20-Fundamentos_A Obra de Cristo CD 3

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A Obra de Cristo – Parte 3
Romeu Bornelli
Hebreus 7:23-28 – Ora, aqueles são feitos sacerdotes em maior
número, porque são impedidos pela morte de continuar; este, no
entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável.
Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos
convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem
mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que
não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os
dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do
povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se
ofereceu. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à
fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à lei, constitui
o Filho, perfeito para sempre.
Irmãos esta é a terceira reunião que nós estamos partilhando algo sobre
a obra de Cristo. Já dissemos que para compreendermos a obra de Cristo
precisamos ter, pelo menos, um vislumbre, segundo a Palavra de Deus ensina
tão claramente no Novo Testamento e no Velho Testamento de forma
profética, que a obra de Cristo consumou, realizou toda a profecia relacionada
àqueles três ofícios que, no Velho Testamento, no reino teocrático de Israel,
eram absolutamente fundamentais para a subsistência até mesmo da nação de
Israel como o povo da Aliança. Deus levantou e levantava durante todo o
tempo, depois que esses ministérios foram instituídos, profetas, reis e
sacerdotes em Israel, para que a revelação de Deus pudesse ser mantida
através desses três ministérios, desses três ofícios. E nenhum homem no Velho
Testamento ocupou os três ofícios, porque isso não era permitido, alguns
ocuparam dois ofícios. Samuel foi um sacerdote e um profeta, Davi foi rei e
também foi considerado um profeta, mas somente o Senhor Jesus ocupou, em
realidade, esses três ofícios e de uma forma que nenhum outro homem do
Velho Testamento pôde se assemelhar, porque o Senhor trouxe a realidade do
que eles tipificaram. O reinado de Davi foi glorioso, sem dúvida nenhuma, mas
Davi era um simples mortal, um homem pecador. O Reino do Senhor Jesus é
um Reino eterno, um Reino que nunca pode ser abalado. As promessas foram
feitas a Davi, profeticamente, como um tipo de Cristo quando foi dito que o
seu reino jamais teria fim. O Senhor Jesus ocupou essas funções, desses três
ministérios, de uma forma absolutamente completa. Jesus não era, por
exemplo, além de Rei, um Sacerdote que precisava ser substituído ou que
precisou ser substituído pela Sua morte, porque Ele ressuscitou. Então, o Seu
ministério sacerdotal é um ministério eterno também, assim como é o Seu
ministério real, e assim como é o Seu ministério profético. Porque Ele é eterno,
Ele é o Filho de Deus. Esse texto que nós acabamos de ler em Hebreus diz que
esse nosso Sumo Sacerdote permanece para sempre, Ele não é impedido pela
morte de continuar, como eram aqueles sacerdotes do Velho Testamento. Os
irmãos vejam com que glória esses ofícios brilham na Pessoa de Jesus: como
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Rei, Ele é Rei eterno, não é rei como Davi, não é rei como Salomão, mesmo
que esses reinos tenham sido tão gloriosos. Como Sacerdote, Ele é Sacerdote
eterno, Ele não é um sacerdote como Arão, e como tantos outros que viveram
depois de Arão, que puderam oficiar dia após dia, ano após ano, ali no
Tabernáculo, até morrerem, os sumo sacerdotes, que era apenas um. Quando
ele morria era substituído, automaticamente, através da linhagem dos
sacerdotes que era a linhagem de Levi, os levitas, os filhos de Arão
especificamente.
Nós vemos que a glória do ministério de Cristo brilha nesses ofícios por
Ele ser quem é. A glória do ministério profético, sacerdotal e do Reino de Cristo
brilha por causa da Pessoa de Cristo, da glória de Cristo, dEle ser quem Ele é.
É por isso que o livro de Hebreus começa nessa ordem. O livro de Hebreus
começa falando sobre a Pessoa de Cristo. Se os irmãos lerem os primeiros
versículos vão ver que toda referência é à Pessoa. Deus falou de muitas
maneiras, lá no passado, aos pais, pelos profetas, nos últimos dias, nos falou
no Filho, e o Filho é o herdeiro, o Filho é o resplendor da glória, o Filho é a
expressão exata do Seu Ser, o Filho sustenta todas as coisas pela palavra do
Seu poder, o Filho fez a purificação dos pecados, o Filho é maior do que os
anjos, o Filho é maior do que Moisés, o Filho é maior do que Arão. O livro de
Hebreus se desenvolve assim. A glória do Filho; Ele não se compara com os
outros, os outros eram meras sombras, meros tipos; sejam reis, profetas ou
sacerdotes.
Nós já vimos que Cristo é o cumprimento desse ministério real do Velho
Testamento, Ele é O Rei e nós falamos sobre o que isso significa. Como Rei,
Ele é aquele que nos liberta do poder do pecado. Esse tríplice ofício tem
relação com a nossa salvação. O Senhor realizou a Sua obra na terra
cumprindo esses três ofícios, e os três ofícios têm relação com a nossa
salvação. Cristo como Rei nos liberta do poder do pecado - Ele nos libertou
do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor (Cl 1:13). Cristo como Rei, Rei eterno, Rei segundo o coração de Deus,
Ele nos liberta do poder do pecado, Ele nos introduz no Seu Reino, tirando-nos
do império das trevas, Ele nos coloca sob o Seu governo, o pecado não mais
terá domínio – reino – sobre vós, porque não estais debaixo da lei, e sim da
graça, não reine o pecado nos vossos corpos mortais, de maneira que
obedeçais as vossas paixões, porque Cristo nos transportou para o Seu Reino.
O Seu ministério, Sua função real, como Rei que Ele é, Rei celestial, Ele nos
livra do império das trevas, Ele nos livra do poder do pecado.
Nós vimos outro ministério: profético. Cristo é O Profeta. Aquele que foi
profetizado no Velho Testamento, aquele que até mesmo falou através dos
profetas do Velho Testamento. Quando você abre a Epístola de 1Pedro 1:11,
você vê que, claramente, Pedro, nesse versículo, diz que o Espírito de Cristo
falava nos profetas, o Espírito de Cristo falava nos profetas do Velho
Testamento. Na verdade, era O Profeta, Cristo, falando através dos profetas.
