Tutoria de A-1 Equinodermos Antes de dar inicio a este trabalho faz-se necessário abordar os seguintes conceitos, sem os quais fica muito difícil dar seguimento à Tutoria. Blastóporo - abertura que serve de comunicação na fase embrionária, pondo em contato a cavidade digestiva com o meio externo. Ele surge na fase embrionária gástrula, quando começa a diferenciação celular. Celoma – cavidade embrionária completamente revestida de mesoderme. Tal cavidade aloja diversos órgãos. Cordado – refere-se à presença da notocorda, também chamada de corda dorsal. Deuterostomados – o blastóporo embrionário origina o ânus e a boca surge depois, como uma neoformação. Fendas faringianas – os embriões dos cordados desenvolvem uma série de fendas nos dois lados da faringe, também chamadas fendas branquiais. Hemicordados – animais com sistema nervoso dorsal e fendas branquiais na faringe, aspectos em que se assemelham aos cordados. Notocorda – é um bastão firme e flexível que se forma no dorso do embrião dos cordados, entre o tubo nervoso e o tubo digestório. Protocordados – grupo de cordados que não apresentam coluna vertebral, sendo por isso chamados também de cordados invertebrados. Protostomados – animais cuja boca tem origem no blastóporo e o ânus surge posteriormente como uma neoformação. Filo Echinodermata Os equinodermos constituem um grupo de animais exclusivamente marinhos, dotados de endoesqueleto constituído de placas calcárias e muitas vezes providos de espinhos, que justificam o nome do grupo. O sistema vascular aqüífero composto por canais e apêndices com a função de locomoção, alimentação e troca gasosa, é bastante no marcante no filo. O filo reúne mais de seis mil espécies distribuídas em cinco classes: Asteroidea (estrela-domar), Echinoidea (ouriços-do-mar), Holothuroidea (pepinos-do-mar), Crinoidea (lírios-domar) e Ophiuroidea (seperpente-so-mar). Apresentam simetria radial pentâmera quando adultos; as larvas, no entanto, têm simetria bilateral e utilizam os cílios para nadar e/ou almentarem-se. Os eqüinodermos têm sistema digestório completo, com boca e ânus, exceto os Ofiuróides que não possuem ânus. As trocas gasosas ocorrem por difusão entre a água do mar e a que ocupa o sistema ambulacrário. A respiração e excreção variam de grupo para grupo. Apresentam sistema nervoso bastante primitivo, enquanto o sistema circulatório é ausente ou rudimentar. São dióicos, com fecundação externa. O desenvolvimento é indireto, podendo haver uma ou mais formas larvais. Têm notável capacidade de regeneração, pois regeneram continuamente seus espinhos e pedicelárias. Quanto ao habitat, todos são marinhos, a estrela-do-mar, desloca-se sobre fundos submersos, onde capturam ostras, mexilhões, etc. Já os ouriços-do-mar, alimentam-se de algas e detritos orgânicos, podendo deslocar-se sobre o fundo mar ou viverem fixados em rochas, onde cavam buracos que servem de moradia. Os lírios-do-mar, na grande maioria vivem fixados às rochas submersas, filtrando sua alimentação. Por sua vez, as serpentes-domar, têm braços finos e longos, podem nadar no fundo do mar à procura dos detritos de que se alimenta. Enquanto os pepinos-do-mar alimentam-se de detritos orgânicos acumulados nos fundos lodosos e arenosos. Asteróide ( estrela-do-mar) Os mais conhecidos são da classe Asteroidea, cujo representante é a estrela-do-mar, normalmente têm cinco braços, que não partem tão visivelmente de um disco central. A superfície corporal pode ser lisa, granulada ou com espinhos. A boca localiza-se no centro da superfície oral, ou seja, na parte de baixo. Nos sulcos ambulacrais radiais, que vão da boca à extremidade dos braços está o canal alimentar. A superfície aboral, também, pode ser lisa, granulada ou com espinhos. Algumas estrelas-do-mar, podem apresentar uma estrutura em forma de botão denominada madreporita, localizada num dos lados do disco central (região aboral) , aí está o sistema vascular aqüífero. Essa placa é perfurada por finos canais, os quais ligam-se para um canal pétreo vertical que estende-se oralmente até um canal anular, embutido nos ossículos ao redor da boca. Todos os asteróides apresentam espinhos calcários de tamanho variado. Entre os espinhos, existem projeções da parede corporal, semelhantes a dedos, denominadas pápulas, cuja função é a troca gasosa e excreção. As pedicelárias também fazem parte da estrutura dessa classe, são músculos apêndices em forma de