DIFERENTES OLHARES SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL Ourora R. Bolzan1 Resumo O presente texto discute as relações estabelecidas historicamente entre as diferentes culturas. Portanto para falar da diversidade cultural é necessário compreender a filosofia da diferença, da complexidade da vida, do conjunto de relações e do modo de vida das pessoas, grupos e categorias sociais. A escola desempenha um importantíssimo pape nesse sentido, um primeiro passo é reconhecer a complexidade que envolve a problemática social, cultural e étnica. A educação escolar não pode ser pensada nem realizada senão a partir da ideia da formação integral do ser humano, num ensino participativo, solidário, acolhedor. É discutir cidadania desde os primeiros anos de vida ate os dias de vida de uma pessoa. Estabelecer formas solidaria e plurais de convivência. É na educação básica que a criança adquire o entendimento das diferenças, o respeito, o apoio mutuo no ambiente escola. Diante das mudanças de paradigmas, de uma sociedade de mudanças, ou de uma mudança de sociedade, é urgente a necessidade de revermos as nossas práticas, os nossos métodos em sala de aula. O publico escolar mudou e as necessidades sociais também são outras. Palavras chave: Relações sociais. Diversidade cultural. Modos de vida. Desenvolvimento integral. Desigualdade social. 1 INTRODUÇÃO O estudo e a compreensão da diversidade cultural é uma preocupação contemporânea, bem viva nos dias atuais. É uma preocupação em entender os muitos caminhos que conduziram os grupos humanos as suas relações presentes e suas perspectivas de futuro. Procura também trazer as definições e conceitos a respeito dos problemas sociais ocasionados pela diversidade que gera as diferenças. O desenvolvimento da humanidade esta marcado por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida social, comunitária e pessoal, de se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, de conceber a realidade e expressá-la. A história registra com abundancia as transformações por que passam as culturas, seja movida por suas forças internas, seja em conseqüência desses contatos e conflitos, mais frequentemente por ambos os motivos. A diversidade cultural e a desigualdade social, apesar de terem conceitos distintos, têm ampla relação, isto é quanto maior a diversidade cultural, maior a desigualdade social. A escola desenvolve um importante papel promovendo à equidade de gênero e no combate as formas de discriminação racial e social. Podemos dizer que preparamos o sujeito para o exercício da cidadania e a preparação para tal, 1 Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Politecnica Del Paraguay – UPAR. Docente nos cursos de Pós Graduação, Graduação e Coordenadora do Curso de Pedagogia na Celer Faculdades de Xaxim - SC. E-mail: [email protected] REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 116 necessita refletir questões que propicie a qualidade de vida do ser humano enquanto cidadão capaz de buscar a sua liberdade e tomadas de decisões sobre a sua profissão independente de gênero, cor da pele, ou opção sexual. Portanto, a escola como instituição formadora de opinião, produtora do conhecimento e no dever da formação para a cidadania, deve trabalhar contra conceito que alimentam o preconceito, a discriminação das diferentes etnias e classes sociais. A problemática das relações entre escola e cultura é inerente a todo processo educativo. Não há educação que não esteja emersa na cultura da humanidade e, particularmente, do momento histórico em que se situa. A reflexão sobre esta temática é co-extensiva ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Não se pode conceber uma experiência pedagógica “desculturalizada” em que a referencia cultural não esteja presente. 2 COMPREENDENDO UM POUCO SOBE CULTURA Não devemos chamar o povo para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta às suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história. A participação rompe uma tradição de que só a elite é competente e sabe quais são as necessidades e interesses de toda a sociedade (FREIRE, 1998, p. 108). O estudo e a compreensão da cultura surge através da preocupação com o outro. A preocupação de explicar as diferenças entre os seres humanos são muito antigas e por um grande período de tempo ficaram no campo da religião e da filosofia ate mais ou menos ate o século XIX. Somente então que começamos a defender uma abordagem cientifica da questão do outro. É uma preocupação em entender os muitos caminhos que conduziram e conduzem os grupos humanos às suas relações e suas perspectivas de futuro. O desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida social, comunitária e pessoal, de se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, de conceber a realidade e expressá-la. A história registra com abundância as transformações por que passam as culturas, seja movida por suas forças internas, sejam em consequência desses contatos e conflitos, mais frequentemente por ambas os motivos. