TEIA TEIA DO DO SABER SABER 2005 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO COORDENADORIA DO ENSINO DO INTERIOR DIRETORIA DE ENSINO - REGIÃO DE SERTÃOZINHO Fundação de Apoio às Ciências: Humanas, Exatas e Naturais METODOLOGIA DE ENSINO DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA, MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS DO ENSINO MÉDIO: FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA TURMA INICIAL- Sertãozinho Meio Ambiente e Sociedade: A Ciência que faz Falta ao Cidadão Profa. Dra. Maria Lúcia A. M. Campos Dra. Daniela Gonçalves de Abreu E Material Pedagógico para uso do professor Venda Proibida (16) 3602-3670 e-mail:[email protected] Acompanhe a programação pela internet: http://sites.ffclrp.usp.br/laife Coordenação Geral Prof. Dr. Mauricio dos Santos Matos TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 1 MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE: A CIÊNCIA QUE FAZ FALTA AO CIDADÃO Profa. Dra. Maria Lúcia ª M. Santos e Dra. Daniela Gonçalves de Abreu APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES DO MÓDULO DE ENSINO ( M. Lúcia A. M. Campos: Formada em Licenciatura e Bacharelado em Química pela UFSCar (1985), fez mestrado na área de Química Analítica na UNICAMP (1988) e se doutorou em Oceanografia Química pela Universidade de Liverpool na Inglaterra (1992). Entre os anos de 1992 e 1996 trabalhou como Pesquisadora na Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia, na Inglaterra. No Brasil, trabalhou como Professora Visitante na Fundação Universidade do Rio Grande, no curso de Oceanografia, e na Universidade Federal de Santa Catarina no curso de Química. É docente do Departamento de Química da FFCLRP- USP de Ribeirão Preto desde 2001, coordenadora do Laboratório de Química Ambiental, e desde 2004 assumiu a coordenadoria do Centro de Ensino Integrado de Química. ( Daniela Gonçalves de Abreu: Bacharel (1997) e Licenciada em Química (2000), Mestre (2000) e Doutora em Ciências (2003) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP). Professora do Curso de Licenciatura em Química (desde 2002) e do curso de Especialização em Educação Química da Universidade de Franca (UNIFRAN) (desde 2003). Contratada como Educadora do Departamento de Química da FFCLRP/USP desde 2002. Desenvolve atividades relacionadas ao ensino de Ciências junto às escolas da rede pública da região de Ribeirão Preto como participante ativa do CEIQ (Centro de Ensino Integrado de Química). “A natureza achará uma solução para a poluição causada pela civilização. A questão que permanece é se os seres humanos estão incluídos ou não.” Mikhail Gorbatchev TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 2 PROGRAMAÇÃO (Profa. Daniela G. de Abreu) 7h50 ás 8h30 Introdução geral ao tema, retomada dos temas anteriores. 8h30 às 8h50 Resolução do questionário apresentado, com o objetivo de diagnosticar quais são as a-tividades de educação ambiental que vem sendo realizadas nas escolas dos professores participantes. 8h50 às 10h30 Leitura e discussão do texto 1. Contraposição com as respostas das questões respondi-das no questionário. Discussão do impacto destas atividades na preservação efetiva do meio ambiente. 10h30 às 10h50 Intervalo 10h50 às 12h00 Reflexões sobre as contribuições individuais para o efeito estufa, a partir da análise de figuras e discussão de questões problemas. Discussão das informações contidas nos textos 2, 3 e 4. Construção de uma tabela contendo proposições de atitudes que pode-riam ser tomadas no âmbito individual, escolar, municipal, nacional e global para evi-tar a degradação do meio ambiente. 12h00 às 13h00 Apresentação e discussão das propostas. Resolução de uma situação problema. PROGRAMAÇÃO (Profa. Maria Lúcia A. M. Campos) 7h50 às 8h30 Introdução geral ao tema, e retomada dos temas anteriores. 8h30 às 9h00 Resolução de questionário. 9h00 às 10h30 Discussão das questões do questionário contrapondo os conceitos científicos envolvi-dos e as concepções prévias dos professores. Apresentação de diferentes recursos pe-dagógicos que podem ser utilizados em sala de aula. 10h30 às 10h50 Intervalo 10h50 às 12h00 Continuação da discussão. 12h00 às 13h00 Serão formados grupos para resolução de uma situação problema reunindo conceitos das diferentes áreas. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 3 APRESENTAÇÃO DAS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS y Caros Professores: Pode-se dizer que os meios de comunicação veiculam várias frases de efeito que povoam o mundo do consumo e da propaganda em que vivemos. Produtos a venda de um lado, consumidores de outro e uma sofisticada indústria de marketing que constrói grandes mentiras, a partir de pequenas verdades. São exemplos citados por Bizzo e Kawasaki (1999): “óleo de soja sem colesterol”, “alfaces naturais”, “indústrias não impactantes”, etc. O consumidor não questiona, acredita e compra. Além disso, grandes indústrias “preocupadas com o meio ambiente” incentivam a reciclagem de produtos, como por exemplo, o plástico e latas de alumínio e indiretamente incentivam um maior consumo dos mesmos. As pessoas participam sem nenhum questionamento. Tal situação revela o baixo nível de instrução do cidadão e a necessidade de uma escola básica que lhe proporcione educação científica de qualidade. Além disso, apesar da educação ambiental estar presente em duas de cada três escolas brasileiras (Girardi, 2004) é preciso refletir sobre a qualidade e o impacto das atividades realizadas. É neste momento que surge a necessidade de uma escola que forme cidadãos críticos, a partir de conhecimentos de Biologia, Química, Física, História, Geografia, Português, Matemática, enfim, de uma ciência que ajude a compreender os fenômenos e processos que ocorrem no meio ambiente e que fundamentem os nossos valores, ideais, ações e tomada de decisões. A partir das concepções prévias dos professores sobre determinados temas ambientais, pretende-se trabalhar conceitos científicos que fazem falta ao cidadão, para que ele compreenda as questões ambientais, veiculadas nos meios de comunicação, em sua totalidade e a sua responsabilidade na diminuição ou eliminação do problema, podendo exercer de forma consciente a cidadania. A temática ambiental é um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (SEF/MEC, 1998) e, por isso, deve “transversalizar” e “integrar” as áreas e disciplinas já existentes no currículo escolar: “Por serem questões sociais, os temas transversais têm natureza diferente das áreas convencionais. Tratam de processos que estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e alternativas, confrontando posi- TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 4 cionamentos diversos tanto em relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam transformações macrosociais e também atitudes pessoais, portanto, ensino e aprendizagem relativos a estas duas dimensões.” SEF/MEC, 1998, p. 26 O mero repasse de conceitos e informações não educa, e até certo ponto, dificulta a motivação do indivíduo, pois ante a avalanche de informações que recebe, o aluno se sente incapaz frente à dimensão real do problema. Então como educar o indivíduo para que ele reconheça o problema e deixe de agredir o meio ambiente? Desde as primeiras experiências e implementações pioneiras da Educação Ambiental (EA) no Brasil, o aspecto ecológico vem sendo enfatizado e restrito, algumas vezes, às disciplinas de Ciências (Ensino Fundamental) e Biologia (Ensino Médio). A reciclagem de materiais tem sido uma prática comum nas escolas, em projetos que objetivam a abordagem da EA e a conscientização dos alunos sobre os problemas ambientais. No entanto, experiências de variadas formas têm demonstrado que conhecimento e conscientização, não bastam para uma educação ambiental efetiva. Para terem efeito, as ações ambientais na escola devem ser acompanhadas de uma sensibilização do papel de cada um. Faz-se imperativo uma mudança de estratégias e enfoques que permitam dar um passo crucial para frente; um passo a partir do conhecimento e consciência para a ação preventiva e resolução real e efetiva [Pedrini, 1997]. Neste contexto, durante este curso, pretende-se resgatar com os professores algumas práticas que têm sido desenvolvidas na escola com o objetivo de abordar a EA e qual o impacto das mesmas, na formação de um indivíduo mais consciente sobre o seu papel na questão ambiental. Desta forma, nesta oficina pretendemos contribuir para reflexões sobre: a) um ensino de ciências naturais de forma integrada e contextualizada, possibilitando a abordagem de aspectos naturais e sócio-ambientais, em seu nível local, regional e global; b) desenvolver aspectos científicos que fazem falta ao cidadão para compreensão dos fenômenos ambientais que vem sendo divulgados pela mídia, e ao mesmo tempo se tornar um consumidor mais consciente; c) a abordagem da educação ambiental no ensino de ciências, envolvendo conhecimentos científicos, valores e tomada de decisões partindo do âmbito pessoal, até o global. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 5 Referências: BIZZO, N. e KAWASAKI, C.S. Projeto: Revista de Educação: Ciências: que temas eleger? Porto Alegre: Projeto, 1(1):25-34, 1999. GIRARDI, G. Folha de São Paulo- Sinapse, de 26 de outubro de 2004. BRASIL/SEF/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: temas transversais: meio ambiente e saúde. Brasília: SEF/MEC, 1997. PEDRINI, A.G. Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. 4a. edição. São Paulo: Editora Vozes, 1997. 6 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) Questionário (Profa. Daniela G. de Abreu) 1. Você é Professor(a) da área de: 2. Você atua: particular) só na rede pública matemática física química só na rede particular biologia nas duas redes (pública e 3. Você já desenvolveu atividades de educação ambiental nas escolas em que atuou como professor(a)? sim não 4. Em caso afirmativo na questão anterior: 5. Descreva brevemente quais foram as atividades de educação ambiental desenvolvidas. 6. Foi possível observar mudanças de atitude dos alunos que participaram das atividades de educação ambiental? sim não. 7. Cite três ações suas que contribuem para aumentar o nível de CO2 na atmosfera. 8. Existe relação entre desmatamento e efeito estufa? 9. O fato do homem respirar contribui com o efeito estufa? sim não sim não 10. Se uma pessoa comprou um carro 0 km movido a gasolina e ainda não o retirou da concessionária, pode-se afirmar que este carro ainda não contribuiu para o aumento da concentração de CO2 na atmosfera? verdadeiro falso 11. Quem é o maior poluidor: o pobre ou o rico? pobre rico depende Questionário (Profa. Maria Lúcia A. M. Campos) Você é Professor(a) da área de: matemática física química 1. Assinale os gases que NÃO são causadores do efeito estufa: SO2 H2O NO2 CFCs CO2 O3 CH4 biologia SF6 2. Cite 3 ações suas que contribuem para aumentar o nível de CO2 na atmosfera. 3. O que você espera que aconteça ao nível do mar se grandes quantidades de gelo nos mares do Ártico derreterem? aumente diminua não se altere 4. É possível saber qual era a concentração atmosférica de CO2 há milhares de anos atrás? sim não TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 7 5. Há provas de que em várias ocasiões na história do planeta (milhares de anos), a temperatura aumentou muito, sem que houvesse a contribuição da poluição causada pelo homem. Portanto, pode-se concluir que o aquecimento do planeta que se vê atualmente pode ser decorrente de um processo natural. falso verdadeiro 6. Você acha possível que o planeta sofra um resfriamento como conseqüência do efeito estufa? sim não 7. A diminuição da espessura da camada de ozônio (conhecida como “buraco” da camada de ozônio) poderia levar a um aumento do efeito estufa por que permitiria uma maior penetração de radiação ultravioleta na superfície da Terra. falso verdadeiro 8. O ar condicionado “ecológico” que vemos anunciados em ônibus de Ribeirão Preto, ou em lojas, tem essa denominação porque não polui e nem destrói a camada de ozônio. falso verdadeiro 9. Suponha que 1 litro de gasolina gere a mesma quantidade de CO2 para a atmosfera que 1 litro de álcool extraído da cana de açúcar, então poderíamos concluir que ambos os combustíveis contribuem da mesma forma para o aumento do efeito estufa? sim não 10. Um dos motivos (além da questão da fuligem) que leva a queimada da palha da canade-açúcar ser indesejável é devido à emissão de CO2 para a atmosfera durante o processo da queimada. falso verdadeiro 11. A grande vantagem do álcool (etanol) utilizado como combustível de automóveis é que este não polui. falso verdadeiro 12. Cite a principal origem dos seguintes gases: SO2 NO2 CFCs CO2 Tarefa 1 Leia o texto 1 e discuta-o em grupo de até quatro pessoas. Cada grupo deve anotar a síntese das conclusões, para posterior apresentação e discussão no “grande grupo” (toda turma). Pretende-se contrapor os objetivos da Educação Ambiental e as estratégias que vem sendo adotadas nas escolas para a implantação da mesma. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 8 Texto 1: Este texto discute a abordagem da educação ambiental em escolas brasileiras e foi extraído da Folha de São Paulo - Caderno Sinapse, de 26 de outubro de 2004: HORA DE AMADURECER – Apesar de a educação ambiental estar presente em duas de cada três escolas brasileiras, especialistas afirmam que falta qualidade às aulas. Giovana Girardi, free lance para a Folha de São Paulo Em junho deste ano, o INEP (Instituto nacional de Estudos e Pesquisas educacionais Anísio Teixeira) divulgou dados do censo escolar apontando que 65% das escolas de Ensino Fundamental no Brasil oferecem algum tipo de Educação Ambiental. Mas o dado, que a primeira vista poderia ser encarado como animador, merece uma reflexão. Que educação ambiental é oferecida em nossas escolas? Ter uma horta no fundo do quintal, plantar árvores em datas comemorativas ou oferecer latões coloridos para fazer a coleta seletiva do lixo pode não significar muita coisa. Para ter efeito, essas ações precisam estar acompanhadas de uma sensibilização para os problemas ambientais e para o papel da cada um nisso, alertam especialistas ouvidos pelo Sinapse. “Chegamos à quantidade, agora é importante pensar na qualidade do que está sendo ensinado”, afirma Guilherme Blauth, coordenador da ONG Harmonia da terra, que atua com a formação de educadores ambientais em Santa Catarina. A demanda pela discussão é tanta que motivou neste ano o lançamento de vários livros sobre o assunto, além da realização de dois congressos. O Congresso Mundial de Educação Ambiental aconteceu em setembro, com coordenação da FIOCRUZ e da associação Brasileira de Ciência. De 3 a 6 de novembro, os ministérios da Educação e do Meio Ambiente realizam o 5o. Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, evento que não ocorria desde 1997. A principal preocupação de toda essa mobilização é fazer com que a EA faça sentido para a vida dos alunos, professores e comunidades e possa servir como instrumento para uma sociedade sustentável. “É nas práticas pedagógicas cotidianas que a EA poderá oferecer uma possibilidade de reflexão sobre alternativas e intervenções sociais, nas quais a vida seja constantemente valorizada e os atos de deslealdade, injustiça e crueldade possam ser repudiados”, defende Marcos Reigota, professor da Universidade de Sorocaba, que fez parte da mesa de abertura do congresso mundial. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 9 Há tempos o termo sustentabilidade não é exclusivo aos ambientalistas, mas o fato de ter entrado no discurso das pessoas ainda não basta para reverter os estragos no ambiente. É nesse vácuo que uma educação ambiental bem feita pode surtir efeito, esperam os especialistas. “Nunca houve tanta informação sobre ambiente quanto hoje, no entanto nunca se degradou tanto. Precisamos fazer com que a boa vontade desses professores não reme na direção contrária”, afirma Marcos Sorrentino, coordenador do Programa de EA no Ministério do Meio Ambiente. “Queremos que estas ações produzam uma compreensão histórica de causas e conseqüências”. Uma das atividades que corre o risco de seguir na direção contrária, de acordo com Sorrentino, são os programas de coleta seletiva e reciclagem. “Sem reflexão, eles podem estimular um consumo maior”. Ele explica que é o que ocorre, por exemplo, quando a escola premia o aluno que traz mais latinhas. “É preciso ter coerência. Em vez de simplesmente depositar nos locais certos, é melhor substituir o copo de plástico pela caneca de cerâmica e evitar o isopor”, completa Blauth. A preocupação também está norteando o Governo. Neste ano, o MEC deu início a um programa de formação de 32 mil professores em todo o Brasil, sob o tema “Consumo sustentável com abordagem científica, de políticas públicas e sugestões de atividades em sala de aula”. “Queremos que eles percebam que nem tudo é consumível”, diz Rachel Trajber, coordenadora geral de EA no ministério. Além desta diretriz e dos conceitos gerais passados aos professores, o programa do MEC pretende que cada escola aborde a EA a partir das necessidades locais. É o famoso “pensar globalmente, agir localmente”, que tem sido destacado por especialistas da área. “Não basta falar da Amazônia quando a praça em frente está destruída. As questões globais tem de ser compreendidas, mas antes é importante perceber o entorno em que vivemos”, diz Blauth. Para conseguir isso, a primeira coisa a fazer é aprender na