Cartilha de Vigilância Ambiental em Saúde

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VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE
Prefeitura Municipal de Uruguaiana
Secretaria Municipal de Saúde
Setor de Vigilância Ambiental em Saúde
VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE
1 - CONCEITO
2 -LEGISLAÇÃO
3 -OBJETIVOS
4 -VIGILÂNCIA DOS RISCOS E AGRAVOS AMBIENTAIS BIOLÓGICOS
4-2- O QUE SÃO ZOONOSES?
4-2- QUE SÃO DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES?
4-3 - O QUE SÃO: RESERVATÓRIO, VETOR, HOSPEDEIRO?
4-4 - ALGUMAS ZOONOSES
4.5 - DENGUE
4.6- DOENÇA DE CHAGAS
4.7 - LEISHMANIOSE VISCERAL
4.8- RAIVA
4.9- MORCEGOS
4.10 - LEPTOSPIROSE
4.11 - ANIMAIS PEÇONHENTOS
4.12 -ANIMAIS SINANTRÓPICOS
4.13 - POMBOS
5 - VIGILÂNCIA DE RISCOS E AGRAVOS AMBIENTAIS NÃO BIOLÓGICOS
5.1 -VIGILÂNCIA DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO (VIGIÁGUA)
5.2- POPULAÇÕES EXPOSTAS A SOLO CONTAMINADO (VIGISOLO)
5.3- QUALIDADE DO AR (VIGIAR)
5.4-VIGILÂNCIA DOS EVENTOS AMBIENTAIS ADVERSOS À SAÚDE
6 - REFERÊNCIAS
1-CONCEITO
Vigilância ambiental em saúde se configura como um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde
humana, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle
dos fatores de riscos e das doenças ou agravos relacionados à variável ambiental.
"Um homem é verdadeiramente ético apenas quando obedece a sua compulsão
para ajudar toda a vida que ele é capaz de assistir, e evita ferir toda a coisa que
vive."
Precisamos compreender que não podemos viver dissociados do meio e para
tanto as ações a serem desenvolvidas devem ser integradas dentro do conhecimento
transversal, meio-biodiversidade-comunidade, para garantir e preservar as
futuras gerações (Albert Schweitzer -1875-1965)
2- LEGISLAÇÃO
Constituição Federal de 1988
Instrução Normativa da Secretaria de Vigilância em Saúde Ambiental
(SVS/MS) - IN nº 01 republicada em 22 de março de 2005
Portaria Nº 1378, de 09 de julho de 2013 aprova as diretrizes para execução e
financiamento das ações de vigilância em saúde pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios e dá outras providências.
Portaria Nº- 1.007, DE 4 DE MAIO DE 2010 define critérios para regulamentar a
incorporação do ACE na atenção primária à saúde para fortalecer as ações de vigilância
em saúde junto às equipes de Saúde da Família.
Portaria Nº 2914, de 12 de dezembro de 2011 dispõe sobre os procedimentos
de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
3-OBJETIVOS
- Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar
ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de ações relativas às atividades
de promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio
ambiente;
- Identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores ambientais
condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde;
- Intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para
outros setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos à saúde
humana;
- Promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação de meio ambiente;
- Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e
desenvolvimento, visando ao fortalecimento da participação da população na promoção
da saúde e qualidade de vida.
Secretaria de Saúde
Departamento de
Vigilância em Saúde
Riscos biológicos
VIAM
Eventos Ambientais Adversos
Organograma
Riscos Não-biológicos
4- Vigilância dos Riscos e Agravos Ambientais Biológicos:
Vetores e zoonoses -Reservatórios e hospedeiros -Animais peçonhentos -Animais
Sinantrópicos;
4.1- O que são zoonoses?
São doenças naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos. Dentre
as zoonoses de relevante importância para a Saúde Pública e incidentes em área
urbanas, destacam-se: raiva, leptospirose, tuberculose, brucelose, toxoplasmose, teníase
e cisticercose.
4.2- O que são doenças transmitidas por vetores?
