A Artigo Original Silva VB et al. Tempo de jejum em perioperatório de cirurgias gastrintestinais Fasting time in perioperative period of gastrointestinal surgeries Vanessa Bezerra da Silva1 Silvia Yoko Hayashi2 Daniel Martins Pereira3 Unitermos: Jejum. Gastrectomia. Nutrição. Keywords: Fasting. Gastrectomy. Nutrition. Endereço para correspondência: Vanessa Bezerra da Silva Rua Manoel Olegário da Silva, 256 – Jardim Itatiaia – Campo Grande, MS, Brasil – CEP: 79042-020 E-mail: [email protected] Submissão: 22 de março de 2015 Aceito para publicação: 11 de maio de 2015 1. 2. 3. RESUMO Introdução: Os procedimentos cirúrgicos associados ao jejum perioperatório desencadeiam diversas alterações metabólicas desfavoráveis à recuperação do indivíduo, de modo que esse tempo de jejum tem sido muito discutido. Objetivo: Avaliar a prática local, por meio do levantamento do tempo de jejum ininterrupto que os pacientes em perioperatório de gastrectomia e enterectomia são submetidos no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS). Método: Foram analisados 51 prontuários médicos de pacientes que realizaram uma destas cirurgias no ano de 2013 até junho de 2014, sendo quantificado o tempo de jejum prescrito no pré e pós-operatório (PO) e somado à duração da cirurgia. Resultados: Entre os pacientes enterectomizados, a média de jejum pré-operatório foi de 9,9 horas, PO 43,1 horas e total 56,7 horas, já os gastrectomizados apresentaram valores maiores, sendo 15,4 horas, 61,2 horas e 80,6 horas, respectivamente. Os motivos de prolongamento do jejum no pré e pós-cirúrgico não foram relatados. Conclusões: Assim como a maioria dos hospitais brasileiros, essa instituição ainda mantém tempo de jejum elevado em relação aos protocolos atuais, o que pode implicar no aumento de complicações metabólicas, com recuperação tardia, repercutindo no aumento da estadia e custos hospitalares. ABSTRACT Introduction: Surgical procedures associated to the perioperative fasting trigger several unfavorable metabolic changes, affecting the individual’s recovery; consequently, this time of fasting has been much discussed. Objective: To evaluate the local practice, through observing and surveying patients´ uninterrupted time of fasting in perioperative gastrectomy and enterectomy at the Regional Hospital of Mato Grosso do Sul (HRMS). Methods: The evaluation was done through the analysis of 51 medical records of patients having undergone one of the aforementioned surgeries beginning 2013 until June 2014, and the quantification of the time of prescribed fasting before and after surgery and summed the duration of surgery. Results: Among enterectomyzed patients the average of preoperative fasting was 9.9 hours, postoperative (PO) was 43.1 hours and the average overall time was 56.7 hours. The gastrectomyzed patients’ times of fasting were higher, with 15.4 hours, 61.2 hours and 80.6 hours, respectively. The factors for the extension of post-surgical fasting were not reported. Conclusions: According to most Brazilian hospitals, the period of fasting remains high compared to current protocols, which can result in increased metabolic complications with delayed recovery, leading to an increase of the length of stay, as well as the hospital costs. Nutricionista - Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde, Área de concentração: Intensivismo – Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), Universidade Anhanguera Uniderp, Campo Grande, MS, Brasil. Nutricionista Doutora em Ciências da Saúde pela FMUSP. Hospital Regional de Mato Grosso do Sul - HRMS, Campo Grande, MS, Brasil. Doutorando e Mestre em saúde e desenvolvimento na região centro-oeste pela UFMS. Universidade Anhanguera Uniderp, Campo Grande, MS, Brasil. Rev Bras Nutr Clin 2015; 30 (2): 136-40 136 Tempo de jejum em perioperatório de cirurgias gastrintestinais INTRODUÇÃO Durante o jejum, as alterações metabólicas