Os irmãos vejam que os profetas eram portavozes do eterno Profeta, Cristo. E
o que significa Cristo como O Profeta de Deus? Significa simplesmente que
Cristo é Deus, Ele revela a Deus como ninguém pôde, por isso o livro de
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Hebreus diz: Deus falou de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas. Um
pouco em Isaías, um pouco em Jeremias, um pouco em Ezequiel, um pouco
em Daniel, e todos os outros profetas, mas no Filho, Ele nos falou totalmente,
completamente. Nenhum dos profetas do Velho Testamento pôde dizer: quem
me vê a mim, vê o Pai, mas Cristo pôde, porque Cristo é O Profeta, Ele é Deus,
o Verbo que se fez carne. Cristo cumpre todo aquele tipo do que os profetas
representaram, figuraram, no Velho Testamento. E como Profeta, qual a
função de Cristo no que concerne à nossa salvação? Como Rei, Ele nos liberta
do poder do pecado e nos introduz no Seu Reino, debaixo do Seu governo.
Como Profeta, o que Ele faz com relação à nossa salvação? Como Profeta,
Cristo nos liberta das trevas do pecado, da ignorância do pecado. Ele revela
Deus, então, Ele nos liberta das trevas do pecado. Revelando Deus a nós, Ele
nos leva a contrastar Deus com as coisas que não são Deus; Deus com os
ídolos; Ele revela a Deus, por isso Ele é O Profeta. Com relação à nossa
salvação, Cristo, como Profeta, nos liberta da ignorância do pecado, das trevas
espirituais que o pecado gera em nós, das trevas intelectuais, das trevas em
todos os sentidos. Cristo é a luz, a verdadeira luz que veio ao mundo e ilumina
todo homem. Então, Profeta, Ele apresenta Deus plenamente, por ser Deus.
Ele não é um mensageiro de Deus, Ele não é um portavoz de Deus, Ele é Deus.
Quando João Batista veio anunciando o Senhor, ele diz assim: Eu sou a voz
do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no
ermo vereda a nosso Deus (Jo 1:23; Is 40:3). Foi assim que João Batista
anunciou a Jesus, ninguém menos do que Deus, em carne. Ele é O Profeta.
Agora, e como Sacerdote? Nós falamos na reunião passada que hoje nós
introduziríamos este assunto e ficaríamos nele até terminarmos esta série de
mensagens: Cristo como Sacerdote. Por que nós vamos destacar este aspecto?
Porque Cristo como Sacerdote cumpre, de uma maneira plena, completa,
absoluta, o que concerne tanto à expiação, no sentido de livrar-nos da culpa
do pecado, quanto o que concerne a essa intercessão celestial que Ele realiza
sobre nós, agora ressurreto, até que nós estejamos na presença dEle. Esse
ministério de Cristo realizando expiação e realizando intercessão é a chave
para a compreensão da nossa salvação. É claro que é importante ver Cristo
como Rei, é claro que é importante ver Cristo como O Profeta. Agora, quando
nós olhamos para Cristo, a Pessoa de Cristo, o Seu caráter de Sacerdote,
tipificado aqui pelos sumo sacerdotes do Velho Testamento, e que o livro de
Hebreus traz à luz toda realidade desse ministério em Cristo, esse ministério
sumo sacerdotal de Cristo brilha de uma forma muito especial. Porque se
Cristo fosse apenas Rei, isso de alguma forma traria glória apenas para Ele
mesmo, porque, como Rei, exclusivamente, Ele não teria o poder e nem
autoridade, vamos chamar de judicial, de nos comprar para Deus, como Rei
não. Porque a nossa libertação não era apenas uma questão de poder, tinha
culpa envolvida. Nós não podíamos ser reconciliados com Deus pelo poder de
Cristo apenas, nós precisamos entender isto. Nós tínhamos que ser
reconciliados com Deus mediante o sacrifício vicário ou expiador de Cristo. Na
Pessoa de Cristo, nosso pecado precisava ser julgado, para que nós
pudéssemos ser aproximados de Deus, porque trevas e luz não têm
comunhão. Não é apenas uma questão de poder, senão Cristo não precisava
ter morrido na cruz, bastava Deus ter exercido o Seu poder. Ele é onipotente,
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então, Ele diria assim: Eu quero que os que Eu escolhi se aproximem de mim e
ponto final, quem vai se opor à Minha vontade? Ninguém, não é? Mas sabe por
que Deus não podia fazer isso? Porque se Deus, de alguma maneira, fizesse
isso, isso contrariaria o Seu próprio caráter. É impossível para Deus fazer isso,
era impossível. Não é porque Ele é todo poderoso que Ele podia fazer isso, isso
Ele não podia fazer, porque trevas não podem ser aproximadas de luz. Luz e
trevas não têm compatibilidade nenhuma. A questão envolvida entre Cristo e
nós não é uma questão de poder apenas, é uma questão de culpa, é uma
questão judicial, além de uma questão de poder. Precisava ser tratado algo
que impedia a nossa comunhão com Deus e Ele fez isso não como Rei, Ele fez
isso como Sacerdote. É claro que quando Ele fez isso, Ele não deixou de ser
Rei. Cristo sempre foi Profeta, Sacerdote e Rei, e tudo o que Ele fez na cruz,
Ele continuou sendo as três coisas. Era o Rei na cruz, era o Profeta na cruz,
mas é por causa de Cristo ser o nosso grande Sumo Sacerdote que o problema
foi resolvido. Então, nós vamos a esse terceiro ponto aqui: Cristo como
Sacerdote nos liberta da culpa do pecado. Como Rei, nos liberta do poder do
pecado, como Profeta, nos liberta das trevas do pecado, da ignorância do
pecado. E, como Sacerdote, Ele nos liberta da culpa do pecado. Nós podemos
dizer assim: o ministério sacerdotal de Cristo é o fundamento dos outros no
que concerne à nossa salvação. Para nós não resolveria termos um Profeta em
Cristo, para nós não resolveria termos um Rei em Cristo, porque nem mesmo
Rei sobre nós Ele seria. Nós precisávamos de um Sumo Sacerdote.
Olha como esse texto que nós acabamos de ler, Hebreus 7:26 - Com
efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável,
sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus.
Cada expressão dessa é importantíssima no que concerne à nossa visão de
Cristo como Sumo Sacerdote. O livro de Hebreus menciona Cristo como Sumo
Sacerdote sete vezes. E hoje nós vamos gastar todo o nosso tempo aqui
examinando as sete vezes no livro de Hebreus, onde Cristo é mencionado,
para que nós entendamos um pouco mais sobre esse ministério de Sumo
Sacerdote do Senhor. Nos convinha um sumo sacerdote assim como este,
santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, ou seja, Ele não é um
pecador, este é o sentido da expressão “separado dos pecadores”. Ele nasceu
através daquele nascimento virginal, aquela obra do Espírito Santo no ventre
de Maria, preparando um corpo para o Senhor. Ele é separado dos pecadores,
Ele participou da natureza humana, mas não do pecado humano, então, Ele é
separado dos pecadores, mas não só isso - é feito mais alto do que os céus.
