Cuidados paliativos o discurso do sujeito coletivo

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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
MATHEUS HENRIQUE CARDOSO MIRANDA
CUIDADOS PALIATIVOS: o Discurso do Sujeito Coletivo emergente de
enfermeiros
ITAJUBÁ-MG
2013
MATHEUS HENRIQUE CARDOSO MIRANDA
CUIDADOS PALIATIVOS: o Discurso do Sujeito Coletivo emergente de
enfermeiros
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, como requisito parcial
para a obtenção do título de Enfermeiro
com apoio do PROBIC/FAPEMIG.
Orientador: Prof. Dr. José Vitor da Silva
Coorientadora: Prof.ª Esp. Giseli Mendes
Rennó e Maiume Roana Ferreira de
Carvalho.
ITAJUBÁ-MG
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777
© reprodução autorizada pelo autor
M672c
Miranda, Matheus Henrique Cardoso.
Cuidados paliativos: o Discurso do Sujeito Coletivo
emergente de enfermeiros / Matheus Henrique Cardoso
Miranda. - 2013.
150 f.
Orientador: Profº. Dr. José Vitor da Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) com apoio financeiro da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) -Escola
de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013.
1. Cuidados paliativos. 2. Enfermeiros. 3. Pesquisa
qualitativa. I. Título.
NLM: WB 310
MATHEUS HENRIQUE CARDOSO MIRANDA
CUIDADOS PALIATIVOS: o Discurso do Sujeito Coletivo emergente de
enfermeiros
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, como requisito parcial
para a obtenção do título de Enfermeiro
com apoio do PROBIC – FAPEMIG,
defendido e aprovado em 25/04/13, pela
banca examinadora constituída pelos
membros:
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa a minha família por serem o que tenho de mais precioso nesta
vida e por compreender minhas ausências em alguns momentos.
Aos enfermeiros que aceitaram participar desta pesquisa, pois sem eles a mesma
não seria possível e por terem cedido seu tempo.
A todos meus amigos, pois me deram apoio.
Aos colaboradores, docentes e discentes da Escola de Enfermagem Wenceslau
Braz.
Ao professor e amigo José Vitor da silva
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por estar presente em todos os momentos de
minha vida.
Agradeço a minha família, por ter me ajudado com o seu apoio.
Agradeço a Escola de enfermagem Wenceslau Braz e todo seu corpo de
funcionários, pois sem eles não seria possível à realização deste trabalho.
Agradeço ao professor e amigo José Vitor da Silva pela sua orientação. Agradeço às
Professoras Gisele e Maiume pela coorientação.
Agradeço aos pacientes Da Unidade de Lesão de Pele Iza Rodrigues de Sousa, por
compreenderem minha ausência.
Agradeço a FAPEMIG pelo apoio financeiro.
A ética da vida e da morte é única. O cuidado que
damos ao nascer deve ser dado ao morrer, pois nascer
e morrer fazem parte de um mesmo fenômeno: o da
vida humana
Mauro Antonio Pires D. da Silva
RESUMO
O presente estudo teve como objetivos identificar as características pessoais e
profissionais dos enfermeiros; conhecer os significados de cuidados paliativos
emergentes desses profissionais; identificar a sua atuação profissional frente aos
pacientes com necessidades de cuidados paliativos, conhecer os sentimentos e os
seus motivos ao prestarem assistência a esses pacientes. Este estudo foi de
abordagem qualitativa, do tipo exploratório, transversal e amostragem intencional ou
teórica. A amostra se constituiu de 25 enfermeiros, que atuavam nas Unidades de
Saúde da cidade de Itajubá, MG. Utilizaram-se dois instrumentos para coleta de
dados: Caracterização pessoal e profissional dos entrevistados e o Roteiro de
entrevista semiestruturada, para a gravação dos respondentes. O método de analise
foi o Discurso do Sujeito Coletivo do qual se extraíram três figuras metodológicas:
ideias centrais, expressão-chave e discurso do sujeito coletivo.. Observou-se que
84% dos entrevistados eram do gênero feminino; a média de idade 36,48 anos
(DP=12,24), o tempo de formação profissional teve média de 3,2 anos (DP) e 64%
possuíam cursos de especialização. Em relação ao significado de cuidados
paliativos, emergiram as seguintes ideias centrais “cuidados prestados a pacientes
sem possibilidade de cura e seus familiares”; “cuidado para amenizar a dor e o
sofrimento do paciente”; “conforto ao paciente”; “Diferentes significados”;
“Proporcionar qualidade de vida” e “cuidados integrais”. Quanto aos sentimentos
surgiram as seguintes representações sociais: “Diversos sentimentos”; “Bem estar” e
“Amor e carinho”. Os motivos dos sentimentos foram evidenciados pelas seguintes
expressões: “Diversas justificativas”; “relacionado à profissão de enfermagem”; “Sem
possibilidade de cura” e “qualidade ao paciente”. A atuação profissional foi informada
pelas seguintes expressões: “considerando diversos aspectos”, “cuidados
necessários ao paciente” e “conforto do paciente e a família”. Concluiu-se que os
significados, os sentimentos, assim como seus motivos foram diversificados
assumindo caráter multidimensional ou polissêmico.
Palavras-chave: Cuidados paliativos. Enfermeiros. Pesquisa qualitativa.
ABSTRACT
The objectives of the present study were identify personal and professional nurse´s
characteristics, to know the meaning of emergent palliative care of these
professional; to identify their professional action about the patients with need for
palliative care , to know the feeling and their reason to assist these patients. This
study had qualitative intention or theoretical sample, exploratory and transversal type
as approach. The sample was 25 nurses who work in Itajubá MG. The personal and
professional characterization and Half structuralized interview script were the
instruments used for the recording of the respondents, the analysis method was
collective speech´s subject. Was observed that 84% of the interviewed were
feminine gender, the average age was 36,48 years old (DS=12,24) the average
formation time was 3,2 years and 64% are specialized in palliative care, the
following central ideas emerged: “supported patient and their family care without
prospect of a cure”; “ to take care for soften pain and suffering of the patient “Patient
comfort” ; “different meaning” “to supply life quality” and “ integral care”. About the
feeling emerged the following social representation: “several feelings” “well-being”
and “love and affection”. The cause for feelings were evidenced by the following
expressions: “ a lot of justifying” “related to nursing” “without prospect of a cure”
“quality to patient”. The way how the care was provided to the patient was
understood by the following ideas: “considering several points”, “care needed to the
patient” and “patient comfort”. The cause of these feelings was expressed by “ a lot
of justifying”, “quality to patient”, “no prospect of a cure”, “related to the profession”.
The professional action was reported by the following expressions: “ considering
diverse aspects ”need for care to the patients” and “ patient and their family comfort”.
It concludes that the meanings, the feelings, and its causes were diversified
assuming a multidimensional or polysemic character.
Keywords: Palliative care. Nurses. Qualitative research.
LISTAS DE QUADROS
Quadro 1- Ideias centrais, participantes e frequência, referentes ao significado
de cuidados paliativos ............................................................................................. 38
Quadro 2- Agrupamento das ideias centrais referentes ao significado de
cuidados paliativos .................................................................................................. 39
Quadro 3 - Ideias centrais agrupadas, participantes, frequência referentes ao
significado de cuidados paliativos ......................................................................... 41
Quadro 4- Ideias centrais, participantes e frequência referente ao sentimento
do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de
cuidados paliativos .................................................................................................. 44
Quadro 5 - Agrupamento das ideias centrais referentes ao sentimento do
enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados
paliativos................................................................................................................... 45
Quadro 6 - ideias centrais agrupadas, participantes e frequência referente os
sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que
necessitam de cuidados paliativos ........................................................................ 46
Quadro 7 - Ideias centrais, participante e frequência referente aos motivos dos
sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que
necessitam de cuidados paliativos ........................................................................ 48
Quadro 8 - Agrupamento das ideias centrais referentes aos motivos dos
sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que
necessitam de cuidados paliativos ........................................................................ 49
Quadro 9 - Ideias centrais, participantes, frequência referente aos motivos dos
sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que
necessitam de cuidados paliativos ........................................................................ 50
Quadro 10 – Ideias centrais, participantes, frequência referente à como é
prestada a assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos
enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos......................................... 53
Quadro 11 – Agrupamento das ideias centrais referente à como é prestada a
assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos enfermeiros e que
necessitam de cuidados paliativos ........................................................................ 54
Quadro 12 – Ideias centrais agrupadas, participantes, frequência referente à
como é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos
enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos......................................... 56
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Significados de cuidados paliativos do tema “significados de
cuidados paliativos” ................................................................................................ 43
Figura 2 - Sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos ...................................................................... 47
Figura 3 - Motivos dos sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos
pacientes com necessidade de cuidados paliativos............................................. 52
Figura 4 - Como é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os
cuidados dos enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos................. 57
LISTA DE TABELA
Tabela 1 – Características, pessoais, profissionais dos participantes do estudo.
Itajubá, MG, 2012 .................................................................................................... 37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC
Ancoragem
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CP
Cuidados paliativos
DP
Desvio Padrão
DSC
Discurso do Sujeito Coletivo
ECH
Expressões Chaves
EEWB
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz
IAD1
Instrumento de Análise de Discurso1
IAD2
Instrumento de Análise de Discurso 2
IC
Ideia central
MS
Ministério da Saúde
NOB
Normas Operacionais Básicas
OMS
Organização Mundial de Saúde
RS
Representações sociais
UTI
Unidade de terapia intensiva
UBS
Unidade básica de saúde
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 16
2
MARCO CONCEITUAL................................................................................... 20
2.1
CUIDADOS PALIATIVOS ................................................................................ 20
2.1.1 Conceito ......................................................................................................... 20
2.1.2 Histórico ......................................................................................................... 22
2.1.3 Princípios básicos dos Cuidados Paliativos............................................... 22
2.1.4 Cuidados Paliativos no Brasil ...................................................................... 24
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ................................................................... 26
3.1
CENÁRIO DE ESTUDO................................................................................... 26
3.2
MÉTODO DO DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO ..................................... 27
3.3
DELINEAMENTO DO ESTUDO ...................................................................... 30
3.4
PARTICIPANTE, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE.............................................................................................. 31
3.4.1 Critérios de elegibilidade .............................................................................. 32
3.4.2 Critérios de exclusão .................................................................................... 32
3.5
COLETA DE DADOS....................................................................................... 32
3.5.1 Instrumentos de coleta de dados................................................................. 32
3.5.2 Procedimento de coleta de dados................................................................ 33
3.6
PRÉ-TESTE..................................................................................................... 34
3.7
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DE DADOS.................................................... 34
3.8
ESTRATÉGIAS PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS..................... 35
3.9
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA.............................................................. 35
4
RESULTADOS ................................................................................................ 37
4.1
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS DOS PARTICIPANTES
DO ESTUDO ................................................................................................... 37
4.2
TEMAS, IDEIAS CENTRAIS E DSCs .............................................................. 38
5
DISCUSSÃO ................................................................................................... 59
6
CONCLUSÕES ............................................................................................... 70
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 71
REFERÊNCIAS............................................................................................... 73
APÊNDICE A - Caracterização pessoal e profissional do enfermeiro....... 77
APÊNDICE B - Roteiro de entrevista semiestruturada............................... 78
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................. 79
ANEXO A – Instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD-1) ....................... 81
ANEXO B – Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2) ..................... 120
ANEXO C- Parecer Consubstanciado N. 792/2011 ................................... 149
16
1
INTRODUÇÃO
Cuidado Paliativo é um conjunto de atos multiprofissionais que têm por
objetivo efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social;
que afligem o homem na sua finitude, isto é, quando a morte dele se aproxima. Na
maioria das vezes, a família é também abraçada pela equipe multiprofissional, pois
ela compartilha do sofrimento do paciente. O Cuidado Paliativo prolonga-se após a
morte sob a forma de atendimento do luto dos familiares (FIGUEREDO, 2013).
Sabe-se que muitos profissionais da área de saúde desconhecem a filosofia e
a natureza dos cuidados paliativos e ainda que tivessem a preocupação de melhorar
a assistência aos pacientes em fase terminal de uma doença, isto, muitas vezes,
não poderá ser concretizado devido à falta de conhecimentos sobre o assunto.
O cuidado paliativo é uma prática de cuidar antiga, que foi deixado de lado
com o avanço da tecnologia e a visão curativista, mas está sendo retomada sua
discussão em nossa atualidade, já que enfrentamos o aumento das doenças
crônicas e degenerativas pela qual não se tem cura. MATSUMOTO (2012) nos
relata que em 1947 Dane Cicely Asuders, enquanto estava em formação como
enfermeira, cuidou de um paciente que possuía um carcinoma retal inoperável,
recebendo colostomia paliativa. Cicely o visitou até o momento de sua morte. Após
este acontecimento Cicely fez um estudo onde relata a origem dos cuidados
paliativos, mudando o curso da medicina e estabeleceu as bases para a medicina
paliativa.
Com o avanço da tecnologia e a globalização, trouxe qualidade de vida e
maior expectativa de vida, com o surgimento de novas vacinas, remédios,
equipamentos com diagnósticos precisos e rápidos, tendo a cura como principal
objetivo. Para Matsumoto (2012, p. 23) refere-se que:
O avanço tecnológico alcançado principalmente a partir da segunda
metade do século XX, associado ao desenvolvimento do terapêutico,
fez com que muitas doenças mortais se transformassem em doenças
crônicas, levando a longevidade dos portadores dessas doenças
crônicas [...].
Assim a assistência ao paciente em fase terminal passa a ser tecnicista
visando a cura deixando de lado a humanização.
17
As ações de cuidados de saúde hoje são sempre mais marcados pelo
“paradigma de cura” o qual se caracteriza basicamente por cuidados críticos e
medicina de alta tecnologia [...]. À medida que as prestações de serviço do sistema
de saúde tornam-se sempre mais dependentes da tecnologia, são deixadas de lado
práticas humanas, tais como manifestação de apreço, preocupação e presença
solidária com o doente (PESSINI, 2012, P. 50)
O paciente que necessita de cuidados paliativos precisa ser avaliado numa
perspectiva distinta a essa. É indispensável que ele participe das decisões que
serão tomadas. Sua autonomia precisa ser reconhecida e respeitada. Há
necessidade de se manter relacionamento paralelo ou horizontal entre ele e o
profissional.
A atuação dos profissionais capacitados para oferecer cuidados paliativos é,
sem dúvida, um requisito importante para o atendimento de qualidade.
[...] o objetivo principal é que esses cuidados sejam oferecidos,
desde então, médico, equipe de saúde, paciente e família criam um
vínculo de confiança e, em conjunto, estabelecem um plano
estratégico de assistência integral e contínua. Diante desse primeiro
contato do paciente com o diagnóstico, inicia- se a intervenção, pois
dessa maneira, o paciente passa ser o agente ativo em seu
tratamento [...]. (MELO; CAPONERO, 2009, p. 258).
A prioridade dos cuidados paliativos é o valor da dignidade da pessoa, ou
seja, reconhecer que ela é única para si, família e Deus. O foco torna-se o cuidado
do paciente como um todo, quando a cura não é mais o objetivo final. Além do
conhecimento técnico adquirido, pretende-se amadurecer e trabalhar o lado
humano, a importância de uma participação mais efetiva da equipe multiprofissional,
com ênfase no diálogo com os familiares e uma abordagem holística ao paciente.
O foco principal dos cuidados paliativos é o cuidar; portanto, alguns
princípios básicos são importantes: o escutar o paciente, [...] um ser
capaz de identificar doenças, oferecer segurança aos doentes e
familiares, individualizar queixas, procurar responder a todas as
perguntas do doente e de seus familiares, melhorar seu sofrimento.
(MELO; FIGUEREDO 2009, p. 18-19).
Ensinar a lidar com a morte é algo difícil, diferente do aprendizado do
procedimento técnico. Requer colocar-se no lugar do outro, proporcionando-lhe
18
escuta, atenção, toque e estar ao lado. Trata-se de novo paradigma, novas posturas
e requer diferentes abordagens.
“Diante do desafio de cuidar do paciente no final da vida de maneira tão
completa, devemos expandir nossa compreensão do ser humano para além da
dimensão biológica”. (SAPORETTI, 2009, p. 270).
O interesse pessoal pela temática surgiu da percepção do crescente número
de pacientes internados nas unidades e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com
doenças crônicas não transmissíveis em fase terminal ou sem possibilidade
terapêutica, assim como o desconhecimento da equipe multiprofissional quanto às
atividades a serem desenvolvidas com esses pacientes. Observava-se, muitas
vezes, que a conduta profissional era de caráter pessoal e não baseada nas
necessidades do paciente, principalmente do ponto de vista de sua autonomia e
beneficência, provocando desrespeito aos seus valores e ideologia. O cuidado era
baseado principalmente nos aspectos pessoais dos profissionais, em especial do
médico, que não raras vezes decidia o que e como fazer em relação ao paciente. A
natureza do cuidado envolvia apenas os aspectos técnicos e científicos, envolvendo
cunho objetivo e meramente tecnicista e sem a visão da subjetividade dos pacientes.
Este estudo poderá ser fonte de pesquisa para novos estudos, principalmente
na área de enfermagem. O conhecimento adquirido a respeito desse assunto, nesta
pesquisa, poderá embasar cursos, palestras e ser incluído na educação continuada.
Torna-se necessário, promover discussões e mostrar que a filosofia dos cuidados
paliativos se opõe à eutanásia.
Pesquisa desta natureza poderá não só proporcionar conhecimentos e
condutas necessárias na abordagem ao paciente, mas também despertar a equipe
multiprofissional para estudar e aprofundar o assunto, estabelecendo assim,
estratégias necessárias e intervenções adequadas, para o enfermeiro, médico e
demais membros da equipe de saúde, no atendimento próprio e específico referente
a cada profissão.
A relevância deste estudo está em despertar os profissionais de saúde para
os cuidados paliativos, sendo que a partir da conscientização de necessidade e
importância desses cuidados, possam prestar uma assistência de qualidade ao
paciente sem possibilidades terapêuticas e seus familiares. A partir dessa
conscientização os profissionais poderão prestar uma assistência com maior
efetividade, refletindo na melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares.
19
Assim este trabalho tem como objetivos identificar as características pessoais
e profissionais dos enfermeiros que atua nas diversas unidades de saúde de Itajubá,
MG; conhecer os significados de cuidados paliativos emergentes dos enfermeiros;
identificar a atuação dos enfermeiros frente aos pacientes com necessidades de
cuidados paliativos; conhecer os sentimentos do enfermeiro ao prestarem
assistência aos pacientes com necessidades de cuidados paliativos e conhecer os
motivos desses sentimentos.
20
2
MARCO CONCEITUAL
O marco conceitual de um trabalho científico tem o objetivo de salientar o que
foi estudado até a atualidade sobre aquele determinado tema de pesquisa, o quanto
esses estudos são adequados e confiáveis e quais as falhas existentes no corpo da
pesquisa (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
2.1
CUIDADOS PALIATIVOS
A origem do termo cuidado paliativo situa-se em uma discussão da prática
médica sobre o lidar com pacientes considerados terminais. Desta forma, o cuidado
paliativo difere do curativo pela noção médica de paciente “terminal” ou “fora de
possibilidades terapêuticas” (SIMONI; SANTOS 2003).
2.1.1 Conceito
Cuidados Paliativos é uma filosofia do cuidar, que visa prevenir e aliviar o
sofrimento humano em suas várias dimensões físicas, psicológicas, sociais e
espirituais com o objetivo de dar aos pacientes e seus entes queridos, a melhor
qualidade possível de vida. (COSTA FILHO et al. , 2008).
O verbo paliar tem origem no latim e significa proteger, cobrir com capa,
portanto, paliar é usado em nosso meio, como aliviar provisoriamente, remediar
(COSTA FILHO et al. , 2008).
Pessini; Bertachini e Pimenta (2004), Mota e Cruz (2006) nos mostra que em
a Organização Mundial da Saúde (OMS) (1990) adotou e conceituou cuidados
paliativos como:
Cuidados ativos e totais aos pacientes quando a doença não responde aos
tratamentos curativos, quando o controle da dor e de outros sintomas, entre
outros problemas psicológicos sociais e espirituais são prioridade e cujo
objetivo é alcançar a melhor qualidade de vida para os pacientes.
Santos (2009) esclarece que a OMS (2000) redefiniu esse conceito, com
enfoque na prevenção do sofrimento.
Cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida
dos pacientes e famílias, que enfrentam problemas associados com
21
doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento,
por meios de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e
outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual.
Pimenta; Mota; Cruz (2006) mencionam também, que a OMS deixa claro que
os cuidados paliativos afirmam a vida e encaram a morte como um processo natural;
não apressam nem prolongam a morte, provêm alívio de dor e de outros sintomas,
integrando os cuidados nos aspectos psicossocial e espiritual; oferecem um sistema
de apoio para que os pacientes possam viver o mais ativamente possível até a sua
morte e ajudam as famílias e os cuidadores a lidar com a situação durante a doença
e no processo do luto.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, WHO (2002):
Cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos
pacientes e de seus familiares, em face de uma doença terminal, através da
prevenção e do alívio do sofrimento por meio da identificação precoce,
avaliação rigorosa e tratamento da dor e de outros problemas, físicos,
psicossociais e espirituais.
Segundo Remedi (2009) o cuidado paliativo é um conceito metodológico e
instrumental em construção. Sua definição, assim como suas estratégias a partir da
prática ainda é um desafio.
Remedi (2009) refere ainda que:
Nos cuidados paliativos a ação não é movida apenas pela competência
técnico-científica, apoiada no processo diagnóstico e terapêutico; a ação é,
também, determinada por questões políticas, éticas, culturais, sociais e
subjetivas, assim, o desafio das equipes é encontrar no trabalho cotidiano,
junto aos que recebem cuidados paliativos, um equilíbrio harmonioso entre
a razão e a emoção.
Simoni e Santos (2003) mencionam que cuidados paliativos é um termo
adotado na modernidade para o cuidado no fim de vida. É um termo ligado à morte
ritualizada nos hospitais, embora não esteja necessariamente associada ao fim de
vida medicalizada.
Os cuidados paliativos abordam de forma objetiva a melhoria da qualidade de
vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameaça a vida, por
meio da prevenção, alívio de sofrimento, identificação precoce, avaliação,
tratamento da dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais (CLEMENTE;
SANTOS, 2007).
22
2.1.2 Histórico
O termo cuidados paliativos teve origem no movimento hospice, no século
XIX. Em 1840, na França, os hospices eram abrigos para os peregrinos, viajantes,
doentes, assim como necessitados e tinham origem religiosa. Ali se cuidava dos
doentes e dos que estavam morrendo provendo apoio e cuidados espirituais.
Em 1950, Dame Cecily Saunders, em Londres, fundou o Saint Christopher’s
Hospice, que descreveu o conceito de cuidar e não só curar contendo dois
elementos fundamentais: 1) o controle efetivo da dor e 2) de outros sintomas
decorrentes dos tratamentos em fase avançada das doenças, focando na atenção
integral do paciente, diante das suas necessidades, até o final de sua vida. Com
essa concepção deu-se início a outros hospices independentes.(PESSINI;
BERTACHINI; 2004).
Com esse movimento, incorporou-se maior necessidade de controlar a dor
com a utilização da morfina. Para isso, era necessário o treinamento de profissionais
e voluntários, para oferecerem maior suporte aos pacientes e familiares no período
final dos tratamentos e na fase de luto (SANTOS, 2009).
2.1.3 Princípios básicos dos Cuidados Paliativos
Cuidados paliativos têm como foco principal o cuidar, portanto têm alguns
princípios importantes como: escutar o paciente, fazer um diagnóstico antes de
tratar, conhecer muito bem as drogas a serem utilizadas, empregar drogas que
tenham mais de um objetivo de alívio, propor tratamentos o mais simples possível,
não tratar tudo que é dor com medicamentos e analgésicos. Cuidados paliativos são
cuidados intensivos e têm como objetivos aprender a reconhecer e desfrutar
pequenas realizações, ter consciência de que sempre há alguma coisa que pode ser
feita ( PIMENTA; MOTA; CRUZ, 2006, SANTOS, 2009).
Pessini; Bertachini (2004) acrescentaram outros princípios importantes nos
cuidados paliativos como: compaixão, humildade e honestidade.
É necessário ter compaixão, tentando imaginar a condição que a pessoa está
vivendo, colocando-se no seu lugar e tentando fazer para o outro o que se gostaria
que se fizesse a si próprio.
23
Precisa-se ter humildade. Nem sempre o profissional tem as respostas certas,
uma vez que se está num contínuo aprendizado. É preciso ter sabedoria e
capacidade de admitir para o paciente quando não se tem uma resposta, explicar a
ele que irá buscar entendimento sobre a questão e que procurará responder àquilo
de que ele precisa.
É preciso também ser honesto ao lidar com os pacientes e familiares. Isto não
quer dizer que apresentaremos os fatos de uma forma insensível. E sim, colocará a
pessoa no centro do processo de decisão, e que, diante das incertezas de como as
coisas progredirão, será capaz de utilizar habilidades de comunicação para
serenamente, sentar e conversar com o paciente sobre o que está acontecendo. E
que, quando tiver as respostas para resolver os problemas da pessoa, poderá
planejar juntos, o leque de opções possíveis, de modo que as escolhas partam
sempre da pessoa sob cuidados paliativos.
Pessini; Bertachini (2004) citam também uma outra definição da OMS,
esclarecendo que nem sempre é simples resolver os problemas em cuidados
paliativos, quer sejam físicos, emocionais, existenciais e espirituais. Mas a prioridade
é usar as habilidades profissionais para fazer o que se pode para aliviar o sofrimento
em todas as suas formas.
Os cuidados paliativos são de suma importância, já que há o aumento de
doenças crônicas que não respondem aos tratamentos curativos, mas que causam
intensa dor e sofrimento emocional e espiritual, e que torna a vida do paciente e da
família insuportável. Com isso, é necessário estarmos presente como pessoa,
oferecendo apoio e compreensão, conversando e ouvindo, tentando juntos encontrar
alguma maneira de fazer que se passe este ciclo com melhor qualidade de vida, e
assim, proporcionar uma morte tranquila.
O processo de adaptação do paciente aos cuidados paliativos vai depender
da idade; do estágio do desenvolvimento familiar; da natureza da doença; da
experiência prévia, individual e familiar em relação à doença e à morte; do padrão de
enfrentamento das situações de estresse, das condições socioeconômicas e das
variáveis culturais envolvidas (SANTOS, 2009).