ocorrem no sentido de poupar energia, porém quando este é prolongado e associado à resposta ao trauma o gasto energético se eleva para promover suporte no reparo das lesões, e as proteínas tornam-se substrato energético obrigatório para os tecidos essencialmente glicolíticos, levando ao aumento da proteólise e gliconeogênese (induzidas pela alta concentração plasmática de cortisol, glucagon e catecolaminas), causando uma rápida desnutrição pós-traumática, mais grave que a desnutrição simples por inanição, além de lentificar o processo de cicatrização tanto pela imunossupressão, devido ao cortisol aumentado, quanto pela catabolização1,2. A elevada secreção desses hormônios no período pósoperatório (PO) ocorre na chamada fase aguda ou de choque, que dura de 24 a 48 horas, e também é caracterizada pela inibição da secreção de insulina na proporção que eleva o glucagon, gerando então a hiperglicemia1. Isto determina um aumento de sua resistência periférica e mantém o estado hiperglicêmico, mesmo a insulina voltando a suas concentrações normais, ocasionando maior consumo de oxigênio, retenção de água e sódio e a hipercoagulabilidade, consequentemente o risco para tromboembolismo e infarto agudo do miocárdio, além de piorar a cicatrização1. Nesse sentido, o tempo de jejum perioperatório vem sendo muito discutido, pois as técnicas de manejo estabelecidas no passado geraram fortes paradigmas ao ponto de ainda limitarem os profissionais a utilizarem métodos mais atualizados que possam abreviar esse tempo e evitar tais complicações3. O protocolo de jejum pré-operatório, já empregado em cirurgias de emergência, foi estendido para operações gastrintestinais eletivas após a descoberta da síndrome de Mendelson, em 1946, causada pela depressão dos reflexos laríngeos na indução anestésica, com consequente aspiração de conteúdo gástrico líquido de pH ácido, gerando taquicardia, taquipneia e cianose. Desde então, a margem de segurança de jejum prolongado, entre 8 e 12 horas, foi implantada de forma empírica, visando a um limite máximo de 25 mL de conteúdo gástrico4. Associado ao jejum pré-operatório há o estigma de que a nutrição precoce no PO piora o íleo adnâmico, por provocar vômitos, náuseas e distensão abdominal. Todavia, a incidência desses sintomas está muito mais relacionada às técnicas rudimentares de anestesia utilizadas há cerca de 100 anos, do que à abreviação da oferta da dieta no PO, contudo, a crença da necessidade de aguardar a resolução da dismotilidade intestinal transitória (íleo-pós-operatório) ainda é imperiosa3. Embora preconizado jejum pré-operatório de 8 horas para procedimentos cirúrgicos em alguns hospitais brasileiros, na grande maioria esse período varia de 16 a mais de 24 horas, podendo contribuir para o aumento da resistência insulínica e piora do estresse perioperatório5. Frente a essa problemática, observa-se que a maior parte dos hospitais não possui protocolos para realimentar o paciente, sendo a dieta liberada sem nenhuma rotina préestabelecida. E nota-se que essa prática é frequente, mesmo em países desenvolvidos, como em 78,5% das unidades obstétricas no Reino Unido3. Desse modo, este projeto justifica-se com a importância de avaliar a prática local, no sentido de contribuir para inovações das técnicas aplicadas, as quais futuramente podem auxiliar na melhor recuperação dos pacientes e redução dos custos hospitalares. E tem por objetivo levantar o tempo de jejum ininterrupto que os pacientes em perioperatório de gastrectomia e enterectomia são submetidos, ainda quantificá-lo em pré-operatório e PO; identificar os principais motivos que levam ao seu prolongamento e também verificar a existência de protocolo de alimentação perioperatória. MÉTODO Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários dos pacientes adultos submetidos à gastrectomia e/ou enterectomia, em caráter eletivo ou de urgência, no ano 2013 