Ele não apenas realizou expiação, mas realiza intercessão, porque Ele foi feito
mais alto que os céus, Ele ressuscitou.
Cristo, como Sumo Sacerdote, trata com a questão da culpa do pecado.
Como Ele trata da culpa do pecado? Vamos subdividir em dois esse ministério
sacerdotal, porque o Novo Testamento faz isto. Cristo, como Sacerdote, trata o
problema, Ele resolve a questão da expiação. Expiar significa remover a culpa.
Cristo como Sacerdote faz expiação pelo sacrifício dEle mesmo, e Ele trata com
a culpa, mas não só isso. Cristo, como Sacerdote, realiza intercessão, e como
intercessor, Ele é certeza e garantia de que nós estaremos face a face com Ele.
Não apenas Ele realizou expiação, a culpa está resolvida, o problema está
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resolvido, e vocês podem ter comunhão com Deus. Como Sacerdote Ele não
resolveu apenas a questão da culpa e expiou nosso pecado, mas Ele intercede
por nós. Nós vamos ver que essa também é uma visão de Hebreus e de muitas
outras passagens. Aquela oração, por exemplo, chamada de sacerdotal do
Senhor, em João 17, o que Ele está fazendo é exatamente isso. Como
Sacerdote, Ele está intercedendo pelos santos. Lembra de João 17 quando Ele
diz assim:...não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste (rogo,
ou intercedo pelos que me deste no mundo), porque são teus. Santifica-os
na verdade; a tua palavra é a verdade. Pai, a minha vontade é que
onde eu estou, estejam também comigo os que me deste... (Jo 17:9;
17; 24). Naquela oração, chamada de sacerdotal, Cristo está intercedendo,
porque esse é um segundo aspecto do ministério sacerdotal.
Se nós vimos que Cristo, como Profeta, revela a verdade de Deus a
respeito de Deus e a verdade a respeito de nós - ministério profético - Cristo
cumpre essas duas facetas. Ele revela a verdade sobre Deus para que nós não
vivamos na ignorância do pecado, nas trevas da idolatria e da confusão,
levantando coisas que não são deuses para as quais nosso coração vai se
voltar. Cristo como Profeta revela a verdade sobre Deus e a verdade sobre
nós, sobre o nosso pecado. Da mesma maneira, Cristo, como Sumo Sacerdote,
cumpre um duplo ministério. Ele realiza expiação pelo sacrifício dEle mesmo e
resolve o problema da culpa. Ele realiza intercessão como Sumo Sacerdote e
essa intercessão é garantia, certeza de que tudo o que Deus planejou a nossa
respeito será concretizado: a nossa semelhança com Ele, o nosso habitar com
Ele, o nosso vê-Lo face a face, o fato de nós sermos herdeiros com Ele, do Seu
Reino, de tudo o que Ele é. Então, Ele não só resolveu o problema da culpa,
expiando o pecado, mas Ele intercede por nós. O livro de Hebreus mostra as
duas coisas.
Agora, antes de ler os versículos de Hebreus, que falam de Cristo como
Sumo Sacerdote, abram um texto comigo no Salmo 84. Queria que os irmãos
atentassem para uma expressão muito interessante aqui neste Salmo que tem
esta questão do sacerdócio como pano de fundo, porque é um Salmo a
respeito do templo, a respeito do tabernáculo. Eu queria que os irmãos
notassem aqui duas expressões, para nós vermos como o Espírito Santo foi
minucioso e tão delicado ao escrever a Palavra de Deus no que concerne aos
tipos, às figuras. Salmo 84:1-3 - Quão amáveis são os teus tabernáculos,
Senhor dos Exércitos! Está se vendo claramente que este Salmo vai ter
relação com a questão do tabernáculo, da habitação com Deus, do sacerdócio.
Não tem relação com o ministério real, porque o rei não tinha nada a ver com
o tabernáculo, e nem o Profeta, porque o Profeta também não tinha relação
com o tabernáculo. Quem tinha relação com o tabernáculo era o sacerdote, o
ministro do tabernáculo era o sacerdote. Não era nem o rei, nem o profeta.
Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha
alma suspira e desfalece pelo átrios do Senhor; o meu coração e a
minha carne exultam pelo Deus vivo! O pardal encontrou casa, e a
andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus
altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu! Notem esta
expressão: os teus altares, porque nós vamos pensar um pouquinho sobre ela.
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Quantos altares nós tínhamos no tabernáculo? Dois altares. Havia muitos
móveis lá, mas somente dois altares. O primeiro altar, onde ficava? Lá fora, no
átrio, era o altar de bronze, o altar do holocausto. O altar do holocausto tem
relação com quê? O que era feito ali no altar do holocausto, ou no altar de
bronze? Até o nome deixa claro, ali era oferecido o quê? Os sacrifícios. Com
que finalidade? Realizar – primeiro aspecto do ministério sacerdotal que nós
estamos falando aqui – expiação. Olha a tipologia como é perfeita. No altar do
holocausto, lá no átrio, o sangue dos animais era oferecido. Quando era o caso
do holocausto, o próprio animal era queimado ali, totalmente, era o altar do
sacrifício, ele também era chamado de altar do sacrifício. Para que serve o
altar do sacrifício? Serve para oferecer sacrifício. Para que serve o sacrifício?
Para expiar pecado. Era uma figura, então, do Senhor, o verdadeiro Cordeiro
de Deus, como disse João Batista, que tira o pecado do mundo: expiação. O
altar de bronze, o altar do sacrifício serve para oferecer sacrifícios, para
remover pecados. É claro que aqueles não removiam pecados no que concerne
à consciência. Eles eram praticados pela fé, porque era ordenação de Deus.
Não traziam consciência purificada para o adorador, mas ele poderia confiar no
Senhor em que, através daquele tipo que Deus ordenou - aquilo não foi da
cabeça de Moisés, foi da mente de Deus - baseado na fé, o judeu poderia levar
o seu animalzinho, oferecer, impondo a mão sobre ele, significando
identificação, transferência de pecado, o animal era morto e ele podia crer,
porque Deus falou que devia ser assim: leva o teu animal e oferece no teu
lugar, se você cometeu pecado, e o seu pecado vai ser coberto. Até que viesse
o verdadeiro Cordeiro, que seria oferecido ali na cruz, o qual aquele altar de
bronze era um tipo. O verdadeiro Cordeiro seria oferecido na cruz e resolveria
o problema da nossa consciência, é isso que o livro de Hebreus fala. O sangue
de Cristo tem poder para purificar consciência de obras mortas, capítulo 9 de
Hebreus. Os irmãos vejam que a tipologia é perfeita: o altar de bronze, para se
oferecer sacrifício, para expiar pecados, expiar com x, não é com s não. Expiar
com x significa tirar, remover a culpa. Esta é a finalidade do altar de bronze.