24
2.1.4 Cuidados Paliativos no Brasil
Discutir cuidados paliativos e questões referentes ao final da vida nunca é
fácil, pois esses temas não foram aprendidos e nem são discutidas na nossa
sociedade. Santos (2009) é preciso mudar o conceito de que nada mais pode ser
feito pelos enfermos e, consequentemente, mudar de atitude. Com isso, é
necessária a criação de comitês para o treinamento de profissionais de saúde,
assegurar a disponibilidade dos medicamentos nas unidades de cuidados paliativos
e criar leis para a proteção dos médicos, pacientes e familiares.
Na nossa cultura não se tem o costume de vivenciar a morte como algo
natural, ela é vista como algo doloroso, onde se vestem roupas escuras e o
processo de luto se estende de meses a anos. É necessário que se trabalhe dentro
de nossa sociedade, faculdades, escolas e dentro das famílias que a morte faz parte
do ciclo vital.
(FLORIANE, SCHRAMM, 2012) No Brasil não há registro de quando foi criado
o primeiro hospice, mas em fontes disponíveis refere-se que o primeiro que teve os
mesmos princípios foi criado 1944, na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Penha.
Complementam:
A despeito da iniciativa isolada do asilo da Penha, só a partir de 1980 foram
surgindo unidades dos centros de cuidados paliativos no Brasil, maior parte
vinculada ao tratamento de pacientes com câncer e/ou centros de
tratamento de dor crônica [...]. (FLORIANE, SCHRAMM, 2012, p. 176)
Em 1997 foi fundada a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP),
a qual não visa o lucro mas visa a disseminação do tema em todo o Brasil. E em
2005 foi criada a Academia Nacional de Cuidados Paliativos com praticamente os
mesmos objetivos do ABCP. (FLORIANE, SCHRAMM, 2012).
Ficaram estabelecido alguns objetivos principais como: proporcionar o vínculo
científico e profissional entre a equipe de saúde que estuda e pratica as disciplinas
ligadas aos cuidados nas enfermidades crônico-degenerativas, em fase avançada e
na sua finitude; aperfeiçoar a qualidade de atenção aos enfermos; estimular as
pesquisas no campo de cuidados paliativos, visando elevar o nível técnico-científico
de todos os profissionais de saúde, incluir a temática nos programas curriculares e
acadêmicos de educação na área de saúde; estudar e discutir problemas éticos e
suas responsabilidades na prática dos cuidados paliativos promovendo o bem estar
25
da comunidade, preservando a melhoria da qualidade de vida dos enfermos, nos
diversos níveis de saúde (SANTOS, 2009).
O Brasil é um país grande, com suas características próprias, do ponto de
vista sociocultural e econômico que devem ser respeitadas, para que esses
serviços, localizados nos diversos estados, possam ser seguros em sua abordagem
e contribuir para a melhoria do atendimento. Para isso, o objetivo principal dessa
iniciativa é criar diretrizes e modelo nessa área que sejam adequados à realidade de
nosso país (PIMENTA; MOTA; CRUZ, 2006).
No Brasil, os desafios à implantação dos cuidados paliativos e do cuidado
hospice são significativos, podendo-se citar a necessidade de aumentar a
oferta de centros especializados e de forte investimento na qualificação de
recursos humanos, tanto do ponto de vista técnico quanto da capacitação
para lidar com as questões relacionadas à terminalidade. Além disso, a
inserção dos cuidados paliativos na grade curricular torna-se imperativa.
Outros aspectos relevantes dizem respeito à estruturação da rede
hospitalar, especialmente aquela situada longe dos grandes centros
urbanos, à necessidade de suporte aos cuidadores e à implementação de
uma política nacional de cuidados paliativos que seja, de fato, efetiva.
(FLORIANE, SCHRAMM, 2012)
Segundo COSTA Filho et al., (2008) por meio de uma pesquisa realizada em
35 países, a maioria no continente europeu, e outros como o Chile, Costa Rica,
Argentina, Austrália e África do Sul que tem por tema como implementar cuidados
paliativos de qualidade na unidade de terapia intensiva, constatou-se que o Brasil
ainda não demonstrou possuir medidas de inclusão dos cuidados paliativos nos
principais sistemas de saúde, e que este cenário pode ser explicado não somente
pela presença de dificuldades locais mas também pela má compreensão da filosofia
que alimenta os cuidados paliativos.
26
3
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Nesta parte serão tratados os aspectos relacionados com o cenário do
estudo, delineamento do estudo, sujeito, amostra e amostragem, assim como coleta
de dados, pré-teste, estratégia de análise dos dados e informações sobre a ética da
pesquisa.
3.1
CENÁRIO DE ESTUDO
Este estudo teve como cenário a cidade de Itajubá- MG, onde foram
entrevistados os enfermeiros que atuavam na área hospitalar e na área de saúde
publica.
Diante disso, são apresentadas, a seguir, informações relacionadas à
mencionada cidade.
O município de Itajubá está localizado no sul de Minas Gerais, sua população
é de 86.036 habitantes, da qual 42.105 são homens e 43.931 mulheres. O número
de idosos acima de 60 anos é aproximadamente de 14.536 habitantes.
Dessa
população, 78.877 pessoas residem em zona urbana e 7.149, na zona rural
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-2001).
Por outro lado, a cidade de Itajubá liga-se a 15 municípios vizinhos, aos quais
dá apoio e cooperação na busca de desenvolvimento sustentável. Juntos formam
um dos maiores PIBs de Minas Gerais.
O atendimento prestado à saúde na referida cidade, relativo à atenção básica,
articula-se por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), policlínicas e unidades
de Estratégias Saúde da Família, que atendem tanto a zona urbana como a rural. A
rede básica de saúde funciona de segunda a sexta-feira, no horário das 7horas às
17 horas.
A atenção secundária e terciária é desenvolvida pelo Hospital Escola, Santa
Casa de Misericórdia de Itajubá, Hospital Odontomed, Saúde CEAM e o Pronto
Atendimento Adulto e Infantil da Unimed.
Devido a sua boa malha viária, a cidade é o núcleo urbano mais importante
da região, pois permite a concentração e distribuição de bens e serviços para os
municípios circunvizinhos. Possui empresas de grande e médio porte, que geram
aproximadamente 2.500 empregos, assim é considerado um dos maiores Distritos
27
Industriais do Sul de Minas. O comércio varejista é bem diversificado e possui 400
comércios registrados na associação comercial da cidade. Na agropecuária, o
principal produto produzido em larga escala é a banana.
Do ponto de vista de educação, Itajubá é reconhecida como o melhor pólo de
ensino da região. Conta com diversos estabelecimentos de ensino de primeiro e
segundo grau, assim como escolas técnicas.
Quanto às instituições de ensino
superior, a cidade conta com cinco Faculdades, um Centro Universitário e uma
Universidade Federal, que oferecem cursos de graduação e pós-graduação nas
áreas de exatas, humanas e biológicas (biomédicas), além de centros de pesquisa e
desenvolvimento, incubadora de empresas de base tecnológica e institutos
especializados, sendo um deles de astrofísica. (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO,
2007).
3.2
MÉTODO DO DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO
As representações sociais (RS) segundo JODELET (1989), “são uma forma
de conhecimento socialmente elaborado e partilhado, tendo uma visão prática e
concorrendo, para a construção de uma realidade comum a um conjunto social”.
FIGUEIREDO (1994) ressalta que as RS podem ser entendidas como uma atividade
de construção ou representação do real e que se efetua a partir das informações,
que as pessoas recebem, através de suas percepções e sensações sentidas.
Para se conhecer os sentimentos, significados, motivos dos sentimentos e a
atuação dos enfermeiros frente aos pacientes com necessidades de cuidados
paliativos, sob o referencial da teoria das representações sociais, a opção pela
abordagem qualitativa foi melhor caminho e o Discurso do Sujeito Coletivo se
constituirá no método escolhido, permitindo, assim, a aproximação com o fenômeno
em estudo.
Lefévre; Lefévre; Teixeira (2000) mencionam que o DSC é uma estratégia
metodológica com a finalidade de tornar mais clara uma determinada representação
social e o conjunto das representações que constituem um dado imaginário. Por
meio desse modo discursivo é possível visualizar a representação social, na medida
em que ela aparece não sob a forma (artificial) de quadros, tabelas ou categorias,
mas sob a forma mais viva de um discurso, que é o modo como os indivíduos reais e
concretos pensam:
28
O DSC consiste na reunião, num só discurso-síntese, de vários discursos
individuais emitidos como resposta a uma mesma questão de pesquisa por
sujeito social e institucionalmente equivalentes ou que fazem parte de uma
mesma cultura organizacional e de um grupo social homogêneo, na medida
em que os indivíduos que fazem parte desse grupo ocupam a mesma ou
posições vizinhas num dado campo social. O DSC é então uma forma de
expressar diretamente a representação social de um dado sujeito
(LEFÉVRE, LEFÉVRE, 2002).
A proposta inovadora para somar discursos entende que é preciso recompor
o material dos discursos empíricos coletivos. Então, por meio do DSC busca-se
escapar tanto da não-pessoa da ciência (números, discurso impessoal ou “discurso
sobre”) quanto do discurso individualizado, não generalizável, da primeira pessoa do
singular.
Lefévre, Lefévre (2002), precursores desse método, esclarecem ainda que o
DSC é uma proposta de organização e tabulação de dados qualitativos de natureza
verbal, obtidos de depoimentos, artigos de jornal, materiais e cartas, entre outros:
O Sujeito Coletivo se expressa então por meio de um discurso emitido no
que se poderia chamar de primeira “pessoa (coletiva) do singular”. Trata-se
de um “eu” sintático que, ao mesmo tempo que sinaliza a presença de um
sujeito individual do discurso, expressa uma referência coletiva na maneira
em que este “eu” fala pela ou em nome de uma coletividade. Este discurso
coletivo expressa um sujeito coletivo (LEFÉVRE; LEFÉVRE, 2002).
Esses autores comentam também que foi adotado para o DSC um
“pressuposto socioantropológico de base na medida”, por meio do qual entende-se
que o pensamento de uma coletividade sobre um dado tema pode ser visto como o
conjunto dos discursos existentes na sociedade e na cultura sobre tal tema, do qual
os sujeitos lançam mão para se comunicarem, interagirem e pensarem.
Nesse sentido, o pensamento coletivo é como se fosse um segundo idioma,
uma segunda língua que, ao mesmo tempo em que viabiliza e permite a troca entre
indivíduos distintos de uma mesma cultura é como o primeiro idioma, uma condição
imprescindível para a vida humana em sociedade.
A comparação entre o DSC e os idiomas permite que se entenda algo de
suma importância, quer dizer, um indivíduo que domina determinada língua é, ao
mesmo tempo, um ente coletivo e um ente individual enquanto, como ente coletivo,
compartilha com os membros da sua cultura um código comum e, como ente
individual, é capaz de produzir e produz frequentemente, nas suas interações
29
habituais, frases inéditas. Ora; isto acontece exatamente com o DSC (LEFÉVRE;
LEFÉVRE; TEIXEIRA, 2000).
O DSC é o equivalente da língua ou idioma e o depoimento dos indivíduos
com os quais ele é feito, ou a partir dos quais ele é reconstruído ou mesmo
elaborado, é o equivalente das frases individuais.
Logo, o “Discurso do Sujeito Coletivo é um construto, elaborado por
abstração, a partir de um conjunto de falas individuais de sentido reputado
semelhante ou complementar, com a finalidade precípua de expressar um
pensamento coletivo” (LEFÉVRE; LEFÉVRE, 2002).
Se o pensamento coletivo pode ser visto como um conjunto de discursos
sobre um dado tema, o DSC visa iluminar o conjunto de individualidades
semânticas, próprias do imaginário social.
Em suma, o DSC é uma maneira destinada a fazer a coletividade “falar”
diretamente.
Para a elaboração do DSC foram criadas quatro figuras metodológicas, que
são:
1. Expressões-Chave (ECH): são partes ou todo o conteúdo das transcrições
literais do discurso de cada sujeito, que devem ser identificadas e a seguir
destacadas (sublinhadas, coloridas ou iluminadas) pelo pesquisador, e que
revelam a essência do discurso ou a teoria subjacente.
2. Ideias Centrais (IC): são um nome ou expressão lingüística que revela e
descreve da maneira mais sintética, precisa e fidedigna possível o sentido de
cada um dos discursos analisados e de cada conjunto homogêneo de ECH, que,
posteriormente, vai dar origem ao DSC. É importante assinalar que as IC não são
uma interpretação, mas uma descrição do sentido do depoimento ou de um
conjunto de depoimentos. As IC podem ser resgatadas por meio de descrições
diretas do sentido do depoimento, revelando “o que foi dito”, ou por meio de
descrições indiretas ou mediatas que revelam o tema do depoimento ou “sobre o
que” o sujeito enunciador está falando. Neste último caso, será preciso, após a
identificação do tema, reconhecer as IC correspondentes.
3. Ancoragem (AC): algumas ECH remetem não apenas a uma ideia central
equivalente, mas também a uma figura metodológica que, sob a inspiração da
TRS, denomina-se Ancoragem (AC), que é a manifestação linguística explícita de
30
uma determinada teoria, ou crença que o autor do discurso professa e que, na
qualidade de afirmação genérica, está sendo utilizada pelo enunciador para
“enquadrar” uma situação específica. É importante observar que todo
depoimento tem uma ou várias IC, mas apenas alguns depoimentos apresentam,
de maneira explícita, marcas discursivas das ancoragens (LEFÉVRE; LEFÉVRE,
2002).
4. Discurso do Sujeito Coletivo (DSC): é um discurso redigido na primeira pessoa
do singular e composto pelas ECH que têm as mesmas IC ou AC.
3.3
DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente estudo foi de abordagem qualitativa, do tipo exploratório e
transversal.
As pesquisas qualitativas traduzem e expressam o sentido dos fenômenos do
mundo social, trata de reduzir a distância entre indicador e indicado, teoria e dados,
entre o contexto e ação. (MINAYO, 1994).
A pesquisa qualitativa tem como base as experiências vivenciadas das
pessoas a partir da descrição das mesmas, no qual utiliza a estatística para
compreender o significado das relações humanas, facilitando a interpretação dos
dados obtidos, Com uma maior capacidade das percepções e subjetividades dos
seres humanos (FIGUEREDO, 2009; DYNIEWICZ, 2007).
Segundo Minayo (1994), ao contemplarmos o aspecto qualitativo do objeto
estamos considerando como sujeito de estudo: gente, em determinado grupo social
ou classe com crenças, valores e significados, sendo que este objeto construído
encontra-se em constante processo de transformação.
Característica da pesquisa qualitativa:
x
Tem o ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador
como instrumento-chave;
x
É descritiva, isto é, os resultados são expressos em narrativas, descrições,
figuras, declarações de pessoas, quadros esquemáticos;
x
Os pesquisadores qualitativos, estão preocupados com o processo e não
simplesmente com resultados e o produto;
31
x
Os
pesquisadores
qualitativos
tendem
a
analisar
seus
dados
indutivamente;
x
O significado é a preocupação essencial na abordagem qualitativa: os
pesquisadores buscam detectar os significados, sentimentos e percepção
que as pessoas dão aos fenômenos.
Os resultados da pesquisa qualitativa são, tipicamente, baseados na
experiência da vida real de pessoas com conhecimento do fenômeno em primeiramão. No entanto a abordagem tem várias limitações.
Para Brevidelli; Domenico (2006), o estudo exploratório tem como objetivo o
conhecimento do fenômeno a ser estudado por meio dos sujeitos, grupos,
instituições. É a primeira forma de aproximação do conhecimento de algo.
Os estudos transversais são aqueles em que os dados são coletados com um
ou mais grupos de sujeitos em um momento particular de tempo, ou seja, uma só
vez em um determinado tempo ou momento. (BREVIDELLI; DOMENICO, 2006).
3.4
PARTICIPANTE, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE.
Os participantes do presente estudo foram enfermeiros, que atuam nas
unidades de saúde, da cidade de Itajubá, MG.
A amostra foi constituída por 25 enfermeiros. Lefévre; Lefévre (2002)
comentam que, no método do DSC, a amostra mínima deve ser constituída por 20
participantes.
A amostra é uma porção da população, ou seja, subconjunto desta, a ser
estudado (POLIT, BECK; HUNGLER, 2004).
A amostragem desta pesquisa foi intencional ou teórica, que é baseada na
crença de que o conhecimento do pesquisador sobre a população pode ser utilizado
para selecionar os casos a serem incluídos na amostra. O pesquisador pode decidir
selecionar, intencionalmente, a maior variedade possível de respondentes, ou
escolher sujeitos que sejam considerados típicos da população em questão, ou
particularmente
HUNGLER,2004).
conhecedores
do
assunto
em
estudo.
(POLIT;
BECK;
32
3.4.1 Critérios de elegibilidade
Os critérios de elegibilidade foram os seguintes:
x
Ser enfermeiro que atua nas diversas unidades de saúde da cidade de
Itajubá.
x
Estar trabalhando, no mínimo, há seis meses, pois Monteiro (2005) afirma
que para representar algo de maneira completa e abrangente há
necessidade de conviver com ele, no mínimo, três meses.
x
Aceitar participar do estudo.
3.4.2 Critérios de exclusão
x
Os critérios de exclusão foram aqueles de natureza contrária aos critérios
de elegibilidade.
3.5
COLETA DE DADOS
Serão contemplados, a seguir, os procedimentos adotados para a coleta dos
dados, assim como os instrumentos a serem utilizados no presente trabalho.
3.5.1
Instrumentos de coleta de dados
A coleta de dados foi realizada por meio de dois instrumentos:
1- Caracterização pessoal e profissional dos participantes do estudo, que se
encontra em Apêndice A. Foi formada por questões fechadas relacionadas com
gênero, idade, profissão, tempo de formação profissional, cursos de atualização
profissional e de especialização profissional entre outras.
2- Roteiro de entrevista semiestruturada (Apêndice B). Foi formado por quatro
perguntas abertas relacionadas com significados de Cuidados Paliativos emergentes
dos enfermeiros; sentimentos desses profissionais ao prestar cuidados aos
pacientes com necessidades de cuidados paliativos, os motivos desses sentimentos
33
e identificação da atuação profissional diante dos pacientes com as necessidades
mencionadas anteriormente.
Para Marconi; Lakatos, (2001), a entrevista semiestruturada é aquela em que
o pesquisador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas aos
entrevistados são pré-determinadas. O motivo da padronização é obter dos
entrevistados respostas às mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam
comparadas com seu conjunto, e que diferenças devam ser refletidas entre os
respondentes e as respostas.
3.5.2 Procedimento de coleta de dados
Os dados foram colhidos nas unidades de saúde de Itajubá, ou outro,
designado pelos participantes do estudo.
A entrevista foi realizada após agendamento prévio com cada um dos
participantes;
Antes da realização da entrevista, o pesquisador explicou os objetivos do
estudo, assim como o desenvolvimento de todo o trabalho.
Foram retiradas todas as dúvidas.
Foi solicitada a anuência do entrevistado (a), sendo garantido seu anonimato.
O (a) entrevistado(a), após seu consentimento, assinou o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice c).
Antes da realização da entrevista, explicou-se sobre a gravação da entrevista,
tomando os devidos cuidados para que o (a) participante não se sentisse
constrangido(a) em relação ao gravador. A entrevista foi realizada em ambiente
isento de ruídos, proporcionando privacidade e segurança.
Após a entrevista
gravada, foi feita a sua transcrição e o material gravado contendo a fala dos
participantes, descartado.
34
3.6
PRÉ-TESTE
Lakatos; Marconi (1995) relatam que o pré-teste tem a função de testar o
instrumento de coleta de dados, permitindo verificar ambiguidade nas questões e o
tempo utilizado durante a pesquisa.
Marconi; Lakatos (2010) esclarecem que, para a realização do pré-teste, 5%
ou 10% do tamanho da amostra são suficientes para a sua realização. Esta é a
razão pela qual se estabeleceu o quantitativo de dois enfermeiros para o
desenvolvimento do mesmo, que não fizeram parte da amostra.
A finalidade do pré-teste são os seguintes: verificar a compreensibilidade dos
participantes para efetuar possíveis modificações nos instrumentos definitivos, se for
o caso; identificar o tempo que será utilizado para as entrevistas definitivas e
preparar as pesquisadoras para a coleta definitiva, ambiguidade das questões.
(LAKATOS; MARCONI, 2001)
3.7
ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DE DADOS
De acordo com as diretrizes do DSC, serão adotadas neste estudo três
figuras metodológicas: Expressões-Chave, Ideia Central e Discurso do Sujeito
Coletivo. Para o tratamento e análise dos dados, será obedecida rigorosamente a
ordem das seguintes etapas:
1ª etapa: antes do início da transcrição dos dados, as respostas por escrito das
questões foram lidas várias vezes para que se tivessem uma ideia geral e melhor
compreensão dos textos. Com os discursos escritos, foi feita a transcrição literal
deles.
2ª etapa: compreende uma cuidadosa leitura de todo o material transcrito, em dois
momentos distintos: no primeiro, procedeu-se a leitura das respostas de cada um
dos usuários, na sua totalidade. No segundo momento, cada resposta foi lida
separadamente, ou seja, a questão 1 de todos os respondentes, depois a questão 2,
e finalmente, a terceira.
3ª etapa: consistiu na cópia integral de todas as respostas de cada respondentes à
questão 1 no instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD1), representando as ECH
em itálico (Anexo A). De posse das ECH e após a leitura de cada uma, foi
35
identificada a sua ideia central, tomando-se o cuidado de que a mesma represente a
descrição das ECH e não a sua interpretação. Este mesmo procedimento foi
realizado com as demais questões.
4ª etapa: elaboração do Instrumento de Análise do Discurso 2 (IAD2), que contem
separadamente, cada ideia central com as suas respectivas ECH, semelhantes ou
complementares (Anexo B).
5ª etapa: foi resumido na extração do tema de cada uma das perguntas da
entrevista semiestruturada, o conteúdo das IC, agrupando-se ao mesmo a sua
respectiva IC, assim como os sujeitos, representados pelo número de entrevistados,
e as frequências de ideias por meio de quadros. Finalmente, foram construídos os
DSC separadamente de cada ideia central, com as suas respectivas ECH.
Quando certo tema encontra-se um grande número de ideias centrais, podese utilizar o método de agrupamento das ideias centrais iguais, semelhantes e
complementares (LEFRÈVE; LEFRÈVE 2005).
3.8
ESTRATÉGIAS PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados serão apresentados por meio de quadros1, figuras e tabelas, de
acordo com a natureza deles.
3.9
ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O presente estudo obedeceu aos preceitos estabelecidos pela Resolução nº
196/96, de 16/10/96, do Ministério da Saúde, que trata da ética em pesquisa
envolvendo seres humanos. Foram respeitados os aspectos éticos relacionados com
anonimato total do entrevistado, sua privacidade e autonomia de aceitar ou não a
participação no estudo. Foram considerados também do ponto de vista ético os
valores culturais de cada participante.
O informante teve o direito de se retirar do estudo se assim e quando o
desejasse, independentemente da fase que ele se encontrasse. Antes da entrevista,
ele tomou ciência do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que se encontra
1
Cumpre ressaltar, os quadros apresentados são produção do próprio autor.
36
em Apêndice C. O parecer consubstanciado que aprova a realização do estudo
encontra-se em Anexo C, sob o protocolo nº 432/2011.
37
4
RESULTADOS
Os resultados serão apresentados de maneiras distintas: na primeira, são
evidenciadas as características pessoais, familiares, profissionais dos enfermeiros
que participaram do estudo, e na segunda os temas explorados a respeito de
cuidados paliativos.
4.1
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS DOS PARTICIPANTES
DO ESTUDO
De acordo com Tabela 1 o gênero feminino predominou (84%); a média de idade
dos enfermeiros foi de 36,48 anos (DP=12,24); dentre todas as enfermeiras, 64%
possuíam especialização, sendo 16% na área de Saúde da Família, Pedagogia em
saúde 8%, Urgência e Emergência 8% , e outros com 32%; a média de tempo de
formação profissional foi de 3,2 anos (DP=1,6).
Tabela 1 – Características, pessoais, profissionais dos participantes do estudo. Itajubá, MG,
2012
F.A
F.R
M
MED
D.P
V.Min
n=25
V.Max AMP
Gênero
Masculino
4
Feminino 21
16,00
%
84,00
%
Idade
-
-
36,48
32
12,2
4
23
63
40
Tempo de formação
profissional
-
-
3,2
3
1,6
1
5
4
Curso ou
especialização
Sim 16
Não
9
64,00
%
36,00
%
Tipo de atualização
Saúde da família
4
UTI
1
16,00
%
4,00%
(continua)
38
Tabela 1 – características, pessoais, profissionais dos participantes do estudo. Itajubá, MG,
2012
(conclusão)
F.A
F.R
2
1
1
2
1
1
1
8,00%
4,00%
4,00%
8,00%
4,00%
4,00%
4,00%
1
4,00%
1
4,00%
M
MED
D.P
V.Min
n=25
V.Max AMP
Tipo de atualização
Pedagogia em saúde
Obstetrícia
Saúde indígena e outras
Urgência e emergência
Gestão em saúde
Neonatologia
Acupuntura
Enfermagem do
trabalho
Mestrado
Fonte: Do autor
4.2
TEMAS, IDEIAS CENTRAIS E DSCS
Tema1: Significado de Cuidados Paliativos
Pergunta: Para você o que SIGNIFICA Cuidados Paliativos?
Quadro 1- Ideias centrais, participantes e frequência, referentes ao significado de cuidados
paliativos
1
2
3
4
5
6
7
8
Ideias centrais
Cuidados prestados às pessoas que não têm
condição de cura.
Cuidados integrais.
São aqueles que podemos dar ao paciente a
domicilio.
Cuidados que prestamos às pessoas que possuem
doença ou problemas de saúde sem possibilidade
de cura.
Cuidado que você presta ao paciente que já não
têm uma possibilidade de cura terapêutica.
Prestar a melhor assistência á uma pessoa que está
sofrendo.
É o cuidado que a equipe de saúde possa dar ao
paciente sem cura terapêutica.
São cuidados que a gente presta ao paciente no
momento que a gente sabe que ele não tem mais
alternativas de tratamento.
Participantes
1-9
Frequência
2
8-14
2
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
39
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Dar qualidade de vida aos pacientes que estão em
ameaça iminente de morte.
Tudo que e feito para não deixar o paciente sofrer.
É cuidado que a enfermagem presta a pacientes
que já têm prognóstico fechado.
É cuidado prestado para amenizar a dor do
paciente.
Proporcionar sobrevida e qualidade de vida ao
paciente sem possibilidade de cura.
Dar conforto.
