Hepatite A Em países desenvolvidos 90% da população é portadora de anticorpos anti-HAV. O preíodo de incubação da Hepatite A é de 15 a 45 dias. A contaminação predominantemente fecal-oral. A - Anticorpos anti-vírus A da hepatite (IgG) Sinonímia: anti-A, IgG para hepatite A, anti-HAV lgG Interpretação: A presença de anticorpos da classe IgG para vírus A indica infecção pregressa por este vírus, ou vacinação. Em geral, positiva-se uma semana após o inicio da doença e permanece positivo por toda a vida. No caso de exame para triagem para vacinação, o resultado positivo, exclui a necessidade de vacinação. B – Anticorpos anti-vírus A da hepatite (IgM) Sinonímia: anti-A igM, anti-HAV IgM, IgM para hepatite A Interpretação: O teste é útil no diagnóstico da hepatite pelo vírus A; sua presença confirma o diagnóstico. O anticorpo da classe IgM já está presente cerca de uma semana antes do inicio do quadro clínico e permanece positivo por 3 a 6 meses. Uma vez que o IgM específico anti-HAV é o anticorpo predominante durante a fase aguda da HAV, ele é um marcador muito proveitoso para diagnóstico do estágio antecipado ou agudo da infecção HAV. Hepatite B Apresenta período de incubação de 40 a 180 dias. Sua transmissão é predominantemente parenteral (transfusões e agulhas contaminadas),mas também pode ocorrer por contato sexual,em menor proporção,através de exposição a saliva e outras secreções potencialmente contaminadas. Há 6 marcadores imunológicos para de Hepatite B, HBsAg, HBcAg, HBeAg e seus respectivos anticorpos. A – Antígeno da superfície do vírus da hepatite B Sinonímia: HBsAg, antígeno de superfície do vírus da hepatite B, Au ou Austrália. Interpretação: O HBsAg é o tipo de lipoproteína que compreende o envelope do vírus. Ele pode ser facilmente detectado devido a existência de grandes quantidades no sangue. O HBsAg torna-se positivo cerca de 1 a 2 meses após o contágio, ou seja, ainda no período de incubação. Permanece positivo por cerca de 8 a 16 semanas e, nos casos que evoluem para a cura, esta sempre negativo após 6 meses. A persistência de HBsAg positivo após período superior a 6 meses indica o estado de portador crônico, que pode ter ou não ter a doença hepática histológica. É o primeiro marcador que aparece no soro do paciente. B – Anticorpo IgM do núcleo do Antígeno da Hepatite B Sinonímia: Anti-HBc IgM Interpretação: Dentre todos os marcadores imunológicos relacionados ao HB, o antiHBc é provavelmente o melhor marcador para indicar a infecção do HBV devido ao seu rápido aparecimento e natureza duradora. Eleva-se concomitantemente às transaminases e declina gradualmente em 6 a 8 meses, sem correlação com cura ou cronificação. O anti-HBc IgM é, um anticorpo de curta existência. Assim sua presença significa infecção aguda ou recente. Sua presença na fase crônica pode ocorrer em reativação do HBV por utilização de drogas imunossupressoras e infecção por subtipos diferentes. O anti-Hbc IgM pode ser o único marcador detectado nas hepatites fulminantes quando o HBsAg desaparece, pois a produção é limitada pela necrose hepática. Pode ser o único marcador de infecção positivo, no período que decorre entre a negativação do HBsAg e a positivação do anticorpo anti-HBs (“janela imunológica”). C – Anticorpo IgG do núcleo do antígeno da Hepatite B Sinonímia: anti-HBc IgG Interpretação: Indica contato prévio com o vírus B, não sendo capaz de discriminar entre contato recente ou antigo.Surge em torno da oitava semana e persiste para sempre. Pacientes imunizados ativamente apresentam reação negativa tanto para IgG e IgM. É o marcador de escolha para levantamentos epidemiológicos. Reações positivas para anti-HBc IgG mas,negativas para HBsAg e anti-HBs ocorre nas seguintes situações: Infecção recente, com HBsAg já negativo e anti-HBs ainda não positivo (“janela imunológica”). Infecção crônica, com HBsAg em níveis baixos, indetectáveis por métodos convencionais. Infecção prévia pelo HBV com anti-HBs indetectável. D – Antígeno-e da Hepatite B, ou do Anticorpo do Antígeno-e da Hepatite B. Sinonímia: HBeAg/Anti-HBe Interpretação: O HbeAg, anticorpo-e,somente é detectado no soro positivo HBsAg. Sua presença coincide com a rápida propagação do HBV e a alta contagiosidade, portanto é um marcador que indica replicação viral e infectividade. Permanece positivo durante 3 a 6 semanas, período em que há alto risco de transmissão. A exposição ao soro ou fluido corporal positivo para HBsAg e HBAg está associado ao risco de infectividade de 3 a 5 vezes maior do que quando apenas o HBsAg está presente. É particulamente útil para determinar: Risco de infecção com acidentes com agulhas. Risco de participação em procedimentos cirúrgicos de profissionais de saúde cronicamente infectados; Risco de infecção em crianças nascidas de mães infectadas (filhos de mães positivas para HbeAg tem 90% de chance de desenvolver hepatite crônica). Ao contrário, o anti-Hbe, anticorpo do antígeno e, representa uma replicação viral mínima e uma contagiosidade muito reduzida, é o primeiro sinal de recuperação. Quando