Agora, tinha o outro altar, qual era? O altar de incenso. Não fica claro?
Qual a finalidade do altar de incenso? Queimar incenso. O que o incenso
tipifica? Adoração, oração, intercessão. O outro aspecto do ministério
sacerdotal de Cristo, os irmãos estão vendo? Por isso que o salmista diz aqui:
eu encontrei os teus altares, Senhor dos Exércitos. Esses dois altares, de
alguma maneira, resumem toda a finalidade do ofício sacerdotal. No altar de
bronze: expiação, remoção da culpa, mas parou aí? Os irmãos estão vendo
como Deus, desde a tipologia, queria deixar claro que esse ministério de Cristo
era algo tão glorioso, tão completo, tão perfeito, tão absoluto que Deus não
usou apenas um altar para representar a totalidade da eficiência, da
abrangência do ministério sacerdotal, Ele usou dois altares. Quando Corá
escreveu esse salmo, ele está falando disso, ele está centralizando essa
questão dos tabernáculos nos dois altares, ali ele encontrou refúgio. Irmãos, e
da mesma maneira conosco. Nós temos hoje comunhão com Deus, nós
podemos adorar a Deus, nós podemos nos relacionar com Deus porque
também encontramos os Seus altares, ou seja, Cristo como oferta pelo
pecado, que realizou expiação por nós lá na cruz, e Cristo como nosso
intercessor celestial. A gente vai ver o que isso significa.
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A primeira coisa que você deve considerar é nunca pensar em Cristo
como apenas aquele que perdoou pecados, nunca pensar em Cristo como
aquele que removeu a culpa apenas, embora isso seja algo tão glorioso,
porque isso trouxe paz para a nossa consciência. Mas nós precisamos ver
Cristo de uma forma ainda mais elevada, como Sacerdote: não só altar de
bronze, não só remoção da culpa, expiação, mas intercessão, tipificada pelo
altar do incenso que como tudo no tabernáculo era uma figura de Cristo. Cristo
é aquele que exala incenso para Deus, significando exatamente intercessão. Se
você quiser ver o altar de incenso no Novo Testamento, você vai ver lá em
João 17, essa oração sacerdotal que eu citei. Ali você tem o verdadeiro altar de
incenso queimando incenso para Deus, quando Ele diz assim: não rogo
somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por
intermédio da Sua palavra. Cristo estava queimando ali incenso diante do Pai,
intercedendo não somente pelos 12, por aqueles discípulos, mas por todos que
vierem a crer, inclusive nós. Ele estava e esteve intercedendo por nós mesmo
quando estava em carne. João 17:20 - Não rogo somente por estes (se
referindo aos 12 ali com Ele) mas por aqueles que vierem a crer em mim,
por intermédio da sua palavra. Ele orou por toda a Igreja nesses dois mil
anos, pelos eleitos de Deus, durante todos esses dois mil anos. Ele intercedeu
por nós enquanto estava na Terra, porque Ele é Sacerdote, e Ele intercede por
nós enquanto no céu, ou por toda a eternidade no céu. Isso o livro de Hebreus
deixa muito claro: Ele vive para interceder por nós, Hebreus 7:25, versículo
chave do livro de Hebreus: Por isso, também pode salvar totalmente os
que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre (eternamente) para
interceder por eles. O Sacerdote realiza expiação, altar de bronze e
intercessão, altar de ouro, onde o incenso era queimado. E nesses dois
aspectos, nesses dois altares vemos o brilho, a glória da obra sacerdotal de
Cristo. Isso é muito interessante e muito importante.
Olha uma outra expressão neste Salmo. Você vai ver outra combinação
muito linda, no versículo 11 deste Salmo 84 - Porque o Senhor Deus é sol e
escudo; o Senhor dá graça e glória;... Que você acha quando você
relaciona estas duas questões aos dois altares? Quando você olha o altar de
bronze, o que você vê brilhar ali? Graça, está certo? Graça. O Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo, o Senhor dá graça, Ele realizou expiação,
Ele removeu a culpa, Ele dá graça. Mas quando você olha o altar de ouro, onde
o incenso era queimado, você vê a segunda verdade, o Senhor não só dá
graça, mas o Senhor dá glória. O que o livro de Hebreus diz? Hebreus 2:10 diz
que o Senhor está conduzindo muitos filhos á glória. Então, através do
ministério sacerdotal de Cristo, nós vemos que Ele, como nosso grande Sumo
Sacerdote, dá graça e glória. Ele realizou expiação e Ele realiza uma eterna
intercessão.
Vamos, agora, no livro de Hebreus, e eu queria mostrar algumas coisas
para os irmãos, primeiro nesse sentido, antes da gente ler os versículos que
mostram Cristo como Sumo Sacerdote. Abra esse texto primeiro, Hebreus
2:10, que eu acabei de ler. Ainda vamos procurar olhar isso aqui na luz do
Salmo 84 que nós acabamos de ler: eu encontrei os teus altares – o altar de
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bronze, o altar de ouro, o altar do sacrifício e o altar do incenso, Cristo como
aquele que expiou o nosso pecado, e Cristo como nosso intercessor. Hebreu
2:10 – Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas
as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse,
por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles. Olha lá, capítulo
6:18-20, o que significa o Senhor dá glória, como é que isso está ligado a esse
poder intercessor de Cristo como Sumo Sacerdote: para que, mediante duas
coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento
tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da
esperança proposta; (nós temos uma esperança proposta, futura, agora,
olha lá) a qual temos (essa esperança) por âncora da alma, segura e
firme e que penetra além do véu, aonde Jesus, como precursor, entrou
por nós... Isso é que o Salmo está dizendo. Ele não só dá graça, Ele dá glória.
Como Ele dá glória? Ele já entrou como Sumo Sacerdote na presença imediata
de Deus. O que o livro de Hebreus chama de Santo dos Santos, o Santo dos
Santos celestial, porque no terreno Jesus nunca entrou. Jesus não era sumo
sacerdote segundo a ordem de Arão, Ele nunca entrou no Santo dos Santos no
tabernáculo, nunca. Ele não tinha nada a ver com aquele tabernáculo. Aquele
tabernáculo era uma figura do que Ele era. Ele entrou (........) presença
imediata de Deus. Agora, não apenas sendo Deus, mas sendo homem
também, por isso que Ele é âncora para a nossa alma, é porque como Homem
Ele entrou na presença de Deus. Em Cristo, há um Homem na presença de
Deus, um Homem, e esse Homem na presença de Deus, o Senhor Jesus, DeusHomem, Ele é a plena certeza e garantia de que todos os outros homens,
eleitos de Deus, aqueles que foram redimidos, aqueles pelos quais Ele realizou
expiação, eles também alcançarão a mesma posição, e é isso que a Bíblia
chama de glória. Glória não é, propriamente, a nova Jerusalém, glória não é a
coroa de justiça que nós vamos receber um dia. Glória é a presença de Cristo,
glória é ser como Cristo, glória é ver a Cristo, glória é habitar com Cristo.
