Resistência Microbiana e Registro de Medicamentos GGMED/ANVISA

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Resistência Microbiana e
Registro de Medicamentos
GGMED/ANVISA
Agência Nacional
de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br
Definições
Ø
Ø
Ø
Resistência Microbiana: capacidade dos
microorganismos (especialmente das bactérias)
de resistirem ou se tornarem tolerantes a
agentes quimioter ápicos, antimicrobianos ou a
antibió ticos (DeCS).
Antimicrobianos: substâncias que previnem a
proliferaç ão de agentes infecciosos ou
microorganismos ou que matam agentes
infecciosos para prevenir a disseminação da
infecção (MeSH).
Antibió ticos: Substâncias produzidas por
microorganismos que podem inibir ou suprimir o
crescimento de outros microorganismos
(DeCS).
Histórico de Regulamentações da
GGMED sobre Antibióticos
Ø
Portaria n° 54/96 - Publicou o parecer do Grupo
Técnico de Estudos sobre Medicamentos Antibi óticos
Ø
Portaria nº 106/94 - Recomendaç ões do Grupo Técnico
de Estudo Sobre Medicamentos Antidiarr éicos
Ø
RDC nº 134/03 - Adequaç ão de Medicamentos já
Registrados
Ø
RDC nº 136/03 - Dispõe sobre o Registro de
Medicamento Novo
Ø
RDC nº 40/03 - Painel de Avaliação dos Medicamentos
Antigripais
Posicionamento do FDA
ØInfecções
por microorganismos resistentes são
adquiridas também na comunidade e não unicamente nos
hospitais
ØEspera-se que campanhas educativas e regulamentaç ão
de rotulagem e/ou bulas ajudarão a diminuir o uso
incorreto dos antibióticos
ØUso incorreto dos antibi óticos:
utilização para infecções virais,
lfalha em indicar, na prescriç ão, o tempo adequado de tratamento,
lfalha na aderência dos pacientes ao tratamento,
ladministraç ão com líquido/alimento não adequado,
lutilização de antibiótico de amplo espectro quando um de
espectro estreito é suficiente
l
Reducing Resistance
Resistance:: FDA Adopts New Antibiotic Labeling Regulations – Kelly M. Pyrek
(http://www.infectioncontroltoday.com/
http://www.infectioncontroltoday.com/))
FDA - Nova Regulação para a Rotulagem
de Antibióticos Sistêmicos
(Rule 21 CFR Part 201)
Na parte de “Informações para o Paciente” a bula deve
informar:
Ø
Ø
Ø
que os antibióticos s ó devem ser utilizados para tratar
infecções bacterianas e que eles não tratam infecções
virais como a gripe comum
que ainda que seja comum o paciente se sentir melhor
durante o tratamento, a medicaç ão deve ser tomada
exatamente no perí odo de tempo e dosagem
recomendada pelo médico
que pular doses ou não completar o perí odo total do
tratamento pode diminuir a efetividade do mesmo ou
aumentar a probabilidade da bactéria desenvolver
resistência e não ser tratada mais por este medicamento
ou por outros antibi óticos no futuro
FDA - Nova Regulação para a Rotulagem
de Antibióticos Sistêmicos
(Rule 21 CFR Part 201)
Na parte de “ Informações para o Profissional de Sa úde” a bula deve
informar:
Ø “Indicações e Uso”: para reduzir o desenvolvimento de bactérias
resistentes e manter a eficácia do antibi ótico ele s ó deve ser usado
para tratar ou prevenir infec ções que comprovadamente são
causadas por bactérias susceptí veis.
Ø Quando informações sobre a cultura e suscetibilidade estiverem
disponí veis devem ser consideradas na seleção e modificação da
terapia
Ø “Precauções ”: a prescrição de antibi óticos na ausência de uma
infec ção causada por bactéria(s) comprovadamente suscetí vel(is)
é de pouco benefí cio para o paciente e aumenta significativamente
o risco do desenvolvimento de bactérias resistentes
Ø Deve encorajar os m édicos a aconselhar seus pacientes sobre o
uso correto destes medicamentos e da importância de tom á-los
corretamente.