Prestar uma melhor condição.
Previnir algum agravo.
É você da um conforto ao paciente que não interfira
tanto na assistência com procedimentos invasivos.
Assistência que eu presto ao paciente que não vai
interferir no prognóstico dele.
Cuidados de pacientes e familiares diante de
doenças que ameaçam a continuidade da vida.
Últimos cuidados ao paciente.
Você vai prestar cuidado ao paciente e a família
quando este paciente não tiver mais possibilidade
de cura.
São prestados aos pacientes que têm uma doença
incurável e amenizar os sintomas que ele está
sentindo.
São cuidados na medida de diminuir o sofrimento.
Total
10
1
11
12
1
1
13
1
15
1
16
17
18
19
1
1
1
1
20
1
21
1
22
1
23
1
24
1
25
1
25
Tema1: significado de cuidados paliativos
Pergunta: para você o que significa cuidados paliativos?
Quadro 2- Agrupamento das ideias centrais referentes ao significado de cuidados paliativos
Ideias semelhantes,
complementares ou iguais.
- Cuidados prestados às pessoas que
não tem condição de cura.
- Cuidados que prestamos às pessoas
que possuem doença ou problemas
de saúde sem possibilidade de cura.
- Cuidado que você presta ao
paciente que já não tem uma
possibilidade de cura terapêutica.
- É o cuidado que a equipe de saúde
possa dar ao paciente sem cura
terapêutica.
Ideias Centrais depois do agrupamento
40
- São cuidados que a gente presta ao
paciente no momento que a gente
sabe que ele não tem mais
alternativas de tratamento.
- É o cuidado que a enfermagem
presta a pacientes que já tem
prognóstico fechado.
- Cuidados de pacientes e familiares
diante de doenças que ameaçam a
continuidade da vida.
- Você vai prestar cuidado ao paciente
e à família quando este paciente não
tiver mais possibilidade de cura.
- São prestados aos pacientes que
tem uma doença incurável e amenizar
os sintomas que ele está sentindo.
- Últimos cuidados ao paciente.
- Cuidado que você presta ao
paciente que já não tem uma
possibilidade de cura terapêutica.
- Assistência que eu presto ao
paciente que não vai interferir no
prognóstico dele.
-Cuidados que podemos dar ao
paciente há domicilio
-Previne algum agravo.
-Assistência que eu presto ao
paciente que não vai interferir no
prognóstico dele.
- É um cuidado no sentido de diminuir
o sofrimento.
- É cuidado prestado para amenizar a
dor do paciente.
- Prestar a melhor assistência a uma
pessoa que está sofrendo.
- são cuidados na medida de diminuir
o sofrimento.
- Dar conforto.
- É você dar um conforto para o
paciente que não interfira tanto na
assistência com procedimentos
invasivos.
- Prestar uma melhor condição.
- Dar qualidade de vida aos pacientes
que estão em ameaça iminente de
morte.
- Proporcionar sobrevida e qualidade
de vida ao paciente sem possibilidade
de cura.
Cuidados prestados aos pacientes sem
possibilidade de cura e aos seus familiares
Diferentes significados
Cuidado para amenizar a dor e sofrimento
do paciente
Conforto ao paciente
Proporcionar qualidade de vida
41
- Cuidados integrais.
- Uma assistência integral a pessoa
como um todo e quando a medicina
curativa não tem muito que fazer.
Cuidados integrais.
Tema: significado de cuidados paliativos
Pergunta 1: para você o que significa cuidados paliativos?
Quadro 3 - Ideias centrais agrupadas, participantes, frequência referentes ao significado de
cuidados paliativos
Nº
Ideias centrais
Participantes
Frequência
1
Cuidados prestados aos
1-3-4-6-7-9-21-22-
12
23-24-12-20
pacientes sem
possibilidade de cura e
seus familiares
2
Cuidado para amenizar a
11-13-5-25
4
dor e sofrimento do
paciente
3
Conforto ao paciente
19-16-17
3
4
Diferentes significados
2-18
2
5
Proporcionar qualidade de
10-15
2
8-14
2
vida
6
Cuidados integrais
25
Total
1ª IC: “CUIDADOS PRESTADOS A PACIENTES SEM POSSIBILIDADE DE CURA E
SEUS FAMILIARES”.
D.S.C : Cuidados paliativos são aqueles em que o profissional enfermeiro ou
qualquer profissional da saúde passa a prestar aos pacientes se possibilidade
de cura e seus familiares. Infelizmente hoje temos um grande numero de
pacientes que precisam de cuidados paliativos. As pessoas tem a cultura que
a morte não vai chegar. O cuidado paliativo na verdade é fazer que o paciente
morra com dignidade, são medidas paliativas:
controlar a dor, sintomas
42
emocionais, psicossocial, físico, e espiritual voltadas para melhorar a
qualidade de vida já que a doença não tem cura.
2ª IC “CUIDADOS PARA AMENIZAR A DOR E O SOFRIMENTO DO PACIENTE”
D.S.C : Quem tem doença crônica ou que não tem diagnostico de cura está ali
no caso sofrendo. Então cuidados paliativos é o cuidado prestado para
amenizar a dor do paciente com objetivo de não deixar ele sofrer, prestando
uma melhor assistência.
3ª IC “CONFORTOS DO PACIENTE”
D.S.C: Cuidado paliativo significa prestar ao paciente melhor conforto na fase
terminal da doença. Não é tentar prorrogar a vida dele, mas, ajudando o
paciente e a família, oferecendo conforto básico para a vida e para as
necessidades neste momento que ele está passando.
4ª IC “DIFERENTES SIGNIFICADOS”
D.S.C : Cuidados paliativos são aqueles cuidados que podemos dar ao
paciente a domicilio, são cuidados de manutenção, pra que estar prevenindo
algum agravo maior e de estar tratando do agravo que o paciente tem.
Geralmente paciente em processo terminal de câncer, AVC essas doenças
crônicas degenerativas não se internam mais, o que se pode fazer em casa tem
que se fazer em casa.
5ª IC “PROPORCIONAR QUALIDADE DE VIDA”
D.S.C : Significa dar qualidade de vida aos pacientes que estão em ameaça
eminente de morte. São cuidados prestados a pacientes que não tem mais
jeito de estar evoluindo. É uma maneira de cuidar, tendo uma vida mais
confortável e com dignidade.
43
6ª IC “CUIDADOS INTEGRAIS”
D.S.C : A hidratação, a higienização deste paciente, uma alimentação,
mudança de decúbito, é esse apoio emocional, apoio espiritual e apoio até
religioso. Então ao meu ver é isso são aqueles cuidados onde você dá uma
assistência integral a pessoas e quando a curativa não tem muito o que fazer.
Figura 1 – Significados de cuidados paliativos do tema “significados de cuidados paliativos”
Cuidado amenizar a dor e
sofrimento do paciente
Conforto ao
paciente
Cuidados
integrais
Significados de
cuidados
Paliativos
Proporcionar
qualidade de
vida
Diferentes
significados
Cuidados prestados a pacientes
sem possibilidade de cura e
seus familiares
Fonte: Do autor
Para
os
enfermeiros
os
significados
de
cuidados
paliativos
foram
representados pelas ideias centrais: “cuidado para amenizar a dor e sofrimento do
paciente”, “cuidados integrais”, “cuidados prestados a pacientes sem possibilidade
de cura e seus familiares”, “diferentes significados”, “conforto ao paciente” e
“Proporcionar qualidade de vida”.
44
Tema 2: Sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: o que você sente ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de
cuidados paliativos?
Quadro 4 - Ideias centrais, participantes e frequência referente ao sentimento do enfermeiro ao
prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
Total
Ideia central
Sinto gratificação
Não tenho sentimento algum diferente dos
demais pacientes.
Sinto muito amor e muito carinho.
Sinto-me muito bem.
É um sentimento bom.
Sinto medo da minha morte.
Sinto compaixão.
Sinto amor e carinho.
Sinto-me triste e realizada.
Sinto como um presente de Deus.
Sinto pena.
Sinto-me prestativo.
Sinto como se fosse da família.
Sinto-me na obrigação de proporcionar o
maior conforto ao paciente.
Sinto alivio.
E um sentimento muito bom.
Sinto-me desconfortável e útil.
Sinto-me satisfeita.
Eu sinto que eu fico devendo algo.
Sinto-me confuso
Sinto-me feliz.
Sinto humanizada e sem preconceitos.
Sinto-me bem.
Sentimento de misericórdia.
Sentimento de cuidar de uma pessoa
normal.
Sinto-me útil e satisfeita.
Sinto-me capaz de fazer o melhor.
Participantes Frequência
15Ͳ17
2
1
1
2
3
4
5
1
1
1
1
5
6
7
8
9
9
10
11
1
1
1
1
1
1
1
1
12
13
14
16
18
19
20
21
22
23
23
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
24
25
1
1
28
45
Tema 2: Sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: O que você sente ao prestar assistência aos pacientes que necessitam
de cuidados paliativos?
Quadro 5 - Agrupamento das ideias centrais referentes ao sentimento do enfermeiro ao prestar
assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
Ideias Centrais semelhantes,
complementares e iguais.
- Sinto-me triste e realizada.
- Sinto-me humanizada e sem
preconceitos.
- Sinto-me desconfortável e útil.
- Sinto compaixão.
- Sinto medo da minha morte.
- Sinto como um presente de Deus.
- Sinto pena
- Sinto-me prestativo
- Sinto como se fosse da família.
- Sinto-me na obrigação de cuidar.
- Sinto alivio.
- Sinto que devo algo.
- Sinto-me confuso.
- Não tenho nenhum sentimento.
- Sentimento de cuidar de uma
pessoa normal.
- Sinto-me na obrigação de
proporcionar o maior conforto ao
paciente.
- Misericórdia
- sinto gratificação
- Sinto-me capaz de fazer o melhor.
- Sinto-me muito bem.
- Sinto-me bem.
- Sinto muito bom.
- Sinto-me feliz.
-Sinto-me útil e satisfeita.
- Sinto-me satisfeita.
- É um sentimento bom.
- Sinto amor,carinho e que dou mais
do que tenho ao máximo.
- Sinto muito amor, muito carinho.
Ideias Centrais depois do agrupamento
Diversossentimentos
Bemestar
Amorecarinho
46
Tema 2: Sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: O que você sente ao prestar assistência aos pacientes que necessitam
de cuidados paliativos?
Quadro 6 - ideias centrais agrupadas, participantes e frequência referente os sentimentos do
enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
Nº
1
Ideias centrais
Diversos sentimentos
2
Bem estar
3
Amor e carinho
Total
Participantes
Frequência
7Ͳ14Ͳ21Ͳ5Ͳ8Ͳ9Ͳ10Ͳ
17
12ͲͲ18Ͳ19Ͳ1Ͳ23Ͳ
15Ͳ17Ͳ11Ͳ25
4Ͳ3Ͳ13Ͳ20Ͳ22Ͳ24Ͳ
7
16
2Ͳ6
2
26
1ª IC “DIVERSOS SENTIMENTOS”
D.S.C: Sinceramente eu sinto assim: triste e realizada, humanizada e sem
preconceitos, desconfortável e útil, compaixão, medo da minha morte, como
um presente de Deus,
obrigação de cuidar,
pena,
alívio,
prestativo,
como se fosse da família,
na
que devo algo, confuso, não tenho nenhum
sentimento,sentimento de cuidar de uma pessoa normal,
na obrigação de
proporcionar o maior conforto ao paciente, misericórdia, gratificação, capaz de
fazer o melhor.
2ª IC “BEM ESTAR”
D.S.C : eu enquanto enfermeira me sinto muito bem, eu vejo que quando
o paciente esta fora de possibilidade de cura as ações dos outros profissionais
fica limitada, mas da enfermeira é responsável pelos cuidados, é satisfatório
pra gente. Às vezes a situação do paciente melhora muito com o cuidado
paliativo, a gente pode ser a última pessoa que está falando com ele levando
uma mensagem de carinho e amor. É muito útil quando eu vou prestar
47
prestando cuidados paliativos porque é o que eu posso ofertar pra ele, é estar
proporcionando conforto.
3ª IC “AMOR E CARINHO”
D.S.C : Sentimento é muito difícil de ser colocado, mas eu sinto amor e sinto
que dou mais do que eu tenho ao máximo, sentimento de carinho. Porque
quando o médico chega pra família, olha não tem mais o que fazer, a família
fica com aquela ideia que o paciente já vai morrer, mas tem sim o que fazer, ele
é vivo, ele tem vida, o paciente, ai que entra os cuidados paliativos. O paciente
pode viver anos com uma boa qualidade. É muito lindo, é maravilhoso.
Figura 2 – Sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com necessidade
de cuidados paliativos
Diversos
sentimentos
Sentimentos do
enfermeiro ao
prestar
assistência aos
pacientes com
necessidade de
id d
Bem estar
Amor e
carinho
Fonte: Do autor
Os sentimentos dos enfermeiros ao prestarem assistência aos pacientes que
necessitam de cuidados paliativos foram expressos pelas ideias centrais:
“sentimentos do enfermeiro ao o paciente que necessita de cuidados paliativos
emergiram as seguintes ideias centrais: “Diversos sentimentos”, “Bem estar” e “Amor
e carinho”“.
48
Tema 3: Motivos dos sentimentos do
enfermeiro ao prestar assistência aos
pacientes com necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: Por que ?
Quadro 7 - Ideias centrais, participante e frequência referente aos motivos dos sentimentos do
enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
5
Ideias centrais
Porque são cuidados oferecidos a pessoas sem
condições de cura.
Sempre gostei de cuidar de idosos.
O cuidado é próprio da profissão.
E difícil trabalhar, conversar e relacionar com
alguém que está nos momentos finais.
O medo é porque somos da área da saúde.
6
A compaixão faz parte da enfermagem
1
2
3
4
Participantes Frequência
1
1
2
3
4
1
1
1
5
1
5
1
Esse sentimento é próprio
Porque é uma coisa nova para o paciente e
enfermeiro.
9 É pela prática profissional.
10 Pena, porque vejo o paciente sofrendo muito.
6
7
1
1
8
9
1
1
11 Prestativo perante os cuidados.
9
1
12 Por experiência própria.
10
1
13 Por que não tem mais cura.
14 Existem outras alternativas.
15 É bom ver a família segura e o paciente sem dor
e morrer tranquilo.
16 Sinto-me impotente e útil.
17 É o mínimo de conforto que posso proporcionar a
ele.
18 O paciente está sofrendo, não tem prognostico e
um pouco de atendimento é gratificante.
19 Coloco-me no lugar do paciente.
20 Você vê muita coisa lá fora que não tem como
trazer para cá.
21 Porque cuidado mesmo, pela nossa profissão,
tanto por prestar cuidado como querer ver o
paciente bem.
22 Presto uma assistência de qualidade.
23 Por proporcionar um cuidado que alivie os
11
12
13
1
1
1
14
15
1
1
16
1
17
18
1
1
19
1
20
21
1
1
7
8
49
24
25
26
27
sintomas e repeita a vontade do paciente.
Estou fazendo o bem.
Deve ser muito triste morrer sozinho.
Porque eu amo a minha profissão.
Por que é um momento que a família tem
angustias e duvidas.
Total
22
23
24
25
1
1
1
1
27
Tema 3: Motivos dos sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos
pacientes com necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: Por quê?
Quadro 8 - Agrupamento das ideias centrais referentes aos motivos dos sentimentos do
enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
Ideias semelhantes,
complementares ou iguais.
ͲSempre gostei de cuidar de idosos.
-Prestativo perante os cuidados.
-Por experiência própria.
-Existem outras alternativas.
-Sinto-me impotente e útil.
-Coloco-me no lugar do paciente.
-Você vê muita coisa lá fora que não
tem como trazer para cá.
-Deve ser muito triste morrer sozinho.
- Esse sentimento é próprio
-Porque é uma coisa nova para o
paciente e o enfermeiro.
-Pena porque vejo o paciente
sofrendo muito.
- É bom ver a família segura e o
paciente sem dor e morrer tranquilo.
- Por proporcionar um cuidado que
alivie os sintomas e repeita a vontade
do paciente.
- Por que é um momento que a
família tem angústias e dúvidas.
ͲO cuidado é próprio da profissão.
- O medo é porque somos da área da
saúde.
- A compaixão faz parte da
enfermagem
- É pela prática profissional.
- Porque cuidado mesmo, pela nossa
profissão, tanto por prestar cuidado
Ideias Centrais depois do agrupamento
Diversasjustificativas
Relacionados à profissão de enfermagem
50
como querer ver o paciente bem.
- Porque eu amo a minha profissão.
- Porque são cuidados oferecidos a
pessoas sem condições de cura.
- E difícil trabalhar, conversar e
relacionar com alguém que está nos
momentos finais.
- Porque não tem mais cura.
- O paciente está sofrendo, não tem
prognóstico e um pouco de
atendimento é gratificante.
ͲÉ o mínimo de conforto que posso
proporcionar a ele.
- Presto uma assistência de
qualidade.
- Estou fazendo o bem.
Paciente sem possibilidade de cura
Assistência de qualidade ao paciente
Tema 3: Motivos dos sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos
pacientes com necessidade de cuidados paliativos.
Pergunta: Por quê?
Quadro 9 - Ideias centrais, participantes, frequência referente aos motivos dos sentimentos do
enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos
Ideia central
Diversas justificativas
Relacionado à profissão
de enfermagem
Sem possibilidade de
cura
Qualidade ao paciente
Total
Participantes
2-6-7-9-10-12-14-17-1823-13-21-25
3-5-8-19-24
Frequência
13
1-4-11-16
4
15-20-22
3
25
5
1º IC “DIVERSAS JUSTIFICATIVAS”
D.S.C : eu sempre tive este sentimento porque sempre gostei de idosos,
porque é um momento que a família tem muita angústia, de misericórdia
porque deve ser muito triste morrer sozinho, é uma coisa nova pra ele e para
nós, cuidados paliativos, isto é vida, você vê muita coisa lá fora e não pode
trazer pra cá, a gente se coloca no lugar deles, se sente impotente em resgatar
51
a vida naquele momento, porque existem outras alternativas, por experiência
própria, porque às vezes em muitas situações que a gente vê o paciente em
muito sofrimento e prestativo perante aos meus cuidados,
é bom ver o
paciente sem dor.
2º IC “RELACIONADO À PROFISSÃO DE ENFERMAGEM”
D.S.C : Primeiramente porque eu amo minha profissão, e vem próprio da minha
profissão, durante toda graduação, pós- graduação é falado em cuidado
pertence a enfermagem. Acho que é pela prática profissional mesmo de gostar
do ser humano e achar que deve ser cuidado do momento do nascimento até a
morte e que propicie a ele esse atendimento com dignidade. Você está ali
exatamente pra oferecer conforto, atenção nos últimos momentos da pessoa,
faz parte da vocação da enfermagem.
3º IC “SEM POSSIBILIDADE DE CURA”
D.S.C : A partir do momento que você faz uma reflexão sob os últimos
momentos, instantes da vida do paciente, você oferece àquela pessoa que não
tem condições de cura amenizando a dor nele, algum outro sintoma que possa
aparecer. E um pouquinho de atendimento que você dá a esse paciente é
muito gratificante.
4º IC “QUALIDADE AO PACIENTE”
D.S.C : Por estar prestando uma assistência que por meio do conforto vai dar
uma qualidade para o paciente que está ali, estou fazendo um bem para ele,
num momento difícil que é próximo a morte.
52
Figura 3 - Motivos dos sentimentos do enfermeiro ao prestar assistência aos pacientes com
necessidade de cuidados paliativos
Diversas justificativas
Qualidade ao
paciente
Motivos dos
sentimentos do
enfermeiro ao prestar
assistência aos
pacientes com
necessidade de
cuidados paliativos
Relacionado à
profissão de
enfermagem
Sem possibilidade de cura
Fonte: Do autor
Em relação aos motivos dos sentimentos dos enfermeiros ao prestarem
assistência aos pacientes que necessitam de cuidados paliativos emergiram as
seguintes ideias centrais “diversas justificativas”, “qualidade ao paciente”, “sem
possibilidade de cura” e “relacionado à profissão de enfermagem”.
Tema 4: Forma que é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os
cuidados dos enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos.
Pergunta: Comente para mim, como você atende (do ponto de vista profissional) os
pacientes que estão sob seus cuidados e que se encontram com necessidade de
cuidados paliativos?
53
Quadro 10 – Ideias centrais, participantes, frequência referente à como é prestada a
assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos enfermeiros e que necessitam de
cuidados paliativos
1
2
3
4
5
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Expressão Chave
Cuidados necessários ao paciente.
A assistência deve ser prestada encima da
humanização e respeito.
Considerando diversos pontos.
Atendendo holisticamente o paciente e a
família.
Com qualidade e felicidade.
Se eu precisar fazer um curativo eu faço, tem
que ir alem do que você estudou e ajudar a
família a passar por aquele momento.
Mas pacientes que a gente apoia segurando a
mão, às vezes eles só querem conversar, é
ajudar que ele passe dessa forma e é mais
uma apoio a família psicológico.
Orientação e apoio a família.
É individual, depende de cada situação do
paciente, daquilo que ele necessita mais
melhorando a qualidade de vida.
Eu atendo como se fosse um momento normal,
como se ele não fosse morrer ainda e fazer ao
máximo pra ele morrer tranquilo.
Atender as necessidades observadas no
paciente e da família.
Trabalho com a equipe multiprofissional, com o
paciente e a família conversando e
proporcionando conforto.
Com paciência e conforto e necessidades
observadas no paciente.
Trabalho com medicina natural quando a
curativa e tradicional não tem o que fazer.
Invisto em mim e uso todo recurso técnico que
conheço dando o meu melhor.
Atende da melhor forma possível. Levando
para o lado afetivo.
Atendo resolvendo as necessidades que o
paciente apresenta.
Primeiro a gente faz o primeiro contato, depois
a gente trabalha em cima das necessidades
que esse paciente apresenta.
Atendo de forma humanizada.
Com respeito, proporcionado conforto para o
paciente.
Atendo com calma, pergunto o que ele está
precisando, atendo as necessidades principais
que ele tá querendo naquele momento.
Participantes Frequência
5-19-23
3
1
1
2
3
1
1
4
6
1
1
7
1
8
9
1
1
10
1
11
1
12
1
13
1
14
1
15
1
16
1
17
1
18
1
20
21
1
1
22
1
54
24
25
Total
Respeitando-o e atendendo de forma holística
seguindo os princípios éticos.
Trabalho com uma equipe multiprofissional.
24
1
25
1
25
Tema 4: Forma que é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os
cuidados dos enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos.
Pergunta: Comente para mim, como você atende (do ponto de vista profissional) os
pacientes que estão sob seus cuidados e que se encontram com necessidade de
cuidados paliativos?
Quadro 11 – Agrupamento das ideias centrais referente à como é prestada a assistência aos
pacientes que estão sob os cuidados dos enfermeiros e que necessitam de cuidados
paliativos
Ideias semelhantes,
complementares ou iguais.
- Considerando diversos pontos
- Respeitando-o e atendendo de
forma holística seguindo os princípios
éticos.
- Invisto em mim e uso todo recurso
técnico que conheço dando o meu
melhor.
- A assistência deve ser prestada em
cima da humanização e respeito.
- Trabalho com uma equipe
multiprofissional.
- Atende da melhor forma possível.
Levando para o lado afetivo.
- Atendo de forma humanizada.
- Trabalho com medicina natural
quando a curativa e tradicional não
tem o que fazer.
- Atendo resolvendo as necessidades
que o paciente apresenta.
- Com qualidade e felicidade.
- Se eu precisar fazer um curativo eu
faço, tem que ir alem do que você
estudou e ajudar a família a passar
por aquele momento.
- Eu atendo como se fosse um
momento normal, como se ele não
fosse morrer ainda e fazer ao máximo
pra ele morrer tranquilo.
- Cuidados necessários ao paciente.
- Com paciência e conforto e
Ideias Centrais depois do agrupamento
Considerandodiversosaspectos
55
necessidades observadas no
paciente.
- Eu procuro atender todas as
necessidades deste paciente de
forma holística e estender assistência
de enfermagem também à família.
- Com respeito, proporcionado
conforto para o paciente.
- Atendo com calma, pergunto o que
ele está precisando, atendo às
necessidades principais que ele tá
querendo naquele momento.
- Primeiro a gente faz o primeiro
contato, depois a gente trabalha em
cima das necessidades que esse
paciente apresenta.
- É individual, depende de cada
situação do paciente daquilo que ele
necessita mais melhorando a
qualidade de vida.
- Atendo resolvendo as necessidades
que o paciente apresenta.
- Atendimento das necessidades do
paciente.
- Atender as necessidades
observadas no paciente e da família.
- Trabalho com a equipe
multiprofissional, com o paciente e a
família conversando e proporcionando
conforto.
- Mas pacientes que a gente apoia
segurando a mão, às vezes eles só
querem conversar, é ajudar que ele
passe dessa forma e é mais uma
apoio a família psicológico.
- Orientação e apoio a família.
Cuidados necessários ao paciente
Cuidados necessários ao paciente
Conforto ao paciente e família
Tema 4: forma que é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os
cuidados dos enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos.
Pergunta: Comente, como você atende (do ponto de vista profissional) os pacientes
que estão sob seus cuidados e que se encontram com necessidade de cuidados
paliativos?
56
Quadro 12 – Ideias centrais agrupadas, participantes, frequência referente à como é prestada a
assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos enfermeiros e que necessitam de
cuidados paliativos.
Ideias centrais
Considerando diversos
aspectos
Cuidados necessários
ao paciente
Participantes
Frequência
2,24,15,1,25,16,20,14-6-411
10
13-19-23-3-22-17-18-9-510
11
Conforto ao paciente e
família
Total
7-8-12-21
4
25
1º IC “CONSIDERANDO DIVERSOS ASPECTOS”
D.S.C : Embora seja difícil a gente tem que deixar a emoção de lado e ser o
mais profissional possível. A assistência deve ser prestada em cima da
humanização e respeito. Então a medida do possível nós vamos atendendo as
necessidades do paciente, não podendo esquecer os princípios éticos, as
técnicas que a gente aprende e a moral e a parte espiritual. Não podemos ser
severamente profissionais que vai lá e cuida e faz o básico. Numa fase final
confere neste momento resgatar momentos importantes da vida dele, e se
curar em outros aspectos. Como profissionais devemos ir alem do que você
estudou e ajudar a família a passar por aquele momento.
