COMO EU FAÇO?! TORACOCENTESE Introdução A toracocentese é o método de escolha para a obtenção de amostras de líquido pleural. Embora seja considerado um procedimento pouco invasivo, é fundamental que a toracocentese obedeça a uma técnica padronizada com a finalidade de aprimorar a chance de diagnóstico e minimizar riscos. A Toracocentese é um valioso procedimento diagnóstico em um paciente com derrame pleural de causa desconhecida.A Análise do líquido pleural permite sua categorização como um transudato ou um exsudato. Observações Coleção líquida no espaço pleural sempre é anormal, porém, para abordar a cavidade pleural com segurança, é necessário que haja uma quantidade mínima de líquido no espaço pleural. Para pequenos derrames pleurais, fazer também radiografia em decúbito lateral. Se os derrames forem menores que 10mm em radiografia em decúbito lateral não devem ser rotineiramente abordados devido ao risco de complicações. Caso seja imprescindível, a ultra-sonografia deve ser utilizada para melhor avaliar a localização e a quantidade de líquido e, deste modo, melhorar a acurácia do procedimento. Considerações Gerais Local: 1. Não é necessário que a toracocentese seja realizada em centro cirúrgico. 2. deve ser preferencialmente utilizado um local limpo e reservado para pequenos procedimentos. 3. também ser realizada à beira do leito, de forma criteriosa e na dependência da rotina de cada serviço. Área da punção: 1. O local a ser puncionado deve ser delimitado através de um criterioso exame clínico e confirmado com uma radiografia de tórax ou ultra-sonografia. 2. A ultra-sonografia tem indicação em situações em que o exame clínico e radiológico não é conclusivo, existe uma escassa quantidade de líquido, ou há uma suspeita de derrame pleural encistado. 3. O melhor local para se realizar a toracocentese deve ser determinado a partir da propedêutica, geralmente na região subescapular e sempre na borda superior do arco costal, para evitar o feixe vásculo-nervoso. Posição do Paciente: 1. O procedimento deve ser realizado preferencialmente com o paciente sentado, com os braços e a cabeça apoiados em travesseiros, sobre um anteparo (como uma mesa) ou com a mão ipsilateral ao derrame apoiada sobre o ombro contralateral. 2. Os pacientes submetidos à ventilação mecânica, e aqueles nos quais as más condições clínicas não permitam este posicionamento, devem permanecer deitados em decúbito lateral do lado do derrame ou semi-sentados no leito. Contra-indicações Na presença de lesões de pele, tais como queimaduras por radioterapia, herpes zoster ou piodermite, a toracocentese deve ser evitada, devido aos riscos de infecção e sangramento cutâneo. Pacientes em ventilação mecânica, ao serem submetidos à toracocentese, podem desenvolver pneumotórax em 6% a 10% dos casos. No entanto, em todos os casos estudados o tratamento com drenagem da cavidade resolveu a intercorrência. Alterações na coagulação constituem a principal contra-indicação da toracocentese. Alguns autores(6) relataram não haver aumento no risco de sangramento se o tempo de protrombina ou o tempo de tromboplastina parcial não forem maiores que duas vezes o valor normal. Complicações Algumas complicações podem ocorrer após a toracocentese diagnóstica, sendo o pneumotórax a mais freqüente. Outra complicação freqüente é a tosse, que ocorre geralmente no final da toracocentese, devido à distensão abrupta dos espaços aéreos. Ela pode ser minimizada se forem retirados volumes inferiores a 1.500 ml. O desencadeamento do reflexo vago-vagal, traduzido por sudorese, desconforto geral e sensação de desmaio, também pode ocorrer após a toracocentese. Nesta situação, recomenda-se suspender o procedimento e retomá-lo posteriormente. Hemotórax, se houver perfuração de algum vaso. É prudente a realização de uma radiografia de controle após a punção do espaço pleural de forma rotineira, com o objetivo de se documentar as condições pós-toracocentese. Material luvas estéreis; Gaze; solução anti-séptica; campos estéreis; lidocaína a 2% sem vasoconstrictor; Uma pequena seringa(10ml) e agulhas 25- e 22gauge para injeção de anestesia; Uma torneira de 3 vias; Cateter-agulha de 18-gauge; Seringa grande(35 a 60ml); frascos comuns ou a vácuo; esparadrapo. Técnica Uma vez que o paciente esteja adequadamente posicionado, e demarcado o local da punção, a pele do hemitórax acometido deve ser limpa com solução anti-séptica e o campo estéril posicionado. O nível do derrame deve ser estimado com base na diminuição ou ausência de sons na ausculta, embotamento à percussão e diminuição ou ausência do frêmito. Você deve inserir o agulha um ou dois espaços intercostais abaixo do nível do derrame e de 5 a 10 cm lateralmente à coluna. Para evitar lesões intraabominais, não insira a agulha abaixo da nona costela. Anestesiamos da epiderme sobrejacente a borda superior da costela, que se situa abaixo seleccionado o espaço intercostal, utilizando lidocaína a 1% ou 2% e uma pequena agulha (25manométrica) Inserir uma agulha maior (22-manométrica) e, em seguida, caminhe ao longo da borda superior da costela, alternadamente injetando anestesia e puxando o êmbolo para trás a cada 2 ou 3 milímetros para afastar colocações intravasculares e para verificar a alcance da região intrapleural. Depois do líquido pleural for aspirado, pare de avançar a agulha e injete mais lidocaína para anestesiar a altamente sensível pleura parietal. Note a profundidade de penetração antes de retirar a agulha. Anexar o cateter-agulha a uma seringa e avançar a agulha até a profundidade predeterminada sempre puxando o êmbolo. Quando o líquido pleural for obtido pare de avançar a agulha. Guie cuidadosamente o cateter através da agulha e, em seguida, remova a agulha. Nesse momento, é importante cobrir a saída do cateter com o dedo para evitar a entrada de ar na cavidade pleural. Anexe uma grande seringa com uma torneira de 3 vias ao cateter. Com a torneira aberta aspire aproximadamente 50ml de fluido pleural para análise e diagnóstico. fluidos adicionais devem ser removidas para fins terapêuticos. Quando o processo tiver sido concluído, remova o cateter enquanto o paciente detém a sua respiração no final expiração; cubra o local com um curativo oclusivo, e remova qualquer restante de solução anticéptica da pele. Recomenda-se ainda que o procedimento seja interrompido se o paciente apresentar desconforto respiratório, tosse ou hipotensão. Para a retirada do líquido, podem ser utilizados frascos comuns ou a vácuo. O uso do vácuo para o esvaziamento do conteúdo do espaço pleural não parece ocasionar aumento da morbidade. É prudente não retirar mais de 1.500 ml de líquido por sessão, em virtude do risco de edema pulmonar de reexpansão. Vídeo do Procedimento OBRIGADO!