até junho de 2014, no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS). A amostra pesquisada foi obtida por meio da base de dados do relatório de procedimentos cirúrgicos, disponível no centro cirúrgico, contemplando apenas os pacientes adultos gastrectomizados e/ou enterectomizados. Os critérios de exclusão do estudo foram pacientes com idade inferior a 20 anos, também aqueles que apresentaram dados incompletos no prontuário, casos de instabilidade hemodinâmica e outras condições que impossibilitaram a reintrodução precoce de dieta via oral ou enteral no PO. O estudo foi conduzido no HRMS após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Plataforma Brasil, sob o parecer nº 720.038, no período de 17 de julho a 17 de novembro de 2014. Tratou-se de uma análise documental da prescrição da dieta, realizada pelo médico, registrada nos prontuários dos pacientes no período pré-operatório e PO, visando à mensuração do tempo de jejum contínuo antecedente ao procedimento cirúrgico até o primeiro dia de realimentação (via oral ou enteral) no PO, totalizando o número de horas com prescrição ininterrupta de dieta zero somadas ao tempo de duração da cirurgia. Foram considerados dados relativos a sexo, idade e motivo do prolongamento do jejum pré-operatório e PO. Para as variáveis contínuas referentes a idade, jejum préoperatório e PO, duração da cirurgia, e tempo total de jejum foi testada a hipótese de diferença entre os participantes do Rev Bras Nutr Clin 2015; 30 (2): 136-40 137 Silva VB et al. grupo Enterectomia e do grupo Gastrectomia. O teste para análise da hipótese de diferença entre os grupos foi o teste t de Student e o nível de significância foi estabelecido em 5% (p≤0,05). RESULTADOS Dos 88 prontuários analisados, foram excluídos 11 por ausência de dados, 11 instabilidade hemodinâmica, 2 choque séptico, 1 isquemia mesentérica, 1 fístula intestinal com alto débito (> 500 mL), 1 vômitos incoercíveis e 10 por óbito antes da realimentação no PO, totalizando 51 indivíduos avaliados. Dos 51 participantes, 33 eram do gênero masculino e 18 feminino. A faixa etária variou de 21 a 89 anos e apresentou média de 50,3 ± 18,4 anos para os enterectomizados e 65 ± 14,7 anos para os gastrectomizados, sendo considerados estatisticamente significativos (p = 0,0042). Quanto aos resultados da duração do jejum pré-operatório, PO e total, estão demonstrados na Tabela 1 de acordo com o tipo de cirurgia aplicada. Não houve relatos sobre os motivos do prolongamento do jejum no pré-operatório e PO, nem mesmo cancelamento da cirurgia. No tocante à dieta de partida no PO, mais da metade (56,9%) utilizou a consistência líquida restrita, seguida de 23,5% líquida, 1,9% branda, e tratando-se da terapia nutricional enteral, 11,8% reiniciaram com fórmula semielementar hipercalórica e hiperproteica e 5,9%, com polimérica normocalórica e normoproteica. Foi constatada a ausência de protocolo fixo para a alimentação pré e pós-operatória, sendo utilizado como rotina, segundo a equipe médica, o jejum pré-operatório de 12 horas e o pós variando de acordo com o tipo de cirurgia, nível de complexidade, exame físico e presença de ruídos hidroaéreos. DISCUSSÃO De acordo com o Projeto Diretrizes de terapia nutricional no perioperatório6, o jejum prolongado é prejudicial ao paciente, principalmente ao idoso. No presente estudo, os pacientes gastrectomizados apresentaram uma média de 65 anos de idade, estes foram mantidos em maior tempo de jejum ininterrupto, de 80,6 horas, comparados aos enterectomizados, com 56,7 horas. Já em relação ao jejum PO, ambos os grupos apresentaram reintrodução tardia da dieta, com 61,2 horas e 43,1 horas, respectivamente, distanciando-se da recomendação 12 – 24 horas no PO. Essa prática também pode estar relacionada ao receio de que a nutrição precoce possa causar fístulas anastomóticas, porém as evidências afirmam o contrário, pois de acordo