UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA DANIEL DA COSTA TORRES Impacto de um protocolo de reabilitação cardíaca na capacidade funcional de pacientes submetidos à revascularização do miocárdio: Ensaio clínico, aleatorizado, controlado e cego SÃO PAULO 2016 UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM FISIOTERAPIA DANIEL DA COSTA TORRES Impacto de um protocolo de reabilitação cardíaca na capacidade funcional de pacientes submetidos à revascularização do miocárdio: Ensaio clínico, aleatorizado, controlado e cego Dissertação apresentada como requisito para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia ao Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, sob orientação da Prof.ª Dra. Luciana Dias Chiavegato SÃO PAULO 2016 Área de Concentração: Avaliação, Intervenção e Prevenção em Fisioterapia Data da Qualificação: 26 de fevereiro de 2016 Resultado:_____________________________________________ Banca Examinadora Profa. Dra. Luciana Dias Chiavegato Universidade Cidade de São Paulo _________________________________ Profa. Dra. Natalia Aquaroni Ricci Universidade Cidade de São Paulo __________________________________ Prof. Dr. Ricardo Kenji Nawa Universidade de São Paulo __________________________________ DEDICATÓRIA Dedico esta dissertação ao meu avô, Mário Pereira da Costa, o qual dedicou sua vida ao ensino, sempre com muito respeito, seriedade e ética. Nunca deixou de medir esforços para investir na educação de seus familiares e minha formação profissional, ensinando-me que esta é a maior herança que um filho pode receber. Obrigado por implantar a semente de sonhos que eu carrego até hoje. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Primeiramente a Deus, por me dar saúde, sabedoria, tranquilidade, força e oportunidade de poder realizar esse tipo de desafio. Aos meus pais, Benedito Augusto do Rosário Torres e Márcia do Socorro da Costa Torres, minha avó, Sulamita Lavareda da Costa, e aos meus irmãos, Mário Augusto da Costa Torres e Jéssica da Costa Torres, pelo companheirismo e pelo suporte emocional nessa caminhada. À minha orientadora, Dra. Luciana Dias Chiavegato, pela paciência, confiança e tolerância durante as orientações, muitas vezes em horários desconfortáveis, até mesmo em feriados. Sempre será uma referência pra mim. À minha esposa Taiana Emy Watanabe Torres, por me apoiar em todos os momentos importantes e de escolha, de minha vida até aqui, sendo um alicerce emocional para enfrentar momentos de dúvida e desesperança. Amo você e muito obrigado. AGRADECIMENTOS À Universidade Cidade de São Paulo por ter proporcionado essa oportunidade de pós-graduação. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo auxílio financeiro, ao longo de toda a pesquisa. Aos professores vinculados ao Programa de Mestrado e Doutorado da UNICID por não medirem esforços para despejarem todos os seus conhecimentos e experiências com todos os alunos À Fundação Clínica Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna pela disponibilidade do local para a realização dos protocolos e avaliação do estudo. Às equipes multiprofissionais do hospital, dentre eles, à equipe de fisioterapia pela força e pela paciência nesse período. A todos os voluntários que fizeram parte da coleta de dados, por terem cedido um pouco do seu tempo para a formação deste trabalho, meu respeito e gratidão. Aos meus alunos da UNAMA, por me auxiliarem em determinados momentos específicos de coleta do teste de caminhada de seis minutos. Aos amigos do mestrado pela parceria, pela troca de conhecimentos e pela amizade. “Cada dia que amanhece, assemelha-se à uma página em branco, na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes. Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.” Chico Xavier RESUMO Introdução: A hipotrofia muscular e a inatividade prolongada estão associadas à maior sensação de fadiga e redução da capacidade funcional no pósoperatório de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM). A reabilitação cardíaca é uma prática comum e contribui para a melhora da capacidade funcional e qualidade de vida. No entanto, poucos estudos avaliaram a eficácia de protocolos de mobilização precoce nos padrões de atividade física e capacidade funcional, durante o período de hospitalização de pacientes pós RM.Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de mobilização precoce na capacidade funcional, complicações pós-operatórias e tempo de permanência hospitalar em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio. Métodos: Estudo prospectivo, aleatorizado, controlado e cego que avaliou 66 pacientes consecutivos submetidos à cirurgia de RM. Os pacientes foram aleatorizados em dois grupos: Grupo Controle (GC; N=33): que realizou exercícios respiratórios e orientações gerais e, Grupo Intervenção (GI; N=33) que realizou exercícios respiratórios e mobilização precoce. Os grupos foram submetidos ao treinamento do 1º ao 7º dia de pós-operatório, duas vezes ao dia. A capacidade funcional (TC6m) foi avaliada antes da cirurgia e reavaliada após o término do sétimo dia de protocolo e 60 dias após a alta hospitalar. As complicações pulmonares e os dias de internação hospitalar também foram avaliados. A análise estatística utilizou modelos lineares mistos e baseada na intenção de tratamento. O nível de significância foi estabelecido em α = 5%. Resultados: Em comparação ao GC, os pacientes do GI apresentaram melhora na capacidade funcional após 7 dias (respectivamente, 355,42 ± 42,44 vs. 434.69 ± 48,38 metros; p <0,05), mas não houve diferença no follow-up. Pacientes do IG apresentaram redução nos dias de internação na UTI comparado ao CG (4,3 ± 1,1 vs 7,2 ± 1,6 dias; p <0,05) e menos complicações pulmonares (24% versus 48%; p = 0,01). Conclusão: Os pacientes que realizaram a mobilização precoce controlada e padronizada por sete dias consecutivos no período pós operatório, apresentaram aumento da distância percorrida no TC6m a curto prazo, com menor permanência na UTI e menor prevalência de complicações pulmonares, quando comparados ao grupo controle que realizou apenas exercícios respiratórios e orientações gerais. Palavras-Chave: Mobilização Precoce; Revascularização do Miocárdio, Exercício; Reabilitação. ABSTRACT Background: Muscle atrophy and prolonged inactivity are associated with increased sense of fatigue and reduced functional capacity in the late postoperative period in patients undergoing coronary artery bypass grafting (CABG). Cardiac rehabilitation is a common practice and contributes to the improvement in functional capacity and quality of life of these patients. However, few studies have evaluated the use of early mobilization protocols during the in-hospital phase. Objective: To investigate the effects of early mobilization program in functional capacity of patients undergoing coronary artery bypass grafting, after seven days of completing the protocol and 60 days after hospital discharge. Methods: Prospective, randomized, controlled and blinded trial that evaluated 66 consecutive patients undergoing CABG surgery. Patients were randomized into two groups: Control Group (CG; N = 33): who performed breathing exercises and guidance and Intervention Group (IG; N = 33) who performed breathing exercises and early mobilization. Both groups underwent training from 1st to 7th day postoperatively, twice daily. In the preoperative period were assessed: physical activity (Baecke questionnaire), Functional Independence Measure (FIM) and functional capacity (six-minute walk test). Functional capacity was reassessed after the seventh day protocol and 60 days after hospital discharge. Pulmonary complications and length of hospital stay were also evaluated. ANOVA two factors for repeated measures was applied (group and time) with posthoc analysis of Bonferroni. The Student t test was used to evaluate the difference between the averages for the "length of stay". For analysis of the variable "postoperative pulmonary complications," we used the chi-square test for the evaluation between the CG and IG group. It was considered a significance level of 5% (p <0.05). Results: Both groups showed improvement in distance walked in six-minute walk test in postoperative reviews and following 60 days. However, when compared to CG, IG presented a significant improvement in the short term (434.69 ± 48.38), postoperative followup of seven days, without, however, statistically significant differences at followup of two months. With regard to the days of ICU stay and hospital (total), it was observed that the GI's patients remained about three fewer days in the ICU (4.39 ± 1.19 days) compared to the control group (7.27 ± 1.68 days), with a significant difference. In assessing the presence of postoperative pulmonary complications, the control group had a frequency of 16 patients (48.48%) and compared the presence of eight patients in the intervention group, a statistically significant difference (p = 0.015). Conclusion: Patients who underwent controlled early mobilization and standardized for seven consecutive days in the postoperative period, showed improvement in walk distance in the short term 6MWT, with lower ICU and lower prevalence of pulmonary complications when compared to the control group held just breathing exercises and guidelines. Key Words: Early Ambulation; Myocardial Revascularization; Exercise; Rehabilitation LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Delineamento do estudo.................................................................21 FIGURA 2- Fluxograma dos resultados do estudo............................................33 LISTA DE TABELAS TABELA 1. Dados antropométricos e perfil pré-operatório dos pacientes do estudo................................................................................................................34 TABELA 2. Dados cirúrgicos e pós-operatórios dos pacientes dos grupos Controle e Intervenção.......................................................................................35 TABELA 3. Distância percorrida e percentual do valor previsto no teste de caminhada de seis minutos dos pacientes avaliados nos Grupos Controle Intervenção........................................................................................................37 TABELA 4. Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos avaliada de forma intragrupo.............................................................................38 TABELA 5. Tempo de Internação dos pacientes avaliados nos Grupos Intervenção e Controle.......................................................................................39 TABELA 6. Complicações pulmonares pós-operatórias entre os grupos Controle e Intervenção.......................................................................................39 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AFO- Atividades físicas ocupacionais ALL- Atividades físicas de lazer e locomoção ATS- American Thoracic Society CPP- Complicações Pulmonares Pós-operatórias CVF- Capacidade Vital Forçada DPOC- Doença pulmonar obstrutiva crônica EFL- Exercícios físicos no lazer ERS- European Respiratory Society EVA- Escala Visual Analógica f- Frequência respiratória FC- Frequência Cardíaca FCMáx- Frequência cardíaca máxima FCR- Frequência cardíaca de repouso FCT- Frequência cardíaca de treinamento FEF25-75%- Fluxo Expiratório Forçado 25-75% FHCGV- Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna GC- Grupo Controle GI- Grupo Intervenção IAM- Infarto Agudo do Miocárdio IMC- Índice de Massa Corpórea irpm- Incursões respiratórias por minuto MIF- Medida de Independência Funcional MET- Equivalente Metabólico MMII- Membros Inferiores MMSS- Membros Superiores PA- Pressão arterial PAM- Pressão Arterial Média PFE- Pico de Fluxo Expiratório PO- Pós-Operatório RM- Revascularização do Miocárdio rpm- Rotações por minuto SBPT- Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia SCA- Síndrome Coronariana Aguda SpO2- Saturação de pulso de oxigênio TC6m- Teste de caminhada de 6 minutos TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UTI- Unidade de Terapia Intensiva VEF1- Volume Expiratório Forçado no 1º segundo SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 13 3. HIPÓTESE ............................................................................................................... 14 4. OBJETIVOS ............................................................................................................. 15 4.1. Primário ............................................................................................................ 