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 117 Segundo Bosi, (2002) cultura diz respeito a humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um povos, nações e grupos. Em cada grupo há variações nas formas de família, na maneira de habitar, de se vestir de educar os filhos de distribuir os frutos de seu trabalho. Entre algumas categorias ainda hoje permanece a pratica da entre ajuda em forma mutirão, de troca produtos, sementes, de alimentos. O modo de vida dos agrupamentos humanos são resultados de sua história, relaciona-se com as condições materiais de sua existência. Entendido assim, o estudo da cultura contribui no combate a preconceitos, oferecendo uma plataforma firme para o respeito e a dignidade nas relações humanas. A cultura diz respeito a cada povo, a cada nação e aos grupos sociais. A diversidade cultural se manifesta nas diferentes concepções de família, na maneira de educar os filhos, na habitação, no vestuário, na alimentação, nas crenças ou formas de cultivar e de produzir. Essas praticas são resultantes de cada historia e das relações com o meio ou com diferentes grupos sociais. A riqueza sobre as diferentes formas da cultura e suas relações, falam bem de perto a cada um de nós, nos convidam para que nos vejamos como seres sociais, nos fazem pensar na natureza dos seres sociais de que fazemos parte, nos levam a indagar as razões da realidade social de que partilhamos e das forças que as mantêm e as transformam. Ao trazermos a discussão para perto de nós, a questão da cultura torna-se tanto mais concreta quando adquire novos contornos. Saber se há uma realidade cultural comum à nossa sociedade torna-se uma questão importante para discutirmos a questão intercultural. Do mesmo modo que se evidencia a necessidade de relacionar as manifestações e dimensões culturais com as diferentes classes e grupos que a constituem. A ideia de uma linha de evolução única para as sociedades humanas é, pois, ingênua e se torna ligada ao preconceito e discriminação raciais. Por outro lado, a relativização total do estudo das culturas desvia a atenção de indagações importantes a respeito da história da humanidade, como é o caso da constatação de regularidades através da legalização nos processos de transformação dos grupos humanos e da importância da produção material na história dessas transformações. A discussão sobre cultura pode nos ajudar a pensar sobre nossa própria realidade social. Ela é uma maneira estratégica de pensar sobre a sociedade, e isso se realiza de modos diferentes e às vezes contraditórios. O que se entende por REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 118 cultura: As preocupações com cultura se voltaram tanto para a compreensão das sociedades modernas e industriais quanto das que ia desaparecendo ou perdendo suas características originais em virtude daqueles contatos. Contudo, toda essa preocupação não produziu uma definição clara e aceita por todos do que seja cultura. Por cultura se entende muita coisa, e das diferentes formas. Cultura está muito associado a estudo, educação formação escolar. Por vezes se fala de cultura para referir unicamente às manifestações artísticas, como o teatro, a música, a pintura, a escultura. Outras vezes se fala na cultura da nossa época ela é quase que identificada com os meios de comunicação de massa tais como o rádio, o cinema, a televisão. Ou então cultura diz respeito às festas e cerimônias tradicionais, às lendas e crenças de um povo, ou de seu modo de vestir, à sua comida, a seu idioma. A lista ainda pode ser ampliada. Nos dias atuais tem-se falado de cultura de maneira mais genérica, preocupado com tudo o que caracteriza uma população humana. Não há por que nos confundirmos com tanta variação de significado. O que importa é que pensemos sobre os motivos de tanta variação, que localizamos as ideias e temas principais sobre os quais elas se sustentam. Vamos então cercar o assunto, localizar os sentidos básicos da concepção de cultura, mostrar como eles se desenvolveram. A partir disso poderemos entender o que é cultura e dar andamento às nossas discussões. A primeira concepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social; a segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças de um povo. Derivam de um conjunto comum de preocupações que podemos localizar em duas concepções básicas. A primeira dessas concepções preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade social. Assim, cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então grupos no interior de uma sociedade. Podemos assim falar na cultura Francesa ou na cultura Xavante. Do mesmo modo falamos na cultura camponesa ou então na cultura dos antigos Astecas. Nesses casos, cultura refere-se a realidades sociais bem distintas. No entanto, o sentido em que se fala de cultura é o mesmo: em cada caso dar conta das características dos agrupamentos a que se refere, preocupando-se com a REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 119 totalidade dessas características, digam elas respeito às maneiras de conceber ou organizar a vida social ou a seus aspectos materiais, econômicas. Embora essa concepção de cultura possa ser usada de modo genérico. Ela é mais usada quando se fala de povos e de realidades sociais bem diferentes das nossas, com os quais partilhamos de poucas características em comum, seja na organização da sociedade, na forma de produzir o necessário para a sobrevivência ou nas maneiras de ver o mundo. A concepção básica de cultura. Neste caso, quando falamos em cultura estamos nas referindo mais especificamente ao conhecimento, às idéias e crenças. Assim como as maneiras como elas existem na vida social. Observem que mesmo aqui a referencia à totalidade de características de uma realidade social está presente já que não se pode falar em conhecimento, idéias, crenças sem pensar na sociedade a qual se referem. O que ocorre e que há uma ênfase especial no conhecimento e dimensões associadas. Entendemos neste caso que a cultura diz respeito a uma esfera, a um domínio, da vida social. 