com Aguilar-Nascimento et al.7, a reintrodução da dieta de 4 a 12 horas de PO estimula a atividade propulsiva coordenada, induz à secreção de hormônios gastrintestinais e sua motilidade, consequentemente diminui a estase, além de melhorar a cicatrização, fluxo esplâncnico e ainda reduzir morbimortalidade. Tratando-se do período pré-operatório, este foi de 9,9 e 15,4 horas para enterectomizados e gastrectomizados, respectivamente, aproximando-se do estudo realizado no Brasil com 14 hospitais públicos e dois privados, onde 79,7% dos pacientes foram operados após mais de 8 horas em jejum e 46,2% mais de 12 horas, o qual apresentou mediana de 12 horas e ressaltou que mesmo as instituições com protocolos tradicionais de dieta zero entre 6 a 8 horas, suas medianas foram de 13 horas, com extensão de 6 a 216 horas8. Os resultados ainda se assemelham a uma pesquisa que também buscou quantificar o tempo de jejum e de realimentação em pacientes cirúrgicos em um hospital filantrópico na qual foi observada uma média de jejum pré-operatório de 13,5 horas, porém o tempo total de horas sem alimentação nas cirurgias do aparelho digestivo distinguiu-se de forma expressiva com 23,9 horas, sendo o máximo 46 contra 56,7 e 80,6 horas na sequência para enterectomizados e gastrectomizados, deste estudo9. Walczewski et al.10 igualmente constataram uma média de jejum pré-operatório de 14 horas e até mais, aplicado em pacientes submetidos a cirurgias abdominais eletivas, sendo a reintrodução da dieta realizada entre um a dois dias de PO, dados que não se distanciam dos valores obtidos na atual população analisada, cuja permanência em jejum equivale a, no máximo, dois dias e meio. Achados de Assis et al.11 diferem com um período mais prolongado, que corresponde a cinco ou mais dias em jejum após cirurgias do trato digestório e colorretal, os quais foram correlacionados com maior frequência de admissão no centro de terapia intensiva e complicação no PO, inclusive aqueles que passaram mais de um dia em jejum, apresentaram 4,1 vezes mais chance de desenvolver infecção. Desse modo, o tempo jejum total detectado no atual estudo pode implicar no risco de complicações e maiores chance de desenvolver infecção. Verificando o tempo médio de jejum de cirurgias digestivas de pequeno e médio porte, Bresan et al.12 constataram um jejum pré-operatório de 20,6 horas, bastante elevado em relação ao presente estudo, todavia o PO de 18,2 e o tempo total de 38,8 horas foram relativamente menores que os analisados nessa amostra, de modo que, nem mesmo a sua soma de horas em jejum chegou ao valor médio encontrado no PO da atual pesquisa (Tabela 1). Rev Bras Nutr Clin 2015; 30 (2): 136-40 138 Tempo de jejum em perioperatório de cirurgias gastrintestinais 3 - Cirurgias de via biliar, herniorrafias e afins, dieta oral líquida oferecida no mesmo dia da operação (6 a 12 horas após). E em operações com anastomose digestiva, reintrodução de dieta no 1º PO (dieta líquida) ou no mesmo dia da operação. Já em anastomose esofágica, dieta via jejunostomia ou sonda nasoentérica no 1º PO. Também foram realizadas outras recomendações relacionada à hidratação venosa, drenos, mobilização, etc19. Tabela 1 – Tempo de jejum pré e pós-operatório, duração da cirurgia e tempo total de jejum entre os grupos enterectomia e gastrectomia realizada no HRMS, entre janeiro de 2013 e junho de 2014 (n=51). Tempos (horas) Enterectomia (n=31) Gastrectomia (n=20) Valor p Jejum pré-operatório Duração da cirurgia Jejum pós-operatório Total de horas em jejum 9,9 ± 8,5 3,6 ± 1,4 43,1 ± 31,8 56,7 ± 34,7 15,4 ± 9,9 3,9 ± 1,1 61,2 ± 27,8 80,6 ± 26,1 0,0408* 0,4221 ns 0,0426* 0,0112* (*) Valores estatisticamente significativos. (ns) Valores estatisticamente não significativos. Os achados deste estudo demonstram um tempo médio de jejum pré-operatório longo, visto que a ASA, a CAS e a SAERJ recomendam um jejum de duas horas