2º IC “CUIDADOS NECESSÁRIOS AO PACIENTE”
D.S.C : depende de cada situação do paciente, daquilo que ele necessita. Mas
vou assisti-lo tanto para passar tranquilidade, me colocando no lugar dele, vou
sentar do lado dele, vou perguntar para ele expressar seus medos, suas
angustias, vou perguntar possibilidade de uma conversa em relação a morte,
falar com ele sobre o que ele sabe sobre este final, deixar ele expressar. Vou
falar sobre a religiosidade dele o que ele precisar eu vou falar. Vouter que
chamar uma pessoa com a religião dele, vou permitir que está pessoa venha
atender na parte espiritual. Faz parte do cuidado como profissional de
enfermagem também prestar assistência a família. A gente conversa com os
familiares para ver o estado emocional destes familiares, se for algo que dá pra
57
gente fazer, a gente faz, se não orienta para procurar um profissional, para
estar conversando, porque na maioria das vezes, as pessoas esquecem que
existe os familiares, dão foco somente no paciente. Eu procuro atender todas
as necessidades deste paciente de forma holística.
3º IC “CONFORTO AO PACIENTE E FAMÍLIA”
D.S.C :Então é complicado agente dá mais apoio, mas tem que se
trabalhar com uma equipe toda, tem que dá conforto ao paciente, conversar
com a família. As vezes a gente tá no corredor eles te chamam a gente e
quando a gente volta ele já faleceu, e ai a gente sente aquele vazio, o que será
que ele queria dizer a mim? A gente ta caminhando para melhorar a
assistência. A família que ser trabalhada muito, pois a família quer que se
invista no paciente que não tem cura e muitas vezes o que o paciente precisa é
a família e estar ali perto dando conforto.
Figura 4 – Como é prestada a assistência aos pacientes que estão sob os cuidados dos
enfermeiros e que necessitam de cuidados paliativos
Considerando diversos
aspectos
Conforto ao
paciente e família
Fonte: Do autor
Forma como é prestada a
assistência ao paciente que
necessita de cuidados
paliativos.
Cuidados
necessários ao
paciente
58
Os enfermeiros referem a forma como é prestada a assistência aos pacientes
que estão sob seus cuidados paliativos por meio das ideias centrais: “considerando
diversos aspectos”, “cuidados necessários ao paciente” e “conforto ao paciente e
família”.
59
5
DISCUSSÃO
Do tema “significados de cuidados paliativos” originaram as seguintes ideias
centrais; “Cuidados prestados aos pacientes sem possibilidade de cura e seus
familiares”; “Cuidado para amenizar a dor e sofrimento do paciente”; “Conforto ao
paciente”; “Diferentes significados”; “Proporcionar qualidade de vida” e “Cuidados
integrais”.
A primeira ideia central “Cuidados prestados aos pacientes sem
possibilidade de cura e seus familiares” apresenta o seguinte discurso: Cuidados
paliativos são aqueles cuidados que o profissional enfermeiro... Presta aos
pacientes sem possibilidade de cura e seus familiares.
Desde o começo do curso de graduação até no final do curso é falado que o
cuidado pertence à enfermagem. Ela cuida desde o momento da concepção até a
situação de pós-morte, na preparação do corpo e cuidado da família durante o luto.
Então, quando o enfermeiro (a) presta cuidado ao paciente que possui uma doença
sem possibilidade de cura, ele está aplicando o que foi aprendido durante toda a
graduação, já que a enfermagem cuida em qualquer condição que o paciente se
encontre, ela não busca a cura. Independente desta o cuidado sempre se faz
presente.
Não é porque o paciente não tem possibilidade terapêutica que o profissional
enfermeiro vai deixar de cuidar, pois há muitos cuidados a serem prestados a este
paciente, e não somente a ele, mas também a seus familiares.
Souza et. al.(2005), diante disto, assim se expressam: Cuidar implica colocarse no lugar do outro, geralmente em situações diversas, quer na dimensão pessoal,
quer na social. É um modo de estar com o outro, no que se refere a questões
especiais da vida dos cidadãos e de suas relações sociais, dentre estas o
nascimento, a promoção e a recuperação da saúde e a própria morte, ao posicionar
o cuidado de enfermagem no contexto de um agir solidário na vida e na morte.
Boemer (2009) acrescenta que os cuidados paliativos e o cuidado hospice
propõem uma transformação, na forma de cuidar da pessoa com doença grave e
terminal, deslocando o paradigma da cura para o cuidado. AvencI, et. al. (2009, p.
709 e 710) afirmam que:
60
[...]o processo terminal é a condição em que o paciente se encontra na qual
já não lhe é possível curar, mas sim cuidar. [...] o paciente sob cuidados
paliativos e sua família precisam de uma assistência, um cuidado mais
complexo, pois todos eles apresentam necessidades especiais.
Sousa et. al. (2010, p. 119) vem nos falando também que “[...] cuidar faz parte
da existência humana desde o nascimento até a finitude [...]”.
Arce e Cardoso, (2005) enfatizam que o tratamento paliativo é aquele
direcionado a pacientes portadores de doença crônica degenerativa em estágio
avançado, bem como seus familiares, no que se diz respeito ao enfrentamento nesta
fase final.
Na segunda parte do discurso, há informações do que são medidas paliativas:
...São medidas paliativas: controlar a dor, sintomas emocionais,
psicossocial, físico e espiritual voltados para melhorar a qualidade de vida já
que a doença não tem mais cura.
Bruner (2009) retrata que a avaliação cuidadosa do paciente deverá incluir
não apenas problemas físicos, como também dimensões psicossociais e espirituais
da experiência da doença grave do paciente e da família. Essa conduta contribui
para uma compreensão mais ampla da família que foi afetada pela doença e leva ao
cuidado de enfermagem que absorve as necessidades em todas as dimensões.
Não se deve ver o paciente e a família somente na sua parte física. É
necessário olhar como um todo, e a enfermagem olha em todos os aspectos físicos,
espirituais. É necessário avaliar o paciente e ver o que ele perdeu ao adquirir esta
doença e tentar integrá-lo no ambiente em que vivia com qualidade e fazendo que
tenha uma morte digna. Rodrigues; Zago (2013, p.31) afirmam que:
[...] cuidados paliativos é uma abordagem que aumenta a qualidade de vida
dos pacientes e de seus familiares que enfrentam uma doença ameaçadora
a vida, doença terminal por meio de alivio do sofrimento com identificação
precoce, avaliação correta e tratamento da dor e dos outros problemas
físicos, psicossociais e espirituais.
A segunda ideia “Cuidados para amenizar a dor e o sofrimento do
paciente” refere-se à condição do paciente que está em fase terminal encontra-se
sofrendo e ocasionalmente sentindo dor, e assim expressa essa ocorrência: Quem
tem doença crônica ou que não tem diagnóstico de cura está ali sofrendo.
Então cuidados paliativos é o cuidado prestado para amenizar a dor do
paciente com o objetivo de não deixar que ele sofra... Sousa (2010, p.119) diz
61
que: “[...] Os pacientes atingidos por males que não tem cura precisam de um cuidado
paliativo próprio e voltado para lhes proporcionar dignidade e alivio do seu sofrimento nesta
fase da vida”. Mas Pessini (2004, p.25) vem contradizendo quando afirma que:
Ocorrem vários problemas quando se trata da dor, encontram-se problemas
como: linguagens com a dor, pacientes que negam que estão com dor e
médicos que falham em aliviar a dor dos pacientes. Isto foge do que se vem
falando no discurso, que quando você deixa de aliviar a dor do paciente ou
quando o paciente nega estar dor, se está prolongando o sofrimento desta
pessoa.
Este sofrimento, na maioria das vezes, é físico e é dever da enfermagem e
dos médicos realizar cuidados para que a dor e o sofrimento sejam amenizados.
Também não somente é sofrimento e dor física que o paciente sente, um
sofrimento emocional, psicossocial e espiritual. Pessini (2004, p.26) diz que:
[...] o sofrimento sentido na fase terminal da doença é muito mais que físico.
Ele afeta não somente o conceito de si próprio, mas também o senso global
de sentir- se conectado com os outros e o mundo. Este sofrimento
psicossocial, espiritual, pode ser sentido como uma ameaça para o
participante em relação ao sentido da vida [...]
Sousa et al.(2010, p.119) dizem [...] quando a cura já não é possível surge
como elemento o cuidado paliativo [...], quase sempre, associado ao conforto e ao
alivio do sofrimento.
A terceira ideia central foi “conforto do paciente”.
O discurso nos diz: Cuidado paliativo significa prestar ao paciente melhor
conforto na fase terminal da doença.
Na fase terminal o paciente passa por dor, perda do convívio social, deixa de
ser independente e isto acaba gerando um desconforto para esse paciente.
Mas Fonseca (2012) afirma que os cuidados paliativos são um conjunto de
medidas de intervenção independente dos motivos da admissão, dando conforto ao
paciente.
Sousa
(2010)
completa
dizendo
que
é
necessário
reconhecer
possibilidades ou mesmo limitações que fazem parte da realidade e para garantir o
conforto.
Então, quando se presta cuidados paliativos passa-se a oferecer conforto,
pois se está aliviando a dor, e na medida do possível integrando o paciente em parte
no seu convívio social novamente, e promovendo sua independência.
A quarta ideia central apresentada foi “Diferentes significados” que pode
ser justificada pelo fato de que, quando o paciente está internado no hospital está
62
em risco de adquirir uma infecção, também podemos dizer que o paciente que se
encontra em fase terminal, quer estar com a sua família. O hospital é um ambiente
onde não se deve ter uma grande circulação de pessoas por levarem e trazerem
infecção, o que favorece o retorno do paciente ao domicilio, onde a equipe de saúde
vai prestar a assistência necessária a ele e aos familiares.
Então, quando este paciente volta para o seu domicilio, onde encontra parte
do seu convívio social, volta a ter maior conforto por estar em um ambiente
conhecido e onde estão seus objetos pessoais. O próprio discurso vem nos dizendo:
Cuidados paliativos são aqueles cuidados que se pode dar ao paciente á
domicilio... Fripp (2012, p. 375) reforça dizendo que:
A internação domiciliar proporciona a assistência humanizada e integral [...]
Reintegra o paciente em seu núcleo familiar e de apoio, por maior
aproximação da equipe de saúde com a família, promovendo educação em
saúde.
Quinta ideia central foi “Proporcionar qualidade de vida”. Quando o paciente
está sob cuidados paliativos, ele perde parte da qualidade de vida devido a
permanecer mais em instituições hospitalares do que em seu próprio domicilio e
ambiente social o que compromete a qualidade de vida.
Dentro do ambiente hospitalar
o paciente perde a liberdade, se encontra
deitado ou sentado no leito, ocorre pouca deambulação, perde a independência e
mal vê a luz do dia, além de não poder ver amigos e frequentar locais onde era
acostumado a ir. As instituições hospitalares também causam estresse ao paciente
e seus familiares.
Pimenta et. al. (2006) referem que o atendimento prestado aos doentes nos
hospitais, frente a morte, não se diferencia de cunho curativo, adotando medidas
caras e muitas vezes sem resultados, com intervenções que distanciam, no final da
vida, o doente dos seus familiares.
Avanci et. al. (2009) completam ao falarem sobre crianças oncológicas na
situação de viver/morrer que “[...] o processo de hospitalização provoca estresse na
família e na criança [...]”.
Então o discurso vem dizendo que: Significa dar qualidade de vida aos
pacientes que estão em ameaça iminente de morte....
63
Ferreira e Pinto (2008, p.112) esclarecem [...] cuidados paliativos são fornecer
conforto e dignidade às pessoas que vivem com doenças crônicas, oferecendo- lhes
a melhor qualidade de vida possível até morrer [...].
Esses cuidados paliativos evidenciam que é possível o paciente não ter cura
e mesmo assim ter qualidade de vida. Quando se alivia a dor deste paciente, rezase com ele quando solicitado, faz um gesto de carinho, conversa e previne agravos,
ou permite que ele vá para a casa onde ficará no seio da família, proporcionando
qualidade de vida.
Bassani (2008) afirma que os cuidados paliativos tem uma abordagem que
melhora a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares frente a problemas
associados à doença terminal, através da prevenção e alivio do sofrimento,
identificando e avaliando e tratando a dor e outros problemas físicos, psicossociais e
espirituais.
A sexta ideia central “cuidados integrais” pode ser entendida como um todo.
Quando se é enfermeiro não tem como cuidar do físico somente, o corpo precisa
estar em equilíbrio entre físico, psíquico, social e espiritual, o que é evidenciado na
fala dos enfermeiros: A hidratação, higienização deste paciente, uma alimentação,
mudança de decúbito, é esse apoio emocional, apoio espiritual e até religioso. Então
a meu ver é isso, são aqueles cuidados onde você dá uma assistência integral a
pessoas quando a curativa não tem muito o que fazer.
O discurso aborda cuidados paliativos vendo o paciente de forma integral,
considerando todas as necessidades dos pacientes que estão sob cuidados
paliativos, sendo essa conduta própria da enfermagem.
Sales e Alencastre (2003) definem cuidados paliativos como a assistência
ativa e integral a pessoas que padecem de doenças incuráveis, quando os
tratamentos específicos já não são eficazes e o objetivo é controle da dor e de
outros sintomas físicos, assim como uma compreensão das necessidades
psicológicas, sociais e espirituais.
Durante todo o tempo de formação do profissional, tanto o enfermeiro quanto
o técnico, são esclarecidos de que o cuidado com o paciente, seja ele terminal ou de
reabilitação, deve ser integral.
Em relação ao tema “os sentimentos” a primeira ideia central emergente foi
“Diversos sentimentos”.
64
Susaki (2006) diz que a enfermagem tem como estabelecer uma
comunicação mais íntima a partir da relação do cuidado e, por consequência,
conhecer melhor o paciente como pessoa, pois, encontra-se mais presente durante
o estágio terminal.
Pelo fato da enfermagem permanecer mais tempo com o paciente, não tem
como evitar que se crie um sentimento durante a prestação dos cuidados.
Enfermeiros são seres humanos e possuem sentimentos como todos os outros. É
difícil o enfermeiro conviver e não criar vínculo.
Susaki (2006, p. 145) ainda afirma que [...] é também relevante o estado
emocional dos profissionais de saúde [...] por serem preparados para a manutenção
da vida, a morte e o morrer, em seu cotidiano, suscitam sentimentos de frustração,
tristeza, perda, impotência, estresse e culpa [...].
O próprio discurso nos confirma as citações feitas acima: Sinceramente eu
me sinto assim: triste e realizada, humanizada e sem preconceitos, desconfortável e
útil, compaixão, medo da minha morte, como um presente de Deus, pena, prestativo,
como se fosse da família, na obrigação de cuidar, alívio, que devo fazer algo,
confuso, sentimento de cuidar de uma pessoa normal, na obrigação de proporcionar
o maior conforto ao paciente, misericórdia, gratificação, capaz de fazer o melhor.
[...] o cuidado pode ser atendido como uma resposta emocional de apoio [...]
também ressalta que [...] o paradigma do cuidado, pelo contrário, tem como
valor central a dignidade humana, enfatizando a solidariedade entre os
pacientes e profissional de saúde, uma atitude que resulta numa compaixão
efetiva [...]. (PIMENTA, 2004, p. 50-51).
Então, durante a prestação de cuidados, o profissional enfermeiro não tem
como não criar sentimentos perante o paciente, isso é inevitável.
A segunda ideia central “Amor e carinho” o discurso dos integrantes, assim se
expressa: Sentimento é muito difícil de ser colocado, mas eu sinto amor e
carinho....
Pimenta (2004, p. 52) “cuidar dos outros é ser ministro de seus medos,
partilhar amor e felicidade ao paciente [...]”.
Silva; Araújo e Firmino (2008, p.61) completam e confirmam que “oferecer
cuidados paliativos em enfermagem é vivenciar e compartilhar momentos de amor
[...]”.
65
A única coisa que a enfermagem pode oferecer é o cuidado, e este cuidar que
ela oferece ao paciente vem junto com amor, vem junto com o carinho, vem as
vezes numa palavra ou em um toque, até mesmo o ato de escutar um paciente já é
um gesto de amor e carinho.
A ideia central expressa por “Bem estar” pode estar relacionada ao fato do
profissional se sentir bem ao prestar cuidados paliativos, por estar aliviando diversos
sinais e sintomas do paciente e proporcionando a ele conforto.
O discurso assim menciona: Eu enquanto enfermeira me sinto muito bem...
A empatia, bom humor e compreensão são integrantes fundamentais da
terapêutica (Ministério da saúde, inca, 2001).
Avanci (2009) complementa ao relatar que o enfermeiro que atua nos
cuidados paliativos, precisa saber educar em saúde, de maneira clara e objetiva, e
ser prático em suas ações, visando sempre o bem- estar dos seus clientes.
O terceiro tema estudado no qual se expressa os “motivos para os
sentimentos”
teve
como
uma
das
ideias
centrais
“Diversas
justificativas”
“Relacionado á profissão de enfermagem”, “sem possibilidade de cura” e “qualidade
ao paciente”.
A primeira ideia é “Diversas justificativas”. Quando se questiona o porque
de um sentimento, podem surgir vários motivos como o discurso nos mostra:
Eu sempre tive este sentimento porque: sempre gostei de idosos,
porque é um momento que a família tem muita angustia. De misericórdia
porque deve ser muito triste morrer sozinho, é uma coisa nova pra ele e para
nós cuidados paliativos, isto é vida. Você vê muita coisa lá fora e não pode
trazer pra cá, a gente se coloca no lugar deles, se sente impotente em resgatar
a vida naquele momento, porque existem outras alternativas. Por experiência
própria, porque as vezes em muitas situações que a gente vê o paciente em
muito sofrimento e prestativo perante aos meus cuidados,
é bom ver o
paciente sem dor.
A ideia central acima denominada “diversas justificativas”, como justificativa
de sentimentos diante do paciente sob cuidados paliativos, pode ter muita
abrangência, como conotações positivas e negativas, a exemplo do que ocorreu no
discurso acima, momento que foi referendado o sofrimento do paciente e a
satisfação dos resultados dos cuidados de enfermagem, como por exemplo, alivio da
dor.
66
Pessine (2007) comenta que, muitas vezes determinados sentimentos podem
ter como motivos uma mescla de sentimentos, na qual os profissionais de saúde
podem se sentir bem ou mal, dependendo do estado do paciente, sua resposta ao
tratamento e a ocorrência ou não de dor e sofrimento.
O mesmo autor ainda resalta que é comum o profissional da área de saúde
ter determinadas reações subjetivas, levando em consideração a melhora ou a piora
do paciente sob seus cuidados.
O segundo discurso com a seguinte ideia central “relacionado à profissão
de enfermagem” nos expressa: ... Acho que pela pratica profissional mesmo de
gostar do ser humano e achar que deve ser cuidado do momento do
nascimento até a morte e que propicie a ele esse atendimento com dignidade...
[...] a enfermagem é a arte de cuidar de doentes, com compromisso,
sinceridade, e conhecimento técnico- cientifico necessária em todo ser
humano em algum momento ao longo da vida. Este momento é desde o
pré- natal até o momento do pós- luto. (SOUZA, et. al. 2009, p. 10).
Em outra parte do discurso diz da seguinte forma: Eu amo minha profissão,
vem próprio da minha profissão, durante a graduação, pós-graduação é falado
que o cuidado pertence à enfermagem...
As ações do enfermeiro compreendem, em sua essência, o cuidado em si,
independente do objetivo de tratamento ser preventivo, curativo, de
reabilitação ou paliativo [...] precisa amar sua profissão e amar o próximo.
(SOUZA et.al. 2009, p. 10)
A outra ideia central “Sem possibilidade de cura”, o discurso nos evidencia
o motivo do sentimento. ... Oferece-se àquela pessoa que não tem mais
condições de cura, amenizando a dor dela e algum outro sintoma que pode
aparecer...
A OMS (2002) estabeleceu que: “cuidados paliativos é a abordagem que
promove qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que
ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento [...]”.
A ideia central “Qualidade ao paciente” teve o seguinte discurso: ... Por
estar prestando uma assistência que por meio do conforto vai dar uma
qualidade para o paciente...
67
Pessine (2004) menciona que humanizar o cuidado é criar uma relação de
vínculo.
O tema a forma como é prestada a assistência aos pacientes que necessitam
de cuidados paliativos teve como primeira ideia central “Considerando diversos
aspectos”.
Como o cuidado paliativo está se tornando um assunto a ser discutido na
atualidade, é necessário discutir a forma como os profissionais da saúde atendem
este paciente que estão sob cuidados paliativos.
O cuidado prestado a pacientes sem prognóstico de cura deve ser o mesmo
cuidado prestado aqueles pacientes com prognóstico de cura, com respeito, olhar
holístico e com princípios éticos. O discurso vem nos dizendo da seguinte forma:
... A assistência deve ser prestada em cima da humanização e respeito.
Então a medida do possível nós vamos atendendo as necessidades do
paciente , não podendo esquecer dos princípios éticos, as técnicas que a
gente aprende e a moral e a parte espiritual...
Avanci et. al.(2009) afirmam que os cuidados paliativos são um conjunto de
ações que possibilitam uma abordagem holística do paciente com doença sem
possibilidade de cura.
Então cuidar em Cuidados paliativos na enfermagem vai muito além de uma
abordagem técnica, a enfermagem faz muito mais que isto, ela trabalha o ser como
um todo, ela cuida do paciente e da família, avalia e atende as necessidades do
paciente sejam elas emocionais, físicas, culturais e espirituais.
Firmino (2008) diz que em cuidados paliativos, cuidar significa estar ao lado
de pessoas com perda de vitalidade, com dor, depressão, perda da autonomia, entre
outros sintomas e sinais, tentando conhecer e respeitar seus valores espirituais,
culturais e criando oportunidades para que resolvam assuntos pendentes, tendo
como principal foco com a família, sendo a “ponte” na relação com os médicos, por
estar mais horas junto ao paciente.
A segunda parte do discurso assim se expressa:
... Não podemos ser
severamente profissionais que vai lá e cuida faz o básico...
Como já citado a enfermagem está mais horas junto ao paciente, então o
trabalho de cuidado que o enfermeiro faz vai muito alem do básico, o enfermeiro
trabalha de forma holística. Firmino (2008, p. 61) esclarece que:
68
[...] o enfermeiro, tem enorme potencial para otimizar o cuidado [...] o
enfermeiro é um excelente avaliador dos sintomas e suas intensidades (
não só a dor), está atentos aos sintomas mas de natureza não apenas física
[...]. Completa que o enfermeiro [...] por meio da compreensão humana, sua
atenção é direcionada para as necessidades holística [...].
A ideia central “Cuidados necessários ao paciente” assim se manifesta: ...
Depende do paciente, de cada situação do paciente, daquilo que ele
necessita... Procuro atender todas as necessidades deste paciente de forma
holística.
Firmino (2012, p.335) nos confirma o discurso acima falando que:
A enfermagem atua no cuidado paliativo [...] pratica ações objetivas de
cunho pragmático como controle da dor, domínio da técnica hipodermólise,
curativos na lesões malignas cutâneas, cuidados espirituais, zelo pela
manutenção do asseio, higiene, medidas de conforto, gerenciamento de
enfermagem, e o trabalho junto as famílias [...].
Assim, o discurso e a citação a cima, mostram que a enfermagem trabalha
voltada para um cuidar holístico ao paciente em fase terminal, fazendo seu papel de
cuidador(a).
A ideia central “Conforto ao paciente e à família”, originada do tema “como
é prestado o atendimento aos pacientes sob cuidados paliativos”, refere-se a estar
proporcionando um conforto ao mesmo tempo e consequentemente à família. O
próprio discurso nos mostra... Tem que dá conforto, conversar com a família... A
família tem que ser trabalhada muito... Muitas vezes que o paciente precisa é a
família e estar ali perto dando conforto.
Susaki (2006) diz que o paciente em fase terminal está vivo e tem
necessidades especiais que, se os profissionais de saúde estiverem dispostos a
descobrir quais são, poderão ser atendidas e proporcionarão conforto durante essa
vivencia.
Ferreira e Pinto (2008) referem que o objetivo dos cuidados paliativos é dar
conforto e dignidade às pessoas que vivem com doença crônica.
Araujo e Silva (2007, p. 669) mencionam que cuidados paliativos “[...] trata-se
de uma abordagem de cuidados diferenciados que visa melhorar a qualidade de vida
do seu paciente e seus familiares [...]”.
69
Quando o enfermeiro ou qualquer outro profissional da área da saúde estiver
prestando conforto ao paciente em fase terminal, consequentemente estará
melhorando a qualidade de vida daquele paciente para que ele possa vivenciar uma
morte digna.
70
6
CONCLUSÕES
De acordo com os objetivos propostos, os resultados do presente estudo
permitiram as seguintes conclusões: o gênero feminino, a média de idade dos
enfermeiros foi de 36,48 anos, dentre as enfermeiras predominaram as que
possuíam especialização, a média de tempo de formação profissional foi de 3,2
anos.
Em relação ao significado de cuidados paliativos emergiram as seguintes
ideias centrais “cuidados prestados a pacientes sem possibilidade de cura e seus
familiares”; “cuidado para amenizar a dor o sofrimento do paciente”; “Conforto ao
paciente”; “Diferentes Significados”; “Proporcionar Qualidade de Vida” e “Cuidados
Integrais”:
Quanto aos sentimentos ao prestar assistência ao paciente sob cuidados
paliativos surgiram as seguintes representações sociais: “Diversos Sentimentos”;
“Bem- Estar” e “Amor e Carinho”.
Os motivos dos sentimentos foram evidenciados pelas seguintes expressões:
“Diversas Justificativas”; “Relacionado à Profissão de Enfermagem”; “Sem
Possibilidade de Cura” e “Qualidade ao Paciente”.
E a maneira como o cuidado era prestado ao paciente foi evidenciada pelas
seguintes ideias centrais: “Considerando diversos aspectos”, “Cuidados Necessários
ao Paciente” e “Conforto ao Paciente e Família”.
71
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cuidado é objeto da enfermagem que presta assistência dentro de quatro
eixos: promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Quando a
recuperação não é possível, a enfermagem passa a prestar cuidados paliativos.
Os cuidados paliativos são oferecer uma melhor qualidade de vida aos
pacientes sem possibilidade de cura e seus familiares. Esses cuidados são
prestados pela equipe de saúde e não visa a cura. Essa assistência é prestada com
humanização, visando os aspectos físicos, psicológicos, emocionais e espirituais.
Quando se oferece qualidade de vida ao paciente em fase terminal, se está
aliviando a dor e o sofrimento desse paciente e de seus familiares. Ao citar dor, não
se refere dor física, mas toda aquela que é capaz de gerar sofrimento e desconforto
seja ela, física, emocional e espiritual.
