Apostila

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TEIA
TEIA DO
DO SABER
SABER
2005
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
COORDENADORIA DO ENSINO DO INTERIOR
DIRETORIA DE ENSINO - REGIÃO DE SERTÃOZINHO
Fundação de Apoio às Ciências: Humanas, Exatas e Naturais
METODOLOGIA DE ENSINO DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS
DA NATUREZA, MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS DO ENSINO
MÉDIO: FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA
TURMA INICIAL- Sertãozinho
Meio Ambiente e Sociedade:
A Ciência que faz
Falta ao Cidadão
Profa. Dra. Maria Lúcia A. M. Campos
Dra. Daniela Gonçalves de Abreu
E
Material Pedagógico para uso do professor
Venda Proibida
(16) 3602-3670 e-mail:[email protected]
Acompanhe a programação pela internet: http://sites.ffclrp.usp.br/laife
Coordenação Geral
Prof. Dr. Mauricio dos Santos Matos
TEIA DO SABER 2005
Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial)
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE:
A CIÊNCIA QUE FAZ FALTA AO CIDADÃO
Profa. Dra. Maria Lúcia ª M. Santos e Dra. Daniela Gonçalves de Abreu
APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES DO MÓDULO DE ENSINO
(
M. Lúcia A. M. Campos: Formada em Licenciatura e Bacharelado em Química pela UFSCar
(1985), fez mestrado na área de Química Analítica na UNICAMP (1988) e se doutorou em Oceanografia Química pela Universidade de Liverpool na Inglaterra (1992). Entre os anos de 1992 e 1996 trabalhou como Pesquisadora na Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, na Inglaterra. No Brasil, trabalhou como Professora Visitante na Fundação Universidade do Rio Grande, no
curso de Oceanografia, e na Universidade Federal de Santa Catarina no curso de Química. É docente
do Departamento de Química da FFCLRP- USP de Ribeirão Preto desde 2001, coordenadora do Laboratório de Química Ambiental, e desde 2004 assumiu a coordenadoria do Centro de Ensino Integrado
de Química.
( Daniela Gonçalves de Abreu: Bacharel (1997) e Licenciada em Química (2000), Mestre (2000) e
Doutora em Ciências (2003) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). Professora do Curso de Licenciatura em Química (desde
2002) e do curso de Especialização em Educação Química da Universidade de Franca (UNIFRAN)
(desde 2003). Contratada como Educadora do Departamento de Química da FFCLRP/USP desde
2002. Desenvolve atividades relacionadas ao ensino de Ciências junto às escolas da rede pública da
região de Ribeirão Preto como participante ativa do CEIQ (Centro de Ensino Integrado de Química).
“A natureza achará uma solução para a poluição causada pela civilização.
A questão que permanece é se os seres humanos estão incluídos ou não.”
Mikhail Gorbatchev
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Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial)
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PROGRAMAÇÃO (Profa. Daniela G. de Abreu)
7h50 ás 8h30
Introdução geral ao tema, retomada dos temas anteriores.
8h30 às 8h50
Resolução do questionário apresentado, com o objetivo de diagnosticar quais são as a-tividades de
educação ambiental que vem sendo realizadas nas escolas dos professores participantes.
8h50 às 10h30
Leitura e discussão do texto 1. Contraposição com as respostas das questões respondi-das no questionário. Discussão do impacto destas atividades na preservação efetiva do meio ambiente.
10h30 às 10h50
Intervalo
10h50 às 12h00
Reflexões sobre as contribuições individuais para o efeito estufa, a partir da análise de figuras e discussão de questões problemas. Discussão das informações contidas nos textos 2, 3 e 4. Construção de
uma tabela contendo proposições de atitudes que pode-riam ser tomadas no âmbito individual, escolar,
municipal, nacional e global para evi-tar a degradação do meio ambiente.
12h00 às 13h00
Apresentação e discussão das propostas. Resolução de uma situação problema.
PROGRAMAÇÃO (Profa. Maria Lúcia A. M. Campos)
7h50 às 8h30
Introdução geral ao tema, e retomada dos temas anteriores.
8h30 às 9h00
Resolução de questionário.
9h00 às 10h30
Discussão das questões do questionário contrapondo os conceitos científicos envolvi-dos e as concepções prévias dos professores. Apresentação de diferentes recursos pe-dagógicos que podem ser utilizados em sala de aula.
10h30 às 10h50
Intervalo
10h50 às 12h00
Continuação da discussão.
12h00 às 13h00
Serão formados grupos para resolução de uma situação problema reunindo conceitos das diferentes
áreas.
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APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
y Caros Professores:
Pode-se dizer que os meios de comunicação veiculam várias frases de efeito que povoam o mundo do consumo e da propaganda em que vivemos. Produtos a venda de um lado,
consumidores de outro e uma sofisticada indústria de marketing que constrói grandes mentiras, a partir de pequenas verdades. São exemplos citados por Bizzo e Kawasaki (1999): “óleo
de soja sem colesterol”, “alfaces naturais”, “indústrias não impactantes”, etc. O consumidor
não questiona, acredita e compra. Além disso, grandes indústrias “preocupadas com o meio
ambiente” incentivam a reciclagem de produtos, como por exemplo, o plástico e latas de alumínio e indiretamente incentivam um maior consumo dos mesmos. As pessoas participam
sem nenhum questionamento. Tal situação revela o baixo nível de instrução do cidadão e a
necessidade de uma escola básica que lhe proporcione educação científica de qualidade. Além
disso, apesar da educação ambiental estar presente em duas de cada três escolas brasileiras
(Girardi, 2004) é preciso refletir sobre a qualidade e o impacto das atividades realizadas. É
neste momento que surge a necessidade de uma escola que forme cidadãos críticos, a partir de
conhecimentos de Biologia, Química, Física, História, Geografia, Português, Matemática,
enfim, de uma ciência que ajude a compreender os fenômenos e processos que ocorrem no
meio ambiente e que fundamentem os nossos valores, ideais, ações e tomada de decisões.
A partir das concepções prévias dos professores sobre determinados temas ambientais,
pretende-se trabalhar conceitos científicos que fazem falta ao cidadão, para que ele compreenda as questões ambientais, veiculadas nos meios de comunicação, em sua totalidade e a sua
responsabilidade na diminuição ou eliminação do problema, podendo exercer de forma consciente a cidadania.
A temática ambiental é um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (SEF/MEC, 1998) e, por isso, deve “transversalizar” e “integrar” as áreas e
disciplinas já existentes no currículo escolar:
“Por serem questões sociais, os temas transversais têm natureza diferente das áreas
convencionais. Tratam de processos que estão sendo intensamente vividos pela sociedade,
pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e alternativas, confrontando posi-
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cionamentos diversos tanto em relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à
atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam transformações macrosociais e também
atitudes pessoais, portanto, ensino e aprendizagem relativos a estas duas dimensões.”
SEF/MEC, 1998, p. 26
O mero repasse de conceitos e informações não educa, e até certo ponto, dificulta a
motivação do indivíduo, pois ante a avalanche de informações que recebe, o aluno se sente
incapaz frente à dimensão real do problema. Então como educar o indivíduo para que ele
reconheça o problema e deixe de agredir o meio ambiente?
Desde as primeiras experiências e implementações pioneiras da Educação Ambiental
(EA) no Brasil, o aspecto ecológico vem sendo enfatizado e restrito, algumas vezes, às disciplinas de Ciências (Ensino Fundamental) e Biologia (Ensino Médio). A reciclagem de materiais tem sido uma prática comum nas escolas, em projetos que objetivam a abordagem da EA e
a conscientização dos alunos sobre os problemas ambientais. No entanto, experiências de variadas formas têm demonstrado que conhecimento e conscientização, não bastam para uma
educação ambiental efetiva. Para terem efeito, as ações ambientais na escola devem ser acompanhadas de uma sensibilização do papel de cada um. Faz-se imperativo uma mudança de
estratégias e enfoques que permitam dar um passo crucial para frente; um passo a partir do
conhecimento e consciência para a ação preventiva e resolução real e efetiva [Pedrini, 1997].
Neste contexto, durante este curso, pretende-se resgatar com os professores algumas
práticas que têm sido desenvolvidas na escola com o objetivo de abordar a EA e qual o impacto das mesmas, na formação de um indivíduo mais consciente sobre o seu papel na questão
ambiental.
Desta forma, nesta oficina pretendemos contribuir para reflexões sobre:
a) um ensino de ciências naturais de forma integrada e contextualizada, possibilitando
a abordagem de aspectos naturais e sócio-ambientais, em seu nível local, regional e global;
b) desenvolver aspectos científicos que fazem falta ao cidadão para compreensão dos
fenômenos ambientais que vem sendo divulgados pela mídia, e ao mesmo tempo se tornar um
consumidor mais consciente;
c) a abordagem da educação ambiental no ensino de ciências, envolvendo conhecimentos científicos, valores e tomada de decisões partindo do âmbito pessoal, até o global.
