Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Rinite e Asma induzidas pela Aspirina - exemplo de idiossincrasia à Aspirina Diagnóstico, Prevenção e Tratamento Isabel Carvalho - Interna Complementar de ORL do CHVNGAIA Berta Rodrigues - Interna Complementar de ORL do CHVNGAIA João T. Pereira - Assistente Graduado de ORL do CHVNGAIA Agostinho Silva - Director do Serviço de ORL do CHVNGAIA Introdução: A aspirina tem sido um componente-chave no tratamento médico, ao longo da história. No século V DC, Hipócrates já usava um pó amargo, da casca do salgueiro, para tratar diversos tipos de dores. Eduard Stone, no século XVIII, descobriu a substância benéfica da casca do salgueiro, que mais tarde seria caracterizada como uma salicilina. Félix Hoffman, um químico industrial germânico, acetilou o ácido salicílico, na tentativa de encontrar um composto menos agressivo para o estômago. Em 1897, os seus superiores da Bayer e Co. deram o nome de aspirina à nova droga! Hoje em dia, os americanos consomem cerca de 80 biliões de comprimidos de aspirina, por ano e mais de 50 drogas,de prescrição não obrigatória, contêm a aspirina como principal ingrediente activo. Só em 1971, com John Vane, se ficou a conhecer o mecanismo de acção da aspirina. Os resultados do estudo de John Vane demonstraram que a aspirina inibe a produção de prostaglandinas (PGs). A acetilação irreversível da sintetase da PGH, pela aspirina, inibe a actividade da COX-1, diminuindo a síntese das PGs e, geralmente, reduzindo a inflamação. É, também, responsável pelo efeito anti-agregante das plaquetas pela aspirina e pela diminuição das funções protectoras das PGs, causando úlceras gástricas, falência renal e agravamento do controlo da hipertensão. A inibição da Cox-2 e a indução da apoptose das células, pode estar envolvida na diminuição da incidência de carcinoma colo-rectal, em indivíduos que tomam a aspirina, de uma forma crónica. A aspirina é, também, conhecida por reduzir o risco de EAM e pelas funções protectoras do sistema cardiovascular. Foi reportado que as reacções adversas, devidas aos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), ultrapassam os 21-25% de todas as reacções adversas, devidas a fármacos. A intolerância à aspirina manifesta-se por vários síndromes clínicos distintos, que incluem urticária aguda/ anafilaxia, agravamento da urticária crónica ou a chamada AspirinaTríada (rinite, pólipos nasais, asma e intolerância à aspirina). As reacções à aspirina são relativamente raras, na população saudável (cerca de 0,3%) e, apenas marginalmente, mais altas nos doentes com rinite (cerca de 1,4%). A prevalência sobe para 4-20% nos doentes com asma e ocorre em 15-40% dos doentes com polipose nasal. A presença de doença atópica não é um pré-requisito para o desenvolvimento de intolerância à aspirina. A aspirina é um factor precipitante comum de crises de asma (com risco de vida) e 25% dos doentes asmáticos requerem ventilação mecânica. Em 1922, Widal e col. descreveram, pela 1ª. vez, a associação de intolerância à aspirina, asma e pólipos nasais. Este síndrome clínico é também conhecido por AspirinaTríada ou Rinite e Asma Induzidas pela Aspirina (RAIA). Desde que Szczeklik e col. demonstraram que, não apenas a aspirina, mas também os outros AINEs, que inibem a ciclooxigenase, podem provocar reacções adversas idênticas, o termo “ intolerância aos analgésicos” também passou a ser usado. Clínica: Clinicamente, uma hora após a ingestão da aspirina, desenvolve-se um quadro de asma aguda, muitas vezes acompanhada de rinorreia, congestão nasal, irritação conjuntival e rubor da cabeça e pescoço. Ocasionalmente, a intolerância à aspirina é manifestada, apenas, no tracto aéreo superior, com descarga nasal, espirros e/ou obstrução nasal. Raramente, aparecem sintomas de urticária ou gastrite. A hipotensão, com perda de consciência, que é indistinguível de uma reacção anafilática, é uma manifestação