2.1 RAÇA OU ESPÉCIE HUMANA Raça, uma categoria da biologia, designa um conjunto de aspectos biofisiológicos cambiantes, que diferenciam elementos da mesma espécie. Segundo Bosi (2002, p. 168): Raça refere-se ao âmbito biológico - referindo-se a seres humanos, é um termo que foi utilizado historicamente para identificar categorias humanas socialmente definidas. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e genética. A raça, do ponto de vista antropológico é uma categoria social, ou seja, mesmo que biologicamente não haja evidências da existência de grupos raciais humanos, os grupos sociais dividem a humanidade e as sociedades a partir de traços fenotípicos. Dizer que raça é uma categoria de pensamento não é evidência de sua existência no plano biológico, mas é demonstrar que os grupos sociais utilizam esta categoria para se definir, se compreender, estruturar sua organização social e se relacionar com outros grupos sociais. Junto com a categoria raça estão REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 120 presentes diversas representações sociais, em grande maioria, pejorativas, que estruturam o juízo de valor das pessoas que orientam seu comportamento social a partir de estereótipos historicamente associados a grupos sociais. Segundo Ianni (2004) Desde os anos 50, após estudos realizados pela Organização das Nações Unidas, num empreendimento mundial desenvolvido por geneticistas, antropólogos, cientistas sociais, biólogos e biofisiologistas, o termo raça é considerado, ao menos sob o prisma cientifico inaplicável a seres humanos. A conclusão destes estudos é de que seres humanos formam um continuo de variações da aparência, no interior da mesma espécie, sem que estas variações afetem a possibilidade de convivência e reprodução de outros seres humanos. Deste modo, as variações biofisiológicas na espécie humana, estão circunscritas ao plano da aparência física e decorrem de necessidades orgânicas, inscritas na cadeia genética de grupos e espécie espalhados por todas as regiões e que derivarem dos inúmeros cruzamentos entre grupos, desde a pré-história ate os dias atuais. Ainda segundo Ianni (2004) O censo de 1872 empregou as categorias: branco, preto, pardo e caboclo. Os denominados pardos, eram compreendidos como resultantes da união de pretos e brancos; caboclos eram indígenas e seus descendentes da união de pretos e brancos; caboclos eram os indígenas e seus descendentes. Considerando que os termos branco, preto e pardo são cores, e caboclo possui raiz na origem racial, o censo de 1872 parece ter usado um critério misto de fenótipos e descendência a caracterização racial da população. O censo de 1890 utilizou os termos branco, preto, caboclo e mestiço. O critério misto é novamente utilizado, só que, neste caso, mestiço (verifica-se exclusivamente ao resultante da união de pretos e brancos) e caboclo estão vinculados a descendência. Durante o inicio do século XX, os censos de 1900 e 1920 não incluíram cor em sua coleta de dados. Já em 1970, o regime militar decidiu excluir a informação sobre cor, a qual foi reinserida no censo da década seguinte . Nos dias de hoje, a Fundação IBGE – instituto Brasileiro de Geografia e Estatística prosseguem utilizando a categoria cromática, classificando os brasileiros em preto, pardo, amarelos e brancos. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 121 2. 2 ETNIA O QUE SIGNIFICA Etnia são grupos de pessoas que são definidas pelas suas origens e por seus traços fiscos e culturais. Este termo é usado para substituir o termo raça que era usado de forma abusiva já que não existe raça de seres humanos e sim pessoas de características diferentes. “Etnia refere-se ao âmbito cultural - um grupo étnico é uma comunidade humana definida por afinidades lingüísticas e culturais e semelhanças genéticas. Estas comunidades geralmente constroem estrutura social, política e territorial. Exemplo as comunidades negras, indígenas, alemãs, italianas, polonesas e orientais. Segundo Ribeiro (2006) no Brasil existe uma diversidade de etnias já que as origens provêm de fusão de diferentes grupos étnicos. Alguns são classificados em Mulatos: descendentes de negros e brancos. Os Caboclos: descendentes de índios e brancos. O Cafuzo: são descendentes de índios e negros. Os Indígenas: são nativos da região brasileira. Brancos: são apresentadas poucas pigmentações, ou seja, pele clara. Negros: são os que apresentam