadeiras aos 140 dias,
computadas as plântulas com pelo menos um par de folhas verdadeiras o os resultados expressos em
porcentagem.
Diâmetro do caule: medido por um paquímetro na região do colo da planta, obtendo-se o valor médio
em milímetros por planta.
Altura das plantas: medida no colo da planta até o meristema apical do ramo ortotrópico, obtendo-se
a medida por planta em centímetros.
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Massa seca da parte aérea: as plantas serão retiradas dos recipientes e lavadas em água. Em seguida,
separando o sistema radicular da parte aérea, cortando o caule na altura do colo e colocados para secar
em estufa, até atingirem massa constante, após será pesado em uma balança de precisão, obtendo o
valor em gramas por planta.
Massa seca do sistema radicular: sendo semelhante ao anterior, obtendo-se o valor em gramas por
planta.
Relação massa seca do sistema radicular/massa seca da parte aérea: Obtido através da divisão dos
valores de massa seca do sistema radicular pelos da massa seca de parte aérea.
A metodologia adotada para as análises quantitativas e qualitativas estão descritas de acordo com
Silva (1990). Serão realizadas as análises estatísticas com auxílio do software Assistat.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de germinação é mais ou menos lento, as reservas da semente são constituídas
principalmente de hemicelulose e substâncias graxas que vão sendo digeridos pelos cotilédones dentro
do endosperma à medida que vão crescendo. Dependendo da temperatura junto à semente (função da
altitude, época do ano, insolação, profundidade de semeio etc.), o processo de germinação ocorre
dentro de 30 a 90 dias.
Dados dos resultados obtidos parcialmente nos mostram que o potencial de germinação nos
substratos em saquinhos não se diferiu entre si, como mostra na TAB., 1.
TABELA 1 - Teste de emergência em saquinho plástico por diferentes substratos para
formação de mudas (coffea arábica) dos dias 27 de agosto a 24 de setembro de 2010
2ª
3ª
4ª
1ª
CULTIVARES
TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO
Obatã IAC
91,66 a
80,55 a
91,66 a
55,55 a
1669-20
Catuaí
Vermelho IAC
83,33 a
86,11 a
91,66 a
63,88 a
144
Mundo Novo
100 a
100 a
97,22 a
30,55 a
IAC 379-19
Teste F
2,2ns
1,20ns
0,56ns
0,06ns
CV (%)
21,23
29,55
13,50
133,48
Obs. Resultados obtidos parcialmente, podendo sofrer alterações. As médias seguidas pela mesma
letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Duncan ao nível de 5% de
probabilidade
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IX JORNADA CIENTÍFICA DA FAZU
25 A 29 de outubro de 2010
Já para tubetes na TAB., 2 se teve resultados significativos como mostra no primeiro
tratamento, que a variedade Obatã IAC 1669-20 se destacou das demais no próprio tratamento. Um
dos fatores para uma boa germinação é a secagem e o armazenamento sendo fundamental na
preservação da viabilidade das sementes de café (Coffea arábica L.) e, conseqüentemente, na
obtenção de mudas com desenvolvimento satisfatório.
Dependendo da temperatura junto à semente (função da altitude, época do ano, insolação,
profundidade de semeio etc.), o processo de germinação ocorre dentro de 30 a 90 dias (MATIELLO et
al., 2005).
TABELA 2 - Teste de emergência em tubetes por diferentes substratos para formação de
mudas (coffea arábica) dos dias 27 de agosto a 24 de setembro de 2010
1ª
2ª
3ª
4ª
CULTIVARES
TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO
Obatã IAC 166991,66 a
80,55 a
72,22 a
55,55 a
20
Catai Vermelho
66,66 b
86,11 a
88,88 a
44,44 a
IAC 144
Mundo Novo
63,88 b
66,66 a
80,55 a
38,88 a
IAC 379-19
Teste F
3,82*
2,00ns
1,43ns
0,48
CV (%)
39,89
31,50
29,91
91,24
Obs.: Resultados obtidos parcialmente, podendo sofrer alterações. As médias seguidas pela mesma
letra não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Duncan ao nível de 5% de
probabilidade.
Rosa et al. (2010) utilizando sementes ou frutos em diferentes estádios de desenvolvimento
mostraram que frutos verdes foram inferiores em relação às outras avaliações como, fruto cereja,
semente com pergaminho, semente sem pergaminho, sementes com pergaminho + primming sementes
sem pergaminho + primming. Com resultado parcial obtido, pode-se dizer que, nos saquinhos e
tubetes para o tratamento um, dois e três, o teste de germinação foi superior para os frutos verdes.