15 4.2. Secundários ..................................................................................................... 16 5. MÉTODOS ............................................................................................................... 16 5.1. Tipo de Estudo, aprovação e registro do estudo .................................. 16 5.2. Critérios de Elegibilidade ............................................................................. 17 5.2.1. Critérios de Inclusão .............................................................................. 17 5.2.2. Critérios de Exclusão ............................................................................. 18 5.2.2.1. Exclusão pré-operatória ................................................................. 18 5.2.2.2. Exclusão pós-operatória ................................................................ 18 5.3. Cálculo Amostral ............................................................................................ 18 5.4. Procedimentos de Avaliação e Delineamento do Estudo ................... 19 5.5 Avaliações Pré-Operatória (caracterização da amostra) ...................... 22 5.5.1. Ficha de Avaliação .................................................................................. 22 5.5.2. Espirometria ............................................................................................. 22 5.5.3. Questionário do Nível de Atividade Física de Baecke .................. 22 5.5.4. Medida de Independência Funcional ................................................. 23 5.5.5. Percepção Subjetiva do Esforço......................................................... 23 5.6. Aleatorização ................................................................................................... 23 5.7. Intervenções .................................................................................................... 24 5.7.1. Grupo Controle ........................................................................................ 25 5.7.2. Grupo Intervenção .................................................................................. 26 5.8. Desfechos do Estudo .................................................................................... 29 5.8.1. Desfecho Primário- Capacidade Funcional ..................................... 29 5.8.2. Desfechos secundários ......................................................................... 30 5.8.2.1. Complicações Pulmonares Pós-Operatórias (CPPO) ............ 30 5.8.2.2. Tempo de Internação na UTI e Hospitalar ................................. 30 5.9 Análise Estatística .......................................................................................... 31 6. RESULTADOS ........................................................................................................ 31 7. DISCUSSÃO ............................................................................................................ 41 8. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 48 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 49 Anexo 1. Aprovação do Comitê de Ética Anexo 2. Carta de Anuência Institucional Anexo 3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Anexo 4. Questionário de Atividade Física de Baecke Anexo 5. Medida de Independência Funcional Anexo 6. Escala Visual Analógica Anexo 7. Escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg (modificada) Apêndice 1. Ficha de Avaliação dos Dados Demográficos e Clínicos Apêndice 2. Ficha de Preenchimento (Teste de Caminhada de Seis Minutos) Apêndice 3. Protocolo de Mobilização 10 1. INTRODUÇÃO A cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) é considerada uma alternativa eficiente para o tratamento de doenças cardíacas isquêmicas. A indicação cirúrgica da RM, especialmente nas síndromes coronarianas agudas (SCA), tem como principais objetivos melhorar a função ventricular, reduzir os sintomas da isquemia miocárdica, evitar a progressão para o infarto agudo do miocárdio (IAM) e reduzir a mortalidade (1-3) . Dessa forma, a decisão de indicação cirúrgica deve ser baseada nos sintomas, no nível de gravidade pelas estratificações clínicas e na anatomia coronariana. O resultado tardio da RM depende de vários fatores: extensão da doença coronariana, resultado da cirurgia, progressão da aterosclerose nos vasos coronarianos e impacto da doença não cardíaca (3, 4). Por outro lado, a cirurgia cardíaca é um procedimento que pode acarretar repercussões em diversos órgãos, alterando por diferentes caminhos (4) os mecanismos fisiológicos de cada paciente . A RM pode levar a um estado crítico no período pós-operatório que implica na necessidade de cuidados intensivos para uma boa recuperação pós-operatória(5, 6) . Sabe-se que um controle pré-operatório juntamente com os esforços de uma equipe multiprofissional, minimiza as chances de ocorrer instabilidades intraoperatórias, assegurando ao paciente uma boa evolução pós-operatória, mesmo em pacientes mais debilitados (7) . Além disso, uma inadequada preparação e avaliação dos aspectos físicos e clínicos no período préoperatório estão associados a maiores períodos de instabilidade hemodinâmica intraoperatória, agravando o prognóstico do paciente, e favorecendo as complicações pós-operatórias graves (8, 9). 11 Os principais fatores para o aparecimento de complicações sistêmicas no período pós-operatório da RM estão associados ao sexo, doença de base, idade, tipo e dosagem de medicação utilizada no pré-operatório, condições préoperatórias e fatores de risco intra-operatório (8). Dentre os fatores relacionados à cirurgia, a indução anestésica tem sido identificada como fator causal de desequilíbrio da ventilação-perfusão, decorrente do surgimento de atelectasias e colapso de vias aéreas (10) . Além disso, a incisão cirúrgica contribui para a redução da estabilidade e complacência da caixa torácica e aumento da dor devido, entre outras coisas, à presença de drenos que estão diretamente (11) envolvidos na manutenção de baixos volumes pulmonares . A dor e o espasmo muscular, por sua vez, prejudicam a mecânica da caixa torácica e diminuem os volumes pulmonares, com aumento da probabilidade de colapsos alveolares e redução da capacidade de tosse (12) . O tempo de permanência em circulação extracorpórea altera a relação ventilação perfusão, reduz a complacência pulmonar e aumenta o trabalho respiratório dificultando o desmame ventilatório (13). O aparecimento de complicações pós-operatórias tais como complicações pulmonares e cardíacas são frequentes e podem influenciar de forma negativa a recuperação de pacientes no período após a RM, aumentando a necessidade de permanência no leito por tempo prolongado e baixa mobilidade (14) . Os efeitos deletérios do imobilismo incluem a diminuição da síntese de proteínas, aumento da proteólise, perda de massa e força muscular, comprometendo a capacidade funcional e as atividades de vida diária(14-16). Em indivíduos saudáveis a perda pode chegar entre 4% a 5% da força muscular para cada semana de permanência ao leito (17) . Para o doente 12 crítico, o início da atrofia muscular é rápida e severa, podendo ser observada nos primeiros dias de hospitalização, com o aparecimento da sensação de fadiga muscular (18) , Estudos prévios sugerem que a inatividade prolongada contribui para uma desarmonia entre as respostas anti-inflamatórias e aumento sistêmico de citoquinas pró-inflamatórias e de estresse oxidativo (19, 20) . Sabe-se que as prováveis sequelas geradas pelo imobilismo podem repercutir durante meses e até mesmo anos, após o período de internação na unidade de terapia intensiva (UTI), dificultando ou impedindo que os pacientes possam recuperar completamente a capacidade funcional basal (21, 22) , e atividades de vida diária, aumentando a possiblidade de re-internações (23-25). Recentemente tem sido destacado o papel da fisioterapia na UTI, assim como a sua importância na prática da mobilização precoce protocolos de exercício físico para pacientes cirúrgicos (26-30) , e de (31-34) . Além de ter se mostrado viável e seguro(30), tais protocolos estão associados à diminuição das complicações respiratórias após cirurgia cardíaca e diminuição ou minimização da perda da força muscular (35) , diminuição da morbidade e mortalidade (36) , melhores resultados funcionais (avaliados por questionários de funcionalidade ainda não específicos para paciente na UTI) cognitivas (38) (37) , melhora das condições e aumento em dias livres de ventilação mecânica. Da mesma maneira, é muito bem documentado a importância da reabilitação cardíaca pósalta hospitalar (39) , sendo recomendado por associações internacionais como a American Heart Association (40) e a European Society of Cardiology (41) . Em cardiopatas, a atividade física associada à mudança do estilo de vida tem apresentado resultados sobre o sistema cardiovascular, com grandes chances de melhora da capacidade funcional e diminuição dos novos eventos e re- 13 internações, utilizando programas e estratégias diversificadas de aderência dos pacientes, seja domiciliar ou institucional (42). Apesar dos estudos demonstrarem influência positiva na melhora da capacidade física após implementações de protocolos de exercício físico e precoce em pacientes pós-cirurgia cardíaca, ainda não há evidência quanto à intensidade, tipo e duração do exercício e frequência (43) . Necessita-se de estudos com novas estratégias que comprovam os reais benefícios de um protocolo de exercício. Frente a todas as alterações promovidas pela cirurgia cardíaca, ainda não se sabe ao certo se após um protocolo de exercício precoce ainda na fase hospitalar, realizado em dois períodos do dia, com treinamento específico e seu acompanhamento podem minimizar tais alterações, propiciando ao paciente retorno ao estado de normalidade (44) . Dessa forma, este estudo visa, primeiramente, avaliar o impacto da intervenção precoce sobre a capacidade funcional a curto e longo prazo salientando a importância de identificar a necessidade de protocolos específicos para reabilitação continuada destes pacientes, bem como novas estratégias de tratamento fisioterapêutico. 2. JUSTIFICATIVA 14 Baseado no acima exposto, pretendemos investigar o efeito de um protocolo de mobilização precoce na capacidade funcional e na incidência de complicações pulmonares pós-operatórias já que até o presente momento isto é bem pouco estudado. Entendemos que para estabelecer o real impacto clínico dessa intervenção, necessitamos de estudos com bons desenhos metodológicos para detectar o mecanismo de ação da mobilização precoce a curto e médio prazo. Este estudo pretende trazer novas evidências de terapias fisioterapêuticas com o objetivo de melhor indicá-las na prática clínica. 3. HIPÓTESE 15 Pacientes que realizaram o programa de mobilização precoce durante a fase hospitalar apresentam melhor desempenho no teste de caminhada (distância percorrida) após sete dias de protocolo, bem como após 60 dias da alta hospitalar comparado aos pacientes que realizaram apenas o programa de exercícios respiratórios e orientações. 4. OBJETIVOS 4.1. Primário 16 Avaliar o impacto de um protocolo de mobilização precoce na distância percorrida após sete dias de protocolo e após 60 dias de alta hospitalar em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio em relação a um grupo controle. 4.2. Secundários Avaliar a influência de um protocolo de mobilização precoce nos dias de internação em desenvolvimento Unidade de de Terapia complicações Intensiva pulmonares e hospitalar e pós-operatórias pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. 5. MÉTODOS 5.1. Tipo de Estudo, aprovação e registro do estudo no em 17 O estudo é um ensaio clínico controlado, aleatorizado e cego e foi realizado na UTI (dez leitos cirúrgicos com média de 4,1 cirurgias por semana) e na enfermaria cirúrgica da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), Belém, Pará, PA, Brasil, após ter sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), registro CAAE: 34569214.5.0000.0064 (Anexo 1), e anuência formal pela instituição FHCGV (Anexo 2). O projeto foi também devidamente registrado no site de registro de ensaios clínicos “Clinical Trials”, registro NCT02312648. 5.2. Critérios de Elegibilidade Todos os pacientes internados consecutivamente para realização de cirurgia de revascularização do miocárdio foram elegíveis para o estudo, seguindo os critérios de inclusão previamente avaliados e determinados. 