prática. É o que estão fazendo escolas de Embu, na Grande SP, em um projeto idealizado pelo Instituto Ciência Hoje, organização ligada a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), com a Prefeitura da cidade. Com o projeto Embu na Onda do Mar, os alunos das quartas séries do ensino fundamental das escolas municipais saem a campo, em um determinado período do ano, para investigar problemas da cidade, localizada em área de mananciais e cercada por rios poluídos. Quem aprende primeiro são os professores. No curso de formação, eles são orientados a mudar a forma tradicional de ensino. Em vez de se basearem apenas no livro didático, des- TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 10 cobrem que fazer atividades relacionadas aos interesses da comunidade é mais interessante. “Esse processo é impressionante. No primeiro programa, percebemos que muitos professores não tinham idéia do que poderia ser feito em educação ambiental”, diz Ricardo Madeira, superintendente do ICH. Antes de sair da escola, os alunos formulam questões sobre fatos da natureza que devem ser observados. Na coleta de dados, elaboram hipóteses e, quando voltam para sala de aula, se mobilizam para encontrar as respostas. Para isso usam recursos com experiências, pesquisas em livros, revistas, internet e até entrevistas com especialistas. A etapa seguinte é passar um dia na Baixada Santista, onde podem comparar os ecossistemas da cidade e do litoral. Depois, as turmas trocam informações. Ao final da expedição, todos vão à praia. “Eles aprendem se divertindo. Apesar da agitação por conta da viagem e do mar, que muitos nunca viram, todos sabem que tem muito trabalho a fazer e sempre põem a mão na massa”, conta Maria Del Carmen Chude, diretora pedagógica do Programa Ciência Hoje de Apoio à Educação, que coordena o projeto. Por meio desta abordagem, vários assuntos passam a fazer sentido. Por exemplo, ao compararem a água do rio na nascente e na cidade, os alunos percebem que a poluição é causada pelo homem. “Eles vêem que antes, a cidade deles também tinha mata atlântica e compreendem o impacto da degradação ambiental”, explica Maria Del Carmen. Outro resultado positivo é que, realizada desta forma, a educação ambiental se torna um tema transversal em todas as disciplinas. De um modo geral, as escolas tem restringido o assunto aos professores de ciências, biologia ou geografia – ou mesmo criam uma disciplina para tratar do assunto. “Não é raro ver escola que separa saúde e ambiente, que não relaciona o desmatamento ao surgimento de uma endemia como a malária”, critica a bióloga da FIOCRUZ, Danielle Grynszpan, que coordenou o Congresso Mundial de EA. “Isso empobrece o trabalho. Educação Ambiental é uma forma de ver o mundo. Tem de ser uma prática integrada e contínua em todos os níveis de ensino”, completa Rachel Trajber, do MEC. Para formar educadores ambientais, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançou a coleção de cinco livros “Educação Ambiental para o desenvolvimento sustentável”, (Globo, R$ 37 cada um). “A idéia é que qualquer pessoa possa desenvolver um projeto na área”, diz Valéria Sucena Hammes, coordenadora da proposta. Para terem efeito, ações ambientais na escola devem ser acompanhadas de uma sensibilização e do papel de cada um. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 11 Um bom exemplo de transversalidade vem ocorrendo na escola da Fundação Bradesco em São João Del Rei (MG). Há dois anos, a fundação decidiu incluir a educação ambiental nas escolas, com um professor responsável pelas aulas. Mas não deu certo. Não havia integração com as outras disciplinas, e a aula acabava repetindo o conteúdo de outras. Hoje a cadeira ainda existe, mas o conceito é outro. Para começar, foi chamado um profissional diferente para ensinar: um engenheiro agrícola, cujo papel não é dar aulas, mas ajudar no planejamento dos professores. No começo do ano, ele avalia os currículos, reúne-se com cada um dos docentes e sugere desde inserções simples de questões ambientais em aula até projetos maiores, como estudos de campo. “Em matemática, por exemplo, quando se estuda regra de três ,é possível fazer a conta: quantas árvores são necessárias para fazer um livro?”, explica Waldir Alves Pereira Júnior, responsável pelo trabalho. Com a orientação do professor, os alunos da quarta série produziram um livro de receitas com ingredientes normalmente desprezados, como folha de beterraba, casca de batata e caroço de melancia. Com outra turma, reuniu os conteúdos de geografia, português e ciências em uma visita ao supermercado – o fato observado: a substituição de vidro por plástico em embalagens. Em ciências, avaliaram o impacto na natureza. Em geografia, conheceram conceitos de industrialização. Em português elaboraram cartas para empresa questionando a mudança. O professor coordena ainda projetos amplos, que envolvem a escola inteira, como a reciclagem de papel e a transformação dos restos de comida em adubo para horta orgânica. “Fechamos um ciclo por meio do qual a escola consome o que ela própria produz. E os restos voltam a alimentar essa produção”, explica Pereira Júnior. Toda sala de aula tem um latão específico para o depósito de papel branco, que vai depois para uma mini-usina de reciclagem, manuseada pelos próprios estudantes. O que é reciclado ali volta para o uso da escola e da comunidade na forma de convite, cartão, diploma, cardápio, livro, embalagem, porta-retrato, etc. Em outra frente, os alunos trabalham o desperdício de alimentos na merenda e encaminham para a composteira – onde restos orgânicos são transformados em adubo. Eles também cuidam um minhocário, que serve para a obtenção de húmus. A produção alimenta a horta, que alimenta a escola. “Se quisermos uma escola verde, nada poderá ser perdido. Aqui a gente transforma tudo”, diz Pereira Júnior. Uma etapa importante da construção da sociedade sustentável depende agora desses alunos. “Nossa intenção é que eles sejam multiplicadores de conhecimento, levando esses conceitos para casa.” TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 12 Texto 2: Extraído de http://www.estadao.com.br/rss/ciencia/2005/mai/12/71.htm (CIÊNCIA E MEIO AMBIENTE , Quinta-feira, 12 de maio de 2005 - 12h32) Brasil é tetracampeão em reciclagem de latas São 25 milhões de latas de alumínio para bebidas recicladas por dia. Em 2004, foram recicladas 95,7% das latas usadas. São Paulo - O Brasil recicla 25 milhões de latas de alumínio para bebidas por dia. Essa marca fez com que o País se mantivesse, pelo quarto ano consecutivo, na liderança do ranking mundial de reciclagem de latas. Em 2004, foram recicladas 95,7% das latas usadas, 6,7 pontos percentuais acima da marca atingida em 2003. O levantamento inclui apenas os países em que a atividade não é obrigatória por lei, como Japão e Estados Unidos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS). Ao todo, 121 mil toneladas de latas de alumínio foram recicladas em 2004, ou cerca de 9 bilhões de latas. O reaproveitamento desse tipo de sucata tem levado o Brasil ao topo do ranking mundial desde 2001. “Esses números contemplam apenas empresas legalizadas e não pequenos negócios informais. Com isso, o índice de reciclagem de latas pode chegar a 99%”, disse Elder Rondelli, da Comissão de Reciclagem da ABAL. A indústria do alumínio representa 3,3% do PIB industrial brasileiro. “Isso significa que a injeção de R$ 1,4 bilhão na economia em 2004, sendo R$ 450 milhões apenas na etapa de coleta. Esse volume de negócios incentiva a criação de equipamentos e de sistemas para reciclagem cada vez mais eficientes, possibilitando um desenvolvimento tecnológico mais amplo para o setor”, afirma Rondelli. Segundo os especialistas, esse resultado positivo é fruto da soma de vários aspectos, entre eles o alto valor da sucata de alumínio aliado à sua grande disponibilidade durante todo o ano. Outro ponto é que o mercado de reciclagem do alumínio já está estabelecido em todas as regiões do Brasil, com uma ampla estrutura de processamento e transporte. Um dos fatores que mais contribuíram para o progresso da reciclagem no País foi o engajamento da classe média. Entre 2000 e 2004, cresceu de 10% para 19% a participação de condomínios e de clubes na coleta de latas usadas. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 13 “A crescente conscientização da população quanto à necessidade de reciclagem de embalagens é uma das principais causas do sucesso desse tipo de atividade”, aponta Rondelli. Texto 3: extraído de http://www.radiobras.gov.br/ct/sos.htm - acessado em 28/08/2005, às 10h55. Reciclagem e economia A adoção de medidas recicláveis gera não apenas vantagens para a economia mas grandes ganhos na qualidade ambiental que têm reflexos na população das cidades. Eis alguns exemplos: o Cada tonelada de papel reciclado representa 3 m³ de espaço disponível nos aterros sanitários; o A energia economizada com a reciclagem de uma única garrafa de vidro é suficiente para manter acesa uma lâmpada de 100 W durante quatro horas; o Com a reciclagem de uma lata de alumínio economiza-se o suficiente para manter ligado um aparelho de televisão durante 3 horas; o 1 tonelada de papel reciclado significa economia de três eucaliptos e 32 pinus, árvores usadas na produção de celulose; o Na fabricação de 1 tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2 mil litros de água, ao passo que no processo tradicional esse volume pode chegar a 100 mil litros por tonelada; o O Brasil só recicla cerca de 30% de seu consumo de papel; o O vidro é 100% reciclável e o Brasil só recicla cerca de 14,2% do vidro que produz e consome; o Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 Kg de minério de ferro, 454 Kg de carvão e 18 Kg de cal, sem perda da qualidade; o Em 1999, durante o carnaval de Salvador (BA), foram coletadas nas ruas o equivalente a 55 toneladas de latinhas de alumínio; o Dados de 1999: o Brasil posiciona-se em primeiro lugar no ranking mundial de reciclagem de alumínio, desbancando os Estados Unidos. Fontes: Limpurb e Programa de Educação Ambiental do Projeto Metropolitano de Salvador. Texto 4: Extraído da Folha On-line (20/07/2004 - 11h24) Amazônia coloca Brasil na lista dos países mais poluentes As queimadas na Floresta Amazônica colocaram o Brasil na lista dos dez países mais poluentes do mundo, de acordo com um estudo que pode pressionar o governo federal a combater a destruição da floresta. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 14 Dentro de alguns meses, o governo deve publicar um relatório sobre as emissões de gás carbônico (CO2),principal responsável pelo efeito estufa, que deve desafiar a visão de que a Amazônia "é o pulmão do mundo". Em vez disso, o estudo diz que a maioria do gás carbônico emitido pelo Brasil, que contribui para o aquecimento global, vem de fumaça relacionada com o desmatamento da Amazônia, e não de combustíveis fósseis que são os responsáveis pela emissão de gases na maioria dos países. Paulo Moutinho, pesquisador da ONG Instituto para Pesquisa da Amazônia, disse que o relatório deve mostrar que o Brasil produz cerca de 300 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, sendo que 200 milhões vêm da floresta tropical. Esse número coloca o Brasil acima de economias como o Canadá e a Itália e entre os dez maiores poluentes do mundo. "O relatório será extensivo, mas ele certamente vai fazer com que o país olhe com mais cautela para as emissões de gás carbônico", afirmou Moutinho à agência de notícias Reuters. "Será o reconhecimento oficial das grandes queimadas e desmatamentos na Amazônia". No ano passado, foi registrado o segundo maior índice de destruição da Floresta Amazônica de todos os tempos: uma área de 5,9 milhões de acres foi destruída pela ação de queimadas e atividades de madeireiros na região. Texto 5: Extraído da Folha On-line (05/06/2005 - 18h22) Madeira de obras públicas em SP deve ter procedência legal No Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, José Serra (PSDB), assinaram um decreto que proíbe o uso de madeira nativa sem procedência legal para obras e serviços públicos. O objetivo da iniciativa é diminuir o desmatamento ilegal da Amazônia, já que a madeira utilizada deverá ter a ATPF (Autorização de Transporte de Produtos Florestais) emitida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) ou pelo órgão estadual competente. Além do decreto, a prefeitura firmou termo de compromisso com o Greenpeace, garantindo que o município não vai utilizar madeira de origem ilegal e de desmatamentos criminosos. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 15 Com o documento, a cidade de São Paulo passa a fazer parte do programa Cidade Amiga da Amazônia. No Estado, outras cidades aderiram ao programa desenvolvido pelo Greenpeace, entre elas Barueri, Guarulhos, Piracicaba, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Ubatuba. De acordo com o Greenpeace, uma de cada cinco árvores cortadas na Amazônia segue para o estado de São Paulo. Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a Secretaria do Verde fez o plantio de 500 mudas de espécies nativas no Parque Tiquatira, na Zona Leste. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 16 Tarefa 2 Em grupo de até 4 pessoas, construa uma tabela que contenha propostas de ações que possam contribuir para não degradação do meio ambiente, no âmbito: o pessoal (o que você pode fazer?); o escolar ( o que a escola pode fazer?); o municipal (o que o setor público de sua cidade pode fazer?); o nacional ( O que o país pode fazer?); o global (O que todos os países podem fazer)?. Cada grupo deverá apresentar e discutir duas proposições com os demais grupos. Resolução de situação-problema: Problema 1: Considerando que para cada litro de gasolina queimada, 2,2 kg de CO2 é lançado para a atmosfera, calcule quanto você emite de CO2 só indo de casa para a escola durante o ano letivo. Discuta com os colegas as variáveis envolvidas na questão e possíveis ações para minimizar a sua contribuição na emissão desse gás. Exemplo resolvido de situação problema: Supondo que você pega ônibus todos os dias para ir e voltar da escola, calcule quanto de CO2 você estaria emitindo (em massa) para a atmosfera durante o ano escolar. Compare com a emissão de CO2 se você fosse de carro para a escola todos os dias. Primeiramente calcule quantos gramas de CO2 é gerado pela queima de 1 L de gasolina. o o o o o Assumir: a gasolina é constituída apenas de octano; densidade da gasolina é 0,72 g/cm3; o ônibus gasta 1 L de diesel durante o trajeto para a escola contando ida e volta; o ônibus tem em média 30 pessoas viajando nele; o carro e o ônibus gastam a mesma quantidade de combustível para percorrer o trajeto. Resposta: Combustão do octano: TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 17 C8H18 + 12,5 O2 8 CO2 + 9H2O Vemos que 1 mol de gasolina produz 8 moles de CO2. Agora vamos transformar em massa considerando que a densidade da gasolina é 0,72 g/cm3. Transformando 1 L de gasolina em massa: d = m/v = 0,72 portanto 1000 mL (1 L) de gasolina tem 720 g ou 0,72 kg Transformando mol em grama: 1 mol gasolina = 114g Quantos moles temos em 720 g (1 L): n= m/MM n = 720/114 = 6,3 mol Se queimarmos 720 g (1 L) de gasolina qual a massa de CO2 gerada? 1mol gasolina __________ 8 mol CO2 6,3 mol (1L) __________ x x = 50,5 mol ( 1 mol CO2 = 44 g) portanto, 50,5 x 44g= 2223 g ou 2,22 kg número de semanas de aula = 40 número de dias em cada semana = 5 portanto, o números de dias letivos no ano = 5x40= 200 dias 200 dias equivale ao uso de 200 L de gasolina 1 L gasolina __________ 2,22 kg CO2 200 L ______________ y y = 444 kg CO2 por ano letivo Porém, no ônibus temos que dividir essa emissão por cerca de 30 pessoas, considerando que o ônibus está sempre cheio. Assim pode-se concluir que se a pessoa viaja de carro para a escola ela emitiria 492 kg de CO2 por ano na atmosfera (só durante o ano letivo). Outra pessoa que viaja de ônibus emitir Problema 2: O gás de cozinha é constituído principalmente de uma mistura de propano e butano. Para simplificar os cálculos, vamos considerar que um botijão de 13 kg (o mais comum nas casas) contenha apenas butano. Calcule quantos quilogramas de CO2 é emitido para atmosfera considerando a combustão completa de todo gás desse botijão. MM C4H10 = 58 C4H10 (g) + 13/2 O2 (g) → 4 CO2 (g) + 5 H2O (v) TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 18 ☺ Para discutir: Procure saber quanto tempo dura um botijão de gás na sua casa e calcule o quanto de CO2 sua família emite para a atmosfera por ano por meio desta atividade. Você também pode fazer o cálculo de emissão de CO2 per capta na sua família. Problema 3: Você já parou para pensar que o simples ato de queimar carvão durante um churrasco contribui para aumentar o efeito estufa? Então vamos estimar o quanto de CO2 emitimos durante um churrasquinho familiar num final de semana... Supondo que foram queimados um saco de 5 kg de carvão, calcule a massa de gás carbônico produzido tomando por base a equação de combustão do carvão: C(s) + O2 (g) → CO2 (g) Texto 6: Texto escrito pela professora Lúcia Campos Efeito Estufa Sol Para reflexão: o Por que existe uma preocupação tão grande com relação ao efeito estufa? o O que pode ser feito para diminuir o efeito Terra estufa? O que cada um de nós pode fazer? O que é efeito estufa? Você já pensou porque o interior do carro com os vidros fechados se aquece tão rapidamente? O sol emite radiações em todos os comprimentos de onda, mas a maior parte está dentro da faixa da luz visível (de 380 a 750 nm – Figura 1), que passa pelo vidro para dentro do carro. Parte dessa energia é absorvida pelos materiais no interior do carro e parte é refletida de volta. Essa energia refletida é a radiação infravermelha (de 4 a 40 µm), que por ter um grande comprimento de onda não passa pelo vidro, ficando aprisionada. Sendo assim fica fácil deduzir que haverá um armazenamento de energia dentro do carro provocando um aumento TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 19 na temperatura, pois nem toda a energia que entrou sairá. Esta pode ser considerada uma analogia para o efeito estufa global. Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o vapor de água (H2O) funcionam como um ‘telhado’ ao redor da Terra, impedindo que a energia do sol absorvida pela Terra durante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra, o que faz com que a temperatura média do nosso planeta seja em torno de 15°C. A esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome de efeito estufa. Se não existisse o efeito estufa a temperatura média na Terra seria em torno de –15°C. Raios gama Raios-X Infravermelho UV Microondas Ondas de rádio luz visível Comprimento de onda aumenta Energia aumenta Figura 1: Espectro da luz solar. Por que a preocupação com o efeito estufa? Se o aquecimento da Terra pelos gases estufa permite que o nosso clima seja mais ameno, então por que nos preocupar com o efeito estufa? O grande problema é que o efeito estufa está aumentando muito rapidamente neste último século, pois está havendo uma alta emissão de gás carbônico para a atmosfera, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis (carvão, gasolina, diesel) e às queimadas das florestas. Neste último século, a temperatura do nosso planeta aumentou em 0,5 oC. Pode parecer pouco, mas esse aumento já foi suficiente para abalar o clima do planeta. O gás carbônico não é o único gás capaz de impedir que a radiação infravermelha emitida da Terra escape. Na verdade este contribui com cerca de 53 % do total dos gases estufa, sendo que outros gases produzidos pelas atividades humanas também contribuem para o efeito estufa: metano (17%); CFCs (12%), e óxido nitroso (6%), entre outros (Tabela 1). Além de estar em maior porcentagem, a concentração do gás carbônico vem aumentando rapidamente nas últimas décadas. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 20 Tabela 1: Concentração na atmosfera atual dos principais gases de efeito estufa, seu Potencial de Aquecimento Global (P.A.G.) e sua contribuição para o aquecimento que se observa atualmente. Gás Concentração P.A.G. Contribuição CO2 370 ppm 1 53 % CH4 1750 ppb 23 17 % CFCs 12 % CFC533 ppt 6500 12(exemplo) N2O 285 ppb 310 5% A Tabela 1 mostra que cada molécula de metano absorve com uma eficiência 23 vezes maior os raios infravermelhos que o gás carbônico. Já uma molécula de CFC-12, gás muito utilizado em geladeiras, tem um poder de aquecimento por molécula, 6.500 vezes maior que o gás carbônico. A maior fonte de óxido nitroso está nos processos naturais devido às atividades biológicos no solo e nos oceanos, mas a manipulação do solo pelo homem incluindo o uso de fertilizantes vem aumentando a emissão desse gás para a atmosfera. Se a emissão de gás carbônico continuar aumentando na mesma velocidade dos últimos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar tanto que os desastres previstos são muito grandes. Por exemplo, o gelo das regiões polares poderá derreter, causando inundações de grande parte da costa dos continentes, sendo que cidades litorâneas inteiras poderão desaparecer. As correntes oceânicas poderão ser afetadas de forma a alterar a distribuição de calor na Terra, grandes regiões agrícolas poderão se tornar desertos, e tempestades violentas poderão ocorrer com mais freqüência por causa das variações climáticas. A Figura 2 mostra que nos anos 50 a concentração de CO2 na atmosfera era cerca de 315 ppmv (parte por milhão em volume – porque se trata de ar), e em apenas 5 décadas houve um aumento de cerca de 16%. Esse aumento tão rápido e tão intenso nunca foi observado na história do planeta. O zigue-zague observado na Figura 2 é por causa do aumento de CO2 na atmosfera durante o outono-inverno devido à baixa atividade fotossintética, já no período de primavera-verão a fotossíntese é mais eficiente, diminuindo então a concentração de CO2 na atmosfera.O aumento de CO2 de um ano para outro é controlado pela atividade humana, principalmente devido a queima de combustível fóssil. A preocupação com o efeito estufa é tão grande que 141 países assinaram um acordo internacional que visa diminuir a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Este acordo foi chamado de “Protocolo de Kyoto” (cidade no Japão onde se concluiu o documento). O proto- TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 21 colo de Kyoto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, diz que os países desenvolvidos (que fazem parte do acordo) se comprometem a reduzir até 2012 a emissão de gases de efeito estufa em pelo menos 5%, de acordo com os níveis de 1990. Em outras palavras, cada país avalia o quanto emitia de gases estufas no ano de 1990 e deve passar a emitir 5% menos dentro do prazo estipulado. Os Estados Unidos, que são os maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo não ratificaram (transformar na forma de lei) o acordo. O chamado IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change), que quer dizer Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas, conta com a participação de 2500 cientistas e técnicos que tem como objetivo monitorar as variações climáticas e impactos ambientais de forma objetiva e compreensível. As avaliações do IPCC são utilizadas mundialmente pelos tomadores de decisões (no nível político) e cientistas. As projeções do órgão são de aumento de temperatura para o ano de 2100 de 1,0 a 3,5 oC, e do nível do mar de 20 a 86 cm. Houve um aumento neste último século de 0,5 oC na temperatura global e o nível do mar global subiu de 1,6 a 3,9 cm. ano Figura 2: Variação na concentração de CO2 na atmosfera medida no Observatório de Mauna Loa no Havaí. Como podemos saber qual era a concentração de CO2 na atmosfera há milhares de anos atrás? Imagine que a neve que caiu sobre a Antártida há milhares de anos ainda está lá soterrada, pois esta não derreteu desde então. Se a neve for escavada e trazida para a superfície, é possível cortar o gelo em fatias, determinar sua idade, e recuperar os gases que estavam na atmosfera há milhares de anos atrás. Os cilindros de gelos escavados são chamados de ‘testemunho’ e são extremamente valiosos como fonte de informação sobre o clima na Terra no TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 22 passado, visto que à medida que a neve precipita, esta carrega consigo os gases presentes na atmosfera. Por meio da avaliação da concentração desses gases é então possível inferir o clima do planeta no passado. A Figura 3 mostra a concentração de gás carbônico e de metano na atmosfera até 420 mil anos atrás e faz uma correlação com as variações de temperatura nesse período. Note que quando a temperatura sobe, a concentração dos gases também aumenta, mostrando a forte correlação entre essas variáveis. Alguns céticos dizem que a oscilação de gases na atmosfera é um efeito natural visto que há milhares de anos isso já foi observado, porém o testemunho de Vostok (Figura 3) mostra que apesar da concentração de gases de efeito estufa terem variado grandemente durante a história do planeta (resultando nos chamados períodos glaciais e interglaciais), nunca houve um aumento tão abrupto e tão intenso na concentração de CO2 como se está sendo observado hoje. TESTEMUNHO DE GELO: VOSTOK: volta ao tempo em 420 mil anos Milhares de anos atrás Figura 3: Relação entre as concentrações dos gases CO2 e CH4 com a variação da temperatura nos últimos 420 mil anos. O que se pode fazer para diminuir o efeito estufa? Os oceanos absorvem grande parte do gás carbônico da atmosfera por dois motivos: um porque o gás se dissolve na água (lembre-se que 2/3 do planta é coberto por água), e outro TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 23 porque as pequenas algas marinhas durante o processo de fotossíntese consomem CO2. Os oceanos podem ser considerados como o grande “consumidor” do CO2 atmosférico. Porém, vale lembrar que é possível dissolver maiores quantidades de um gás em águas mais frias. Se a temperatura das águas dos oceanos aumentarem, como conseqüência do efeito estufa, sua capacidade de absorver o CO2 da atmosfera irá diminuir. As florestas também são muito importantes para a absorção de CO2, principalmente quando estão crescendo, pois estas também transformam o CO2 atmosférico