Comparando-se a variedade Mundo Novo IAC 379-79 nos substratos 1, 2 e 3 dos saquinhos, a
porcentagem de germinação foi superior a todos os tipos de sementes ou frutos da cultivar Rubi.
Com relação à secagem Araújo, Corrêa e Pereira (2010) submeteram sementes de (Coffea
arábica) a diferentes tratamentos de secagem artificial, com temperatura do ar a 50, 60 e70oC e logo
após a secagem armazenada por seis meses em embalagem permeável sob condições não controladas
por laboratório, concluindo que a temperatura do ar de secagem de 50oC foi prejudicial à germinação
das sementes (efeito imediato), enquanto as secagens das sementes em temperaturas de 60 e 70oC
causaram a morte de todas as sementes.
Sabe-se que a operação de secagem, se mal conduzida, pode trazer sérios problemas para a
conservação das sementes de diversas espécies.
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25 A 29 de outubro de 2010
Fazuoli e Braghini (2010) testaram três ambientes, sendo, laboratório de sementes sem
controle de temperatura e umidade relativa do ar, tendo sido registrados os valores de 22 a 29°C e 70 a
95%U.R., respectivamente, ao longo do experimento, teste em baú frigorífico, com temperatura
controlada 13° ± 3°C e 60% a 90%U.R., Câmara fria, com temperatura e umidade relativa do ar, 9° ±
1ºC e 57% ± 1%U.R., respectivamente, dois tipos de embalagens e dois níveis de umidade sendo de
25 e 35%, as sementes mantidas em ambiente de laboratório, sem controle de temperatura e umidade
relativa do ar, apresentaram rápida queda de germinação a partir de seis meses de armazenamento,
especialmente acentuada na cultivar Apoatã IAC 2258, independentemente da embalagem e umidade
inicial das sementes ocorrendo antes mesmo desse período, sendo a melhor condição em Baú
frigorífico com temperatura entre 10 e 16ºC, utilizando embalagem de saco de polietileno de 0,16 mm
de espessura e alta umidade inicial de sementes, ao redor de 35%.
Segundo Pereira, Vasconcelos e Sales (2010) a longevidade da semente depende muito das
condições de armazenamento. È conveniente, após a secagem até um teor de umidade cerca de 12%,
guardá-las em recipientes hermeticamente fechados a fim de se evitar a reabsorção de umidade do ar,
pois a semente de café com 12% de umidade estão em equilíbrio higroscópico com uma umidade
relativa do ar de 50%. Portanto, sempre que a umidade ultrapassar esse limite, a semente reabsorverá
umidade e poderá perder a germinação.
Carvalho et al. (1999), avaliando os efeitos de tratamentos aplicados nas sementes de cafeeiro
com e sem pergaminho, na emergência e desenvolvimento das mudas, verificaram que a retirada
manual do pergaminho contribui para acelerar o desenvolvimento das mudas de café.
CONCLUSÃO
Com os dados parcialmente analisados conclui-se que, os tratamentos e as variedades não
diferiram entre si para saquinhos plásticos, já para os tubetes houve uma variação significativa para a
Obatã 1669-20 em relação a as demais variedades no primeiro substrato, já em relação aos outros
tratamentos não diferiram entre si.
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25 A 29 de outubro de 2010
CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA QUANTO AO GRUPO DE
MATURIDADE RELATIVA
LIMA, P. C.1; ESPINDOLA, S. M. C. G.2; TEIXEIRA, G. A. C.1; CUNHA, F. A. G1 ; FRAGA Jr,
C.L.1; FERREIRA Jr, J. A.1; SILVA, G. A.1; MORAES, R. S1; FARIA, L. P. M1.
1
Graduando das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, Av. do Tutuna 720, Bairro do tutunas, fone (34) 3318 4188,
e-mail [email protected]
2
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU, Av. do Tutuna 720, Bairro do tutunas, fone (34) 3318 4188,
e-mail [email protected]
*Projeto financiado pelo Programa de Iniciação Científica da FAZU.