Então, quando diz: o Senhor dá graça e glória, aponta para os dois extremos
do ministério sacerdotal de Cristo. Ele dá graça, porque removeu o pecado, Ele
tratou com a culpa, Ele fez expiação, mas não parou aí. Isso, de certa forma,
tem ênfase mais negativa, Ele tirou, Ele removeu, culpa, pecado. Mas qual que
é o lado positivo do ministério sacerdotal de Cristo? Ele dá glória, ou seja, Ele
nos introduz na presença de Deus para sermos semelhantes a Cristo. Irmãos,
na verdade, a luz maior, podemos dizer, a luz final, ficaria melhor colocarmos
assim, ela está nesse segundo aspecto, e é o aspecto que nós, normalmente,
negligenciamos, vemos tão pouco. Nós enfatizamos mais a questão da culpa,
que Cristo removeu o pecado, Cristo tratou com o pecado, Cristo realizou
expiação. Nós não vemos que esse Sacerdote que ressuscitou intercede por
nós, e Ele é a garantia e segurança da nossa eterna salvação, da nossa
adoção, da nossa glória. O livro de Hebreus apresenta o Senhor assim: a
âncora da alma. O versículo 18, no finalzinho diz que nós temos uma
esperança. Esperança, segundo o versículo 18 aqui, é só um atributo, se
lermos apenas o versículo 18, esperança não é uma pessoa, esperança é um
atributo.
Contudo, quando vemos o versículo 19 e 20, vamos observar que o autor
de Hebreus une a nossa esperança a uma Pessoa, a nossa esperança passou a
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ser uma Pessoa. Nossa esperança não é vaga, nossa esperança não é apenas
uma questão de falarmos assim: ah, eu espero que um dia estarei com o
Senhor. Nossa esperança é certeza, porque nossa esperança é uma Pessoa. O
versículo 19 diz assim: a qual (ou seja, a esperança, essa esperança, nós)
temos por âncora da alma, (a nossa alma está ligada a esse fio, firme de
esperança, mas até aqui não falou nada da Pessoa ainda, então, continua
dizendo: essa esperança nós temos por âncora da alma), segura e firme e
que penetra além do véu (aqui já está sugerindo alguma coisa. E o versículo
20 fala claramente) onde Jesus, como precursor, entrou....Não fica claro
que a esperança do versículo 18 é o Jesus do versículo 20? Será que não está
absolutamente claro? Nós temos uma esperança proposta, âncora da alma,
além do véu, onde Jesus está, e se não ficasse claro em Hebreus, se você abrir
em 1Timóteo 1:1, a primeira coisa que Paulo fala nesta carta, diz exatamente
isto, que a nossa esperança não é uma virtude que nós temos, não é apenas
algo que nós esperamos, mas é alguém que nós esperamos: Paulo, apóstolo
de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo
Jesus, nossa esperança. Este versículo deixa tudo claro. Nossa esperança
não é uma virtude, não é um sentimento, não é alguma coisa que pode ser
abalada de alguma maneira. Nossa esperança é Cristo. A nossa esperança já
está na presença de Deus, nossa esperança é um Homem, que é Deus. Nossa
esperança é Jesus, aquele que fez o curso na nossa frente, precursor, Ele já
trilhou esse caminho até a presença de Deus na nossa frente. Nós não
poderíamos ir de jeito nenhum. Ele está lá. Estando lá, o livro de Hebreus diz
no capítulo 7: Ele intercede por nós que ainda estamos aqui. Agora, essa
intercessão é tão segura, tão firme, que ela é certeza de que nós estaremos lá.
I João 3:2 - Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se
manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se
manifestar (esse Cristo que é a nossa esperança), seremos semelhantes a
ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. Essa é a nossa esperança.
Não é uma vaga esperança, não é um sentimento de esperança. É uma
esperança segura e firme, porque é uma Pessoa. Esse é o aspecto de Cristo
como nosso intercessor. Ele é Sacerdote, Sumo Sacerdote, também nesse
sentido, Ele intercede por nós, Ele é a nossa esperança, certeza, segurança,
garantia, de que nós estaremos face a face com Ele mesmo, que nós veremos
a Deus face a face. Ele pôde nos dar essa certeza baseado no que Ele cumpriu
como Sacerdote, como Sumo Sacerdote. Não como Profeta, não como Rei,
mas como Sacerdote.
Agora, nós podíamos passar pelos versículos de Hebreus. Os textos que
mostram Cristo como Sumo Sacerdote de uma maneira direta, porque existem
várias outras menções indiretas. Nós vamos examinar só as sete diretas.
Capítulo 1:3, é somente uma introdução aqui, é a primeira menção sugestiva
de Cristo como Sumo Sacerdote, ela não é direta, ela é uma menção indireta,
apenas sugestiva, mas por ser a primeira eu queria ler com os irmãos.
Hebreus 1:3 – Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do
seu Ser, (nós já comentamos esta frase aqui. O que significa isso. Cristo é
aquele carácter da hipóstase do Pai, expressão exata do seu Ser),
sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter
feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade,
nas alturas. Aqui, a primeira sugestão, no livro de Hebreus, de que Jesus é
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Sumo Sacerdote, porque profeta não faz purificação de pecados, e rei também
não. Quem realiza o ministério de purificar pecados é o sacerdote, no Velho
Testamento. Então, esse texto já está sugerindo para nós que Ele, Jesus, fez a
purificação de pecados, e Ele não é apenas um Sacerdote, Ele é o resplendor
da glória e a expressão exata do Seu Ser. Olha como esse versículo cresce aos
nossos olhos, mostrando que esse Sacerdote, que fez a purificação dos
pecados, é o Sacerdote Deus. É o Sacerdote Filho, é o Sacerdote Verbo. Ele fez
a purificação dos pecados, por isso é tão seguro, por isso é tão firme, por isso
a nossa salvação nunca pode ser abalada, por isso o Senhor disse: aqueles que
o Pai me deu, ninguém das minhas mãos pode arrebatar, e das mãos do Pai,
igualmente, ninguém pode arrebatar. Eu lhes dou a vida eterna, jamais
perecerão, por causa do que Ele realizou ali na cruz, tendo feito a purificação
dos pecados. Esse aqui é o altar de bronze, é aquele primeiro altar, é o altar
no qual Ele fez purificação de pecados. Hebreus 1:3, é sugerido aí muito
claramente. Quando a gente vai lá para Hebreus 7, você vai chegar ao outro
altar, no altar de ouro, que diz que Ele vive para interceder por nós. Então,
purificação nesse versículo 3, tem a ver com altar de bronze, e intercessão em
Hebreus 7:25 - ...vivendo sempre para interceder por eles. Tem a ver
com o altar de ouro. Eu encontrei os teus altares, Senhor dos Exércitos! Plena
salvação. Sumo Sacerdote que expiou pecados e que intercede por nós. O
Senhor dá graça e glória (Sl 84:11). Nós precisamos manter na nossa vista,
irmãos, essa visão, porque essa visão é que o livro de Hebreus apresenta.