em matéria orgânica sólida por meio da fotossíntese, “limpando” a atmosfera. Portanto, um aumento no número de árvores plantadas (e não derrubadas) pode ajudar a diminuir a concentração de CO2 na atmosfera. No processo de queima de florestas, o gás carbônico que estava armazenado durante anos e anos na forma de plantas, é emitido de volta para a atmosfera em minutos. Cada um de nós é responsável pela emissão de uma parcela de CO2 para a atmosfera, pois consumimos produtos industrializados e usamos carros ou ônibus para nos locomover. Veja que um norte americano ou europeu, em média, é responsável pela emissão de 5 toneladas de CO2 por ano, enquanto que em países não industrializados, essa média cai para 0,5 tonelada. Portanto, para contribuir menos para o efeito estufa basta consumir menos (Reduzir o consumo!!). Conhece a regra dos 3 Rs? Agora é entrar em ação! Texto 7: Extraído da Folha de São Paulo on-line 31/03/2005 - 11h40 da BBC Brasil Nível de gás carbônico na atmosfera atinge novo recorde Dados de um laboratório americano obtidos pela BBC indicam que a concentração de dióxido de carbono da atmosfera voltou a crescer no ano passado, atingindo um novo recorde. O gás carbônico é considerado o principal poluente responsável pelo aquecimento global, e sua concentração na atmosfera tem crescido todos os anos desde 1958. De acordo com a pesquisa do Laboratório de Monitoramento e Diagnóstico do Clima do governo americano, feita com base em informações coletadas em um observatório do órgão no Havaí, a concentração de gás carbônico chegou a 378 partes por milhão (ppm). Apesar disso, os cientistas descobriram que o aumento da presença do gás na atmosfera em 2004 foi menor do que nos dois anos anteriores. TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 24 Estados Unidos Segundo o cientista Pieter Tans, diretor do observatório no Havaí, as variações no aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera ano a ano se devem a uma série de fatores como, por exemplo, alterações na taxa de absorção do poluente por plantas e oceanos. Tans e outros cientistas do centro de pesquisas, porém, acreditam que são as emissões de gás carbônico humanas que vêm provocando o aumento constante da concentração do gás na atmosfera. O laboratório no Havaí, responsável pelos novos dados, é considerado um dos mais confiáveis do mundo para esse tipo de avaliação. O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor recentemente, prevê uma redução nas emissões de gases que provocam o efeito estufa nos países signatários. Os Estados Unidos, maiores responsáveis pela emissão de gás carbônico em todo o mundo, não aderiram ao protocolo. Informações sobre a concentração de CO2 na atmosfera vêm sendo coletadas há quase um século pelo centro construído a uma altitude de 3,5 mil metros, perto do vulcão Mauna Loa. O ar dessa região do Pacífico é ideal para a avaliação porque é "bem balanceado", o que significa que não há, perto do laboratório, nenhuma fonte evidente de poluição, como uma indústria, ou uma fonte natural de absorção de CO2, como uma floresta. Texto 8: Extraído da Folha de São Paulo, Ciência, terça-feira, 15 de março de 2005. Desaparecimento de geleiras pode provocar conflitos no Himalaia Da Reuters As geleiras do Himalaia estão recuando num dos ritmos mais velozes do mundo graças ao aquecimento global, criando a ameaça de falta d’água para milhares de pessoas na China, na Índia e no Nepal. Segundo o WWF (Fundo Mundial para a Natureza), que divulgou ontem estudo sobre o problema, as geleiras estão recuando, em média, de 10 a 15 metros por ano. A situação, no entanto, é mais séria na geleira indiana Gangotri, que está perdendo 23 metros anualmente. “O derretimento rápido das geleiras do Himalaia deve primeiro aumentar o volume da água nos rios, causando enchentes generalizadas”, disse Jennifer Morgan, diretora do progra- TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 25 ma de mudança climática do WWF. “Mas, em algumas décadas, essa situação vai mudar, e os níveis da água cairão, causando problemas econômicos e ambientais maciços para a população do oeste da China, do Nepal e do norte da Índia.” As geleiras do Himalaia alimentam sete dos maiores rios da Ásia: o Ganges, o Indo, o Brahmaputra, o Salween, o Mekong, o Yangtze e o Huang Ho. O suprimento de água de centenas de milhões de pessoas seria afetado. O anúncio do WWF foi feito à véspera de uma reunião dos 20 países que mais consomem energia no planeta, em Londres. O problema de derretimento de geleiras parece ser um fenômeno que se repete em outros locais. Texto 9: Extraído do artigo: “Aspectos relevantes da biogeoquímica da Hidrosfera”. M. Lúcia A. M Campos e Wilson F. Jardim. Química Nova na Escola, Caderno Temático no 5. 2003. Artigo completo em: http://sbqensino.foco.fae.ufmg.br/caderno_quimica_vida_ambiente Oceanos: Grande regulador climático da Terra Embora para os seres humanos a água doce tenha uma importância imediata na manutenção da vida, os oceanos têm um papel vital na manutenção da vida no planeta Terra como um todo, muito embora mais se saiba sobre a superfície da Lua ou de Marte do que sobre o fundo dos oceanos. Este “universo” ainda obscuro hoje pode ser visto como um grande potencial energético a ser explorado, como uma fonte de alimentos a ser sustentada, e também como um importante aliado que ameniza o efeito estufa por meio da absorção de grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera. Um dos desafios atuais da comunidade científica é prever como um possível aquecimento global poderia influenciar a circulação oceânica, e consequentemente o balanço da transferência de calor na Terra. Sabemos que a temperatura média do planeta vem aumentando, e se esta subir o suficiente para derreter grandes quantidades de gelo na região do Ártico, poderia haver um decréscimo na salinidade da água do mar naquela região. Levando em conta também o fato das temperaturas estarem mais elevadas, isto poderia provocar uma diminuição na densidade das massas de água que atingem o norte do Atlântico. Devido à sua baixa densidade, estas águas poderiam deixar de afundar, enfraquecendo a circulação termohalina (circulação profunda). Segundo modelos matemáticos, realizados por pesquisadores da Universidade de East Anglia na Inglaterra, caso haja um colapso da circulação termohalina, em 30 anos 25 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 26 poderia haver um decréscimo de cerca de 8oC na região da Groenlândia e cerca de 2o C em grande parte da Europa. Desta forma, fica estabelecido um paradoxo, pois um aquecimento global poderia levar a um clima mais frio. Texto 10: Extraído da Folha de São Paulo, Folha Ciência, do dia 24 de Junho de 2001 Fluxo de correntes oceânicas está alterado Da Associated Press Cientistas detectaram, nos últimos 50 anos, uma queda substancial na corrente de água gelada que deixa o ártico e deságua no Oceano Atlântico, entre a Escócia e a Groenlândia. Especialistas em mudanças climáticas afirmam que essa corrente, localizada a cerca de 610 metros de profundidade, é uma das forças que move o cinturão oceânico que leva as águas aquecidas da superfície para o norte, em direção ao pólo. Como a saída de água gelada e profunda diminuiu, a entrada de água quente que geralmente a substitui também deve ter sido reduzida. Esse decréscimo pode explicar o recente resfriamento verificado em algumas regiões costeiras próximas ao Mar do Norte, diz uma pesquisa publicada na última edição da revista “Nature”. O estudo foi feito por cientistas da Noruega, da Escócia e das Ilhas Faroë e se concentrou no fluxo de água no leste dessas ilhas. Texto 11: Escrito pela Profa Lúcia Campos- baseado em informações do sítio do Greenpeace. Histórico dos CFCs e outros refrigerantes O gás CF2Cl2 (CFC-12) foi sintetizado pela primeira vez em 1928 pelo químico Thomas Midgely. A produção deste gás prometia ser a solução para resolver o problema da alta toxicidade e inflamabilidade da amônia, até então utilizado com gás refrigerante. A grande vantagem que o CFC-12 apresentava com relação a amônia era o fato deste não ser tóxico (não reativo), não inflamável e um excelente gás refrigerante. Em 1930 a Dupont e General Motors iniciaram a produção e comercialização do CFC12, e mais tarde outros CFCs foram produzidos com as mais diversas aplicações. Porém, nessa época, a comunidade científica ainda não estava ciente de que os CFCs são muito pouco solúveis em água, e portanto não são precipitados pela chuva. O longo tempo de vida dos CFCs e sua capacidade catalítica na destruição do ozônio estratosférico também eram desco- 26 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 27 nhecidos. Devido a baixa reatividade destes reagentes, estes sobem para a estratosfera, e