5.2.1. Critérios de Inclusão Foram incluídos no estudo, pacientes com idade superior a 21 anos e Índice de massa corpórea (IMC) entre 18,5 e 29,9 Kg/m 2, candidatos a cirurgia de revascularização do miocárdio eletiva, estabilidade hemodinâmica com ou sem uso de inotrópicos positivos, ausência de arritmias e angina, com pressão arterial média (PAM) 60 PAM 100 mmHg, frequência cardíaca (FC) 60 FC 100bpm, sem sinais de desconforto respiratório tais como batimento de asa de nariz, uso de musculatura acessória, assincronia toracoabdominal, frequência respiratória (f) ≤ 20 incursões respiratórias por minuto (irpm) e sem sinais de infecção. 18 5.2.2. Critérios de Exclusão 5.2.2.1. Exclusão pré-operatória Foram excluídos pacientes com presença de doenças pulmonares prévias, com fração de ejeção abaixo de 35% ou maior que 54% (45), com alterações cognitivas que dificultassem a compreensão de comandos verbais e/ou instruções, que realizaram cirurgias concomitantes e/ou submetidos à reintervenção cirúrgica. Foram excluídos também pacientes que não aceitaram assinar o TCLE, bem como aqueles que apresentaram as contraindicações para a realização do teste de caminhada de seis minutos ou de qualquer protocolo proposto: limitações ortopédicas, angina instável, FC > 120 bpm em repouso, pressão sistólica >180 mmHg ou diastólica > 100 mmHg. 5.2.2.2. Exclusão pós-operatória Foram excluídos pacientes que apresentaram óbito intra-operatório, tempo de ventilação mecânica acima de 24 horas, bem como os pacientes que não toleraram realizar os protocolos de exercícios propostos pelo estudo. 5.3. Cálculo Amostral Para o cálculo amostral, considerando o desfecho primário, nos reportarmos ao estudo realizado por Hirschhorn et. al (45) , que avaliou a distância percorrida no TC6m após a realização de exercícios de moderada intensidade em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Obteve-se como resultado a diferença entre as médias de 67m±87. Chegou-se a um número amostral de 27 pacientes, considerando-se alfa de 5%, poder estatístico de 80% e 20% de perda, finalizamos com 33 pacientes por grupo. 19 5.4. Procedimentos de Avaliação e Delineamento do Estudo O delineamento do estudo está descrito na Figura 1. Um examinador, previamente treinado, avaliou os critérios de elegibilidade e todos os participantes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), confirmando estarem de acordo com as informações recebidas e interessados em participar do estudo (Anexo 3). Todos os pacientes foram avaliados em três momentos distintos: antes do procedimento operatório (1ª avaliação), após sete dias de acompanhamento pós-operatório (2ª avaliação) e após 60 dias da alta hospitalar (3ª avaliação). A 1ª avaliação foi realizada até dois dias antes do procedimento operatório na seguinte sequência: avaliação dos dados demográficos e clínicos e avaliação da função pulmonar (espirometria), (Apêndice 1); do nível de atividade física (questionário de Baecke), (Anexo 4); da medida de independência funcional (MIF), (Anexo 5), valendo ressaltar que essas avaliações tinham como importância a caracterização da amostra; e da capacidade funcional, adotando-se o teste de caminhada de seis minutos, (Apêndice 2). Após o procedimento pós-operatório, os pacientes extubados em até 24 horas foram divididos aleatoriamente em 2 grupos: Grupo Controle (GC), que recebeu o programa de exercícios respiratórios, e Grupo Intervenção (GI) que 20 Triagem para determinação da elegibilidade do paciente Exclusão - Cirurgias de urgência/concomitantes - DPOC - FE < 34% ou 54% - Re-intervenção Cirúrgica - Contra-indicações Osteomioartculares TCLE assinado 1º AVALIAÇÃO - Avaliação Antropométrica - Função Pulmonar - Nível de Atividade Física - Medida de Independência Funcional - Teste de Caminhada de 6 minutos Aleatorização (Após Cirurgia) Exclusão Pós-Operatória - Tempo de VM > 24 hours - Óbito Operatório Alocação Grupo Controle Grupo Intervenção 2º AVALIAÇÃO 7 Sessões Teste de Caminhada de 6 minutos Teste de Caminhada de 6 minutos 30 dias após alta Contato Telefônico Contato Telefônico 3º AVALIAÇÃO Teste de Caminhada de 6 minutos 2 MESES DE ALTA 2 Meses Teste de Caminhada de 6 minutos Legenda. DPOC- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; FE- Fração de Ejeção; VM- Ventilação Mecânica; TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Figura 1. Delineamento do Estudo 21 realizou o programa de exercícios respiratórios associado ao programa de mobilização precoce. Ambos receberam orientações pré-operatórias quanto ao procedimento cirúrgico, à importância da deambulação precoce e ao estímulo à tosse. O tratamento fisioterapêutico foi iniciado no 1º pós-operatório (PO), padronizado como descrito abaixo e realizado até o 7º dia de pós-operatório. Os atendimentos foram realizados duas vezes ao dia com um tempo médio de 30 minutos cada sessão. Após 30 dias da alta hospitalar foi realizado contato telefônico para a coleta das seguintes informações: presença de sintomas que sugerissem complicações cardíacas; necessidade de internação hospitalar (se sim, foi questionado quanto à causa, o período e os dias de internação, e o paciente foi automaticamente excluído do estudo); realização de qualquer atividade física (se sim, foi questionado quanto à natureza da atividade, assim como os horários e a frequência na semana). Caso relatassem ausência de atividade física, o paciente foi estimulado a realizar, de forma padronizada, pelos pesquisadores do estudo. Na 2ª e 3ª reavaliação foi realizada apenas a avaliação da capacidade funcional (teste da caminhada de seis minutos). As reavaliações foram realizadas por pesquisadores cegos à alocação dos pacientes no momento da alta (sete dias de protocolo) e no retorno do paciente ao Ambulatório de Cardiologia da mesma instituição, após 60 dias da alta (Figura 1). 22 5.5 Avaliações Pré-Operatória (caracterização da amostra) 5.5.1. Ficha de Avaliação No primeiro contato com o paciente foi utilizada a ficha padrão de atendimento da fisioterapia do FHCGV juntamente com uma ficha complementar desenvolvida especificamente para esse estudo. Essas fichas contêm perguntas sobre os dados pessoais, diagnóstico, antecedentes médicos, história pregressa e o estado clínico geral, medicamentos, procedimentos pregressos, avaliação de sinais vitais e hemodinâmica, avaliação respiratória, avaliação motora e neurológica. 5.5.2. Espirometria A espirometria (Spirobank, USB) foi realizada, no período pré-operatório, em todos os pacientes a fim de se excluir a presença de doença pulmonar obstrutiva crônica. Os procedimentos técnicos e os critérios de aceitabilidade e de reprodutibilidade foram os recomendados pela diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), American Thoracic Society (ATS)/European Respiratory Society (ERS) (46). 5.5.3. Questionário do Nível de Atividade Física de Baecke O Questionário de Atividade Física Habitual de Baecke é composto por 16 questões que abrangem três escores de atividade física habitual dos últimos 12 meses: atividades físicas ocupacionais (AFO) com oito questões, exercícios físicos no lazer (EFL) com quatro questões e atividades físicas de lazer e 23 locomoção (ALL) com quatro questões(47, 48). Os indivíduos foram considerados sedentários quando a pontuação encontra-se <9; ativos com a pontuação entre 9-16 e atletas quando a pontuação está >16 (47) . 5.5.4. Medida de Independência Funcional A MIF é um instrumento de avaliação da incapacidade de pacientes com restrições funcionais de origem variada, tendo sido desenvolvida na América do Norte na década de 1980, apresentando 18 itens no total (13 questões relacionadas às funções motoras e cinco às funções cognitivas) (49) . Seu objetivo primordial é avaliar de forma quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas de vida diária. As dimensões avaliadas são os autocuidados, controle de esfíncteres transferências, locomoção, comunicação e cognição social. Cada uma dessas atividades é avaliada e recebe uma pontuação que parte de 1 (ajuda total) a 7 (independência completa), assim a pontuação total varia de 18 a 126 (49, 50). 5.5.5. Percepção Subjetiva do Esforço A percepção do nível de desconforto respiratório frente ao esforço físico foi avaliada através da escala numérica de Borg modificada, que varia de 0 (menor esforço) a 10 (maior esforço) (51) . O paciente foi orientado quanto ao uso da escala e solicitada a escolha espontânea de um valor. 5.6. Aleatorização 24 Após o procedimento cirúrgico, os pacientes extubados em um período até vinte e quatro horas, foram distribuídos aleatoriamente em seus grupos de tratamento (Grupo Controle e Grupo Intervenção) de acordo com um esquema de aleatorização gerado pelo programa randomization.com e realizado por um pesquisador não envolvido com o recrutamento e tratamento dos participantes. A alocação dos sujeitos foi realizada em blocos (três blocos de vinte e dois envelopes), secreta, ou seja, por meio de uma sequência numérica aleatória em envelopes lacrados e opacos. O terapeuta responsável pelo tratamento, antes de iniciar a intervenção, abriu o envelope contendo o grupo correspondente. Os envelopes lacrados ainda não utilizados ficaram guardados em um local seguro e concedidos ao terapeuta responsável à medida que as avaliações foram ocorrendo. 5.7. Intervenções Antes de todas sessões de fisioterapia, manhã e tarde, era realizado com cada paciente um avaliação inicia, além da avaliação da gasometria arterial, exames laboratoriais e radiograma de tórax. Todos os pacientes, por ser conduta já padronizada pela equipe multiprofissional do hospital, realizaram exercícios com pressão positiva em dois níveis de pressão (BIPAP® Synchrony), com interfaces orofaciais, entre 30 a 60 minutos imediatamente após a extubação oro traqueal e mantido como rotina diária, de acordo com a necessidade de cada paciente. Os parâmetros foram pré-determinados da seguinte maneira: pressão inspiratória adequada para manter um volume corrente ideal para cada paciente a 7 ml/kg; pressão 25 expiratória de 6 cmH2O; e oxigênio suplementar para manter uma SpO 2> 95%. Todas estas variáveis foram registradas. Os exercícios foram supervisionados por um fisioterapeuta em ambos os grupos. Antes da execução dos exercícios, foi solicitado ao paciente que quantificasse a sua dor e, caso ele descrevesse uma intensidade de dor igual (52) ou superior a três na escala visual analógica (EVA), (Anexo 6) , foi solicitado ao médico responsável o uso de medicação analgésica do 2º nível (que contém opióides moderados como tramadol e codeína, segundo recomendações da organização mundial da saúde. O uso de medicação foi quantificado (droga, dose e frequência) para posterior comparação entre grupos (53) . Os pacientes dos grupos GC e GI foram acompanhados durante sete dias após procedimento cirúrgico e após esse período, todos os pacientes foram remanejados para o atendimento da equipe de fisioterapia do hospital, dependendo de cada setor onde o paciente se encontrava. 5.7.1. Grupo Controle Os pacientes do GC foram submetidos a um protocolo de exercícios respiratórios com orientações, durante sete dias nos turnos da manhã e tarde, consistindo em exercícios respiratórios diafragmáticos, com três séries de 10 repetições cada. O paciente foi colocado na posição sentada, com a cabeceira elevada acima de 45º e, para cada exercício, foi solicitado ao paciente que inspirasse o ar profunda e tranquilamente até a capacidade pulmonar total, com deslocamento do compartimento abdominal anteriormente, seguido de uma 26 pausa pós-inspiratória de dois a três segundos, terminando com uma expiração simples, prolongada e tranquila, com descanso de um minuto entre as séries. Os pacientes foram também orientados de forma verbal, não controlada, que realizassem movimentos de membros superiores (flexão, extensão, adução e abdução de ombro até o limite de 90º, flexão e extensão de cotovelo e exercícios metabólicos) e inferiores no leito (flexão e extensão de quadril, joelho e exercícios metabólicos). Caso algum paciente desse grupo solicitasse ao fisioterapeuta ou algum membro da equipe multiprofissional (não estimulado antes) para realizar exercícios fora do leito (sentar na poltrona, levantar ou deambular), o mesmo foi realizado, porém, de forma não controlada, apenas foi anotado quem e quando o fez. 5.7.2. Grupo Intervenção Os pacientes do GC foram submetidos a um protocolo de exercícios respiratórios com orientações, durante sete dias nos turnos da manhã e tarde, consistindo em exercícios respiratórios diafragmáticos, com três séries de 10 repetições cada. - 1º dia de pós-operatório: Com o paciente em decúbito de 45º, foram realizados os mesmos exercícios respiratórios do GC. Posteriormente, foram realizados exercícios ativos de membros superiores (MMSS) (flexão-extensão e adução-abdução) de grandes articulações (ombro, cotovelo e punho) em três séries de dez repetições para cada articulação. Associado aos exercícios de MMSS, o paciente do GI foi submetido a uma série de exercícios com ciclo ergômetro para membros inferiores (MMII). 