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Referências:
BIZZO, N. e KAWASAKI, C.S. Projeto: Revista de Educação: Ciências: que temas
eleger? Porto Alegre: Projeto, 1(1):25-34, 1999.
GIRARDI, G. Folha de São Paulo- Sinapse, de 26 de outubro de 2004.
BRASIL/SEF/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: temas transversais: meio ambiente e saúde. Brasília: SEF/MEC, 1997.
PEDRINI, A.G. Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. 4a. edição. São Paulo: Editora Vozes, 1997.
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Questionário (Profa. Daniela G. de Abreu)
1. Você é Professor(a) da área de:
2. Você atua:
particular)
só na rede pública
matemática
física
química
só na rede particular
biologia
nas duas redes (pública e
3. Você já desenvolveu atividades de educação ambiental nas escolas em que atuou como professor(a)? sim não
4. Em caso afirmativo na questão anterior:
5. Descreva brevemente quais foram as atividades de educação ambiental desenvolvidas.
6. Foi possível observar mudanças de atitude dos alunos que participaram das atividades
de educação ambiental? sim
não.
7. Cite três ações suas que contribuem para aumentar o nível de CO2 na atmosfera.
8. Existe relação entre desmatamento e efeito estufa?
9. O fato do homem respirar contribui com o efeito estufa?
sim
não
sim
não
10. Se uma pessoa comprou um carro 0 km movido a gasolina e ainda não o retirou da
concessionária, pode-se afirmar que este carro ainda não contribuiu para o aumento da
concentração de CO2 na atmosfera? verdadeiro
falso
11. Quem é o maior poluidor: o pobre ou o rico?
pobre
rico
depende
Questionário (Profa. Maria Lúcia A. M. Campos)
Você é Professor(a) da área de:
matemática
física
química
1. Assinale os gases que NÃO são causadores do efeito estufa:
SO2
H2O
NO2
CFCs
CO2
O3
CH4
biologia
SF6
2. Cite 3 ações suas que contribuem para aumentar o nível de CO2 na atmosfera.
3. O que você espera que aconteça ao nível do mar se grandes quantidades de gelo nos
mares do Ártico derreterem?
aumente
diminua
não se altere
4.
É possível saber qual era a concentração atmosférica de CO2 há milhares de anos atrás?
sim
não
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5. Há provas de que em várias ocasiões na história do planeta (milhares de anos), a temperatura aumentou muito, sem que houvesse a contribuição da poluição causada pelo
homem. Portanto, pode-se concluir que o aquecimento do planeta que se vê atualmente pode ser decorrente de um processo natural.
falso
verdadeiro
6. Você acha possível que o planeta sofra um resfriamento como conseqüência do efeito
estufa?
sim
não
7. A diminuição da espessura da camada de ozônio (conhecida como “buraco” da camada de ozônio) poderia levar a um aumento do efeito estufa por que permitiria uma
maior penetração de radiação ultravioleta na superfície da Terra.
falso
verdadeiro
8. O ar condicionado “ecológico” que vemos anunciados em ônibus de Ribeirão Preto,
ou em lojas, tem essa denominação porque não polui e nem destrói a camada de ozônio.
falso
verdadeiro
9.
Suponha que 1 litro de gasolina gere a mesma quantidade de CO2 para a atmosfera
que 1 litro de álcool extraído da cana de açúcar, então poderíamos concluir que ambos
os combustíveis contribuem da mesma forma para o aumento do efeito estufa?
sim
não
10. Um dos motivos (além da questão da fuligem) que leva a queimada da palha da canade-açúcar ser indesejável é devido à emissão de CO2 para a atmosfera durante o processo da queimada.
falso
verdadeiro
11. A grande vantagem do álcool (etanol) utilizado como combustível de automóveis é
que este não polui.
falso
verdadeiro
12. Cite a principal origem dos seguintes gases:
SO2
NO2
CFCs
CO2
Tarefa 1
Leia o texto 1 e discuta-o em grupo de até quatro pessoas. Cada grupo deve anotar a síntese
das conclusões, para posterior apresentação e discussão no “grande grupo” (toda turma). Pretende-se contrapor os objetivos da Educação Ambiental e as estratégias que vem sendo adotadas nas escolas para a implantação da mesma.
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Texto 1:
Este texto discute a abordagem da educação ambiental em escolas brasileiras e foi extraído da
Folha de São Paulo - Caderno Sinapse, de 26 de outubro de 2004:
HORA DE AMADURECER – Apesar de a educação ambiental estar presente em duas de cada três escolas brasileiras, especialistas afirmam que
falta qualidade às aulas.
Giovana Girardi, free lance para a Folha de São Paulo
Em junho deste ano, o INEP (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas educacionais
Anísio Teixeira) divulgou dados do censo escolar apontando que 65% das escolas de Ensino
Fundamental no Brasil oferecem algum tipo de Educação Ambiental. Mas o dado, que a primeira vista poderia ser encarado como animador, merece uma reflexão. Que educação ambiental é oferecida em nossas escolas?
Ter uma horta no fundo do quintal, plantar árvores em datas comemorativas ou oferecer latões coloridos para fazer a coleta seletiva do lixo pode não significar muita coisa. Para
ter efeito, essas ações precisam estar acompanhadas de uma sensibilização para os problemas
ambientais e para o papel da cada um nisso, alertam especialistas ouvidos pelo Sinapse.
“Chegamos à quantidade, agora é importante pensar na qualidade do que está sendo ensinado”, afirma Guilherme Blauth, coordenador da ONG Harmonia da terra, que atua com a formação de educadores ambientais em Santa Catarina.
A demanda pela discussão é tanta que motivou neste ano o lançamento de vários livros
sobre o assunto, além da realização de dois congressos. O Congresso Mundial de Educação
Ambiental aconteceu em setembro, com coordenação da FIOCRUZ e da associação Brasileira
de Ciência. De 3 a 6 de novembro, os ministérios da Educação e do Meio Ambiente realizam
o 5o. Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, evento que não ocorria desde 1997. A principal preocupação de toda essa mobilização é fazer com que a EA faça sentido para a vida dos
alunos, professores e comunidades e possa servir como instrumento para uma sociedade sustentável.
“É nas práticas pedagógicas cotidianas que a EA poderá oferecer uma possibilidade de
reflexão sobre alternativas e intervenções sociais, nas quais a vida seja constantemente valorizada e os atos de deslealdade, injustiça e crueldade possam ser repudiados”, defende Marcos
Reigota, professor da Universidade de Sorocaba, que fez parte da mesa de abertura do congresso mundial.
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Há tempos o termo sustentabilidade não é exclusivo aos ambientalistas, mas o fato de
ter entrado no discurso das pessoas ainda não basta para reverter os estragos no ambiente. É
nesse vácuo que uma educação ambiental bem feita pode surtir efeito, esperam os especialistas.
“Nunca houve tanta informação sobre ambiente quanto hoje, no entanto nunca se degradou tanto. Precisamos fazer com que a boa vontade desses professores não reme na direção
contrária”, afirma Marcos Sorrentino, coordenador do Programa de EA no Ministério do Meio
Ambiente. “Queremos que estas ações produzam uma compreensão histórica de causas e conseqüências”.
Uma das atividades que corre o risco de seguir na direção contrária, de acordo com
Sorrentino, são os programas de coleta seletiva e reciclagem. “Sem reflexão, eles podem estimular um consumo maior”. Ele explica que é o que ocorre, por exemplo, quando a escola
premia o aluno que traz mais latinhas. “É preciso ter coerência. Em vez de simplesmente depositar nos locais certos, é melhor substituir o copo de plástico pela caneca de cerâmica e evitar o isopor”, completa Blauth.
A preocupação também está norteando o Governo. Neste ano, o MEC deu início a um
programa de formação de 32 mil professores em todo o Brasil, sob o tema “Consumo sustentável com abordagem científica, de políticas públicas e sugestões de atividades em sala de
aula”. “Queremos que eles percebam que nem tudo é consumível”, diz Rachel Trajber, coordenadora geral de EA no ministério.
Além desta diretriz e dos conceitos gerais passados aos professores, o programa do
MEC pretende que cada escola aborde a EA a partir das necessidades locais. É o famoso
“pensar globalmente, agir localmente”, que tem sido destacado por especialistas da área.
“Não basta falar da Amazônia quando a praça em frente está destruída. As questões
globais tem de ser compreendidas, mas antes é importante perceber o entorno em que vivemos”, diz Blauth. Para conseguir isso, a primeira coisa a fazer é aprender na prática. É o que
estão fazendo escolas de Embu, na Grande SP, em um projeto idealizado pelo Instituto Ciência Hoje, organização ligada a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), com
a Prefeitura da cidade.