Agora, vamos ver alguns versículos sobre as menções de Cristo como
Sumo Sacerdote. A primeira vez em Hebreus 2:17-18 - Por isso mesmo,
convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos
irmãos...É a segunda vez que vocês estão vendo a palavra “convinha” hoje,
ela já apareceu no capítulo 7: nos convinha um Sumo sacerdote assim como
este, ou seja, nós tínhamos absoluta necessidade, não podia ser de outra
maneira, nos convinha um Sumo Sacerdote assim como este, e aqui diz a
mesma coisa, em outro sentido, aqui fala da encarnação - nos convinha que,
em todas as coisas, ele se tornasse semelhante aos irmãos. Segundo o
versículo 14, logo acima, fala que Ele precisava participar de carne e sangue,
por que, como nós teríamos um mediador que não fosse humano, se nós
somos homens? Como nós teríamos um mediador que entendesse das nossas
tentações se Ele não fosse humano? Como nós poderíamos ter um mediador
compassivo se Ele não soubesse o que era sofrimento? Então, nos convinha
que, em tudo, Ele fosse semelhante aos irmãos porque aí Ele saberia o que é
fragilidade. Irmãos, a natureza do Senhor é algo impressionante, a
encarnação, o que a encarnação realizou, o que o Espírito Santo realizou
através da encarnação do Verbo de Deus. Porque quando o Senhor habitou
naquele corpo, Ele experimentou todas as consequências da queda. Ele não
tinha um corpo de super-homem, Ele tinha um corpo como resultado da
queda, menos o pecado. Ele, então, pôde experimentar todo tipo de
sofrimento, tentação, angústia, tudo isso é resultado do pecado. Deus não tem
angústia, Deus não tem tentação. Tiago diz que Deus não pode nem ser
tentado pelo mal, Deus é absolutamente perfeito. O Senhor Jesus, quando
habitou naquele corpo, esse é um dos mistérios da encarnação, Ele habitou
num corpo que trazia as consequências da queda, ou seja, fragilidade,
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tentação. Ele experimentou, nEle mesmo, desespero e angústia, Ele deixa isso
muito claro: a minha alma está angustiada até a morte. Aflições de todo tipo,
só que sem pecado, Ele não pecou, Ele não tinha pecado, Ele nem mesmo
podia pecar. Mas, em tudo, diz aqui, em todas as coisas, se tornasse
semelhante aos irmãos. O primeiro contexto em que Jesus é mencionado como
Sumo Sacerdote é esse, e cada contexto lança uma luz gloriosa, é claro, não
podia ser diferente. A Bíblia é a Palavra de Deus. No primeiro contexto, que é
este aqui, Hebreus 2:17-18, esta luz também é tão gloriosa, sobre o nosso
Sumo Sacerdote. Está dizendo que o nosso Sumo Sacerdote é Homem, está
dizendo que o nosso Sumo Sacerdote foi tornado semelhante aos irmãos, pelos
quais Ele intercedeu. Está dizendo que este Sumo Sacerdote (......) Ele se
tornou semelhante aos irmãos para que Ele fosse fiel, se Ele não fosse
humano, verdadeiramente, e não pudesse ser fiel nas coisas referentes a
Deus, Ele não podia fazer propiciação por nós. Se Ele, pessoalmente, não
satisfizesse a Deus, Ele não poderia fazer propiciação por nós. Se Ele mesmo
não fosse um aroma agradável a Deus, como que Ele iria se oferecer por nós?
Ele não teria condição nem para Ele mesmo. Então, Ele precisava ser testado
como Homem, se Ele realmente era fiel. Olha como este versículo é forte. Ele
precisava ser Homem, em todas as coisas semelhante aos irmãos, está escrito
aí, para Ele ser duas coisas: por um lado, misericordioso, por outro lado, fiel.
Um lado olha para o homem, outro lado olha para Deus. Misericordioso: Deus
não precisa de misericórdia, quem precisa é o homem, então, Ele é
misericordioso, isso olha para o homem. Ele é fiel, isso olha para Deus.
A partir do capítulo 3, ele vai descrever que Jesus é fiel, se você ler, fica
tão claro, Hebreus 3:2 - o qual é fiel àquele que o constituiu (está falando
de Jesus. Lá no versículo 6, diz assim: Cristo, porém, como Filho, sobre
sua casa.... Versículo 5: Moisés era fiel, em toda a casa de Deus, como
servo, para testemunho das coisas que haviam de ser anunciadas;
Cristo, porém, como Filho, ou seja, é fiel como Filho. Então, nesse contexto,
mostrando que Jesus, como Sumo Sacerdote, em tudo foi feito semelhante aos
irmãos, para que Ele fosse como Sumo Sacerdote, misericordioso para com o
homem, fiel para com Deus. Ele foi testado em toda a Sua fidelidade. Para que
isso tudo? Olha o final do versículo, continua: ...misericordioso e fiel sumo
sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos
pecados do povo (Hb 2:17). Se Ele não fosse misericordioso e fiel, Ele nem
podia satisfazer a Deus, Ele não seria fiel nas coisas referentes a Deus, então,
não satisfaria a Deus, e nem poderia, por consequência, fazer propiciação
pelos pecados. Porque propiciação, essa é uma das palavras importantes do
Evangelho: propiciação, e ela significa, se quiser resumir numa palavra, a
palavra seria satisfação. Propiciação é satisfação. Jesus propiciar a Deus
significa que Ele satisfez todas as exigências da santidade de Deus que foi
violada por causa do pecado. O homem violou a santidade de Deus, Cristo
satisfez a santidade de Deus. E, porque Ele satisfez, Ele pôde propiciar. Ele
propiciou a Deus, porque Ele satisfez as exigências da santidade violada de
Deus. Então, este é o primeiro contexto, e o versículo 18 diz assim: Pois,
naquilo em que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para
socorrer os que são tentados (Hb 2:18). Você vai ver que em cada
menção, a luz brilha de uma maneira. Aqui está dizendo que o nosso Sumo
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Sacerdote é humano, em tudo semelhante aos irmãos, misericordioso, fiel e
poderoso para socorrer os que são tentados.