São doenças que, para serem transmitidas ao homem, dependem de um animal
invertebrado que transfere de forma ativa um AGENTE ETIOLÓGICO de uma fonte de
infecção a um novo susceptível. As principais doenças transmitidas por vetores são:
dengue, febre amarela, malária, leishmaniose e doença de Chagas.
4.3 -O que são: reservatório, vetor, hospedeiro?
Reservatório: Indivíduo onde o parasito permanece viável, sem causar a doença
(Trypanosoma cruzi e o gambá).
Vetor: Todo o organismo que transmite um patógeno; a maioria dos vetores são
artrópodes e também são parasitos (Culex sp.)
Hospedeiro: É um organismo que alberga o parasito. Exemplo: o hospedeiro do Ascaris
lumbricoides é o ser humano.
Exemplos de hospedeiros e reservatórios: caramujos, cães, gatos, morcegos,
roedores, saguis, raposas, suínos, bovinos e aves.
Algumas zoonoses: raiva, leishmanioses, equinococose, leptospirose, peste, doença de
Chagas, sarna, toxoplasmose e hantavírus.
4.5- DENGUE
A Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul conta com a mobilização e
participação de cada pessoa na prevenção à dengue através do combate aos focos do
mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.
Além da dengue, o inseto também é um dos responsáveis pela transmissão de
outras doenças: a Febre Chikungunya e Zika.
Como é o mosquito da dengue?
O inseto é um pernilongo escuro com listras brancas e tem por hábito picar durante o dia.
Como o inseto é infectado?
O Aedes aegypti somente se infecta com o vírus da dengue ao picar uma pessoa
com a doença, então o mosquito passa a transmitir o vírus.
Quais os principais sintomas?
A dengue clássica se manifesta assim:
99% das pessoas apresentam febre durante cerca de sete dias com início abrupto.
60% têm dor de cabeça frontal severa, dores nas articulações e músculos.
50% têm dor atrás dos olhos (retro-orbital);
50% têm prostação, indisposição, perda de apetite, náusea e vômitos.
25% têm manchas vermelhas no tórax e braços.
IMPORTANTE: A Dengue se diferencia de resfriados e gripes por não
apresentar sintomas respiratórios.
Há tratamento para a doença?
Não existe tratamento específico. Diante da mínima suspeita de dengue, não
utilize medicamento a base de ácido acetil-salicílico, beba bastante água e consulte um
médico.
Existe vacina contra a dengue? Quantas vezes a pessoa pode ter a doença?
Não existe vacina. Existem quatro tipos de vírus (Den 1, Den 2, Den 3 e Den 4),
pode-se adoecer por cada um dos vírus circulantes que está no mosquito, então, quatro
vezes.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde RS - http://www.saude.rs.gov.br/lista/191/Combate_%C3%A0_Dengue
4.6 DOENÇA DE CHAGAS
É uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi que é transmitido
pela picada do inseto chamado Triatoma (barbeiro). Se não for identificada na fase
inicial, pode ocasionar graves problemas no coração e no esôfago. A infecção por T.
cruzi pode ocorrer, em menor escala, através de transfusão de sangue e, muito
raramente, por transmissão oral, congênita, manuseio de animais silvestres e
domésticos, transplantes de órgãos e acidentes em laboratórios e hospitais.
O consumo de caldo de cana ou açaí contaminado são exemplos da transmissão
oral de Doença de Chagas.
Quem é o barbeiro?
O barbeiro, fincão ou chupão é um inseto que vive em matas, casas mal
conservadas, galinheiros, chiqueiros, galpões, fornos e entulhos (madeiras, pedras,
tijolos) nos arredores das casas. Durante a noite, ele alimenta-se de sangue e pode,
então transmitir a Doença de Chagas.
COMO EVITAR A DOENÇA DE CHAGAS?
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas e sua incidência está diretamente
relacionada às condições habitacionais (casas de pau-a-pique, sapê, etc). Cuidados com
a conservação das casas e utilização de telas em portas e janelas são algumas das
medidas preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A
melhor forma de prevenção é o combate ao inseto
transmissor.