27 A mobilização no ciclo ergômetro sem carga foi realizada de forma ativa, com duração de 20 minutos, divididos em três etapas: 5 minutos de aquecimento; 10 minutos de exercício com cadência de 30 rotações por minuto (rpm); e 5 minutos de recuperação (54) . O paciente permaneceu em decúbito dorsal, com a cabeceira da cama elevada a 45º, enquanto os MMII se mantiveram planificados. Após posicionamento do paciente, o ciclo ergômetro (PHYSICAL®) foi ajustado entre os MMII do mesmo até o alcance dos pedais, para a realização da mobilização. Durante o exercício, os pacientes foram monitorados quanto à FC, SpO2, pressão arterial e nível de percepção subjetiva ao esforço (Borg) (Anexo 7). A intensidade de treinamento atingida foi de 70% da FC máxima obtida pela equação de Karvonen (55) , FCMáx= 220 – idade e FCT = FCR +x% (FC máx - FCR), onde (FCMáx) = Frequência cardíaca máxima; (FCT) = Frequência cardíaca de treinamento; (FCR) = Frequência cardíaca de repouso; x%= percentual da frequência cardíaca desejada para o treinamento, que foi de 70%, pois representa uma faixa adequada de treinamento para pacientes cardiopatas (31) . O programa foi iniciado com de 60% do valor da velocidade média obtida pela fórmula acima e elevado a cada sessão até atingir 70%. A atividade foi interrompida na presença de qualquer sintoma ou desconforto respiratório, retomando-o tão logo apresentasse melhora. - 2º dia de pós-operatório: Exercícios do 1º dia e estimulação a ficar na posição ortostática e realizar exercícios de marcha estacionária, três séries de um minuto (45), com um minuto de descanso entre as séries. 28 - 3º dia de pós-operatório: Exercícios 2º dia, acrescidos do estímulo à deambulação pela unidade por um período de sete minutos em ritmo livre, para manter um Equivalente Metabólico (MET) entre 3-4, e ao final do exercício, foi transferido para uma poltrona alocada ao lado do leito, no qual permaneceu por no mínimo trinta minutos. - 4º dia de pós-operatório: Exercícios do 3º dia, aumentando o tempo de deambulação para 10 minutos e permanência na poltrona por no mínimo uma hora. - 5º dia de pós-operatório: Exercícios do 4º dia, aumentando o tempo de deambulação para 15 minutos e permanência na poltrona por no mínimo duas horas.(44). - 6º dia de pós- operatório: Exercícios do 5º dia acrescido com o início ao treino de escada com a utilização de um degrau (MET 4-5) padronizado com 20 cm de altura (56) , em um lance de sete degraus. O paciente foi estimulado a subir e descer os degraus, três séries de um minuto cada, com um minuto de descanso entre elas - 7º dia de pós-operatório: Exercícios do 6º dia. Ao final da terapia, o paciente recebeu orientações para manter os exercícios respiratórios até o 30º dia de pós-operatório e a realizar caminhadas diárias após a alta hospitalar. Como medida de segurança, os procedimentos foram interrompidos caso o paciente apresentasse qualquer sinal ou sintoma de intolerância ao exercício, tais como fadiga muscular, dispneia, cianose, palidez, náusea, aumento da FC 29 inadequada aos valores de repouso, elevação ou aumento súbito da pressão arterial. 5.8. Desfechos do Estudo 5.8.1. Desfecho Primário- Capacidade Funcional A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6m) seguindo a padronização proposta pela American Thoracic Society (57) . Para sua execução foi utilizado um corredor de 30 metros de comprimento, demarcado a cada um metro. O paciente foi instruído a utilizar roupas e sapatos confortáveis e não realizar esforços duas horas antes do início do teste. Foram realizados dois testes com intervalo de uma hora entre eles visando minimizar a variabilidade entre as distâncias percorridas e foi considerado o teste com a maior distância percorrida. Foram registrados os seguintes dados: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial (PA), saturação de pulso de oxigênio (SpO2), grau de dispneia e cansaço em membros inferiores, utilizando a escala de Borg Modificada (51) . Após esta avaliação inicial, o paciente foi orientado a caminhar o máximo que conseguir por seis minutos, no espaço demarcado, porém sem correr ou pular. O avaliador permaneceu próximo ao local, estimulando-o a cada minuto. Após o primeiro minuto, o avaliador deu o seguinte estímulo: "Você está indo muito bem. Você tem cinco minutos para andar". A cada minuto que passar, o avaliador repetiu a mesma instrução de encorajamento. Concluídos os seis minutos, o teste foi interrompido e foram anotados os seguintes dados: f, FC, PA, SpO2 e graduação da dispneia e cansaço de MMII. 30 Foi utilizado como cálculo do valor predito da distância percorrida no TC6m a fórmula proposta e validada para a população brasileira, por Britto et.al.(58): TC6mpred=356.658 (2.303×idade)+(36.648×gênero)+(1.704×altura)+(1.365×ΔFC). Onde: TC6mpred: valor predito para a distância percorrida no TC6m; Idade: em anos; gênero: se o indivíduo for do sexo masculino é preenchido o valor “1”, e no caso do sexo feminino o valor “0”; Altura: em centímetros; e ΔFC: a variação da frequência cardíaca pós e pré-teste. 5.8.2. Desfechos secundários 5.8.2.1. Complicações Pulmonares Pós-Operatórias (CPPO) Foram avaliadas as complicações pulmonares durante a internação hospitalar. Foram consideradas as seguintes CPPO´s: (i) atelectasias com repercussão clínica (59) ; (ii) hipoxemia com SpO2<85% e necessidade de suplementação de O2 (60); (iii) pneumonia e (iv) insuficiência respiratória aguda (61) . 5.8.2.2. Tempo de Internação na UTI e Hospitalar Durante o período de hospitalização, foram ainda averiguados: o tempo (em dias) de estadia em UTI e hospitalar, a ocorrência de complicações maiores não respiratórias, necessidade de retorno a UTI e mortalidade. Em vigência de qualquer uma destas complicações, o paciente teve seu treinamento suspenso e seu tratamento foi realizado de acordo com os critérios clínicos necessários. 31 5.9 Análise Estatística Os dados foram duplamente digitados e testados previamente quanto a normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para o artigo final, os efeitos médios das intervenções e as diferenças entre os grupos para o desfecho primário ( distância percorrida no TC6) foram calculados utilizando-se modelos lineares mistos(62), que incorpora termos para os grupos de tratamento, tempo, e termos de interação grupos de tratamento versus tempo. Para o momento, foi aplicado o teste de ANOVA dois fatores para amostras repetidas (grupo e tempo), com análise de posthoc de Bonferroni. O teste t de Student foi utilizado para avaliar a diferença entre as médias para o “tempo de internação”. Para análise da variável “complicações pulmonares pós-operatórias” foi utilizado o teste Qui-Quadrado para a avaliação entre os grupo GC e GI. A análise seguiu os princípios de intenção de tratamento, utilizando os resultados dos últimos testes realizados, caso o paciente não completasse todo o delineamento do estudo. Na análise estatística foi utilizado o software estatístico IBM SPSS versão 21 para Windows software (IBM Corporation, Armonk, New York), considerando-se um nível de significância (α=5%). 6. RESULTADOS 32 Foram considerados elegíveis para o estudo 269 pacientes, de setembro de 2014 a Outubro de 2015. Destes, 44 não preencheram os critérios de inclusão. Foram excluídos do estudo 141 pacientes (27 pacientes que realizaram cirurgia de urgência ou realizariam cirurgias concomitantes, 68 pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, 21 pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 34 % ou maior que 54%, 13 pacientes que iriam ser submetidos a re-intervenções cirúrgicas e 12 pacientes com contraindicações motoras para realização das atividades propostas pelo estudo). Sendo assim, 84 pacientes em pré-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio foram incluídos no estudo. Após o procedimento pós-operatório, 18 pacientes foram excluídos do estudo, por óbito intraoperatório e pelo tempo de ventilação mecânica acima de 24 horas. Dessa forma, 66 pacientes foram alocados aleatoriamente nos grupos controle (n=33) e intervenção (n=33). Todos ao pacientes realizaram os protocolos sem perdas até o sétimo dia de seguimento. Após dois meses de alta hospitalar, um paciente do grupo controle não realizou o TC6m por desistir do estudo e dois pacientes de ambos os grupos por re-internações, totalizando ao final, para análise dos dados, 31 pacientes para o GC e 32 para o GI, conforme demonstrado no fluxograma dos resultados da Figura 2. Os dados demográficos dos pacientes, bem como as médias e desvios padrão das variáveis mensuradas na linha de base, estão dispostos na Tabela 1. 33 TRIAGEM (N=269) NÃO PREENCHERAM OS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO (N=44) EXCLUSÃO (N=141) - Cirur. Urgên/Conc. (N=27) - DPOC (N=68) - FE < 34% ou 54% (N=21) - Re-inter. Cirúrg. (N=13) - Contra Indic. Osteomi. (N=12) AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA (N=84) - Função Pulmonar - Nível de Atividade Física - Medida de Independência Funcional - Teste de Caminhada de 6 minutos EXCLUSÃO PÓS-OPERATÓRIA (N=18) - Óbito (N=10) - Tempo de VM > 24 h (N= 8) ALEATORIZAÇÃO (N=66) GRUPO CONTROLE (N=33) GRUPO INTERVENÇÃO (N=33) Teste de caminhada de seis minutos (N= 33) 7º Sessão Teste de caminhada de seis minutos (N= 33) Contato Telefônico (N= 33) 30 dias após alta hospitalar Contato Telefônico (N= 33) Teste de caminhada de 6 minutos (N= 31) 60 dias dias após a alta hospitalar Teste de caminhada de seis minutos (N=32) Analisados 33 pacientes Análise dos 34 Tabela 1. Dados antropométricos e perfil pré-operatório em relação ao uso de medicamento, fração de ejeção, espirometria, nível de atividade física e medida de independência funcional dos pacientes dos Grupos Controle e Intervenção. Características* Gênero N (%) Masculino Feminino Idade (anos) Peso (kg) Altura (cm) IMC (Kg/ m2) Comorbidades N (%) HAS (%) DM (%) Dislipidemia (%) Número de Lesões Coronarianas (N) 1 2 3 4 Medicamentos (N) Nitratos IECA Betabloqueadores Diuréticos AAS Digitálicos Fração de Ejeção Espirometria CVF(L) VEF1(L) VEF1(%) VEF1/CVF(L) VEF1/CVF(%) Nível de Atividade Física (Baecke) N (%) Sedentários (<9) Ativos (>9) Medida de Independência Funcional (MIF– total 126) Grupo Controle (n= 33) Grupo Intervenção (n=33) p 22 (66,67) 11 (33,33) 21 (63,64) 12 (36,36) 0,72 0,46 60,87 ± 12,29 75,15 ± 10,50 172 ± 9,56 25,26 ± 2,91 60,57 ± 15,54 71,15 ± 7,99 168,18 ± 10,21 25,20 ± 2,77 0,64 0,12 0,66 0,98 25 (75,76) 22 (66,67) 15 (45,45) 24 (72,73) 17 (51,52) 14 (42,42) 0,71 0,15 0,87 3 (9,09) 15 (45,45) 13 (39,39) 2 (6,06) 4 (12,12) 16 (48,48) 12 (36,36) 1 (3,03) 0,54 0,67 0,79 0,49 16 (48,48) 18 (54,54) 25 (75,75) 22 (66,66) 16 (48,48) 21( 63,63) 51,24 ± 2,12 12 (36,36) 20 (60,60) 27 (81,81) 21 (63,63) 20 (60,60) 19 (57,57) 50,57 ± 2,80 0,78 0,87 0,98 0,79 0,80 0,83 0,16 3,52±3,75 3,34±2,03 82,79±7,24 87,31±8,09 97,33±9,07 3,44±2,50 3,41±1,25 81,90±9,12 86,22±09,93 98,53±10,14 0,68 0,79 0,90 0,82 0,91 18 (54,55) 15 (45,45) 17 (51,52) 16 (48,48) 0,25 0,79 121,02±2,44 122,87±1,07 0,45 Legenda: IMC (Índice de massa corpórea); HAS (Hipertensão arterial sistêmica); DM (Diabetes mellitus); CVF (Capacidade vital forçada); VEF1 (Volume expiratório forçado no primeiro segundo); CEC (Circulação extracorpórea). IECA (Inibidores da enzima conversora de angiotensina); AAS (Ácido acetilsalicílico). * Variáveis contínuas estão expressas em média e desvio padrão e variáveis categóricas estão expressas em frequência e proporção. 