um paciente muda de HBeAg para seu anticorpo, ele esta entrando em um estado covalescente. Porém, é também possível que pacientes com anti-Hbe sejam portadores do HBV por um longo período. E – Anticorpo do Antígeno Superficial da Hepatite B. Sinonímia: anti-HBs Interpretação: O anticorpo do HBsAg (anti-HBs) é o último marcador que aparece no soro.Geralmente, surge 2 semanas após o desaparecimento do HBsAg (antígeno Austrália)e permanece positivo para o resto da vida.Não é indicador de cura de hepatite. A presença de anti-HBs isolado significa: Vacinação para a Hepatite B; valores iguais ou maiores que 10mUI/ml são considerados protetores, isto significa reação vacinal completa. Infecção pelo HBV, em 1-2% dos casos; Reação-falso positiva inespecífica para o anti-HBs. F – Determinação de Hepatite B, HBV-DNA quantitativo por bDNA. Sinonímia: HBV, quantitativo, HBV-DNA quantitativo por bDNA Interpretação: Este teste determina a quantidade de partículas virais(carga viral) em circulação. Usado para monitorização da progressão da doença e da resposta a terapêutica específica. É o indicador sensível de replicação viral. G – Determinação da Hepatite B, HBV-DNA pelo método da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Sinonímia: HBV – DNA PCR Interpretação: O marcador sorológico de replicação viral é o HbeAg, na presença de vírus mutante “pré-core” ele pode estar negativo. O HBV-DNA PCR é o teste mais sensível nestes casos pois pesquisa o DNA viral. Negatividade para este teste significa ausência de replicação viral. HEPATITE C É a Hepatite pós-transfusional mais frequente, sua transmissão é exclusivamente parenteral, podendo ser disseminada por exposição sexual. O período de incubação é de 4 a 20 semanas. Segundo estimativa da OMS 3% da população mundial está infectada pelo HCV. Sua prevalência em usuários de drogas injetáveis é muito alta. Em torno de 40 a 60% dos alcoólatras com cirrose são portadores do HCV, ao passo que somente 5 a 20% dos alcoólatras sem patologia hepática tem anticorpos anti-HCV (OMS). Resultados falso-positivos são comuns em testes de primeira geração, sugere-se fazer o HCV RNA para confirmar o diagnóstico. A – Anticorpos Anti-Vírus C da Hepatite. Sinonímia: Sorologia para vírus de hepatite C. Anti-HCV Interpretação: Aparece de 4 a 32 semanas após o início da doença ou de 20 a 30 semanas após a transfusão (em média, 22 semanas). Este teste apresenta algumas restrições: Longo período de “janela imunológica” de até 6 meses entre infecção e soroconversão. Pacientes imunodeprimidos, com receptores de transplante renal, ocasionalmente tem infecção e pelo HCV sem anticorpos detectáveis. Há possibilidades de reação falso-positivas na presença de doenças autoimunes e outras doenças tais como febre amarela, dengue e soro antigo. B – Determinação do RNA-VIRAL HCV pelo método da Reação em Cadeia da Polimerase, PCR. Sinonímia: HCV – DNA por PCR Interpretação: A positividade do exame indica habitualmente doença ativa. A negatividade indica viremia ausente ou muito reduzida. HEPATITE D O vírus da Hepatite Delta é HBsAg dependente, pois necessita deste para a aplicação. O período de incubação após exposição, é de 2 a 12 semanas. Aparece em pessoas com exposição parenteral múltipla: uso de drogas endovenosas, hemofílicos e politransfundidos. Deve ser investigada sempre que um paciente com infecção crônica pelo HBV apresentar piora súbita ou após a infecção primária aparecer recorrência dos sintomas. A – Determinação de anticorpos Anti-HDV Sinonímia: anti-HDV Interpretação: Anticorpos de classe IgM surgem 5 a 7 semanas após o inicio da infecção enquanto anticorpos IgG surgem apenas na fase de covalescência, em títulos baixos. Pode estar presente tanto na fase aguda como na crônica da Hepatite B. O HDV consome o HBsAg, cujo título reduz, podendo até negativar-se. Neste caso, curando-se a hepatite delta, o HBsAg volta a ser detectado. A hepatite D se apresenta sob duas formas clínicas: Coinfecção: A hepatite delta aguda ocorre simultaneamente com a hepatite B aguda. Neste caso apenas a anti-HBc IgM será positivo. Superinfecção: A hepatite delta aguda é superposta a hepatite B crônica. Neste caso apenas o anti-HBc IgG será positivo. RESUMO: A – HEPATITE A 1 – Anticorpo IgM anti-HVA Reagente: infecção aguda pelo HVA Não reagente: Exclui infecção recente pelo HVA 2 – Anticorpo IgG anti-HVA Reagente: Contato prévio com o HVA e exclusão da vacinação Não reagente: Ausência de contato prévio com HVA sugere vacinação. B – HEPATITE B 1 – Marcadores de infecção aguda: HBsAg Anti – HbcIgM 2 – Marcadores para acompanhar a evolução (avaliar a infectividade e prognóstico) HBsAg HbeAg Anti-Hbe 3 – Marcadores para controle de cura: HBsAg Anti-HBs 4 – Marcadores em estudos epidemiológicos: HBsAg Anti-Hbc IgG Anti-HBs 5 – Marcador nas imunizações: Anti-HBs C – HEPATITE C 1 – Anticorpo anti-HCV Reagente: indica contato prévio com o HCV; seja recente (infecção agudad) ou remoto. Não reagente: Indivíduo não infectado ou na fase anterior a soroconversão. Dr. José Maria Ribeiro Jr.