Fonte: Doença de Chagas e seus principais vetores no Brasil- Fundação Osvaldo Cruz.
http://www.saude.rs.gov.br/upload/1335550477_Doen%C3%A7a%20de%20Chagas%20e%20seus%20principais%20Vetores%2
0no%20Brasil.pdf
OUTRAS MEDIDAS IMPORTANTES:
- Limpar e organizar casas e anexos ( galpões, galinheiros, chiqueiros)
- Rebocar e pintar paredes;
- Arredar e limpar guarda-roupas, prateleiras, colchões, quadros e móveis onde o
barbeiro possa se instalar;
- Evitar o acúmulo de entulhos ( madeiras, tijolos, lenhas) nos porões, nos pátios e outras
instalações nos arredores da casa.
MUITO IMPORTANTE!!!! INFORME AO POSTO DE INFORMAÇÃO DE
TRIATOMÍNEO (PIT) E À SECRETARIA DE SAÚDE QUANDO SUSPEITAR DA
PRESENÇA DO BARBEIRO.
No município de Uruguaiana estão localizados 24 PITS, sendo 23 PITS no interior
e um na Secretaria de Saúde (localizado no Setor de Vigilância Ambiental em SaúdePresidente Vargas, 2990. Fone: 3411- 0689).
O
s
etor de vigilância ambiental encaminha inseto suspeito para identificação e
verificação se é positivo para o Trypanosoma cruzi. Os agentes de endemias fazem
visitas e borrifação, quando necessário.
4.7 - LEISHMANIOSE VISCERAL
O que é?
A Leishmaniose Visceral é uma doença grave, causada pelo protozoário
Leishmania chagasi, que é transmitido através da picada de um inseto chamado
flebotomíneo (Lutzomyia longipalpis), popularmente conhecido por mosquito palha e que
pode atingir pessoas e animais, principalmente o cão. O mosquito palha se contamina
picando um cão infectado e posteriormente uma pessoa. Não há transmissão direta entre
pessoas e pessoas e cães.
Como identificar casos suspeitos?
Para as pessoas: em caso de febre persistente, aumento de baço e fígado buscar
o serviço de saúde mais próximo de sua residência, principalmente se esteve em uma
área onde a doença esteja ocorrendo.
Para os cães: em caso de emagrecimento progressivo, feridas e descamações de
pele, queda anormal de pelos, aparecimento de ínguas, crescimento anormal de unhas,
inchaço de pernas, sangramento de nariz ou de outras aberturas, entre outros sintomas,
busque a Vigilância Municipal ou os serviços de Controle de Zoonoses, Canil Municipal
ou outro similar.
Como prevenir?
Vigiar a população de cães, controlar a proliferação do inseto vetor e evitar que ele
pique as pessoas.
O mosquito palha prolifera-se em terra úmida e com matéria orgânica (
folhas, frutas, restos de madeira, fezes de animais)
Essas ações são tanto de proteção individual como de manejo do ambiente.
Proteção individual:
- usar mosquiteiro com malha fina
- telar portas e janelas com malha fina
- usar repelentes
- não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite)
Manejo ambiental para controle do vetor:
- limpar quintais, terrenos e praças públicas (recolhendo folhas e galhos)
- eliminar resíduos sólidos orgânicos e dar destino adequado a este lixo
- evitar sombreamento excessivo do pátio e eliminar fontes de umidade
Medidas de controle da população canina:
- manejo de cães em situação de rua
- estímulo da posse responsável de animais domésticos
- canis telados com malha fina que evite acesso de insetos
- coleiras impregnadas com deltametrina a 4% (como medida auxiliar de prevenção da
doença nos cães)
Para maiores informações, ligue para a VIAM, pelo telefone 55 3411 0689.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde - CEVS http://www.saude.rs.gov.br/lista/456/Leishmaniose_Viscera
Leishmaniose visceral em Uruguaiana:
O primeiro caso autóctone de leishmaniose visceral canina (LVC), em Uruguaiana,
foi registrado em março de 2009. Em fevereiro e março desse mesmo ano foram feitas as
primeiras capturas do vetor Lutzomyia longipalpis em 16 dos 25 bairros do município.