35 Pode-se notar nessa tabela que não houve diferença estatística entre os grupos controle e intervenção quando comparados os dados antropométricos (gênero, idade, peso, altura, IMC), bem como valores de espirometria, medicamentos, fração de ejeção, lesões coronarianas, nível de atividade física 36 e medida de independência funcional, refletindo a homogeneidade dos grupos no período pré-operatório. Os dados referentes à cirurgia e perfil pós-operatório, como tempo de ventilação mecânica, dias e tempo médio de ventilação não invasiva e dias de drogas vasoativas estão apresentados na Tabela 2. Os dados cirúrgicos e pós operatórios referentes ao tempo de cirurgia, tempo de CEC, pinçamento de aorta, tempo de ventilação mecânica e Tabela 2. Dados cirúrgicos e pós-operatórios dos pacientes dos grupos Controle e Intervenção. Características Dados operatórios Tempo de Cirurgia (min) Tempo de CEC (min) Pinçamento de Aorta (min) Tempo de Ventilação Mecânica (horas) Números de Anastomoses (N) 1 2 3 APACHE (0-71) Grupo Controle (n= 33) Grupo Intervenção (n=33) p 157,96 ± 12,82 83,71 ± 7,86 41,21 ± 7,22 7,62 ± 2,10 155,87 ± 12,34 81,03 ± 9,06 44,56 ± 8,64 7,15 ± 1,77 0,22 0,25 0,21 0,44 4 (12,12) 19 (57,58) 10 (30,30) 5 (15,15) 17 (51,52) 11 (33,33) 0,76 0,53 0,79 5,96 ± 1,21 6,03 ± 1,04 0,51 Dias de Ventilação Não-Invasiva 3,66 ± 1,61 2,84 ± 0,61 0,04* Tempo de VNI (min)** 45,99 ± 10,62 39,91 ± 8,33 0,59 Drogas Vasoativas Pós-Operatória 4,75 ± 1,41 2,12 ± 0,92 0,00* (dias) Variáveis contínuas estão expressas em média e desvio padrão e variáveis categóricas estão expressas em frequência e proporção Legenda: CEC (Circulação extracorpórea); APACHE (Acute Physiology and Chronic Health Evaluation); VNI (Ventilação Não-invasiva) *p<0,05 ** tempo de VNI por período de 6 horas APACHE II não apresentaram diferença estatisticamente significativa quando comparados ambos os grupos. Porém, os pacientes do grupo controle 37 realizaram mais dias de VNI (apesar de não apresentar diferença no tempo diário do procedimento) com média de 3,66 ± 1,61 e p=0,04, quando comparado com o grupo intervenção. Da mesma forma, os pacientes do grupo controle receberam DVA, no período pós-operatório por mais dias, 4,75 ± 1,41, do que o grupo intervenção, com p<0,05. A Tabela 3 mostra que houve diferença significativa entre os grupos na avaliação do período pós-operatório ou sétimo dia de acompanhamento, para o desfecho da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos. O grupo intervenção obteve um resultado com média de 434,69 (48,38), aproximadamente 100 metros caminhados a mais do que os seus valores de basais (pré-operatório). Todos os participantes, de ambos os grupo, toleraram realizar o teste, apresentando desempenhos similares e quando comparados no período préoperatório, não houve significância estatística (p=0,39), com médias de 335,32 (40,82) para o grupo controle e 326,31 (42,25) para o intervenção. O mesmo resultado foi obtido no follow-up de dois meses, demonstrando que o grupo controle apresentou uma melhora importante da distância percorrida e o grupo intervenção permaneceu próximo do seu valor de acompanhamento do sétimo dia pós-operatório, porém sem diferença estatística entre os mesmos. Tabela 3. Distância percorrida e percentual do valor previsto no teste de caminhada de seis minutos dos pacientes avaliados nos Grupos Controle Intervenção. Média ± DP Grupo Intervenção versus Grupo Controle 38 Período Grupo Controle Grupo Intervenção Diferença entre médias (IC 95%) p Pré-operatório % previsto 335,32±40,82 57,05±5,85 326,31±42,25 54,75±6,77 9,01 (-11,93 a 29,95) 2,30 (-0,81 a 5,42) 0,39 0,14 Pós-operatório (7 dias) % previsto 355,42±42,44 60,16±6,02 434,69±48,38 73,39±8,26 -79,26 (102,22 a -56,31) -13,23 (16,79 a -9,67) 0,00* 0,00* Follow-up (2 meses) % previsto 435,52±30,87 73,66±4,55 447,56±54,47 73,39±8,26 -12,04 (-34,45 a 10,35) -2,82 (-6,08 a 0,43) 0,28 0,08 Legenda: * A diferença entre as médias é considerada significativa com p<0,05. Os dados estão apresentados em média e desvio padrão, diferença entre médias e intervalo de confiança de 95%. O percentual do valor predito da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos entre os grupos no período pré-operatório apresentou diferença significativa no período pós-operatório, com grupo intervenção melhorando, aproximadamente, 20% a mais do seu valor de baseline. Não foram observado diferença significativa entre os grupo, no período pré-operatório (sinalizando que os pacientes apresentaram um comportamento homogêneo antes da cirurgia) e no período de 60 dias após a alta hospitalar, com p= 0,14 e p=0,08), respectivamente. A Tabela 4 mostra que, quando analisados de forma intragrupo, os indivíduos de ambos os grupos apresentaram melhora, de forma progressiva, do desempenho no teste de caminhada de seis minutos no período pósoperatório e follow-up comparados aos resultado do pré-operatório. Embora menos de 20% de todos os indivíduos do estudo, não estivessem realizando alguma atividade física após a alta, a distância percorrida no seguimento de 60 39 dias apresentou diferença estatística quando comparada ao momento de avaliação do sétimo dia pós-operatório. Tabela 4. Distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos avaliada de forma intragrupo. GRUPO Comparação entre os períodos Diferenças entre as médias p (IC 95%) Grupo Pré-Operatório Controle (N=33) Pós-Operatório Grupo Pré-Operatório Intervenção (N=33) Pós-Operatório Pós-Operatório -20,09 (-33,65 a -6,54) 0,002* -100,19 (-115,12 a -85,26) 0,000* 20,09 (6,54 a 33,65) 0,002* -80,09 (-91,02 a -69,16) 0,000* Pós-Operatório -108,37 (-121,71 a -95,03) 0,000* Follow up -128,84 (-143,54 a -114,14) 0,000* 108,37 (95,03 a 121,71) 0,000* -20,46 (-31,22 a -9,71) 0,000* Follow up Pré-Operatório Follow up Pré-Operatório Follow up Legenda: * A diferença entre as médias é considerada significativa com p<0,05; Os dados estão apresentados com intervalo de confiança de 95%. O resultado dos dados dos dias de internação na UTI, enfermaria e hospitalar, dos grupos controles e intervenção, estão apresentados na Tabela 5. Pode-se observar que os pacientes do GC permaneceram mais tempo internados na UTI, com média de 7,27±1,68 dias e quando comparado ao GI (4,39 ±1,19), demonstrou um resultado significantemente estatístico com p=0,01. Porém, apesar do grupo controle manter os valores de permanência de internação, tanto na enfermaria como hospitalar, maiores que o grupo intervenção, tais resultados não apresentaram diferença estatística, com p=0,40 e p=0,45, respectivamente. 40 Tabela 5. Tempo de Internação na unidade de terapia intensiva, enfermaria e internação hospitalar dos pacientes avaliados nos Grupos Intervenção e Controle. Média ± DP Grupo Intervenção Versus Grupo Controle Grupo Controle Grupo Intervenção Diferença entre médias (IC 95%) p UTI 7,27±1,68 4,39 ±1,19 2,87 (2,16 a 3,59) 0,01* Enfermaria 8,12±2,10 6,15±1,62 1,97 (-1,04 a 2,89) 0,40 Hospitalar 15,33±2,96 11,52±6,37 3,81 (-1,22 a 1,37) 0,45 Internação (dias) Legenda: * A diferença entre as médias é considerada significativa com p<0,05 Os dados estão apresentados em média e desvio padrão, diferença entre médias e intervalo de confiança de 95%. A avaliação da presença de complicações pulmonares pós-operatórias (Tabela 6), mostra que 16 pacientes (48,48%) do grupo controle e 8 (24,24%) pacientes no grupo intervenção, apresentaram tais complicações, sendo esta diferença entre os grupos estatisticamente significativa (p=0,015). Tabela 6. Complicações pulmonares pós-operatórias entre os grupos Controle e Intervenção. Os dados estão apresentados em frequência e proporção. Presença de Complicação N (%) Grupo Grupo Controle Intervenção Complicação Pulmonar 16 (48,48) 8 (24,24) Atelectasia 4 (25,00) 1 (12,50) Hipoxemia com SpO2<85% 5 (31,25) 5 (62,50) Tipo de Complicação p 0,015* 41 Pneumonia 6 ( 37,50) 2 (25,00) Insuficiência Respiratória 1 (6,25) 0 Legenda: * A diferença entre as médias é considerada significativa com p<0,05 SpO2: Saturação de pulso de oxigênio 7. DISCUSSÃO Este ensaio clínico controlado aleatorizado e cego mostrou que os pacientes submetidos a um protocolo de reabilitação cardíaca no pósoperatório de cirurgia de revascularização, apresentaram melhora a curto prazo da capacidade funcional, por meio do aumento da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos, no sétimo dia de acompanhamento. Os pacientes do estudo apresentaram características muito semelhantes no momento da avaliação pré-operatória. Dentre elas, enaltecemos que os pacientes de ambos os grupos não eram tão idosos (com média de idade de 60 anos, aproximadamente) e com apresentavam menor frequência de comorbidades (excluindo-se HAS e DM). Além disso, embora todos os pacientes fossem independentes na realização de suas atividades, ressaltamos o efeito “teto” após a realização do questionário que avalia a funcionalidade (MIF), demonstrando a dificuldade de escolha de ferramentas específicas e fidedignas para avaliar o perfil funcional de cada paciente, ainda mais tratandose de um paciente internado na unidade de terapia intensiva. Dessa forma, temos consciência que tais características podem influenciar os achados pósoperatórios, como por exemplo, tempo médio de cirurgia e de CEC satisfatórios, fato comum de ser encontrado em pacientes mais hígidos que se submetem a cirurgia cardíaca. Apesar de não ser um tema tão recente, atualmente tem-se destacado a importância da mobilização precoce nos pacientes em situações críticas (63-66) . 42 Já bem descrito na literatura, a associação de fatores relacionados à cirurgia (CEC, artefatos invasivos, dor, medicamentos)(67) e a restrição pós-operatória ao leito, gerariam maior imobilismo, redução de propriedades de força e endurance de musculatura periférica e respiratória, com consequente diminuição da capacidade funcional.(68-70) Dessa forma, neste estudo, optou-se pela elaboração de um protocolo precoce e controlado, enaltecendo o exercício aeróbico e a retirada do paciente do leito. Apesar do aumento progressivo dos exercícios ao longo dos dias, o protocolo de mobilização precoce foi bem tolerado pelos pacientes. Estudos atuais realizados em pacientes críticos (em ventilação mecânica ou não) não demonstraram efeitos adversos quando utilizado variados tipos de protocolos de mobilização.(26, 71, 72) Corroborando com estes dados, não foram observadas repercussões hemodinâmicas e/ou respiratórias durante a realização das atividades, apenas pausas periódicas para descanso ou pequenas alterações de horários devido procedimentos rotineiros da UTI, assim como não houve a necessidade de aumento ou diminuição de drogas vasoativas devido ao fato do paciente ser submetido precocemente aos exercícios. Podemos inferir, dessa forma, que nosso protocolo apresentou-se de forma viável e bastante seguro. Assim como Wang et. al.(73), em 2014, em um estudo prospectivo e de coorte, realizou um protocolo de mobilização precoce (baseado em exercícios ativos no leito, em ortostatismo e deambulação) em 33 pacientes internados em UTI´s, durante sessões de hemodiálise, e observou que as atividades não promoviam repercussões e/ou efeitos adversos aos pacientes, desmistificando a recomendação da maioria das equipes médicas, do repouso máximo durante sessões de terapia de substituição renal. Também em um estudo realizado por 43 Kirkeby-Garstad et. al (74) , em 20 pacientes com o perfil pós-cirúrgicos de cirurgia cardíaca, foi observado que o protocolo de mobilização não promoveu repercussões hemodinâmicas e alterações significativas nos valores de SvO2 mesmo com pacientes que evoluíram com piora da função miocárdia (< 50% de fração de ejeção), além do que já era esperado no pré-operatório. Nossos resultados contrariam uma revisão sistemática realizada por Connolly et. al(75), na qual não se pôde concluir que a mobilização em pacientes pós-internação na UTI teve influência positiva nas variáveis de funcionalidade, apesar de três artigos apontarem diferença significativa na melhora da funcionalidade e qualidade de vida de pacientes que realizaram protocolos de mobilização. Podemos inferir que os pacientes do grupo intervenção obtiveram melhora progressiva da capacidade de exercício principalmente com maior tolerância ao exercício submáximo, com prováveis repercussões positivas de caráter hemodinâmico (menor contratilidade, redução de trabalho e consumo do oxigênio do miocárdio) e estabilização dos sinais vitais, com possíveis benefícios de aumento da perfusão periférica, amenização da perda de força muscular periférica e respiratória, associados ainda à resolução parcial ou total das lesões coronarianas que antes comprometiam a função cardíaca. (77-79) Acreditamos que esses fatores tornaram os pacientes do grupo intervenção mais aptos e confiantes para a realização do treinamento aeróbico e principalmente de caminhadas sem auxílio. Assim como no estudo de Ghashghaei et. al (76) , 2012, que realizou um estudo com pacientes pós-cirurgia cardíaca, no qual apresentou resultados satisfatórios de um protocolo de mobilização precoce multiprofissional na 44 capacidade funcional e cardíaca, avaliados por meio do TC6m, teste ergométrico e ecocardiograma, nosso estudo apresentou resultado similar com melhora significativa da distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos, nos pacientes que foram alocados no grupo de intervenção. A partir do segundo dia de protocolo até o final (sétimo dia), os pacientes caminharam em média, dentro da UTI, em torno de 130 a 200 metros por dia. O mesmo resultado foi encontrado no estudo de Castro-Ávila et. al.