22 SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO DE AMBIENTES COM LEITO DE PEDRA Eduardo José Cidade Cavalcanti 1; Caio Glauco Sanchez 2 1 Centro Universitário do Sul de Minas-UNIS-MG Instituto de Tecnologia, Engenharia e Ciências Exatas Av. Cel. José Alves, 256, Vila Pinto. CEP: 3710-540, Varginha–MG/Brasil e-mail: [email protected] 2 Departamento de Engenharia Térmica e Fluídos Faculdade de Engenharia Mecânica Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP 13083-970-C.P. 6088-Campinas–SP/Brasil RESUMO O Sistema de Resfriamento Regenerativo de Leito de Pedra é uma alternativa viável em relação à unidade de ar condicionado desenvolvida na Austrália por volta dos anos 60. Seu principio operacional é a combinação do resfriador evaporativo e do trocador de calor. Ele é composto de dois leitos de pedra usado com trocador de calor regenerativo e outro leito de pedra como resfriador evaporativo, ambos com alta eficiência. Esse processo envolve transferência de calor entre o fluxo de ar e o leito de pedra e transferência de umidade. Um modelo matemático foi feito para obter o projeto térmico e checar o desempenho do sistema. Resultados experimentais foram comparados com o modelo teórico para determinação da validade do modelo. Palavra-chave: Conforto Térmico, Leito de Pedra, Sistema Regenerativo, Análise Térmica, Resfriamento ABSTRACT The Rock Bed Regenerative Cooling System is a viable alternative to the air-conditioning unit developed in Australia in the sixties. His operating principle is a combination of evaporative cooling and heat exchanger. It’s composed for two beds of rock used as regenerative heat exchanger and other beds as evaporative cooling, both having high effectiveness. This process involves transfer heat between air flow and rock bed and transfer of water vapor. A mathematical model was made to obtain a thermal design and to check the performance of the system. Experimental results ware compared to the theoretical model for determining the validity of the model. Keywords: Thermal comfort, Rock Bed, Regenerative system, Thermal Analysis, Cooling. INTRODUÇÃO Por ser uma espécie pouco adaptada biologicamente ao ambiente, o homem, por questões de sobrevivência, desenvolveu métodos para criar um micro-ambiente onde era capaz de adaptar-se. Por isso surgiram os sistemas de conforto térmico que tem a função de manter condições ótimas para sua sobrevivência. O crescente consumo de energia não é acompanhado pelo aumento de sua geração, por isso surge a necessidade de se criar ou adaptar soluções alternativas, de custo acessível e com baixo consumo de energia. Essa busca por soluções alternativas são incentivadas também pela grande variedade de clima, como no Brasil e por fatores ecológicos. Com esse intuito, têm-se o objetivo de avaliar o sistema regenerativo de leito de pedra como um sistemas alternativo de conforto térmico. Ele foi utilizado com sucesso em escolas do sul da Austrália devido a seu desempenho tanto no verão (aquecendo), quanto no inverno (resfriando). Suas principais vantagens são: baixo custo operacional quando bem dimensionado (apenas o consumo de ventilador), utilizar ar sempre renovado , funcionar como lavador de gás e estabilizar a temperatura do ar ambiente diante 1 da variação da temperatura do ar externo. Em oposição, um efeito indesejado é o aumento excessivo da umidade do ar no local condicionado. O limite superior de umidade relativa (UR) em condições de conforto térmico é de 85 % e nessas unidades deve-se evitar ultrapassar esse limite. Foi simulado o sistema de refrigeração de ambiente com leito de pedra de maneira a se verificar sua possibilidade como um sistema de resfriamento alternativo. Vários autores observaram que a influência da umidade relativa (UR) no conforto térmico é muito pequena em longos períodos, acima de uma ou duas horas, depois de alcançado o equilíbrio, ou seja, em várias situações, o conforto térmico pode ser alcançado através do resfriamento sem desumidificação do ar, Gagge (1937), Koch, (1960), Nekink (1966), Morse e Kowalczewski (1967). Hogg (1971) construiu unidades para resfriar pequenas casas de 90 a 185 m2 com isolamento no teto. Vários testes em laboratório e com protótipo concluíram que o sistema de RBR , sob várias condições climáticas pode proporcionar satisfatório conforto térmico em regiões que a mínima temperatura de orvalho seja 24,4 oC. Trabalho desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), como parte do requisito na obtenção do título de Doutor do Prof. Eduardo José Cidade Cavalcanti. Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG Ano I / v.3 / nº 3 / maio/ 2001 17 23 Read et al (1976) analisou unidades regenerativas de leito de pedra instaladas em várias escolas no Sul da Austrália. Ele relata que em projetos desse sistema devem ser observados os requisitos de: Ventilação mínima, Térmicos (limites de temperaturas), Nível de ruído, Dimensão do sistema (custos operacionais e de instalação), Gerais (como despejo da água residual do sistema para evitar problemas de saúde). Anza (1966) realizou um estudo experimental das características funcionais de um sistema evaporativo indireto de cama de leito de pedra, propondo um modelo para comparar as medidas do experimento com os dados do modelo matemático. O modelo proposto por Anza (1966) é o mesmo desenvolvido por Mumma e Marvin (1976), que simula o armazenamento térmico de energia unidirecional no leito pedra. Para estimar o desempenho do sistema de leito de pedra foram utilizadas propriedades que possuem uma forte influencia da precisão do modelo. Estas propriedades são: densidade das pedras, fração de vazio, calor específico e diâmetro esférico equivalente. Elas são determinados experimentalmente, com exceção do calor específico, que é tabelado. O diâmetro esférico equivalente é o diâmetro das esferas que ocupariam o volume de pedra. É importante a escolha do material que irá armazenar energia sob a forma de calor sensível quando sólido. Esse material deve ter um baixo custo e boas características de troca térmica. Anza (1966) observou que a densidade das pedras é uma fonte de discrepância entre o modelo e o experimento, por isso a estimativa da transferência de calor e da queda de pressão que dependem do tamanho da partícula das pedras apresentaram uma incerteza no modelo. Dunkle (1972) desenvolveu gráficos e correlações úteis para estimar sistema composto por partículas distribuídas aleatoriamente. Esses sistemas podem ser regeneradores, leito de armazenamento térmico e resfriadores evaporativos. Ele gerou resultados suficientemente precisos para a maioria dos projetos de engenharia. O sistema regenerativo de leito de pedra foi desenvolvido na Austrália por volta dos anos 70, obtendo sucesso como sistema alternativo devido ao seu baixo custo operacional e a facilidade de abastecimento de água dos lagos naquela região. Após isso, pouco estudo e desenvolvimento foi realizado até os dias atuais. Figura 1. Esquema do Sistema de Resfriamento de Leito Pedra Uma vazão de ar na temperatura ambiente entra à (T1) e é resfriado no 1o regenerador de calor à temperatura (T2). Ao passar pelo ventilador essa vazão é aquecida à (T3), antes de entrar no local a ser resfriado. O ar saí à temperatura (T4) do local e em seguida é resfriado por evaporação de (T5) a (T6) e aquecido de (T6) a (T7) no 2o regenerador. Ambas as efetividades do regenerador de calor e do resfriador evaporativo estão em torno de 90 %. Nesse diagrama, o resfriador evaporativo foi separado do regenerador para melhor compreensão. Quando a umidade no ambiente efrigerado exceder 80 %, a umidificação é interrompida, operando somente como sistema de ventilação. Esse sistema opera em regime transiente pois, a partir de um tempo determinado o sentido do fluxo é invertido e o 1o regenerador de calor que resfriava o ar é resfriado. Observa-se que entre as fases 1-2 e 5-7, ocorre transferência de calor e massa. Modelo proposto Um modelo