mandíbulas, contendo dois ossinhos que formam as mandíbulas e músculos que abrem e fecham, podendo ter função protetora, matando pequenos animais que queiram fixar-se em seu corpo. Echinoidea (ouriços-do-mar/bolachas-da-praia) O nome Echinoidea significa “semelhante a um porco espinho”, tudo porque o corpo desses animais é coberto de espinhos. Os membros regulares da classe são os ouriço-do-mar, cujo corpo tem forma mais ou menos esférica e todo guarnecido de espinhos móveis e relativamente longos. O corpo pode ser dividido em região oral e aboral. Na região oral está a boca, rodeada por uma membrana peristomial espessada ao longo do lado interno, formando um lábio. Externamente, além dos espinhos, que podem ser classificados em primário e secundário, estão presentes os pés ambulacrários e pedicelárias. Os ouriços-do-mar alimentam-se de algas e animais incrustados, que são raspados e/ou mastigados por uma “boca” denominada lanterna-de-aristóteles. O intestino é tubular e enrolado perto da carapaça. As trocas gasosas são executadas pelas brânquias podiais muito ramificadas, coberta de espinhos que impedem que elas sejam obstruídas pela areia. O líquido celomático é bombeado para dentro e para fora das brânquias. Como nos demais equinodermas, os pódios são finas extensões da parede corporal, que contribuem, de alguma forma, para a troca gasosa. Tanto os ouriços-do-mar e as bolachas-da-praia em forma de coração enterram-se na areia. Ao movimentarem-se, esses animais sempre mantêm o mesmo meridiano para frente, por isso tem uma extremidade anterior definida. Nas bolachas-da-praia o eixo está comprimido, tornando o corpo do animal achatado. A boca ainda está no centro da superfície oral, mas o ânus deslocou-se para fora do centro aboral e apresenta-se perto do extremo posterior. Os ouriços-do-mar em forma de coração, às vezes são ovais. O ânus deslocou-se para fora do centro aboral e o centro oral foi para frente, dando-lhes aparência bilateral. Os animais dessa classe se arrastam lentamente pela areia, através dos movimentos dos espinhos finos que revestem sua superfície. As bolachas-da-praia escavam a camada superficial da areia e os ouriços-do-mar em forma de coração refugiam-se logo abaixo da superfície arenosa. Os equinóides de fundo macio alimentam-se do sedimento que selecionam. Os sulcos alimentares são contornados por pódios que levam a massa alimentar coletada à boca. As lúnulas na carapaça de algumas bolachas-da-praia provavelmente facilitam a passagem de partículas do lado aboral para o oral e talvez reduzam a ascensão criada pelas correntes de água sobre a superfície achatada do corpo. As fendas proeminentes (lúnulas) na carapaça de algumas bolachas-da-praia, provavelmente facilitam a passagem de partículas do lado aboral para o oral e talvez reduzam a ascensão criada pelas correntes marinhas sobre a superfície achatada do corpo. Quatro ou cinco gônadas estão suspensas radialmente no lado interno da carapaça. Gonodutos curtos abrem-se através de gonóporos nas placas genitais ao redor do periprocto. A fertilização ocorre no exterior. Holothuroidea (pepinos-do-mar) Diferem do padrão do filo, são semelhantes aos ouriços-do-mar, mas não possuem braços. Os holoturóides têm a forma de um verme ou pepino O esqueleto está reduzido a ossículos microscópicos e a parede corporal apresenta estrutura coriácea coloração pardacenta. Muitos pepinos-do-mar são habitantes de substratos duros, vivendo entre pedras ou fendas nos corais escondidos. Movimentam-se através de pés tubulares. Em algumas espécies, três áreas ambulacrais estão voltadas para o substrato. Os pepinos-do-mar de fundos macios vivem na areia ou enterrados em lodos, àqueles parecidos com vermes enterram-se sob a superfície, através de contrações peristálticas. Os pódios podem desaparecer por completo. A extremidade oral do corpo está circundada por tentáculos que se estendem para fora e capturam plâncton ou material em suspensão na água do mar e sedimento do fundo. Esses tentáculos retraem-se e entram pela boca um a um. Os que se alimentam de sedimento podem ser seletivos ou não. Alguns não-seletivos que se alimentam de detritos deixam dejetos visíveis sobre o fundo. O aparelho digestivo dos pepinos-do-mar é tubular e termina antes do ânus numa cloaca muscular, que tem participação na troca gasosa. Essa troca é feita por estruturas tubulares ramificadas, denominadas árvores respiratórias, que