Resumo: O desenvolvimento de cultivares de soja, uma das oleaginosas de maior importância
econômica no mundo, recebeu maior impulso na ocasião do sancionamento da Lei de Proteção de
Cultivares. Essa maior demanda de registro de cultivares fez com que a lista de características
descritoras passasse por uma reformulação com o acréscimo da característica Grupo de Maturidade
Relativa. Com base nessas informações, esse trabalho objetiva auxiliar a pesquisa sobre grupos de
maturidade no Brasil, gerando dados de maturação para cultivares comerciais em Uberaba e, ainda,
avaliar e classificar quanto a característica Grupo de Maturidade Relativa diferentes cultivares
comerciais de soja durante a safra 2009/2010 em Uberaba-MG. Para isso o experimento será instalado
na fazenda escola da Fazu -Faculdades Associadas de Uberaba. O delineamento experimental será por
distribuição de blocos casualizados(DBC) com 2 blocos, cada bloco contendo os 30
tratamentos(genótipo) e uma repetição do tratamento em cada bloco. As parcelas experimentais
constarão de 4 linhas espaçadas a 0,50m entre si e com 5,0m de comprimento. Serão avaliados:
quantidade de dias para o florescimento (NDF), número de dias para maturidade (NDM), altura das
plantas na maturidade (APM) usando como base a data da emergência das plântulas no campo. O
cálculo do valor final será feito pela estimativa da regressão do número de dias para maturidade das
testemunhas pelo grupo de maturidade correspondente, aplicando-se a fórmula de regressão para as
linhagens, para obter-se o respectivo grupo.
Palavras-chave: Glycine max, maturação, regressão.
INTRODUÇÃO
A soja Glycine max(L.) Merril é considerada a principal leguminosa para consumo mundial, e
sua produção é cada vez mais crescente. O Brasil ocupa o segundo lugar em produção mundial
ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A produção brasileira prevista para a safra 2009/2010 é de
57,09 milhões toneladas, cultivadas em 21,73 milhões hectares (CONAB, 2009).
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O desenvolvimento de cultivares de soja adaptadas ao Cerrado e às baixas latitudes tem
propiciado a expansão da fronteira agrícola brasileira, como verificado nas últimas três décadas
(EMBRAPA SOJA, 2002).
No final dos anos 70, mais de 80% da produção brasileira de soja ainda se concentrava nos
três estados da região sul, embora o Cerrado, na região central do país, sinalizasse que participaria
como importante ator no processo produtivo da oleaginosa, o que efetivamente ocorreu a partir da
década de 1980. Em 1970, menos de 2% da produção nacional foi colhida nessa região e estava
concentrada no Estado de Mato Grosso do Sul (MS). Em 1980, essa porcentagem passou para 20%,
em 1990 já era superior a 40% e, em 2007, superou os 60%, com tendências a ocupar maior espaço a
cada nova safra (DALL’AGNOL et al., 2008).
A previsão de comportamento de cultivares de soja em um determinado local é dificultada,
visto que em latitudes semelhantes ocorrem disponibilidade térmicas diferentes, tornando-se
necessário a realização de ensaios de campo para se conhecer a fenologia das diferentes cultivares
(VERNETTI, 1983). Sendo assim, diversos trabalhos vêm sendo realizados com o intuito de avaliar a
adaptabilidade de genótipos a diferentes ambientes.
O melhoramento genético teve maior incentivo no Brasil, a partir de 1997, quando foi
sancionada a Lei nº. 9456, que trata da proteção de cultivares. A proteção dos direitos intelectuais
sobre a cultivar se efetua mediante a obtenção de um certificado de proteção concedido pelo Serviço
Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC (NETO et al., 2005).
Para que uma cultivar seja protegida é necessário comprovar que ela é distinta, homogênea e
estável. A distinguibilidade refere-se à diferença clara de qualquer outra cuja existência na data do
período de proteção seja reconhecida (GRILLI, 2005).
Por definição, cada cultivar difere de outras cultivares em uma ou mais características
específicas. Tais características podem ser fisiológicas, morfológicas ou bioquímicas, que são
passíveis, através de testes ou técnicas desenvolvidas e aperfeiçoadas em laboratório, de serem
detectadas e caracterizadas entre as cultivares (MCKEE, 1973).
Atualmente, são utilizados cerca de 38 descritores de soja para comprovar a distinção das
cultivares requeridas à proteção. Entre esses 38 descritores adotados na caracterização de cultivares de
soja, têm-se o ciclo vegetativo (período da emergência ao florescimento) e ciclo total (da emergência a
maturação), não sendo considerados os subestádios de cada fase de desenvolvimento. No entanto,
estes descritores tornaram insuficientes para distinguir as cultivares. Nesse sentido, novos descritores
vêm sendo identificados e avaliados (NOGUEIRA, 2007).