A segunda menção está logo à frente. Capítulo 3:1 - Por isso, santos
irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o
Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus. Aqui há uma
outra menção de Jesus como Sumo Sacerdote, muito clara, e o que o contexto
está falando nesta menção? Também é muito precioso. Está dizendo, usando,
agora, as minhas palavras, do capítulo 3:1, está dizendo que Jesus, como
Sumo Sacerdote, ressurreto, celestial, que nós devemos focalizar, a palavra
considerar aí, é a mesma palavra que se usa em astronomia, que significa
enfocar algo, considerar, de onde vem a palavra, por exemplo, espaço sideral,
uma palavra tirada da astronomia. Significa que você vai instalar o seu
telescópio espiritual, e vai focalizar Cristo, somente Cristo. Você não vai
focalizar nada mais que não seja Cristo. Você não vai focalizar as bênçãos de
Cristo, você não vai focalizar o poder de Cristo, você não vai focalizar nem a
Igreja de Cristo, é o foco errado, você não vai focalizar nada, senão Cristo.
Considerai, quer dizer, estica o teu telescópio e focaliza Cristo e só Cristo.
Hebreus 12:2 fala a mesma coisa: olhando firmemente para o Autor e
Consumador da fé, Jesus... Então, está dizendo que esse nosso Sumo
Sacerdote se colocou naquela posição gloriosa de tal forma que Ele é o foco da
nossa vocação. Queria que você atentasse para isso aí. Mais um aspecto
interessante do sacerdócio de Cristo, irmãos. O fato do Senhor Jesus ser esse
nosso Sumo Sacerdote celestial implica em que nós temos uma vocação
direcionada para Ele. Queria que os irmãos atentassem para isso aqui,
olhassem o versículo assim. Ele é o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa
confissão. O autor de Hebreus diz: Considerai atentamente, vós que participais
da vocação celestial. Está conseguindo entender a mensagem aqui? Está
dizendo que só na medida em que nós enfocamos este grande Sacerdote que
nós temos, este que não só fez expiação, mas este que realiza intercessão,
este que não só deu graça, mas este que também dá glória, este que está
conduzindo muitos filhos à glória. Na medida em que nós consideramos o
grande Sumo Sacerdote, a nossa vocação celestial se cumpre. Isso é tão
precioso, irmãos. Não é apenas importante entender na doutrina, não. Isso é
tão prático. Isso significa que se você e eu - vamos aplicar este versículo de
Hebreus 3:1 - enfocarmos qualquer coisa, qualquer coisa, por melhor que ela
pareça, pode ser até a Igreja, como nós falamos. Se você enfocar a Igreja, no
lugar de Cristo, você vai ter como um eclipse. Na Palavra de Deus, Cristo é
comparado ao sol, Ele é o Sol da justiça, a Igreja é comparada à lua, ela não
tem luz própria, ela reflete a glória do sol, assim como a Igreja reflete a glória
de Cristo. Se a lua se coloca na frente do sol, o que nós temos são trevas,
eclipse. A Igreja nunca pode ofuscar a glória de Cristo, a Igreja tem que estar
atrás de Cristo. Então, nem a Igreja pode ser enfocada por nós. Nosso foco é
somente Cristo. Quando nós enfocamos Cristo, nós temos a Igreja. Assim,
quando você tem o Sol, você tem a lua, mas, se nós enfocamos a Igreja, nós
perdemos Cristo, e nós sabemos disso. Existem movimentos espirituais, hoje
em dia, que pregam a Igreja: quando eu conheci a Igreja, quando eu vim para
a Igreja, quando eu conheci a vida da Igreja, a minha vida foi mudada, a
minha vida foi transformada, e parece que a pregação é a Igreja. A nossa
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mensagem é Cristo, e não a Igreja. A glória da Igreja é derivada à glória de
Cristo. Considerai o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão para
quê? Porque nós temos uma vocação celestial para Ele, como está falando no
capítulo 3.
Os irmãos estão vendo o que Cristo, como Sumo Sacerdote, realiza nas
nossas vidas? Ele determinou como Sumo Sacerdote o fato de nós termos uma
vocação para Ele, vocação celestial, e só na medida em que Ele, e somente
Ele, é enfocado por nós, a vocação se cumpre. Se você enfoca trabalho na sua
vida, sua vocação não se cumpre; se você enfoca família na sua vida, por mais
maravilhoso que isso seja, e importante, sua vocação não se cumpre; se você
enfoca dinheiro, sua vocação não se cumpre; se você enfoca a Igreja sua
vocação não se cumpre. Se você enfoca Cristo, a sua vocação se cumpre, a
nossa vocação celestial. Nós, então, caminhamos nessa espiral ascendente,
assim como Jó naquele redemoinho. A nossa vocação celestial. Os irmãos
vejam que importante a visão do Sumo Sacerdote, por isso nós vamos gastar
mais tempo com ela. Não é que o Senhor não seja importante como Rei, é
claro que Ele é, Ele é o eterno Rei, que reina sobre nós e que reinará sobre nós
eternamente. Ele é o eterno Profeta que revela toda a glória de Deus a nós.
Mas Cristo, como Sumo Sacerdote, cumpre a nossa salvação, da graça até a
glória. Então, nós precisamos nos deter neste detalhe.
A terceira menção no livro de Hebreus 4:14-16. São menções diretas,
claras, Cristo é chamado de Sumo Sacerdote. Tendo, pois, a Jesus, o Filho
de Deus, como grande sumo sacerdote (antes de comentar, eu queria
lembrar o seguinte: somente em Hebreus, Cristo é chamado de Sumo
Sacerdote. É claro que, por inferência, Ele é considerado Sumo Sacerdote em
outras epístolas. Paulo, em Romanos 3, por exemplo, fala que Cristo realizou
propiciação, então, Ele é apresentado como Sumo Sacerdote de forma indireta.