rara mas possível. Uma grande variedade de drogas anti-inflamatórias, com estrutura molecular diferente, mas com mecanismo de acção comum (i.e. inibição da COX), precipitam os mesmos sintomas. A intensidade da reacção adversa depende da sua potência inibidora, da dose e, também, da sensibilidade individual. O quadro clínico é comum. Inicialmente aparece a rinite que se torna persistente. É difícil de tratar e leva à perda do cheiro em 55% dos doentes. O exame físico revela, muitas vezes, a presença de pólipos nasais. A rinossinusite hiperplásica, associada à intolerância à aspirina, é muito mais severa e as alterações dos seios perinasais (SPN) são mais avançadas que na rinossinusite, em doentes tolerantes à aspirina. A inflamação da mucosa nasal, tal como na mucosa brônquica, é eosinofílica. A causa da eosinofilia abundante nas vias aéreas destes doentes não é clara. Os fibroblastos e as células epiteliais dos pólipos destes doentes produzem uma mistura de citoquinas que podem ser parcialmente responsáveis pelo aumento do recrutamento, activação e prolongamento da sobrevida dos eosinófilos. Geralmente, 2 anos após o início da rinite, desenvolvem-se sintomas de asma. A asma neste síndrome é grave, requerendo terapêutica com esteróides orais em mais de metade dos doentes. A asma e a polipose nasal seguem um curso prolongado, apesar da evicção da aspirina e outros AINEs. Recentemente, o European Network on Aspirin-Induced Asthma investigou, em larga escala, a história natural e as características clínicas da RAIA. Foram estudados 500 doentes europeus com os seguintes resultados: - As - mulheres A são mais frequentemente ocorrência familiar afectadas é (2,3:1); rara; - Existe uma associação íntima entre a idade e a ordem de aparecimento dos sintomas principais - geralmente, a rinite persistente é o 1º. sintoma da doença, ocorrendo pela 30ª. década de vida, muitas vezes após síndrome vírico; - A atopia (presente em 1/3 dos doentes) induz manifestações precoces de rinite e asma, mas não induz intolerância à aspirina ou polipose nasal; - Os sintomas aparecem, em média, 3 anos mais cedo nas mulheres, sendo o curso clínico mais severo e progressivo que nos homens; - 50% dos doentes com RAIA desconheciam ser intolerantes à aspirina e outros AINEs e esta só foi reconhecida após testes de provocação. Isto significa que a intolerância à aspirina, muitas vezes, não é diagnosticada, o que traz graves consequências para o doente. Patogénese: A patogénese da RAIA mantém-se obscura. A superprodução de cisteinil-leucotrienos na árvore brônquica e a inibição da síntese de PGs, pelos inibidores da COX, parecem ser os principais factores da patogénese. A via da ciclooxigenase é a teoria mais discutida e largamente aceite. Sugere que a acção farmacológica dos AINEs, nomeadamente a inibição específica da enzima COX, no tracto respiratório, altera o metabolismo do ácido araquidónico nos doentes com RAIA. As evidências que suportam esta teoria são: - AINEs com actividade anti-COX precipitam broncoconstrição, em doentes sensíveis à aspirina, enquanto AINEs, desprovidos desta actividade, são bem tolerados; - A correlação positiva entre a potência dos AINEs a inibir a COX in vitro e a sua potência para induzir episódios de asma em doentes sensíveis; - Após dessensibilização à aspirina verifica-se dessensibilização cruzada com outros AINEs que inibem a COX. A outra via - a via dos leucotrienos - também parece ser responsável pela RAIA, uma vez que, neste síndrome, há uma superprodução crónica de cys-leucotrienos, mesmo na ausência de provocação à aspirina. A produção basal é 2 a 10 vezes mais alta nos doentes com RAIA. Os cys-leucotrienos são potentes broncoconstritores, causando edema mucoso, vasoconstrição e hipersecreção mucosa. Diagnóstico: O quadro clínico e a história do doente podem levantar a suspeita de RAIA. Os testes de provocação são a pedra angular do diagnóstico e são