sob intensa radiação ultravioleta levam a formação de Cl. O acordo firmado no Protocolo de Montreal (1987) forçou a indústria procurar substitutos para os CFCs com efeitos menos agressivos à natureza. Desta forma, foi sintetizado novos compostos: os HCFCs (hidroclorofluorcarbono) e os HFCs (hidrofluorcarbono), cujo tempo de vida e poder de destruição do ozônio são bem menores. Porém, já em 1992, o IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change) alertou a comunidade mundial de que o uso indiscriminado dos HFCs e HCFCs poderia continuar agravando o problema da destruição do ozônio, além de contribuir para o aumento da temperatura global. Foi sugerido que, de acordo com as previsões de fabricação e uso do HFC-134a (ou também chamado de R-134a), em 20 anos, o poder de aquecimento global deste gás seria de 3.200 vezes maior que a do CO2. A organização Greenpeace, em 1992 desenvolveu na Alemanha tecnologia para usar o gás refrigerante batizado de greenfreeze, em geladeiras. Este gás é uma mistura de propano e isobutano ou somente o isobutano, e as espumas de isolamento empregam ciclopentano. Esta tecnologia foi doada à industria mundial de geladeiras, ao contrário da tecnologia que emprega CFCs e HFCs, cujas indústrias têm que pagar “royalties” para seu uso. A desvantagem deste gás é que este é inflamável, apesar do volume utilizado em um refrigerador ser equivalente ao conteúdo de 2 isqueiros. Outra desvantagem é o alto custo do refrigerador devido a necessidade de se instalar um equipamento de segurança (devido ao poder inflamável dos gases) não só no refrigerador, mas também em toda a fábrica. Em contrapartida, o greefreeze não destrói a camada de ozônio, não é um gás estufa, têm propriedades refrigerantes similares aos CFCs e usa de uma tecnologia simples, que a longo prazo pode vir a ser economicamente compensador. Para citar alguns exemplos, podemos ver o caso da Alemanha, onde 100% dos refrigeradores fabricados usam o greenfreeze. O número de modelos e fábricas na Europa que estão adaptando seus sistemas para o greenfreeze vem aumentando. A companhia Argentina Whirpool (proprietária da Brastemp e Cônsul no Brasil) comprometeu-se em converter suas tecnologias para o uso do greenfreeze. O Greenpeace acredita que a garantia de lucro para o primeiro produtor de produtos com o greenfreeze é tão grande, que logo surgirá uma companhia interessada. A organização argumenta que países em desenvolvimento não deveriam se adaptar a uma tecnologia de “transição” (uso dos HFCs e HCFCs) para depois terem que converter para o uso de hidrocarbonetos. A União Européia, desde 1996 retirou a etiqueta ecológica dos 27 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 28 produtos com HCFCs e HFCs e agora só permite que estas sejam colocadas em produtos com o greenfreeze. Em outubro de 2005 a Bosch lançou no Brasil, seu primeiro refrigerador utilizando o gás propano/isobutano (também chamando de R600) como refrigerante. Em 1993 o primeiro refrigerador verdadeiramente ‘ecológico’ foi lançado na Alemanha, e agora, o ‘Refrigerador Verde’ chega ao Brasil. O diretor executivo do Greenpeace-Brasil, Frank Guggenheim, participou do lançamento em São Paulo e, em seu discurso, enfatizou a importância de outras empresas fabricantes de geladeira no Brasil, como a Brastemp, seguirem o exemplo da Bosch. Além disso, convidou a empresa a participar de uma ação direta da organização entregando uma geladeira Greenfreeze para o Presidente Lula colocar em sua nova casa. Texto 12: Extraído do Jornal Informativo ORPLANA: Ano II, no 7, julho de 1995. Exemplo de manipulação de informação! Veja como a omissão de dados pode levar a conclusões completamente errôneas. O balanço ecológico da queima da cana-de-açúcar Pesquisadores NorteAmericanos observaram, no Havaí, que: Durante a queima da palha da cana são liberados 3,5 toneladas de dióxido de carbono por hectare. Porém, um hectare de cana em crescimento é capaz de absorver da atmosfera 220 toneladas desse dióxido em função da fotossíntese. SALDO: - 216,5 tonela- das de dióxido de carbono absorvido - um hectare de cana libera 140 toneladas de oxigênio durante o processo de fotossíntese, enquanto que apenas 2,5 toneladas são consumidas pelo fogo da palha. SALDO: - 137,5 toneladas de oxigênio liberado. Este balanço mostra que os canaviais removem do ar o principal causador do “efeito estufa”, que é o dióxido de carbono. Por outro lado, vale a pena ressaltar que: o famoso “carvãozinho”, embora indesejável não se mistura aos gases da atmosfera e constitui-se num sinal de que muitas pessoas estão trabalhando e ganhando a vida com a colheita da cana-de-açúcar. Texto 13: Escrito pela Profa Lúcia Campos Poluição urbana Os combustíveis líquidos se tornaram a principal fonte de poluição para a atmosfera contemporânea, porém, os principais poluentes na atmosfera não são aqueles emitidos diretamente pelos veículos automotores (chamados de poluentes primários) e sim aqueles formados como produto da reação envolvendo os poluentes primários. As reações químicas que produ28 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 29 zem os poluentes secundários ocorrem principalmente na presença de luz solar, resultando no chamado “smog” fotoquímico. Os principais componentes do smog fotoquímico são ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). No início do século, os cientistas acreditavam que o ozônio encontrado na troposfera (parte mais baixa da atmosfera) era somente aquele transportado da estratosfera para altitudes mais baixas. Porém, em meados dos anos 40 houve vários episódios de dano à lavoura de vegetais na área de Los Angeles (EUA), associado a grandes concentrações de ozônio na troposfera. Portanto, tornou-se claro que de alguma maneira havia formação de ozônio na troposfera. Existe uma grande confusão do público em geral com relação ao ozônio, pois enquanto o ozônio estratosférico é essencial para uma vida saudável no nosso planeta, o ozônio troposférico é deletério para a vegetação e saúde humana. Texto 14: Tabelas Extraídas do Relatório de Qualidade do Ar retirado do site: www.cetesb.sp.gov.br Fatores médios de emissão dos veículos em uso na RMSP em 2003 Fontes de Emissão Tubo de Escapamento Emissão do Carter e Evaporativa Pneus Tipo de Veículo Gasolina C Álcool Diesel Táxi Motocicleta e Similares Gasolina C Álcool Motocicleta e Similares Todos os tipos Fator de Emissão (g/km) CO HC NOx SOx 12,30 1,26 0,70 0,12 19,30 2,09 1,16 17,80 2,90 13,00 0,43 1,00 0,20 0,25 0,11 19,70 2,60 0,10 0,04 2,00 1,50 1,40 - MP 0,08 0,81 0,06 0,05 0,07 29 30 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) Fontes, características e efeitos dos principais poluentes na atmosfera POLUENTE CARACTERÍSTICAS FONTES PRINCIPAIS EFEITOS GERAIS SOBRE A SAÚDE EFEITOS GERAIS AO MEIO AMBIENTE Partículas Totais em Suspensão (PTS) Partículas de material sólido ou líquido que ficam suspensos no ar, na forma de poeira, aerossol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho < 100 micra Processos industriais, veículos motorizados (exaustão), poeira de rua ressuspensa, queima de biomassa. Fontes naturais (pólen, aerossol marinho e solo). Quanto menor o tamanho da partícula maior o efeito à saúde. Causam efeitos significativos em pessoas com doença pulmonar, asma e bronquite. Danos à vegetação, deterioração da visibilidade e contaminação do solo. Partículas Inaláveis (MP10) e Fumaça Partículas de material sólido ou líquido que ficam suspensos no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaça, fuligem, etc. Faixa de tamanho < 10 micra. Processos de combustão (indústria e veículos automotores), aerossol secundário (formado na atmosfera). Aumento de atendimentos hospitalares e mortes prematuras. Danos à vegetação, deterioração da visibilidade e contaminação do solo. Dióxido de Enxofre (SO2) Gás incolor, com forte odor, semelhante ao gás produzido na queima de palitos de fósforos. Pode ser transformado a SO3, que, na presença de vapor de água, passa rapidamente a H2SO4. É um importante precursor dos sulfatos, um dos principais componentes das partículas inaláveis. Processos que utilizam queima de óleo combustível, refinaria de petróleo, veículos a diesel, polpa e papel. Desconforto na respiração, doenças respiratórias, agravamento de doenças respiratórias e cardiovasculares já existentes. Pessoas com asma, doenças crônicas de coração são mais sensíveis ao SO2 Pode levar à formação de chuva ácida, causar corrosão aos materiais e danos à vegetação: folhas e colheitas. Dióxido de Nitrogênio (NO2) Gás marrom avermelhado, com odor forte e muito irritante. Pode levar a formação de ácido nítrico, nitratos (o qual constitui para o aumento das partículas inaláveis na atmosfera) e compostos orgânicos tóxicos. Processos de combustão envolvendo veículos automotores, processos industriais, usinas térmicas que utilizam óleo ou gás, incinerações. Aumento da sensibilidade à asma e à bronquite, abaixar resistência às infecções respiratórias. Pode levar a formação de chuva ácida, danos à vegetação e à colheita. Monóxido de Carbono (CO) Gás incolor, inodoro e insípido. Combustão incompleta em veículos automotores. Altos níveis de CO estão associados ao prejuízo dos reflexos, da capacidade de estimar intervalos de tempo, no aprendizado, de trabalho e visual. Ozônio (O3) Gás incolor, inodoro nas concentrações ambientais e o principal componente da névoa fotoquímica. Não é emitido diretamente à atmosfera. É produzido fotoquimicamente pela radiação solar sobre os óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis. Irritação nos olhos e vias respiratórias, diminuição da capacidade pulmonar. Exposição a altas concentrações pode resultar em sensações de aperto no peito, tosse e chiado na respiração. O O3 tem sido associado ao aumento de admissões hospitalares. Danos às colheitas, à vegetação natural, plantações agrícolas, plantas ornamentais. 