(80), 2015, o qual demonstrou por meio de uma revisão sistemática com meta-análise que os pacientes que realizaram a mobilização precoce na UTI, apresentaram melhora significativa da capacidade de deambulação sem auxílio no período de alta hospitalar, mesmo sem significância estatística nos status funcional, força muscular, qualidade de vida e utilização de serviços de reabilitação. Em relação à avaliação da distância percorrida no TC6m no seguimento de dois meses, não foi observada diferença significante entre os grupos estudados e ambos mantiveram os valores em torno de 70% do previsto pela equação de Brito et.al, 2013. Apesar de ter sido esperado que o grupo intervenção mantivesse, após a alta hospitalar, os exercícios regulares que faziam durante a internação, isto não ocorreu. Acreditamos que, a similaridade entre os grupos neste momento após dois meses, possa ser justificada pelo fato de que, no momento da alta hospitalar, os pacientes eram orientados pela equipe médica local a não realizarem exercícios sem supervisão por um período mínimo de três meses, mesmo com a orientação fisioterapêutica, previamente aprovada pela mesma equipe, de que fizessem os exercícios aos quais já estavam habituados. 45 Embora todos os pacientes tenham sido encaminhados a um centro de reabilitação pós-cirúrgica, menos de 20% frequentaram. A baixa adesão dos pacientes quando encaminhados para serviços de reabilitação foi também observada em alguns estudos(81-87), os quais relatam que a falta de assiduidade na reabilitação pós-alta hospitalar é justificada, por exemplo, pela ausência de motivação financeira e pessoal, conflito de tempo de trabalho, associados ainda à ausência de sintomas, antes presentes no período pré-operatório (dispneia, fadiga de membros inferiores, precordialgia). Este fato faz com que a recuperação se restrinja principalmente às atividades de vida diárias e atividades ocupacionais. Apesar de não ter sido observado valores importantes em nosso estudo ( aproximadamente 3% no grupo GI e 6% GC), et.al(88), 2009, e Takahashi et.al.(89), 2015, Macchi sugerem ainda que esse comportamento pode estar relacionado com maiores índices de re-internações (com frequência de re-internação de 19%, por sinais de insuficiência cardíaca). Outros fatores que possam ter influenciado a baixa adesão dos pacientes do nosso estudo são a distância para locomoção até o centro de reabilitação (uma vez que uma grande parte dos pacientes eram oriundos de outros estados ou de regiões distantes da capital) e pelo centro de reabilitação não ser específico e direcionado para o atendimento de pacientes pós-cirúrgicos. Com relação aos dias de internação na UTI e hospitalar (total), foi observado que os pacientes do grupo intervenção permaneceram cerca de três dias a menos internados na UTI (4,39±1,19 dias) em relação ao grupo controle (7,27±1,68 dias), com diferença significativa. Esse mesmo comportamento é observado e muito bem descrito na literatura atual (90-92) . Protocolos de mobilização quando implantados precocemente em pacientes internados na 46 UTI, apresentam relação direta com menor tempo de internação na UTI e hospitalar, e podem ser justificados pela resolução precoce do motivo da internação na unidade, menor tempo de ventilação mecânica e consequentemente, menor incidência de complicações pulmonares(66, 93, 94). Embora os dias de internação hospitalar (total) não tenham demonstrado significância estatística, vale ressaltar que o grupo controle permaneceu internado aproximadamente, em média, quatro dias a mais que o grupo intervenção. Deve-se salientar que a permanência prolongada está diretamente relacionada com aumento de custos hospitalares (95), embora não tenha sido objetivo deste estudo verificar tal dado. Da mesma forma, por ser um hospital de referência em Cardiologia, que atende à demanda de outros estados do norte do país, a rotatividade de leitos é um ponto forte a ser considerado nesse aspecto. Quanto à presença de complicações pulmonares, observou-se o dobro de casos no grupo controle quando comparado ao grupo intervenção (16 pacientes no GC e 8 no GI). Além disso, vimos que todos os pacientes que apresentaram complicações pós-operatórias apresentaram três ou quatro lesões coronárias na avaliação antes da cirurgia. Comumente os pacientes no período pós-operatório de RM apresentam riscos para evolução com tais complicações pulmonares, como: a CEC, o grau de sedação, a intensidade da manipulação cirúrgica e o número de drenos pleurais, sendo os fatores intraoperatórios os principais responsáveis por alterar a mecânica respiratória no pós-operatório imediato.(96, 97) .A anestesia geral parece reduzir a capacidade residual funcional pulmonar em cerca de 20%; a circulação extracorpórea prejudica a troca gasosa, e os pacientes cujas artérias mamárias são 47 dissecadas apresentam um risco maior de derrame pleural, com subsequentes complicações pulmonares.(96) Embora o grupo controle tenha evoluído com número maior de pacientes com complicações pulmonares, ambos os grupos, juntos, apresentaram taxa acima da média citada na literatura, (36,36%). Soares et.al. (98) , em 2011, relatou em seu estudo que 31,02% pacientes submetidos a cirurgia cardíaca evoluíram com complicações pulmonares. Porém, devemos enaltecer que ambos os grupos apresentaram pouca frequência de casos de insuficiência respiratória, complicação apresentada como sendo mais prevalente nestes estudos, fato que pode relacionar-se com maior índice de mortalidade. Deve-se ressaltar que o estudo apresenta algumas limitações. O crescente aumento de número de pacientes com o perfil DPOC/ICC, nos leva a crer que poderíamos ter realizado o acompanhamento de pacientes que foram inicialmente excluídos do protocolo por apresentarem DPOC e/ou com fração de ejeção considerados baixos, com o objetivo de avaliar a prevalência de complicações pulmonares, re-internações e internação hospitalar. Ainda, ressaltamos que a escolha de um tempo curto de seguimento após a alta hospitalar, limitou a análise do retorno dos pacientes às atividades físicas, assim como para a avaliação de re-internação hospitalar, para que pudéssemos ter dados suficientes para comparação com a literatura atual, sugerindo então a inclusão de pacientes com DPOC e/ou com fração de ejeção bem baixa, além de incluir avaliação de seguimento por um período superior a três meses. 48 8. CONCLUSÃO Concluiu-se, nesse estudo, que um protocolo de mobilização precoce apresenta influência positiva, capaz de melhorar a distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos, quando comparado a um grupo controle, após sete dias de seguimento em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, no entanto, sem apresentar diferença significativa após 60 dias de alta hospitalar. Além disso, os pacientes que realizaram tal protocolo, permaneceram menos tempo internados na UTI (sem diferença significante nos período total de internação hospitalar), com menor desenvolvimento de complicações pulmonares pós-operatórias, quando comparados aos pacientes que realizaram exercícios respiratórios e orientações. Porém, ressalta-se a importância da elaboração de novos estudos que abordem este tema, com novos perfis de pacientes e com ferramentas de avaliação mais precisas. 49 REFERÊNCIAS 1. Hillis LD, Smith PK, Anderson JL, Bittl JA, Bridges CR, Byrne JG, et al. 2011 ACCF/AHA Guideline for Coronary Artery Bypass Graft Surgery: executive summary: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2011 Dec 6;124(23):2610-42. 2. Noyez L, de Jager MJ, Markou AL. Quality of life after cardiac surgery: underresearched research. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2011 Nov;13(5):511-4. 3. Task Force on Myocardial Revascularization of the European Society of C, the European Association for Cardio-Thoracic S, European Association for Percutaneous Cardiovascular I, Wijns W, Kolh P, Danchin N, et al. Guidelines on myocardial revascularization. Eur Heart J. 2010 Oct;31(20):2501-55. 4. Eagle KA, Guyton RA, Davidoff R, Edwards FH, Ewy GA, Gardner TJ, et al. ACC/AHA 2004 guideline update for coronary artery bypass graft surgery: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Committee to Update the 1999 Guidelines for Coronary Artery Bypass Graft Surgery). Circulation. 2004 Oct 5;110(14):340437. 5. ABB; EKS, Zimerman LI. Prevenção da fibrilação atrial após cirurgia de revascularização do miocárdio: estado atual REBLAMPA Rev bras latinoam marcapasso arritmia. 2001;14(4):203-7. 6. TaniguchiI FP, SouzaII ARd, MartinsIII AS. Tempo de circulação extracorpórea como fator risco para insuficiência renal aguda. Revista brasileira de cirurgia cardiovascular : orgao oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. 2007;22(2):201-5. 7. Rajaei S, Dabbagh A. Risk factors for postoperative respiratory mortality and morbidity in patients undergoing coronary artery bypass grafting. Anesth Pain Med. 2012 Fall;2(2):60-5. 8. Antunes PE, de Oliveira JF, Antunes MJ. Risk-prediction for postoperative major morbidity in coronary surgery. Eur J Cardiothorac Surg. 2009 May;35(5):760-6. 9. Bianco ACM. Insuficiência respiratória no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Rev Soc Cardiol Estado de Säo Paulo. 2001;11(5):927-40. 10. Hedenstierna G, Rothen HU. Respiratory function during anesthesia: effects on gas exchange. Compr Physiol. 2012 Jan;2(1):69-96. 11. Laghi F, Tobin MJ. Disorders of the respiratory muscles. Am J Respir Crit Care Med. 2003 Jul 1;168(1):10-48. 12. Fiore JF, Jr., Chiavegato LD, Denehy L, Paisani DM, Faresin SM. Do directed cough maneuvers improve cough effectiveness in the early period after open heart surgery? Effect of thoracic support and maximal inspiration on cough peak expiratory flow, cough expiratory volume, and thoracic pain. Respir Care. 2008 Aug;53(8):1027-34. 50 13. Ortiz LD, Schaan CW, Leguisamo CP, Tremarin K, Mattos WL, Kalil RA, et al. Incidence of pulmonary complications in myocardial revascularization. Arq Bras Cardiol. 2010 Oct;95(4):441-6. 14. Winkelman C. Bed rest in health and critical illness: a body systems approach. AACN Adv Crit Care. 2009 Jul-Sep;20(3):254-66. 15. Ferrando AA, Lane HW, Stuart CA, Davis-Street J, Wolfe RR. Prolonged bed rest decreases skeletal muscle and whole body protein synthesis. Am J Physiol. 1996 Apr;270(4 Pt 1):E627-33. 16. Kortebein P, Ferrando A, Lombeida J, Wolfe R, Evans WJ. Effect of 10 days of bed rest on skeletal muscle in healthy older adults. JAMA. 2007 Apr 25;297(16):1772-4. 17. Berg HE, Larsson L, Tesch PA. Lower limb skeletal muscle function after 6 wk of bed rest. J Appl Physiol (1985). 1997 Jan;82(1):182-8. 18. Helliwell TR, Wilkinson A, Griffiths RD, McClelland P, Palmer TE, Bone JM. Muscle fibre atrophy in critically ill patients is associated with the loss of myosin filaments and the presence of lysosomal enzymes and ubiquitin. Neuropathol Appl Neurobiol. 1998 Dec;24(6):507-17. 19. Truong AD, Fan E, Brower RG, Needham DM. Bench-to-bedside review: mobilizing patients in the intensive care unit--from pathophysiology to clinical trials. Crit Care. 2009;13(4):216. 20. Winkelman C. Inactivity and inflammation in the critically ill patient. Crit Care Clin. 2007; 23(1):21-34. 21. Laizo A, Delgado FE, Rocha GM. Complications that increase the time of Hospitalization at ICU of patients submitted to cardiac surgery. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2010; 25(2):166-71. 22. Nery RM, Martini MR, Vidor CdR, Mahmud MI, Zanini M, Loureiro A, et al. Alterações na capacidade funcional de pacientes após dois anos da cirurgia de revascularização do miocárdio. Revista brasileira de cirurgia cardiovascular : orgao oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. 2010;25(2):224-8. 23. Herridge MS, Tansey CM, Matte A, Tomlinson G, Diaz-Granados N, Cooper A, et al. Functional disability 5 years after acute respiratory distress syndrome. N Engl J Med. 2011; 364(14):1293-304. 24. Hough CL, Needham DM. The role of future longitudinal studies in ICU survivors: understanding determinants and pathophysiology of weakness and neuromuscular dysfunction. Curr Opin Crit Care. 2007;13(5):489-96. 25. Mendez-Tellez PA, Nusr R, Feldman D, Needham DM. Early Physical Rehabilitation in the ICU: A Review for the Neurohospitalist. Neurohospitalist. 2012 Jul;2(3):96-105. 