MÃO DE OBRA FORMAL NA BOVINOCULTURA DE CORTE NO BRASIL Sérgio de Zen, Maria Julia T. Malavolta, Gabriela G. Ribeiro Universidade de São Paulo - ESALQ [email protected], [email protected], [email protected] Objetivos O presente trabalho visa estimar o total de funcionários formais ativos no âmbito da bovinocultura de corte brasileira e também o número de salários mínimos destinados a esse setor. Dessa forma, através dos dados de determinados estados, é possível aproximar-se do total gasto, apenas com mão de obra, no contexto da pecuária bovina de corte no Brasil. Métodos/Procedimentos Os dados dos rebanhos dos estados analisados foram coletados no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizando as informações da Produção da Pecuária Municipal 2011 (PPM). Somados a eles, foram utilizados informações de propriedades típicas de tais regiões, as quais foram caracterizadas através do método Painel (Zen; Peres, 2002). Tal técnica resume-se no preenchimento de uma planilha eletrônica por pesquisadores, consultor local e produtores. Informações como o número de funcionários e salários, entre outras, são inseridas no Painel. Através da quantidade de funcionários formais e do número de pagamentos referentes a cada estado, foi possível estimar o valor total gasto mensalmente com salários no setor de pecuária bovina de corte. Dessa forma, a quantidade de reais gastos em tal atividade em todo o Brasil também foi estimada. Cada município dispôs de um peso, coerente com o tamanho de seu rebanho, caracterizando uma média aritmética ponderada. Apesar de não terem sido quantificados todos os estados, devido à carência de dados, é possível estimar a situação real através dos valores obtidos, uma vez que as regiões analisadas representam o cenário geral da pecuária brasileira. Resultados Através do estudo estima-se que a bovinocultura de corte gere cerca de 434.248 empregos, demonstrando assim a grande relevância do setor na geração de trabalho. O total dos salários obtido resulta em R$ 422.811.690,00/mês, que refletem nos custos de produção de carne bovina no Brasil. Há uma variação entre estados quanto à quantidade de mão de obra e valor dos pagamentos, justificada pelas diferenças regionais como, por exemplo, tamanho do rebanho. Estado Total Funcionários Formais Número de Salários Valor Total dos Salários AC 4.969 2.909 2.923.831 BA 37.188 23.293 23.408.967 GO 54.838 40.558 40.761.094 MA 18.043 32.347 32.508.677 MG 96.825 61.612 61.919.693 MS 12.410 39.447 39.644.736 MT 56.003 21.367 21.473.352 PA 19.688 63.864 64.183.280 PR 33.485 49.706 49.954.279 RO 13.263 28.428 28.569.652 RS 41.594 23.707 23.825.171 SP 25.218 20.151 20.251.827 TO 20.724 13.321 13.387.131 TOTAL 434.248 420.708 422.811.690 Tabela 1. Total de Funcionários e Salários; Fonte: CEPEA, 2011 Conclusões O valor dos salários mensais e o total de funcionários envolvidos na pecuária de corte brasileira obtidos refletem a sua importância social e econômica no Brasil. A substancialidade dos pagamentos reflete nos custos de produção e no preço da carne. Assim, conclui-se que, apesar das variações regionais, a pecuária de corte é um setor expressivo na economia do país. Referências Bibliográficas IBGE. Disponível em : <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/index.php>. Acesso em Ago. 2013. DE ZEN, S.; PERES, F.C. Painel agrícola como instrumento de comunicação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 40., Passo Fundo, 2002. Anais. Brasília: SOBER, 2002.