Há vários tipos de dor, quanto a física, o enfermeiro ao administrar o
medicamento está aliviando a dor e o sofrimento físico, oferecendo conforto. Ao falar
de sofrimento emocional no paciente terminal, não há remédio que o cure, mas o
simples ato de ouvi-lo, deixando-o falar de suas dores, angustias e medos, ou falar
com pessoas com quem não fala há anos, são atos que proporcionam o alivio desse
sofrimento, dando ao paciente uma melhor qualidade de vida antes de morrer.
Nesta fase o paciente permanece muito tempo internado em um hospital, na
UTI, onde perde o vínculo com seus familiares e o convívio social. Isto gera
sofrimento ao paciente que se vê em um ambiente considerado desconfortável, onde
não encontra seus objetos pessoais, e as pessoas que ama não estão presentes
todo o tempo. Neste contexto, o cuidado que o enfermeiro pode estar oferecendo é
integrar este paciente, que se encontra em fase terminal, em seu ambiente,
reintegrando-o ao convívio familiar e o máximo possível ao convívio social. Isto faz
parte dos cuidados paliativos, que promove o bem estar do paciente com o objetivo
de melhorar a qualidade de vida.
A enfermagem cuida do ser como um ser holístico, fazendo parte de uma
família, que também necessita de cuidados, pois se depara com a situação do ente
querido, que está em processo de final de vida, adoecendo junto dele. A
enfermagem vai acolher a família, vai trabalhar com as principais necessidades,
dúvidas, escutar o que os familiares têm a falar, oferecer um toque amigo, um
72
abraço, vai contribuir para reestruturação dessa família, sendo que até a pós-morte
é indispensável o cuidado de enfermagem.
Como a enfermagem encontra-se a maior parte do tempo junto ao paciente e
de seus familiares, os enfermeiros criam um vínculo com estes, surgindo
sentimentos
como
de
amor,
carinho,
preocupação
entre
outros
diversos
sentimentos.
Não podemos deixar de falar sobre a espiritualidade dentro dos cuidados
paliativos, pois é de suma importância que o profissional enfermeiro, quando
solicitado, proporcione um momento de contato com o ser transcendente, podendo
trazer ao paciente paz e conforto e, consequentemente, a compreensão daquilo que
está vivenciando.
Cuidados paliativos é um tema que está ressurgindo e que deve ser discutido
e trabalhado dentro e fora das instituições de saúde, com as famílias que não
compreendem muitas vezes as condutas e acabam interpretando os cuidados
paliativos de uma forma diferente, sendo que o que se busca é uma morte boa,
digna e com qualidade de vida. A enfermagem deve assistir de forma humanizada,
visando atender as necessidades nas dimensões físicas, psicológicas, emocionais e
espirituais, almejando a manutenção e a melhoria da qualidade de vida.
Os resultados desse estudo mostraram que os enfermeiros compreendem o
que significa cuidados paliativos e que vivenciam diversos sentimentos ao prestarem
cuidados ao paciente em fase terminal e sua família, evidenciando o envolvimento
emocional e a complexidade dessas relações.
Dessa forma é imprescindível a capacitação dos profissionais de enfermagem
para uma melhor assistência aos pacientes sem possibilidades de cura e aos
familiares, que se sentem impotentes diante da dor e do sofrimento dos seus entes
queridos.
73
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77
APÊNDICE A - Caracterização pessoal e profissional do Enfermeiro
Instruções: Ler cada uma das perguntas ao entrevistado, assinalar com um X a
resposta correta ou complementar a questão, quando for o caso.
1. Gênero:
( )
2. Idade:
_______ anos
2.
( )
Profissão
Feminino
( )
Masculino
Enfermeiro
( )
Médico
4. Tempo de formação profissional
( )
Menos de 1 ano
( )
1 a 5 anos
( )
6 a 10 anos
( )
10 a 15 anos
( )
Acima de 15 anos
( )
Menos de 1 ano
( )
1 a 5 anos
( )
6 a 10 anos
( )
10 a 15 anos
( )
Acima de 15 anos
5. Tempo de atuação no HCSL
6. Cursos de atualização profissional e de especialização profissional, entre outros.
(
)
Sim
(
)
Não
78
APÊNDICE B - Roteiro de entrevista semiestruturada
1-
Para você, o que significa Cuidados Paliativos?
2-
a) Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com necessidades
de cuidados paliativos?
b) Por quê?
3-
Comente, como você atende (do ponto de vista profissional) os pacientes sob
seus cuidados e que se encontram com necessidades de cuidados paliativos?
79
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, Matheus Henrique Cardoso, assim como o professor José Vitor da Silva,
acadêmico de enfermagem e professor respectivamente da Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, da cidade de Itajubá, MG, estamos realizando uma pesquisa
intitulada: “Cuidados Paliativos: O Discurso do Sujeito Coletivo emergente de
enfermeiros e médicos” com os objetivos de identificar as características pessoais e
profissionais de membros da equipe multiprofissional; conhecer os significados de
cuidados paliativos emergentes de representantes da equipe multiprofissional;
conhecer os sentimentos de enfermeiros e médicos que assistem pacientes com
necessidades de cuidados paliativos e identificar a atuação profissional desses
profissionais frente aos pacientes com necessidades de cuidados paliativos.
As informações obtidas serão por meio de entrevista gravada, que deve ter a
duração média de 30 minutos e por meio de preenchimento de um instrumento
sobre
informações
pessoais
e
profissionais
dos
membros
da
equipe
multiprofissional.
Todas as informações serão mantidas em sigilo e você não será
identificado(a) pelo seu nome, pois trabalharemos com os dados de forma global. É
importante você saber também, que a qualquer momento poderá deixar de participar
do estudo, se assim o desejar.
Tomaremos o cuidado de lhe entrevistar num local adequado e privado sem
ruídos para que você sinta-se tranquilo e disponível para a entrevista gravada.
Este estudo não lhe trará risco algum, o que poderá lhe causar é o sentimento
de ser incomodado pela a realização da entrevista, porém pedimos a sua
colaboração.
Com a realização deste estudo, poderão ser estabelecidos programas de
atualização por meio de educação continuada com o propósito de preparar a equipe
multiprofissional quanto aos significados sobre Cuidados Paliativos, atuação e
sentimentos envolvidos frente a esses pacientes que necessitam de cuidados
paliativos.
Este termo de consentimento é o documento que comprova a permissão
do(a) senhor(a), para a participação do estudo.
80
Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e colocamo-nos à disposição,
para outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
A seguir, será apresentada uma Declaração e, se o(a) senhor(a) estiver de
acordo com o conteúdo dela, após sua leitura e concordância, deverá assiná-la.
Por me achar plenamente esclarecido e de perfeito acordo com o que me foi
informado, eu aceito e confirmo a minha participação nesta pesquisa e por isto
lavrarei abaixo a minha assinatura. Para tanto, declaro que como participante desta
pesquisa, estou ciente dos seus objetivos, da entrevista gravada, das respostas ao
instrumento de características pessoais e profissionais.
Se necessitar de alguma informação complementar poderei recorrer ao
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz,
Itajubá – MG e pelo telefone (35) 3622 0930, ramal 310. O horário de funcionamento
do CEP é de segunda a sexta-feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 16h.
Itajubá, MG_/___/___
Nome do participante:__________________________________________________
Assinatura do participante:____________________________________________
Assinatura da pesquisadora:____________________________________________
81
ANEXO A – Instrumento de Análise de Discurso 1 (IAD-1)
Questão: Pra você o que significa cuidados paliativos?
Participantes
1
Expressões-chave
Cuidados paliativos são todos aqueles
Ideias centrais
Cuidados prestados as
cuidados prestados às pessoas que
pessoas que não tem
não têm condição de cura, ou seja,
condição de cura.
sofrem de alguma doença que até o
presente momento não apresenta
cura. São medidas paliativas.
2
Eu diria que os cuidados paliativos são
aqueles que podemos dar ao
São aqueles que podemos
dar ao paciente domicilio.
paciente há domicílio, em domicílio,
para que o paciente não tenha a
necessidade de ficar internado.
Geralmente paciente tem processo
terminal de câncer AVC, essas
doenças crônicas e degenerativas,
nem deve deixar no hospital, deve
prestar cuidados em domicilio, e isso
e importantíssimo, importantíssimo,
hoje em dia não se interna mais
idoso, não se interna mais essas
doenças crônicas degenerativas, o
que se pode fazer em casa tem que
se fazer em casa, por isso que hoje
em dia o cuidador é importante. Hoje
a profissão do cuidador tá em alta?
Eu entendo isso.
3
São cuidados que prestamos às
Cuidados que prestamos
pessoas que possuem doença ou
às pessoas que possuem
problemas de saúde sem
doença ou problemas de
possibilidade de cura.
saúde sem possibilidade
82
de cura.
4
O cuidado paliativo é o cuidado que
Cuidado que você presta
você presta pra aquele paciente que
ao paciente que já não tem
já não tem uma possibilidade de cura
uma possibilidade de cura
terapêutica então é uma assistência
terapêutica.
voltada pra o bem estar acima de
tudo, mas assim é difícil falar paciente
fora de possibilidade de cura. Porque
muitas pessoas tem uma crença
religiosa e neste sentido e os
cuidados paliativos fica um pouco é
um tema um pouco tocado, mas eu
acho uma vez ele posto significa isso
é prestar uma assistência paciente
que se encontra sem possibilidade de
cura terapêutica.
5
Pra mim cuidados paliativos significa
Prestar a melhor
você prestar a melhor assistência a
assistência a uma pessoa
uma pessoa que está no caso ali
que está sofrendo.
sofrendo. Então você vai prestar
melhor assistência, assistência o
quê? Básica, você vai oferecer
conforto, você vai oferecer carinho,
você vai oferecer atenção a essa
pessoa que, como se diz, às vezes
sabe ou não sabe que vai morrer e
você vai oferecer essas necessidades
básicas que eu já falei pra está
pessoa, para ela ter um final de vida
no caso melhor e mais qualidade.
6
É o cuidado que o profissional
É o cuidado que a equipe
enfermeiro ou qualquer profissional
de saúde possa dar ao
da saúde, da equipe de saúde possa
paciente sem cura
83
dá ao paciente que a situações a
terapêutica.
parte terapêutica do paciente já não
tem mais o que fazer no momento,
não só para o paciente, mas pra toda
família que convive com aquele
paciente. Pra familiares atentando
também até pro cuidador, não só para
o cuidador, mas também pra família
para o paciente em si, este apoio, não
só o apoio do enfermeiro do cuidado,
orientações quanto a medicações, os
curativos. Mas acho que envolve o
paciente todo, não só ele, mas toda a
família. Ali envolve a parte social,
envolve a parte religiosa, envolve a
parte medicamentosa também, a
parte psicológica do paciente
principalmente.
7
São cuidados que a gente presta ao
São cuidados que a gente
paciente no momento que a gente
presta ao paciente no
sabe que ele não tem mais
momento que a gente sabe
alternativas de tratamento. É como se
que ele não tem mais
fosse um acompanhamento naquele
alternativas de tratamento.
momento da vida que é uma fase que
todos nós vamos passar que seria a
fase terminal digamos assim. O
cuidado paliativo na verdade é fazer
que o paciente morra com dignidade.
8
Os cuidados paliativos são os cuidados
que a gente dá o próprio nome já
dizem paliativos, são geralmente
pacientes que eu considero que já
estão em estado terminal de vida
Cuidados integrais.
84
então a gente presta os cuidados pra
ele, pra dar mais dignidade a ele
neste momento que ele está
atravessando. Então os cuidados
paliativos seriam a hidratação, a
higienização deste paciente, uma
alimentação, a mudança de decúbito,
é esse apoio emocional, o apoio
nutricional e o apoio ali até religioso.
Então no meu ver é isso.
9
É quando a gente presta cuidado a
É quando presta cuidado a
pacientes que não tem mais
pacientes que não tem
possibilidades de cura. Então a gente
mais possibilidades de
tenta dar todo suporte adequado que
cura.
ele precise naquele momento pra ele
ta vivendo, tendo uma qualidade de
vida.
10
Pra mim significa dar qualidade de vida
Dar qualidade de vida aos
aos pacientes que estão em ameaça
pacientes que estão em
eminente de morte. Pra que eles não
ameaça eminente de
sintam dor e ter o mínimo de
morte.
dignidade pra passar desta fase para
um outro plano.
11
É quando o paciente está com uma
doença que já está em fase terminal,
por exemplo, o paciente teve um
câncer um tumor no intestino e esse
tumor já tomou conta, passou pra
todos os órgãos do corpo então não
tem mais tratamento clinico. Então a
partir daí não vai ter medicação pra
resolver os problemas dele, tudo que
vai ser feito pra ele é com objetivo de
Tudo que e feito pra não
deixar ele sofrer.
85
não deixar ele sofrer.
12
É cuidado que a enfermagem presta a
É cuidado que a
pacientes que já tem prognóstico
enfermagem presta a
fechado. Como paciente que está em
pacientes que já tem
fase final de câncer. Onde eu trabalho prognóstico fechado.
hoje que é UTI não se faz cuidados
paliativos. Infelizmente hoje temos um
grande numero de pacientes que
precisam de cuidados paliativos e
estão dentro da UTI, e se investe
muito em pacientes que estão aqui
sabendo que tem aquele prognóstico.
Eu acho que as pessoas ainda tem a
cultura que a morte não vai chegar. A
gente tem que trabalhar muito isso,
não só na enfermagem, eu acho
quem precisa mais é a parte da
medicina. Nós já sabemos muitas
vezes a gente pensa vai investir neste
paciente por quê? Ele poderia ta lá
fora com a família. Eu vejo que hoje
não existe é muito difícil da família
estar sabendo o que está
acontecendo. Às vezes eu percebo
que a família se apegou tanto com o
paciente ali no quarto que ela não
quer mais largar, mas ainda é
complicado na nossa cultura deixar
algum familiar morrer, nós somos
assim, fomos criados assim e a gente
é somente seres mortais.
13
Cuidados paliativos pra mim é cuidado
prestado pra amenizar a dor do
É cuidado prestado pra
amenizar a dor do
86
paciente. Geralmente é prestados em
paciente.
pacientes que tem doença crônica ou
que não tem diagnostico de cura,
doença que o paciente não tem mais
prognostico, isto é cuidados
paliativos.
14
São aqueles cuidados onde você dá
Cuidados integrais
uma assistência integral a pessoa
como um todo e quando a medicina
curativa não tem muito o que fazer.
Você vai dar uma assistência pra
qualidade de vida dele.
15
Eu vejo que são cuidados que não tem
Proporcionar sobrevida e
mais jeito do paciente tá evoluindo e
qualidade de vida ao
a gente faz com que ele sobreviva e
paciente sem possibilidade
faz ele ter uma melhor qualidade de
de cura.
vida. É uma maneira de cuidar dele
pra ter uma vida mais confortável.
16
Pra mim pelo pouco que eu conheço é
Dar conforto.
cuidados paliativos é dá o melhor
conforto na fase terminal da doença.
Tudo que podemos fazer de cuidado
pra estar confortando este paciente
pra não ter um fim sofrido é cuidado
paliativo.
17
Cuidado paliativo pra mim significa dar,
prestar ao cliente e paciente melhor
condição. Muitas das vezes está na
beira da morte e tá proporcionando
uma melhor qualidade deste
momento que ele está passando. Não
ficar tentando, por exemplo, um
paciente com câncer ta na fase
Prestar uma melhor
condição.
87
terminal é proporcionar o conforto
melhor pra ele ali naquela hora, dar
uma assistência a ele não é tentar
prorrogar a vida dele, mas sabendo o
que foi de melhor, ajudando a família,
assim tudo que puder fazer pra ta
proporcionando a qualidade do
paciente. E cuidados paliativos é isso,
porque eu trabalho na clinica médica
e o que a gente faz lá é isso, dar uma
melhor qualidade de vida pro paciente
neste momento que ele está
passando.
18
Pra mim são cuidados de manutenção,
Previne algum agravo.
de estar prevenindo algum agravo
maior e de estar tratando do agravo
que o paciente tem.
19
É você dar um conforto para o paciente
É você dar um conforto
que não interfira tanto na assistência
para o paciente que não
com procedimentos invasivos. Mais
interfira tanto na
pra qualidade de vida e manter em
assistência com
boas condições, sem tanta invasão,
procedimentos invasivos.
mas também de oferecer um conforto
básico pra vida e pras necessidades
básicas.
20
21
É um tipo de assistência que eu presto
Assistência que eu presto
ao paciente que não vai interferir no
ao paciente que não vai
prognóstico dele. Dentro de conforto
interferir no prognóstico
e cuidado paliativo para o paciente.
dele.
Cuidados de pacientes e familiares
Cuidados de pacientes e
diante de doenças que ameaçam a
familiares diante de
continuidade da vida. Sendo que não
doenças que ameaçam a
é só controlar a dor, mas todo
continuidade da vida.
88
sintomas emocional, psicossocial,
físico e espiritual.
22
São os últimos cuidados que o paciente
irá receber da sua vida até o
Últimos cuidados ao
paciente.
momento de sua morte.
23
Pra mim cuidado paliativo é aquele
Você vai prestar ao
cuidado que você vai prestar ao
paciente e à família
paciente e também a família quando
quando este paciente não
este paciente não tiver mais
tiver mais possibilidade de
possibilidade de cura. Então o motivo
cura.
não e mais a cura é o cuidado que
você vai dá a ele quando não há
possibilidade nenhuma de cura. Ele
esta numa situação de enfermidade
que a tecnologia não vai mais
resolver, então você tenta fornecer
um cuidado pra melhorar a qualidade
de vida no tempo que ele ainda tem.
24
São cuidados prestados aos pacientes
São prestados aos
que tem uma doença incurável e
pacientes que têm uma
amenizar os sintomas que ele está
doença incurável e
sentindo. E você dá o cuidado não
amenizar os sintomas que
somente para o paciente mais pra
ele está sentindo.
família também. É um conjunto, então
a gente procura prestar esses
cuidados na medida que este
paciente se sinta bem. Então é pra
melhorar a qualidade de vida deste
paciente já que está doença não tem
cura.
25
Cuidados paliativos eu diria são
cuidados na medida de diminuir o
sofrimento daquela pessoa daquele
São cuidados na medida
de diminuir o sofrimento.
89
paciente por uma doença que está
com diagnostico fechado e não tem
cura.Você presta cuidados pra
diminuir a dor e o sofrimento daquele
paciente.
QUESTÃO: Como você se sente ao prestar assistência ao paciente com
necessidades de cuidados paliativos?
Sujeito
1
Não tenho nenhum sentimento
Não tenho nenhum
diferente dos demais pacientes. São
sentimento diferente
pacientes que estão numa condição
diferente, mas eu não tenho nenhum
em especial de dó isso não.
2
É muito lindo é maravilhoso, por que
Sinto muito amor e muito
geralmente quando o médico chega
carinho.
pra família olha não tem muito o que
fazer não, ai o que acontece, a família
fica com aquela ideia que o paciente
já vai morrer , mas tem sim o que
fazer, ele é vivo, ele tem vida o
paciente, ai que entra esses cuidados
paliativos . Eu sinto muito amor, muito
carinho e ainda o paciente pode viver
anos e anos com uma boa qualidade,
dependendo do seu cuidador e dá
família. Mas geralmente a família
passa para terceiros.
3
Eu enquanto enfermeira eu sinto
muito bem, eu vejo que quando o
paciente está fora de possibilidade de
cura ás ações dos outros profissionais
Sinto-me muito bem.
90
fica limitada, mas a da enfermeira é
responsável pelos cuidados. Então eu
vejo que é o momento que eu
enquanto enfermeira mais posso fazer
pelo paciente. São cuidados que eu
posso dar ao paciente que ele não
receberia de outros profissionais, eu
me sinto assim muito bem no sentido
que é algo que como só eu pudesse
ajudar esse paciente.
4
Bom então é na assistência o lado
É um sentimento bom.
emocional fica um pouco é...
Comprometido por que a gente
sempre faz uma recepção que o
paciente ta no fim da vida e de
repente é o ultimo momento, a gente
pode ser a ultima pessoa que está
falando com ele e levando uma
mensagem de carinho de amor. E em
relação ao sentimento é um
sentimento bom, mas por um outro
lado ele trás algumas decepções
acerca da vida.
5
Bom ao mesmo tempo eu sinto medo,
Sinto medo da minha morte.
medo no sentido de é questão de
Sinto compaixão.
morte não do paciente, sinto medo da
minha morte. Como é que eu vou
chegar daqui um tempo que eu for
envelhecer? Como eu vou chegar até
lá? Eu vou chegar com saúde? Eu
não vou chegar com saúde? E isso
não tem como saber. Primeira coisa
eu sinto medo e segundo eu me sinto
91
assim, como se diz, compaixão, pra
este paciente, pra tá ali ao lado deste
paciente dando atenção, às vezes
está ate lúcido, e às vezes está
sentindo muita dor e você está ali
confortando esse paciente. Todo
tempo lógico no período que você
está ali com ele você vai estar
ajudando ele, como se diz, tentar
esquecer ou amenizar aquele
momento que ele está passando.
Então eu sinto o medo e a compaixão
ao mesmo tempo.
6
Eu não sinto medo essas coisas, por
Sinto amor e carinho.
eu ser uma profissional. Sentimento é
meio difícil de ser colocado, mas eu
sinto amor e sinto que eu dou mais do
que eu tenho ao máximo, sentimento
de carinho. Eu faço o que eu poço o
que está no meu alcance.
7
Olha sinceramente eu sinto assim eu
fico triste assim porque eu acho que
ninguém está preparado pra morte,
nós não estamos preparados pra
morte, e a gente sabe que o paciente
não tá preparado. Então é difícil às
vezes de fazer que o paciente
entenda que é uma fase da vida como
todas as outras. A gente nasce, a
gente é criança, depois a gente é
jovem, depois adulto, e depois idoso e
depois morreu é um ciclo. Mas eu
sinto que é difícil a pessoa desagarrar
Sinto-me triste e realizada.
92
da vida, por isso acho muito
importante, é uma coisa nova na
medicina agora e na enfermagem, a
gente está prestando esse tipo de
cuidado. Então eu acho que não é
tristeza também não dá profissão é de
entender que o paciente não tá
preparado e a gente tem que preparar
ele pra morrer. Então eu sinto por uma
parte realizada por isso que a gente
pode passar isto pra ele, tranquila,
mas também triste porque o paciente
não tá preparado.
8
Eu sinto como um presente de Deus
Sinto como um presente de
isso, esses cuidados paliativos. Por
Deus.
que parece que na hora que você vê
que a pessoa já não tem mais chance
nenhuma é a forma de dar mais
dignidade nesta hora pra pessoa. Dá
o fim pra ela, mas com toda dignidade
que precisa, já teve necessidade de o
paciente estar com dor e você poder
estar amenizando, ou você poder dar
esse apoio psicológico pra ele pra
família dele. Então eu acho que muito
bom isso ai.
9
Bom às vezes é um sentimento de
Sinto pena
pena mediante de encontrar o
paciente naquela situação, mas a
gente se sente prestativo, pois
podemos cuidar do paciente mesmo
que ele não tenha possibilidade de
cura, a gente pode melhorar a
Sinto-me prestativo.
93
qualidade de vida dele, a gente pode
melhorar o restante de vida deste
paciente.
10
Eu sinto que como se fossem
Sinto como se fosse da
qualquer paciente, eu sinto como se
família
fosse da família, eu quero cuidar
como se fosse da minha família e
minimizar o sofrimento ao máximo
possível.
11
Eu me sinto na obrigação de fazer o
Sinto-me na obrigação de
paciente ter maior conforto possível,
proporcionar o maior conforto
dar atenção em todas as
ao paciente.
necessidades que ele precisa não
omitir nenhuma queixa dele, não
omitir nenhum cuidado e tentar trazer
todas as pessoas que gostaria de
estar perto dele, permitindo visite este
paciente, permitir se ele tiver vontade
de um alimento permitir que ele poça
comer este alimento, dar todo
conforto, não deixa-lo ter nenhuma
necessidade de higiene conforto e de
tranquilidade e nem de religião. Então
me sinto na obrigação de cuidar dele
ou como se fosse comigo eu gostaria
de cuidar dele como se fosse uma
pessoa da minha família e me
colocando no lugar dele, tudo dentro
de suas necessidades.
12
Eu sinto alivio. Por que existem outros
recursos que eu posso fazer pelo
paciente um exemplo e a via
hipodermolix.
Sinto alivio.
94
13
É um sentimento muito bom, porque e
E um sentimento muito bom.
satisfatório pra gente. Porque muitas
vezes a situação do paciente melhora
muito com o cuidado paliativo.
14
Olha eu vejo assim que a função da
Sinto-me desconfortável e
enfermeira vai da vinda do nascimento
útil.
até a morte. Então e claro que a gente
sente... é não se sente tão confortável
ver o paciente numa fase final de uma
doença. Então e um sentimento
dentro da assistência que não é tão
bom, mas, por outro lado e um
sentimento onde você ainda pode ser
útil e pode resgatar muita coisa dele
naquele momento. Então eu diria que
é um momento difícil da assistência,
mas é momento que você se sente útil
de fazer alguma coisa.
15
É muita gratificação, porque é o ultimo
Sinto gratificação
recurso que sobrou pra ele. Então a
gente visando em termo de uma
melhora da qualidade de vida dele,
sinto assim gratificante.
16
É um sentimento de satisfação na
Sinto-me satisfeita.
verdade, de estar colaborando pro
bem estar deste paciente, não só o de
cuidados paliativos mais de todos os
pacientes. E esses pacientes que
necessitam de cuidados paliativos, é
estar proporcionando conforto, a
melhor maneira de estar confortando
este paciente.
17
É muito gratificante, a gente percebe
Sinto gratificação.
95
mesmo. Lá na clinica médica, lá e o
lugar que a gente mais passa e mais
presta cuidados paliativos pacientes
de fase terminal. Então você ta
prestando esses cuidados paliativos,
você está proporcionando uma melhor
qualidade de vida pra ele na hora da
morte. Então assim o ente querido
está perto, você está aliviando o
sofrimento. Uma coisa legal é o
hipodermolix que o paciente que está
em faze terminal, não é preciso ficar
puncionando veia nele, é muito
gratificante você está proporcionando
uma melhor qualidade de vida antes
da morte.
18
Eu sinto que eu fico devendo algo,
Eu sinto que eu fico devendo
parece que você tem muito pouco as
algo.
vezes pra poder oferecer.
