Urologia Especialidade cirúrgica vasta e complexa, que envolve um grande número de procedimentos e significativo dispêndio de recursos financeiros. Cálculos Renais Cálculos no ureter Bexiga Rim Tratamento de cálculos: Refere-se ao tratamento de cálculos no sistema coletor: rim, ureter, bexiga Atinge mais o sexo masculino e apresenta recidiva de 80% para homens e 50% para mulheres Meta principal: Eliminar os cálculos do paciente causando o mínimo de trauma, custo e recuperação Causas, Tipos e Sintomas do Cálculo Causas: Herança genética e hábitos de vida; Distúrbios metábólicos; Alta ingestão de sal, proteínas, vitamina C, (fosfato e sódio); Excesso de ácido úrico ou oxalato de cálcio; Baixa presença de citrato; Baixa ingestão de líquidos (principalmente no calor); Infecções urinárias repetidas e Cistenúria; Sintomas: Dor aguda e muito forte; Atinge a região lombar alta, quase sempre unilateral; A dor ainda irradia pela região lateral do abdomen, até o órgão genital; Mudança de posição ou movimento não minimizam a dor; Vômito, febre, dor para uninar e sangue na urina. Determinação do tratamento 1. Tamanho e tipo de pedra 2. Localização 3. Experiência do médico Nefrolitotomia percutânea (NLPC) 4. Tecnologia disponível Ureteroscopia com litotripsia Mais invasivo Tratamento de cálculos por ureteroscopia Tratamento de cálculos por cistoscopia Menos invasivo Litotripsia extracorpórea por onda de choque Esperar e acompanhar LECO (Litotripsia Extracorpórea por Onda de Choque) Litotripsia Extra-Corpórea por Ondas de Choque LEOC: Técnica não invasiva com baixo índice de complicações, alto índice de resposta (85% para cálculos ureterais e 80% para cálculos renais) e baixo custo. Consiste na aplicação de ondas de choque através de um litotritor extra-corpóreo diretamente sobre a região lombar. Estas ondas atravessam nosso corpo, sem a necessidade de cortes ou perfurações, atingem o cálculo e promovem sua fragmentação. litotripsia flexível Tratamento da litíase urinária envolve várias técnicas terapêuticas, desde o tratamento conservador às cirurgias de exploração renal. Objetivo: quebra e eliminação do cálculo. Litotripsia endoscópica (Trans-Ureteroscópica): Técnica mais invasiva que a LEOC, mas sem incisões. Nesta técnica o acesso se faz através dos orifícios naturais urinários para quebra do cálculo. Consiste em introduzir equipamentos endoscópicos de fino calibre através da uretra, e em seguida através do ureter até atingir diretamente o cálculo. Após atingir o cálculo um litotritor é introduzido através dos equipamentos endoscópicos e aplicam-se ondas de choque ou ondas de som (Litotritor balístico ou ultrasônico respectivamente) diretamente sobre o cálculo, promovendo sua fragmentação. Litotripsia Transureteroscópica Flexível a Laser: Mais recentemente foi lançado um litotritor a laser, que tem entre outras características a sua espessura e flexibilidade, permitindo mais facilmente o acesso ao sistema pielocalicial e ao rim. Este litotritor promove a pulverização do cálculo com menores riscos que o litotritor balístico. Materiais para os procedimentos Endo-urológicos Cistoscopia - cálculo vesical Cistoscópio Cistoscópio Uretra Bexiga Próstata Litotridor pneumático e ultrasônico Swiss Lithoclast R Sistema laser e introdutor de fibra óptica VersaPulse da marca Lumenis Ureteroscopia – cálculo no ureter ou rim Procedimentos: Ureteroscopia flexível Ureteroscopia semirígida Rim Proximal Ureter Medial Distal Bexiga Ureteroscopia – cálculo no ureter ou rim Ureterorenoscópio semirígido Ureterorenoscópio flexível Ureteroscopia Flexível Vantagens • Taxa de liberação do cálculo potencialmente melhor que a LECO; • Menos invasiva; • Permite ao urologista melhor acesso ao ureter proximal e ao rim. Desafios • Maior nível de habilidade exigido do médico e enfermagem; • Limitações de dispositivos através do ureterorenoscópio; • Ureterorenoscópio flexível é frágil e o reparo é caro. Ureteroscopia Flexível – Produtos Acesso Dilatação Cateter Ureteral Fio Guia Bainha Balão Litotripsia/ Extração Basket Fibras Laser Drenagem Acessórios Stent