grande pigmentação, ou seja, pele escura. Etnia, uma categoria antropológica, refere-se a um conjunto de dados culturais, língua, religião, costumes alimentares, comportamentos sociais, mantidos por grupos humanos não muito distantes em sua aparência, os quais preservam e reproduzem seus aspectos culturais no interior do próprio grupo, sem que estejam necessariamente vinculados por nacionalidade comum, ainda que compartilhem um território comum e se organizem, em determinados casos, como população geral deste território. Como é o caso no Brasil dos Japoneses, ciganos e índios conforme exemplos típicos de grupos étnicos. Não há culturas superiores e inferiores, mais complexas e menos complexas, ricas e pobres; há culturas diferentes, e qualquer comparação que pretenda atribuir valor positivo ou negativo a essas diferenças é cientificamente erronia. Por isso não há grupo social a que possa faltar cultura, já que este termo, em seu sentido antropológico, significa precisamente a maneira pela qual um grupo social se identifica como grupo, através de comportamentos, valores, costumes, tradições, comuns e partilhados. Negar a existência de cultura em determinado grupo é negar a existência do próprio grupo. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 122 Precisamos reconhecer é que há uma diversidade de culturas diferentes umas das outras, mas todas igualmente estruturadas, coerentes, complexas. Qualquer hierarquização de culturas seria cientificamente incorreta. A política pensada a partir da diversidade cultural é como mecanismo de auto-reconhecimento e conhecimento do outro é uma das linhas de pensamento que precisamos alimentar. A cultura vem sendo compreendida a partir de tensões entre a mudança e a permanência, contudo acredita-se que o que é preciso ser estudado e problematizado é como as manifestações, ditas tradicionais sobrevivem a esse novo quadro das sociedades contemporâneas. A partir daí é possível compreender elementos importantes para aprofundar os estudos em culturais. O conceito de cultura assim entendido não oferece problemas quando usado em relação a grupos sociais homogêneos, com língua e costumes próprios que os diferenciem clara e indiscutivelmente de outros grupos. Com relação ao dialogo entre direito a cultura e a diversidade para o esclarecimento da sociedade, acreditase a produção do conhecimento é fundamental, dentro da sociedade, especialmente para que se construa um acervo critico sobre si e sobre os outros. Não são, naturalmente, grupos isolados e independentes; articulam-se uns com os outros em relações de interdependência, convivência em determinados espaços e momentos, participação em atividades comuns. É assim que a diferença se transforma em deficiência, em privação, em carência. Trata-se, na verdade, de uma atitude etnocêntrica, para a qual ser diferente das classes dominantes é ser inferior. 2.3 DIVERSIDADE CULTURAL A diversidade cultural e a desigualdade social, apesar de terem conceitos distintos, têm uma ampla relação, quanto maior a diversidade cultural, maior a desigualdade social. No entanto, existem pontos de vista convergentes e ponto de vista divergente, mas, apesar de serem discriminatórios, um no sentido positivo e outro no sentido negativo, o primeiro caso, trata-se daquilo que já foi estabelecido pela sociedade como regras relacionadas ao bom senso, já no segundo caso, tratam-se das ações que não condizem com a ordem preestabelecida pelas leis, REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 123 normas e regras que regulam inibem o que podemos definir como procedimentos absurdos, portanto, a desigualdade social tem seus princípios pautados nas tendências e nas diferenças de cada individuo ou grupos. Pensar a diversidade cultural é pensar a sociedade, que envolve pensamento, ideia, ação e mudanças, é pensar nas relações entre os diferentes sujeitos sociais, pois quando consideramos uns aos outros, estamos considerando a nossa historia, o nosso povo como totalidade. Porem os conhecimento no âmbito acadêmico não são suficientes para produzir as mudanças sociais. Eles são importantes, necessários, estratégicos, mas não suficientes para a mudança de comportamento das pessoas, para a interação entre esses elementos ocorram é necessário pluralizar os modelos de pesquisas, permitindo que além das pesquisas acadêmicas incentivando também as pesquisas comunitárias que não são acadêmicas. Porem são livres e colaborativas. Nessa perspectiva percebemos que somos iguais como seres humanos, porém diferentes em nossa individualidade, e enquanto grupo étnico e classe social, mas cada um tem seu valor. Nossa missão no mundo como seres humanos é ser útil a família e a sociedade, participativo, democrático, ético, respeitar e ser respeitado e ser solidário para com seus semelhantes. Segundo Brasil (1998) Apesar de um processo construído no decorrer dos tempos, que tem gerado a discriminação, da injustiça e do preconceito que contradizem os princípios da dignidade, do respeito mútuo, da aceitação das opções de cada sujeito e da justiça, paradoxalmente o Brasil tem produzido também experiências de convívio, reelaboração das culturas de origem, construindo algo intangível que se tem chamado de brasilidade, que permite a cada um reconhecerse como brasileiro. 