Mas Ele nunca é chamado de Sacerdote, nem de Sumo Sacerdote, em nenhum
outro lugar, senão somente em Hebreus, por isso o livro de Hebreus é tão
especial, tão rico, tão profundo, porque somente ele entra nos detalhes mais
profundos do Sumo Sacerdócio de Cristo, tanto no que concerne à expiação,
quanto no que concerne à intercessão, esses dois lados, graça e glória,
expiação e intercessão. Então, aqui é a terceira vez que ele chama o Senhor de
grande Sumo Sacerdote, vamos ver qual é a implicação agora, mais uma, mais
um contexto aqui. Primeiro) que penetrou os céus (já falamos isso, agora
pouco. Ele é essa âncora da alma, que entrou além do véu, fala no capítulo 6.
Aqui diz penetrou os céus, é exatamente a mesma coisa: além do véu,
penetrou os céus é o mesmo sentido) conservemos firmes a nossa
confissão. (Agora, olha aqui o contexto) Porque não temos sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes,
foi ele tentado em todas as coisa, à nossa semelhança, mas sem
pecado (Já falou isso também no capítulo 2:18, a gente já leu isso, Ele foi
tentado e é poderoso para socorrer os que são tentados, mas aqui acrescenta
alguma coisa a mais, olha o verso 16). Acheguemo-nos (aproximemo-nos),
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Aqui
tem mais uma visão linda. Está mostrando que o nosso Sumo Sacerdote, no
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que concerne a esse ministério celestial que Ele tem, está assentado num
trono de misericórdia, é a expressão exata aí do original, a expressão que se
refere ao propiciatório, ou “assento de misericórdia”. Aquela tampa da arca,
onde o sangue era levado pelo sumo sacerdote uma vez por ano no dia da
expiação, onde ele tinha comunhão com Deus, aquele propiciatório, a palavra
no original significa assento de misericórdia. Ali, Deus e o homem podiam se
encontrar, porque ali tinha o sangue, mesmo que o sangue do animal, que era
uma figura, mas, pela fé, Deus recebia aquela oferta, porque era figura do Seu
Filho, do verdadeiro Cordeiro. Deus aceitava, porque era tipo de Cristo, Deus
aceitava porque foi Ele que ordenou, só que Ele ordenou como tipo. Agora,
Hebreus não está falando do tipo, Hebreus está falando da realidade. Hebreus
não está falando da figura, Hebreus está falando da substância. Está dizendo
que o nosso Sumo Sacerdote penetrou os céus, então, quando nós nos
achegamos a Ele, nós temos o nosso Sumo Sacerdote intercessor num assento
de misericórdia. Este é o lugar do Senhor no que concerne à Sua relação com
a Igreja. Ele está no trono da graça. Nós recebemos misericórdia e achamos
graça para socorro por causa dEle ser Sumo Sacerdote. Não por ser Rei, nem
por ser Profeta, mas especificamente por ser Sumo Sacerdote. Mais um
contexto que lança mais luz sobre esse ministério de Cristo como Sumo
Sacerdote. Acheguemo-nos, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia. Por que misericórdia? Porque nós somos pó. Por que
graça? Porque nós precisamos de provisão. Então, estas duas coisas se
combinam: Misericórdia porque nós somos pó, graça porque nós precisamos
de provisão. Graça significa isto, nós precisamos de provisão para podermos
viver a vida cristã, e conseguimos essa provisão achegando-nos ao trono da
graça, ou seja, vivendo esse relacionamento de proximidade, aproximemo-nos,
ou acheguemo-nos, confiadamente, junto ao trono da graça. Onde está a
provisão para viver a vida cristã? Em Cristo. No fato dEle ser o nosso Sumo
Sacerdote. É por isso que o capítulo 3 diz: considerai atentamente, enfoca
Cristo.
Lembra quando o Senhor chamou Pedro de dentro daquele barco para
que ele exercesse a sua fé e caminhasse sobre aquelas ondas? Primeiro eles
achavam que o Senhor era um fantasma. Eles não tinham ainda aquela
acuidade espiritual para discernir o Senhor - nossa, olha aquele fantasma
andando em cima das ondas. Depois descobriram que era o Senhor, e quando
viram que era o Senhor, o Senhor quis encorajar Pedro a exercitar fé, e
chamou Pedro para ir ter com Ele, e Pedro foi muito bem, enquanto estava
considerando atentamente, enquanto estava enfocando esse Senhor. Mas a
palavra diz que o mar estava bem agitado e bem tumultuoso então, Pedro
começou a enfocar as ondas, o vento, e na medida em que ele virou o foco ele
começou a afundar. Mas porque o Senhor é este intercessor eterno, porque
esse ministério dEle não pode ser abalado, a fé de Pedro fraquejou, mas não
mudou o ministério do Senhor, a fé de Pedro afundou, totalmente, mas isso
não mudou a intercessão do Senhor. Ele estendeu a mão para Pedro e o
recolheu, porque o ministério do Senhor não pode afundar nem vacilar. Ele
vive para interceder por nós, mesmo que a nossa fé vacile, a Sua posição não
altera. Esse é só um exemplo, entre tantos, do motivo pelo qual nós
precisamos enfocar Cristo como Sumo Sacerdote. Daí vem a nossa segurança,
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a nossa certeza, a nossa alegria, daí vem a nossa adoração, nosso júbilo,
nosso regozijo, daí vem o nosso culto, daí vem o nosso serviço aos irmãos, daí
vem tudo, daí vem o cumprimento da nossa vocação celestial, é só olhando
para Ele, enfocando Ele, que a nossa vocação vai se cumprir. As vocações
menores que nós temos são apenas parciais, são apenas temporárias. Nossa
vocação de pais, de marido, de irmãos, dos nossos ofícios particulares, isso
são apenas vocaçõezinhas diante dessa soberana vocação, como Paulo fala em
Filipenses, esse alvo, esse chamado, da soberana vocação. Nós só podemos
concretizar essa vocação em nós se enfocarmos Cristo. Considerai
atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote.
Nas outras reuniões vamos examinar os outros textos de Hebreus que
mencionam Cristo como Sumo Sacerdote, e olhar o contexto de novo, e ver o
que é falado dEle nesse sentido, o que é para nós vermos Cristo como Sumo
Sacerdote. Até agora vamos ficar com estes três aspectos: o fato dEle ser
nosso irmão, ter se encarnado, capítulo 2, misericordioso e fiel; o fato dEle ser
aquele, no qual, a nossa vocação se cumpre; e Ele ser aquele que está
assentado no trono da misericórdia, nesse assento da misericórdia. Nas
próximas reuniões a gente vê as outras menções. Amém!
Senhor, te agradecemos, porque o Senhor é esse nosso grande e eterno
Sumo Sacerdote. Como te agradecemos! Como nós temos podido, Senhor, ter
a graça e o privilégio (...)
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