resultam de evaginações da parede da cloaca e estendem-se pelo celoma. A ação do bombeamento pela cloaca produz uma corrente de água marinha, para dentro e para fora das árvores respiratórias. Os pepinos-do-mar têm apenas uma gônada e o gonóporo abre-se entre dois tentáculos. A larva bilateral possui faixas ciliadas locomotoras, mas nunca desenvolvem os longos braços larvais típicos das demais larvas dos equinodermos. O pepino-do-mar para se defender de predadores injeta-lhes, rapidamente, uma massa de filamentos pegajosos proveniente do seu ânus, assim o predador fica atrapalhado e ele pode fugir. Crinoidea (lírios-do-mar/plumas-do-mar) Nos crinóides a superfície oral está direcionada para cima e muitos membros estão fixos ao substrato pela região aboral por um pedúnculo. Os crinóides formam dois grupos: os líriosdo-mar sésseis, com a superfície aboral ligada ao substrato por um pedúnculo e as plumasdo-mar móveis, nas quais o pedúnculo está ausente. Possuem braços flexíveis e seu corpo lembra um cálice ou uma pena no caso das plumasdo-mar, alguns possuem um pedúnculo longo, que os fixa no fundo mar. A boca e o ânus aparecem na superfície oral. Eles colhem os alimentos em suspensão com os tentáculos e os levam à boca pelos cílios. O ânus dos crinóides situa-se numa pequena elevação de um dos lados da superfície do centro oral, o que faz com as fezes possam ser atiradas à distância, evitando assim contaminar os sulcos ambulacrais. Os pódios são os órgãos de trocas gasosas. Os gametas desenvolvem-se nos braços e pínulas e a desova é feita através da ruptura da parede corporal. As plumas-de-mar são semelhantes aos lírios-do-mar, com os quais estão intimamente relacionadas. Elas são peduculares e fixas no último estágio de larva de desenvolvimento. Em seguida a este último estágio, o cálice fica livre e nada como uma pequena estrelapluma. Ophiuroidea (serpentes-do-mar) Os ofiuróides são equinodermos sem ânus, locomovem-se pela ondulação dos braços. A boca está localizada na região voltada para o substrato (região oral). Corpo achatado, com braços finos e flexíveis, separados uns dos outros e ligados a um disco central. Não há um sulco ambulacrário e os pés ambulacrários têm um pequeno papel na locomoção. A superfície aboral varia do liso granulado, podendo apresentar pequenas placas calcáreas chamadas escudos e pequenos tubérculos ou espinhos. São saprófagos comedores de depósitos ou filtradores, mas podem eventualmente utilizar os três métodos. Tutoria A2 Hemicordados, Urocordados e Cefalocordados Hemicordados: animais marinhos pouco conhecidos, vermiformes. Têm sistema nervoso dorsal e fendas branquiais na faringe, aspectos em que se assemelham aos cordados. A larva dos hemicordados,chamada tornária, é muito semelhantes à larva dos equinodermos. A formação do celoma é enterocélica. Essas semelhanças reforçam a idéia de que equinodermos, hemicordados e cordados tiveram ancestrais comuns, em um passado distante. Os hemicordados formam duas classes: Enteropneusta e Pterobranchia. - classe Enteropneusta: são os mais conhecidos, habitantes de águas rasas. Alguns vivem sob rochas e conchas, mas muitas espécies são cavadores de lodo e areia. Apresentam corpo cilíndrico e flácido, composto por uma probóscide ou tromba anterior, um colarinho e um longo tronco. Essas regiões correspondem às típicas divisões do corpo dos deuterostômios – protossomo, mesossomo e metassomo. São animais bastante vagarosos. Muitos são cavadores constroem escavações revestidas de muco, lodo e areia. Os enteropneustos cavadores consomem areia e lodo outras espécies alimentam-se de partículas em suspensão. Também é característica dessa classe um sistema vascular sangüíneo aberto composto de dois vasos contráteis principais e um sistema de canais sinusóides. As fendas branquiais faríngeas localizadas na região anterior do tronco são os órgãos de trocas gasosas. O sistema nervoso é primitivo, e o sistema sensorial é composto por células neurosensoriais espalhadas pelo epitélio superficial São animais dióicos. O desenvolvimento pode ser direito ou indireto. No indireto o embrião desenvolve-se em uma larva livre-natante, no direto, uma gástrula ciliada pode eclodir do ovo e o desenvolvimento prossegue, resultando no verme jovem. O tamanho desses animais é variável entre nove e quarenta e cinco centímetros de comprimento, a espécie brasileira Balanoglossus gigas pode exceder