Com o projeto Embu na Onda do Mar, os alunos das quartas séries do ensino fundamental das escolas municipais saem a campo, em um determinado período do ano, para investigar problemas da cidade, localizada em área de mananciais e cercada por rios poluídos.
Quem aprende primeiro são os professores. No curso de formação, eles são orientados
a mudar a forma tradicional de ensino. Em vez de se basearem apenas no livro didático, des-
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cobrem que fazer atividades relacionadas aos interesses da comunidade é mais interessante.
“Esse processo é impressionante. No primeiro programa, percebemos que muitos professores
não tinham idéia do que poderia ser feito em educação ambiental”, diz Ricardo Madeira, superintendente do ICH.
Antes de sair da escola, os alunos formulam questões sobre fatos da natureza que devem ser observados. Na coleta de dados, elaboram hipóteses e, quando voltam para sala de
aula, se mobilizam para encontrar as respostas. Para isso usam recursos com experiências,
pesquisas em livros, revistas, internet e até entrevistas com especialistas.
A etapa seguinte é passar um dia na Baixada Santista, onde podem comparar os ecossistemas da cidade e do litoral. Depois, as turmas trocam informações. Ao final da expedição,
todos vão à praia. “Eles aprendem se divertindo. Apesar da agitação por conta da viagem e do
mar, que muitos nunca viram, todos sabem que tem muito trabalho a fazer e sempre põem a
mão na massa”, conta Maria Del Carmen Chude, diretora pedagógica do Programa Ciência
Hoje de Apoio à Educação, que coordena o projeto.
Por meio desta abordagem, vários assuntos passam a fazer sentido. Por exemplo, ao
compararem a água do rio na nascente e na cidade, os alunos percebem que a poluição é causada pelo homem. “Eles vêem que antes, a cidade deles também tinha mata atlântica e compreendem o impacto da degradação ambiental”, explica Maria Del Carmen.
Outro resultado positivo é que, realizada desta forma, a educação ambiental se torna
um tema transversal em todas as disciplinas. De um modo geral, as escolas tem restringido o
assunto aos professores de ciências, biologia ou geografia – ou mesmo criam uma disciplina
para tratar do assunto. “Não é raro ver escola que separa saúde e ambiente, que não relaciona
o desmatamento ao surgimento de uma endemia como a malária”, critica a bióloga da
FIOCRUZ, Danielle Grynszpan, que coordenou o Congresso Mundial de EA.
“Isso empobrece o trabalho. Educação Ambiental é uma forma de ver o mundo. Tem
de ser uma prática integrada e contínua em todos os níveis de ensino”, completa Rachel Trajber, do MEC.
Para formar educadores ambientais, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária) lançou a coleção de cinco livros “Educação Ambiental para o desenvolvimento
sustentável”, (Globo, R$ 37 cada um). “A idéia é que qualquer pessoa possa desenvolver um
projeto na área”, diz Valéria Sucena Hammes, coordenadora da proposta.
Para terem efeito, ações ambientais na escola devem ser acompanhadas de uma sensibilização e do papel de cada um.
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Um bom exemplo de transversalidade vem ocorrendo na escola da Fundação Bradesco
em São João Del Rei (MG). Há dois anos, a fundação decidiu incluir a educação ambiental
nas escolas, com um professor responsável pelas aulas. Mas não deu certo. Não havia integração com as outras disciplinas, e a aula acabava repetindo o conteúdo de outras. Hoje a cadeira
ainda existe, mas o conceito é outro.
Para começar, foi chamado um profissional diferente para ensinar: um engenheiro agrícola, cujo papel não é dar aulas, mas ajudar no planejamento dos professores. No começo
do ano, ele avalia os currículos, reúne-se com cada um dos docentes e sugere desde inserções
simples de questões ambientais em aula até projetos maiores, como estudos de campo. “Em
matemática, por exemplo, quando se estuda regra de três ,é possível fazer a conta: quantas
árvores são necessárias para fazer um livro?”, explica Waldir Alves Pereira Júnior, responsável pelo trabalho.
Com a orientação do professor, os alunos da quarta série produziram um livro de
receitas com ingredientes normalmente desprezados, como folha de beterraba, casca de batata
e caroço de melancia. Com outra turma, reuniu os conteúdos de geografia, português e
ciências em uma visita ao supermercado – o fato observado: a substituição de vidro por
plástico em embalagens. Em ciências, avaliaram o impacto na natureza. Em geografia,
conheceram conceitos de industrialização. Em português elaboraram cartas para empresa
questionando a mudança.
O professor coordena ainda projetos amplos, que envolvem a escola inteira, como a
reciclagem de papel e a transformação dos restos de comida em adubo para horta orgânica.
“Fechamos um ciclo por meio do qual a escola consome o que ela própria produz. E os restos
voltam a alimentar essa produção”, explica Pereira Júnior.
Toda sala de aula tem um latão específico para o depósito de papel branco, que vai depois para uma mini-usina de reciclagem, manuseada pelos próprios estudantes. O que é reciclado ali volta para o uso da escola e da comunidade na forma de convite, cartão, diploma,
cardápio, livro, embalagem, porta-retrato, etc.
Em outra frente, os alunos trabalham o desperdício de alimentos na merenda e encaminham para a composteira – onde restos orgânicos são transformados em adubo. Eles também cuidam um minhocário, que serve para a obtenção de húmus. A produção alimenta a horta, que alimenta a escola. “Se quisermos uma escola verde, nada poderá ser perdido. Aqui a
gente transforma tudo”, diz Pereira Júnior. Uma etapa importante da construção da sociedade
sustentável depende agora desses alunos. “Nossa intenção é que eles sejam multiplicadores de
conhecimento, levando esses conceitos para casa.”
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Texto 2:
Extraído de http://www.estadao.com.br/rss/ciencia/2005/mai/12/71.htm (CIÊNCIA E MEIO
AMBIENTE , Quinta-feira, 12 de maio de 2005 - 12h32)
Brasil é tetracampeão em reciclagem de latas
São 25 milhões de latas de alumínio para bebidas recicladas por dia. Em 2004, foram
recicladas 95,7% das latas usadas.
São Paulo - O Brasil recicla 25 milhões de latas de alumínio para bebidas por dia. Essa
marca fez com que o País se mantivesse, pelo quarto ano consecutivo, na liderança do ranking
mundial de reciclagem de latas. Em 2004, foram recicladas 95,7% das latas usadas, 6,7 pontos
percentuais acima da marca atingida em 2003.
O levantamento inclui apenas os países em que a atividade não é obrigatória por lei,
como Japão e Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS).
Ao todo, 121 mil toneladas de latas de alumínio foram recicladas em 2004, ou cerca de
9 bilhões de latas. O reaproveitamento desse tipo de sucata tem levado o Brasil ao topo do
ranking mundial desde 2001.
“Esses números contemplam apenas empresas legalizadas e não pequenos negócios informais. Com isso, o índice de reciclagem de latas pode chegar a 99%”, disse Elder Rondelli,
da Comissão de Reciclagem da ABAL.
A indústria do alumínio representa 3,3% do PIB industrial brasileiro.
“Isso significa que a injeção de R$ 1,4 bilhão na economia em 2004, sendo R$ 450 milhões apenas na etapa de coleta. Esse volume de negócios incentiva a criação de equipamentos
e de sistemas para reciclagem cada vez mais eficientes, possibilitando um desenvolvimento
tecnológico mais amplo para o setor”, afirma Rondelli.
Segundo os especialistas, esse resultado positivo é fruto da soma de vários aspectos,
entre eles o alto valor da sucata de alumínio aliado à sua grande disponibilidade durante todo
o ano. Outro ponto é que o mercado de reciclagem do alumínio já está estabelecido em todas
as regiões do Brasil, com uma ampla estrutura de processamento e transporte.
Um dos fatores que mais contribuíram para o progresso da reciclagem no País foi o
engajamento da classe média. Entre 2000 e 2004, cresceu de 10% para 19% a participação de
condomínios e de clubes na coleta de latas usadas.
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“A crescente conscientização da população quanto à necessidade de reciclagem de
embalagens é uma das principais causas do sucesso desse tipo de atividade”, aponta Rondelli.
Texto 3:
extraído de http://www.radiobras.gov.br/ct/sos.htm - acessado em 28/08/2005, às 10h55.