19
Então sinto confuso porque ao mesmo Sinto-me confuso
tempo em que é gratificante é um
pouco frustrado, mas frustrado por
que? Porque às vezes você já foi ao
ponto máximo que você não consegue
reverter o quadro do paciente, mas
também é bom porque você vai dar o
conforto pra ele já que você não pode
fazer, você está limitado e não é culpa
sua e você se sente um pouco
limitada, e vai dar um pouco de
cuidado a esse paciente.
20
Muitas vezes é um paciente que está
sentindo muita dor, é uma paciente
Sinto-me feliz.
96
que sabe do caso dele. Então a gente
se sente até feliz por proporcionando
este tipo de conforto para o paciente.
Porque é um paciente que realmente
precisa e dá uma satisfação grande
como profissional. Porque quando
você está no cuidado paliativo você
vai estar melhorando o tipo de
assistência para o paciente.
21
Sinto uma pessoa humanizada, sem
Sinto humanizada.
preconceitos, apesar de sofrer
juntamente com o paciente.
22
Eu me sinto bem.
Sinto-me bem.
23
Depende do caso, porque quando
Sentimento de misericórdia.
você cuida de um paciente que está
Sentimento de cuidar de uma
na eminência de morrer, aquele
pessoa normal.
mesmo que não tem mais
possibilidade terapêutica, está preste
a falecer é um cuidado bem de
misericórdia, de estar junto com a
pessoa pra não morrer sozinha, de
fornecer conforto alivio da dor... É
presença, toque, tem pacientes que
não tem possibilidade terapêutica,
mas não estão em eminência de
morrer, e esses a gente tenta fazer
um pouco mais pra esta pessoa ter o
mínimo de qualidade de vida que ela
possa atingir. Por exemplo, pegue um
paciente com AVC que não vai mais
reabilitar, pronto. Paciente com DPOC
que não tem cura mais, que depende
de oxigênio e não tem possibilidade,
97
você vai manter a qualidade de vida e
a capacidade funcional dentro das
possibilidades. Então são situações
diferentes. Em frente ao paciente que
esta em eminência de morrer e um
sentimento mais de misericórdia e do
paciente que apesar de que é cuidado
paliativo já não vai mais responde ao
tratamento esse sentimento já não
transparece tanto, deve ser um
sentimento de cuidar de um paciente
normal.
24
Eu me sinto primeiramente muito útil
Sinto-me útil e satisfeita.
quando eu vou prestar cuidado. Então
me sinto necessário quando estou
prestando cuidado a este paciente.
Porque é o que eu posso ofertar pra
ele, porque eu não vou dar o remédio
que vai curar ele. É meu ar, meu
carinho, então assim me sinto muito
útil me sinto muito satisfeita. Por que
enfermagem é o cuidar.
25
Eu me sinto é capaz no sentido que
Sinto-me capaz de fazer o
vou fazer o melhor possível dentro da
melhor.
minha técnica dentro do meu saber
dentro da minha competência, então
me sinto segura do que eu faço.
98
QUESTOES: Por que ?
Participantes Espressão-chave
1
Ideias centrais
Porque o próprio nome diz cuidados
Porque são cuidados
paliativos são aqueles cuidados que
oferecidos à pessoas sem
você oferece aquela pessoa que não
condições de cura.
tem condições de cura. Então você
esta tentando proporcionar o melhor
cuidado possível. Você está
amenizando a dor nele, algum outro
sintoma que possa aparecer, por isso
que eu não tenho um sentimento
assim dó dessa pessoa.
2
Por que eu sempre fui assim. Sempre
Porque sempre gostei de
gostei de cuidar de idosos, eu fiz
cuidar de idosos.
minha especialização em obstetrícia
por que na época não tinha saúde do
idoso. Mas eu sempre gostei e depois
que meus pais também eu cuidei deles
e fui cuidar deles e fui ver que o meu
caminho era aquilo por que o meu pai
ficou acamado três meses, faleceu
sem nenhuma lesão. Minha mãe ficou
seis meses e faleceu não tinha uma
lesão no corpo, bonitinha, cheirosinha,
limpinha sem sofrimento. Foi assim um
final feliz, hoje sinto feliz. Acho
importantíssimo, importantíssimo o
cuidado paliativo.
3
Vem próprio da profissão, durante toda
O cuidado é próprio da
a graduação, pós-graduação, é falado
profissão.
em cuidado pertence a enfermagem.
Então é um sentimento de posse
mesmo, to tomando posse daquilo que
99
minha profissão permite fazer, o que
minha formação me trouxe em termo
de profissionalismo.
4
Por que é difícil você trabalhar
É difícil trabalhar, conversar
conversar ou ate mesmo se relacionar
e relacionar com alguém
com alguém que ta ali nos momentos
que está nos momentos
finais, então isso acaba despertando
finais.
uma decepção em relação a vida
mesmo então eu acho o porque deste
sentimento ele surge a partir do
momento que você faz uma reflexão
sob os últimos instantes da vida do
paciente.
5
Bom acho que pelo motivo de é, dá
O medo é porque somos da
gente da área de saúde, o medo
área da saúde.
aparece porque é da área da saúde.
A compaixão faz parte da
Por que a gente sabe o que tem que
enfermagem.
fazer para ter uma vida com qualidade,
cuidar do próprio organismo, cuidar
das outras pessoas, você vendo que a
pessoa até mesmo já cuidou, mas
apareceu um problema. Então creio
que o medo e o porque do medo é
isso você saber que aquilo pode
acontecer ou não acontecer com você
ou alguém que você goste da sua
família ou um amigo ou pessoas
próximas de você porque você esta
vendo ali na sua frente. Agora a
compaixão a gente sente porque e
exatamente o que a gente faz na
enfermagem, no caso é o cuidado, que
a gente prestando o cuidado e no
100
caso cuidado paliativo. Você esta ali
exatamente pra oferecer conforto,
atenção nos últimos momentos da
pessoa que pode ou não está lúcido. A
compaixão está dentro da
enfermagem, faz parte da vocação da
enfermagem. Tem que ter compaixão
se não é enfermagem.
6
Isto é vida. Eu tenho esse sentimento
Esse sentimento é próprio
por que eu sou eu.
7
De tristeza e justamente de perceber
Porque é uma coisa nova
que é uma coisa nova pra ele e pra
para o paciente e
nós o cuidado paliativo. Pois vi
enfermeiro.
palestras vi trabalhos e acho que a
gente devia ser melhor preparado pra
morte, o que a gente não é. E a gente
acaba se deparando com um
sentimento de frustração.
8
Acho que é pela pratica profissional
É pela prática profissional.
mesmo de gostar do ser humano e
achar que o ser humano deve ser
cuidado do momento do nascimento
até a morte e que propicie a ele esse
atendimento com essa dignidade
mesmo que eu falei.
9
Esse sentimento de pena é porque as
Pena,
porque
vejo
vezes em muitas situações que a
paciente sofrendo muito.
gente vê o paciente em muito
Prestativo perante os
sofrimento e prestativo perante aos
cuidados.
meus cuidados.
10
Por experiência própria eu sei e por
coisas da minha família que eu já
passei. Então deis de quando entrei na
Por experiência própria.
o
101
faculdade já trousse isso, de berço
mesmo, de cuidar como se fosse parte
da minha família. Porque se a gente
cuidar como se fosse uma outra
pessoa a gente não vai cuidar
humanizado, com carinho, com toque,
não vai ser aquilo, então o paciente vai
necessitar disto.Quando o paciente
esta com alguma enfermidade ele não
só necessita de pratica e medicação
pra ele, que passe aquela medicação,
cuidado, banho, mas precise que faça
o banho e passe a medicação com
carinho pra ele, ele precisa se sentir
acolhido, e é isso que eu sempre
penso, e eu vejo que isso pode
acelerar o processo de recuperação e
no caso de cuidados paliativos isso
pode minimizar a dor e sofrimento
psicológico do paciente.
11
Por que eu tenho, o paciente ta ali no
Porque não tem mais cura.
final da vida dele e nós temos um final
de vida e pra ele e momento dele, que
ele tem, e como eu sei que é um
momento que ele não tem mais cura.
Clinicamente ele não vai ter mais cura,
vou permitir que ele faça isso, então,
digo que até aqui ele já sofreu muito e
eu vou atentar pra minimizar o
sofrimento dele porque eu sei que são
muitos.
12
Por que existem outras
alternativas,pra melhorar pra ajudar.
Existem outras alternativas.
102
13
14
Por que é muito bom você ver o
É bom ver a família segura
paciente sem dor, ver a família segura
e o paciente sem dor e
e o paciente morrer tranquilo.
morrer tranquilo.
Eu acho que eu já respondi um pouco.
Sinto-me impotente e útil.
Porque a gente se sente impotente de
resgatar a vida naquele momento, que
você gostaria de ter proporcionado a
isso e que não gostaria de ter chegado
a isso de ter atuado na medicina
preventiva pra não estar deste jeito
neste momento então e um sentimento
de impotência. E por outro lado e de
ser útil na vida.
15
Porque assim você olha e qual é a
É o mínimo de conforto que
perspectiva de vida que ele tem?
posso proporcionar a ele.
Nenhuma. Então eu sinto assim que a
gente sente tanto, e a gente não
entende muito as coisas, e se ele ta ali
com aquele mínimo que ele pode ter e
proporcionar o conforto pra ele faz
bem neste sentido.
16
Por que você vê que está ali sofrendo,
O paciente está sofrendo,
já não tem prognóstico, que as
não tem prognóstico e um
chances de recuperação está muito
pouco de atendimento é
difíceis, e um pouquinho de
gratificante.
atendimento que você dá a esse
paciente e muito gratificante.
17
Porque a gente se coloca muito nos
Coloco-me no lugar do
lugar dessas pessoas, a gente passa
paciente..
sentir o que eles tão sentindo por eles.
A gente sente junto com a família e eu
acho que é por isso que uma coisa tão
gratificante.
103
18
Por que é uma coisa assim... que você
Você vê muita coisa lá fora
vê muita coisa lá fora e não pode
e não pode trazer pra cá.
trazer isso pra cá. As meninas da
EEWB teve problemas no estágio e
tiveram que fazer fora e na hora que
voltaram, elas contaram um monte de
coisas que você não vê em Itajubá em
relação a cuidados paliativos.
19
20
Porque cuidado mesmo, pela nossa
Porque cuidado mesmo,
profissão, tanto por prestar cuidado
pela nossa profissão, tanto
como querer ver o paciente bem. Acho
por prestar cuidado como
por isso esse sentimento meio duplo.
querer ver o paciente bem.
Por estar prestando uma assistência
Presto uma assistência de
que por meio do conforto vai dar uma
qualidade.
qualidade realmente pro paciente que
está ali precisando naquele momento.
21
Por proporcionar um cuidado
Por proporcionar um
humanizado, aliviando sintomas e
cuidado que alivie os
respeitando a vontade do paciente não
sintomas e repeita a
interferindo no processo natural de
vontade do paciente.
morrer.
22
Por que estou fazendo um bem pra
Estou fazendo o bem.
ele,
num momento difícil que é próximo a
morte.
23
De misericórdia por que deve ser
Deve ser muito triste morrer
muito triste morrer sozinho. Então eu
sozinho.
não gostaria e acho que ninguém... o
ser humano é muito agregado a
pessoa. E o hospital e um ambiente de
personaliza ele não humanifica a
pessoa. Então no meio de toda aquela
tecnologia a pessoa quer encontrar
104
outra pessoa.
24
Primeiramente porque eu amo a minha
Porque eu amo a minha
profissão e assim você sentir
profissão.
compaixão por um paciente é um ato
muito nobre. Então eu me sinto assim
muito bem e me dou mesmo ao
paciente.
25
Por que é um momento que a família
Por que é um momento que
tem muita angustia tem muitas duvidas
a família tem angustias e
como cuidar de uma pessoa que está
duvidas.
sofrimento crônico e ai nível domiciliar
que é meu trabalho eu preciso tá
segura por isso ta em mim esse
sentimento de confiança naquilo que
eu estou fazendo pra passar pra
família uma segurança que ele possa
aquele possa aquele paciente estar
mesmo grave e acometido de alguma
doença terminal ele pode ficar no seio
da família ele pode ser cuidado pela
família.
Questão: Comente, como você atende (do ponto de vista profissional) os pacientes
sob seus cuidados e que se encontram com necessidades de cuidados paliativos?
Participantes Expressão- Chave
1
Ideias centrais
A assistência deve ser
A assistência deve ser prestada em
prestada em cima da
cima da humanização e respeito.
humanização e respeito, então
a medida do possível nós
vamos atendendo as
necessidades do paciente
prestando sempre deixando o
105
respeito e a humanização
presentes.
2
Não podemos esquecer
Considerando diversos pontos.
primeiro dos princípios éticos
e segundo as técnicas que a
gente aprende, terceiro a
moral e parte espiritual então
deveram fazer uma somatória
de tudo isso, e dar o
atendimento dentro da
integridade da pessoa, não
podemos ser severamente
profissionais que vai lá cuida e
faz o básico. Eu pelo menos já
cuidei de pacientes da família
e já cuidei de dois fora, foi
muito bonito por que não foi
evolutivo dele ele foi evoluindo
por que não teve lesão não
teve sofrimento e a parte
espiritual dele só ouve
crescimento, então a gente
chegou ao óbvio de maneira
grande de maneira espiritual
muito grande eu nos acho
como profissionais devemos
pensar desse jeito nunca
como um paciente final pra
mim ele ta no começo eu
penso assim.
3
Eu procuro atender todas as
Atendendo holisticamente o
necessidades deste paciente
paciente e à família.
de forma holística e estender
106
assistência de enfermagem
também à família.
4
Embora seja difícil a gente
Com qualidade e felicidade.
tem que deixar a emoção de
lado e ser o mais profissional
possível. Então a gente tem
que atender pela maneira que
a gente proporciona que os
últimos instantes da vida dele
seja de qualidade e felicidade.
5
Bom a gente coloca assim
como se diz, em pratica tudo o
que a gente viu, a gente faz
toda a parte com o paciente,
os cuidados como atenção,
cuidado integral, cuidados
básicos de higiene, oferece os
medicamentos, e também na
parte de atenção com o
paciente e alem do paciente a
gente busca estar oferecendo
o cuidado paliativo pra família.
A gente conversa com os
familiares pra ver qual o
estado emocional destes
familiares, se for algo que dá
pra gente fazer a gente faz se
não orienta pra procurar um
profissional ou um medico,
um psiquiátrico ou um
psicólogo pra estar
conversando, porque na
maioria das vezes os
Cuidados integrais.
107
familiares as pessoas
esquecem que existe os
familiares dão foco somente
no paciente a maioria dos
médicos vou falar assim. Mas
a gente tenta focar bem os
familiares e no cuidador
também e um familiar que
está ali do lado vendo o ente
querido naquela situação que
se encontre e você cuida só
do paciente, mais
procedimentos com o paciente
e esquece que ali do lado tem
uma pessoa que gosta
daquela pessoa. E isso faz
parte do cuidado como
profissional de enfermagem
também prestar assistência a
família e logicamente dentro
deste trabalho como
enfermeiro a assistência ao
paciente e a família
envolvendo toda a
sistematização de
enfermagem dentro deste
trabalho que podem estar
acontecendo dentro do
ambiente familiar e ambiente
hospitalar.
6
Se eu precisar fazer um
Se eu precisar fazer um curativo
curativo eu faço, eu tive um
eu faço, tem que ir além do que
ultimo agora até paciente, não
você estudou e ajudar a família a
108
faleceu ainda não, paciente
passar por aquele momento.
com câncer de face, paciente
novo, quarenta e poucos
anos, cheguei e quando fui
atendê-lo, a família pediu pra
mim ir vê-lo, eu fazia o
impossível e o possível pra ir
todos os dias na casa pra dar
uma atenção melhor não só
pra ele mas pra família, tudo
que eu podia fazer a partir das
condições que eu tinha no
posto eu fazia, tinha a minha
parte, tinha a parte que eu
podia ajudar, orientação pra
família, eu sentava com a
família e eu sabia ali quem era
quem a esposa, os filhos, a
onde tava o filho, o que o filho
tava fazendo, então a
conversa ali era com a família.
Tem que ir alem do que você
estudou e ajudar a família a
passar por aquele momento.
7
Então e complicado a gente
Mas pacientes que a gente apoia
dá mais um apoio, eu tive
segurando a mão, às vezes eles
pouco contato com pacientes
só querem conversar, é ajudar
assim, mas pacientes que a
que ele passe dessa forma e é
gente apoia segurando a mão,
mais uma apoio a família
as vezes eles só querem só
psicológico.
conversar, as vezes a gente tá
no corredor eles chamam a
gente e quando a gente volta
109
ei ele já faleceu, e ai a gente
sente aquele vazio, o que será
que ele queria de mim? As
vezes ele só queria a sua
companhia ali. A gente vê que
em são Paulo já tem casas
pra acomodar essas pessoas,
não é o ambiente hospitalar,
são casas, então eu acho falta
aqui pra gente i e isso eu acho
que dar um apoio emocional
ali, uma companhia ouvir o
paciente porque a gente sabe
que é amenizar a dor se for o
caso por exemplo câncer
terminal qual o papel ? é
ajudar que ele passe dessa
forma e é mais uma apoio a
família psicológico. E as vezes
falta uma palavra falta uma
companhia e a gente tem que
preparar pra ir também.
8
Então como dentro do
programa saúde da família e
complicado porque a gente
tem muito trabalho dentro de
própria unidade. A gente faz
muito esse trabalho
orientando a família mesmo.
Então a família cabe a ela
mesmo prestando cuidados e
a gente fica mais na parte de
orientação. A gente faz uma
Orientação e apoio a família.
110
visita semanal pra esses
pacientes pra ver como a
família tá. Monitorando ele e
ver se esta precisando de
alguma coisa que esteja ao
alcance nosso, ta fornecendo
material de curativo,
orientação. Então a gente é
mais essa treinamento da
família mesmo, então as
vezes a gente dá ate suporte
de pacientes que a gente leva
até padre ou alguma pessoa
pra estar indo lá rezar pra
pessoa a gente da esse apoio,
a gente vai atrás de cadeira
de roda entra em contato com
as igrejas com a comunidade,
consegue cadeira de banho,
colchão cama hospitalar,
então a gente presta atenção
pra família neste sentido, a
gente marca visita domiciliar
com medico pra tá
acompanhando. Então sempre
que a gente vê que tem
alguém dentro da área que já
estão desenganados vamos
dizendo então e mais esse
apoio que a gente depois pra
família, não só pro paciente
mais pra família como um
todo.
111
9
É individual, depende de cada
É individual, depende de cada
situação do paciente daquilo
situação do paciente, daquilo que
que ele necessita mais
ele necessita mais melhorando a
melhorando a qualidade de
qualidade de vida.
vida. Então depende do que
ele necessita, se e dor a gente
tenta amenizar a dor, as vezes
quer viver com a família a
gente faz ele ter um contato
maior. Eu acho que o cuidado
tem que ser individual de cada
necessidade do paciente.
10
Eu atendo não demonstro
Eu atendo como se fosse um
para o paciente que eu estou
momento normal, como se ele
prestando últimos cuidados
não fosse morrer ainda e fazer ao
por que você vai morrer. Eu
máximo pra ele morrer tranquilo.
atendo como se fosse um
momento normal, como se ele
não fosse morrer ainda e
poder fazer ao Maximo pra ele
morrer tranquilo.
11
Como falei anteriormente eu
Atender as necessidades
vou assisti-lo tanto pra passar
observadas no paciente e da
tranquilidade, me colocando
família.
no lugar dele, vou sentar do
lado dele, vou perguntar pra
ele que ele expresse seus
medos suas angustias, vou
perguntar possibilitar uma
conversa em relação a
morte,falar com ele sobre
esse final e tentar com ele
falar o que ele sabe deste final
112
dele, deixar ele expressar. Eu
vou conversar com ele no que
ele quiser me ouvir, então se
ele tiver interesse de saber da
morte eu vou falar sobre a
morte vou falar sobre a
religiosidade dele o que ele
precisar eu vou falar. Tem que
tá aberta, porque se eu não
for capaz disto eu vou ter que
chamar uma pessoa pra mim,
por exemplo, um padre de
acordo com a religião dele,
vou permitir que esta pessoa
venha atender na parte
espiritual e permitir que ele
expresse esse medo porque
tem muita gente que sente
medo de morrer, que sente
muitas vezes angustias. Então
conversar com a família é
tranquilizar mais a família e
mostrando pra eles que todo
mundo tem o seu momento e
que esse momento é o
momento daquela pessoa que
é o fim dele e que nem por
isto a gente vai deixar de fazer
aquilo que ela precisa, então a
gente vai fazer tudo enquanto
ela tiver vida.
12
Na UTI é complicado onde eu
atuo. Mas tem que se
Trabalho com a equipe
multiprofissional, com o paciente e
113
trabalhar com uma equipe
a família conversando e
toda, tem que dar conforto ao
proporcionando conforto.
paciente, conversar com a
família. O hipodermolix
também é um cuidado que
você pode dar ao paciente,
ajuda a hidratar ele com um
volume de soro menor, mas
dá pra hidratar. A gente ta
caminhando pra melhorar a
assistência. A família tem que
ser trabalhada e muito, pois a
família quer que invista no
paciente que não tem cura e
muitas vezes o que o paciente
precisa e a família estar ali
perto dando conforto. A gente
ta caminhando.
13
Eu atendo com muita
Com paciência e conforto e
paciência, você dá o conforto
necessidades observadas no
pra ele, ficar mais atento na
paciente.
mudança de decúbito, o
banho, a massagem de
conforto, fazer medicação pra
dor, não deixar o paciente
sentir dor, conversar com
paciente eu acho isso
importante ficar por dentro do
sentimento do paciente é
assim.
14
Eu trabalho com a medicina
Trabalho com medicina natural
natura, a medicina holística
quando a curativa e tradicional
que atende o paciente como
não tem o que fazer.
114
um todo. A mais de vinte
anos, tenho pós-graduação
em acumputura e quando eu
vejo que a medicina
tradicional e curativa não tem
o que fazer a medicina natural
ainda tem pra: amenizar a dor
eu uso a argila, chás, eu
abordo o paciente mesmo
numa fase final pra ele tomar
consciência do porque ele
adoeceu. Então confere neste
momento resgatar momentos
importantes na vida dele e se
cura em outros aspectos.
Então eu acho que e muito
importante desse aspecto de
ver o outro como um todo. Por
que eu não sei ate onde isto e
paliativo ou seja um
tratamento fundamental
naquele momento da vida
dele.
15
Usando todo recurso técnico
Invisto em mim e uso todo
que eu conheço e eu costumo
recurso técnico que conheço
aplicar nele mesmo e dou o
dando o meu melhor.
meu melhor. Gosto assim de
estar com tudo que eu
aprendo, gosto de investir em
cursos pra mim estar podendo
oferecer o melhor.
16
Pelo fato da gente saber que é
cuidados paliativos, que o
Atende da melhor forma possível.
Levando para o lado afetivo.
115
paciente esta numa fase
terminal, já deixa
particularmente eu
sensibilizada. Eu atendo da
melhor maneira possível,
sendo mais agradável
possível, fazendo os
procedimentos e também
como posso dizer? Você
acaba deixando de lado a
parte profissional e acaba indo
pra um lado mais afetivo o
lado pessoal. Então você
assiste com lado profissional,
mas acaba levando também
para o lado afetivo, de afeição
mesmo.
17
O que a gente pode fazer por
Atendo resolvendo as
ele é o hipodermolix, uma
necessidades que o paciente
coisa boba que às vezes o
apresenta.
paciente pede pra você e você
ta podendo oferecer pra ele.
Não ele, esse paciente que
está em fase terminal, mas os
outros pacientes também. Às
vezes a presença de um
acompanhante, um ente
querido que ele gostasse de
estar vendo, assim esta
proporcionando tudo que ele
peça e que esteja ao nosso
alcance pra dar uma melhor
qualidade a ele.
116
18
Primeiro a gente faz o primeiro
Primeiro a gente faz o primeiro
contato, depois a gente
contato, depois a gente trabalha em
trabalha em cima das
cima das necessidades que esse
necessidades que esse
paciente apresenta.
paciente apresenta.
19
Ultimamente tenho prestado
Cuidados necessários ao paciente.
muito cuidado paliativo na
UTI, e que a gente já foi no
ponto máximo daquele
paciente, de todos os
procedimentos invasivos
científicos. Então o que resta
mesmo e você dar os cuidado
básicos mesmo, higiene
básico de conforto, de virar no
leito,de chegar perto falar as
vezes com o paciente, estar
com a família um pouco mais
perto. Então e nesta parte que
a gente faz pra manter o
conforto do paciente, ver ele
bem sem dor e estar mais
perto da família.
20
Muitas vezes o paciente que
precisa de cuidado paliativo a
gente tenta oferecer um
aporte emocional muito
grande. Como eu sempre digo
enfermeira não tem como ficar
oferecendo aporte psicológico,
mas assim aporte emocional,
a gente envolve muitas vezes
a família, no tipo de cuidado
Atendo de forma humanizada.
117
que o paciente precisa do
familiar ali próximo a ele.
Quando é um paciente na UTI
a gente tenta humanizar ao
máximo está
assistência,porque este
paciente que está em cuidado
paliativo precisa de um
cuidado humanizado.
21
Com respeito proporcionando
Com respeito, proporcionando
conforto para o paciente
conforto para o paciente.
quanto para o familiar e
focando a presença e
participação dos familiares.
22
Atendo com calma, pergunto o
Atendo com calma, pergunto o que
que ele está precisando,
ele está precisando, atendo as
atendo as necessidades
necessidades principais que ele ta
principais que ele ta querendo
querendo naquele momento.
naquele momento. As vezes o
paciente ta precisando de uma
palavra de uma conversa
neste momento e muito
importante.
23
Geralmente é a enfermagem
tem muito pra fazer com esses
pacientes. Em primeiro lugar é
o conforto, envolve
posicionamento, envolve você
manter o quarto arejado,
quando o paciente se sentir
incomodado com a iluminação
você manter ele no escuro,
proteger ele da queda, não
Cuidados necessários ao paciente.
118
deixar ele molhado, não deixar
que ele fique com a fralda
muito tempo com resíduo.
Também cuidado com
alimentação, tentar que ele
coma comida fracionada pra
que ele, se ele não aceitar
mais nada via oral umedecer o
lábio, proteger o lábio com
alguma substancia oleosa
como vaselina, ocluir o olho
quando o paciente estiver com
o olho semiaberto já. É
cuidado com dor geralmente
paciente sente muito
desconforto por mínimas
coisas, pra melhorar a
analgesia se não tiver
adequada e conversar com o
medico pra tá melhorando a
prescrição sobre analgesia.