O
número de casos de leishmaniose visceral canina só cresceu desde então: em 2010, 06 casos
de LVC foram notificados para a Vigilância Ambiental. Em 2012 e 2013, 286 e 386 casos de
LVC foram notificados, respectivamente. Em julho de 2011, foi notificado no SINAN o primeiro
caso de LV no município de Uruguaiana, em um paciente de 15 anos de idade, sexo masculino
e residente no bairro Mascarenhas de Moraes.
As infecções dos cães precedem sempre a aparição dos casos humanos,
pois o cão é o reservatório da doença para o ser humano (WHO, 2009).
Portanto, é muito importante que o setor saúde mantenha rigorosa vigilância dos
casos humanos de leishmaniose visceral. Essa doença tem tratamento (para as
pessoas). O tratamento precoce salva vidas.
4.8- RAIVA
A raiva é uma doença transmitida ao ser humano e a animais por um vírus
presente na saliva e secreções do animal infectado, geralmente pela mordedura. Desde
1981, não há registro de caso de morte por raiva em pessoas no RS. Mas a doença
continua exigindo nossa atenção e cuidado.
Raiva nos animais domésticos no RS: um caso de felino infectado foi registrado
em 6 de dezembro de 2013, em Passa Sete, na região central do estado.
Período de Incubação: O período que a raiva leva para apresentar seus primeiros
sintomas é extremamente variável. Depende da extensão e da profundidade da
mordedura, lambedura ou outra forma de contato com a saliva do animal infectado e da
distância entre o local do ferimento, o cérebro e troncos nervosos. Pode levar de dias até
anos, com uma média de 45 dias para adultos e de 10 dias a 2 meses para cães. Em
crianças, a tendência é de que o período de incubação seja menor do que em adultos.
Reservatório: A raiva é geralmente transmitida por animais que se encontram nos
quatro seguintes ciclos: ciclo aéreo, que envolve os morcegos; ciclo rural, que envolve os
animais de produção; ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; e ciclo silvestre
terrestre, que se refere aos saguis, cachorros-do-mato, raposas, guaxinins, entre outros
animais selvagens.
Período de transmissibilidade: Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva se
dá de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas, persistindo durante toda
a evolução da doença. A morte do animal acontece, em média, entre 5 a 7 dias após o
aparecimento dos sintomas.
COMO EVITAR A RAIVA:
Em caso de emergência:
- Lave imediatamente o ferimento com água corrente e sabão.
- Procure atendimento médico imediato, na unidade de saúde mais próxima para ser
examinado.
- O animal agressor deve ficar em observação por 10 dias.
- Ao receber vacina antirrábica e/ou antitetânica, não abandone o tratamento. Siga as
indicações médicas.
- Evite o consumo de bebida alcoólica e exercícios físicos.
Animais Silvestres:
Capturar e criar animais silvestres é crime ambiental e coloca sua vida em
risco. Eles podem transmitir doenças graves.
Animais Domésticos:
Vacine anualmente seus cães e gatos.
Atenção! Nunca apanhe morcegos com as mãos desprotegidas. Eventualmente,
esses animais podem estar doentes e transmitir raiva (mesmo aqueles que são
insetívoros e frutívoros). Animais caídos no chão ou invasores também podem carregar
doenças.
Emergência! Em caso de acidente, procure imediatamente o posto de saúde
mais próximo.
Fonte: Secretaria estadual de Saúde - RS CEVS - http://www.saude.rs.gov.br/upload/1390851492_FOLDER%20RAIVA.pdf
O setor de Vigilância Ambiental e o Programa de Controle da Raiva:
- Observação de cães e gatos agressores
- Estímulo à Posse Responsável dos Animais domésticos: visitas zoosanitárias,
Cartilha do Proprietário Responsável e Palestras.