2. 4 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E A INTERCULTURALIDADE Ao discutir a função social da escola devemos considerar muitos fatores, entre eles o contexto em que ela esta inserida. Prepara o educando para exercer seu papel de cidadão na coletividade, assim como para atender as perspectivas de uma época de mudanças na sociedade e de avanços que contribuem no processo educacional. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 124 Portanto, há uma necessidade de levar para dentro da escola a discussão acerca da diversidade cultural, conceito de classe social, etnia, raça, gênero, habilidades físicas, cujas relações nos distintos espaços sociais apresentam-se como conflituosas e contraditórias a fim de minimizar a discriminação sofrida por muitos alunos e ate mesmo professores no ambiente escolar e na sociedade como um todo. A escola constitui o lugar essencial e privilegiado, onde se desenvolve o debate sobre a diversidade cultural, sendo a questão da identidade muito importante para compreender os problemas da educação. Questões como cidadania, ética, democracia, direitos devem ser tratadas considerando as diferenças culturais existentes entre os povos. Cada região deveria formular seus conteúdos de acordo com as necessidades e costumes regionais. Porém, o grande problema é quando tomamos modelos que se distanciam de nossa realidade, como durante muito tempo aconteceu e infelizmente ainda acontece. Ao nos dirigirmos a nossos livros didáticos ainda nos deparamos com a historia contada pela ótica do colonizador com um cunho eucêntrico, excluímos a maior parte dos sujeitos que fazem parte da formação cultural de nosso país de nossa região. A cultura racista, machista e homofóbica se manifesta no imaginário coletivo como algo naturalizado, padronizado e, por mais mudanças e avanços que tenham ocorrido ao longo dos anos, ainda permanece hegemônica, pois a mudança de valores em uma sociedade não é algo que ocorre de imediato. Durante a formação continuada dos profissionais da educação em todos os níveis, é necessário que essa situação comece a modificar para a disseminação em outros espaços. O tema diversidade cultural, seja assunto de pauta de estudo para compreendermos cada vez mais a pratica de sala de aula. As existências de desigualdades para muitos são vistas como naturais motivos este que as diferenças individuais vêm sendo legitimadas. Essas desigualdades e diferenças individuais, assim legitimadas, é que explicam as diferenças de rendimento escolar. Dessa forma, não seria a escola a responsável pelo fracasso do aluno, segundo Enguita (1989) a causa estaria na ausência, neste caso, de condições básicas para a aprendizagem, condições que só ocorreriam na presença de determinadas características indispensáveis ao bom aproveitamento daquilo que a REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 125 escola oferece. Esta seria responsável, isto sim pelo atendimento as diferenças individuais, isto é, por tratar desigualmente os desiguais. Os processos das identidades são ligados a historia da humanidade, que não se constitui somente do que é oficial, dos grandes feitos, dos grandes lideres. Nós professores temos o dever de ensinar aos nossos alunos as contribuições dos diferentes grupos culturais na construção da nação, ensinar o respeito, aceitação e admiração pela cultura pela etnia do outro da outra, mostrando que o estranhamento é gerado pelo desconhecido, assim como o preconceito. Precisamos estimular nossos alunos o pensamento critico e a percepção de que, para o outro, também somos o outro, a outra. Valorizar a historia de vida de nossos alunos, de suas famílias, e suas experiências poderá ser fator determinante para a construção de uma identidade positiva de si mesmo e elevar a sua autoestima. Para tanto, deve-se reconhecer a diversidade cultural, relativizando o saber e a memória nacional e regional, mas num sentido democrático, recriando esse saber, essas experiências sem esquecer-se do saber dos mais velhos, daqueles que foram os protagonistas, deram o seu suor, o seu sangue, a sua vida através de um trabalho que nunca foi reconhecido, daqueles que não tem estatuas, monumentos nas praças, daqueles que as ruas, as escolas, prédios oficiais, cidades, não levam o seu nome. Contar a historia a partir da perspectiva dos vencidos e não dos vencedores, uma historia que abarque as diferentes visões de mundo, de sociedade, de família, trabalho, diversão, religiosidade, culinária e pessoas. Saberes diferentes. Nesse sentido, alguns materiais didáticos e professores ferem o que esta previsto no artigo 58 no Estatuto da Criança e do Adolescente, pois não valorizam os diferentes valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social do aluno. É importante que a nossa prática pedagógica esteja alicerçada na diversidade e no combate a discriminação tendo como base uma política de princípios que reconheça as diferenças e como elas são produzidas, dessa forma a mudança poderá acontecer. As vezes se torna difícil nos depararmos com ideias antigas, achamos que elas não servem mais, mas quando inovamos, mudamos a perspectiva, desistimos de nossos e erros e comodismos, percebemos vida em nossa pratica, e esta ganha então seu sentido literal de ação. Portanto, nos sentimos atores, agentes de nossas REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 126 vidas de contribuir com tantas outras vidas sob as experiências de como os diferentes povos se organizaram e viveram. A valorização de todas as culturas, bem como o reconhecimento e a inclusão de populações historicamente excluídas é tema presente nos documentos que norteiam e educação brasileira nos dias atuais. 