Favorecer que a família fique
junto profissionalmente eu
acho que é assim que eu me
desempenho
24
Primeiramente o respeito pelo
Respeitando-o e atendendo de
paciente e assim atendendo
forma holística seguindo os
ele de forma holística e como
princípios éticos.
um todo, não vendo a doença
do paciente mais vendo ele
como um todo e seguindo os
princípios éticos e sabendo os
limites e assim e respeitando
119
e seguindo os princípios
éticos.
25
Olha normalmente a gente
Trabalho com uma equipe
forma uma equipe uma rede
multiprofissional.
de apoio com assistência
medica, eu como enfermeira,
tenho os técnicos os auxiliares
e os agentes comunitários a
gente tenta em equipe
trabalhar com esse paciente.
120
ANEXO B – Instrumento de Análise de Discurso 2 (IAD-2)
A seguir são mostradas as ideias centrais e seus respectivos discursos do sujeito
coletivo.
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Cuidados prestados a pacientes sem possibilidade de cura e seus
familiares.
Participantes Expressões-chave
1
Cuidados paliativos são todos aqueles cuidados prestados as
pessoas que não tem condição de cura, ou seja, sofrem de alguma
doença que até o presente momento não apresenta cura. São
medidas paliativas.
9
É quando a gente presta cuidado a pacientes que não tem mais
possibilidades de cura. Então a gente tenta dar todo suporte
adequado que ele precise naquele momento pra ele ta vivendo, tendo
uma qualidade de vida.
3
São cuidados que prestamos as pessoas que possuem doença ou
problemas de saúde sem possibilidade de cura.
4
O cuidado paliativo é o cuidado que você presta pra aquele paciente
que já não tem uma possibilidade de cura terapêutica então é uma
assistência voltada pra o bem estar acima de tudo, mas assim é difícil
falar paciente fora de possibilidade de cura porque muitas pessoas
tem uma crença religiosa e neste sentido e os cuidados paliativos fica
um pouco é um tema um pouco tocado, mas eu acho uma vez ele
posto significa isso é prestar uma assistência paciente que se
encontra sem possibilidade de cura terapêutica.
6
É o cuidado que o profissional enfermeiro ou qualquer profissional da
saúde, da equipe de saúde possa dá ao paciente que a situações a
parte terapêutica do paciente já não tem mais o que fazer no
momento, não só pro paciente, mas pra toda família que convive com
121
aquele paciente. Pra familiares atentando também até pro cuidador,
não só para o cuidador, mas também pra família pro paciente em si,
este apoio, não só o apoio do enfermeiro do cuidado, orientações
quanto a medicações, os curativos. Mas acho que envolve o paciente
todo, não só ele mas toda a família. Ali envolve a parte social,
envolve a parte religiosa, envolve a parte medicamentosa também, a
parte psicológica do paciente principalmente.
7
São cuidados que a gente presta ao paciente no momento que a
gente sabe que ele não tem mais alternativas de tratamento. É como
se fosse um acompanhamento naquele momento da vida que é uma
fase que todos nós vamos passar, que seria a fase terminal digamos
assim. O cuidado paliativo na verdade é fazer que o paciente morra
com dignidade.
12
É cuidado que a enfermagem presta a pacientes que já tem
prognóstico fechado. Como paciente que está em fase final de
câncer. Onde eu trabalho hoje que é UTI não se faz cuidados
paliativos. Infelizmente hoje temos um grande numero de pacientes
que precisam de cuidados paliativos e estão dentro da UTI, e se
investe muito em pacientes que estão aqui sabendo que tem aquele
prognóstico. Eu acho que as pessoas ainda tem a cultura que a morte
não vai chegar. A gente tem que trabalhar muito isso, não só na
enfermagem, eu acho quem precisa mais é a parte da medicina. Nós
já sabemos, muitas vezes a gente pensa vai investir neste paciente
por quê? Ele poderia tá lá fora com a família. Eu vejo que hoje não
existe é muito difícil da família estar sabendo o que está
acontecendo. Às vezes eu percebo que a família se apegou tanto
com o paciente ali no quarto que ela não quer mais largar, mas ainda
é complicado na nossa cultura deixar algum familiar morrer, nós
somos assim, fomos criados assim e a gente é somente seres
mortais.
20
É um tipo de assistência que eu presto ao paciente que não vai
interferir no prognóstico dele. Dentro de conforto e cuidado paliativo
pro paciente.
122
21
Cuidados de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam
a continuidade da vida. Sendo que não é só controlar a dor, mas todo
sintomas emocional, psicossocial, físico e espiritual.
22
São os últimos cuidados que o paciente irá receber da sua vida até o
momento de sua morte.
23
Pra mim cuidado paliativo é aquele cuidado que você vai prestar ao
paciente e também a família quando este paciente não tiver mais
possibilidade de cura. Então o motivo não e mais a cura é o cuidado
que você vai dá a ele quando não há possibilidade nenhuma de cura.
Ele esta numa situação de enfermidade que a tecnologia não vai
mais resolver, então você tenta fornecer um cuidado pra melhorar a
qualidade de vida no tempo que ele ainda tem.
24
São cuidados prestados aos pacientes que tem uma doença
incurável e amenizar os sintomas que ele está sentindo. E você dá o
cuidado não somente para o paciente mais pra família também. É um
conjunto, então a gente procura prestar esses cuidados na medida
que este paciente se sinta bem. Então é pra melhorar a qualidade de
vida deste paciente já que está doença não tem cura.
1.1: CUIDADOS PRESTADOS A PACIENTES SEM POSSIBILIDADE DE CURA E
SEUS FAMILIARES.
D.S.C: Cuidados paliativos são aqueles cuidados que o profissional enfermeiro
ou qualquer profissional da saúde passa a prestar aos pacientes se
possibilidade de cura e seus familiares. Infelizmente hoje temos um grande
numero de pacientes que precisam de cuidados paliativos. As pessoas tem a
cultura que a morte não vai chegar. O cuidado paliativo na verdade é fazer que
o paciente morra com dignidade, são medidas paliativas:
controlar dor,
sintomas emocionais, psicossocial, físico, e espiritual voltadas para melhorar
a qualidade de vida já que a doença não tem cura.
123
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Cuidados para amenizar a dor e sofrimento do paciente
Participantes
5
Expressões-chave
Pra mim cuidados paliativos significa você prestar a melhor
assistência a uma pessoa que está no caso ali sofrendo. Então você
vai prestar melhor assistência, assistência o quê? Básica, você vai
oferecer conforto, você vai oferecer carinho, você vai oferecer
atenção a essa pessoa que, como se diz, às vezes sabe ou não sabe
que vai morrer e você vai oferecer essas necessidades básicas que
eu já falei pra está pessoa, para ela ter um final de vida no caso
melhor e mais qualidade.
11
É quando o paciente está com uma doença que já está em fase
terminal, por exemplo o paciente teve um câncer, um tumor no
intestino e esse tumor já tomou conta, passou pra todos os órgãos do
corpo então não tem mais tratamento clínico. Então a partir daí não
vai ter medicação pra resolver os problemas dele, tudo que vai ser
feito pra ele é com objetivo de não deixar ele sofrer.
13
Cuidados paliativos pra mim é cuidado prestado pra amenizar a dor
do paciente. Geralmente é prestados em pacientes que tem doença
crônica ou que não tem diagnostico de cura, doença que o paciente
não tem mais prognóstico, isto é cuidados paliativos.
Cuidados paliativos eu diria são cuidados na medida de diminuir o
25
sofrimento daquela pessoa, daquele paciente por uma doença que
está com diagnóstico fechado e não tem cura. Você presta cuidados
pra diminuir a dor e o sofrimento daquele paciente.
1.2 CUIDADOS PARA AMENIZAR A DOR E SOFRIMENTO DO PACIENTE
D.S.C : Quem tem doença crônica ou que não tem diagnóstico de cura está ali
no caso sofrendo. Então cuidados paliativos é o cuidado prestado para
amenizar a dor do paciente com objetivo de não deixar ele sofrer, prestando
uma melhor assistência.
124
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Conforto do paciente
Participantes
16
Expressões-chave
Pra mim pelo pouco que eu conheço é cuidados paliativos é dá o
melhor conforto na fase terminal da doença. Tudo que podemos fazer
de cuidado pra estar confortando este paciente pra não ter um fim
sofrido é cuidado paliativo.
17
Cuidado paliativo pra mim significa dar, prestar ao cliente e paciente
melhor condição. Muitas das vezes está na beira da morte e tá
proporcionando uma melhor qualidade deste momento que ele está
passando. Não ficar tentando, por exemplo, um paciente com câncer
ta na fase terminal é proporcionar o conforto melhor pra ele ali
naquela hora, dar uma assistência a ele não é tentar prorrogar a vida
dele, mas sabendo o que foi de melhor, ajudando a família, assim
tudo que puder fazer pra tá proporcionando a qualidade do paciente.
E cuidados paliativos é isso porque eu trabalho na clinica médica e o
que a gente faz lá é isso, dar uma melhor qualidade de vida pro
paciente neste momento que ele está passando.
19
É você da um conforto pro paciente que não interfira tanto na
assistência com procedimentos invasivos. Mais pra qualidade de vida
e manter em boas condições, sem tanta invasão, mas também de
oferecer um conforto básico pra vida e pras necessidades básicas.
1.3 CONFORTO DO PACIENTE
D.S.C: Cuidado paliativo significa prestar ao paciente melhor conforto na fase
terminal da doença. Não é tentar prorrogar a vida dele, mas, ajudando o
paciente e a família, oferecendo conforto básico para a vida e para as
necessidades neste momento que ele está passando.
125
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Diferentes significados
Participantes
2
Expressões-chave
Eu diria que os cuidados paliativos são aqueles que podemos dar ao
paciente há domicílio, em domicilio, para que o paciente não tenha a
necessidade de ficar internado. Geralmente paciente tem processo
terminal de câncer AVC essas doenças crônicas e degenerativas,
nem deve deixar no hospital, deve prestar cuidados em domicilio, e
isso e importantíssimo, importantíssimo, hoje em dia não se interna
mais idoso, não se interna mais essas doenças crônicas
degenerativas, o que se pode fazer em casa tem que se fazer em
casa, por isso que hoje em dia o cuidador é importante. Hoje a
profissão do cuidador tá em alta? Eu entendo isso.
18
Pra mim são cuidados de manutenção, de estar prevenindo algum
agravo maior e de estar tratando do agravo que o paciente tem.
1.4 DIFERENTES SIGNIFICADOS
D.S.C: Cuidados paliativos são aqueles cuidados que podemos dar ao
paciente há domicilio, são cuidados de manutenção, pra que estar prevenindo
algum agravo maior e de estar tratando do agravo que o paciente tem.
Geralmente paciente em processo terminal de câncer, AVC essas doenças
crônicas degenerativas não se internam mais, o que se pode fazer em casa tem
que se fazer em casa.
126
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Proporcionar qualidade de vida
Participantes
Expressões-chave
10
Pra mim significa dar qualidade de vida aos pacientes que estão em
ameaça iminente de morte. Pra que eles não sintam dor e ter o
mínimo de dignidade pra passar desta fase para um outro plano.
15
Eu vejo que são cuidados que não tem mais jeito do paciente tá
evoluindo e a gente faz com que ele sobreviva e faz ele ter uma
melhor qualidade de vida. É uma maneira de cuidar dele pra ter uma
vida mais confortável.
1.5 PROPORCIONAR QUALIDADE DE VIDA
D.S.C : Significa dar qualidade de vida aos pacientes que estão em ameaça
eminente de morte. São cuidados prestados a pacientes que não tem mais
jeito de estar evoluindo. É uma maneira de cuidar, tendo uma vida mais
confortável e com dignidade.
QUESTÃO: para você o que significa cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Cuidados integrais
Participantes
8
Expressões-chave
Os cuidados paliativos são os cuidados que a gente dá o próprio
nome já dizem paliativos, são geralmente pacientes que eu considero
que já estão em estado terminal de vida então a gente presta os
cuidados pra ele, pra dar mais dignidade a ele neste momento que
ele está atravessando. Então os cuidados paliativos seriam a
hidratação, a higienização deste paciente, uma alimentação, a
mudança de decúbito, é esse apoio emocional, o apoio nutricional e o
apoio ali até religioso. Então no meu ver é isso.
14
São aqueles cuidados onde você dá uma assistência integral a
127
pessoa como um todo e quando a medicina curativa não tem muito o
que fazer. Você vai dar uma assistência pra qualidade de vida dele.
1.6 CUIDADOS INTEGRAIS
D.S.C: A hidratação, a higienização deste paciente, uma alimentação, mudança
de decúbito, é esse apoio emocional, apoio espiritual e apoio até religioso.
Então ao meu ver é isso são aqueles cuidados onde você dá uma assistência
integral a pessoas e quando a curativa não tem muito o que fazer.
QUESTÃO: O que você sente ao prestar assistência ao paciente que necessita de
cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Diversos sentimentos
Participantes
Expressões-chave
Não tenho nenhum sentimento diferente dos demais pacientes. São
1
pacientes que estão numa condição diferente, mas eu não tenho
nenhum em especial de dó isso não.
5
Bom ao mesmo tempo eu sinto medo, medo no sentido de é questão
de morte não do paciente, sinto medo da minha morte. Como é que
eu vou chegar daqui um tempo que eu for envelhecer? Como eu vou
chegar até lá? Eu vou chegar com saúde? Eu não vou chegar com
saúde? E isso não tem como saber. Primeira coisa eu sinto medo e
segundo eu me sinto assim, como se diz, compaixão, pra este
paciente, pra tá ali ao lado deste paciente dando atenção, às vezes
está ate lúcido, e às vezes está sentindo muita dor e você está ali
confortando esse paciente. Todo tempo lógico no período que você
está ali com ele você vai estar ajudando ele, como se diz, tentar
esquecer ou amenizar aquele momento que ele está passando.
Então eu sinto o medo e a compaixão ao mesmo tempo.
5
Bom ao mesmo tempo eu sinto medo, medo no sentido de é questão
de morte não do paciente, sinto medo da minha morte. Como é que
eu vou chegar daqui um tempo que eu for envelhecer? Como eu vou
128
chegar até lá? Eu vou chegar com saúde? Eu não vou chegar com
saúde? E isso não tem como saber. Primeira coisa eu sinto medo e
segundo eu me sinto assim, como se diz, compaixão, pra este
paciente, pra tá ali ao lado deste paciente dando atenção, às vezes
está ate lúcido, e às vezes está sentindo muita dor e você está ali
confortando esse paciente. Todo tempo lógico no período que você
está ali com ele você vai estar ajudando ele, como se diz, tentar
esquecer ou amenizar aquele momento que ele está passando.
Então eu sinto o medo e a compaixão ao mesmo tempo.
7
Olha sinceramente eu sinto assim eu fico triste assim porque eu acho
que ninguém está preparado pra morte, nós não estamos preparados
pra morte, e a gente sabe que o paciente não tá preparado. Então é
difícil às vezes de fazer que o paciente entenda que é uma fase da
vida como todas as outras. A gente nasce, a gente é criança, depois
a gente é jovem, depois adulto, e depois idoso e depois morreu é um
ciclo. Mas eu sinto que é difícil a pessoa desagarrar da vida, por isso
acho muito importante, é uma coisa nova na medicina agora e na
enfermagem, a gente está prestando esse tipo de cuidado. Então eu
acho que não é tristeza também não dá profissão é de entender que
o paciente não tá preparado e a gente tem que preparar ele pra
morrer. Então eu sinto por uma parte realizada por isso que a gente
pode passar isto pra ele, tranquila, mas também triste porque o
paciente não tá preparado.
8
Eu sinto como um presente de Deus isso, esses cuidados paliativos.
Por que parece que na hora que você vê que a pessoa já não tem
mais chance nenhuma é a forma de dar mais dignidade nesta hora
pra pessoa. Dá o fim pra ela, mas com toda dignidade que precisa, já
teve necessidade de o paciente estar com dor e você poder estar
amenizando, ou você poder dar esse apoio psicológico pra ele pra
família dele. Então eu acho que muito bom isso ai.
9
Bom, às vezes, é um sentimento de pena mediante de encontrar o
paciente naquela situação, mas a gente se sente prestativo, pois
podemos cuidar do paciente mesmo que ele não tenha possibilidade
129
de cura, a gente pode melhorar a qualidade de vida dele, a gente
pode melhorar o restante de vida deste paciente.
9
Bom às vezes é um sentimento de pena mediante de encontrar o
paciente naquela situação, mas a gente se sente prestativo, pois
podemos cuidar do paciente mesmo que ele não tenha possibilidade
de cura, a gente pode melhorar a qualidade de vida dele, a gente
pode melhorar o restante de vida deste paciente.
10
Eu sinto que como se fossem qualquer paciente, eu sinto como se
fosse da família, eu quero cuidar como se fosse da minha família e
minimizar o sofrimento ao máximo possível.
11
Eu me sinto na obrigação de fazer o paciente ter maior conforto
possível, dar atenção em todas as necessidades que ele precisa, não
omitir nenhuma queixa dele, não omitir nenhum cuidado e tentar
trazer todas as pessoas que gostaria de estar perto dele, permitindo
visite este paciente, permitir se ele tiver vontade de um alimento
permitir que ele possa comer este alimento, dar todo conforto, não
deixa-lo ter nenhuma necessidade de higiene conforto e de
tranquilidade e nem de religião. Então me sinto na obrigação de
cuidar dele ou como se fosse comigo eu gostaria de cuidar dele como
se fosse uma pessoa da minha família e me colocando no lugar dele,
tudo dentro de suas necessidades.
12
Eu sinto alivio. Porque existem outros recursos que eu posso fazer
pelo paciente um exemplo e a via hipodermóclise.
18
Eu sinto que eu fico devendo algo, parece que você tem muito pouco
as vezes pra poder oferecer.
19
Então sinto confuso porque ao mesmo tempo que é gratificante é um
pouco frustrado, mas frustrado por que? Porque às vezes você já foi
no ponto máximo que você não consegue reverter o quadro do
paciente, mas também é bom porque você vai dar o conforto pra ele
já que você não pode fazer, você está limitado e não é culpa sua e
você se sente um pouco limitada, e vai dar um pouco de cuidado a
esse paciente.
15
É muita gratificação, porque é o ultimo recurso que sobrou pra ele.
130
Então a gente visando em termo de uma melhora da qualidade de
vida dele, sinto assim gratificante.
17
É muito gratificante, a gente percebe mesmo. Lá na clinica médica, lá
e o lugar que a gente mais passa e mais presta cuidados paliativos
pacientes de fase terminal. Então você tá prestando esses cuidados
paliativos, você está proporcionando uma melhor qualidade de vida
pra ele na hora da morte. Então assim o ente querido está perto, você
está aliviando o sofrimento. Uma coisa legal é o hipodermolix que o
paciente que está em fase terminal, não é preciso ficar puncionando
veia nele, é muito gratificante você está proporcionando uma melhor
qualidade de vida antes da morte.
23
Depende do caso, porque quando você cuida de um paciente que
está na iminência de morrer, aquele mesmo que não tem mais
possibilidade terapêutica, está prestes a falecer é um cuidado bem de
misericórdia, de estar junto com a pessoa pra não morrer sozinha, de
fornecer conforto, alívio da dor... é presença, toque, tem pacientes
que não tem possibilidade terapêutica, mas não estão em iminência
de morrer, e esses a gente tenta fazer um pouco mais pra esta
pessoa ter o mínimo de qualidade de vida que ela possa atingir. Por
exemplo pegue um paciente com AVC que não vai mais reabilitar,
pronto. Paciente com DPOC que não tem cura mais, que depende de
oxigênio e não tem possibilidade, você vai manter a qualidade de vida
e a capacidade funcional dentro das possibilidades. Então são
situações diferentes. Em frente ao paciente que está em iminência de
morrer e um sentimento mais de misericórdia e do paciente que
apesar que é cuidado paliativo já não vai mais responde ao
tratamento esse sentimento já não transparece tanto, deve ser um
sentimento de cuidar de um paciente normal.
23
Depende do caso, porque quando você cuida de um paciente que
está na iminência de morrer, aquele mesmo que não tem mais
possibilidade terapêutica, está prestes a falecer é um cuidado bem de
misericórdia, de estar junto com a pessoa pra não morrer sozinha, de
fornecer conforto alivio da dor... é presença, toque, tem pacientes que
131
não tem possibilidade terapêutica, mas não estão em iminência de
morrer, e esses a gente tenta fazer um pouco mais pra esta pessoa
ter o mínimo de qualidade de vida que ela possa atingir. Por exemplo,
pegue um paciente com AVC que não vai mais reabilitar, pronto.
Paciente com DPOC que não tem cura mais, que depende de
oxigênio e não tem possibilidade, você vai manter a qualidade de vida
e a capacidade funcional dentro das possibilidades. Então são
situações diferentes. Em frente ao paciente que está em iminência de
morrer e um sentimento mais de misericórdia e do paciente que
apesar que é cuidado paliativo já não vai mais responde ao
tratamento esse sentimento já não transparece tanto, deve ser um
sentimento de cuidar de um paciente normal.
14
Olha eu vejo assim que a função da enfermeira vai da vinda do
nascimento até a morte. Então é claro que a gente sente... é não se
sente tão confortável ver o paciente numa fase final de uma doença.
Então é um sentimento dentro da assistência que não é tão bom,
mas, por outro lado é um sentimento onde você ainda pode ser útil e
pode resgatar muita coisa dele naquele momento. Então eu diria que
é um momento difícil da assistência, mas é momento que você se
sente útil de fazer alguma coisa.
25
Eu me sinto é capaz no sentido que vou fazer o melhor possível
dentro da minha técnica dentro do meu saber dentro da minha
competência, então me sinto segura do que eu faço.
2.1 DIFERENTES SENTIMENTOS
Sinceramente eu sinto assim: triste e realizada, humanizada e sem
preconceitos, desconfortável e útil, compaixão, medo da minha morte, como
um presente de Deus, pena, prestativo, como se fosse da família, na obrigação
de cuidar, alivio, que devo algo, confuso, não tenho nenhum sentimento,
sentimento de cuidar de uma pessoa normal, na obrigação de proporcionar o
maior conforto ao paciente, misericórdia, gratificação, capaz de fazer o melhor.
132
QUESTÃO: O que você sente ao prestar assistência ao paciente que necessita de
cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Bem estar
Participantes
3
Expressões-chave
Eu enquanto enfermeira eu sinto muito bem, eu vejo que quando o
paciente está fora de possibilidade de cura ás ações dos outros
profissionais fica limitada, mas a da enfermeira é responsável pelos
cuidados. Então eu vejo que é o momento que eu enquanto
enfermeira mais posso fazer pelo paciente. São cuidados que eu
posso dar ao paciente que ele não receberia de outros profissionais,
eu me sinto assim muito bem no sentido que é algo que como só eu
pudesse ajudar esse paciente.
4
Bom então é na assistência o lado emocional fica um pouco é...
Comprometido porque a gente sempre faz uma recepção que o
paciente ta no fim da vida e de repente é o último momento, a gente
pode ser a ultima pessoa que está falando com ele e levando uma
mensagem de carinho de amor. E em relação ao sentimento é um
sentimento bom, mas por um outro lado ele trás algumas decepções
acerca da vida.
13
É um sentimento muito bom, porque é satisfatório pra gente. Porque
muitas vezes a situação do paciente melhora muito com o cuidado
paliativo.
16
É um sentimento de satisfação na verdade, de estar colaborando pro
bem estar deste paciente, não só o de cuidados paliativos mas de
todos os pacientes. E esses pacientes que necessitam de cuidados
paliativos é estar proporcionando conforto, a melhor maneira de estar
confortando este paciente.
20
Muitas vezes é um paciente que está sentindo muita dor, é uma
paciente que sabe do caso dele. Então a gente se sente até feliz por
proporcionando este tipo de conforto pro paciente. Porque é um
paciente que realmente precisa e dá uma satisfação grande como
133
profissional. Porque quando você está no cuidado paliativo você vai
estar melhorando o tipo de assistência pro paciente.
22
Eu me sinto bem.
24
Eu me sinto primeiramente muito útil quando eu vou prestar cuidado.
Então me sinto necessário quando estou prestando cuidado a este
paciente. Porque é o que eu posso ofertar pra ele, porque eu não vou
dar o remédio que vai curar ele. É meu ar, meu carinho, então assim
me sinto muito útil me sinto muito satisfeita. Porque enfermagem é o
cuidar.
2.2 BEM ESTAR
D.S.C: eu enquanto enfermeira me sinto muito bem, eu vejo que quando o
paciente está fora de possibilidade de cura, as ações dos outros profissionais
fica limitada, mas da enfermeira é responsável pelos cuidados é satisfatório
pra gente. Às vezes a situação do paciente melhora muito com o cuidado
paliativo, a gente pode ser a última pessoa que está falando com ele levando
uma mensagem de carinho e amor. E muito útil quando eu vou prestar
prestando cuidados paliativos porque é o que eu posso ofertar pra ele é estar
proporcionando conforto.
QUESTÃO: O que você sente ao prestar assistência ao paciente que necessita de
cuidados paliativos?
IDEIA CENTRAL: Amor e carinho
Participantes
2
Expressões-chave
É muito lindo, é maravilhoso, porque geralmente quando o médico
chega pra família olha não tem muito o que fazer não, aí o que
acontece, a família fica com aquela ideia que o paciente já vai morrer
, mas tem sim o que fazer, ele é vivo, ele tem vida o paciente, aí que
entra esses cuidados paliativos . Eu sinto muito amor, muito carinho e
ainda o paciente pode viver anos e anos com uma boa qualidade,
134
dependendo do seu cuidador e dá família. Mas geralmente a família
passa para terceiros.
6
Eu não sinto medo essas coisas, por eu ser uma profissional.
Sentimento é meio difícil de ser colocado, mas eu sinto amor e sinto
que eu dou mais do que eu tenho ao máximo, sentimento de carinho.
Eu faço o que eu posso, o que está no meu alcance.
2.3 AMOR E CARINHO
D.S.C: Sentimento é muito difícil de ser colocado, mas eu sinto amor e sinto
que dou mais do que eu tenho ao máximo, sentimento de carinho. Porque
quando o médico chega pra família olha não tem mais o que fazer, a família
fica com aquela ideia que o paciente já vai morrer, mas tem sim o que fazer, ele
é vivo, ele tem vida o paciente, aí que entra os cuidados paliativos. O paciente
pode viver anos com uma boa qualidade. É muito lindo, é maravilhoso.
QUESTÃO: Por quê ?