- Envio de amostras de cérebro de animais mortos com sintomatologia nervosa e
morcegos para Instituto de Pesquisa Vet. Desidério Finamor (IPVDF).
4.9- MORCEGOS
Quem são?
Os morcegos são os únicos mamíferos que voam. Eles saem à procura de
alimentos ao entardecer e à noite. Existem cerca de 150 espécies de morcegos no Brasil.
Apenas três delas são hematófagas, ou seja, alimentam-se de sangue de outros animais.
Mas não se preocupe: estas espécies são encontradas principalmente no ambiente rural.
Os morcegos das cidades se alimentam de frutas, sementes, néctar, pólen e insetos.
Eles são muito importantes para o meio ambiente, pois são responsáveis por espalhar
sementes e frutos, polinizar as flores e controlar a população de insetos noturnos.
Doenças transmitidas pelos morcegos?
Raiva:
A raiva é uma doença fatal, que pode ser causada por mordida, arranhão ou
contato com a saliva do morcego. Como vários mamíferos, os morcegos podem contrair
raiva. Para se prevenir da doença, não toque em um animal doente ou machucado, pois
ele provavelmente vai morder para se defender. Um morcego caído no chão é sinal de
que deve estar doente. Fique atento: caso você encontre um morcego caído durante o
dia, ele pode estar contaminado com o vírus da raiva. Tente prendê-lo em uma caixa,
com um balde ou um pano, para evitar qualquer contato direto com o animal. Em
seguida, entre em contato com o Setor de Vigilância Ambiental em Saúde do município.
Histoplasmose
A histoplasmose é uma doença respiratória provocada pela inalação de fungos
presentes nas fezes dos morcegos. Use sempre uma máscara ou um lenço úmido sobre
o nariz e a boca toda vez que for fazer limpeza em locais em que existam morcegos.
Lembre-se: Deve-se evitar sempre o contato direto com qualquer tipo de morcego, vivo
ou morto. Não se deve pegar um morcego sem usar luvas grossas apropriadas.
Como manter este animal afastado de sua casa?
Para que o morcego não entre em sua casa, é importante vedar todos os vãos,
frestas e aberturas com telas metálicas ou de náilon (malha de 1 centímetro), espuma,
isopor ou argamassa. A claridade também diminui a presença de morcegos.
Um pouco da história dos morcegos na vigilância ambiental em Uruguaiana:
No dia 22 de abril de 2009, um morcego encontrado caído durante o dia em uma
residência do centro de Uruguaiana foi diagnosticado como infectado pelo vírus da raiva.
A Vigilância Ambiental também identificou mais dois morcegos insetívoros
infectados com o vírus da raiva em nosso município, no meio rural.
Fonte: PRIMEIRO ISOLAMENTO DO VÍRUS RÁBICO EM Eptesicus furinalis (D`Orbigny, 1847) (Chiroptera:
Vespertilionidae) NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL. Rosa JCA¹, Pacheco SM², Ferreira JC¹, Massia
L³, Lamadril R³
4.10- LEPTOSPIROSE
O que é? A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria presente na
urina do rato que, normalmente, se espalha pela água suja de enchentes e esgotos.
Como as pessoas se contaminam? As pessoas podem ficar doentes quando
entram em contato com água ou lama contaminada pela urina de roedores (ratazanas,
ratos de telhado e camundongos).
A bactéria entra na pele, com ou sem ferimentos, quando em contato com água
contaminada.
Também podem se contaminar pessoas que trabalham em lavouras e em
propriedades com criação de animais.
Alguns cuidados para se prevenir da doença
Evite o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos.
Impeça que crianças nadem ou brinquem nestes locais, que podem estar
contaminados pela urina dos ratos.
Após as águas baixarem, será necessário retirar a lama e desinfetar o local
(sempre se protegendo).
Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e
luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas (se isto
não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).