2.5 DIVERSIDADES CULTURAIS E CURRÍCULO O que caracteriza o universo escolar é a relação entre as culturas, relação essa atravessada por tensões e conflitos. Isso se acentua quando as culturas critica, acadêmica social e institucional, profundamente articulada, tornam-se hegemônicas e também a ser absolutizadas em detrimento da cultura experiencial, que por sua vez, possui profundas raízes socioculturais. Em vez de preservar uma tradição monocultural, a escola esta sendo chamados a lidar com a pluralidade de culturas, reconhecerem os diferentes sujeitos socioculturais presentes no seu contexto, abrir espaços para a manifestação e valorização das diferenças. É essa a que se percebe hoje. A escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença. Tende a silenciá-las e neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a homogeneização e a padronização. No entanto, abrir espaços para a diversidade, a diferença e para o cruzamento de culturas constitui o grande desafio que esta chamada a enfrentar. A perspectiva emancipatória que envolve além do reconhecimento da diversidade e das diferenças culturais, a analise e os desafios da relação de poder sempre implicadas em situações em que as culturas distintas coexistem no mesmo espaço. Uma ação docente multiculturalmente orientada, que enfrente os desafios provocados pela diversidade cultural na sociedade e nas salas de aula requer uma postura que supere a “cegueira cultural” usualmente presente nas escolas, responsável pela desconsideração do que se precisa trabalhar. Requer uma perspectiva que valorize e leve em conta a riqueza decorrente da existência de diferentes culturas no espaço escolar. Além da superação da “cegueira cultural” nossos especialistas em educação como Enguita (1989) sugere que permitam lidar com essa heterogeneidade. O autor em sua reflexão sobre a hibridização cultural é essencial que nos situemos, na REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 127 pratica pedagógica multicultural, alem das visões das culturas como interrelacionadas, como mutuamente geradas e influenciadas, e procuremos facilitar a compreensão do mundo pelo olhar do subalternizado. Para o currículo, trata-se de desestabilizar o modo como o outro é mobilizado e representado. “O olhar do poder, suas normas e pressupostos, precisa ser desconstruído” (SOUSA, 2003, p. 156). Trata-se de desafiar a pretensa estabilidade e o caráter histórico do conhecimento produzido no mundo ocidental segundo a ótica do dominante, e confrontar diferentes perspectivas, diferentes pontos de vista, diferentes obras literárias, diferentes interpretações, dos eventos históricos, de modo a favorecer aos alunos a entender como o conhecimento tem sido escrito de uma dada forma e como pode ser reescrito de outra forma. A consciência é discursiva; ela vai articulando o sentido pela palavra, ao mesmo tempo em que carrega a palavra de outros sentidos. Dessa forma ela mesma vai de articulando. No entanto a articulação não pode ser percebida fora da realidade, fora do mundo. Sendo articulada no mundo, a articulação do sentido cria o sentido próprio do mundo para o homem; por isso, todo sentido é sempre sentido do mundo em relação ao homem, a sua consciência. Surge daí o discurso o discurso consciencial ou o discurso cultural (MARCON, 1998 p. 311). Trata-se, em último análise, não de substituir um conhecimento por outro, mas sim de propiciar aos estudantes a compreensão das conexões entre as culturas, das relações de poder envolvidas na hierarquização das diferentes manifestações culturais, assim como das diversas leituras que se fazem quando distintos olhares são privilegiados. É necessário que se evidencie com clareza, no currículo, como se construiu historicamente um dado conhecimento, como as raízes históricas desse processo não usualmente construído, o que faz com que todo e qualquer conhecimento pautado na lógica dominante seja visto como indiscutível, neutro, universal, intemporal. Nessa mesma direção acentuar a necessidade de se explicitar, também, com um dado conhecimento relaciona-se com os eventos e as experiências dos estudantes e mundo concreto, enfatizando-se ainda, na discussão, quem lucra e quem perde com as formas de emprego do conhecimento. Em síntese, os propósitos, nas duas propostas até aqui apresentadas, parecem ser clarificar de quem é o conhecimento hegemônico no currículo, que representações estão nele incluídas, que identidades se deseja que eles reflitam e construam, assim como REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 