Ureteral Irrigador Adaptador Nefrolitotomia, Nefrolitotripsia ou Endopielotomia Percutânea Cateter uretral(tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Kit cateter p/ nefrostomia percutânea Kit de dilatação(renais /amplatz)completo Nefrolitrotripsia Percutânea a Laser Cateter uretral(tamanho 3fr a 8fr) Fibra Ótica – Laser Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Kit cateter p/ nefrostomia percutânea Kit de dilatação(renais /amplatz)completo NLPC – Nefrolitotomia Percutânea Acesso Cateter Ureteral Fio Guia Dilatação Litotripsia/ Extração Amplatz Balão Basket Fibras Laser Drenagem Acessórios Stent Ureteral Kits Cateter Nefrostomia Ureterolitotomia transureteroscopica rígida, cálculo Baixo e sem dilatação Uretral¹ Cateter extrator de pedras (tipo dormia) ou 1 pinça extratora (tipo trident) Cateter uretral(tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Ureterolitotomia transureteroscopica rígida, cálculo Alto e com dilatação Uretral ¹ ¹¹ Cateter extrator de pedras (tipo dormia) ou 1 pinça extratora (tipo trident) Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Ureterolitrotripsia transureteroscopica rígida e mecânica – cálculo baixo ou sem dilatação uretral ¹ Cateter extrator de pedras (tipo dormia) ou 1 pinça extratora (tipo trident) Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Ureterolitrotripsia transureteroscopica rígida e mecânica – cálculo Alto ou com dilatação ureteral ¹ ¹¹ Cateter extrator de pedras (tipo dormia) ou 1 pinça extratora (tipo trident) Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Ureterolitrotripsia transureteroscopica rígida a Laser – cálculo Alto ou com dilatação ureteral ¹ ¹¹ Cateter extrator de pedras (tipo dormia) ou 1 pinça extratora (tipo trident) Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Fibra Ótica - Laser Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Ureterorrenolitotripsia flexível Laser¹ Bainha p/ureteroscópio, mono/duplo lumen; Cateter extrator de pedras (tipo NGage,N-Circle ou N-trap) ou Pinça extratora (tipo trident); Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm; Fibra Ótica – Laser. Endopielotomia transureteral Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Guia hidrofílica 0,35/0,38 x 1,45/150/260 cm Kit cateter balão p/dilatação uretral Cistolitotripsia a Laser Cateter uretral (tamanho 3fr a 8fr) Fibra Ótica - Laser TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL E UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE PENIANA A Disfunção Erétil (DE), ou impotência sexual, consiste na dificuldade em alcançar ou manter a ereção peniana que seja suficiente para um desempenho sexual satisfatório. A DE pode ter origem psicológica ou orgânica, as causas orgânicas habituais são resultado do tratamento cirúrgico da próstata, doenças vasculares principalmente decorrentes de diabetes, nefropatias, tabagismo, alcoolismo, etc. O tratamento cirúrgico do câncer de próstata – Prostatectomia com vesiculectomia e linfadenectomia – cursa com percentuais significativos de disfunção erétil. Medidas terapêuticas, outrora é necessário utilização de medicamentos, e por vezes apenas o implante de prótese peniana pode resolver o problema do paciente. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL E UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE PENIANA Sobre as Próteses Penianas: Atualmente existem diversas opções de prótese peniana no mercado: 1 - Semi-rígidas: (Próteses cobertas– com critérios definidos): Em geral, são compostas por uma camada de silicone firme que reveste outra de silicone macio (gel), ambas envolvidas por uma cordoalha de metal (prata, aço ou cobre) ou haste de metal centralizada, que permite uma boa rigidez na ereção e dá ao implante uma maleabilidade satisfatória. As vantagens das próteses semi-rígidas mais utilizadas em nosso meio são as seguintes: Facilidade de implante; Índice de complicação muito baixo; Rigidez peniana adequada; Altas taxas de sucesso; Satisfação na relação paciente-parceira. As desvantagens incluem: A dificuldade ocasional em ocultá-la; Realização de procedimentos endoscópicos transuretrais posteriores, que podem requerer a execução de uretrostomia perineal, devido à dificuldade de passagem dos aparelhos endoscópicos pela presença da prótese peniana. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL E UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE PENIANA 2 - Próteses Infláveis: (sem cobertura no ANS) No Rol: Implante de prótese semi-rígida (exclui próteses infláveis) As principais próteses infláveis disponíveis no mercado: Próteses de dois volumes – é constituída de dois cilindros infláveis conectados a um reservatório e a uma bomba. A prótese tem o reservatório na sua porção mais proximal, e a bomba pode ser acomodada em qualquer ponto da bolsa escrotal. Não requer a colocação de reservatório no abdome inferior, o que encurta muito o tempo cirúrgico; Possuem mecanismo de inflação e deflação de fácil manuseio pelos pacientes; Pacientes aprendem a manuseá-la com facilidade. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL E UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE PENIANA 2. Protese 3 volumes: Têm como característica comum a colocação da bomba no escroto, um reservatório abdominal e a necessidade de certa habilidade manual. São as que produzem ereções mais semelhantes às naturais. Um problema comum a essas próteses é certo grau de auto-inflação que pode ocorrer após exercícios físicos, o que exige que o indivíduo esvazie periodicamente a prótese. TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PROSTATECTOMIA (IUPP) A incontinência urinária pós-prostatectomia (IUPP) é uma complicação de difícil tratamento e que causa um profundo impacto negativo na qualidade de vida do indivíduo. No tratamento da doença benigna, esta complicação ocorre em menos de 1% dos casos. Na prostatectomia radical, a incidência varia de 2% a 87%. TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PROSTATECTOMIA (IUPP) TRATAMENTO: O momento da instituição do tratamento varia de acordo com a evolução do caso (fase do diagnóstico, fase da resolução espontânea da incontinência, ou não, fase dos tratamentos conservadores e fase do tratamento definitivo). Na fase do diagnóstico, medidas gerais e comportamentais deverão ser instituídas: cremes locais protetores da pele e com propriedades antifúngicas, absorventes, fraldas, preservativos acoplados a coletores urinários. Farmacológico: 2.1) Drogas anticolinérgicas: estão indicadas nos casos de hiperatividade detrusora, devendo ser utilizadas antes do tratamento cirúrgico. 2.2) Drogas que aumentam a resistência uretral: drogas simpaticomiméticas ou antidepressivos tricíclicos podem ser utilizados. Entretanto, devido aos seus efeitos adversos importantes e resultados insatisfatórios, estas drogas não vem sendo muito usadas. TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PROSTATECTOMIA (IUPP) Cirúrgico (Indicado quando a incontinência persiste após o tratamento conservador): O tratamento invasivo não deve ser precoce, sendo aconselhado um mínimo de seis meses entre a prostatectomia e a sua instituição, conforme descrito na Diretriz de Incontinência Urinária Pós-Prostatectomia do Conselho Federal de Medicina. TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA PÓS-PROSTATECTOMIA (IUPP) Atualmente, o tratamento cirúrgico baseia-se em três procedimentos: O Injeção de agentes periuretrais: Consiste na injeção de substâncias sob a pele da uretra, entre o colo vesical e o esfíncter externo. É um procedimento minimamente invasivo, porém os resultados são limitados e tendem a diminuir com o passar do tempo. São exemplos: Teflon, Macroplastique, colágeno. Mais recentemente surgiram os slings perineais que promovem a compressão da parte inferior da uretra com uma faixa de material sintético ou retirado do próprio músculo do paciente. Esta faixa é fixada no abdômen do paciente, comprimindo a uretra e evitando as perdas urinárias. Os melhores candidatos a esta técnica parecem ser os pacientes com IU leve a moderada, sem radioterapia prévia e com pressão de perda elevada durante os testes de esforço. Incontinência Urinária – Tratamento cirúrgico Sling ou Esfíncter artificial (Com diretriz de utilização) Entrou no Rol 338 da ANS EM 02/01/2014 o procedimento de Incontinência Urinária – Tratamento cirúrgico Sling ou Esfíncter artificial (Com diretriz de utilização) . O esfíncter urinário é um dispositivo implantável de elastômero de silicone sólido, cheio de líquido, utilizado para tratar a incontinência urinária, restabelecendo o processo natural de controle urinário. O dispositivo simula a função esfincteriana normal ao abrir e fechar a uretra sob o controle do paciente. É composto por três componentes interligados: uma manga oclusora, uma bomba e um balão regulador da pressão. Os três componentes estão ligados por tubos resistentes a dobras. Diretriz de Utilização Cobertura obrigatória para pacientes com incontinência urinária grave (confirmada por exame de urodinâmica) após prostatectomia para tratamento de câncer de próstata, quando o paciente preencha todos os critérios do Grupo I e nenhum dos critérios do Grupo II: Diretriz de Utilização Grupo I a. prostatectomia realizada há pelo menos 12 meses; b. níveis séricos de PSA <0,01 ng/ml nos últimos 12 meses ou <0,5 ng/ml para os casos em que o paciente foi submetido a radioterapia; c. estado nutricional adequado (Albumina ≥3,5 g/dl e IMC > 22kg/m²); d. possua habilidade motora e cognitiva sendo capaz de realizar as atividades da vida diária; e. tenha sido tentado tratamento conservador prévio, sem resultados. Diretriz de Utilização Grupo II a. recidiva local da neoplasia; b. baixa expectativa de vida; c. história de alergia ao silicone; d. doenças uretrais crônicas. CONITEC – análise comparativa do Esfincter X Sling (Modalidades de incontinência urinária: leve, moderada e grave) Incontinência Urinária Feminina / Slings Incontinência Urinária ◦ Incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina. ◦ Aflige estimadamente 18 milhões de adultos nos EUA (sendo que 85% destes são mulheres.*) Rins Ureteres Bexiga Uretra *© 2009 pela American College of Obstetricians and Gynecologists, Publicado pela Lippincott & Wilkins. Previsão da prevalência de doenças do assoalho pélvico em mulheres norte-americanas de 2010 a 2050 Wu, Jennifer et. al. Causas comuns da incontinência urinária feminina • Cirurgia pélvica • Danos na região pélvica ou na medula espinhal •Infecção do trato urinário • Doenças neurológicas •Mudanças degenerativa associada ao envelhecimento • Esclerose múltipla •Parto • Obesidade •Pós-menopausa •Fumo Sintomas comuns da incontinência urinária feminina ◦ Perda involuntária de urina devido a atividade física ◦ Incapacidade de resistir ao vazamento urinário depois de sentir necessidade de urinar ◦ Urinar com mais frequência que o normal ◦ Dor durante urinar ◦ Infecções na bexiga ◦ Sensação de que a bexiga nunca está completamente vazia mesmo depois de urinar ◦ Padrões anormais de urina Anatomia - Esfíncter Interno e Externo Esfíncter interno Esfíncter externo Tipos de incontinência Função anatômica normal Esforço Urgência Transbordamento Incontinência Mista Mais comum: Esforço & Urgência Incontinência de Esforço ◦ Perda involuntária de urina durante atividades físicas ◦ Existem dois tipos de condições que resultam em incontinência urinária de esforço (IUE): Hipermobilidade Deficiência do esfíncter intrínseco (DEI) Soluções para Incontinência Urinária Slings: Malhas de polipropileno, macroporo e monofilamento, comprovadamente biocompatíveis Porção suburetral D-Tanged (selada a quente) Mais rígida para ajuste adequado e resistência a deformações Sem rebardas para evitar irritação na uretra Aba centralizadora para facilitar o posicionamento Camisa para facilitar a passagem pelo tecido Modelos para todas as abordagens: Transobturatório, Transvaginal e Mini Sling Opções de Abordagem Retropúbico - Criado para incontinência urinária de estresse Transobturador – Criado para reduzir a chance de danificar órgãos, veias, nervos – Ângulo mais plano do sling Incisão única - Criado para ser uma opção potencialmente mais eficiente - Risco reduzido e dissecação - Procedimento mais simples