30 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 31 Texto 15: Extraído da Folha de São Paulo, quinta-feira 18 de agosto de 2005. Poluição apressa 8 mortes por dia em SP Da AFRA BALAZINA reportagem local A poluição atmosférica mata indiretamente, em média, oito pessoas por dia na cidade de São Paulo. A exposição aos diversos poluentes emitidos também reduz a expectativa de vida dos habitantes: pesquisas indicam que o paulistano perde dois anos de vida por morar em um local poluído. Apesar de assustadores, esses números já foram maiores -chegaram a 12 mortes diárias indiretamente causadas por poluentes e três anos de vida perdidos. Os dados, baseados em diversos estudos do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, mostram que ações como o Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) e o rodízio foram positivas para a melhoria da qualidade de vida na capital. Porém, de acordo com o professor Paulo Saldiva, do laboratório da USP, as conseqüências da poluição à saúde ainda são alarmantes e é preciso mais medidas para enfrentá-las. "Diferentemente do cigarro, a poluição do ar não pode ser evitada pelas pessoas", diz. Segundo ele, quem mais tem problema de saúde decorrente da inalação de poluentes são os idosos, vítimas principalmente de pneumonia, infarto agudo do miocárdio e enfisema. Já as crianças, que vêm na seqüência na lista de mais afetadas, têm pneumonia e asma. "Mesmo as pessoas saudáveis sofrem os efeitos da poluição e ficam mais hipertensas nos dias poluídos", afirmou Saldiva. Além das oito mortes diárias induzidas pela poluição, uma pesquisa do laboratório indica que há um aborto por dia na cidade, depois do quinto mês de gestação, em decorrência do problema. "O fluxo arterial na placenta se reduz nos dias de maior poluição." O vilão Para medir quem mais contribui com a emissão de gases de efeito estufa e listar medidas para reduzilos, a Prefeitura de São Paulo pediu inventário ao Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (Centro Clima) da UFRJ. O inventário, apresentado ontem, mostra que o uso de energia é o principal responsável pela emissão de metano e dióxido de carbono, com 76%. Nesse estudo, o vilão mais uma vez foi o transporte. A utilização de combustíveis fósseis representa 88,7% das emissões decorrentes do uso de energia --e a gasolina é o combustível que mais contribui para a poluição, com 35,7%. "Agora, é necessário criar cenários com alternativas para mitigar as emissões e, depois, propor políticas públicas", disse a coordenadora-executiva do inventário, Carolina Dubeux. Ela sugere estudar a troca de combustível (usar o álcool em vez da gasolina) ou a ampliação do uso do metrô. "A diminuição da poluição depende de práticas do diaa-dia", diz o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge. Sua pasta iniciou, há um mês, a inspeção veicular dos ônibus do transporte público para minimizar a emissão. Dos 225 ônibus fiscalizados até agora, de seis viações, 14 tinham situação irregular. 31 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) 32 Exemplo de questões que podem ser formuladas a partir do texto 15 para avaliar a habilidade de interpretação de texto dos alunos: 1. Quais as medidas que já foram tomadas e mostraram minimizar o problema da poluição atmosférica na cidade de São Paulo? 2. Quais são as principais enfermidades que a poluição atmosférica pode agravar? 3. Quais são as evidências que apontam que a poluição atmosférica também afeta as pessoas saudáveis e mulheres grávidas? 4. Quais os gases que o texto se refere quando cita que “... a gasolina é o combustível que mais contribui para a poluição, com 35,7%”.? 5. Quais ações que texto cita que poderiam ser tomadas para minimizar o problema da poluição atmosférica em São Paulo? outras sugestões? Texto 16: Extraído da Folha de São Paulo, Ribeirão, sexta-feira , 1 de abril de 2005. Poluição em Ribeirão / AMBIENTE: Relatório da Cetesb aponta que qualidade do ar é boa na cidade, mas número de queimadas preocupa Ozônio e fumaça poluem o ar de Ribeirão Da Folha Ribeirão Relatório divulgado ontem da Cetesb mostra que a qualidade do ar em Ribeirão Preto é boa, mas dois poluentes preocupam: as concentrações de ozônio e fumaça. Em 2004, a cidade atingiu uma concentração máxima de 67 microgramas por metro cúbico de fumaça contra a máxima de 32 µ g/m3 registrada em 2003. Em relação ao ozônio foi de 187 µ g/m3, mas em apenas sete dias o índice fugiu ao padrão estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional do Meio ambiente) e adotado pela Cetesb, de até 160 µ g/m3. Os dados são parciais, já que Ribeirão inaugurou sua estação de medição automática da Cetesb em agosto do ano passado. Foram analisados 147 dias. Nos anos anteriores, a medição era feita manualmente. Embora em Ribeirão Preto sejam mais freqüentes as polêmicas queimadas de cana-de-açúcar, foi em São Carlos que a concentração máxima de fumaça ficou mais perto do limite; passou de 65 µ g/m3 em 2003 para 102 no ano passado. A medição na cidade, no entanto, é manual. Segundo o relatório anual da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) divulgado ontem, o pico de concentração de 102 µ g/m3 no ano passado foi o maior índice medido em todas as estações do interior e litoral do Estado (que incluem, entre outras cidades, São José dos Campos, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Sorocaba, Itu, Limeira e Santos). Nos últimos quatro anos, desde 2000 quando a Cetesb passou a fazer a medição, o índice médio anual de concentração de fumaça aumentou 52,63% 32 TEIA DO SABER 2005 Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia (Tuma Inicial) µ g/m3 33 para Ontem, Ribeirão registrou novamente alta quantidade de ozônio (175 µ g/m3). De acordo com Artu- Para José Jorge Guimarães, 48, gerente da Cetesb de Araraquara e responsável também por São Carlos, o crescimento da concentração de fumaça se deve principalmente às queimadas urbanas e ao grande fluxo de veículos. “Os valores ainda estão abaixo do padrão máximo fixado, mas nos preocupa a questão das queimadas urbanas, de terrenos baldios especialmente, cada vez mais freqüentes”, disse. Segundo Guimarães, para amenizar o problema, a Cetesb está fazendo parcerias com as prefeituras de São Carlos e Araraquara para que a fiscalização das queimadas seja intensificada. O gerente da Cetesb em Ribeirão, Marco Antonio Sanchez Artuzo, 51, ressaltou que a concentração média anual de fumaça em 2004 diminuiu em relação a 2000 (era de 54 µ g/m3 e passou para zo, as variações negativas de ozônio se devem às condições meteorológicas aliadas a queimadas urbanas e rurais, produção industrial e fluxo de veículos. “As condições climáticas influenciam diretamente na formação do ozônio, por isso essas variações ocorrem. Mas em todas as análises, Ribeirão se manteve abaixo dos padrões máximos e está com uma boa qualidade do ar”, disse. Segundo o gerente, é fundamental que a população contribua não queimando mato, galhos, borrachas e outros materiais, principalmente no período de estiagem e de baixa umidade relativa do ar. Para Carlos Eduardo Komatsu, 36, gerente do Departamento de Tecnologia do Ar da Cetesb, a concentração de ozônio na região pode ser estimulada pela queima do bagaço da cana, que emite óxidos de nitrogênio, que reage na atmosfera com compostos orgânicos voláteis na radiação solar, formando o ozônio. O poluente provoca irritação nos olhos e vias respiratórias, entre outros efeitos. em São Carlos, passando de 19 29 µ g/m em 2004. 3 31 µ g/m3) devido às condições meteorológicas do ano passado, que favoreceram a dispersão dos poluentes. 33