Deve-se lavar pisos, paredes e bancadas, desinfetando com água sanitária,
na proporção de 2 xícaras das de chá (400ml) desse produto para um balde de 20
litros de água, deixando agir por 15 minutos.
Tenha cuidado com os alimentos que tiveram contato com água de enchente.
Alguns devem ser jogados fora, outros precisam de tratamento especial nestas
situações.
É importante limpar e desinfetar a caixa d’água.
Medidas práticas para evitar a presença de
roedores:
Retirar as sobras de alimento ou ração de animais domésticos antes do anoitecer
e manter limpos os vasilhames de alimentação, evitando restos alimentares que atraem
os roedores.
Manter os terrenos baldios e as margens de córregos limpos e capinados.
Não jogar lixo nesses locais.
Evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais, como telhas, madeiras e
materiais de construção, pois servirão de abrigo ao roedor.
Acondicionar o lixo em sacos plásticos ou em latões de metal com tampa,
armazenando-o em locais altos até que seja coletado.
Colocar o lixo pouco antes da coleta realizada pelo Serviço de Limpeza Urbana.
Fechar buracos e vãos nas paredes e rodapés para evitar a entrada de roedores nas
casas. Manter ralos e vasos sanitários tampados com tampa pesada.
ATENÇÃO!
Se, apesar dessas orientações, você apresentar febre, dor de cabeça e dores no
corpo até 40 dias depois de ter entrado em contato com as águas da enchente ou do
esgoto, procure imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. Não se esqueça de
contar ao médico o seu contato com água ou lama de enchente.
A leptospirose é uma doença grave e de notificação obrigatória.
Fonte: Ministérios da Saúde.Cartilha sobre Leptospirose. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/leptospirose_como_previnir_2011.pdf
4.11- ANIMAIS PEÇONHENTOS
Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou
modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou
predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são
algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros (mariposas
e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e vespas), de coleópteros
(besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de cnidários (águas-vivas e caravelas),
entre outros. Os animais peçonhentos de interesse em saúde pública podem ser
definidos como aqueles que causam acidentes classificados pelos médicos como
moderados ou graves.
VIGILÂNCIA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
Tem como finalidade desenvolver ações de prevenção e/ou de redução da morbimortalidade dos acidentes provocados por animais peçonhentos.
Em agosto de 2010, o acidente por animal peçonhento foi incluído na Lista de
Notificação de Compulsória (LNC).
Fonte:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/614-secretariasvs/vigilancia-de-a-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos/l1-acidentes-por-animais-peconhentos/13928-descricaoanimais-peconhentos
O Setor de Vigilância ambiental em Saúde desenvolve ações de recebimento,
acondicionamento e transporte de animais peçonhentos para encaminhamento ao Centro
de Informação Toxicológica - RS com vistas à identificação dos exemplares. Os animais
peçonhentos mais recebidos pelo setor são: escorpião preto, serpentes, aranhas,
lacraias e lagartas.
Como prevenir acidentes com ofídios
1. Usar botinas com perneiras ou botas de cano alto no trabalho, pois 80% das picadas
atingem as pernas abaixo dos joelhos.
2. Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem. Não colocar as mãos em
buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros. Utilizar um pedaço de pau ou uma
enxada.
3. Examinar os calçados, pois serpentes podem refugiar-se dentro deles.
4. Vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos.
5. Limpar as proximidades das casas, evitando folhagens densas, lixo, entulhos e
materiais de construção.
6. Avaliar bem o local onde montar acampamentos e fazer piqueniques.
7. Preservar inimigos naturais (raposa, gambá, gaviões e corujas) e criar aves
domésticas, que se alimentam de serpentes.
Acidentes com Aranha e Escorpiões
1. Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem.
2. Examinar e sacudir calçados e roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-los e
evitar pendurar roupas fora de armários.
3. Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção.
4. Limpar o domicílio, observando atrás de móveis, cortinas e quadros.
5. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meia-canas e rodapés. Utilizar
vedantes em portas, janelas e ralos.
