PECUÁRIA MODERNA EXIGE O “PULO DO GADO” A competitividade do mercado e a demanda por produtos diferenciados faz com que a pecuária seja cada dia mais profissional na produção de animais que atendam a mercado consumidor. Os criadores que não se adequarem à produção de animais com qualidade e eficiência, automaticamente perderão espaço no mercado, devido ao valor da terra e custos de produção a pecuária moderna exige alta produtividade, com qualidade e viabilidade econômica. A pecuária deve ser de precisão, e sinônimo de precisão na pecuária é seleção e melhoramento genético. Atualmente os criadores têm a sua disposição ferramentas que podem auxiliar no processo de evolução na seleção dos rebanhos, com informações para todas as características produtivas de interesse seletiva e econômica. Essas ferramentas são os programas de melhoramento genético, desenvolvidos por associações de criadores ou pesquisadores com a finalidade de mapear todo o histórico genético de determinada raça, analisando pontos fortes e fracos dos animais para poder potencializar as novas gerações através dos acasalamentos direcionados. O rebanho bovino brasileiro possui 193 milhões de cabeças, com genética 80% zebuína, com produção anual de 53 milhões de bezerros (ANUALPEC, 2014). O Brasil lidera o ranking de maior exportador de carne bovina do mundo desde 2008, em 2014 exportou 1,24 milhões de toneladas de carne in natura, com crescimento de 5% em relação ao ano de 2013 (ABIEC, 2014). A produção de animais zebuínos melhoradores é vital para a pecuária nacional, desde o topo da cadeia com os rebanhos puros, até a base que representa o grande volume com o rebanho comercial para produção de bezerros e carne. Por isso a necessidade que todos envolvidos na pecuária tenham informações precisas sobre seleção e melhoramento genético, e saibam identificar os melhores indivíduos, tendo equilíbrio para todas as características que a pecuária moderna necessita: precocidade (peso/sexual), habilidade materna, desempenho e eficiência alimentar, rendimento e acabamento da carcaça. O mercado reconhece atualmente os fornecedores de produtos diferenciados e remunera mais por isso. Prova disso é uma leitura chula do mercado há três anos anteriores com demanda por reposição menor que atualmente, um bom bezerro de corte à desmama era valorizado aproximadamente em R$800,00 e atualmente podemos citar negócios normalmente realizados à R$1.400,00, valorização superior à 40%, lógico que os custos de produção aumentaram, mas longe desse patamar. O pecuarista deve aproveitar o bom momento, já que hoje consegue maior margem de lucro, podendo investir mais em genética melhoradora para agregar ainda mais valor no seu produto final, sendo valorizado acima do mercado. Outra leitura do mercado quanto ganho genético, é vista no resultado de venda de reprodutores vindos de rebanhos que praticam seleção e melhoramento genético. Conforme estudo de mercado em 2014 realizado pela Dstak Assessoria Pecuária, rebanhos que utilizam os programas de melhoramento genético viram este resultado econômico superior quando analisado os principais fatores que influenciam na venda de reprodutores: PESO, PERÍMETRO ESCROTAL e AVALIAÇÃO GENÉTICA. MÉDIA DE COMERCIALIZAÇÃO EM 2014 REPRODUTORES NELORE / NELORE MOCHO (GERAÇÃO 2012) PESO VALOR ATÉ 600 KG R$6.581,33 601 À 650 KG R$6.814,80 651 À 700 KG R$6.948,75 701 KG À 750 KG R$7.250,00 + 751 KG R$8.680,00 Fonte: Dstak Assessoria Pecuária MÉDIA DE COMERCIALIZAÇÃO EM 2014 REPRODUTORES NELORE / NELORE MOCHO (GERAÇÃO 2012) PERÍMETRO ESCROTAL (CM) VALOR 30 À 36 R$6.795,35 37 R$7.021,94 38 R$7.321,94 39 R$9.060,00 40 R$9.792,73 Fonte: Dstak Assessoria Pecuária MÉDIA DE COMERCIALIZAÇÃO EM 2014 REPRODUTORES NELORE / NELORE MOCHO (GERAÇÃO 2012) AVALIAÇÃO GENÉTICA (% POP) VALOR 0,1% R$11.280,00 0,5% R$12.720,00 1% R$10.620,00 2% R$7.425,00 3% R$7.097,14 4% R$7.653,33 5% R$7.342,86 6 À 10% R$7.106,28 11 À 20% R$6.807,57 +21% R$6.720,00 Fonte: Dstak Assessoria Pecuária A evolução em ganho genético reflete diretamente no ganho econômico, com maior velocidade do giro sobre o capital investido, ou seja, maior desfrute na atividade pecuária. Não existe nenhum segredo, somente a necessidade em ser eficiente e profissional para evoluir a gestão da propriedade através do melhor controle da atividade e estabelecer metas para a evolução genética do rebanho ano à ano, esse é o “pulo do gato”, aliás o “pulo do gado”! Rafael Mazão [email protected] Zootecnista – Esp. Julgamento das Raças Zebuínas Consultor Técnico Departamento Corte da Alta Genetics Diretor Técnico Dstak Assessoria Pecuária Uberaba (MG), Brasil JULHO 2015