um metro e meio centímetros. - classe Pterobranchia: são animais raramente encontrados e são os mais primitivos. A maioria é habitante de águas relativamente profundas e o maior número de espécies é encontrado no Hemisfério Sul. Algumas espécies são fixadas por pedúnculos, mas alguns são mantidos juntos por um estolão. Com raras exceções, os pterobrânquios vivem em tubos secretados, os quais são organizados em agregados ou colônias sobre o substrato. A característica mais marcante desses vermes é a presença dos braços e tentáculos sobre o lado dorsal do colarinho. Os braços exibem numerosos tentáculos pequenos e bastante ciliados. Supostamente, os tentáculos capturam organismos diminutos, que são levados à boca pelos cílios. A maioria não apresenta fendas branquiais, mas alguns podem ter apenas um par. O tubo digestivo tem forma de U e o ânus abre-se na frente, no lado dorsal do colarinho. Os sexos são separados e uma larva ciliada é identificada para a maioria dos gêneros. A partir do indivíduo original a colônia ou o agregado são formados por brotamento do pedúnculo ou do estolão. Subfilo Urochordata (Urocodados) São animais filtradores, fixos, vivem presos a rochas, embarcações, pilares e conchas. Na fase larval apresentam notocorda caudal, quando adulto as perde. O corpo está revestido por uma túnica, constituída de tunicina, um isômero de celulose. Os urocordados adultos pouco se parecem com os cordados. A larva, no entanto, é um típico cordado apresentando cordão nervoso, notocorda, fibras musculares longitudinais e cauda afilada que é o órgão de locomoção. Nos adultos, a boca segue-se à faringe, perfurada por muitas fendas branquiais. A água inalada atravessa as fendas e vai para o átrio – câmara em torno da faringe, que se comunica com o meio externo pelo sifão oral. O subfilo urocordados está subdividido em três classes: Ascidiacea, Thaliace e Appendicularia. - classe Ascidiacea: são representados pelas ascídias, que são animais sésseis na fase adulta e livre-natantes na fase larval. Vivem solitárias ou em colônias. São monóicos, mas a autofecundação é dificultada devido ao amadurecimento de ovários e testículos em épocas diferentes. Algumas espécies reproduzem-se assexuadamente, por brotamento. - classe Thaliacea: incluem três famílias de organismos planctônicos: Salpidae, Doliolidae e Pyrosomatide. Os representantes dos gêneros Salpa e Doliolum – as salpas e os dolíolos somam aproximadamente 100 espécies que vivem em mares de águas quentes. O ciclo de vida desses animais é a alternância de gerações. Os Pyrosomatidae são tunicados coloniais e bioluminescentes. - classe Appendicularia: são tunicados neotênicos, planctônicos, que apresentam uma “capa” muito elaborada, relacionada não somente com a proteção do organismo, mas também com a captura de alimento. Subfilo Cephalochordata (Cefalocordados) Representados pelo anfioxo, animais marinhos de corpo alongado e achatado, lateralmente, livre-natantes, filtradores, de tamanho reduzido. São mais ativos à noite e passam a maior parte do tempo com a região caudal do corpo enterrada no substrato, mantendo, desse modo, o corpo em posição vertical ou oblíqua em relação ao fundo e a região rostral exposta à coluna d’água, nessa posição pode filtrar a água e capturar partículas em suspensão para a sua alimentação. Para se protegerem, costumam enterrassem por inteiro no substrato. São dióicos e as gônadas não apresentam ductos genitais. Têm fecundação externa com grande produção de ovos. Após a fase embrionária, surge a larva livre-natantes que após a metamorfose adota os hábitos de vida do adulto. O sistema nervoso é sem encéfalo verdadeiro, apenas um tubo nervoso dorsal onde saem nervos dispostos dorsal e ventralmente. A musculatura é em miômeros, que agem junto à notocorda na locomoção. O sistema circulatório é fechado, sem células sangüíneas. A circulação é realizada por lentas contrações entre vasos, junto numerosos e pequenos bulbos pulsáteis, localizados ao longo das artérias. O sistema excretor ocorre através de solenócitos distribuídos segmentarmente. Vale ressaltar, que os anfioxos não apresentam cefalização forte, possuem a notocorda desde o rostro e não há órgãos homólogos para olhos, ouvidos, narinas ou outro órgão cefálico de sentido. Não apresentam cérebro e o sistema excretor e completamente diferente dos encontrados nos vertebrados. Norma Mendonça Viana Matrícula 2006180464