Ações da EMEA
Ø
O Summary of Product Characteristics deve
mencionar:
l
Propriedades farmacodinâmicas:
• sobre a faixa de resistência adquirida – o fabricante deve
fornecer informação atualizada sobre a resistência que supra
os médicos com informação relevante para a prescrição
l
Regimes de dosagem
• Devem ser descritos os regimes apropriados para diferentes
infecções, incluindo recomendações de dosagem baseadas
em considerações farmacocinéticas e farmacodinâmicas.
l
Revisão das indicaç ões amplas aprovadas no
passado
EMEA Discussion Paper on Antimicrobial Resistance, 1999.
Respostas Regulatórias à
Resistência
Ø
Aprovaç ão de novos medicamentos verificando sua
seguranç a, eficácia e qualidade
Ø
Seguranç a no longo prazo dos medicamentos
respondendo a dados pós-registro
Ø
Melhoria nos medicamentos aprovados a partir do
refinamento das indicaç ões e recomendaç ões
Ø
Medidas tomadas por 4 agências reguladoras antes e
após o registro para controlar a resistência a antibi óticos
foram discutidas no International Forum on Antibiotic
Resistance (IFAR) 2003
Metlay J.P. et al., 2006. Antimicrobial Drug Resistance, Regulation, and
Research. Emerging Infectious Diseases, 12 (2), 183-190.
Base Científica para a Resposta
Regulatória à Resistência
Ø
Ø
Ø
Medidas para controlar a resistência devem
estar baseadas em evidências científicas sobre
o efeito na saúde humana
Faltam dados quantitativos sobre as implicações
clínicas da resistência para a maioria das
infecções mais comuns
Os índices PK/PD podem ser usados para
identificar os determinantes e implicações da
resistência, reduzindo a seleç ão de cepas
resistentes
Metlay J.P. et al., 2006. Antimicrobial Drug Resistance, Regulation, and
Research. Emerging Infectious Diseases, 12 (2), 183-190.
Abordagem Farmacocinética/
Farmacodinâmica (PK/PD)
Ø
Farmacocinética (PK): relacionado ao tempo da
concentração do antibi ótico no organismo
Ø
Farmacodinâmica (PD): relacionado à relaç ão entre a
concentração e o efeito antimicrobiano
Ø
O regime de dosagem de antibi óticos tem
tradicionalmente sido determinado somente por
parâmetros PK
Ø
Com o aumento da resistência microbiana, PD se tornou
ainda mais importante pois estes parâmetros podem ser
usados para estabelecer regimes de dosagem que
agem contra ou previnem a resistência microbiana
PK/PD Approach to Antibiotic Therapy Review. (www.rxkinetics.com/
antibiotic_pk_pd.html. Acessado em 10.03.2006.
Índices PK/PD
Ø
Ø
Tempo dependentes: T > CIM
Concentração dependentes: ASC/CIM e Cmáx/CIM
Abordagem Farmacocinética/
Farmacodinâmica (PK/PD)
Ø
-
Como uma ferramenta para agências reguladoras e
indústria farmacêutica, os estudos PK/PD que integram
dados clínicos e pr é-clínicos fornecem informação crítica
para:
Guiar o desenvolvimento de esquemas terapêuticos
ideais em estudos clínicos
Ajudar a definir os determinantes da seleç ão da
resistência
Quantificar o efeito clínico da resistência
Identificar as áreas onde os padrões de resistência
prejudicam mais a eficácia das terapias
Metlay J.P. et al., 2006. Antimicrobial Drug Resistance, Regulation, and
Research. Emerging Infectious Diseases, 12 (2), 183-190.
Outras Medidas que Metlay et al.
Propõe ....
Ø Revisão das Indicações:
reavaliação das
indicações aprovadas de um
medicamento utilizando dados atualizados
Ø Solicitação de submissão da avaliação do
risco de resistência
Ø Políticas regulatórias obrigatórias para
certos medicamentos
Metlay J.P. et al., 2006. Antimicrobial Drug Resistance, Regulation, and
Research. Emerging Infectious Diseases, 12 (2), 183-190.