IDEIA CENTRAL: Diversas justificativas
Participantes
2
Expressões-chave
Porque eu sempre fui assim. Sempre gostei de cuidar de idosos,
eu fiz minha especialização em obstetrícia porque na época não
tinha saúde do idoso. Mas eu sempre gostei e depois que meus
pais também eu cuidei deles e fui cuidar deles e fui ver que o meu
caminho era aquilo porque o meu pai ficou acamado três meses,
faleceu sem nenhuma lesão. Minha mãe ficou seis meses e
faleceu não tinha uma lesão no corpo, bonitinha, cheirosinha,
limpinha sem sofrimento. Foi assim um final feliz, hoje sinto feliz.
Acho importantíssimo, importantíssimo o cuidado paliativo.
6
Isto é vida. Eu tenho esse sentimento porque eu sou eu.
7
De tristeza e justamente de perceber que é uma coisa nova pra ele
e pra nós o cuidado paliativo. Pois vi palestras, vi trabalhos e acho
que a gente devia ser melhor preparado pra morte, o que a gente
135
não é. E a gente acaba se deparando com um sentimento de
frustração.
9
Esse sentimento de pena é porque às vezes em muitas situações
que a gente vê o paciente em muito sofrimento e prestativo
perante aos meus cuidados.
9
Esse sentimento de pena é porque às vezes em muitas situações
que a gente vê o paciente em muito sofrimento e prestativo
perante aos meus cuidados.
10
Por experiência própria eu sei e por coisas da minha família que eu
já passei. Então desde quando entrei na faculdade já trouxe isso,
de berço mesmo, de cuidar como se fosse parte da minha família.
Porque se a gente cuidar como se fosse uma outra pessoa a gente
não vai cuidar humanizado, com carinho, com toque, não vai ser
aquilo, então o paciente vai necessitar disto.Quando o paciente
esta com alguma enfermidade, ele não só necessita de prática e
medicação pra ele, que passe aquela medicação, cuidado, banho,
mas precise que faça o banho e passe a medicação com carinho
pra ele, ele precisa se sentir acolhido, e é isso que eu sempre
penso, e eu vejo que isso pode acelerar o processo de
recuperação e no caso de cuidados paliativos isso pode minimizar
a dor e sofrimento psicológico do paciente.
12
Porque existem outras alternativas,pra melhorar pra ajudar.
13
Porque é muito bom você ver o paciente sem dor, ver a família
segura e o paciente morrer tranquilo.
14
Eu acho que eu já respondi um pouco. Porque a gente se sente
impotente de resgatar a vida naquele momento, que você gostaria
de ter proporcionado a isso e que não gostaria de ter chegado a
isso de ter atuado na medicina preventiva pra não estar deste jeito
neste momento então é um sentimento de impotência. E por outro
lado é de ser útil na vida.
17
Porque a gente se coloca muito nos lugar dessas pessoas, a gente
passa sentir o que eles tão sentindo por eles. A gente sente junto
com a família e eu acho que é por isso que uma coisa tão
136
gratificante.
18
Por que é uma coisa assim... que você vê muita coisa lá fora e não
pode trazer isso pra cá. As meninas da EEWB teve problemas no
estágio e tiveram que fazer fora e na hora que voltaram, elas
contaram um monte de coisas que você não vê em Itajubá em
relação a cuidados paliativos.
21
Por proporcionar um cuidado humanizado, aliviando sintomas e
respeitando a vontade do paciente não interferindo no processo
natural de morrer.
23
De misericórdia porque deve ser muito triste morrer sozinho. Então
eu não gostaria e acho que ninguém... o ser humano é muito
agregado a pessoa. E o hospital é um ambiente despersonaliza
ele, não humanifica a pessoa. Então no meio de toda aquela
tecnologia a pessoa quer encontrar outra pessoa.
25
Porque é um momento que a família tem muita angústia, tem
muitas dúvidas como cuidar de uma pessoa que está sofrimento
crônico e aí nível domiciliar que é meu trabalho eu preciso tá
segura por isso tá em mim, esse sentimento de confiança naquilo
que eu estou fazendo pra passar pra família, uma segurança que
ele possa aquele possa aquele paciente estar mesmo grave e
acometido de alguma doença terminal, ele pode ficar no seio da
família, ele pode ser cuidado pela família.
3.1 DIVERSAS JUNSTIFICATIVAS
D.S.C : eu sempre tive este sentimento porque : sempre gostei de idosos,
porque é um momento que a família tem muita angústia, de misericórdia
porque deve ser muito triste morrer sozinho, é uma coisa nova pra ele e para
nós cuidados paliativos, isto é vida, você vê muita coisa lá fora e não pode
trazer pra cá, a gente se coloca no lugar deles, se sente impotente em resgatar
a vida naquele momento, porque existem outras alternativas, por experiência
própria, porque às vezes, em muitas situações, que a gente vê o paciente em
muito sofrimento e prestativo perante aos meus cuidados,
paciente sem dor.
é bom ver o
137
QUESTÃO: Por que ?
IDEIA CENTRAL: Relacionado a profissão
Participantes
3
Expressão chave
Vem próprio da profissão, durante toda a graduação, pós-graduação,
é falado em cuidado pertence a enfermagem. Então é um sentimento
de posse mesmo, tô tomando posse daquilo que minha profissão
permite fazer, o que minha formação me trouxe em termo de
profissionalismo.
5
Bom acho que pelo motivo de é da gente da área da saúde,o medo
aparece porque é da área da saúde. Por que a gente sabe o que tem
que fazer para ter uma vida com qualidade, cuidar do próprio
organismo, cuidar das outras pessoas, você vendo que a pessoa até
mesmo já cuidou, mas apareceu um problema. Então creio que o
medo é o porquê do medo é isso você saber que aquilo pode
acontecer ou não acontecer com você ou alguém que você goste da
sua família ou um amigo ou pessoas próximas de você porque você
está vendo ali na sua frente. Agora a compaixão a gente sente
porque é exatamente o que a gente faz na enfermagem, no caso é o
cuidado, que a gente prestando o cuidado e no caso cuidado
paliativo. Você está ali exatamente pra oferecer conforto, atenção nos
últimos momentos da pessoa que pode ou não está lúcido. A
compaixão está dentro da enfermagem, faz parte da vocação da
enfermagem. Tem que ter compaixão se não é enfermagem.
5
Bom acho que pelo motivo de é da gente da área da saúde,o medo
aparece porque é da área da saúde. Porque a gente sabe o que tem
que fazer para ter uma vida com qualidade, cuidar do próprio
organismo, cuidar das outras pessoas, você vendo que a pessoa até
mesmo já cuidou, mas apareceu um problema. Então creio que o
medo é o porquê do medo é isso você saber que aquilo pode
acontecer ou não acontecer com você ou alguém que você goste da
sua família ou um amigo ou pessoas próximas de você porque você
138
está vendo ali na sua frente. Agora a compaixão a gente sente
porque é exatamente o que a gente faz na enfermagem, no caso é o
cuidado, que a gente prestando o cuidado e no caso cuidado
paliativo. Você está ali exatamente pra oferecer conforto, atenção nos
últimos momentos da pessoa que pode ou não está lúcido. A
compaixão está dentro da enfermagem, faz parte da vocação da
enfermagem. Tem que ter compaixão se não é enfermagem.
8
Acho que é pela prática profissional mesmo de gostar do ser humano
e achar que o ser humano deve ser cuidado do momento do
nascimento até a morte e que propicie a ele esse atendimento com
essa dignidade mesmo que eu falei.
19
Porque cuidado mesmo, pela nossa profissão, tanto por prestar
cuidado como querer ver o paciente bem. Acho por isso esse
sentimento meio duplo.
24
Primeiramente porque eu amo a minha profissão e assim você sentir
compaixão por um paciente é um ato muito nobre. Então eu me sinto
assim muito bem e me dou mesmo ao paciente.
3.2 RELACIONADO A PROFISSÃO
D.S.C: Primeiramente porque eu amo minha profissão, e vem próprio da minha
profissão, durante toda graduação, pós- graduação é falado em cuidado
pertence a enfermagem. Acho que é pela prática profissional mesmo de gostar
do ser humano e achar que deve ser cuidado do momento do nascimento até a
morte e que propicie a ele esse atendimento com dignidade. Você est ali
exatamente pra oferecer conforto, atenção nos últimos momentos da pessoa,
faz parte da vocação da enfermagem.
139
QUESTÃO: Por quê?
IDEIA CENTRAL: Sem possibilidade de cura
Participantes
1
Expressões-chave
Porque o próprio nome diz cuidados paliativos são aqueles cuidados
que você oferece àquela pessoa que não tem condições de cura.
Então você está tentando proporcionar o melhor cuidado possível.
Você está amenizando a dor nele, algum outro sintoma que possa
aparecer, por isso que eu não tenho um sentimento assim dó dessa
pessoa.
4
Porque é difícil você trabalhar, conversar ou até mesmo se relacionar
com alguém que tá ali nos momentos finais, então isso acaba
despertando uma decepção em relação a vida mesmo então eu acho
o porquê deste sentimento ele surge a partir do momento que você
faz uma reflexão sob os últimos instantes da vida do paciente.
11
Porque eu tenho, o paciente tá ali no final da vida dele e nós temos
um final de vida e pra ele e momento dele, que ele tem, e como eu
sei que é um momento que ele não tem mais cura. Clinicamente ele
não vai ter mais cura, vou permitir que ele faça isso, então, digo que
até aqui ele já sofreu muito e eu vou atentar pra minimizar o
sofrimento dele porque eu sei que são muitos.
16
Porque você vê que está ali sofrendo, já não tem prognóstico, que as
chances de recuperação está muito difíceis, e um pouquinho de
atendimento que você dá a esse paciente é muito gratificante.
3.3 SEM POSSIBILIDADE DE CURA
D.S.C: A partir do momento que você faz uma reflexão sob os últimos
momentos, instantes da vida do paciente, você oferece aquela pessoa
que não tem condições de cura amenizando a dor nele, algum outro sintoma
que possa aparecer. E um pouquinho de atendimento que você dá a esse
paciente é muito gratificante.
140
QUESTÃO: Por quê?
IDEIA CENTRAL: conforto do paciente
Participantes
Expressões-chave
Porque assim você olha e qual é a perspectiva de vida que ele tem?
15
Nenhuma. Então eu sinto assim que a gente sente tanto, e a gente
não entende muito as coisas, e se ele tá ali com aquele mínimo que
ele pode ter e proporcionar o conforto pra ele faz bem neste sentido.
20
Por estar prestando uma assitencia que por meio do conforto vai dar
uma qualidade realmente pro paciente que está ali precisando
naquele momento.
22
Porque estou fazendo um bem pra ele, num momento difícil que é
próximo a morte.
3.4 CONFORTO DO PACIENTE
D.S.C: Por estar prestando uma assistência que por meio do conforto vai dar
uma qualidade para o paciente que está ali, estou fazendo um bem para ele,
num momento difícil que é próximo a morte.
QUESTÃO: Comente para mim, como você atende (do ponto de vista profissional)
os pacientes sob seus cuidados e que se encontram com necessidades de cuidados
paliativos?
IDEIA CENTRAL: Considerando diversos aspectos
Participantes
1
Expressões-chave
A assistência deve ser prestada em cima da humanização e respeito,
então a medida do possível nós vamos atendendo as necessidades
do paciente prestando sempre deixando o respeito e a humanização
presentes.
2
Não podemos esquecer primeiro dos princípios éticos e segundo as
técnicas que a gente aprende, terceiro a moral e parte espiritual
141
então devemos fazer uma somatória de tudo isso, e dar o
atendimento dentro da integridade da pessoa, não podemos ser
severamente profissionais que vai lá cuida e faz o básico. Eu pelo
menos já cuidei de pacientes da família e já cuidei de dois fora, foi
muito bonito porque não foi evolutivo dele ele foi evoluindo porque
não teve lesão não teve sofrimento e a parte espiritual dele só ouve
crescimento, então a gente chegou ao óbvio de maneira grande de
maneira espiritual muito grande eu nos acho como profissionais
devemos pensar desse jeito nunca como um paciente final. Pra mim
ele ta no começo eu penso assim.
4
Embora seja difícil a gente tem que deixar a emoção de lado e ser o
mais profissional possível. Então a gente tem que atender pela
maneira que a gente proporciona que os últimos instantes da vida
dele seja de qualidade e felicidade.
6
Se eu precisar fazer um curativo eu faço, eu tive um último agora até
paciente, não faleceu ainda não, paciente com câncer de face,
paciente novo, quarenta e poucos anos, cheguei e quando fui atendêlo, a família pediu pra mim ir vê-lo, eu fazia o impossível e o possível
pra ir todos os dias na casa pra dar uma atenção melhor não só pra
ele mas pra família, tudo que eu podia fazer a partir das condições
que eu tinha no posto eu fazia, tinha a minha parte, tinha a parte que
eu podia ajudar, orientação pra família, eu sentava com a família e eu
sabia ali quem era quem a esposa, os filhos, aonde tava o filho, o que
o filho tava fazendo, então a conversa ali era com a família. Tem que
ir além do que você estudou e ajudar a família a passar por aquele
momento.
10
Eu, atendo, não demonstro pro paciente que eu estou prestando
últimos cuidados porque você vai morrer. Eu atendo como se fosse
um momento normal, como se ele não fosse morrer ainda e poder
fazer ao máximo pra ele morrer tranquilo.
14
Eu trabalho com a medicina natura, a medicina holística que atende o
paciente como um todo. Há mais de vinte anos, tenho pós-graduação
em acumputura e quando eu vejo que a medicina tradicional e
142
curativa não tem o que fazer a medicina natural ainda tem pra:
amenizar a dor eu uso a argila,chás, eu abordo o paciente mesmo
numa fase final pra ele tomar consciência do porque ele adoeceu.
Então, confere neste momento resgatar momentos importantes na
vida dele e se cura em outros aspectos. Então eu acho que é muito
importante desse aspecto de ver o outro como um todo. Por que eu
não sei até onde isto é paliativo, ou seja, um tratamento fundamental
naquele momento da vida dele.
15
Usando todo recurso técnico que eu conheço e eu costumo aplicar
nele mesmo e dou o meu melhor. Gosto assim de estar com tudo que
eu aprendo, gosto de investir em cursos pra mim estar podendo
oferecer o melhor.
16
Pelo fato da gente saber que é cuidados paliativos, que o paciente
está numa fase terminal, já deixa particularmente eu sensibilizada. Eu
atendo
da
melhor
maneira
possível,
sendo
mais
agradável
possível,fazendo os procedimentos e também como posso dizer
você acaba deixando da lado a parte profissional e acaba indo pra
um lado mais afetivo o lado pessoal. Então você assiste com lado
profissional, mas acaba levando também pro lado afetivo, de afeição
mesmo.
20
Muitas vezes o paciente que precisa de cuidado paliativo a gente
tenta oferecer um aporte emocional muito grande. Como eu sempre
digo enfermeira não tem como ficar oferecendo aporte psicológico,
mas assim aporte emocional, a gente envolve muitas vezes a família,
no tipo de cuidado que o paciente precisa do familiar ali próximo a
ele. Quando é um paciente na UTI a gente tenta humanizar ao
máximo está assistência,porque este paciente que está em cuidado
paliativo precisa de um cuidado humanizado.
24
Primeiramente o respeito pelo paciente e assim atendendo ele de
forma holística e como um todo, não vendo a doença do paciente
mas vendo ele como um todo e seguindo os princípios éticos e
sabendo os limites e assim e respeitando e seguindo os princípios
éticos.
143
25
Olha normalmente a gente forma uma equipe uma rede de apoio com
assistência médica, eu, como enfermeira, tem os técnicos os
auxiliares e os agentes comunitários. A gente tenta em equipe
trabalhar com esse paciente.
4.1 CONSIDERANDO DIVERSOS ASPECTOS
D.S.C : Embora seja difícil a gente tem que deixar a emoção de lado e ser o
mais profissional possível. A assistência deve ser prestada em cima da
humanização e respeito. Então a medida do possível nós vamos atendendo as
necessidades do paciente, não podendo esquecer dos princípios éticos, as
técnicas que a gente aprende e a moral e a parte espiritual. Não podemos ser
severamente profissionais que vai lá e cuida e faz o básico. Numa fase final
confere neste momento resgatar momentos importantes da vida dele, e se
curar em outros aspectos. Como profissionais devemos ir além do que você
estudou e ajudar a família a passar por aquele momento.
QUESTÃO: Comente, como você atende (do ponto de vista profissional) os
pacientes sob seus cuidados e que se encontram com necessidades de cuidados
paliativos?
IDEIA CENTRAL: cuidados necessários ao paciente
Participantes
3
Expressões-chave
Eu procuro atender todas as necessidades deste paciente de forma
holística e estender assistência de enfermagem também à família.
5
Bom a gente coloca assim como se diz, em prática tudo o que a
gente viu, a gente faz toda a parte com o paciente, os cuidados como
atenção, cuidado integral, cuidados básicos de higiene, oferece os
medicamentos, e também na parte de atenção com o paciente e além
do paciente a gente busca estar oferecendo o cuidado paliativo pra
família. A gente conversa com os familiares pra ver qual o estado
emocional destes familiares, se for algo que dá pra gente fazer a
gente faz se não orienta pra procurar um profissional ou um médico,
um psiquiátrico ou um psicólogo pra estar conversando, porque na
144
maioria das vezes os familiares as pessoas esquecem que existe os
familiares dão foco somente no paciente a maioria dos médicos vou
falar assim. Mas a gente tenta focar bem os familiares e no cuidador
também é um familiar que está ali do lado vendo o ente querido
naquela situação que se encontre e você cuida só do paciente, mais
procedimentos com o paciente e esquece que ali do lado tem uma
pessoa que gosta daquela pessoa. E isso faz parte do cuidado como
profissional de enfermagem também prestar assistência a família e
logicamente dentro deste trabalho como enfermeiro a assistência ao
paciente e à família envolvendo toda a sistematização de
enfermagem dentro deste trabalho que podem estar acontecendo
dentro do ambiente familiar e ambiente hospitalar.
9
É individual, depende de cada situação do paciente daquilo que ele
necessita mais melhorando a qualidade de vida. Então depende do
que ele necessita, se é dor a gente tenta amenizar a dor, às vezes
quer viver com a família a gente faz ele ter um contato maior. Eu
acho que o cuidado tem que ser individual de cada necessidade do
paciente.
11
Como falei anteriormente eu vou assisti-lo tanto pra passar
tranquilidade, me colocando no lugar dele, vou sentar do lado dele,
vou perguntar pra ele que ele expresse seus medos suas angustias,
vou perguntar possibilitar uma conversa em relação a morte,falar com
ele sobre esse final e tentar com ele falar o que ele sabe deste final
dele, deixar ele expressar. Eu vou conversar com ele no que ele
quiser me ouvir, então se ele tiver interesse de saber da morte eu vou
falar sobre a morte vou falar sobre a religiosidade dele o que ele
precisar eu vou falar. Tem que tá aberta, porque se eu não for capaz
disto eu vou ter que chamar uma pessoa pra mim, por exemplo, um
padre de acordo com a religião dele, vou permitir que esta pessoa
venha atender na parte espiritual e permitir que ele expresse esse
medo porque tem muita gente que sente medo de morrer, que sente
muitas vezes angústias. Então conversar com a família é tranquilizar
mais a família e mostrando pra eles que todo mundo tem o seu
145
momento e que esse momento é o momento daquela pessoa que é o
fim dele e que nem por isto a gente vai deixar de fazer aquilo que ela
precisa, então a gente vai fazer tudo enquanto ela tiver vida.
13
Eu atendo com muita paciência, você dá o conforto pra ele,ficar mais
atento na mudança de decúbito,o banho, a massagem de conforto,
fazer medicação pra dor, não deixar o paciente sentir dor, conversar
com paciente eu acho isso importante ficar por dentro do sentimento
do paciente é assim.
17
O que a gente pode fazer por ele é o hipodermoclise, uma coisa boba
que às vezes o paciente pede pra você e você tá podendo oferecer
pra ele. Não ele, esse paciente que está em fase terminal, mas os
outros
pacientes
também.
Às
vezes
a
presença
de
um
acompanhante, um ente querido que ele gostasse de estar vendo,
assim esta proporcionando tudo que ele peça e que esteja ao nosso
alcance pra dar uma melhor qualidade a ele.
18
Primeiro a gente faz o primeiro contato, depois a gente trabalha em
cima das necessidades que esse paciente apresenta.
19
Ultimamente tenho prestado muito cuidado paliativo na UTI, e que a
gente já foi no ponto máximo daquele paciente, de todos os
procedimentos invasivos científicos. Então o que resta mesmo é você
dar os cuidado básicos mesmo, higiene básico de conforto, de virar
no leito,de chegar perto falar, às vezes com o paciente, estar com a
família um pouco mais perto. Então e nesta parte que a gente faz pra
manter o conforto do paciente , ver ele bem sem dor e estar mais
perto da família.
21
Com respeito, proporcionando conforto para o paciente quanto para o
familiar e focando a presença e participação dos familiares.
22
Atendo com calma, pergunto o que ele está precisando, atendo as
necessidades principais que ele tá querendo naquele momento. As
vezes o paciente tá precisando de uma palavra de uma conversa
neste momento é muito importante.
23
Geralmente é a enfermagem tem muito pra fazer com esses
pacientes. Em primeiro lugar é o conforto, envolve posicionamento,
146
envolve você manter o quarto arejado, quando o paciente se sentir
incomodado com a iluminação você manter ele no escuro, proteger
ele da queda, não deixar ele molhado, não deixar que ele fique com a
fralda muito tempo com resíduo. Também cuidado com alimentação,
tentar que ele coma comida fracionada pra que ele, se ele não aceitar
mais nada via oral umedecer o lábio, proteger o lábio com alguma
substancia oleosa como vaselina, ocluir o olho quando o paciente
estiver com o olho semiaberto já. É cuidado com dor geralmente
paciente sente muito desconforto por mínimas coisas, pra melhorar a
analgesia se não tiver adequada e conversar com o medico pra tá
melhorando a prescrição sobre analgesia. Favorecer que a família
fique junto profissionalmente eu acho que é assim que eu me
desempenho.
4.2 CUIDADOS NECESSÁRIOS AOS PACIENTES
D.S.C: depende de cada situação do paciente, daquilo que ele necessita. Mas
vou assisti-lo tanto para passar tranquilidade, me colocando no lugar dele, vou
sentar do lado dele, vou perguntar para ele expressar seus medos, suas
angustias, vou perguntar possibilidade de uma conversa em relação a morte,
falar com ele sobre o que ele sabe sobre este final, deixar ele expressar. Vou
falar sobre a religiosidade dele o que ele precisar eu vou falar. Vou ter que
chamar uma pessoa com a religião dele, vou permitir que está pessoa venha
atender na parte espiritual. Faz parte do cuidado como profissional de
enfermagem também prestar assistência a família. A gente conversa com os
familiares para ver o estado emocional destes familiares, se for algo que dá pra
gente fazer, a gente faz, se não orienta para procurar um profissional, para
estar conversando, porque na maioria das vezes, as pessoas esquecem que
existe os familiares, dão foco somente no paciente. Eu procuro atender todas
as necessidades deste paciente de forma holística.
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QUESTÃO: Comente, como você atende (do ponto de vista profissional) os
pacientes sob seus cuidados e que se encontram com necessidades de cuidados
paliativos?
IDEIA CENTRAL: conforto do paciente
Participantes
7
Expressões-chave
Então é complicado, a gente dá mais um apoio, eu tive pouco contato
com pacientes assim, mas pacientes que a gente apoia segurando a
mão, às vezes eles só querem só conversar, às vezes a gente tá no
corredor eles chamam a gente e quando a gente volta e aí ele já
faleceu, e ai a gente sente aquele vazio, o que será que ele queria de
mim? As vezes ele só queria a sua companhia ali. A gente vê que em
São Paulo já tem casas pra acomodar essas pessoas, não é o
ambiente hospitalar, são casas, então eu acho falta aqui pra gente e
isso eu acho que dar um apoio emocional ali, uma companhia ouvir o
paciente porque a gente sabe que é amenizar a dor se for o caso por
exemplo câncer terminal qual o papel ? É ajudar que ele passe dessa
forma e é mais uma apoio a família psicológico. E às vezes falta uma
palavra falta uma companhia e a gente tem que preparar pra ir
também.
8
Então como dentro do programa saúde da família é complicado
porque a gente tem muito trabalho dentro de própria unidade. A gente
faz muito esse trabalho orientando a família mesmo. Então a família
cabe a ela mesmo prestando cuidados e a gente fica mais na parte
de orientação. A gente faz uma visita semanal pra esses pacientes
pra ver como a família tá. Monitorando ele e ver se está precisando
de alguma coisa que esteja ao alcance nosso, tá fornecendo material
de curativo, orientação. Então a gente é mais essa treinamento da
família mesmo, então às vezes a gente dá até suporte de pacientes
que a gente leva até padre ou alguma pessoa pra estar indo lá rezar
pra pessoa a gente da esse apoio, a gente vai atrás de cadeira de
roda entra em contato com as igrejas com a comunidade, consegue
148
cadeira de banho, colchão cama hospitalar, então a gente presta
atenção pra família neste sentido, a gente marca visita domiciliar com
médico pra tá acompanhando. Então sempre que a gente vê que tem
alguém dentro da área que já estão desenganados vamos dizendo
então e mais esse apoio que a gente depois pra família, não só pro
paciente mas pra família como um todo.
12
Na UTI é complicado onde eu atuo. Mas tem que se trabalhar com
uma equipe toda, tem que dar conforto ao paciente, conversar com a
família. O hipodermolix também é um cuidado que você pode dar ao
paciente, ajuda a hidratar ele com um volume de soro menor, mas dá
pra hidratar. A gente ta caminhando pra melhorar a assistência. A
família tem que ser trabalhada e muito, pois a família quer que invista
no paciente que não tem cura e muitas vezes o que o paciente
precisa é a família estar ali perto dando conforto. A gente tá
caminhando.
4.3 CONFORTO DO PACIENTE
D.S.C:Então é complicado a gente dá mais apoio, mas tem que se trabalhar
com uma equipe toda, tem que dá conforto ao paciente, conversar com a
família. Às vezes a gente tá no corredor eles te chamam a gente e quando a
gente volta ele já faleceu, e aí a gente sente aquele vazio, o que será que ele
queria dizer a mim? A gente tá caminhando para melhorar a assistência. A
família que ser trabalhada muito, pois a família quer que se invista no paciente
que não tem cura e muitas vezes o que o paciente precisa é a família e estar ali
perto dando conforto.
149
ANEXO C- Parecer Consubstanciado N. 792/2011
150
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