Pesquisadores da Fepagro estudam os solos arenosos no sudoeste

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01/12/2015
Pesquisadores da Fepagro estudam os solos arenosos no sudoeste do Rio Grande do Sul | O Sul
Pesquisadores da Fepagro estudam
os solos arenosos no sudoeste do Rio
Grande do Sul
Crédito: Darlene Silveira/Fepagro
30 DE NOVEMBRO DE 2015 15:01
Pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolvem, há cerca de dez anos, um estudo sobre os
solos arenosos na região Sudoeste do Estado, na fronteira com a Argentina e o Uruguai. Com
recursos do CNPq, o projeto visa ao restabelecimento do campo nativo.
Os pesquisadores Luciano Kayser e Bruno Lisboa, da Fepagro Sede, participam do estudo.
Segundo Kayser, nessa região, o ecossistema é frágil, com solos arenosos e suscetíveis à erosão. O
processo erosivo forma áreas de solo totalmente descobertas, sem vegetação. São os chamados
núcleos de arenização ou areais, onde cresce o Lupinus albescens. “Este tremoço nativo é uma
planta pioneira, das poucas que se estabelecem nos núcleos de arenização e, a partir do seu
crescimento, permite o restabelecimento do campo nativo”, explica.
Porém, conforme o pesquisador, o crescimento do tremoço nativo depende de bactérias
associativas, que vivem ao redor de suas raízes, e de bactérias simbióticas, que formam estruturas
especiais nas raízes e usam o nitrogênio do ar para o crescimento da planta. “Por isso a ideia do
projeto, cujo objetivo é entender como a arenização do solo afeta as bactérias, além de selecionar
bactérias associativas e simbióticas para promoverem o crescimento do tremoço”, conta.
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Para tanto, foi realizada uma série de análises microbiológicas, genéticas e de solo. Os resultados
mostraram que a arenização reduz a diversidade e a atividade microbiana. “Por outro lado, esse
ambiente seleciona bactérias altamente eficientes que se associam ao tremoço. As bactérias
selecionadas de vida livre promoveram o crescimento da planta. Este efeito foi mais pronunciado
quando as plantas cresceram na presença de fosfato de rocha”.
Kayser informa ainda que as bactérias simbióticas provenientes de núcleos de arenização foram
altamente eficientes. “Plantas inoculadas com essas bactérias cresceram mais até do que as que
receberam a aplicação de doses elevadas de nitrogênio. Além disso, essas bactérias são diferentes
de todas as outras já identificadas. Dentre as isoladas, há pelo menos duas novas espécies de
Bradyrhizobium que estão sendo sequenciadas e descritas”, diz ele.
“Assim, o trabalho indica que a utilização conjunta do tremoço nativo e de bactérias selecionadas
pode ser alternativa para a recomposição da vegetação natural e de núcleos de arenização”,
conclui.
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