para líquidos claros, seis horas para chás claros com torradas (refeição leve) e oito horas para alimentos gordurosos e carnes, pois levam um tempo maior para serem digeridos13-17. Esses protocolos levaram a um questionamento nos Estados Unidos sobre as condutas de anestesistas no préoperatório, com resultado surpreendente: 62% orientavam seus pacientes a ingerir líquidos claros duas ou três horas antes de cirurgias eletivas, 35% a fazer uma refeição leve seis horas antes e apenas 3% relataram cancelar o procedimento em caso do paciente ter ingerido esse tipo de alimento seis horas antes, demonstrando boa adesão por parte dos médicos, mas que ainda há poucos pautados em métodos ultrapassados, os quais no atual estudo são maioria, pois relatam preconizar jejum de, no mínimo, 12 horas18. Desse modo, novas perspectivas para os métodos de manejo perioperatório, visando à redução de complicações cirúrgicas e aceleração da recuperação dos pacientes, são apontadas pelo Projeto ACERTO Pós-operatório (Aceleração da Recuperação Total Pós-operatória) desenvolvido no departamento de Clínica Cirúrgica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) norteado pelo ERAS (Enhanced Recovery After Surgery), um projeto multicêntrico Europeu, sendo ambos fundamentados na prática da medicina baseada em evidências, e defensores da abreviação do jejum préoperatório e PO, como redutor da permanência hospitalar e morbidade operatória19. O Projeto ACERTO Pós-operatório foi implantado com o objetivo de acelerar a recuperação PO de pacientes submetidos a cirurgias abdominais, o qual primeiramente observou as condutas convencionais aplicadas a pacientes em perioperatório e, posteriormente, implantou treinamento dos profissionais envolvidos com o seguinte protocolo: 1 Proibir o jejum prolongado no pré-operatório; 2 - Indicar uso de 400 mL de suplemento líquido composto por 12,5% de maltodextrina (carboidrato), entre seis e duas horas antes do procedimento cirúrgico. Exceção: obeso mórbido, refluxo gastroesofágico importante e síndrome de estenose pilórica; Constatou-se que o uso dessa solução enriquecida com carboidrato propiciou redução de 70% do jejum préoperatório de 16 para 5 horas, maior satisfação, redução nos episódios de êmese, elevação do pH gástrico e diminuição da resposta orgânica ao estresse cirúrgico, além disto, não foi observado nenhum caso de regurgitação ou qualquer outra complicação durante a indução anestésica19,20. Ademais, a realimentação precoce no PO de ressecções e anastomoses não oferece riscos e pelo contrário, essa abreviação da reintrodução da dieta via oral no PO de 3 para 1 dia, levou a diminuição do tempo de internação, de 5 para 3 dias; percentuais de infecções em sítio cirúrgico de 18,2% para 4,8%; complicações PO minimizadas de 18,2% para 7,1% e dentre as complicações de deiscências anastomóticas (fístulas PO) redução de 2 para 119. CONCLUSÕES Embora essa instituição hospitalar seja de alta complexidade, também deveria seguir os protocolos de acordo com as últimas evidências, porém, assim como a maioria dos hospitais brasileiros, ainda mantém técnicas bastante ultrapassadas no que concerne à terapia nutricional em cirurgias gastrintestinais, resultando em um tempo de jejum contínuo elevado em relação ao preconizado, que pode repercutir no aumento de complicações metabólicas com recuperação tardia, ocasionando maior estadia e custo hospitalar. Portanto, é necessário implantar métodos mais atualizados, podendo iniciar com oferta de líquidos claros (2 horas) ou refeições leves (6 horas) antes da cirurgia e reintrodução da dieta com 12 horas de PO, sendo via oral líquida e enteral com composição de acordo com a localização da sonda, observando sempre as exceções, além de realizar o treinamento de todos os profissionais envolvidos. REFERÊNCIAS 1.Stocche RM, Garcia LV, Klamt JG. 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