Sugestões de Outros Estudos
Dormuth C. R. et al., 2004
Efeito de cartas peri ódicas sobre farmacoterapia
baseada em evidências no comportamento de
prescri ção
Resultado: a probabilidade da prescrição de um medicamento
recomendado nas “Cartas Terapêuticas ” do que outro medicamento
da mesma classe aumentou em 30% nos 3 meses após o envio da
carta relativo aos 3 meses anteriores
Interpretação: O efeito combinado de uma série de cartas impressas
distribuídas por uma fonte confiável pode ter um efeito clinicamente
significante na prescrição para novos pacientes tratados
Dormuth C. R. et al., 2004. Effect of periodic letters on evidence-based drug therapy on
prescribing behavior: a randomized trial. Emerging Infectious Diseases, 12 (2), 183-190.
Sugestões de Outros Estudos
Avorn J. & Solomon D. H., 2000
Fatores Culturais e Econômicos que (Des)Figuram o
Uso de Antibi óticos: As Bases Não-Farmacol ógicas
da Terapêutica
Ø Compara várias abordagens para melhorar a
racionalidade do uso de antibi óticos por médicos e
pacientes:
l
l
l
l
Algoritmos e guias de antibióticos informatizados ou lembretes;
Formulários de papel com mensagens educacionais e guias de
dosagem;
Aconselhamento acadêmico que é uma implementação prática
de princípios de marketing social;
Programas de educação pública direcionados aos consumidores
podem ajudar a reduzir a demanda inapropriada dos pacientes.
Avorn J. & Solomon D. H., 2000. Cultural and Economic Factors That (Mis)Shape
Antibiotic Use: The Nonpharmacologic Basis of Therapeutics. Ann Inter Med., 133, 128135.
Sugestões de Outros Estudos
Sellman, J. S. et al., 2004
Recursos da Informação Utilizados na
Prescrição de Antimicrobianos
Ø Resultados:
Total de 157 prescritores,
l
55% usaram um ou mais recursos externos para
ajudar nas decisões sobre suas prescrições.
• 38% consultaram outra pessoa (!!!!!)
• 34% utilizaram um artigo, Internet ou computador.
l
45% utilizaram somente seu próprio conhecimento e
experiência.
Sellman, J. S. et al., 2004. Information Resources Used in Antimicrobial Prescribing.
Journal of the American Medical Informatics Association, 11 (4), 281-284.
Sugestões para Discussão
PÓS REGISTRO DE ANTIBIÓTICOS
Ø Educação para o uso racional e correto de antibi óticos
Ø Revisão das indicaç ões antigas dos antibióticos com
base em dados atualizados sobre efetividade e prevalência
da resistência
Ø Atualizaç ão e melhoramento de recomendaç ões e
alertas sobre antibióticos nas bulas:
l
l
Melhorar as recomendações de dosagem (tempo e
concentração) com base em estudos de PK/PD
Dados de resistência nas bulas
Ex:
Dados de estudos clínicos em <indicação> mostraram que níveis de
plasma de X acima de uma MIC de 0,5µg/ml para mais de 40% do
intervalo de dose foram relacionados a cura clínica.
Sugestões para Discussão
REGISTRO E RENOVAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS
Ø Exigir dados de suporte PK/PD para medicamentos
novos e de referência
Ø Solicitar a avaliaç ão do risco de resistência
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Ø Adotar abordagens diferenciadas de comunicaç ão e
marketing do URM
l
l
l
Envio de cartas periódicas aos médicos informando sobre
atualizações na resistência a antibióticos
Criação de fóruns cient íficos e educacionais
Desenvolvimento de Guias oficiais informatizados sobre o uso
de medicamentos antimicrobianos
Por fim...
Ø
Ø
A abordagem dos antibióticos e a resistência
bacteriana ao seu uso é um problema
multifatorial e complexo
Sua solu ç ão requer, portanto, solu ções
multidisciplinares e que contemplem a
complexidade do tema.
ANVISA
Gerência Geral de Medicamentos
[email protected]
Agência Nacional
de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br
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