teórico foi simulado para verificar o desempenho do sistema proposto pelos gráficos e correlações de Dunkle (1972) de acordo com os parâmetros analisados. Algumas propriedades de grande influência na precisão do modelo foram obtidas dos trabalhos de Mumma e Marvin (1976) e Dunkle (1972). As relações básicas utilizadas estão descritas abaixo. O número de Reynolds é definido pela vazão mássica do gás (Go) e pelo diâmetro esférico equivalente das partículas (dp). Esse diâmetro considera a porosidade aleatória do leito pedra. EXPERIMENTAL Princípios Operacionais O sistema regenerativo de leito pedra úmido (RBR) é uma unidade de alta eficiência de troca térmica. Seu princípio de operação é uma combinação de resfriamento evaporativo com troca térmica regenerativa. O resfriamento ocorre na superfície das pedras, onde uma vazão de ar transfere entalpia para o leito de pedra e para uma vazão de água quando entram em contato. O fluxo de ar é resfriado e umidificado. A entalpia do ar é transferida para o leito de pedra, fornecendo a energia necessárias para a evaporação da água na cama. Esse sistema possui 2 leitos de pedra utilizados como regeneradores térmicos com alta efetividade. O segundo regenerador é umidificado, funcionando também como resfriador evaporativo como apresentado na figura 1. Ano I / v.3 / nº 3 / maio/ 2001 A transferência de calor é estimada pelo coeficiente de transferência de calor volumétrico utilizado por Anza (1966). Para avaliar esse sistema, 2 parâmetros adimensionais são utilizados: Parâmetro do tempo: Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG 24 Parâmetro do comprimento: A altura adimensional do leito é determinado por: Pela Eq. (1) e (7) calcula-se o fluxo adimensional, o parâmetro da queda de pressão: O principal custo operacional do sistema é definido pelo consumo de energia do ventilador. A potência do ventilador é estimada por: Essas correlações utilizam a queda de pressão em partículas secas. No regenerador úmido, a queda de pressão nas partículas deve ser corrigida pela expressão para faixa de dp entre 5 e 20 mm: A queda de pressão total é composta pela queda de pressão: no ventilador, nos dutos e no leito de leito pedra. Essa última é estimada pela Eq. (8) e Eq. (9). As perdas nas tubulações são estimada por Jones (1983). Regenerador A efetividade instantânea no regenerador é dada por: O valor da efetividade diminui com o tempo. Para analisar o sistema, utiliza-se a efetividade no tempo médio: O sistema de distribuição do ar é projetada para uma velocidade máxima de 5,08 m/s para evitar excesso de barulho, de acordo com Hogg (1971). A queda de pressão no ventilador é estimada por : A diferença entre a efetividade inicial e final do período é: − Dunkle (1972), desenvolveu gráficos que relaciona Zp , ηT , A variação de temperatura devido ao ventilador é igual à: Y e DhT em regeneradores. Resfriador Evaporativo Daí o ganho de calor é igual á: A eficiência (h) do resfriador é definida por: De acordo com Dunkle (1972), a eficiência pode ser definida em função do comprimento adimensional: No modelo de Mumma (1976), as pedras numa seção ∆x, são assumidas como tendo uma simples temperatura Tbm e a equação diferencial obtida do balanço de energia do ar no volume de controle é: O processo de resfriamento evaporativo é praticamente isoentálpico e o seu balanço de energia é: As propriedades da entalpia e umidade são estimadas por: Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG desenvolvendo, tem-se que: Ano I / v.3 / nº 3 / maio/ 2001 25 O balanço de energia na seção ∆x das pedras é: As comparações iniciais não obtiveram bons resultados. Realizando uma análise de sensibilidade das características das pedras, observou-se as conclusões de Anza (1966); que há uma discrepância entre a densidade das pedras do experimento com o do modelo teórico. Para obter melhores resultados é necessário ajustar o coeficiente de transferência de calor que está relacionado com a densidade das pedras. Utilizando o valor proposto de densidade das pedras de 2712 kg/m3, a precisão dos resultados são melhores. desenvolvendo, tem-se que: CONCLUSÕES Na simulação computacional foi desenvolvida utilizando as Eq.