26. Camargo Pires-Neto R, Fogaca Kawaguchi YM, Sayuri Hirota A, Fu C, Tanaka C, Caruso P, et al. Very early passive cycling exercise in mechanically ventilated critically ill patients: physiological and safety aspects--a case series. PloS one. 2013;8(9):e74182. 27. Clark DE, Lowman JD, Griffin RL, Matthews HM, Reiff DA. Effectiveness of an early mobilization protocol in a trauma and burns intensive care unit: a retrospective cohort study. Phys Ther. 2013; 93(2):186-96. 28. Engel HJ, Needham DM, Morris PE, Gropper MA. ICU early mobilization: from recommendation to implementation at three medical centers. Crit Care Med. 2013;41(1):S69-80. 51 29. Hodgson CL, Berney S, Harrold M, Saxena M, Bellomo R. Clinical review: early patient mobilization in the ICU. Crit Care. 2013;17(1):207. 30. Hopkins RO. Early activity in the ICU: beyond safety and feasibility. Respir Care. 2010;55(4):481-4. 31. Canadian Cardiovascular Society Heart Failure Management Primary P, Moe GW, Ezekowitz JA, O'Meara E, Howlett JG, Fremes SE, et al. The 2013 Canadian Cardiovascular Society Heart Failure Management Guidelines Update: focus on rehabilitation and exercise and surgical coronary revascularization. Can J Cardiol. 2014;30(3):249-63. 32. Piepoli MF, Corra U, Benzer W, Bjarnason-Wehrens B, Dendale P, Gaita D, et al. Secondary prevention through cardiac rehabilitation: from knowledge to implementation. A position paper from the Cardiac Rehabilitation Section of the European Association of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2010;17(1):1-17. 33. Zomorodi M, Topley D, McAnaw M. Developing a mobility protocol for early mobilization of patients in a surgical/trauma ICU. Crit Care Res Pract. 2012;2012:964547. 34. Pinto JSST, Sarmento LA, Silva APPd, Cabral CMN, Chiavegato LD. Effectiveness of conventional physical therapy and Pilates’ method in functionality, respiratory muscle strength and ability to exercise in hospitalized chronic renal patients: A study protocol of a randomized controlled trial. Journal of Bodywork & Movement Therapies. 2014:1-12. 35. Borghi-Silva A, Mendes RG, Costa Fde S, Di Lorenzo VA, Oliveira CR, Luzzi S. The influences of positive end expiratory pressure (PEEP) associated with physiotherapy intervention in phase I cardiac rehabilitation. Clinics (Sao Paulo). 2005;60(6):465-72. 36. Balady GJ, Ades PA, Bittner VA, Franklin BA, Gordon NF, Thomas RJ, et al. Referral, enrollment, and delivery of cardiac rehabilitation/secondary prevention programs at clinical centers and beyond: a presidential advisory from the American Heart Association. Circulation. 2011;124(25):2951-60. 37. Rivas-Estany E. El ejercicio físico em La prevencion y La rehabilitacion cardiovascular. Rer Esp Cardiol. 2011;11:18–22. 38. Brummel NE, Jackson JC, Girard TD, Pandharipande PP, Schiro E, Work B, et al. A combined early cognitive and physical rehabilitation program for people who are critically ill: the activity and cognitive therapy in the intensive care unit (ACT-ICU) trial. Phys Ther. 2012;92(12):1580-92. 39. Jelinek HF, Huang ZQ, Khandoker AH, Chang D, Kiat H. Cardiac rehabilitation outcomes following a 6-week program of PCI and CABG Patients. Front Physiol. 2013;4:302. 40. Leon AS, Franklin BA, Costa F, Balady GJ, Berra KA, Stewart KJ, et al. Cardiac rehabilitation and secondary prevention of coronary heart disease: an American Heart Association scientific statement from the Council on Clinical Cardiology (Subcommittee on Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention) and the Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism (Subcommittee on Physical Activity), in collaboration with the American association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. Circulation. 2005 J;111(3):36976. 41. Perk J, De Backer G, Gohlke H, Graham I, Reiner Z, Verschuren M, et al. European Guidelines on cardiovascular disease prevention in clinical practice (version 2012). The Fifth Joint Task Force of the European Society of 52 Cardiology and Other Societies on Cardiovascular Disease Prevention in Clinical Practice (constituted by representatives of nine societies and by invited experts). Eur Heart J. 2012;33(13):1635-701. 42. Dalal HM, Zawada A, Jolly K, Moxham T, Taylor RS. Home based versus centre based cardiac rehabilitation: Cochrane systematic review and metaanalysis. BMJ. 2010;340:b5631. 43. Galve E, Castro A, Cordero A, Dalmau R, Facila L, Garcia-Romero A, et al. Update in cardiology: Vascular risk and cardiac rehabilitation. Rev Esp Cardiol. 2013;66(2):124-30. 44. Achttien RJ, Staal JB, van der Voort S, Kemps HM, Koers H, Jongert MW, et al. Exercise-based cardiac rehabilitation in patients with coronary heart disease: a practice guideline. Neth Heart J. 2013;21(10):429-38. 45. Hirschhorn AD, Richards D, Mungovan SF, Morris NR, Adams L. Supervised moderate intensity exercise improves distance walked at hospital discharge following coronary artery bypass graft surgery--a randomised controlled trial. Heart Lung Circ. 2008;17(2):129-38. 46. Miller MR, Hankinson J, Brusasco V, Burgos F, Casaburi R, Coates A, et al. Standardisation of spirometry. Eur Respir J. 2005;26(2):319-38. 47. Baecke JA, Burema J, Frijters JE. A short questionnaire for the measurement of habitual physical activity in epidemiological studies. Am J Clin Nutr. 1982;36(5):936-42. 48. Florindo AA, Latorre MdRDdO. Validação e reprodutibilidade do questionário de Baecke de avaliação da atividade física habitual em homens adultos. Rev Bras Med Esporte. 2003;9(3):121-8. 49. Riberto M, Miyazaki MH, Jucá SSH, Sakamoto H, Pinto PPN, Battistella LR. Validação da Versão Brasileira da Medida de Independência Funcional. Acta Fisiatr 2004;11(2):72-6. 50. Sansone GR, Alba A, Frengley JD. Analysis of FIM instrument scores for patients admitted to an inpatient cardiac rehabilitation program. Archives of physical medicine and rehabilitation. 2002 Apr;83(4):506-12. 51. Borg GA. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc. 1982;14(5):377-81. 52. Breivik H, Borchgrevink PC, Allen SM, Rosseland LA, Romundstad L, Hals EK, et al. Assessment of pain. Br J Anaesth. 2008;101(1):17-24. 53. Saúde OMd. Cancer pain relief with a guide to opioide [cited 2009 20/08/2014]. Available from: disponível em: http://whqlibdoc.who.int/publication/9241544821.pdf 54. Matsunaga A, Masuda T, Ogura MN, Saitoh M, Kasahara Y, Iwamura T, et al. Adaptation to low-intensity exercise on a cycle ergometer by patients with acute myocardial infarction undergoing phase I cardiac rehabilitation. Circ J. 2004 ;68(10):938-45. 55. Karvonen MJ, Kentala E, Mustala O. The effects of training on heart rate; a longitudinal study. Ann Med Exp Biol Fenn. 1957;35(3):307-15. 56. da Costa JN, Arcuri JF, Goncalves IL, Davi SF, Pessoa BV, Jamami M, et al. Reproducibility of cadence-free 6-minute step test in subjects with COPD. Respir Care. 2014;59(4):538-42. 57. Laboratories ATSCoPSfCPF. ATS statement: guidelines for the six-minute walk test. Am J Respir Crit Care Med. 2002;166(1):111-7. 53 58. Britto RR, Probst VS, de Andrade AF, Samora GA, Hernandes NA, Marinho PE, et al. Reference equations for the six-minute walk distance based on a Brazilian multicenter study. Braz J Phys Ther. 2013;17(6):556-63. 59. Duggan M, Kavanagh BP. Pulmonary atelectasis: a pathogenic perioperative entity. Anesthesiology. 2005;102(4):838-54. 60. American Association of Respiratory Care. AARC clinical practice guideline. Oxygen therapy in the home or alternate site health care facility--2007 revision & update. Respir Care. 2007;52(8):1063-8. 61. Polverino E, Torres A. Diagnostic strategies for healthcare-associated pneumonia. Semin Respir Crit Care Med. 2009;30(1):36-45. 62. Twisk JW. Longitudinal data analysis. A comparison between generalized estimating equations and random coefficient analysis. European journal of epidemiology. 2004;19(8):769-76. 63. Bartolo M, Bargellesi S, Castioni CA, Bonaiuti D. Early rehabilitation for severe acquired brain injury in intensive care unit: multicenter observational study. European journal of physical and rehabilitation medicine. 2015; 45(3); 5659. 64. Dafoe S, Chapman MJ, Edwards S, Stiller K. Overcoming barriers to the mobilisation of patients in an intensive care unit. Anaesthesia and intensive care. 2015;43(6):719-27. 65. Fraser D, Spiva L, Forman W, Hallen C. Original Research: Implementation of an Early Mobility Program in an ICU. The American journal of nursing. 2015;115(12):49-58. 66. Laurent H, Aubreton S, Richard R, Gorce Y, Caron E, Vallat A, et al. Systematic review of early exercise in intensive care: a qualitative approach. Anaesthesia, critical care & pain medicine. 2015. 67. Titoto L, Sansão MS, Marino LHC, Lamari NM. Cardiac rehabilitation in patients submitted to myocardial revascularization: A review of Brazilian Literature. Arq Ciênc Saúde. 2005;12(4):216-19. 68. Gosselink R, Bott J, Johnson M, Dean E, Nava S, Norrenberg M, et al. Physiotherapy for adult patients with critical illness: recommendations of the European Respiratory Society and European Society of Intensive Care Medicine Task Force on Physiotherapy for Critically Ill Patients. Intensive care medicine. 2008;34(7):1188-99. 69. Schweickert WD, Kress JP. Implementing early mobilization interventions in mechanically ventilated patients in the ICU. Chest. 2011;140(6):1612-7. 70. van der Schaaf M, Beelen A, de Groot IJ. Critical illness polyneuropathy: a summary of the literature on rehabilitation outcome. Disability and rehabilitation. 200;22(17):808-10. 71. Ko Y, Cho YH, Park YH, Lee H, Suh GY, Yang JH, et al. Feasibility and Safety of Early Physical Therapy and Active Mobilization for Patients on Extracorporeal Membrane Oxygenation. ASAIO journal. 2015;61(5):564-8. 72. Nydahl P, Ewers A, Brodda D. Complications related to early mobilization of mechanically ventilated patients on Intensive Care Units. Nursing in critical care. 2014. 73. Wang YT, Haines TP, Ritchie P, Walker C, Ansell TA, Ryan DT, et al. Early mobilization on continuous renal replacement therapy is safe and may improve filter life. Critical care. 2014;18(4):R161. 74. Kirkeby-Garstad I, Stenseth R, Sellevold OF. Post-operative myocardial dysfunction does not affect the physiological response to early mobilization after 54 coronary artery bypass grafting. Acta anaesthesiologica Scandinavica. 2005;49(9):1241-7. 75. Connolly B, Salisbury L, O'Neill B, Geneen L, Douiri A, Grocott MP, et al. Exercise rehabilitation following intensive care unit discharge for recovery from critical illness. The Cochrane database of systematic reviews. 2015 76. Ghashghaei FE, Sadeghi M, Marandi SM, Ghashghaei SE. Exercise-based cardiac rehabilitation improves hemodynamic responses after coronary artery bypass graft surgery. ARYA atherosclerosis. 2012;7(4):151-6. 77. Ades PA, Waldmann ML, Meyer WL, Brown KA, Poehlman ET, Pendlebury WW, et al. Skeletal muscle and cardiovascular adaptations to exercise conditioning in older coronary patients. Circulation. 1996;94(3):323-30. 78. Hambrecht R, Wolf A, Gielen S, Linke A, Hofer J, Erbs S, et al. Effect of exercise on coronary endothelial function in patients with coronary artery disease. The New England journal of medicine. 2000;342(7):454-60. 79. Thompson PD, Buchner D, Pina IL, Balady GJ, Williams MA, Marcus BH, et al. Exercise and physical activity in the prevention and treatment of atherosclerotic cardiovascular disease: a statement from the Council on Clinical Cardiology (Subcommittee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention) and the Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism (Subcommittee on Physical Activity). Circulation. 2003;107(24):3109-16. 80. Castro-Avila AC, Seron P, Fan E, Gaete M, Mickan S. Effect of Early Rehabilitation during Intensive Care Unit Stay on Functional Status: Systematic Review and Meta-Analysis. PloS one. 2015;10(7) 81. Ades PA, Waldmann ML, McCann WJ, Weaver SO. Predictors of cardiac rehabilitation participation in older coronary patients. Archives of internal medicine. 1992;152(5):1033-5. 82. Andrew GM, Oldridge NB, Parker JO, Cunningham DA, Rechnitzer PA, Jones NL, et al. Reasons for dropout from exercise programs in post-coronary patients. Medicine and science in sports and exercise. 1981;13(3):164-8. 83. Cannistra LB, Balady GJ, O'Malley CJ, Weiner DA, Ryan TJ. Comparison of the clinical profile and outcome of women and men in cardiac rehabilitation. The American journal of cardiology. 1992;69(16):1274-9. 84. Evenson KR, Fleury J. Barriers to outpatient cardiac rehabilitation participation and adherence. Journal of cardiopulmonary rehabilitation. 2000;20(4):241-6. 