Reciclagem e economia
A adoção de medidas recicláveis gera não apenas vantagens para a economia mas
grandes ganhos na qualidade ambiental que têm reflexos na população das cidades. Eis alguns
exemplos:
o Cada tonelada de papel reciclado representa 3 m³ de espaço disponível nos aterros sanitários;
o A energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente
para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante quatro horas;
o Com a reciclagem de uma lata de alumínio economiza-se o suficiente para manter ligado um aparelho de televisão durante 3 horas;
o 1 tonelada de papel reciclado significa economia de três eucaliptos e 32 pinus, árvores
usadas na produção de celulose;
o Na fabricação de 1 tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2 mil litros de
água, ao passo que no processo tradicional esse volume pode chegar a 100 mil litros
por tonelada;
o O Brasil só recicla cerca de 30% de seu consumo de papel;
o O vidro é 100% reciclável e o Brasil só recicla cerca de 14,2% do vidro que produz e
consome;
o Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 Kg de minério de
ferro, 454 Kg de carvão e 18 Kg de cal, sem perda da qualidade;
o Em 1999, durante o carnaval de Salvador (BA), foram coletadas nas ruas o equivalente
a 55 toneladas de latinhas de alumínio;
o Dados de 1999: o Brasil posiciona-se em primeiro lugar no ranking mundial de reciclagem de alumínio, desbancando os Estados Unidos.
Fontes: Limpurb e Programa de Educação Ambiental do Projeto Metropolitano de
Salvador.
Texto 4:
Extraído da Folha On-line (20/07/2004 - 11h24)
Amazônia coloca Brasil na lista dos países mais poluentes
As queimadas na Floresta Amazônica colocaram o Brasil na lista dos dez países mais
poluentes do mundo, de acordo com um estudo que pode pressionar o governo federal a combater a destruição da floresta.
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Dentro de alguns meses, o governo deve publicar um relatório sobre as emissões de
gás carbônico (CO2),principal responsável pelo efeito estufa, que deve desafiar a visão de que
a Amazônia "é o pulmão do mundo".
Em vez disso, o estudo diz que a maioria do gás carbônico emitido pelo Brasil, que
contribui para o aquecimento global, vem de fumaça relacionada com o desmatamento da
Amazônia, e não de combustíveis fósseis que são os responsáveis pela emissão de gases na
maioria dos países.
Paulo Moutinho, pesquisador da ONG Instituto para Pesquisa da Amazônia, disse que
o relatório deve mostrar que o Brasil produz cerca de 300 milhões de toneladas de dióxido de
carbono por ano, sendo que 200 milhões vêm da floresta tropical.
Esse número coloca o Brasil acima de economias como o Canadá e a Itália e entre os
dez maiores poluentes do mundo. "O relatório será extensivo, mas ele certamente vai fazer
com que o país olhe com mais cautela para as emissões de gás carbônico", afirmou Moutinho
à agência de notícias Reuters. "Será o reconhecimento oficial das grandes queimadas e desmatamentos na Amazônia".
No ano passado, foi registrado o segundo maior índice de destruição da Floresta Amazônica de todos os tempos: uma área de 5,9 milhões de acres foi destruída pela ação de queimadas e atividades de madeireiros na região.
Texto 5:
Extraído da Folha On-line (05/06/2005 - 18h22)
Madeira de obras públicas em SP deve ter procedência legal
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), e o prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB), assinaram um decreto que proíbe
o uso de madeira nativa sem procedência legal para obras e serviços públicos.
O objetivo da iniciativa é diminuir o desmatamento ilegal da Amazônia, já que a madeira utilizada deverá ter a ATPF (Autorização de Transporte de Produtos Florestais) emitida
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) ou pelo
órgão estadual competente.
Além do decreto, a prefeitura firmou termo de compromisso com o Greenpeace,
garantindo que o município não vai utilizar madeira de origem ilegal e de desmatamentos
criminosos.
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Com o documento, a cidade de São Paulo passa a fazer parte do programa Cidade Amiga da Amazônia. No Estado, outras cidades aderiram ao programa desenvolvido pelo Greenpeace, entre elas Barueri, Guarulhos, Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Ubatuba. De acordo com o Greenpeace, uma de cada cinco árvores cortadas na Amazônia segue para o estado de São Paulo.
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a Secretaria do Verde fez o
plantio de 500 mudas de espécies nativas no Parque Tiquatira, na Zona Leste.
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Tarefa 2
Em grupo de até 4 pessoas, construa uma tabela que contenha propostas de ações que possam
contribuir para não degradação do meio ambiente, no âmbito:
o pessoal (o que você pode fazer?);
o escolar ( o que a escola pode fazer?);
o municipal (o que o setor público de sua cidade pode fazer?);
o nacional ( O que o país pode fazer?);
o global (O que todos os países podem fazer)?.
Cada grupo deverá apresentar e discutir duas proposições com os demais grupos.
Resolução de situação-problema:
Problema 1: Considerando que para cada litro de gasolina queimada, 2,2 kg de CO2 é lançado
para a atmosfera, calcule quanto você emite de CO2 só indo de casa para a escola durante o
ano letivo. Discuta com os colegas as variáveis envolvidas na questão e possíveis ações para
minimizar a sua contribuição na emissão desse gás.
Exemplo resolvido de situação problema:
Supondo que você pega ônibus todos os dias para ir e voltar da escola, calcule quanto
de CO2 você estaria emitindo (em massa) para a atmosfera durante o ano escolar. Compare
com a emissão de CO2 se você fosse de carro para a escola todos os dias. Primeiramente
calcule quantos gramas de CO2 é gerado pela queima de 1 L de gasolina.
o
o
o
o
o
Assumir:
a gasolina é constituída apenas de octano;
densidade da gasolina é 0,72 g/cm3;
o ônibus gasta 1 L de diesel durante o trajeto para a escola contando ida e volta;
o ônibus tem em média 30 pessoas viajando nele;
o carro e o ônibus gastam a mesma quantidade de combustível para percorrer o
trajeto.
Resposta:
Combustão do octano:
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C8H18 + 12,5 O2 8 CO2 + 9H2O
Vemos que 1 mol de gasolina produz 8 moles de CO2. Agora vamos transformar em
massa considerando que a densidade da gasolina é 0,72 g/cm3.
Transformando 1 L de gasolina em massa:
d = m/v = 0,72 portanto 1000 mL (1 L) de gasolina tem 720 g ou 0,72 kg
Transformando mol em grama:
1 mol gasolina = 114g
Quantos moles temos em 720 g (1 L):
n= m/MM n = 720/114 = 6,3 mol
Se queimarmos 720 g (1 L) de gasolina qual a massa de CO2 gerada?
1mol gasolina __________ 8 mol CO2
6,3 mol (1L) __________ x
x = 50,5 mol ( 1 mol CO2 = 44 g) portanto, 50,5 x 44g= 2223 g ou 2,22 kg
número de semanas de aula = 40
número de dias em cada semana = 5
portanto, o números de dias letivos no ano = 5x40= 200 dias
200 dias equivale ao uso de 200 L de gasolina
1 L gasolina __________ 2,22 kg CO2
200 L ______________ y
y = 444 kg CO2 por ano letivo
Porém, no ônibus temos que dividir essa emissão por cerca de 30 pessoas,
considerando que o ônibus está sempre cheio.
Assim pode-se concluir que se a pessoa viaja de carro para a escola ela emitiria 492
kg de CO2 por ano na atmosfera (só durante o ano letivo). Outra pessoa que viaja de ônibus
emitir
Problema 2: O gás de cozinha é constituído principalmente de uma mistura de propano e butano. Para simplificar os cálculos, vamos considerar que um botijão de 13 kg (o mais comum
nas casas) contenha apenas butano. Calcule quantos quilogramas de CO2 é emitido para atmosfera considerando a combustão completa de todo gás desse botijão.
MM C4H10 = 58
C4H10
(g)
+ 13/2 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O (v)
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☺ Para discutir:
Procure saber quanto tempo dura um botijão de gás na sua casa e calcule o quanto de CO2 sua
família emite para a atmosfera por ano por meio desta atividade. Você também pode fazer o
cálculo de emissão de CO2 per capta na sua família.
Problema 3: Você já parou para pensar que o simples ato de queimar carvão durante um churrasco contribui para aumentar o efeito estufa? Então vamos estimar o quanto de CO2 emitimos
durante um churrasquinho familiar num final de semana... Supondo que foram queimados um
saco de 5 kg de carvão, calcule a massa de gás carbônico produzido tomando por base a equação de combustão do carvão:
C(s) + O2 (g) → CO2 (g)
Texto 6:
Texto escrito pela professora Lúcia Campos
Efeito Estufa
Sol
Para reflexão:
o Por que existe uma preocupação tão grande com relação ao efeito estufa?
o O que pode ser feito para diminuir o efeito
Terra
estufa? O que cada um de nós pode fazer?
O que é efeito estufa?
Você já pensou porque o interior do carro com os vidros fechados se aquece tão rapidamente? O sol emite radiações em todos os comprimentos de onda, mas a maior parte está
dentro da faixa da luz visível (de 380 a 750 nm – Figura 1), que passa pelo vidro para dentro
do carro. Parte dessa energia é absorvida pelos materiais no interior do carro e parte é refletida
de volta. Essa energia refletida é a radiação infravermelha (de 4 a 40 µm), que por ter um
grande comprimento de onda não passa pelo vidro, ficando aprisionada. Sendo assim fica fácil
deduzir que haverá um armazenamento de energia dentro do carro provocando um aumento
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na temperatura, pois nem toda a energia que entrou sairá. Esta pode ser considerada uma analogia para o efeito estufa global.
Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o vapor de água (H2O) funcionam como um ‘telhado’ ao redor da Terra, impedindo que a energia do sol absorvida pela
Terra durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra, o que faz com que a temperatura média do nosso planeta seja em
torno de 15°C. A esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome de efeito estufa. Se
não existisse o efeito estufa a temperatura média na Terra seria em torno de –15°C.
Raios
gama
Raios-X
Infravermelho
UV
Microondas
Ondas de
rádio
luz visível
Comprimento de onda aumenta
Energia aumenta
Figura 1: Espectro da luz solar.
Por que a preocupação com o efeito estufa?
Se o aquecimento da Terra pelos gases estufa permite que o nosso clima seja mais ameno, então por que nos preocupar com o efeito estufa? O grande problema é que o efeito
estufa está aumentando muito rapidamente neste último século, pois está havendo uma alta
emissão de gás carbônico para a atmosfera, principalmente devido à queima de combustíveis
fósseis (carvão, gasolina, diesel) e às queimadas das florestas. Neste último século, a temperatura do nosso planeta aumentou em 0,5 oC. Pode parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para abalar o clima do planeta.
O gás carbônico não é o único gás capaz de impedir que a radiação infravermelha emitida da Terra escape. Na verdade este contribui com cerca de 53 % do total dos gases estufa,
sendo que outros gases produzidos pelas atividades humanas também contribuem para o efeito estufa: metano (17%); CFCs (12%), e óxido nitroso (6%), entre outros (Tabela 1). Além de
estar em maior porcentagem, a concentração do gás carbônico vem aumentando rapidamente
nas últimas décadas.
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Tabela 1: Concentração na atmosfera atual dos principais gases de efeito estufa, seu Potencial
de Aquecimento Global (P.A.G.) e sua contribuição para o aquecimento que se observa atualmente.
Gás
Concentração
P.A.G.
Contribuição
CO2
370 ppm
1
53 %
CH4
1750 ppb
23
17 %
CFCs
12 %
CFC533 ppt
6500
12(exemplo)
N2O
285 ppb
310
5%
A Tabela 1 mostra que cada molécula de metano absorve com uma eficiência 23 vezes
maior os raios infravermelhos que o gás carbônico. Já uma molécula de CFC-12, gás muito
utilizado em geladeiras, tem um poder de aquecimento por molécula, 6.500 vezes maior que o
gás carbônico. A maior fonte de óxido nitroso está nos processos naturais devido às atividades
biológicos no solo e nos oceanos, mas a manipulação do solo pelo homem incluindo o uso de
fertilizantes vem aumentando a emissão desse gás para a atmosfera.
Se a emissão de gás carbônico continuar aumentando na mesma velocidade dos últimos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar tanto que os desastres previstos são muito grandes. Por exemplo, o gelo das regiões polares poderá derreter, causando inundações de
grande parte da costa dos continentes, sendo que cidades litorâneas inteiras poderão desaparecer. As correntes oceânicas poderão ser afetadas de forma a alterar a distribuição de calor na
Terra, grandes regiões agrícolas poderão se tornar desertos, e tempestades violentas poderão
ocorrer com mais freqüência por causa das variações climáticas.
A Figura 2 mostra que nos anos 50 a concentração de CO2 na atmosfera era cerca de
315 ppmv (parte por milhão em volume – porque se trata de ar), e em apenas 5 décadas houve
um aumento de cerca de 16%. Esse aumento tão rápido e tão intenso nunca foi observado na
história do planeta. O zigue-zague observado na Figura 2 é por causa do aumento de CO2 na
atmosfera durante o outono-inverno devido à baixa atividade fotossintética, já no período de
primavera-verão a fotossíntese é mais eficiente, diminuindo então a concentração de CO2 na
atmosfera.O aumento de CO2 de um ano para outro é controlado pela atividade humana,
principalmente devido a queima de combustível fóssil.
A preocupação com o efeito estufa é tão grande que 141 países assinaram um acordo
internacional que visa diminuir a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Este acordo foi
chamado de “Protocolo de Kyoto” (cidade no Japão onde se concluiu o documento). O proto-
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colo de Kyoto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, diz que os países desenvolvidos
(que fazem parte do acordo) se comprometem a reduzir até 2012 a emissão de gases de efeito
estufa em pelo menos 5%, de acordo com os níveis de 1990. Em outras palavras, cada país
avalia o quanto emitia de gases estufas no ano de 1990 e deve passar a emitir 5% menos dentro do prazo estipulado. Os Estados Unidos, que são os maiores emissores de gases de efeito
estufa do mundo não ratificaram (transformar na forma de lei) o acordo.
O chamado IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change), que quer dizer Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas, conta com a participação de 2500
cientistas e técnicos que tem como objetivo monitorar as variações climáticas e impactos
ambientais de forma objetiva e compreensível. As avaliações do IPCC são utilizadas
mundialmente pelos tomadores de decisões (no nível político) e cientistas. As projeções do
órgão são de aumento de temperatura para o ano de 2100 de 1,0 a 3,5 oC, e do nível do mar de
20 a 86 cm. Houve um aumento neste último século de 0,5 oC na temperatura global e o nível
do mar global subiu de 1,6 a 3,9 cm.
ano
Figura 2: Variação na concentração de CO2 na atmosfera medida no Observatório de
Mauna Loa no Havaí.
Como podemos saber qual era a concentração de CO2 na atmosfera há milhares de anos
atrás?
Imagine que a neve que caiu sobre a Antártida há milhares de anos ainda está lá soterrada, pois esta não derreteu desde então. Se a neve for escavada e trazida para a superfície, é
possível cortar o gelo em fatias, determinar sua idade, e recuperar os gases que estavam na
atmosfera há milhares de anos atrás. Os cilindros de gelos escavados são chamados de ‘testemunho’ e são extremamente valiosos como fonte de informação sobre o clima na Terra no
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passado, visto que à medida que a neve precipita, esta carrega consigo os gases presentes na
atmosfera. Por meio da avaliação da concentração desses gases é então possível inferir o clima do planeta no passado. A Figura 3 mostra a concentração de gás carbônico e de metano na
atmosfera até 420 mil anos atrás e faz uma correlação com as variações de temperatura nesse
período. Note que quando a temperatura sobe, a concentração dos gases também aumenta,
mostrando a forte correlação entre essas variáveis.
Alguns céticos dizem que a oscilação de gases na atmosfera é um efeito natural visto
que há milhares de anos isso já foi observado, porém o testemunho de Vostok (Figura 3) mostra que apesar da concentração de gases de efeito estufa terem variado grandemente durante a
história do planeta (resultando nos chamados períodos glaciais e interglaciais), nunca houve
um aumento tão abrupto e tão intenso na concentração de CO2 como se está sendo observado
hoje.
TESTEMUNHO DE GELO: VOSTOK: volta ao tempo em 420 mil anos
Milhares de anos atrás
Figura 3: Relação entre as concentrações dos gases CO2 e CH4 com a variação da temperatura
nos últimos 420 mil anos.
O que se pode fazer para diminuir o efeito estufa?
Os oceanos absorvem grande parte do gás carbônico da atmosfera por dois motivos:
um porque o gás se dissolve na água (lembre-se que 2/3 do planta é coberto por água), e outro
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porque as pequenas algas marinhas durante o processo de fotossíntese consomem CO2. Os
oceanos podem ser considerados como o grande “consumidor” do CO2 atmosférico. Porém,
vale lembrar que é possível dissolver maiores quantidades de um gás em águas mais frias. Se
a temperatura das águas dos oceanos aumentarem, como conseqüência do efeito estufa, sua
capacidade de absorver o CO2 da atmosfera irá diminuir.
As florestas também são muito importantes para a absorção de CO2, principalmente
quando estão crescendo, pois estas também transformam o CO2 atmosférico em matéria orgânica sólida por meio da fotossíntese, “limpando” a atmosfera. Portanto, um aumento no número de árvores plantadas (e não derrubadas) pode ajudar a diminuir a concentração de CO2 na
atmosfera. No processo de queima de florestas, o gás carbônico que estava armazenado durante anos e anos na forma de plantas, é emitido de volta para a atmosfera em minutos.
Cada um de nós é responsável pela emissão de uma parcela de CO2 para a atmosfera,
pois consumimos produtos industrializados e usamos carros ou ônibus para nos locomover.
Veja que um norte americano ou europeu, em média, é responsável pela emissão de 5 toneladas de CO2 por ano, enquanto que em países não industrializados, essa média cai para 0,5
tonelada. Portanto, para contribuir menos para o efeito estufa basta consumir menos (Reduzir
o consumo!!). Conhece a regra dos 3 Rs? Agora é entrar em ação!