128 explorar formas de desestabilizar e desafiar todas essas hierarquias, escolhas, inclusões, imagens e pontos de vista. Uma proposta que caminha nesse mesmo sentido da realidade social e que particularmente nos agrada é a de Bosi, (2002). O autor sugere que nos perguntemos se é possível dividir a realidade humana em culturas, raças, historias, tradições, e sociedades claramente diferentes, e sobrevivermos claramente e dignamente as consequências dessas classificações. Insiste, então, no questionamento do caráter aparentemente natural, às vezes mesmo cientifico, dessas divisões. É indispensável, acrescenta compreendermos a dinâmica histórica das categorias por meio das quais somos rotulados, identificados, definidos e situados na estrutura social. Esse entendimento será favorecido ao focalizarmos, no currículo, a construção das categorias, ao lutarmos por mudar seus significados e por garantir espaço na escola e na sala de aula para a diversidade. Aparentemente opostas do ponto de vista de sua formalização, a cultura erudita e a cultura de massa, podem, no entanto, tocar-se em mais de um ponto. O profissional de nível universitário, especialmente se técnico ou tecnocrata, se fascina pelo produto da indústria cultural, que ocasionam uma verdadeira pletora de elementos mecânicos e eletrônicos, e, na verdade, multiplicam e distribuem objetos que só se tronam possíveis depois de acuradas pesquisas da cultura universitária. (BOSI, 2002, p. 327) Ou seja, Bosi (2002) rejeita a ideia de que existe uma verdade, uma essência ou um núcleo em qualquer categoria. Incentiva-nos a, nas diferentes disciplinas curriculares, tornar evidente e contestar a construção histórica de categorias que nos tem marcado, como raça, nação, sexualidade, masculinidade, feminilidade idade etc. Com essa estratégia pretende facilitar a compreensão de como o mundo tem sido dividido. É também importante que se expandam os conteúdos curriculares usuais, de modo a neles incluir a critica dos diferentes artefatos culturais que circundam o aluno. A ideia é transformar a escola em um espaço de critica cultural, de modo que cada profissional da educação como intelectual que é, possa desempenhar o papel de critica cultural e propiciar ao estudante a compreensão de que tudo que passa por natural e inevitável precisa ser questionado e pode consequentemente, ser transformado. A relatividade entre educação escolar e cultura são complexas e, afetam diferentes dimensões das praticas educativas. Consequentemente, a formulação de REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 129 um currículo multiculturalmente orientado não envolve unicamente introduzir determinadas práticas ou agregar alguns conteúdos, o que corresponderia apenas uma abordagem aditiva. Não basta acrescentar temas, autores, celebrações etc. é necessária uma releitura da própria visão de educação. É indispensável desenvolver um novo olhar, uma nova ótica, uma sensibilidade diferente. O caráter monocultural esta muito arraigado na educação escolar, parecendo ser inerente a ela. Assim questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade constitui um passo fundamental. Contudo, favorecer o processo de reinventar a cultura escolar não é tarefa fácil. Exige vontade política, persistência, assim como aposta no horizonte de sentido: a construção de uma sociedade e uma educação verdadeiramente democráticas, construídas na articulação entre igualdade e diferença, na perspectiva do multiculturalismo emancipatório. Um projeto verdadeiramente revolucionário, por outro lado se autentica, na medida em que vai cumprindo sua vocação natural: o de selar a unidade, a comunhão entre a liderança revolucionaria e as massas populares, na pratica na transformação da sociedade de classes e na construção da sociedade justa e igualitária. Quanto mais esta unidade se caracteriza, tanto menos perigo tem a liderança. (FREIRE, 1998, p. 40) Para que se possa avançar nesse processo, o papel dos profissionais da educação é fundamental. Nesse sentido, a formação docente, tanto a inicial como a continuada, passa a ser prioridade para todos aqueles que queremos promover a inclusão destas questões de educação. No entanto, essa preocupação esta ainda muito pouca presente nesses processos, ainda que se venha abrindo o espaço que tem conquistado nas diferentes instituições de formação. Nas diferentes experiências que vem se desenvolvendo, tanto nas universidades como em escolas públicas e particulares, sabemos que alguns elementos, são fundamentais. Um aspecto é partir de uma ampla visão da problemática, em que se analisem os desafios, da sociedade globalizada, excludente e multicultural propõe hoje para a educação. O marco contextual para que se possa construir o novo olhar que desejamos. É indispensável favorecer uma reflexão de cada educador sobre a sua própria identidade cultural: como é capaz de descrê-la, como tem sido construída, que referentes tem sido privilegiados e por meio de caminhos. Os níveis de REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 130 autoconsciência da própria identidade cultural encontram-se, na maior parte das vezes, poucos presentes e não costumam construir objeto de reflexão pessoal. Também o aprofundamento da temática da formação cultural brasileira se faz imprescindível. Ainda está presente no imaginário coletivo o chamado da democracia racial. Questionar os lugares, costumes, as leituras hegemônicas da nossa cultura e de suas características, assim como das relações entre os diferentes grupos sociais e étnicos, constitui outro aspecto que merece discutir e aprofundar. Na medida das possibilidades, outro ponto a ser trabalhado é a interação com diferentes grupos culturais e étnicos. A interação é propiciar uma interação reflexiva, que incorpore uma sensibilidade antropológica e estimule a entrada no mundo do outro. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no exposto, podemos afirmar que todos pertencemos a uma cultura relativamente baseada na etnia herdade de nossos antepassados. Somo sujeitos inseridos em uma sociedade, onde obedecemos normas e regras sociais que por sua vez vai nos moldando a compor essa conjuntura. A nossa passividade muitas vezes em seguir e obedecer as regras sociais implica na continuação de um modelo que escraviza e reproduz estereótipos que foram enraizados ao longo dos séculos. No entanto, temos que despertar que somos sujeitos e que podemos contribuir significativamente para a transformação da sociedade, oportunizando o crescimento cultural pessoal de cada um, na perspectiva de mudar as estruturas e relações que impedem a construção de uma nova e melhor convivência. Esta reconhece o valor intrínseco de cada cultura e defende o respeito e propõe construir uma relação recíproca entre diferentes grupos culturais. Relações estas que produzem mudanças em cada indivíduo, favorecendo a consciência de si e reforçando a própria identidade. Sobretudo, promovem mudanças estruturais nas relações entre grupos. Estereótipos e preconceitos legitimadores de exclusão são questionados, e até mesmo superados, na medida em que os sujeitos diferentes se reconhecem a partir de seus contextos, de suas historias e de suas opções. Considerando o desafio inicial de pensar a cultura de cada povo, pode-se REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 131 apreender nas experiências vivenciadas por estes sujeitos alguns costumes, valores e modos de viver, construídos e transformados no tempo. Criar espaços de voz e vez às culturas negadas pelos currículos e legislações é, sem dúvida, um dos grandes desafios. Todos esses aspectos sao importantes, na formaçao docente, para que melhor se analisem as questoes curriculares e a dinamica interna da escola. O principal proposito, acrescentamos, é que o docente venha a descobrir outra perspectiva, assentada na centralidade da cultura, no reconhecimento da difeença e na construçao da igualdade. Como educadores não podemos negar que as questões de gênero, raça, etnia, identidade, linguagem, religião e padrões culturais estão cada vez mais latentes e gritantes no âmbito escolar. Essas manifestações infelizmente são pouco discutidas, pois no interior das salas de aula é muito raro que professor e alunos reflitam e investiguem questões relacionadas à vida e à cultura de etnias e grupos que vivem relações conflitivas. A inclusão de temas vinculados às culturas não dominantes na legislação e no currículo representa um avanço, mas é insuficiente para resolver o problema das relações históricas de negação caso a escola, a familia e a sociedade não consiga assumir o seu papel. A realização de uma educação intercultural depende de algumas mudanças no sistema, começando pela realização do principio de igualdade de oportunidades. Esperamos, assim, formar educadores que atuem como agentes sociais e culturais a seerviço da construçao de sociedades justas e mais democraticas. DIFFERENT PERSPECTIVES ON CULTURAL DIVERSITY Abstract The present text discuss the relationship established historically among different cultures. Therefore to talk about the cultural diversity it is necessary understand the philosophy of the difference, the life’s intricacy, the group of the relationship and the way of people’s life, groups and social categories. The school play a very important role in this sense, a first step is to recognize the complexity that involves the social problematic, cultural and ethnic. The scholar education cannot be thought neither accomplished whether not from the idea of the integral formation of a human being, in a participative test, solidarity and welcoming. Establishing solidarity forms and plurals of living together. And in the basic education where the child acquire the understanding of the differences, the respect, the support of each other in the school background. Up the paradigm changes, of a society changes, is urgent the necessity to us review our practices, our methods in the classroom. The scholar public have changed and the social necessities are also others. Key words: social relationship; cultural diversity, lifestyles, integral development, social inequality REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 1 / Jan. /Jun. / 2016 Página 132 REFERÊNCIAS BOSI, Alfredo. 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