considerados os únicos testes disponíveis e seguros para confirmação. Os protocolos dos testes de provocação diferem de centro para centro e podem ser feitos por via oral, brônquica ou nasal. Todos os três tipos de teste têm o seu valor diagnóstico específico. Nizan Kowska sugere o chamado teste dois dias, em que no 1º.dia é administrado um placebo e no 2º.dia a aspirina, para excluir doentes com instabilidade brônquica. O teste de provocação oral parece ser ligeiramente mais sensível (69-89%) que o teste de provocação brônquica (60-77%), porque mimetiza a exposição natural da droga e induz um espectro de sintomas clínicos mais alargado, em doentes sensíveis. Contudo, esta diferença não é estatisticamente significativa. O teste de provocação brônquica tem uma especificidade idêntica ao teste de provocação oral, mas induz reacções mais suaves e, geralmente, locais. O teste de provocação nasal com aspirina é rápido, fácil e livre de efeitos laterais sistémicos e brônquicos que possam pôr o doente em risco de vida. Tem altas taxas de sensibilidade e especificidade, comparáveis aos outros testes. Está recomendado, como teste de 1ª.linha, em doentes com asma instável, sendo o método de escolha num pequeno subgrupo de doentes, nos quais a intolerância à aspirina se manifesta, unicamente, por sintomas respiratórios altos. Porque a sensibilidade do teste nasal, medida por rinomanometria, é de 86,7%, resultados negativos não excluem a intolerância à aspirina. Doentes suspeitos devem fazer a rinomanometria acústica ou o teste de provocação oral. Em, aproximadamente, 20% dos doentes a avaliação com a rinomanometria anterior não é possível, porque requer a geração de um fluxo nasal que, às vezes, é difícil, se o doente apresenta obstrução grave de, pelo menos, uma fossa nasal. Prevenção e Tratamento: As regras gerais para o tratamento da asma associada à intolerância à aspirina não diferem muito das guidelines, recentemente aceites, para o tratamento da asma. No entanto, há algumas diferenças que distinguem os asmáticos sensíveis à aspirina, daqueles sem intolerância. Estes doentes devem suspender o uso de aspirina e outros AINEs, que inibem a ciclooxigenase. O doente deve receber uma lista de drogas contra-indicadas, com os seus nomes genéricos e comerciais. A evicção da aspirina deve ser entendida como precaução necessária e não como terapêutica específica, isto porque, a sua suspensão não altera o curso da doença. Se necessário, o doente pode tomar o paracetamol. No entanto, foram relatados casos esporádicos de reacções adversas, seguidas a altas doses deste fármaco, em doentes com RAIA. Por esta razão, é seguro começar a terapêutica com ¼ de comprimido e depois ½, monitorizando o doente 1 a 2 horas. Geralmente, a dose de 1000mg não deve ser ultrapassada. Exemplos de inibidores fracos da COX ou desprovidos de actividade anti-COX são a salicilamida, o salicilato de sódio, a cloroquina, a azatropazona, entre outros. Infelizmente, estes fármacos têm efeitos anti-inflamatórios e analgésicos fracos a moderados. O nimesulide e o meloxicam, inibidores preferenciais da COX2, são outros fármacos a usar, mas também com reservas. Habitualmente, o nimesulide é bem tolerado em doses baixas, mas, em altas doses, pode provocar reacções adversas, como dispneia e rinorreia. Num estudo com 19 doentes, o meloxicam em baixas doses provocou vasoconstrição moderada e rinorreia, em 2 e 3 doentes, respectivamente. Em altas doses provocou broncospasmo mais severo, com diminuição de 25% do FEV1. Mais promissores são os estudos preliminares com fármacos inibidores altamente selectivos da COX2: o rofecoxib e o celecoxib. Em 12 doentes, com intolerância à aspirina, foram administradas doses crescentes de rofecoxib, num estudo duplamente cego. Todos os doentes toleraram bem o fármaco, não tendo sido observados broncospasmo ou outros sintomas adversos. Da mesma forma, o celecoxib administrado em doses