Texto 7:
Extraído da Folha de São Paulo on-line 31/03/2005 - 11h40 da BBC Brasil
Nível de gás carbônico na atmosfera atinge novo recorde
Dados de um laboratório americano obtidos pela BBC indicam que a concentração de
dióxido de carbono da atmosfera voltou a crescer no ano passado, atingindo um novo recorde.
O gás carbônico é considerado o principal poluente responsável pelo aquecimento
global, e sua concentração na atmosfera tem crescido todos os anos desde 1958.
De acordo com a pesquisa do Laboratório de Monitoramento e Diagnóstico do Clima
do governo americano, feita com base em informações coletadas em um observatório do órgão no Havaí, a concentração de gás carbônico chegou a 378 partes por milhão (ppm).
Apesar disso, os cientistas descobriram que o aumento da presença do gás na atmosfera em 2004 foi menor do que nos dois anos anteriores.
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Estados Unidos
Segundo o cientista Pieter Tans, diretor do observatório no Havaí, as variações no aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera ano a ano se devem a uma série
de fatores como, por exemplo, alterações na taxa de absorção do poluente por plantas e oceanos.
Tans e outros cientistas do centro de pesquisas, porém, acreditam que são as emissões
de gás carbônico humanas que vêm provocando o aumento constante da concentração do gás
na atmosfera. O laboratório no Havaí, responsável pelos novos dados, é considerado um dos
mais confiáveis do mundo para esse tipo de avaliação.
O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor recentemente, prevê uma redução nas emissões de gases que provocam o efeito estufa nos países signatários. Os Estados Unidos,
maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico em todo o mundo, não aderiram ao protocolo.
Informações sobre a concentração de CO2 na atmosfera vêm sendo coletadas há quase
um século pelo centro construído a uma altitude de 3,5 mil metros, perto do vulcão Mauna
Loa.
O ar dessa região do Pacífico é ideal para a avaliação porque é "bem balanceado", o
que significa que não há, perto do laboratório, nenhuma fonte evidente de poluição, como
uma indústria, ou uma fonte natural de absorção de CO2, como uma floresta.
Texto 8:
Extraído da Folha de São Paulo, Ciência, terça-feira, 15 de março de 2005.
Desaparecimento de geleiras pode provocar conflitos no Himalaia
Da Reuters
As geleiras do Himalaia estão recuando num dos ritmos mais velozes do mundo graças
ao aquecimento global, criando a ameaça de falta d’água para milhares de pessoas na China,
na Índia e no Nepal.
Segundo o WWF (Fundo Mundial para a Natureza), que divulgou ontem estudo sobre
o problema, as geleiras estão recuando, em média, de 10 a 15 metros por ano. A situação, no
entanto, é mais séria na geleira indiana Gangotri, que está perdendo 23 metros anualmente.
“O derretimento rápido das geleiras do Himalaia deve primeiro aumentar o volume da
água nos rios, causando enchentes generalizadas”, disse Jennifer Morgan, diretora do progra-
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ma de mudança climática do WWF. “Mas, em algumas décadas, essa situação vai mudar, e os
níveis da água cairão, causando problemas econômicos e ambientais maciços para a população do oeste da China, do Nepal e do norte da Índia.”
As geleiras do Himalaia alimentam sete dos maiores rios da Ásia: o Ganges, o Indo, o
Brahmaputra, o Salween, o Mekong, o Yangtze e o Huang Ho. O suprimento de água de centenas de milhões de pessoas seria afetado.
O anúncio do WWF foi feito à véspera de uma reunião dos 20 países que mais consomem energia no planeta, em Londres. O problema de derretimento de geleiras parece ser um
fenômeno que se repete em outros locais.
Texto 9:
Extraído do artigo: “Aspectos relevantes da biogeoquímica da Hidrosfera”. M. Lúcia A. M
Campos e Wilson F. Jardim. Química Nova na Escola, Caderno Temático no 5. 2003. Artigo
completo em: http://sbqensino.foco.fae.ufmg.br/caderno_quimica_vida_ambiente
Oceanos: Grande regulador climático da Terra
Embora para os seres humanos a água doce tenha uma importância imediata na manutenção da vida, os oceanos têm um papel vital na manutenção da vida no planeta Terra como
um todo, muito embora mais se saiba sobre a superfície da Lua ou de Marte do que sobre o
fundo dos oceanos. Este “universo” ainda obscuro hoje pode ser visto como um grande potencial energético a ser explorado, como uma fonte de alimentos a ser sustentada, e também como um importante aliado que ameniza o efeito estufa por meio da absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera.
Um dos desafios atuais da comunidade científica é prever como um possível aquecimento global poderia influenciar a circulação oceânica, e consequentemente o balanço da
transferência de calor na Terra. Sabemos que a temperatura média do planeta vem aumentando, e se esta subir o suficiente para derreter grandes quantidades de gelo na região do Ártico,
poderia haver um decréscimo na salinidade da água do mar naquela região. Levando em conta
também o fato das temperaturas estarem mais elevadas, isto poderia provocar uma diminuição
na densidade das massas de água que atingem o norte do Atlântico. Devido à sua baixa densidade, estas águas poderiam deixar de afundar, enfraquecendo a circulação termohalina (circulação profunda). Segundo modelos matemáticos, realizados por pesquisadores da Universidade de East Anglia na Inglaterra, caso haja um colapso da circulação termohalina, em 30 anos
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poderia haver um decréscimo de cerca de 8oC na região da Groenlândia e cerca de 2o C em
grande parte da Europa. Desta forma, fica estabelecido um paradoxo, pois um aquecimento
global poderia levar a um clima mais frio.
Texto 10:
Extraído da Folha de São Paulo, Folha Ciência, do dia 24 de Junho de 2001
Fluxo de correntes oceânicas está alterado
Da Associated Press
Cientistas detectaram, nos
últimos 50 anos, uma queda
substancial na corrente de água
gelada que deixa o ártico e
deságua no Oceano Atlântico,
entre a Escócia e a Groenlândia.
Especialistas em mudanças
climáticas afirmam que essa
corrente, localizada a cerca de
610 metros de profundidade, é
uma das forças que move o
cinturão oceânico que leva as
águas aquecidas da superfície
para o norte, em direção ao
pólo. Como a saída de água
gelada e profunda diminuiu, a
entrada de água quente que
geralmente a substitui também
deve ter sido reduzida. Esse
decréscimo pode explicar o
recente resfriamento verificado
em algumas regiões costeiras
próximas ao Mar do Norte, diz
uma pesquisa publicada na
última edição da revista “Nature”.
O estudo foi feito por cientistas da Noruega, da Escócia e
das Ilhas Faroë e se concentrou
no fluxo de água no leste dessas ilhas.
Texto 11:
Escrito pela Profa Lúcia Campos- baseado em informações do sítio do Greenpeace.
Histórico dos CFCs e outros refrigerantes
O gás CF2Cl2 (CFC-12) foi sintetizado pela primeira vez em 1928 pelo químico Thomas Midgely. A produção deste gás prometia ser a solução para resolver o problema da alta
toxicidade e inflamabilidade da amônia, até então utilizado com gás refrigerante. A grande
vantagem que o CFC-12 apresentava com relação a amônia era o fato deste não ser tóxico
(não reativo), não inflamável e um excelente gás refrigerante.
Em 1930 a Dupont e General Motors iniciaram a produção e comercialização do CFC12, e mais tarde outros CFCs foram produzidos com as mais diversas aplicações. Porém, nessa época, a comunidade científica ainda não estava ciente de que os CFCs são muito pouco
solúveis em água, e portanto não são precipitados pela chuva. O longo tempo de vida dos
CFCs e sua capacidade catalítica na destruição do ozônio estratosférico também eram desco-
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nhecidos. Devido a baixa reatividade destes reagentes, estes sobem para a estratosfera, e sob
intensa radiação ultravioleta levam a formação de Cl.
O acordo firmado no Protocolo de Montreal (1987) forçou a indústria procurar substitutos para os CFCs com efeitos menos agressivos à natureza. Desta forma, foi sintetizado novos compostos: os HCFCs (hidroclorofluorcarbono) e os HFCs (hidrofluorcarbono), cujo
tempo de vida e poder de destruição do ozônio são bem menores.
Porém, já em 1992, o IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) alertou a
comunidade mundial de que o uso indiscriminado dos HFCs e HCFCs poderia continuar agravando o problema da destruição do ozônio, além de contribuir para o aumento da temperatura global. Foi sugerido que, de acordo com as previsões de fabricação e uso do HFC-134a
(ou também chamado de R-134a), em 20 anos, o poder de aquecimento global deste gás seria
de 3.200 vezes maior que a do CO2.
