Setembro 2010 Aprendizagem m óv e l e m e s c ol a s e universidades Elisa Wolynec [email protected] A aprendizagem móvel é um padrão emergente que reúne três paradigmas extremamente requisitados pela atual geração de estudantes: modelo flexível de aprendizagem; padrão pedagógico apoiado em dispositivos tecnológicos sem fios; diretrizes voltadas essencialmente para a aprendizagem centrada no aluno. Nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, o mlearning já faz parte do dia a dia de escolas e universidades, através da utilização de telefones celulares e outros equipamentos móveis de acesso a Internet, como, por exemplo, iPods e tablets. Embora esta não seja ainda a realidade no nosso país, é interessante analisar o que vem ocorrendo, uma vez que a tendência é de termos, dentro em breve, o desenvolvimento de iniciativas locais similares. Nas escolas americanas está se tornando bastante comum, ao final da aula, a professora informar os alunos que o “podcast” da aula está disponível para ser baixado (download) e que dúvidas, que os alunos possam ter ao estudar, podem ser enviadas ao seu número de celular por mensagem. Uma indicação de que a evolução da tecnologia já introduziu novas mudanças nos ambientes de ensino-aprendizagem é dada pelos novos termos que já fazem parte do jargão dos educadores: “coursecasting”, referindo-se ao broadcast de conteúdos de cursos e “tweetup”, para designar uma reunião agendada ou casual de pessoas que utilizam o Tweet. Há, também, um novo designativo para os atuais estudantes: geração M, a geração de estudantes com telefones celulares. Os estudantes de hoje vivem num mundo envolvido pela Internet. Lêem as notícias online, publicam conteúdo em blogs, compartilham o que ocorre instantaneamente usando o Twitter e desenvolvem essas atividades, principalmente, através da utilização de seus telefones celulares. A universalização de utilização dos celulares no mundo todo promoveu uma mudança quanto ao método de disponibilização de conteúdo, que migrou do e-learning para o m-learning, resultando em uma nova geração de aprendizes móveis que utilizam computadores de mão (handhelds) e telefones celulares equipados com áudio, vídeo, SMS e aplicações móveis.1 Instituições visionárias como a Duke University perceberam as vantagens de expandir o ambiente de ensino-aprendizagem para os equipamentos de Internet móvel. Em 2004 todos os ingressantes de Duke e os seus professores receberam um iPod como parte de um projeto de ampliação dos métodos de ensino. Outras fases do projeto incluíram a distribuição de Tablets da HP e uma colaboração com a PRI (Public Radio International) para fornecer suplementos aos cursos de Duke via radio. O projeto foi um sucesso e, atualmente, a utilização de gravações em áudio, para posterior download www.techne.com.br pelos alunos, tornaram-se rotina nas atividades de ensino-aprendizagem. Duke criou um departamento especial para integrar a aprendizagem móvel às suas aulas, currículos, colaboração e compartilhamento de conhecimento. Os estudantes atuais de Duke podem escolher a tecnologia de sua preferência para acessar os conteúdos do ambiente de aprendizagem móvel: iPods, telefones celulares, tablets, laptops, para ouvir os podcasts das aulas e receber comunicações via mensagens de texto. Através de uma parceria com a Apple, a Universidade de Duke foi uma das pioneiras na customização do iTunes para distribuir aulas, simpósios, seminários, notícias do curso e da instituição e também música. O programa foi denominado iTunesU e permite aos docentes e alunos desenvolver e transportar conteúdo de cursos em seus iPods. A Apple oferece às instituições o hosting desses serviços gratuitamente e as instituições ficam responsáveis pela manutenção do conteúdo. Assim, os professores podem distribuir recursos em áudio e vídeo e os estudantes podem compartilhar seus trabalhos com outros alunos. Atualmente existem mais de 50 mil arquivos de áudio e vídeo disponíveis na iTunesU, desenvolvidos por universidades de prestígio como Duke, MIT, Berkeley e Stanford, por museus e outras organizações públicas de vários pontos do mundo. Os alunos que não possuem IPods ou MP3 players podem usar o iTunes e ouvir os materiais através de um CD gravado. Essa revolução que se iniciou com o iPod e iPhone já se estendeu para vários outros fabricantes de celulares inteligentes (smartphones): Blackberry, Motorola, Samsung, LG, Nokia, Sony Ericsson, para citar alguns. Deve vir aí uma concorrência que tende certamente a reduzir o custo dos equipamentos, beneficiando a adoção para fins didáticos. em alguns cursos em universidades. O campo está aberto para instituições brasileiras que queiram oferecer vantagens competitivas a seus alunos. A época para sair à frente dos concorrentes é agora. No final do ano passado a Vivo lançou o Kantoo English, um aplicativo desenvolvido especialmente para o ensino da língua inglesa. Esse serviço tem um custo de assinatura semanal bastante acessível e é compatível com mais de 30 aparelhos celulares. O aplicativo inclui frases, jogos, palavras, imagens, sons, além de uma comunidade de relacionamentos. Está dividido em quatro cursos com oito unidades cada. Em resumo, as metodologias utilizadas na aprendizagem móvel são uma extensão das pedagogias desenvolvidas para o e-learning, porém a aprendizagem móvel desenvolve-se em um espaço de convergência da Internet com as telecomunicações, criando uma ampla rede de comunicação e de oportunidades de aprendizagem, abrangendo a sala de aulas e todo o espaço fora desta. Para as instituições que se utilizam do sistema de gestão acadêmica Lyceum e tenham interesse em utilizar a aprendizagem móvel para enriquecer as oportunidades de aprendizagem de seus alunos, o Lyceum já está se preparando para ser utilizado por docentes e alunos através do celular. O módulo Aluno Online via celular já está em fase de testes e deverá ser liberado em breve aos clientes. 1 Kamenetz, Anya. A Is for App: How Smartphones, Handheld Computers Sparked an Educational Revolution. (2010) http://www.fastcompany.com/magazine/144/a‐isfor‐ app.html No Brasil já existem algumas iniciativas, embora ainda tímidas, de uso do m-learning. São algumas iniciativas isoladas em ambientes corporativos e www.techne.com.br