Anticânone outras narrativas sobre a formação social e

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Revista “Epistemologias do Sul: Pensamento Social e Político em/desde/para
América Latina, Caribe, África e Ásia”
DOSSIÊ TEMÁTICO – Chamada Pública
Anticânone e pluriversalidade: formação social e política brasileira desde
perspectivas descentradas
Submissão: https://revistas.unila.edu.br/index.php/epistemologiasdosul
Prazo: 15/07/2017
Organizadores
Prof. Dr. Estevão Rafael Fernandes (UNIR) – [email protected]
Prof. Dr. Marcos de Jesus Oliveira (UNILA) – [email protected]
Um olhar atento sobre o pensamento social brasileiro e seu lugar nas instituições de
ensino e pesquisa indicará a recorrência de nomes como Gilberto Freyre, Sérgio
Buarque de Holanda, Raimundo Faoro, Florestan Fernandes etc., considerados
“pais-fundadores” de temáticas e de modos específicos de interpretar a formação
social e política do país. Embora esses e outros pensadores comumente estudados
tenham sua importância para o entendimento da dita “cor local” e suas
contribuições teóricas sejam inegavelmente relevantes, há inúmeros/as autores/as
cujo trabalho não recebeu a devida atenção.
Neste sentido, este dossiê pretende resgatar a obra, vida e pensamento de
autores/as, escritores/as e artistas esquecidos/as ou pouco debatidos/as pelas
ciências sociais hegemônicas no Brasil, tais como Abdias Nascimento, Guerreiro
Ramos, Lima Barreto, Lélia González, Beatriz Nascimento, Carolina Maria de Jesus,
entre outros/as menos conhecidos/as, com o intuito de refletir sobre suas
contribuições à renovação de questões consideradas clássicas nos estudos e
discussões sobre a formação social e política nacional a fim de expandi-las e
ressignificá-las.
Este dossiê intenta, neste espírito, trazer para o debate sobre a formação social e
política do país as memórias de corpos e de subjetividades racializadas, silenciadas e
marginalizadas, colocando em perspectiva a legitimidade das ciências sociais como
sendo o único lugar de enunciação possível para interpretar a realidade social do
país. Se, em dado momento, as ciências sociais reivindicam para si, com algum grau
de sucesso e [auto-]legitimidade, o monopólio da interpretação legítima da
realidade social, entendemos a importância, política e epistêmica, de dar um passo
na direção da pluriversalidade (MIGNOLO, 2012) como acesso a outros planos nãohegemônicos, invisibilizados e/ou fronteiriços, descolonizando hábitos do
pensamento como forma de fazer dialogar projetos históricos e políticos diversos, o
que exige a produção de interpretações e sensibilidades outras ético-politicamente
orientadas.
Referências bibliográficas
MIGNOLO, Walter. Local histories/global designs: coloniality, subaltern knowledge
and border thinking. Berkeley: Princeton University Press, 2012.
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