Em documento oficial publicado pelo Ministério da Agricultura foi comunicado que a
característica “Grupo de Maturidade Relativa” deverá ser incluída como descritor oficial na
diferenciação de cultivares de soja no sistema de Proteção de Cultivares, e é obtida por meio do
cálculo do valor relativo do ciclo total.
De acordo com Alliprandini et al.(2009) referente a maturação, devem ser somados vários
fatores para designá-la, tais como variedade, data de plantio, chuvas, latitude e doenças. Todos esses
fatores correlacionados, é que determinarão a produtividade de uma cultivar em uma região. O método
usado para determinar a maturidade corresponde ao número de dias decorridos desde a semeadura até
a data em que 95% das vagens apresentaram-se maduras (estágio R8 na escala de Fehr & Caviness
1977).
O método brasileiro de classificação de variedades quanto ao grupo maturidade é considerado
atrasado. As companhias privadas que estão entrando no mercado comercial de semente de soja, e que
usam o sistema de classificação da América do Norte (onde estão as matrizes dessas companias) tem
substituído gradualmente esse sistema. .(MONSOY, 1998a,b; ALLIPRANDINI et al, 2002; PRADO
et al., 2002; Fundação MT, 2003).
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A Monsanto foi a primeira companhia a introduzir o conceito de grupos de maturidade no
Brasil (PENARIOL, 2000). Apesar deste aumento no uso do sistema de classificação de maturidade
dos Estados Unidos por companhias privadas no Brasil, pouca ou nenhuma pesquisa foi publicada
para validar seu uso e estabelecer parâmetros para melhorar o uso desta aproximação sob condições
do Brasil (ALLIPRADINI et. al, 2009).
Com base nessas informações, os objetivos do presente trabalho são: auxiliar a pesquisa
sobre grupos de maturidade no Brasil, gerando dados de maturação para cultivares comerciais em
Uberaba e, ainda, avaliar e classificar quanto a característica Grupo de maturidade relativa diferentes
cultivares comerciais de soja durante a safra 2009/2010 em Uberaba-MG.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento será instalado durante a safra 2009/2010 na área experimental localizada na
Fazenda Escola das Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU-FUNDAGRI, em Uberaba, MG, a
780 m de altitude; 19° 44' de latitude Sul e 47º 57' de longitude Oeste de Greenwich. O solo local é
classificado como Latossolo Vermelho Distrófico.
Serão avaliadas 33 cultivares de ciclo precoce, médio e tardio de empresas que desenvolvem
sementes comerciais de soja.
O delineamento experimental será por distribuição de blocos casualizados (DBC) com cada
bloco contendo os 33 tratamentos (genótipo) com duas repetições sendo cinco delas já caracterizadas e
usadas como referência (testemunha). As parcelas experimentais constarão de 4 linhas espaçadas a
0,50m entre si e com 5,0m de comprimento, onde as duas linhas centrais de cada parcela serão
utilizadas para coleta de dados, descartando meio metro de cada extremidade.
Após a instalação do experimento, as parcelas de soja serão conduzidas de acordo com os
procedimentos técnicos necessários a fim de mantê-las livres da interferência de plantas daninhas e
pragas.
Avaliações Agronômicas
Para a estimativa da característica Grupo de maturidade relativa serão avaliadas as seguintes
características agronômicas no campo:
•
Número de dias para o florescimento (NDF): período que corresponde ao número de
dias decorridos entre a semeadura e o florescimento de 95% da plantas da parcela (estágio R1 na
escala de Fehr & Caviness 1977).
•
Número de dias para maturidade (NDM): período que corresponde ao número de dias
decorridos desde a semeadura até a data em que 95% das vagens apresentaram-se maduras (estágio R8
na escala de Fehr & Caviness 1977).
•
Altura das plantas na maturidade (APM): medida da base da planta, no solo, até a
inserção do rácemo no ápice da haste principal no estágio R8.
Cálculo do Grupo de maturidade
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Conforme estabelecido pelo Ministério da Agricultura o cálculo do valor final será feito pela
estimativa da regressão do número de dias para maturidade das testemunhas pelo grupo de maturidade
correspondente, aplicando-se a fórmula de regressão para as linhagens, para obter-se o respectivo
grupo.
Análises estatísticas
A regressão das médias de dias para maturidade para a classificação das variedades nos
grupos de maturidade relativa será realizada com o auxílio do do pacote estatístico Genes( CRUZ,
2007).
JUSTIFICATIVA DOS RESULTADOS
Os resultados dos cálculos para a classificação do grupo de maturidade das cultivares serão
apresentados ao final do terceiro ano de plantio, após a safra 2010/2011.
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