A organização Greenpeace, em 1992 desenvolveu na Alemanha tecnologia para usar o
gás refrigerante batizado de greenfreeze, em geladeiras. Este gás é uma mistura de propano e
isobutano ou somente o isobutano, e as espumas de isolamento empregam ciclopentano. Esta
tecnologia foi doada à industria mundial de geladeiras, ao contrário da tecnologia que emprega CFCs e HFCs, cujas indústrias têm que pagar “royalties” para seu uso.
A desvantagem deste gás é que este é inflamável, apesar do volume utilizado em um
refrigerador ser equivalente ao conteúdo de 2 isqueiros. Outra desvantagem é o alto custo do
refrigerador devido a necessidade de se instalar um equipamento de segurança (devido ao
poder inflamável dos gases) não só no refrigerador, mas também em toda a fábrica. Em contrapartida, o greefreeze não destrói a camada de ozônio, não é um gás estufa, têm propriedades refrigerantes similares aos CFCs e usa de uma tecnologia simples, que a longo prazo pode
vir a ser economicamente compensador.
Para citar alguns exemplos, podemos ver o caso da Alemanha, onde 100% dos refrigeradores fabricados usam o greenfreeze. O número de modelos e fábricas na Europa que estão
adaptando seus sistemas para o greenfreeze vem aumentando. A companhia Argentina Whirpool (proprietária da Brastemp e Cônsul no Brasil) comprometeu-se em converter suas tecnologias para o uso do greenfreeze. O Greenpeace acredita que a garantia de lucro para o primeiro produtor de produtos com o greenfreeze é tão grande, que logo surgirá uma companhia
interessada. A organização argumenta que países em desenvolvimento não deveriam se adaptar a uma tecnologia de “transição” (uso dos HFCs e HCFCs) para depois terem que converter
para o uso de hidrocarbonetos. A União Européia, desde 1996 retirou a etiqueta ecológica dos
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produtos com HCFCs e HFCs e agora só permite que estas sejam colocadas em produtos com
o greenfreeze.
Em outubro de 2005 a Bosch lançou no Brasil, seu primeiro refrigerador utilizando o
gás propano/isobutano (também chamando de R600) como refrigerante. Em 1993 o primeiro
refrigerador verdadeiramente ‘ecológico’ foi lançado na Alemanha, e agora, o ‘Refrigerador
Verde’ chega ao Brasil. O diretor executivo do Greenpeace-Brasil, Frank Guggenheim, participou do lançamento em São Paulo e, em seu discurso, enfatizou a importância de outras empresas fabricantes de geladeira no Brasil, como a Brastemp, seguirem o exemplo da Bosch.
Além disso, convidou a empresa a participar de uma ação direta da organização entregando
uma geladeira Greenfreeze para o Presidente Lula colocar em sua nova casa.
Texto 12:
Extraído do Jornal Informativo ORPLANA: Ano II, no 7, julho de 1995. Exemplo de manipulação de informação! Veja como a omissão de dados pode levar a conclusões completamente
errôneas.
O balanço ecológico da queima da cana-de-açúcar
Pesquisadores
NorteAmericanos observaram, no
Havaí, que:
Durante a queima da palha da cana são liberados 3,5
toneladas de dióxido de carbono por hectare. Porém, um
hectare de cana em crescimento é capaz de absorver da atmosfera 220 toneladas desse
dióxido em função da fotossíntese. SALDO: - 216,5 tonela-
das de dióxido de carbono
absorvido - um hectare de cana
libera 140 toneladas de oxigênio durante o processo de fotossíntese, enquanto que apenas 2,5 toneladas são consumidas
pelo fogo da palha.
SALDO: - 137,5 toneladas de
oxigênio liberado. Este balanço mostra que os canaviais
removem do ar o principal
causador do “efeito estufa”,
que é o dióxido de carbono.
Por outro lado, vale a
pena ressaltar que: o famoso
“carvãozinho”, embora indesejável não se mistura aos gases
da atmosfera e constitui-se
num sinal de que muitas pessoas estão trabalhando e ganhando a vida com a colheita
da cana-de-açúcar.
Texto 13:
Escrito pela Profa Lúcia Campos
Poluição urbana
Os combustíveis líquidos se tornaram a principal fonte de poluição para a atmosfera
contemporânea, porém, os principais poluentes na atmosfera não são aqueles emitidos diretamente pelos veículos automotores (chamados de poluentes primários) e sim aqueles formados
como produto da reação envolvendo os poluentes primários. As reações químicas que produ28
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zem os poluentes secundários ocorrem principalmente na presença de luz solar, resultando no
chamado “smog” fotoquímico. Os principais componentes do smog fotoquímico são ozônio
(O3) e dióxido de nitrogênio (NO2).
No início do século, os cientistas acreditavam que o ozônio encontrado na troposfera
(parte mais baixa da atmosfera) era somente aquele transportado da estratosfera para altitudes
mais baixas. Porém, em meados dos anos 40 houve vários episódios de dano à lavoura de vegetais na área de Los Angeles (EUA), associado a grandes concentrações de ozônio na troposfera. Portanto, tornou-se claro que de alguma maneira havia formação de ozônio na troposfera.
Existe uma grande confusão do público em geral com relação ao ozônio, pois enquanto o ozônio estratosférico é essencial para uma vida saudável no nosso planeta, o ozônio troposférico é deletério para a vegetação e saúde humana.
Texto 14:
Tabelas Extraídas do Relatório de Qualidade do Ar retirado do site:
www.cetesb.sp.gov.br
Fatores médios de emissão dos veículos em uso na RMSP em 2003
Fontes de Emissão
Tubo de Escapamento
Emissão do Carter e Evaporativa
Pneus
Tipo de Veículo
Gasolina C
Álcool
Diesel
Táxi
Motocicleta e Similares
Gasolina C
Álcool
Motocicleta e Similares
Todos os tipos
Fator de Emissão (g/km)
CO
HC
NOx SOx
12,30 1,26 0,70 0,12
19,30 2,09 1,16
17,80 2,90 13,00 0,43
1,00 0,20 0,25 0,11
19,70 2,60 0,10 0,04
2,00
1,50
1,40
-
MP
0,08
0,81
0,06
0,05
0,07
29
30
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Fontes, características e efeitos dos principais poluentes na atmosfera
POLUENTE
CARACTERÍSTICAS
FONTES PRINCIPAIS
EFEITOS GERAIS SOBRE A SAÚDE
EFEITOS GERAIS AO MEIO
AMBIENTE
Partículas
Totais em
Suspensão
(PTS)
Partículas de material sólido ou líquido que
ficam suspensos no ar, na forma de poeira,
aerossol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de
tamanho < 100 micra
Processos industriais, veículos
motorizados (exaustão), poeira
de rua ressuspensa, queima de
biomassa. Fontes naturais (pólen,
aerossol marinho e solo).
Quanto menor o tamanho da partícula maior o
efeito à saúde. Causam efeitos significativos em
pessoas com doença pulmonar, asma e bronquite.
Danos à vegetação, deterioração
da visibilidade e contaminação
do solo.
Partículas
Inaláveis
(MP10) e
Fumaça
Partículas de material sólido ou líquido que
ficam suspensos no ar, na forma de poeira,
neblina, aerossol, fumaça, fuligem, etc. Faixa
de tamanho < 10 micra.
Processos de combustão (indústria e veículos automotores),
aerossol secundário (formado na
atmosfera).
Aumento de atendimentos hospitalares e mortes
prematuras.
Danos à vegetação, deterioração
da visibilidade e contaminação
do solo.
Dióxido de
Enxofre (SO2)
Gás incolor, com forte odor, semelhante ao
gás produzido na queima de palitos de fósforos. Pode ser transformado a SO3, que, na
presença de vapor de água, passa rapidamente
a H2SO4. É um importante precursor dos
sulfatos, um dos principais componentes das
partículas inaláveis.
Processos que utilizam queima
de óleo combustível, refinaria de
petróleo, veículos a diesel, polpa
e papel.
Desconforto na respiração, doenças respiratórias,
agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares já existentes. Pessoas com asma, doenças
crônicas de coração são mais sensíveis ao SO2
Pode levar à formação de chuva
ácida, causar corrosão aos materiais e danos à vegetação: folhas
e colheitas.
Dióxido de
Nitrogênio
(NO2)
Gás marrom avermelhado, com odor forte e
muito irritante. Pode levar a formação de
ácido nítrico, nitratos (o qual constitui para o
aumento das partículas inaláveis na atmosfera) e compostos orgânicos tóxicos.
Processos de combustão envolvendo veículos automotores,
processos industriais, usinas
térmicas que utilizam óleo ou
gás, incinerações.
Aumento da sensibilidade à asma e à bronquite,
abaixar resistência às infecções respiratórias.
Pode levar a formação de chuva
ácida, danos à vegetação e à
colheita.
Monóxido de
Carbono
(CO)
Gás incolor, inodoro e insípido.
Combustão incompleta em veículos automotores.
Altos níveis de CO estão associados ao prejuízo
dos reflexos, da capacidade de estimar intervalos
de tempo, no aprendizado, de trabalho e visual.