crescentes, bem como na dose terapêutica de 200 mg, foi bem tolerado por doentes asmáticos, sensíveis à aspirina e não teve qualquer efeito na função pulmonar destes doentes. Outro estudo realizado no Japão, com 17 doentes com sensibilidade confirmada à aspirina, a receberem doses terapêuticas de celecoxib ou placebo (estudo duplamente cego), demonstrou que não se verificaram efeitos adversos, após administração do celecoxib. O rofecoxib e o celecoxib parecem ser uma alternativa segura para estes doentes, não se tendo verificado quaisquer reacções adversas, mesmo em doses altas. No entanto, são necessários mais estudos e em grupos maiores de doentes. Existe outra estratégia para administrar aspirina ou outros AINEs potentes a doentes sensíveis à aspirina. É possível induzir um estado de tolerância à aspirina e mantê-la através da “dessensibilização à aspirina”. Esta dessensibilização pode ser feita por via oral, inalatória ou nasal. Este estado é, geralmente, conseguido pela administração crescente de doses orais de aspirina, num período de 2 a 5 dias, até ser atingida a dose de 600 mg; depois a aspirina é dada, regularmente, numa dose diária de 600 a 1200 mg. Após cada dose de aspirina há um período refractário de 2 a 5 dias em que a aspirina e outros AINEs, podem ser tomados, sem que surjam reacções adversas. Quando a aspirina é descontinuada, a sensibilidade retorna gradualmente em 6 a 7 dias. Widal e col., em 1922, fizeram o primeiro relato de dessensibilização, bem sucedida, à aspirina. Num doente que tinha, previamente, demonstrado reacção respiratória, após o uso de aspirina, os autores administraram, diariamente, pequenas doses do fármaco, que aumentaram de uma forma progressiva, até o doente tolerar as doses terapêuticas. Em 1976, Zeiss e Lockey relataram um período refractário de 72 horas à aspirina, após uma reacção respiratória induzida pelo paracetamol, num doente que se sabia intolerante à aspirina. Bianco e col., em 1977, relataram tolerância à aspirina, num doente que se sabia sensível ao fármaco, após inalação brônquica repetida com acetilsalicilato de lisina. Em 1980, Stevenson e col. relataram os casos de dois doentes asmáticos, sensíveis à aspirina, que, após testes de provocação oral com o fármaco foram tratados com o mesmo, diariamente. Nos meses seguintes, estes doentes experimentaram uma melhoria da sua doença respiratória. Estes resultados têm uma grande importância clínica, visto que, muitos dos doentes sensíveis à aspirina e outros AINEs necessitam, por vezes, destes mesmos fármacos, porque têm doenças reumáticas, articulares, “migraine”, cefaleias crónicas, etc., ou porque têm doença cardíaca isquémica com necessidade de aspirina, para prevenção. Um facto interessante é que, a aspirina e os outros AINEs não só partilham o efeito farmacológico de reacção cruzada, mas também o fenómeno de dessensibilização cruzada. Com o estudo de Stevenson e col., em 1980, já referido acima, os dois doentes foram dessensibilizados e tratados, diariamente, com a aspirina, de uma forma continuada, com sucesso. Ambos demonstraram melhoria da patência nasal e, um deles, recuperou o cheiro. O que se verificou neste estudo foi que, quando o tratamento com aspirina é continuado, durante meses, a patência nasal mantém-se, o crescimento dos pólipos cessa e a asma diminui. Ao mesmo tempo, os corticóides sistémicos são reduzidos para metade da dose pretratamento. Lumry e col. realizaram um estudo, onde demonstraram que 77% dos doentes, com rinossinusite sensível à aspirina, sem asma, após dessensibilização, tratados com aspirina, obtiveram uma melhoria da rinossinusite hipertrófica. Estas observações levantam uma questão pertinente: É possível tratar a inflamação do tracto respiratório, devida à intolerância à aspirina, usando a mesma droga que, antes da dessensibilização, induziu tais reacções??!! Se isto é verdade, quais os eventos biomoleculares que podem