85. Ferguson EE. Cardiac Rehabilitation—An Effective and Comprehensive but Underutilized Program to Reduce Cardiovascular Risk in Patients with CVD. US CARDIOVASCULAR DISEASE. 2006. 86. Nohara R, Kambara H, Mohiuddin IH, Ono S, Okuda K, Makita S, et al. Cardiac sports rehabilitation for patients with ischemic heart disease. Japanese circulation journal. 1990;54(11):1443-50. 87. Pell J, Pell A, Morrison C, Blatchford O, Dargie H. Retrospective study of influence of deprivation on uptake of cardiac rehabilitation. Bmj. 1996 Aug 3;313(7052):267-8. PubMed PMID: 8704538. Pubmed Central PMCID: 2351655. 88. Macchi C, Polcaro P, Cecchi F, Zipoli R, Sofi F, Romanelli A, et al. Oneyear adherence to exercise in elderly patients receiving postacute inpatient rehabilitation after cardiac surgery. American journal of physical medicine & rehabilitation / Association of Academic Physiatrists. 2009;88(9):727-34. 55 89. Takahashi T, Kumamaru M, Jenkins S, Saitoh M, Morisawa T, Matsuda H. In-patient step count predicts re-hospitalization after cardiac surgery. Journal of cardiology. 2015;66(4):286-91. 90. Castro E, Turcinovic M, Platz J, Law I. Early Mobilization: Changing the Mindset. Critical care nurse. 2015;35(4):e1-5 91. Hunter A, Johnson L, Coustasse A. Reduction of intensive care unit length of stay: the case of early mobilization. The health care manager. 2014;33(2):128-35. 92. Morris PE, Goad A, Thompson C, Taylor K, Harry B, Passmore L, et al. Early intensive care unit mobility therapy in the treatment of acute respiratory failure. Critical care medicine. 2008;36(8):2238-43. 93. Cameron S, Ball I, Cepinskas G, Choong K, Doherty TJ, Ellis CG, et al. Early mobilization in the critical care unit: A review of adult and pediatric literature. Journal of critical care. 2015;30(4):664-72. 94. Parry SM, Puthucheary ZA. The impact of extended bed rest on the musculoskeletal system in the critical care environment. Extreme physiology & medicine. 2015;4:16. 95. Stephen AE, Berger DL. Shortened length of stay and hospital cost reduction with implementation of an accelerated clinical care pathway after elective colon resection. Surgery. 2003;133(3):277-82. 96. Katsura M, Kuriyama A, Takeshima T, Fukuhara S, Furukawa TA. Preoperative inspiratory muscle training for postoperative pulmonary complications in adults undergoing cardiac and major abdominal surgery. The Cochrane database of systematic reviews. 2015;10:CD010356. 97. Vegni R, Almeida GF, Braga F, Freitas M, Drumond LE, Penna G, et al. Postoperative cardiac artery bypass graft complications in elderly patients. Revista Brasileira de terapia intensiva. 2008;20(3):226-34. 98. Soares GMT, Ferreira DCS, Gonçalves MPC, Alves TGS, David FL, Henriques KMC, et al. Prevalence of major postoperative complications in cardiac surgery. Rev Bras Cardiol.2011;24(3):139-146 56 Anexo 1. Aprovação do Comitê de Ética 57 58 59 60 Anexo 2. Carta de Anuência Institucional 61 Anexo 3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa de cunho científico do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo/Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, intitulada: “Impacto da mobilização precoce na capacidade funcional de pacientes submetidos à revascularização do miocárdio: Ensaio clínico aleatorizado, controlado e cego”, que tem como objetivo principal avaliar o impacto de um protocolo de mobilização precoce na capacidade funcional no sétimo dia de seguimento pós-operatório e após 60 dias em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. O tema escolhido se justifica pela importância de se ter um protocolo bem definido de mobilização em pacientes póscirúrgicos e pela dúvida que se há sobre a sua real influência na recuperação desses indivíduos. O trabalho está sendo realizado pelo fisioterapeuta Daniel da Costa Torres e sob a supervisão e orientação da Prof.ª Dra. Luciana Dias Chiavegato. Para alcançar os objetivos do estudo serão realizados um protocolo de avaliação, no qual o sr. /sra. será avaliado(a) em três momentos diferentes: antes do procedimento operatório (1ª avaliação), no sétimo dia pós-operatório (2ª avaliação) e após 60 dias da alta hospitalar (3ª avaliação). Após o procedimento da cirurgia, quando retirado um “tubo”, em até 24 horas, que o/a ajuda a respirar, serão realizados protocolos de exercícios pré-estabelecidos. Os dados de identificação serão confidenciais e os nomes reservados. Os dados obtidos serão utilizados somente para este estudo, sendo os mesmos armazenados pelo pesquisador principal durante 5 (cinco) anos e após serão totalmente destruídos (conforme preconiza a Resolução 196/96). EU,__________________________________________________, cujo CPF _________________________________, recebi as informações sobre os 62 objetivos e a importância desta pesquisa de forma clara e concordo em participar do estudo. Declaro que também fui informado: • Da garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento acerca dos assuntos relacionados a esta pesquisa. • De que minha participação é voluntária e terei a liberdade de retirar o meu consentimento, a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo para a minha vida pessoal e nem para o atendimento prestado a mim. • Da garantia que não serei identificado quando da divulgação dos resultados e que as informações serão utilizadas somente para fins científicos do presente projeto de pesquisa. • Sobre o projeto de pesquisa e a forma como será conduzido e que em caso de dúvida ou novas perguntas poderei entrar em contato com o pesquisador: Daniel da Costa Torres, telefone (91) 8129-1251/ (91) 3233-9220, e- mail: [email protected] e endereço: Tv. Alferes Costa s/n, Bairro Pedreira – Belém Pará, UTI Coronariana (UCA), ramal: 4005 2586. • Também que, se houverem dúvidas quanto a questões éticas, poderei entrar em contato com Adriana Oliveira Lameira Verissimo, Coordenadora-geral do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas pelo telefone 40052676, endereço Tv. Alferes Costa s/n, 1° andar. Declaro que recebi cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ficando outra via com o pesquisador. Belém,_____ de___________ de 20_______ . __________________________ ____________________________ 63 Assinatura do entrevistado Nome Assinatura do pesquisador Nome do pesquisador Este formulário foi lido para _______________________________________, em________ /_________ /__________pelo ___________________________________ enquanto eu estava presente. _________________________ Assinatura da testemunha Data: _____ /______ /______ Anexo 4. Questionário de Atividade Física de Baecke 64 65 Tabela de Pontuação do Questionário de Baecke 66 Anexo 5. Medida de Independência Funcional (Riberto et.al, 2004) 67 Anexo 6. Escala Visual Analógica Anexo 7. Escala de Percepção Subjetiva do Esforço de Borg (modificada) 68 Apêndice 1. Ficha de Avaliação dos Dados Demográficos e Clínicos IDENTIFICAÇÃO 69 DATA DA INTERNAÇÃO: ____/____/____ ____/____/____ GRUPO: ( ) INTERVENÇÃO _______________ DATA DA ALTA: ( ) CONTROLE TEMPO de VM: Nome__________________________________________________________ RG: __________________Idade: _____ Sexo: ( ) M ( ) F Peso: _____ Altura: _____ IMC: _______ TELEFONE: _____________________________Profissão: _______________ Data da internação:________ Data da cirurgia: __________ Data da alta (UTI/Hospitalar):________ Tempo de CEC:_________ GRUPO: ( ) INTERVENÇÃO VNI ( ) sim ( )não ( ) CONTROLE ANTECEDENTES ( ) HAS ( ) DM ( ) Dislipidemia ( ) Obesidade ( ) Tabagismo ( ) Sedentarismo ( ) História Familiar ( ) IAM Prévio ( ) AVC Prévio ( ) CATE Prévio ( ) ATC Prévio ( ) RM Prévio 70 ESPIROMETRIA CVF (L)______ CVF (%)________ VEF1 (L)________ VEF1 (%)_________ VEF1/ CVF _________ EXAME FÍSICO SINAIS VITAIS: FC: _______bpm SpO2 : _________ % PA: _______ mmHg f:___rpm Ausculta Pulmonar: _______________________________________ MARCADORES E ENZIMAS CK: ( ) Positivo ( ) Negativo Valor: __________ HORÁRIO: CKMB: ( ) Positivo ( ) Negativo Valor: __________ HORÁRIO: TROPONINA: ( ) Positivo ( ) Negativo Valor: __________ HORÁRIO: MIOGLOBINA: ( ) Positivo ( ) Negativo Valor: __________ HORÁRIO: MEDICAMENTOS E PROCEDIMENTOS ( ) Morfina ( ) Heparina Cálcio ( ( ) O2 ( ( ) Nitrato ) Inibidor ECA ) Inibidor IIb-IIIa ( Outro _______________________ ( ( ) AAS ) Diurético ) Digital ( ( ) Beta-Bloqueador ( ) Bloqueador de ) Anti-arrítmico ( ) 71 ( ) SK ( ) ATC – STENT? ( ) Sim ( ) Não Artéria?_______________________ Complicações Pós-operatórias: ________________________________ Apêndice 2. Ficha de Preenchimento (Teste de Caminhada de Seis Minutos) IDENTIFICAÇÃO NOME__________________________________________________________ _____________ RG: __________________IDADE: _____ SEXO: ( ) M ( ) F PESO: _____ ALTURA: GRUPO: ( ) INTERVENÇÃO _______________ ( ) CONTROLE TEMPO de VM: 72 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 1º TESTE DA CAMINHADA DE 6 MINUTOS FCinicial: _________ bpm f inicial: _________ irpm PA inicial : _____mmHg SpO2 inicial: ________ % FC final: _________ bpm BORG inicial: ____________ f final: _________ irpm PA final: _________ mmHg SpO2 final: ________ % BORG final: ____________ Distância Percorrida: ___________ m Intercorrência: ______________________ 2º TESTE DA CAMINHADA DE 6 MINUTOS FCinicial: _________ bpm f inicial: _________ irpm PA inicial : _____mmHg SpO2 inicial: ________ % FC final: _________ bpm BORG inicial: ____________ f final: _________ irpm PA final: _________ mmHg SpO2 final: ________ % BORG final: ____________ 73 Distância Percorrida: ___________ m Intercorrência: ______________________ AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA 1) TC6M Alta Hospitalar FCinicial: _________ bpm f inicial: _________ irpm PA inicial : _____mmHg SpO2 inicial: ________ % FC final: _________ bpm BORG inicial: ____________ f final: _________ irpm PA final: _________ mmHg SpO2 final: ________ % BORG final: ____________ Distância Percorrida: ___________ m Intercorrência: ______________________ 2) TC6M 60º após Alta Hospitalar FCinicial: _________ bpm f inicial: _________ irpm PA inicial : _____mmHg SpO2 inicial: ________ % BORG inicial: ____________ 74 FC final: _________ bpm f final: _________ irpm PA final: _________ mmHg SpO2 final: ________ % BORG final: ____________ Distância Percorrida: ___________ m ______________________ Intercorrência: 10 Apêndice 3. Protocolo de Mobilização Exercícios Respiratórios Exercícios Respiratórios: Exercícios Diafragmáticos, 3 séries de 10 repetições. Orientação: Inspiração profunda e tranquilamente até a + CPPT, com deslocamento do compartimento abdominal anteriormente, Exercícios Ativos de seguido de uma pausa pós-inspiratória de dois a três segundos, Membros terminando com uma expiração simples. Exercícios ativos de membros inferiores / superiors: 3 séries de 10 superiors/inferiores Ventilação Mecânica repetições; cama inclinado a 45º. Conduta padronizada pela equipe multiprofissional do hospital, Modo e Aparelho: Pressão positiva em dois níveis de pressão (BIPAP® Não-invasiva Synchrony); Tempo: Entre 30 a 60 min; Interface: Orofacial; Parâmetros: Pins: manter VC a 7 ml/kg; PEEP: 6 cmH2O; e oxigênio suplementar para manter uma SpO2> 95%. 11 Cicloergômetro Forma de Mobilização: Ativa; Posicionamento: Decúbito dorsal, com a cabeceira da cama elevada a 45º, enquanto os MMII se mantiveram o o (1 e 2 PO´s) planificados; Duração: 20 minutos (três etapas: 5 minutos de aquecimento (sem carga); 10 minutos de exercício de baixa intensidade, com cadência de 30 rpm; e 5 minutos de recuperação (sem carga). Intensidade de treinamento: 70% da FC máxima pela Equação de Karvonen, FCMáx= 220 – idade e FCT = FCR +x% (FC máx - FCR). Marcha Estacionária Orientação: O paciente foi incentivado a permanecer na posição ortostática e realizar exercícios de marcha estacionária. Frequência: três o (2 PO) séries de um minuto, com um minuto de descanso entre as séries. 12 Sentar na Poltrona A transferência para uma poltrona ao lado do leito, na qual cada paciente perrmaneceu durante um tempo pré-determinado. (3º ao 7º PO) Duração: 3º PO- Mínimo 30 minutos/ 4º PO- Mínimo 60 minutos/ 5º, 6º e 7º PO´s- Mínimo 2 horas. Deambulação Orientação: Estímulo à deambulação pela unidade. Intensidade: manutenção de um Equivalente Metabólico (MET) entre 3-4. (3º ao 7º PO) Duração: 3º PO- 7 minutos/ 4º PO- 10 minutos/ 5º PO- 15 minutos/ 6º e 7º PO´s- 20 minutos. 13 Treino de Escada Treino de escada com a utilização de um degrau (MET 4-5) padronizado com 20 cm de altura, em um lance de sete degraus. Orientação e (6º e 7º PO´s) duração: O paciente foi estimulado a subir e descer os degraus. Frequência: três séries se um minuto cada, com um minuto de descanso entre elas