Ozônio (O3)
Gás incolor, inodoro nas concentrações ambientais e o principal componente da névoa
fotoquímica.
Não é emitido diretamente à
atmosfera. É produzido fotoquimicamente pela radiação solar
sobre os óxidos de nitrogênio e
compostos orgânicos voláteis.
Irritação nos olhos e vias respiratórias, diminuição
da capacidade pulmonar. Exposição a altas concentrações pode resultar em sensações de aperto
no peito, tosse e chiado na respiração. O O3 tem
sido associado ao aumento de admissões hospitalares.
Danos às colheitas, à vegetação
natural, plantações agrícolas,
plantas ornamentais.
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Texto 15:
Extraído da Folha de São Paulo, quinta-feira 18 de agosto de 2005.
Poluição apressa 8 mortes por dia em SP
Da
AFRA BALAZINA
reportagem
local
A poluição atmosférica mata indiretamente, em média,
oito pessoas por dia na cidade de São Paulo. A exposição aos diversos poluentes
emitidos também reduz a
expectativa de vida dos habitantes: pesquisas indicam
que o paulistano perde dois
anos de vida por morar em
um
local
poluído.
Apesar de assustadores,
esses números já foram
maiores -chegaram a 12
mortes diárias indiretamente
causadas por poluentes e
três anos de vida perdidos.
Os dados, baseados
em diversos estudos do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da
Faculdade de Medicina da
USP, mostram que ações
como o Proconve (Programa
de Controle da Poluição do
Ar por Veículos Automotores) e o rodízio foram positivas para a melhoria da
qualidade de vida na capital.
Porém, de acordo
com o professor Paulo Saldiva, do laboratório da USP,
as conseqüências da poluição à saúde ainda são alarmantes e é preciso mais
medidas para enfrentá-las.
"Diferentemente do
cigarro, a poluição do ar não
pode ser evitada pelas pessoas", diz.
Segundo ele, quem
mais tem problema de saúde
decorrente da inalação de
poluentes são os idosos,
vítimas principalmente de
pneumonia, infarto agudo
do miocárdio e enfisema. Já
as crianças, que vêm na seqüência na lista de mais
afetadas, têm pneumonia e
asma.
"Mesmo as pessoas
saudáveis sofrem os efeitos
da poluição e ficam mais
hipertensas nos dias poluídos", afirmou Saldiva.
Além das oito mortes diárias induzidas pela
poluição, uma pesquisa do
laboratório indica que há
um aborto por dia na cidade,
depois do quinto mês de
gestação, em decorrência do
problema. "O fluxo arterial
na placenta se reduz nos
dias de maior poluição."
O vilão
Para medir quem
mais contribui com a emissão de gases de efeito estufa
e listar medidas para reduzilos, a Prefeitura de São Paulo pediu inventário ao Centro de Estudos Integrados
sobre Meio Ambiente e
Mudanças Climáticas (Centro Clima) da UFRJ.
O inventário, apresentado ontem, mostra que o
uso de energia é o principal
responsável pela emissão de
metano e dióxido de carbono, com 76%.
Nesse estudo, o vilão
mais uma vez foi o transporte. A utilização de combustíveis fósseis representa
88,7% das emissões decorrentes do uso de energia --e
a gasolina é o combustível
que mais contribui para a
poluição, com 35,7%.
"Agora, é necessário
criar cenários com alternativas para mitigar as emissões
e, depois, propor políticas
públicas", disse a coordenadora-executiva do inventário, Carolina Dubeux. Ela
sugere estudar a troca de
combustível (usar o álcool
em vez da gasolina) ou a
ampliação do uso do metrô.
"A diminuição da poluição
depende de práticas do diaa-dia", diz o secretário municipal do Verde e do Meio
Ambiente, Eduardo Jorge.
Sua pasta iniciou, há
um mês, a inspeção veicular
dos ônibus do transporte
público para minimizar a
emissão. Dos 225 ônibus
fiscalizados até agora, de
seis viações, 14 tinham situação irregular.
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TEIA DO SABER 2005
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Exemplo de questões que podem ser formuladas a partir do texto 15 para avaliar a habilidade de interpretação de texto dos alunos:
1. Quais as medidas que já foram tomadas e mostraram minimizar o problema da poluição atmosférica na cidade de São Paulo?
2. Quais são as principais enfermidades que a poluição atmosférica pode agravar?
3. Quais são as evidências que apontam que a poluição atmosférica também afeta as pessoas saudáveis e mulheres grávidas?
4. Quais os gases que o texto se refere quando cita que “... a gasolina é o combustível
que mais contribui para a poluição, com 35,7%”.?
5. Quais ações que texto cita que poderiam ser tomadas para minimizar o problema da
poluição atmosférica em São Paulo?
outras sugestões?
Texto 16:
Extraído da Folha de São Paulo, Ribeirão, sexta-feira , 1 de abril de 2005.
Poluição em Ribeirão / AMBIENTE: Relatório da Cetesb aponta que qualidade do ar é
boa na cidade, mas número de queimadas preocupa
Ozônio e fumaça poluem o ar de Ribeirão
Da Folha Ribeirão
Relatório divulgado ontem da Cetesb mostra que
a qualidade do ar em Ribeirão Preto é boa, mas dois
poluentes preocupam: as concentrações de ozônio e
fumaça. Em 2004, a cidade atingiu uma concentração máxima de 67 microgramas por metro cúbico de
fumaça contra a máxima de 32 µ g/m3 registrada em
2003.
Em relação ao ozônio foi de 187
µ g/m3,
mas
em apenas sete dias o índice fugiu ao padrão estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional do Meio
ambiente) e adotado pela Cetesb, de até 160 µ g/m3.
Os dados são parciais, já que Ribeirão inaugurou
sua estação de medição automática da Cetesb em
agosto do ano passado. Foram analisados 147 dias.
Nos anos anteriores, a medição era feita manualmente.
Embora em Ribeirão Preto sejam mais freqüentes
as polêmicas queimadas de cana-de-açúcar, foi em
São Carlos que a concentração máxima de fumaça
ficou mais perto do limite; passou de 65 µ g/m3 em
2003 para 102 no ano passado. A medição na cidade,
no entanto, é manual.
Segundo o relatório anual da Cetesb (Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental) divulgado
ontem, o pico de concentração de 102 µ g/m3 no
ano passado foi o maior índice medido em todas as
estações do interior e litoral do Estado (que incluem,
entre outras cidades, São José dos Campos, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Sorocaba, Itu, Limeira e
Santos).
Nos últimos quatro anos, desde 2000 quando a
Cetesb passou a fazer a medição, o índice médio
anual de concentração de fumaça aumentou 52,63%
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µ g/m3
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para
Ontem, Ribeirão registrou novamente alta quantidade de ozônio (175 µ g/m3). De acordo com Artu-
Para José Jorge Guimarães, 48, gerente da Cetesb de Araraquara e responsável também por São
Carlos, o crescimento da concentração de fumaça se
deve principalmente às queimadas urbanas e ao
grande fluxo de veículos.
“Os valores ainda estão abaixo do padrão máximo fixado, mas nos preocupa a questão das queimadas urbanas, de terrenos baldios especialmente, cada
vez mais freqüentes”, disse.
Segundo Guimarães, para amenizar o problema,
a Cetesb está fazendo parcerias com as prefeituras
de São Carlos e Araraquara para que a fiscalização
das queimadas seja intensificada.
O gerente da Cetesb em Ribeirão, Marco Antonio Sanchez Artuzo, 51, ressaltou que a concentração média anual de fumaça em 2004 diminuiu em
relação a 2000 (era de 54 µ g/m3 e passou para
zo, as variações negativas de ozônio se devem às
condições meteorológicas aliadas a queimadas urbanas e rurais, produção industrial e fluxo de veículos.
“As condições climáticas influenciam diretamente na formação do ozônio, por isso essas variações
ocorrem. Mas em todas as análises, Ribeirão se
manteve abaixo dos padrões máximos e está com
uma boa qualidade do ar”, disse.
Segundo o gerente, é fundamental que a população contribua não queimando mato, galhos, borrachas e outros materiais, principalmente no período
de estiagem e de baixa umidade relativa do ar.
Para Carlos Eduardo Komatsu, 36, gerente do
Departamento de Tecnologia do Ar da Cetesb, a
concentração de ozônio na região pode ser estimulada pela queima do bagaço da cana, que emite óxidos
de nitrogênio, que reage na atmosfera com compostos orgânicos voláteis na radiação solar, formando o
ozônio. O poluente provoca irritação nos olhos e
vias
respiratórias,
entre
outros
efeitos.
em São Carlos, passando de 19
29 µ g/m em 2004.
3
31 µ g/m3) devido às condições meteorológicas do
ano passado, que favoreceram a dispersão dos
poluentes.
33
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