(26) e Eq. (28), segundo o diagrama de bloco apresentado na figura 2. Foi simulado um modelo teórico para verificar o desempenho do sistema proposto pelos gráficos e correlações de Dunkle (1972). As conclusões obtidas são que: A modelagem teórica e suas correlações podem ser uma boa ferramenta para análise térmicas e estimativa do desempenho dessa unidade. Em primeira análise, o sistema regenerativo de leito pedra úmido pode ser um sistema alternativo de resfriamento de ambiente garantindo o conforto térmico em condições similares com a vantagem de um pequeno custo operacional. Será construído um protótipo para verificar a real possibilidade do sistema RBR como sistema de resfriamento para as condições climáticas de Campinas, sem que exceda o limite máximo de umidade dentro do ambiente Algumas propriedades de grande influência no modelo como transferência de calor e queda de pressão possuem uma incerteza na precisão, pois são avaliadas pelas dimensões das pedras. Sugiro um estudo das razões dessa incerteza na tentativa de criar algum método para minimizar esse erro. AGRADECIMENTOS Figura 2. Diagrama de bloco do programa Agradeço ao Cnpq pelo apoio financeiro, principalmente pela bolsa de estudo concedida. RESULTADOS E DISCUSSÃO NOMENCLATURA Os dados da simulação do modelo das temperaturas do leito de pedra foram comparadas com as medidas experimentais de Anza (1966). O leito de 0,36 m2 de área frontal com 0,4 m de altura foi testado para as velocidades do fluxo de ar variando entre 0,05; 0,076; 0,102; 0,127 e 0,152 m/s e diâmetro de partículas de 1,25 e 1,91 cm. Foram obtidas as temperatura das pedras nos intervalos de tempo de operação de 0, 20, 40 e 60 min. Essas resultados são representados no gráfico da figura 3, que relaciona a distribuição das temperaturas das pedras com o tempo de operação. Af cp cpb D Dp E Go H Har Hvs Hv ks L m. mW n. N3 N4 P Pv Figura 3. Gráfico do efeito do tempo e da temperatura do leito Ano I / v.3 / nº 3 / maio/ 2001 área frontal do leito [m2] calor específico do ar [J/kg oC] calor específico do leito[J/kg oC] diâmetro [m] diâmetro esférico equivalente das partículas [m] fração de vazio vazão mássica do gás [kg/m2s] entalpia do ar [J/kg] entalpia do ar seco[J/kg] entalpia do vapor de água saturado[J/kg] coeficiente de transf. de calor volumétrico [W/m3 oC] rugosidade absoluta da parede do duto [m] altura do leito [m] vazão mássica de ar [kg/s] vazão mássica da água [kg/s] número de divisões do leito π2/(32ρ) 1,255πµ/(4ρ) pressão pressão de vapor [bar] Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS-MG 26 Pvs ∆p ∆Pv ∆PT ∆pW Q q Re S0 T T(k) Tbm ∆T UA U Vp ∆x Y Z Zp W ρ µ θ θp τ λ π η ηv ηT ηT ∆ηT pressão de vapor saturado [bar] queda de pressão [Pa/m] queda de pressão no ventilador, [Pa] queda de pressão total do sistema [Pa] queda de pressão nas partículas úmidas [Pa] vazão volumétrica [m3/s] ganho de calor pelo ventilador [W] número de Reynolds área, [m2] temperatura do ar [oC] temperatura do ar [K] temperatura das pedras [oC] variação de temperatura devido ao ventilador [oC] umidade absoluta umidade relativa volume das partículas de pedra [m3] dimensão da seção, L/n [m] comprimento adimensional parâmetro adimensional do tempo tempo adimensional correspondente ao período potência do ventilador [W] massa específica do ar [kg/m3] viscosidade do ar [kg/m.s] tempo [s] período [s] Intervalo de tempo de simulação [s] altura adimensional do leito fluxo adimensional ou o parâmetro da queda de pressão eficiência do resfriador evaporativo rendimento do ventilador, varia entre 0,7 e 0,8 efetividade instantânea no regenerador efetividade da temperatura média. variação da efetividade inicial e final HANDBOOK ASHRAE - Fundamentals SI Edition. 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