explicar o mecanismo, pelo qual isto ocorre? Punha-se o problema de se tratarem de estudos com poucos doentes e de curta duração; no entanto, estudos com amostras maiores e de longo prazo demonstraram: - Diminuição do número de sinusites/ano; - Diminuição do número de hospitalizações por asma/ano; - Diminuição do número de cirurgias endonasais/ano; - Redução da utilização de corticóides tópicos e sistémicos. O mecanismo de dessensibilização não é claro. Foi sugerido que o estado de tolerância possa ser resultado de: - Deplecção dos mediadores dos mastócitos: - Há observações que sugerem que a dessensibilização está relacionada com a inibição da COX pela aspirina. Se a aspirina bloqueia a COX, irreversivelmente, é necessário ser sintetizada nova enzima, para repôr as moléculas inactivadas pela droga. - Diminuição da produção de cys-leucotrienos. -Já que este fenómeno diminui a produção do leucotrieno B4 (LTB4), pelos monócitos. Outros fármacos utilizados nestes doentes são os anti-leucotrienos. Vários estudos demonstraram que o zileuton, um anti-leucotrieno, melhorou a função pulmonar (quer aguda quer crónica) expressa por um aumento da FEV e foi responsável pela diminuição da disfunção nasal, recuperação do cheiro e diminuição da rinorreia. Este fármaco inibe a excreção urinária do LTB4, suportando a hipótese que a droga actua por inibição da biossíntese dos leucotrienos. O tratamento com o montelukast, outro anti-leucotrieno, numa dose de 10 mg uma vez dia, ao deitar, levou à melhoria dos parâmetros de controlo da asma e à diminuição do número de exacerbações de asma, com mais dias livres da doença. Baseados na teoria vírica, alguns autores usaram o aciclovir, conhecido inibidor da polimeraseADN (que também parece ter actividade anti-leucotrieno), na dose de 400 mg. Este fármaco, sendo administrado antes da provocação com sulpirina, protege contra a asma, por actuar, aparentemente, pela inibição dos cys-leucotrienos. Recentemente, a roxitromicina foi administrada na dose de 150mg/dia, durante 8 dias, em 14 doentes com asma induzida pela aspirina e verificou-se a diminuição da eosinofilia quer no sangue, quer a expectoração. Este fármaco não tem efeitos anti-leucotrienos, mas sim propriedades anti-inflamatórias. Tratamento da doença nasosinusal: O tratamento da doença nasosinusal não difere daquele, para outras formas da doença. Os descongestionantes nasais e os anti-histamínicos, como é sabido, produzem um alívio transitório e limitado. Os corticóides tópicos são particularmente eficazes na rinossinusite sensível à aspirina, podendo, em casos graves, serem precedidos de corticoterapia sistémica por 7 a 10 dias. Quando estamos perante uma rinossinusite purulenta, é necessário o tratamento conjunto com corticóides e antibioterapia. Tem-se verificado, como previamente referido, que o tratamento com anti-leucotrienos é benéfico para estes doentes. Nos doentes em que o tratamento médico agressivo falha, a cirurgia endoscópica nasosinusal tem sido referenciada como tratamento da asma, com efeito favorável, a longo prazo. No Congresso da Sociedade Americana de Rinologia, realizado em Maio do presente ano, foi tornado público um estudo de Keneth Satterfield realizado a 85 doentes com RAIA.Todos estes doentes foram submetidos a cirurgia endoscópica nasosinusal ( entre 1986 e 1998), após falência da terapêutica médica e evicção de aspirina e outros AINEs, tendo sido o follow-up médio de 10 anos. O estudo demonstrou que, na maioria dos doentes, houve uma melhoria com diminuição da gravidade da asma, diminuição da morbilidade da doença e redução da medicação, para controlo da doença do tracto respiratório inferior. Bibliografia: . Awtry, E.H.; Loscalzo, J. Circulation,2000, 101, 1206. . Bianco, S., Petrigni, G., Scuri, M, P.S. Drugs, 1993, 46, 115. . Lumry W.R., Curd J.G., Zieger R.S., PLeskow W.W., Stevensen D.D. J. 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