6. Limpar locais próximos das casas, evitando folhagens densas junto delas e aparar
gramados.
Acidentes com Lacraias
• limpar os ralos semanalmente com creolina e água quente, e mantê-los fechados
quando não em uso;
• limpar e manter fechadas as caixas de gordura e os esgotos;
• os jardins devem ser limpos, a grama aparada e as plantas ornamentais e trepadeiras
devem ser afastadas
das casas e podadas para que os galhos não toquem o chão;
• porões, garagens e quintais não devem servir de depósito para objetos fora de uso que
possam servir de esconderijo para as lacraias;
• os muros e calçamentos devem ser cuidados para que não apresentem frestas onde a
umidade se acumule e os animais possam se esconder.
Acidentes com Lagartas
1. Olhar, atentamente, para as folhas de troncos de árvores, evitando contato com as
taturanas.
2. Verificar presença de folhas roídas, casulos ou pupas e fezes de lagartas no solo.
3. Usar luvas quando manipular troncos, árvores frutíferas ou em atividades de
jardinagem.
Primeiros Socorros
1. Lavar o local da picada, de preferência, com água e sabão.
2. Não fazer cortes, perfurações, torniquetes, nem colocar produtos caseiros, pois estes
agravam o envenenamento.
3. Manter o acidentado calmo, podendo oferecer água ou chá para beber.
4. Levar a vítima, rapidamente, para o serviço médico mais próximo, levando, se
possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.
5. Lembre-se: nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento.
Referência: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica 1998.
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.
4.12-Animais sinantrópicos
Define-se animais sinantrópicos àqueles que se adaptaram a viver junto ao
homem, à despeito da vontade deste.
Destacamos dentre os animais sinantrópicos, aqueles que podem transmitir
doenças ou causar agravos à saúde do homem ou outros animais e que estão presentes
na nossa cidade, como: rato, pombo, morcego, barata, mosca, mosquito,
pulga, carrapato, formiga, escorpião, aranha, taturana, lacraia, abelha, vespa e
marimbondo.
4.13- POMBOS
Importância para a saúde
Algumas doenças como criptococose, histoplasmose e ornitose são transmitidas
através da inalação de poeira contendo fezes secas de pombos contaminadas por
fungos (histoplasmose e riptococose) ou ricketsia (na ornitose).
Comprometem o
aparelho respiratório e podem também afetar o sistema nervoso central no caso da
criptococose.
A salmonelose pode ser transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por
fezes de pombos contendo o agente infeccioso Salmonela sp (bactéria), que
compromete no aparelho digestivo.
Ácaros de pombos provenientes de aves e ninhos podem causar dermatites em
contato com a pele do homem.
Medidas Preventivas
- Umedecer as fezes antes de removê-las e utilizar máscara ou pano úmido na boca e
nariz para fazer a limpeza do local;
- Proteger os alimentos de possível acesso das aves;
- Algumas medidas como telas nas aberturas, remoção de ninhos, mudança no ângulo
de inclinação da superfície de pouso para 60º, fios de nylon em beirais servindo como
barreira, bem esticados e presos nas pontas por regos.
- Não permitir o reaproveitamento por pombos das sobras de ração de animais
domésticos.
A população também deve ser esclarecida que o hábito de fornecer
alimentos para pombos acarreta desequilíbrio populacional com proliferação
excessiva dessas aves, desencadeando problemas para o meio ambiente e
afetando a qualidade de vida das pessoas.
5- VIGILÂNCIA DE RISCOS E AGRAVOS AMBIENTAIS NÃO BIOLÓGICOS
Tem como atribuição conhecer, detectar e controlar os fatores ambientais de risco
à saúde humana, prevenindo doenças e outros agravos à saúde das populações exposta
aos contaminantes presentes na ÁGUA, NO SOLO OU NO AR.
5.1-Vigilância da Água para Consumo Humano (VIGIÁGUA)
O Programa VIGIAGUA segue as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da
Saúde – Coordenação da Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Vigilância em
Saúde.
O VIGIÁGUA tem como principal função assegurar que a água distribuída à
população atenda aos padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação. A Portaria
2914 de 2011/MS estabelece as definições, os procedimentos e as responsabilidades
relativos ao controle e vigilância da água para o consumo humano e seu padrão de
potabilidade.
As ações básicas do VIGIÁGUA nos municípios são acompanhadas analisando os
seguintes indicadores:
- O cadastramento das fontes de abastecimento de água para consumo humano:
Sistema de abastecimento de Água (SAA), Solução Alternativa Coletiva (SAC) e Solução
Alternativa Individual (SAI);
- O número de sistemas e soluções alternativas coletivas que estão realizando
controle de qualidade da água distribuída;
- O monitoramento realizado pelas SMS da qualidade da água das fontes de
abastecimento cadastradas.
No município são realizadas Coletas mensais de amostras de água em
diferentes pontos da cidade e do interior: cloro, turbidez, coliformes totais, coliformes
termotolerantes e flúor.
5.2- Populações Expostas a Solos Contaminados (VIGISOLO):
Este serviço vem sendo implantado desde 2006 e tem como missão prevenir,
minimizar ou eliminar riscos a saúde da população expostas a contaminantes químicos
em áreas contaminadas.
Ao município cabe efetuar o cadastramento de áreas de risco.
O cadastramento no sistema é feito pelo Estado.
5.3- Qualidade do Ar – VIGIAR
A Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Poluentes Atmosféricos –
VIGIAR vem sendo implantada no Estado do Rio Grande do Sul, desde 2005.
Tem como objetivo geral a promoção da saúde da população exposta aos
poluentes atmosféricos. São priorizadas regiões onde existam atividades de natureza
econômica ou social que gerem poluição atmosférica de modo a caracterizar um fator de
risco para as populações expostas. No nosso estado, correspondem, prioritariamente, as
áreas metropolitanas, industriais e de extração de carvão mineral para a produção de
energia elétrica.
A Vigilância da qualidade do ar é de competência da Secretaria de Estadual de
Saúde, através do Centro Estadual de Vigilância em Saúde – CEVS.
5.4- Vigilância dos Eventos Ambientais Adversos à Saúde
O setor de vigilância ambiental nos eventos ambientais adversos à saúde tem por
competência a realização das ações de proteção da saúde humana quanto aos efeitos
adversos decorrentes de desastres naturais e acidentes com produtos perigosos. As
ações são desenvolvidas nas fases de prevenção, de preparação e de resposta aos
eventos adversos, bem como de monitoramento de efeitos residuais para a reabilitação
da saúde pública.
Alguns exemplos: chuvas intensas, vendavais e quedas de granizo, estiagens,
acidentes com produtos perigosos e eventos de massa.
6- REFERÊNCIAS
Fundação Osvaldo cruz.
http://www.saude.rs.gov.br/upload/1335550477_Doen%C3%A7a%20de%20Chagas%20
e%20seus%20principais%20Vetores%20no%20Brasil.pdf
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Cartilha sobre Leptospirose.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/leptospirose_como_previnir_2011.pdf
MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNASA. Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica.1998.
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-oministerio/614-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos/l1acidentes-por-animais-peconhentos/13928-descricao-animais-peconhentos
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual da Saúde . Saúde e Você. Combate à
Dengue. http://www.saude.rs.gov.br/lista/191/Combate_%C3%A0_Dengue
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual de Saúde http://www.saude.rs.gov.br/lista/456/Leishmaniose_Visceral
SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - RS CEVS http://www.saude.rs.gov.br/upload/1390851492_FOLDER%20RAIVA.pdf
Elaborada por:
Laura Ilarraz Massia - Médica Veterinária- Secretaria de Saúde de Uruguaiana - RS
José Ricardo Wellicks – Médico Veterinário - Secretaria de Saúde de Uruguaiana- RS
Rita D. Q. Lamadril - Médica Veterinária- Secretaria de Saúde de Uruguaiana - RS
MAIO 2015
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